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HEMATOPOIESE NORMAL

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Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
O tecido hematopoiético é formado por fibras e tipos celulares que dão suporte às células formadoras 
do tecido sanguíneo (células pluripotentes). Assim, hemácias, plaquetas e glóbulos brancos 
(neutrófilos, basófilos, monócitos e eosinófilos), além de linfócitos, são produzidos neste tecido 
conjuntivo, a partir de tipos celulares precursores. 
Está localizado na medula óssea (tecido mieloide), em costelas, vértebras, ossos do crânio e 
extremidades do fêmur e úmero, caracterizando a medula óssea vermelha. É encontrado também 
em órgãos linfáticos, como baço, timo, linfonodos, nódulos linfáticos e tonsilas palatinas: tecido 
linfático ou linfoide. 
Esse sistema hematopoiético possui dois componentes: 
- Tecidos Mieloides, que incluem a medula óssea e as respectivas células derivadas (p. ex., 
hemácias, plaquetas, granulócitos e monócitos); 
- Tecidos Linfoides, que incluem o timo, linfonodos e baço. 
As células linfohematopoeticas (linfoides) migram para os tecidos linfoides e ali assumem uma 
especialização linfoide, onde ainda tem capacidade de autorrenovação. Passa pelos linfonodos, timo, 
volta para medula óssea e origina linfócitos T e B. 
As células mieloides conseguem se diferenciar em mais tipos de células, como hemácias, 
megacariócitos, monócitos, neutrófilos, basófilos etc. Elas se comprometem com determinadas 
linhagens, como colônias: tronco que origina eritrócitos e megacariócitos; tronco dos monócitos e 
granulócitos; tronco dos eosinófilos e basófilos. São células com características semelhantes. 
1. HEMATOPOIESE 
É o processo hierarquizado responsável pela formação e desenvolvimento das células sanguíneas. 
As células do sangue estão em constante produção. 
Por dia, a medula óssea produz 2,5 bilhões de células vermelhas, 2,5 bi de plaquetas e 1,5 bi de 
granulócitos. Com isso, o risco de erros é muito elevado, precisa de uma regulação muito apurada. 
O processo da hematopoese ocorre desde a formação do embrião. Células derivadas do saco 
vitelino são a fonte dos macrófagos teciduais de vida longa, como, as células microgliais no cérebro 
e células de Kupffer do fígado, mas a contribuição do saco vitelino para a formação do sangue, 
principalmente sob a forma de glóbulos vermelhos embrionários, é apenas transitória. 
Os elementos figurados do sangue — hemácias, granulócitos, monócitos, plaquetas e linfócitos — 
têm origem nas CTHs (células-tronco hematopoiéticas), células pluripotentes que se situam no 
topo da hierarquia dos progenitores da medula óssea. 
Conforme as células vão sendo geradas, elas vão se diferenciando e amadurecendo, adquirindo 
morfologias características. 
CTHs: são as células precursoras da medula óssea bem raras com alta capacidade de 
autorrenovação e diferenciação (pluripotentes). Tem baixa proliferação e alta capacidade de 
encontrar seu nicho quando deslocada (homing; não é séssil). 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
Formam as células progenitoras multipotentes da linhagem mieloide e linfoide. Essas células 
multipotentes tem maior capacidade de proliferação que as CTH, mas menor autorrenovação. 
A pluripotência refere-se à capacidade de uma única CTH gerar todas as células hematopoiéticas 
maduras. Quando uma CTH se divide, ao menos uma célula-filha deve autorrenovar-se para evitar 
a depleção de células-tronco. Divisões de autorrenovação ocorrem no interior de um nicho 
especializado da medula, na qual as células do estroma e os fatores secretados nutrem e mantêm 
as CTHs. 
Alguns fatores de crescimento atuam sobre os progenitores precocemente comprometidos. Outros, 
como a eritropoietina, o fator estimulante das colônias de macrófagos e granulócitos (GM-CSF), G-
CSF e a trombopoietina, atuam por meio de receptores que só se expressam em progenitores 
multipotentes ou mais diferenciados. 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
 
• ESTÁGIOS DA HEMATOPOIESE 
A hematopoiese ocorre em ondas. 
 1ª onda: saco vitelínico. 
No embrião, ocorre primeiro no saco vitelínico. A função provavelmente está relacionada às 
necessidades do embrião. 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
Até 18º dia de gestação: produção eritro-mielóide no saco vitelínico. 
Após 7ª semana de gestação: não tem mais hematopoiese no saco vitelínico. 
 2ª onda: definitiva (células tronco hematopoiéticas definitivas – CTHs). 
Acontece no mesoderma aorto-gonadal do 30-37 dias de formação do embrião. 
Após cerca de 2 dias do começo dessa 2ª onda, as células precursoras CD34 se localizam no fígado. 
As CTHs colhidas ao nascimento do sangue do cordão umbilical estão sendo cada vez mais 
utilizadas no transplante terapêutico de células-tronco hematopoiéticas. 
No quarto mês do desenvolvimento, 
as CTHs começam a mudar de 
localização novamente, dessa vez 
para a medula óssea. No 
nascimento, a medula ao longo do 
esqueleto é hematopoieticamente 
ativa, enquanto a hematopoiese 
hepática se reduz ao mínimo, 
persistindo apenas em focos 
amplamente espalhados que se 
tornam inativos logo após o 
nascimento. Até a puberdade, a 
medula hematopoieticamente ativa é 
encontrada por todo o esqueleto, mas, 
logo em seguida, torna-se restrita ao 
esqueleto axial. 
A avaliação clínica da hemopoiese se dá principalmente através do exame do sangue periférico 
(hemograma) e do estudo citológico (mielograma, tipo esfregaço) ou histológico (biópsia) da 
medula óssea. 
2. REGULAÇÃO DA HEMATOPOIESE 
A hematopoiese é finamente regulada por: 
 Fatores de transcrição hematopoiéticos: agem no RNAm e ordenam quais proteínas serão 
produzidas, podendo ser fatores de crescimento. 
 Fatores de crescimento e citocinas; 
 Nichos adequados. 
Os fatores de transcrição são fundamentais no processo de diferenciação. O nosso genoma é igual 
em todas as células, mas o que será transcrito varia conforme a especialização da célula. A 
especialização varia conforme os fatores de transcrição do ambiente (nicho). 
Logo no início da hematopoiese há fatores de transcrição fundamentais. Se alguma mutação 
ocorre intraútero (raras), gera doença ao nascimento, pois eles que promovem a diferenciação 
dessas células. Esses fatores induzem a transcrição de genes nas células subsequentes, que 
estimulam produção de linfócitos, neutrófilos, eosinófilos etc. 
Além disso, as células precisam de fatores de crescimento, que regulam a transcrição. Eles são os 
hormônios: regulam a produção de células sanguíneas. Participam de diversos processos como 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
proliferação, diferenciação, maturação e regulação de apoptose. Agem em múltiplos receptores, de 
linhagens distintas. Em alguns casos são linhagem-específicos (eritropoietina, G-CSF). 
Eritropoietina, por ex, tem a capacidade de induzir a proliferação ode células produtoras de hemácias. 
Também inibe apoptose. É um hormônio produzido pelo rim (uma tirosina quinase). 
Quando as células se diferenciam, as próprias células especializadas produzem fatores de 
crescimento, causando um feedback + no nicho de crescimento. 
Na geração das hemácias, os fatores de transcrição atuam nas células mais indiferenciadas, 
enquanto os fatores de crescimento (eritropoietina) atuam nas células mais finais, maduras. Em 
outras linhagens os fatores de crescimento podem atuar desde o início da geração. 
Apesar disso tudo, as células precisam de um nicho hematopoiético para que todo esse processo 
ocorra. Sem ele não há hematopoiese. 
→ Nichos hematopoiéticos: São sítios 
na medula óssea que propiciam e 
regulam a hematopoiese, através de 
sinais moleculares (fatores de 
crescimento), sinais celulares 
(interação com outras células) e sinais 
neurais. 
Hospedam vários tipos de células 
imunológicas maduras, incluindo células 
T e B, células dendríticas, neutrófilos e 
macrófagos. Essas células imunes 
contribuem para o microambiente BM 
('nichoimune') e regulam as células-
tronco hematopoéticas (HSCs) durante o 
estado estacionário e a hematopoiese 
de emergência diretamente pela 
secreção de citocinas promotoras de 
hematopoiese, como IL-3 e GM-CSF. 
As células-tronco hematopoéticas (HSCs) estão localizadas na região perivascular de sinusóides e 
arteríolas em estreita proximidade com as MSC (células tronco mesenquimais) e EC (células 
endoteliais) que regulam a manutenção e diferenciação de HSC por meio de fatores solúveis como 
CXCL12 e angiopoietina-1 ou sinais dependentes de contato celular, como molécula de adesão 
celular vascular -1 (VCAM1). 
Existem pelo menos dois nichos HSC distintos, um endosteal e um vascular. O nicho endosteal 
mantém os HSCs quiescentes e regula sua migração para o nicho vascular, onde ocorre a 
diferenciação de acordo com a demanda do organismo. 
O nicho endotelial (vascular) é formado pelos vasos sinusoides da medula. Eles produzem citocinas 
e proteínas fixadoras que deixam as células hematopoiéticas fixas no nicho para interagirem 
corretamente entre si. 
As células estromais do nicho são importantíssimas, pois produzem citocinas que induzem a 
autorrenovação e diferenciação das células hematopoiéticas. 
O sistema nervoso simpático tem ação nos nichos também. Ramificações simpáticas estão em 
contato direto com as células endoteliais, promovendo a hematopoiese. Então, descargas simpáticas 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
podem interferir sim na hematopoiese. Por exemplo, o estresse (sist. Simpático) pode diminuir a 
hematopoiese, principalmente dos leucócitos, diminuindo a imunidade. 
 
https://www.nature.com/articles/cdd201489 
Os nichos hematopoiéticos também possuem linfócitos T, Treg, linfócitos B e monócitos. Todos 
eles são produzidos pela medula óssea e secretam citocinas e fatores de crescimento importantes 
para a manutenção do nicho (feedback +). Assim, um processo inflamatório intenso que altere essas 
células pode prejudicar a hematopoiese. 
3. MEDULA ÓSSEA NORMAL 
A medula normal é organizada de formas sutis, 
mas relevantes. Por exemplo, os 
megacariócitos normais se situam nas 
proximidades dos sinusoides e estendem 
processos citoplasmáticos que se projetam 
para a corrente sanguínea, produzindo 
plaquetas, enquanto os precursores 
eritroides frequentemente circundam os 
macrófagos (sendo, então, chamados de 
células nutridoras), que, por sua vez, fornecem 
parte do ferro necessário para a síntese de 
hemoglobina. 
Ela contém bastante gordura (tecido adiposo), 
importante no controle das células. Os 
eritrócitos estão dispostos em ilhas, as ilhas da 
série vermelha – localizados. Nessas ilhas que 
os eritroblastos se maturam e perdem o núcleo, 
virando reticulócitos e hemácias. 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
 Componentes da MO 
1. Células progenitoras, totipotentes ou “stem cells” 
São precursores comuns aos elementos hemopoiéticos presentes na medula óssea e que podem 
circular no sangue periférico. Morfologicamente, não podem ser individualizadas, por serem 
semelhantes a linfócitos. 
 
2. Série eritróide 
A produção de elementos precursores desta série (proeritroblastos ou pronormoblastos) se dá 
através do estímulo da eritropoetina, produzida principalmente (90%) em células peritubulares 
renais (também no fígado e outros órgãos), quando ocorre baixa na tensão de O2. 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
As células mais imaturas apresentam alta síntese proteica (hemoglobina), enquanto as mais 
maduras vão adquirindo ferro e, por fim, perdem os núcleos e originam as hemácias. 
Elas têm forma bicôncava, com grande deformabilidade para acesso as porções extremas do 
sistema circulatório. Alta concentração proteica (cheia de hemoglobina no citoplasma). 
O tipo de hemoglobina varia de acordo com a fase da vida: na vida fetal precoce, surgem as 
hemoglobinas embrionárias; na fetal tardia surge a hemoglobina fetal (constituída por 2 cadeias a e 
duas g); aos 3-6 meses de vida ocorre a conversão da hemoglobina para a adulta, HbA, constituída 
por duas cadeias a e duas b. A HbF tem maior afinidade para O2 que a HbA. 
As hemácias sobrevivem cerca de 120 dias na circulação, sendo retiradas pelos macrófagos do 
sistema reticuloendotelial. 
A membrana da hemácia é mais reforçada, pois precisa ter muita elasticidade por conta da 
deformabilidade. Além da bicamada lipídica, tem arcabouço do citoesqueleto que sustenta a 
bicamada e permite os movimentos. São os tetrâmeros de alfa e beta espectrina. Tem proteínas 
transmembrana também, que transporta íons e modifica o ph da hemácia. Abaixo dela tem proteínas 
conectoras chamadas anquirinas, que conecta com o arcabouço citoesqueletico. 
Na superfície dessas proteínas temos diferentes antígenos que se formam que dão origem aos 
grupos sanguíneos do sistema ABO. 
3. Série granulocítica - leucócitos 
Granulócitos são os leucócitos de origem 
mieloide, tem função crítica na resposta imune 
inata. Os elementos mais imaturos 
reconhecíveis desta série são os promielócitos. 
Granulócitos representam 50-70% dos 
leucócitos circulantes em adultos. Medeiam 
resposta inicial a patógenos ou outras 
substancias nocivas ao organismo (necrose, 
queimaduras etc). 
Eles têm uma capacidade enorme de 
locomoção. A migração do sangue para os 
tecidos se faz por diapedese. Muitos ficam 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
marginados no endotélio e outros circulam no sangue. Os afrodescendentes tem maior quantidade 
de moléculas que se ligam ao endotélio. 
Funções: fagocitose de patógenos invasores, degranulação (lisozimas, radicais livres, etc), 
formação de redes extracelulares (NETs) que contribuem para eliminação dos patógenos. 
Os elementos maduros desta série apresentam grânulos primários (lisossomos) que contêm 
peroxidases e hidrolases e grânulos secundários que contêm peroxidase, lisozima, fosfatase alcalina 
e lactoferrina. Os grânulos basófilos contêm ainda histamina e heparina. 
Estímulos externos, como infecção, febre, inflamação, alergia e trauma, agem sobre as citocinas, 
favorecendo a produção de fatores de crescimento. 
Os elementos mais numerosos são os neutrófilos, responsáveis por fagocitose e morte de inúmeros 
elementos infecciosos. Permanecem na circulação sanguínea por cerca de 10 horas. 
 
Os eosinófilos estão associados a processos alérgicos e a infecções parasitárias. 
Os basófilos são os mais raros, importantes nas reações de hipersensibilidade. 
4. Série monocitária 
Os monócitos circulam de 20-40 horas, quando entram nos tecidos e maturam para macrófagos 
teciduais. São os maiores leucócitos circulantes no sangue periférico. Correspondem a 2-5% dos 
leucócitos circulantes. Participam da resposta imune inata e adaptativa. 
O sistema reticuloendotelial corresponde ao conjunto formado por células derivadas de monócitos e 
distribuídas pelo corpo, como as células de Kupffer, macrófagos do baço, pulmão, medula óssea, 
etc. 
Suas funções são: fagocitose de elementos estranhos e restos celulares, apresentação de antígenos 
para células linfóides (células reticulares interdigitantes e foliculares), produção de citocinas, que 
atuam na regulação da hemopoese, inflamação e resposta imune. 
5. Série plaquetária 
Os megacariócitos são células grandes, de núcleos multilobados, cuja proliferação é estimulada 
pela trombopoietina, produzida principalmente no fígado. 
O citoplasma dos megacariócitos se fragmenta e é liberado na circulação, originando as plaquetas, 
importantes no processo de coagulação. Estas circulam por 6-8 dias e são retiradas da circulação 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
pelo sistema reticuloendotelial do baço e pulmão. Sua 
vida média está reduzida durante tromboses, infecções 
e hiperesplenismo. 
A função principal das plaquetas é de hemostasia 
(cascata de coagulação). Também tem função 
importantena imunidade inata, pois expressam 
receptores importantes na regulação da imunidade. 
6. Linfócitos 
São células relacionadas à resposta imune humoral 
(B) e celular (T). São células com função reguladora e 
efetora da resposta imune. A maioria são linfócitos T. 
As células linfóides precursoras maturam para linfócitos 
B na própria medula óssea e as T no timo. Portanto, estes órgãos são considerados órgãos linfóides 
primários. Os linfonodos, polpa branca do baço, tecido linfóide das mucosas e pele são órgãos 
linfóides secundários. 
Os linfócitos apresentam o maior tempo de sobrevivência, sendo que alguns linfócitos de memória 
sobrevivem por muitos anos. 
- Linfócitos T: cerca de 80% dos linfócitos 
circulantes. Envolvidos na imunidade 
mediada por células (contra infecções 
virais, fúngicas etc), tem importante 
papel na regulação da RI. Assumem 
morfologia distinta (linfócitos atípicos ou 
ativados) em resposta a algumas 
infecções virais. 
- Linfócitos B: 10 a 20% dos linfócitos 
circulantes. Principal função relacionada 
à imunidade humoral (anticorpos). 
Ontogenia complexa (características 
heterogêneas), desde o linfócito naive 
(ainda antígeno-inespecífico) até o 
plasmócito (célula produtora de 
anticorpo contra um antígeno 
específico). 
Qualquer mutação pode causar linfoma, mieloma ou leucemia. 
→ Cluster of Differentiation (CD’s) 
São os antígenos de membrana das células linfohematopoiéticas, ou seja, a identificação das 
células. Cada uma das células tem um antígeno na superfície que ganhou um número para 
identificação. 
Esses antígenos de superfície são importantes no diagnóstico e acompanhamento de doenças. Por 
ex, os antígenos CD4 e CD8 dos linfócitos T da Aids, no diagnóstico de linfomas e leucemias, etc. 
Pequena quantidade de células pode ser incubada com anticorpo especifico e analisada em aparelho 
de citometria de fluxo que identifica quantidade de antígeno por célula e quantidade de células com 
antígeno. 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
4. FISIOPATOLOGIA GERAL DAS DOENÇAS HEMATOLÓGICAS 
Saber como funciona a hematopoiese normal é muito importante para entendermos as doenças do 
sangue. A maior preocupação é com as mutações. Elas podem ocorrer em qualquer etapa da 
hematopoiese normal e realmente ocorrem, mas são eliminadas. Caso não sejam, se perpetuam e 
mais mutações aparecem. 
Assim, essas mutações se acumulam e a capacidade da célula de multiplicação fica ilimitada e 
leucêmica. Isso vai se expandindo e criando clones leucêmicos ilimitados. Elas se adaptam aos 
quimioterápicos e aos nichos, ganhando resistência ao tratamento. São diferentes grupos de clones 
com diferentes mutações. 
Muitas doenças alteram a produção das células sanguíneas. A medula é a principal fonte de todas 
as células do sistema imune inato e adaptativo, e responde aos desafios infecciosos ou inflamatórios 
aumentando a produção de granulócitos induzida pelos fatores de crescimento e citocinas. 
Com frequência, tumores de origem hematopoiética são associados às mutações que bloqueiam 
a maturação de células progenitoras ou anulam sua dependência do fator de crescimento. O 
efeito final dessas alterações é uma expansão clonal desregulada dos elementos hematopoiéticos, 
que substituem os progenitores normais da medula e costumam disseminar-se para outros tecidos 
hematopoiéticos. 
Essas alterações (mutações) nas celulas hematopoiéticas podem ser desencadeadas por agressões 
à medula, como por benzeno, cloranfenicol, hepatites, LES, irradiação. Isso causa estímulos para 
ativação dos linfócitos T da MO, que exibem Faz ligante na superfície e fosforila caspases, destruindo 
as células-tronco (CTH). Nesse caso, a MO ficaria com poucas células, bem vazia (anemia aplásica). 
As mutações ocorrem durante toda a nossa vida e aumenta mais com a idade. Em algumas 
displasias iniciais há células alteradas não clonais e com função normal, tudo assintomático, mas 
que podem evoluir para leucemia. Chamamos de mutações pré-leucêmicas (displasia da MO). 
Pode avançar para mielodisplasia de baixo risco. Aqui já tem clones, já tem citopenias 
(neutropenias etc), já tem defeitos da diferenciação células, mas sem expansão das células 
leucêmicas. 
Com o tempo, pode evoluir para mielodisplasia de alto risco para leucemia. Aqui o sistema de 
apoptose celular fica danificado e as células mutantes não morrem, aí os clones defeituosos se 
expandem. 
As causas disso são mutações ou distúrbios epigenéticos que geram desbalanço entre proliferação 
e apoptose. Isso é acumulativo, aumentando os riscos conforme a idade e exposição a estímulos. 
Essas mutações podem ser de mau prognóstico, prognóstico incerto ou bom prognóstico. Elas 
alteram a clivagem e metilação do DNA. 
Inicialmente, há mutações mais benignas, depois mutações sobrepostas e, por fim, malignas. Há 
seleção dos clones doentes. Uma mutação maligna é a da TP53, é mais rara, mas tem pior 
prognóstico. 
Um dos exames para avaliar as mutações é o cariótipo. Bom para ver grandes translocações, 
deleções. Ex. deleções do cromossomo 7 tem alta chance de ter leucemia. 
Mutações que dão tumores: a principal é a mutação das tirosinas quinases, como a BCR-ABL que 
acomete a célula precursora da medula. Nesse caso tudo pode estar alterado. 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
A mutação cMYC/BCL2 é muito danosa 
também, pois aumenta a proliferação e 
diminui a apoptose. O paciente desenvolve 
linfoma. 
RUNX1A, GMCSF: leucemias. 
GATA-1: leucemia de serie vermelha. 
Mutações em fatores de transcrições causam 
leucemias agudas bem graves. 
Mutações em genes eu codificam proteínas 
tirosina quinase causam síndromes 
mieloproliferativas. A célula prolifera e não 
morre. Expansão de todas as células do 
sangue e dos tecidos (crescem todas as 
vísceras). Sangue fica abarrotado de células. 
 
 
 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
 
Acima o modelo de células-tronco leucêmicas (CTL). 
Na hematopoiese normal, raramente as células-tronco hematopoéticas (HSCs) em divisão com 
capacidade ilimitada de autorrenovação (indicada por uma seta circular) dão origem a progenitores 
multipotentes de amplificação transitória (MPPs) que têm apenas capacidade limitada de 
autorrenovação. Elas diferenciam-se ainda mais em relação aos progenitores restritos à linhagem 
oligopotente (LRPs), como progenitores linfóides e mieloides comuns (CLPs, CMPs) e progenitores 
de granulócitos-macrófagos (GMPs) que perderam a capacidade de autorrenovação. 
Os LRPs proliferam intensamente e produzem todos os tipos de células sanguíneas maduras 
necessárias. A formação de uma célula-tronco leucêmica (LSC) na leucemia mielóide pode resultar 
de mutações em células em diferentes estágios da hierarquia hematopoiética. 
a) Em pacientes com LMC em fase crônica, a presença de BCR / ABL1 em todas as linhagens 
sanguíneas sugere que o LSC é derivado de um HSC ou um MPP inicial com potencial de 
diferenciação multi-linhagem (célula de origem HSC). 
BCR / ABL1 é necessário e suficiente para o fenótipo maligno, nenhuma lesão genética 
adicional é necessária para LMC em fase crônica. 
b) Em contraste, em pacientes com crise blástica de CML e AML, LSCs exibiram imunofenótipos 
de LRPs, tais como MPPs iniciadas por linfoides (LMPPs) ou por granulócitos-macrófagos 
(GMPs). 
Isso apoia o conceito de que outras células mais diferenciadas podem dar origem a LSCs 
após a reaquisição da autorrenovação (célula progenitora de origem). 
c) Além disso, a recente demonstração de que alguns LSCs de AML até expressam pequenas 
quantidades de marcadores de linhagem levantou a questão se células hematopoiéticas 
mais diferenciadas também podem servir como células de origem para LSCs. 
d) Em uma fase de doença 'pré-leucêmica', LSCs geneticamente instáveis e auto-renováveis 
se expandem clonalmente, facilitando a aquisição de outras mutações e e) o desenvolvimentode diferentes clones leucêmicos. 
A pré-leucemia é o estágio inicial de qualquer desordem maligna mieloide ou linfoide. E aí aparecem 
mutações que induzem mais mieloides ou linfoides. 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
Tanto a leucemia quanto o linfoma são doenças neoplásicas sistêmicas, pois as células do sangue 
circulam por todo o corpo. Atingem o sistema circulatório muito fácil pois tem muitos vasos ali. 
As células neoplásicas são capazes de liberar na circulação exossomos e DNA livre no plasma. 
Todas as células neoplásicas fazem isso. Esses exossomas tem muitos fatores dentro como 
microRNA etc que fazem atividade pró tumoral alterando as células estromais e aumentando células 
que induzem atividade tumoral; e também aumentam angiogênese para aumentar crescimento 
tumoral. Assim, é uma retroalimentação do tumor. Precisamos parar isso, diminuindo o suprimento 
de sangue (inibição da angiogênese) e estimulando o sistema imunológico para combater as células 
neoplásicas. 
- Perspectivas de tratamento para o futuro: investigar mutações em DNA obtido de plasma utilizando 
plataformas genômicas. É possível que células tumorais pelo alto turnover liberem DNA no plasma. 
Diferenças entre as leucemias e os linfomas: 
Leucemia são as células no sangue (mieloide e linfoide); linfomas as células estão só nos linfonodos. 
Pode ter linfoma leucemizado: células do linfonodo com grande proliferação também na medula 
óssea e circulação no sangue. 
▪ LEUCEMIA AGUDA vs LEUCEMIA CRÔNICA (doenças da medula) 
- Aguda: proliferação de células imaturas, com nucléolo evidente e cromatina frouxa, alto índice 
proliferativo. O quadro clinico é mais agudo (~1mês). 
- Crônica: proliferação de células maduras, sem nucléolo e com cromatina densa, que lembram 
elementos normais maduros. Tem baixo índice proliferativo e o quadro clínico é mais arrastado. 
Exemplos: 
 Leucemia Mieloide Aguda: proliferação de mieloblastos; 
 Leucemia Linfoide Aguda: proliferação de linfoblastos; 
 Leucemia Mieloide Crônica: proliferação de todas as células com predomínio de células 
maduras, como mielócitos, metamielócitos, bastonetes e segmentados; 
 Leucemia Linfoide Crônica: proliferação de linfócitos maduros. 
▪ LINFOMA DE ALTO GRAU vs BAIXO GRAU (doenças dos linfonodos) 
- Baixo grau histológico: células linfoides pequenas; baixo índice mitótico; necrose e apoptose muito 
raras; inclui as características dos “linfomas indolentes”. 
- Alto grau histológico: células medias a grandes; taxa de mitoses alta a altíssima; pode haver 
necrose e apoptose em grau variados; inclui os tipos “agressivos e altamente agressivos”.

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