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Neuroanatomia do Cerebelo

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Neuroanatomia
20/09/21
Marília Lino
Cerebelo
Pertence ao sistema nervoso supra-segmenar,
deriva da parte dorsal do metencéfalo.
Localização:
Órgão que situa-se posterior ao bulbo e a ponte
na fossa posterior do crânio. Separado do lobo
occipital pela tenda do cerebelo (meninge dura-
máter).
Repousa na fossa cerebelar do osso occipital.
Função:
 Responsável pela modulação e regulação da
função motora, coordenando os movimentos,
regulando o equilíbrio e o tônus muscular e
mantendo assim a postura. Responsável
também pelo aprendizado motor. Se há lesão
cerebelar ainda haverá movimento, porém um
movimento sem coordenação.
Os pedúnculos cerebelares fixam o cerebelo ao
Tronco encefálico. São eles:
1 Pedúnculo cerebelar superior:
conectado ao mesencéfalo.
2 Pedúnculo cerebelar médio: conectado
à ponte.
3 Pedúnculo cerebelar inferior:
conectado ao bulbo e a medula. 
 Os pedúnculos são um compacto de fibras
aferentes e eferentes.
 Contribuem para a formação do teto do IV
ventrículo.
 Possui uma parte ímpar mediana chamada
Verme ou Vérmis, que interliga duas grandes
massas laterais.
Suas partes laterais são denominadas como
Hemisférios Cerebelares.
Introdução
Pedúnculos cerebelares
Aspectos Anatômicos Macroscópicos
Os hemisférios apresentam a superfície
percorrida por Sulcos cerebelares que são
predominantes transversais ao cerebelo, que
delimitam lâminas finas chamadas de folhas do
cerebelo. Os sulcos mais profundos que
delimitam os lóbulos cerebelares são as
Fissuras cerebelares.
 A Fissura Póstero-lateral do cerebelo é a
primeira formanda ainda na formação do órgão,
essa divide o Lobo flóculo-nodular, formado
pelo flóculo e pelo nódulo, do corpo do
cerebelo.
 O flóculo fica situado abaixo do local onde o
pedúnculo cerebelar médio penetra no
cerebelo.
 
No corpo do cerebelo há a Fissura Prima, que
separa o lóbulo anterior do lóbulo posterior.
A divisão dos lóbulos do cerebelo não são
baseadas em funções. 
A partir da análise do corte sagital, identifica-se
a localização de cada lóbulo do cerebelo.
As tonsilas são bem evidentes na face inferior
do cerebelo. Em certos casos de hipertensão elas
podem comprimir o bulbo desencadeando
graves consequências.
A divisão funcional do cerebelo baseia-se na
evolução da filogênese do órgão.
Divide-se em três regiões:
 Arquicerebelo ou cerebelo vestibular:
constituído pelo lobo flóculo-nodular e recebe
conexões vestibulares. Desta forma, o cerebelo
recebe impulsos dos canais semicirculares
(localizados na parte vestibular do ouvido
interno) que informam sobre a posição e
permite ao cerebelo coordenar a atividade
muscular, de modo a manter o equilíbrio.
 Paleocerebelo ou espinocerebelo: formado
pelo lobo anterior do cerebelo, além da
pirâmide e úvula do vérmis. Recebe
informações de receptores especiais
denominados fusos neuromusculares e órgãos
neurotendinosos, que originam impulsos
nervosos denominados proprioceptivos, os
quais, após um trajeto pela medula espinhal e
bulbo, chegam ao cerebelo, levando
informações sobre o grau de contração dos
músculos. Essas informações são importantes
para a regulação do tônus muscular axiais,
apendiculares, oculares e da postura, além da
propriocepção inconsciente.
 Neocerebelo ou cerebelo cortical: 
Composto pelos Hemisférios (lateral),
relaciona-se com o controle de movimento em
geral, área que coordena o planejamento de
Divisão cerebelar 
Divisão funcional
movimentos sequenciais e ativação consciente
no movimento.
Córtex cerebelar: parte externa que envolve o
corpo é composto por substância cinzenta.
 Composto por 3 camadas celulares neuronais:
1 Camada molecular: formada
principalmente de fibras de direção
paralela e contém dois tipos de
neurônios:
→ Células estreladas
→ Células em cesto
→ Dendritos de células de Purkinje
2 Camada de Células de Purkinje: camada
média formada por uma fileira das
células mais importantes do cerebelo.
→ Célula de Purkinje: são dotadas de
dendritos que se ramificam na camada
molecular e um axônio longo que sai em
direção oposta terminando nos núcleos
centrais do cerebelo. Exercem ação
inibitória, constituindo as únicas fibras
eferentes do córtex do cerebelo.
3 Camada Granular: camada mais interna,
composta por:
→ Células em Golgi
→Células granulares, são extremamente
numerosas. Possuem vários dendritos,,
mas apenas um axônio que atravessa a
camada de células de Purkinje e ao
chegar a camada molecular se bifurcam
em T, constituindo as fibras paralelas do
córtex cerebelar.
Corpo medular do cerebelo: região do interior
do cerebelo composto de substância branca
rica em fibras mielínicas e núcleos centrais
cinzentos
→ Núcleos Centrais:
 Fastigial: localiza-se próximo ao plano
mediano.
 Globoso
 Emboliforme
 Denteado: maior núcleo central do
cerebelo, localiza-se lateralmente.
Nos núcleos chegam axônios das células de
Purkinje e deles saem fibras eferentes do
cerebelo.
→ Fibras Mielínicas:
• Fibras aferentes ao cerebelo: penetram
pleos pedúnculos cerebelares e se
dirigem ao córtex, onde penetram a
bainha de mielina.
• Fibras formadas pelos axônios das
células de Purkinje: dirigem-se aos
núcleos centrais do cerebelo.
Organização Interna do Cerebelo
As fibras que penetram o cerebelo se dirigem
ao córtex e são de dois tipos:
1 Fibras Trepadeiras: originam-se no
complexo olivar inferior e distribuem-se
a todo o cerebelo.
 São axônios que recebem informações
provenientes do córtex cerebral, da
medula espinhal e do núcleo rubro. 
 Entram no cerebelo pelo pedúnculo
cerebelar inferior-PCI e se projetam
difusamente para todo o córtex,
realizando ação moduladora sobre os
neurônios cerebelares. 
 Recebem esse nome pois enrolam-se
em torno dos dendritos das células de
Purkinje, exercendo uma potente ação
excitatória sobre elas. 
 Acredita-se que tenham função
relacionada com o aprendizado motor.
2 Fibras Musgosas: originam-se
fundamentalmente de três regiões:
núcleos vestibulares, medula espinhal e
núcleos pontinos, e distribuem-se para
áreas específicas do cerebelo.
 Ao adentrar o cerebelo, emitem ramos
colaterais que fazem sinapses excitatórias com
os neurônios do s núcleos centrais.
Essas fibras constituem um circuito cerebelar
básico que permite a ativação de neurônios
dos núcleos centrais. As informações que
chegam ao cerebelo de vários setores do
sistema nervoso agem inicialmente sobre os
neurônios dos NC de onde saem as respostas
eferentes do cerebelo. 
A atividade dos neurônios são moduladas pela
ação inibidora das células de Purkinje. Esse
balanço excitatório e inibitório sobre os NC faz
com funcione de forma normal as eferências do
cerebelo.
A união das células granulares com as células
de Purkinje é modulada por células inibidoras:
Cel. Golgi, cesto e estreladas, que agem a partir
da liberação de Ácido gama-amino-butírico.
Ao cerebelo chegam milhões de fibras nervosas
com diversas informações. Essas serão
processadas pelo órgão que responderá pelo
complexo das vias eferentes. 
 O cerebelo influencia os neurônios motores do
lado ipsilateral. Para isso suas fibras são
homolaterais ou sofrem um cruzamento duplo.
Logo elas vão para o lado oposto da partida e
voltam pelo mesmo lado. 
CONEXÕES CEREBELARES AFERENTES:
Estão relacionadas com a divisão filogenética
do cerebelo. As fibras aferentes possuem
diversas origens:
1. Fibras aferentes de origem vestibular:
chegam ao cerebelo pelo fascículo
vestíbulo-cerebelar, cujas fibras têm
origem nos núcleos vestibulares e se
distribuem principalmente pelo
arquicerebelo e na zona medial. São
essenciais para a manutenção do
equilíbrio e da postura básica.
2. Fibras aferentes de origem medular:
penetram no cerebelo pelospedúnculos
cerebelares superior e inferior e
terminam no paleocerebelo. Tem como
finalidade a propriocepção, assim
avaliam o grau de contração muscular, a
Conexões Intrínsecas do cerebelo
Conexões Extrínsecas do Cerebelo
tensão nas cápsulas articulares e
tendões e a velocidade do movimento
das partes do corpo.
3. Fibras aferentes de origem pontina:
penetram o cerebelo pelo pedúnculo
cerebelar médio e se distribuem pelo
córtex do neocerebelo. Fazem parte da
via córtico-ponto-cerebelar. Guardam
informações sobre o planejamento
motor. 
CONEXÕES CEREBELARES EFERENTES:
Através das conexões eferentes, o cerebelo
influencia sobre o neurônio motores da
medula, não agindo diretamente sobre esses
neurônios, mas através de relés intermediários
situados no TE. As conexões podem ser:
• Conexões eferentes da zona medial: os
axônios das cél. de Purkinje do Verme
(zona medial) fazem sinapses nos
núcleos fastigiais, de onde saem fibras:
◦ Fastigio – vestibulares: fazem
sinapses nos núcleos vestibulares.
Dessas os impulsos nervosos se
projetam sobre os neurônios
motores da medula.
◦ Fastígio – reticulares: terminam na
formação reticular, a partir da qual
os impulsos atingem os neurônios
motores. 
• Conexões eferentes da zona
intermédia: os axônios das cél. De
Purkinje da zona intermédia fazem
sinapses no núcleo interpósito, de onde
saem fibras para o núcleo rubro
(constituindo a via interpósito-rubro-
espinhal) e para o tálamo (constituindo
a via interpósio-tálamo-cortical).
Controlam os músculos distais dos
membros responsáveis pelos
movimentos finos, delicados e
elaborados. 
• Conexões eferentes da Zona lateral: os
axônios das células de Purkinje da zona
lateral do cerebelo fazem sinapses no
núcleo dentado, de onde os impulsos
seguem para o tálamo, do lado oposto e
daí, para as áreas motoras do córtex
cerebral (via dendo – tálamo - cortical),
onde se origina o tracto córtico-espinal.
Através desse, o núcleo denteado
participa da atividade motora, agindo
sobe a musculatura distal, coordenando
o início do movimento.

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