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Raquel Elisa Ramos 4BMAD HEMATOLOGIA O tecido sanguíneo: É um tecido fluido, ou seja, consegue circular pelo corpo todo e refletir o que está acontecendo nos outros tecidos. Parte sólida – elementos figurados. • Células (hemácias/ eritrócitos) e plaquetas. • Plaqueta – é PARTE de uma célula; um fragmento do citoplasma do megacariócito. Parte líquida – pode ser soro ou plasma (a diferença está no modo da coleta). • Plasma – precisa de anticoagulante nos exames. • Soro – forma coágulos nos exames. • O que difere soro de plasma é a proteína que está diluída. O plasma possui todos os elementos de coagulação; enquanto o soro nos exames, consome esses elementos quando forma coágulo. • Na hematologia, o plasma é o mais utilizado. Importância do sangue – fisiologia do organismo; a maioria dos tecidos depende do sangue para funcionar direito. Transporte de oxigênio. Carreamento de produtos da digestão doso tecidos. Imunidade celular e humoral. Levar células para sítios de infecção (inflamação). Coagulação. Mecanismos anti-coagulação. Carreia produtos do metabolismo para excreção. Controle de pH, temperatura e concentração de eletrólitos no sangue. Hematopoese: Produção, diferenciação e maturação das células do sangue; além da eliminação de células sanguíneas velhas. É um processo dinâmico e, sendo assim, muda bastante. • Nas primeiras semanas de gestação, o saco vitelino é o principal local de hematopoese. • Medula óssea – forma o sangue e é a parte interna de todos os ossos, mas isso não quer dizer que todas as medulas são hematopoeticamente ativas. Locais de Hematopoese Feto 0 a 2 meses – saco vitelino 2 a 7 meses – fígado e baço 5 a 9 meses – medula óssea De 0 a 2 anos Medula óssea – praticamente todos os ossos Raquel Elisa Ramos 4BMAD Adultos Vértebras, costelas, crânio, externo, sacro e pelve, extremidades de ossos longos Hematopoese primitiva (embrionária): durante o pré-natal, o local de formação das células sanguíneas muda várias vezes, e as primeiras são formadas na etapa da gastrulação (no saco vitelínico). Aparecerão apenas eritrócitos e macrófagos (ou seja, células grandes), pois ainda não há vasos sanguíneos formados. • Folhetos embrionários (ecto/endo/mesoderme): são células-tronco mesenquimais e originam todos os tipos de tecido do corpo. o Células totipotentes – originam todos os tipos de células. São as que formam o embrião antes da vacinação. o Células multipotentes – originam diferentes células do mesmo tecido. o Células pluripotentes – originam células diferentes para tecidos diferentes, mas que são originários do mesmo folheto embrionário (ecto/endo/mesoderme). • AGM (aorta, gônadas e mesonéfrons): é nessa região que surge a primeira célula-tronco hematopoética. As células a longo-termo vão surgir no fígado assim que ele for formado e, depois disso, vão migrar lentamente à medula óssea. Essa migração vai terminar perto do nono mês após o nascimento. • Célula-tronco hematopoética: tem capacidade de autorrenovação, de modo que a celularidade geral da medula, em condições estáveis de saúde, permaneça constante. Ela também consegue diferenciar células e possui plasticidade (é maleável). Estroma: As células do estroma incluem adipócitos, fibroblastos, células endoteliais e macrófagos, e secretam moléculas extracelulares (ex: colágeno e glicoproteínas) para formar uma matriz extracelular. Secretam também vários fatores de crescimento necessários para o crescimento das células-tronco. • A hematopoese ocorre em um ambiente adequado fornecido pela matriz do estroma na qual as células-tronco crescem e se dividem. Há locais de reconhecimento específico e de adesão. • Glicoproteínas extracelulares e outros componentes estão envolvidos na ligação. HEMATOPOESE É a formação dos elementos figurados do sangue. No adulto, acontece na medula óssea e, na criança, podem haver resquícios da hematopoese primitiva e início da MO. Só podem ser observadas células-tronco circulantes em bebês, pois elas estão migrando para a medula óssea. Raquel Elisa Ramos 4BMAD Célula-tronco hematopoética: É multipotente – produz células diferentes para o mesmo tecido – e, por causa disso, possui boa capacidade de diferenciação. Uma de suas características exclusivas é a autorrenovação, que é a possibilidade de regenerar o tecido pela vida toda. Essas células também podem possuir uma característica artificial, que é a de plasticidade. A célula torna-se moldável e, assim, assume papel de pluripotente – formando células de outros tecidos. Hemácias: São as principais células a serem formadas a partir da hematopoese (cerca de 1/3 de todas as células do corpo). As hemácias são altissimamente especializadas, e por isso não possuem núcleo nem organelas. • Função – transporte de oxigênio, ligando na hemoglobina. • As organelas ocupam muito espaço e, por causa disso, não estão presentes nas hemácias (para que caibam hemoglobinas em seu interior). • Quanto mais hemoglobina, mais sangue transportado. A sobrevida das hemácias é de até 120 dias. Quando ela está reduzida, pode ocasionar diversos problemas. Plaquetas e leucócitos: A medula óssea repõe essas células sempre. Plaqueta – mantém estrutura dos vasos sanguíneos e precisam ser consumidas para isso. É por este motivo que a sobrevida é curta (aproximadamente 10 dias). Leucócitos – são células de defesa; elas morrem para proteger o organismo. Por causa disso, a meia-vida pode durar de horas até 8 dias no máximo. Sistema hematopoético: Conjunto de órgãos e tecidos onde ocorre a formação das células. Esse sistema estimula: • Proliferação, diferenciação, maturação e destruição de células sanguíneas. • É necessário que haja equilíbrio entre proliferação e destruição das células. Monócitos/macrófagos – funções fagocíticas e imunológicas. • Monócitos no sangue e macrófagos nos tecidos (só muda o nome). • Fagocitose – remover do ambiente coisas que não deveriam estar nele. • Estimulam células imunes a agir em locais danificados e, consequentemente, avisam a medula óssea da necessidade de proliferação de células de defesa (leucócitos). • Importante: secretam substâncias nitrogênicas que estimulam a proliferação celular e secretam fatores de crescimento. Raquel Elisa Ramos 4BMAD Baço – funciona como um filtro do sangue no indivíduo adulto; removendo células danificadas, velhas (senescentes), estranhas ou sensibilizadas com anticorpo. • É o filtro da parte sólida do sangue: vê quais elementos devem permanecer e quais devem sair da circulação. • O termo “esplênico” sempre se refere ao baço. • É extremamente irrigado – passa uma quantidade enorme de sangue por minuto por ele (aproximadamente 300mL). • Realiza eritropoese, que é a fagocitose de eritrócitos. • RCE (rebordo costal esquerdo) – o baço fica neste local, atrás da costela, pois precisa ficar protegido atrás da caixa toráxica. • Quando o baço é rompido, 300mL por minuto são perdidos e o paciente sofre de choque hipovolêmico (baixo volume de sangue). Se isso acontece, precisa aumentar o volume sanguíneo e, para isso, injeta-se soro no paciente. • No paciente adulto, a principal função do baço é remover células velhas. • Esplenomegalia – é o aumento de tamanho do baço. Geralmente é agressiva e pode ser acompanhada por hepatomegalia. Linfonodos – filtro da linfa, que é o sistema circulatório paralelo ao sanguíneo. • Função – ativação de linfócitos. • Atuação na defesa imunológica – apresentam substâncias (antígenos) aos linfócitos e fazem com que eles liberem citocinas para estimular a produção de células na medula óssea. Timo – maturação inicial de linfócitos T. Fígado – é um órgão bem dinâmico. Na vida adulta, é um depósito de ferro. • Pode ser um sítio hematopoético antes da vida adulta. Porém, quando há problemas namedula óssea, o fígado é uma alternativa de produção de células sanguíneas. Medula óssea – parte interna do osso; tecido formador do sangue. É dividida em células sanguíneas e estromais. • Células estromais – formam o estroma medular, ou seja, o ambiente que vai modular a formação das células sanguíneas (produz a matriz extracelular). o Célula-tronco estromal ou mesenquimal (nomenclaturas). o Se o ambiente não fica confortável, as células não se proliferam. o Atuam também nos fatores de crescimento e influenciam as células-tronco ao que elas precisam fazer em determinado momento. • Na medula óssea ocorrem muitas divisões celulares (replicação e transcrição intensas). • Acesso a regiões genéticas distintas. Raquel Elisa Ramos 4BMAD • O material genético está SEMPRE exposto, e é por isso que ele fica na medula óssea: para ficar mais protegido. Porém, se ele for exposto à radiação (por exemplo), sofrerá e gerará mutações. PROCESSO DE MATURAÇÃO Pode ser chamado também de “sequências maturacionais dinâmicas” e é específico para cada linhagem celular. Esse processo está relacionado a: • Célula (relação núcleo-citoplasma) – de modo geral, quanto mais madura, menor ela é. • Citoplasma – principalmente de células jovens. • Núcleo – olhar para a cromatina (DNA + proteínas) da célula e avaliar o grau de condensação. Regulação da hematopoese: Fatores de indução – estimulam o crescimento e o desenvolvimento. O que faz a CT sair do fígado e ir para a MO? As células do estroma começam a produzir SDF1 (fator derivado do estroma tipo 1), que é responsável por um processo de quimiotaxia chamado “homing”, levando as células-tronco ao interior dos ossos. • As células-tronco hematopoéticas têm receptores para o SDF1. Quanto mais jovem é a célula, mais receptores possui. • As células mais velhas, como não possuem tantos receptores, vão para o sangue periférico ao invés da medula óssea. • Quando acontece o homing, as células-tronco ficam na medula e se desenvolvem de multipotentes para onipotentes. Citocinas hematopoéticas – indicam quais genes precisam ser expressos para fazer transcrição e replicação. Elas regulam a proliferação, a diferenciação e a maturação celular. • Importante!! – Todo fator de crescimento é uma citocina, mas nem toda citocina é um fator de crescimento, pois nem todas elas realizam proliferação. • A maioria dos fatores é sintetizada na matriz extracelular, com exceção da eritropoetina, que é sintetizada nos rins. Fatores de crescimento: São substâncias glicoproteicas que conseguem induzir proliferação e diferenciação celular; regulando também a função de células maduras e prevenindo a morte programada. Características Gerais Glicoproteínas que agem em concentrações muito baixas. Atuam hierarquicamente. Em geral, são produzidos por muitos tipos de células. Geralmente afetam mais de uma linhagem. Raquel Elisa Ramos 4BMAD São ativos nas células-tronco/progenitoras e nas células funcionais finais. Têm interações colinérgicas ou aditivas com outros fatores de crescimento. Muitas vezes, agem no equivalente neoplásico da célula normal. Ações – proliferação, diferenciação, maturação, ativação funcional e prevenção de apoptose de células progenitoras. GCSF – Fator estimulante de colônias de neutrófilos, basófilos e eosinófilos. • Induz proliferação e previne a apoptose. • Pode fazer a célula se diferenciar em granulócito (neutrófilo) e não produz monócito. • Agem em baixíssimas concentrações. • Atuam em hierarquia – desde a célula-tronco até as células maduras (finais). Além disso, podem atuar em mais de uma linhagem. • São produzidos por muitos tipos celulares, não só pelo estroma. • Podem ter ações sinérgicas (relativas) entre si e agem no equivalente neoplásico da célula normal (isso é prejudicial). • Efeitos múltiplos na célula – proliferação, diferenciação, maturação, etc. dependendo da ação, pode haver mais ou menos quantidade de citocinas. • Interleucinas – são chaves para identificar colônias celulares. Receptores dos fatores de crescimento: Todas as citocinas agem em receptor de origem enzimática (quinase ou cinase). elas dão origem a uma série de vias mensageiras por fosforilação. Ativam vias de transdução de sinal até ativar o transcritos gênico (molécula proteica que vai para o DNA para informar qual é o gene que vai ser transcrito) e gera hemácias, por exemplo. Resumindo: dá a função final.
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