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Classificação Internacional de Funcionalidade - CIF

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Daniele Carneiro – FISIO/UNEB 
 
Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) 
 
● O que é a CIF? 
 
É uma classificação criada no ano de 2001 pela Organização Mundial da 
Saúde (OMS). É uma das classificações da Família de Classificações 
Internacionais. Sua utilização deve ser complementar a CID. Os objetivos principais 
dela é oferecer uma linguagem e modelo padronizado para a descrição da saúde e 
dos estados relacionados à saúde, proporciona uma base científica e fornece um 
esquema de codificação para sistemas de saúde, e também permite uma 
comparação de dados entre países, entre regiões, serviços, devido a sua estrutura. 
A CID, trazendo o diagnóstico e a CIF falando sobre a funcionalidade, 
adquirimos maior conhecimentos sobre as consequências das doenças, trazendo 
assim uma imagem mais ampla e mais significativa da saúde. 
Existem algumas definições que precisam ser explicadas, como: a CIF não é 
uma escala de avaliação, é uma classificação, porém existem ferramentas 
baseadas na CIF; Não é exclusiva para pessoas com doenças ou deficiências; E 
não é exclusiva para área da saúde. Então como funciona a CIF? É uma 
classificação para qualquer pessoa, pois ela classifica a funcionalidade e a 
incapacidade e não as pessoas em si, e pode ser usada em áreas da saúde, mas 
também áreas relacionadas à saúde, como a educação, ela é ampla. 
 
● Linguagem da CIF 
 
Ela proporciona um melhor entendimento da contribuição de cada serviço, como 
também uma melhoria do processo de comunicação interprofissional, pois todos os 
profissionais falam a mesma linguagem e compreendem melhor, facilitando o 
raciocínio clínico, suas escolhas de objetivos e a intervenção. Permite que se 
adeque às condições de atenção às necessidades reais dos pacientes numa visão 
ampla, biopsicossocial, e assim esclarecer os papéis da equipe, como pode ajudar 
mais, qual a sua contribuição, cada um entende melhor a sua função. Alguns 
componentes se encaixam na linguagem e são extremamente importantes para a 
prática clínica. 
Funções do corpo: São as funções fisiológicas dos sistemas orgânicos, incluindo as 
funções psicológicas. 
Exemplos: Força, equilíbrio, coordenação, tônus, mobilidade articular, sensibilidade, 
dor visão, função vestibular, funções mentais, funções cardíacas, respiratórias, 
sexuais, psicológicas… 
Deficiências ou prejuízos: São problemas nas funções ou nas estruturas do corpo 
como um desvio importante ou uma perda. 
Daniele Carneiro – FISIO/UNEB 
 
Estruturas do corpo: São partes anatômicas do corpo como órgãos, membros e 
seus componentes. 
Exemplos: Cérebro, medula, nervo, músculos, ossos, articulações, ombro, joelho, 
quadril, olhos, aparelhos respiratório, cardiovascular, etc. 
Deficiências ou Prejuízos: São problemas nas funções ou nas estruturas do corpo 
como um desvio importante ou uma perda 
 
Atividade: É a execução de uma tarefa ou ação por um indivíduo. 
Exemplos: Andar, comer, beber, lavar-se, vestir-se, pensar, ler, escrever, calcular, 
tomar decisões, resolver problemas, lidar com estresse, falar, discutir, mudar a 
posição do corpo, manter a posição do corpo, dirigir, preparar refeições, cuidar da 
casa, trabalhar, ajudar os outros, iniciar, manter e terminar relacionamento, etc… 
Limitações de atividades: São dificuldades que um indivíduo pode encontrar na 
execução de atividades. 
 
Participação: É o envolvimento em uma situação da vida. 
Exemplos: Os mesmos exemplos de atividades; Trabalhar, estudar, praticar 
esportes, sair com amigos, etc. 
Restrições de participação: São problemas que um indivíduo pode experimentar no 
envolvimento nas situações da vida. 
 
Fatores ambientais: São componentes externos às pessoas que transformam o 
ambiente físico social e de atitudes no qual elas vivem e conduzem suas vidas. 
Exemplos: Produtos, círculos de convívio, instituições, normas sociais, cultura, 
ambiente físico, fatores políticos, natureza. Cadeira de rodas, órteses, medicações, 
ambiente físico, clima, luz, qualidade do ar, ambiente de relacionamentos. 
 
Fatores pessoais: São as características particulares de um indivíduo e suas 
situações de vida. Não estão classificados na cif, não tem códigos para eles mas 
eles são igualmente importantes. 
Exemplos: Gênero, idade, cor, preparo físico, estilo de vida, hábitos, origem social, 
outras condições de saúde, educação, profissão, experiência passada, etc. 
 
● A CIF na prática clínica 
 
Devemos antes esclarecer questões importantes para melhor compreensão 
do assunto. O que seria o diagnóstico fisioterapêutico? Que elementos eu preciso 
considerar para elaborar um diagnóstico? 
O diagnóstico fisioterapêutico é um processo de análise das deficiências e 
incapacidades observadas e mensuradas. (AFREK, 1996). O fisioterapeuta deve 
examinar os pacientes com deficiências, limitações funcionais e incapacidades ou 
Daniele Carneiro – FISIO/UNEB 
 
outras condições relacionadas à saúde, a fim de determinar um diagnóstico, um 
prognóstico e uma intervenção (APTA, 1995). 
FUNCIONALIDADE E INCAPACIDADE: São resultantes da interação entre as 
condições de saúde da pessoa e seu ambiente. Qualquer pessoa pode ter uma 
incapacidade, pois a incapacidade é o resultado de um conjunto de situações e não 
resultado apenas da doença. A CFI é uma ferramenta de organização da descrição 
das experiências de funcionalidade das pessoas. 
 
Na prática clínica, a CIF permite elaborar o diagnóstico cinético funcional, da 
como preconiza a OMS, que é dentro de um conceito da multidirecionalidade. E 
esse conceito é amplo de saúde, não é centrado na doença, então meu diagnóstico 
será feito com base nos fatores ambientais, pessoais, funções, estruturas, 
atividades, participação. 
Ex.: As doenças crônicas são a maior causa de incapacidade no mundo, e é 
importante avaliar sistematicamente a elaboração de indicadores de funcionalidade, 
e a CIF permite isso por ser uma ferramenta apropriada. 
 
● Como aplicar a CIF na Prática Clínica? 
- A CIF é uma ferramenta epidemiológica, que pode ser usada de diversas 
formas: Modelo de orientação da Avaliação Biopsicossocial; Elaboração do 
Plano Terapêutico; Sistema de informação e indicadores de funcionalidades. 
 
 
Raciocínio clínico pautado no modelo biopsicossocial: 
 
1° Avaliação centrada no paciente: As queixas ao nível das atividades de 
participação? (o que consegue fazer, o que não consegue fazer, sente alguma 
dificuldade). Quais problemas você atribui às suas dificuldades? (Por que você acha 
que você tem essas dificuldades, quais são os problemas que você vê que podem 
estar causando isso, as dificuldades). Que fatores pessoais e ambientais 
influenciam na funcionalidade? 
- Interpretar os dados 
- Testar 
- Escolher os instrumentos 
- Função e estrutura 
- Atividade e participação 
- Traçar objetivos e planos terapêuticos (centrado no paciente e família) 
 
A CIF é uma estrutura conceitual que permite um olhar para todos os aspectos da 
funcionalidade, ela permite uma melhor intervenção.

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