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Biologia, 12º ano Professora Fernanda Silva Contraceção Definição A contraceção consiste na prevenção voluntária da gravidez. Um método contracetivo pode agir de três formas: • Modificando o normal funcionamento das gónadas, evitando a gametogénese; • Impossibilitando o encontro entre o espermatozoide e o oócito II e, consequentemente, a fecundação; • Impedindo a nidação do embrião. Coito interrompido (Coitus interruptus) Definição e Modo de ação Consiste em retirar completamente o pénis da vagina, antes da ejaculação. A ejaculação ocorre no exterior da vagina e, de preferência, à distância da vulva. Como o sémen não é depositado na vagina, a fecundação não ocorre. Coito interrompido Modo de uso Antes do coito, o homem deve urinar e secar a ponta do pénis para remover os espermatozoides que tenham ficado na uretra aquando de uma ejaculação anterior. Quando sente a “inevitabilidade ejaculatória”, o homem deve retirar o pénis do interior da vagina da sua parceira. A ejaculação deve ocorrer no exterior e, de preferência, à distância da vulva. Coito interrompido Vantagens Método sempre disponível. Atua imediatamente. Não implica despesas. Pode ser usado em situações inesperadas, quando não está disponível outro método. Livre da interferência de profissionais de saúde. Não tem efeitos secundários nem riscos para a saúde. Coito interrompido Desvantagens Método pouco eficaz porque a secreção lubrificante, libertada antes da ejaculação, pode conter espermatozoides. Exige um grande autodomínio por parte do homem, pelo que não é aconselhável para casais jovens. Exige retenção constante da ejaculação o que, para alguns homens, pode gerar tensão ou ansiedade. Muitas vezes, não dá tempo para que a mulher atinja o orgasmo. Não protege contra as infeções de transmisão sexual (IST). É muitas vezes responsável por um sentimento de frustração nos dois parceiros. Métodos de abstinência periódica ou naturais Definição e modo de ação Métodos que se baseiam na determinação do período fértil da mulher e na abstinência de relações sexuais durante esse período. Impedem o encontro dos gâmetas e, consequentemente, a fecundação. Métodos de abstinência periódica ou naturais Tipos de métodos naturais Método do calendário ou do ritmo Método da temperatura basal Método do muco cervical Método do calendário ou do ritmo (de Ogino-Knauss) Definição Este método calcula o período fértil da mulher, pela contagem dos dias de duração dos ciclos menstruais, durante 6 meses. Método do calendário ou do ritmo (de Ogino-Knauss) Modo de uso Marcar, num calendário, o 1.º dia de menstruação (1.º dia do ciclo menstrual) durante, pelo menos, 6 meses. Contar o número do dias de cada ciclo menstrual, ou seja, quantos dias se decorrem entre o 1.º dia de uma menstruação e o 1.º dia da menstruação seguinte. Para obter o primeiro dia do período fértil, subtrair 18 ao número de dias do ciclo mais curto. Para obter o último dia do período fértil, subtrair 11 ao número de dias do ciclo mais longo. Abster-se de ter relações sexuais durante o período fértil. Ciclo mais curto: 28 dias Ciclo mais longo: 32 dias 1º dia: 28-18=10º dia Último dia: 32-11=21º dia Período fértil: do 10º ao 21º dia do ciclo Situação A – Mulher com um ciclo regular de 28 dias: 1.º dia fértil: 28 – 18 = 10 último dia fértil: 28 – 11 = 17 O período fértil desta mulher, durante o qual se deve abster de ter relações sexuais, tem início no 10.º dia e termina no 17.º dia após o início da menstruação. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 Menstruação (infértil) Dias inférteis Dias férteis Método do calendário ou do ritmo (de Ogino-Knauss) Método do calendário ou do ritmo (de Ogino-Knauss) Situação B – Mulher com ciclos menstruais entre 25 e 30 dias 1º dia fértil: 25 – 18 = 7 último dia fértil: 30 – 11 = 19 O período fértil desta mulher, durante o qual se deve abster de ter relações sexuais, tem início no 7.º dia e termina no 19.º dia após o início da menstruação. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 Menstruação (infértil) Dias inférteis Dias férteis Método do calendário ou do ritmo (de Ogino-Knauss) Ciclo mais curto 1º dia do período fértil Ciclo mais longo Último dia do período fértil 21 dias -18 = 3.º dia 21 dias - 11 = 10.º dia 22 dias - 18 = 4.º dia 22 dias - 11 = 11.º dia 23 dias - 18 = 5.º dia 23 dias - 11 = 12.º dia 24 dias - 18 = 6.º dia 24 dias - 11 = 13.º dia 25 dias - 18 = 7.º dia 25 dias - 11 = 14.º dia 26 dias - 18 = 8.º dia 26 dias - 11 = 15.º dia 27 dias - 18 = 9.º dia 27 dias - 11 = 16.º dia 28 dias - 18 = 10.º dia 28 dias - 11 = 17.º dia 29 dias - 18 = 11.º dia 29 dias - 11 = 18.º dia 30 dias - 18 = 12.º dia 30 dias - 11 = 19.º dia 31 dias - 18 = 13.º dia 31 dias - 11 = 20.º dia 32 dias - 18 = 14.º dia 32 dias - 11 = 21.º dia 33 dias - 18 = 15.º dia 33 dias - 11 = 22.º dia Quanto mais irregulares forem os seus ciclos menstruais, maior será a duração do período em que a mulher se deve abster de ter relações sexuais. Método do calendário ou do ritmo (de Ogino-Knauss) Vantagens Não tem efeitos secundários nem riscos para a saúde. Não cria problemas éticos nem religiosos. Economicamente barato. Livre da interferência de profissionais de saúde. É imediatamente reversível. Duração ilimitada. Permite um melhor conhecimento do ciclo menstrual da mulher e do sistema reprodutor. Método do calendário ou do ritmo (de Ogino-Knauss) Desvantagens Método pouco eficaz, sobretudo no caso da mulher ter ciclos irregulares. Exige treino para que possa ser corretamente usado. Exige disciplina, uma vez que a mulher terá de fazer registos do seu ciclo menstrual durante 6 meses. Exige um longo período de abstinência. Não protege contra as IST. Não deve ser utilizado durante a adolescência e a amamentação, uma vez que os ciclos menstruais são irregulares. Método do calendário ou do ritmo (de Ogino-Knauss) Exercício 1 No calendário abaixo, estão assinalados, a vermelho, os dias dos 6 primeiros meses do ano de 2016, em que uma mulher teve o período menstrual. 1. Complete o quadro, indicando o número de dias de duração de cada um dos 6 ciclos menstruais desta mulher. Mês Duração Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Método do calendário ou do ritmo (de Ogino-Knauss) Exercício 1 2. Determine o período fértil desta mulher, de acordo com o método do calendário de Ogino-Knauss, apresentando todos os cálculos e raciocínios efetuados. Assinale, com um X, no calendário do mês de julho, os dias em que a mulher se deve abster de ter relações sexuais, de acordo com o método de Ogino-Knauss. Método do calendário ou do ritmo (de Ogino-Knauss) Exercício (correção) 2. Duração do ciclo mais curto: 23 dias Duração do ciclo mais longo: 30 dias 1.º dia do período fértil: 23 – 18 = 5.º dia Último dia do período fértil: 30 – 11 = 19.º dia O período fértil decorre entre o 5.º e o 19.º dia do ciclo. Mês Duração Janeiro 30 Fevereiro 29 Março 24 Abril 29 Maio 27 Junho 23 1. 3. 2. Duração do ciclo mais curto: 23 dias Duração do ciclo mais longo: 30 dias 1.º dia do período fértil: 23 – 18 = 5.º dia Último dia do período fértil: 30 – 11 = 19.º dia O período fértil decorre entre o 5.º e o 19.º dia do ciclo. 1.º dia do ciclo Método do calendário ou do ritmo (de Ogino-Knauss) Exercício 2 Uma mulher que usa o método do calendário, de Ogino-Knaus, como único método contracetivo, assinalou o 1.º dia de menstruação nos calendários dos meses de maio, junho e julho de 2018. A duração dos ciclos menstruais, nos meses anteriores, encontra-se registada no quadro. 1. Complete o quadro, indicando o número de dias de duração dos ciclos com início nos meses de maio e junho.Mês Duração janeiro 28 fevereiro 27 março 26 abril 28 maio junho 2. Assinale, no calendário do mês de julho, os dias em que esta mulher deve abster-se de ter relações sexuais, de acordo com o método de Ogino-Knauss. Método do calendário ou do ritmo (de Ogino-Knauss) Exercício 2 (correção) Mês Duração janeiro 28 fevereiro 27 março 26 abril 28 maio 26 junho 27 2. Duração do ciclo mais curto: 26 dias Duração do ciclo mais longo: 28 dias 1.º dia do período fértil: 26 – 18 = 8.ºdia último dia do período fértil: 28 – 11 = 17.º dia O período fértil decorre entre o 8.º e o 17.º dia do ciclo. 1. Método da temperatura basal corporal (TBC) Definição É um método que identifica o período de ovulação da mulher, ou seja, o seu período fértil, através da medição da sua temperatura basal corporal durante o ciclo menstrual. Método da temperatura basal corporal (TBC) Curva de TBC Este método baseia-se nas alterações cíclicas da temperatura basal corporal (TBC) causadas pelas alterações hormonais que se verificam durante o ciclo ovárico. Curva normal de TBC Método da temperatura basal (TBC) Curva de TBC Entre o 1º dia de menstruação e o 14º dia, coincidindo com a fase folicular do ciclo ovárico, a temperatura do corpo mantém-se baixa, entre 36ºC e 36,5ºC, aproximadamente. No dia do pico de LH, quando a secreção de estrogénios começa a diminuir, ocorre uma ligeira descida da temperatura. Sob a influência da progesterona segregada pelo corpo amarelo, a temperatura sobe 0,2º – 0,6ºC a seguir à ovulação – diferença térmica. A temperatura mantém-se nos 37º - 37,2ºC – patamar térmico – durante 12 a 14 dias. Verifica-se nova descida da temperatura com a chegada da menstruação seguinte. Se a mulher engravidar, o patamar térmico prolonga-se e a temperatura não desce. Método da temperatura basal (TBC) Modo de uso Medir a temperatura imediatamente após acordar, antes de sair a cama ou de fazer qualquer coisa como tomar uma bebida quente ou fria. Se a mulher trabalhar à noite, medir a temperatura durante o dia ou à tarde, depois de repousar, pelo menos 3 horas. Medir a temperatura sempre à mesma hora do dia durante um ciclo menstrual. Usar o mesmo termómetro, que deve ser eletrónico ou ter uma escala de mercúrio de alta definição. Usar sempre o mesmo local, durante o tempo necessário: debaixo da língua, durante 5 mn; na vagina ou no reto, durante 3 mn. Anotar diariamente as temperaturas e traçar um gráfico. Anotar tudo o que possa afetar a TBC no dia do ciclo menstrual em que ocorra (ex. febre). Método da temperatura basal (TBC) Fatores que afetam a TBC Doença. Uma noite com perturbações no sono. Alteração na temperatura ambiente. Stresse emocional. Ingestão de álcool. Método da temperatura basal (TBC) Interpretação do gráfico de TBC Pode admitir-se que a ovulação ocorreu quando se registam 3 temperaturas consecutivas mais elevadas (entre 0,2 e 0,4ºC ou mais) do que as 6 anteriores (regra “3 sobre 6”). Atenção! Devem ser ignoradas as temperaturas dos primeiros 4 dias do ciclo e quaisquer outras temperaturas aumentadas devido a febre ou outra perturbação acidental. Método da temperatura basal (TBC) Interpretação do gráfico A fase infértil ou período de segurança do ciclo menstrual começa quando se registam 3 temperatura consecutivas mais elevadas do que as 6 consecutivas anteriores (regra “3 sobre 6”). Método da temperatura basal (TBC) Timing das relações sexuais Não se pode ter relações sexuais desde o início do ciclo menstrual (1.º dia de menstruação) até à noite do 3.º dia das temperaturas diárias consecutivas que estão acima do nível das seis anteriores. É seguro ter relações sexuais desde o início do período de segurança até ao início da menstruação seguinte. Método da temperatura basal (TBC) Identificação da ovulação Método da temperatura basal (TBC) Identificação da ovulação Método da temperatura basal (TBC) Identificação da ovulação Método da temperatura basal (TBC) Identificação da ovulação Método da temperatura basal (TBC) Identificação da ovulação Método da temperatura basal (TBC) Identificação da ovulação Vantagens Não tem efeitos secundários nem riscos para a saúde. Não cria problemas éticos nem religiosos. Economicamente barato. Livre da interferência de profissionais de saúde. É imediatamente reversível. Duração ilimitada. Permite um melhor conhecimento do ciclo menstrual da mulher e do sistema reprodutor. Método da temperatura basal (TBC) Desvantagens Exige treino para que possa ser corretamente usado. Obriga a uma grande autodisciplina, no momento do despertar, incluindo nos dias do fim de semana. Exige medições rigorosas e registos diários. Só em 60-62% das curvas de TBC, se consegue determinar a data da ovulação. Nos restantes casos, a curva de temperatura é ininterpretável. Doenças infeciosas que causam febre (constipação, gripe, etc.) falseiam a curva de TBC. Exige um longo período de abstinência. Não protege contra as IST. Método da temperatura basal (TBC) Exercício Método da temperatura basal (TBC) 1. Em que data ocorreu a ovulação? 2. Qual a causa da descida da TBC registada no 16.º dia do ciclo? 3. Qual a causa das temperaturas registadas entre os dias 8 e 15 de novembro? 4. Em que período é que a mulher pode ter relações sexuais sem risco de engravidar? Exercício (correção) Método da temperatura basal (TBC) 1. Em que data ocorreu a ovulação? 7 de novembro 2. Qual a causa da descida da TBC registada no 16.º dia do ciclo? o pico de LH 3. Qual a causa das temperaturas registadas entre os dias 8 e 15 de novembro? A progesterona libertada pelo corpo amarelo. 1. Em que período é que a mulher pode ter relações sexuais sem risco de engravidar? A partir da manhã do dia 11 de novembro até ao final dia 17 do mesmo mês. Método do muco cervical (de Billings) Definição Consiste na observação e na interpretação das alterações cíclicas no muco cervical para determinar o período fértil. As características do muco variam durante o ciclo menstrual em função das alterações cíclicas da secreção das hormonas ováricas: estrogénios e progesterona. Método do muco cervical (de Billings) Método do muco cervical (de Billings) Muco infértil (período pré-ovulatório) Escasso; Espesso; Pegajoso; Turvo, com cor branca ou amarela; Grumoso. Quebra quando estendido entre polegar e indicador. Confere uma sensação de secura ou de viscosidade na vulva. Resulta dos baixos níveis de estrogénios. Método do muco cervical (de Billings) Muco de transição (possivelmente fértil) Resulta do aumento dos níveis de estrogénios. Cremoso; Turvo; Estica ligeiramente entre o polegar e o indicador (até cerca de 3 cm); Aumenta a sensação de humidade na vulva. Método do muco cervical (de Billings) Muco fértil (período ovulatório) Surge 5 dias antes da ovulação Mais abundante; Mais fino e aquoso; Escorregadio; Turvo; Elástico: estica entre polegar e indicador; Aumenta a sensação de humidade e lubrificação na vulva. Método do muco cervical (de Billings) Muco altamente fértil Resulta do pico de estrogénios. Muito abundante. Fino, aquoso, transparente, escorregadio e elástico, semelhante a clara de ovo crua. Confere a sensação de humidade e de lubrificação na vulva. Pode ser estendido a uma distância de 15-20 cm. Quando seco sobre uma lâmina, forma um padrão em folha de feto. Ocorre 3 dias antes da ovulação. Nutre os espermatozoides porque contém frutose e facilita a sua passagem através do cérvix. Muco infértil Resulta da ação da progesterona segregada pelo corpo amarelo. Muito escasso; Espesso; Pegajoso; Turvo, com cor branca ou amarela; Quebradiço; Confere uma sensação de secura ou de viscosidade na vulva. Forma um tampão no colo do útero, que funciona como uma barreira impenetrávelaos espermatozoides e microrganismos. Método do muco cervical (de Billings) Características do muco cervical ao longo do ciclo menstrual Método do muco cervical (Billings) Método do muco cervical (de Billings) Modo de uso Fazer as observações pelo menos duas vezes ao dia, sendo a primeira verificação de manhã e a última à noite. Registar a sensação de secura e de humidade na entrada da vulva. Recolher muco na vagina com papel higiénico, um lenço de papel ou com dois dedos. Verificar se a cor é branca, opaca ou transparente, e se, é fino e escorregadio ou espesso e viscoso. Verificar a elasticidade abrindo o papel ou os dedos em que o muco foi recolhido. Método do muco cervical (de Billings) Modo de uso Registar as observações todas as noites, numa tabela. Assinalar o último dia do muco fino, abundante e elástico, tipo clara de ovo, que é o dia do pico do muco, e os três dias seguintes como dias 1, 2 e 3. Método do muco cervical (de Billings) Modo de uso É seguro ter relações sexuais: • Imediatamente a seguir à menstruação até aparecer o primeiro sinal de muco cervical. • A partir do 4.º dia depois do dia do pico do muco e até começar a menstruação seguinte. Devem evitar-se as relações sexuais: • Desde o 1.º dia em que se observa o muco cervical, depois da menstruação, até ao fim do 3.º dia após o dia do pico do muco. • Sempre que haja dúvidas sobre o padrão do muco. Método do muco cervical (de Billings) Modo de uso Método do muco cervical (de Billings) Fatores que afetam o padrão o muco cervical Infeção vaginal ou do colo do útero Secreções vaginais provocadas por estimulação sexual. Medicamentos usados para tratar constipações ou sinusite, que podem também secar o muco cervical. Stresse físico ou emocional. Amamentação. Vantagens Não tem efeitos secundários nem riscos para a saúde. Não cria problemas éticos nem religiosos. Economicamente barato. É imediatamente reversível. Duração ilimitada. Permite um melhor conhecimento do ciclo menstrual da mulher e do sistema reprodutor. Aplicável em qualquer tipo de ciclo. Utilizável em praticamente qualquer etapa da vida da mulher. Fácil de aprender. Método do muco cervical (de Billings) Desvantagens Exige treino e perícia para conhecer as variações do muco. O treino tem de ser ministrado por pessoal especializado. Depende da subjectividade de quem o utiliza. É necessária autodisciplina para que se efectuem avaliações diárias do muco e se façam registos rigorosos das observações efectuadas. Em determinadas mulheres, a exploração vulvovaginal pode provocar um certo mal-estar devido ao contacto com as suas secreções. Taxa de insucesso muito alta se não for feita uma aprendizagem correta da técnica. Exige um longo período de abstinência. Não protege contra as IST. Método do muco cervical (de Billings) Exercício Faça corresponder, a cada uma das característica, o tipo de muco cervical a que dizem respeito, da coluna 2. Método do muco cervical (de Billings) Características Tipo de muco cervical 1. Rico em nutrientes, como a frutose. 2. Cor branca ou amarela. 3. Pode ser estendido até 20 cm. 4. Forma um padrão em forma de folha de feto quando seco sobre uma lâmina. 5. Quebra quando estendido entre polegar e indicador. 6. Resulta de altos níveis de estrogénios. 7. Forma um tampão no colo do útero. 8. Tem o aspeto de clara de ovo crua. 9. Surge durante a fase luteínica do ciclo ovárico. 10. É espesso e viscoso. 11. Resulta da ação da progesterona. 12. Fino, aquoso e escorregadio. 13. Confere a sensação de humidade e lubrificação na vulva. 14. É impenetrável pelos espermatozoides. A. Muco infértil B. Muco fértil Definição Método que combina várias técnicas de abstinência periódica: método do calendário, método da TBC e método do muco cervical. O início do período fértil é identificado pelo método do muco cervical. O final do período fértil determina-se usando os métodos da TBC e/ou do muco cervical. Método Sintotérmico (MST) Método mais preciso na identificação da fase fértil do ciclo menstrual, diminuindo o número de dias de abstinência. Definição e Modo de ação Os métodos de barreira consistem em: • Dispositivos mecânicos que, aplicados no aparelho reprodutor masculino ou feminino, bloqueiam o acesso dos espermatozoides ao canal cervical. • Substâncias químicas que, aplicadas na vagina, provocam danos irreversíveis nos espermatozoides, bloqueando a sua progressão através do canal cervical. Atuam impedindo o encontro dos gâmetas e, consequentemente, a fecundação. Métodos de barreira Tipos de métodos de barreira Métodos de barreira Preservativo masculino Preservativo feminino Diafragma Espermicidas Definição Preservativo masculino Tubo de látex ou, mais raramente, de poliuretano ou poliisopreno, muito fino mas muito resistente. Na extremidade fechada possui um reservatório que recebe o sémen durante a ejaculação. É desenrolado sobre o pénis ereto antes do coito. Pode ser lubrificado e, em alguns casos, tratado com o espermicida nonoxynol-9 . Fornecidos gratuitamente nas Consultas de Planeamento Familiar do SNS Tipo de preservativos Preservativo masculino Os preservativos podem ter diferentes espessuras, cores e, alguns, texturas, sabores ou extremidades especiais. Modo de ação Preservativo masculino Impede o sémen de penetrar na vagina durante a ejaculação, prevenindo, assim, a fecundação. Evita que os microrganismos causadores das IST passem de um parceiro para o outro. Modo de uso Preservativo masculino Verificar sempre a data de validade; o látex deteriora-se com o passar do tempo (5 anos nos climas temperados). Abrir a embalagem com cuidado para não danificar o preservativo. Não usar os dentes, faca tesoura ou outro utensílio cortante ao abrir a embalagem. Manusear o preservativo com cuidado para não o danificar. Modo de uso Preservativo masculino Apertar a extremidade fechada entre o polegar e o indicador para forçar o ar a sair. O ar que aí ficar retido pode provocar o rebentamento do preservativo durante o coito. Mantendo a extremidade apertada, colocar o preservativo sobre a glande do pénis, que deve estar ereto. Modo de uso Preservativo masculino Com a outra mão, desenrolar lentamente o preservativo sobre o pénis. Esticar o preservativo mesmo até abaixo, de modo a cobrir a totalidade do pénis. Usar sempre um lubrificante ou gel à base de água. Os produtos à base de óleo (vaselina, qualquer tipo de óleo ou gordura sólida, loções bronzeadoras, cremes para o rosto, etc.) podem danificar o látex. Modo de uso Preservativo masculino Assegurar-se de que o preservativo está na posição correta antes de iniciar a penetração. Modo de uso Preservativo masculino Após a ejaculação, retirar imediatamente o pénis da vagina, enquanto ainda está ereto, apertando a base do preservativo. Modo de uso Preservativo masculino Remover o preservativo com cuidado, para não deixar sair o sémen. Modo de uso Preservativo masculino Antes de deitar fora o preservativo, verificar se está rasgado. Nesse caso, recorrer à contraceção de emergência. Embrulhar o preservativo usado em papel e deitá-lo no lixo. Depois de retirado o preservativo, não manter qualquer contacto genital com a parceira antes de voltar a colocar um novo preservativo. Usar cada preservativo uma só vez. Remover um preservativo preso na vagina Preservativo masculino Quando o preservativo se solta ou se rompe durante o ato sexual, deve ser usada contraceção de emergência e realizados testes de diagnóstico de IST. Vantagens Preservativo masculino É o único método que, para além de evitar a gravidez, protege contra as IST, incluindo o VIH/SIDA, quando usado durante o sexo vaginal, oral e anal. Eficácia imediata. Não tem efeitos secundários nemriscos para a saúde. É barato e de fácil acesso. Dispensa prescrição ou avaliação médica. Pode contribuir para minorar situações de ejaculação precoce. Desvantagens Preservativo masculino O látex, o lubrificante ou o espermicida podem provocar reações alérgicas. Requer contínua motivação por parte do utilizador e uso em todas as relações sexuais. O seu uso exige planeamento prévio. Definição Preservativo feminino (fc2) Tubo de poliuretado pré-lubrificado, mais grosso que o preservativo masculino, com 15 cm de comprimento e 7 cm de diâmetro, com dois anéis flexíveis, um em cada extremidade. Destina-se a forrar o interior da vagina. Fornecidos gratuitamente nas Consultas de Planeamento familiar do SNS Modo de ação Preservativo feminino Impede o sémen de penetrar na vagina durante a ejaculação, prevenindo, assim, a fecundação. Evita que os microrganismos causadores das IST passem de um parceiro para o outro. Modo de uso Preservativo feminino Usar um preservativo novo em cada relação sexual. O preservativo pode ser inserido até 8 horas antes do coito. Lavar as mãos com água e sabão. Verificar a data de validade da embalagem. Friccionar a embalagem com as mãos para espalhar o lubrificante. Abrir a embalagem e tirar o preservativo com cuidado. Não usar objetos cortantes. Modo de uso Preservativo feminino O anel externo cobre a área em torno da abertura da vagina. O anel interno (do lado fechado) é usado para inserir o preservativo na vagina e ajuda a mantê-lo na posição correta durante o ato sexual. Modo de uso Preservativo feminino Colocar o preservativo na vagina na posição que achar mais confortável: sentada, em pé com uma das pernas apoiada, de cócoras ou deitada de costas com as pernas dobradas. Modo de uso Segurar o preservativo com a extremidade aberta voltada para baixo. Usar o polegar e o dedo médio para comprimir o anel do lado fechado de forma a torná-lo uma oval estreita. Preservativo feminino Modo de uso Preservativo feminino Com a outra mão, afastar os lábios da vulva. Sem diminuir a pressão dos dedos, inserir o anel e o preservativo na vagina. Usar um dedo (indicador ou médio) para empurrar o anel o mais profundamente possível na vagina. Modo de uso Preservativo feminino Inserir um dedo por dentro do preservativo até tocar a parte de baixo do anel interno. Empurrar o anel para trás do púbis. Assegurar-se de que o anel externo e parte do preservativo estão fora da vagina e sobre a vulva. Modo de uso O preservativo está pronto a ser utilizado Preservativo feminino Guiar o pénis para o interior do preservativo. Modo de uso Depois da retirada do pénis, torcer o anel externo e puxar delicadamente o preservativo para fora. Embrulhar o preservativo em papel e deitá-lo no lixo. Preservativo feminino Vantagens Para além de evitar a gravidez, protege contra as IST. É mais resistente do que o preservativo masculino. Eficácia imediata. Não tem efeitos secundários nem riscos para a saúde. Não interfere com o coito (pode ser colocado até 8 h antes). Dispensa prescrição ou avaliação médica. Pode ser usado como apoio a outros métodos. Pode ser usado durante a amamentação. Preservativo feminino Desvantagens Dificuldade de utilização. Requer contínua motivação por parte da utilizadora e uso em todas as relações sexuais. Preservativo feminino Definição Preservativo feminino (outras versões) Preservativos de látex natural. Pré-lubrificados com óleo de silicone. Aro na extremidade aberta, de forma triangular (Va wow) ou ostogonal (Cupid). Esponja de poliuretano na extremidade fechada, que facilita a inserção e prende o preservativo no interior da vagina. Preservativo Va wow Preservativo Cupid Definição Diafragma Membrana de látex ou silicone, macia, em forma de cúpula, com um rebordo flexível que se ajusta ao colo do útero. Para aumentar a eficácia, usa-se com espermicida. Pode ser inserido com antecedência em relação ao coito. Não existe em Portugal. Definição Diafragma Alguns modelos de diafragma estão disponíveis em vários tamanhos, sendo necessário consultar o ginecologista para determinar o tamanho correto. Outros modelos de diafragma estão disponíveis num único tamanho padrão. Diafragma Caya®, disponível num único tamanho padrão. Diafragma, disponível em vários tamanhos. Modo de ação Diafragma Permite que os espermatozoides penetrem na vagina, mas impede-os de passar através do colo do útero. Deste modo, impede a fecundação. Definição Diafragma Caya® Diafragma de silicone com um único tamanho padrão (75 mm de altura e 67 mm de largura). Usa-se com gel espermicida da mesma marca. Reutilizável, com duração de máxima de 2 anos. Modo de uso do diafragma Caya® Diafragma Colocar o diafragma imediatamente antes do coito ou até 2 h antes. Lavar as mãos antes da inserção. Com os dedos apoiados nos pontos salientes do rebordo, pressionar para criar uma prega no meio do diafragma. Aplicar gel espermicida sobre a membrana, em cada um dos lados da prega. Aplicar também um pouco de gel no rebordo para facilitar a inserção na vagina Modo de uso do diafragma Caya® Diafragma Assumir a posição mais confortável para a inserção do diafragma: sentada, em pé com uma perna apoiada, de cócoras ou deitada de costas com as pernas dobradas. Segurar o diafragma com uma mão, apoiar os dedos polegar e indicador nos pontos salientes e pressionar. A seta deve apontar na direção do corpo. Modo de uso do diafragma Caya® Diafragma Com a mão livre, abrir os lábios da vulva, introduzir o diafragma, empurrar ao longo da parede posterior da vagina, até que o colo do útero fique posicionado no interior da cúpula. Verificar se o diafragma está na posição correta, inserindo um dedo até ao fundo da vagina. Deve poder sentir a forma redonda e firme do colo do útero através da membrana de silicone (parece a ponta do nariz). Modo de uso do diafragma Caya® Diafragma Manter o diafragma no lugar pelo menos 6 horas após a última relação sexual. O diafragma não deve permanecer na vagina mais do que 24 horas seguidas, pois existe o perigo de se desenvolverem bactérias que podem causar o síndrome de choque tóxico (SCT). Em caso de relações sexuais repetidas, renovar o espermicida, usando um aplicador especial, sem retirar o diafragma. Modo de uso do diafragma Caya® Diafragma Para remover o diafragma, inserir um dedo na vagina e depois no interior da depressão localizada na parte anterior e puxá-lo para fora. Lavar o diafragma com sabão neutro e água morna e deixá-lo secar completamente antes de voltar a colocá-lo na sua caixa. Vantagens Diafragma Não apresenta efeitos secundários e comporta poucos riscos para a saúde. Não interfere com o coito (pode ser discretamente inserido horas antes). Imediatamente eficaz e reversível. Não interfere com a amamentação. Geralmente não é sentido por ambos os parceiros. Diminui o risco de cancro invasivo do colo do útero. Desvantagens Diafragma Em alguns modelos é necessário um exame ginecológico para determinar o tamanho correto. Algumas mulheres podem ter dificuldades em inseri- lo. Pode deslocar-se durante o coito (certas posições sexuais, tamanho do pénis…) Pode causar reações alérgicas (modelos de látex ou o espermicida). Requer motivação constante e uso em todas as relações sexuais. Pode causar síndrome de choque tóxico se for mantido na vagina mais tempo do que o recomendado. Definição Espermicidas Produtos químicos que se colocam na vagina antes do coito, e que tornam inativos e matam os espermatozoides. A maioria contém nonoxinol-9. Podem utilizar-se isoladamente ou em conjunto com outros métodos de barreira. Modo de ação Espermicidas O nonoxinol-9 destrói a membrana celular, causando a saída doscomponentes celulares. Isto diminui a mobilidade dos espermatozoides e acaba por os matar. Métodos espermicidas Espermicidas Os espermicidas podem apresentar-se sob a forma de creme, espuma, gel, óvulos, supositórios vaginais, comprimidos vaginais efervescentes ou esponjas. Nem todos os métodos estão disponíveis em Portugal. Creme ou gel com aplicador Espuma com aplicador Óvulos, supositórios e comprimidos vaginais Esponjas Modo de uso (regras gerais) Espermicidas Lavar as mãos antes de aplicar o espermicida. Colocar o espermicida profundamente na vagina para que o colo do útero seja completamente coberto. Os produtos com nonoxinol-9 conferem proteção durante 1-2 horas. Renovar o espermicida em caso de relações sexuais repetidas durante o tempo de ação. Manter o espermicida na vagina, pelo menos 6-8 horas após a última relação sexual. Lavar o aplicador (se houver) com água morna e sabão, deixar secar e guardar. Guardar o espermicida num local limpo, fresco e escuro. Modo de uso do gel e creme espermicida Espermicidas O gel e o creme espermicida vêm com um aplicador, no caso de se querer introduzi-los diretamente na vagina. Enche-se completamente o aplicador e insere-se na vagina até que a sua ponta toca ou fica próxima do colo do útero. Pressiona-se o êmbolo até libertar todo o produto. A proteção é imediata. Modo de uso das espumas espermicidas Espermicidas As espumas espermicidas apresentam-se sob a forma de aerossóis. Agita-se a embalagem vigorosamente. Enche-se completamente o aplicador. Insere-se profundamente na vagina até que a sua ponta fique próxima do colo do útero. Pressiona-se o êmbolo para libertar o produto. A proteção é imediata. Modo de uso dos óvulos, supositórios e comprimidos vaginais Espermicidas Os comprimidos efervescentes, os óvulos e os supositórios são introduzidos profundamente na vagina, com ou sem aplicador. É necessário um período de espera de 10-15 minutos antes de iniciar a relação sexual. Vantagens Espermicidas Fáceis de usar. Não afetam a amamentação. Podem ser usados como coadjuvantes de outros métodos. Não têm efeitos secundários significativos. Alguns métodos (creme, gel) podem aumentar a lubrificação vaginal durante o coito. Dispensam prescrição ou avaliação médica. Alguns tipos são imediatamente eficazes. Desvantagens Espermicidas Os produtos com nonoxinol-9 usados frequentemente podem provocar irritação na vagina, o que aumenta o risco de IST. Requerem motivação contínua e uso em cada relação sexual. Alguns produtos não têm eficácia imediata (comprimidos vaginais, supositórios vaginais e películas, que exigem uma espera de 10-15 mn). A eficácia de cada aplicação dura apenas 1-2 horas. Modo de uso da esponja vaginal Today® Espermicidas A esponja é um disco de mousse de poliuretano impregnado do espermicida nonoxinol-9. Tem uma depressão central para se adaptar ao colo do útero e uma alça de algodão destinada a facilitar a extração. A esponja absorve os espermatozoides, impedindo-os de entrar no cérvix; o espermicida mata-os. Inserir até 24 horas antes do ato sexual. Segurar a esponja com a depressão para cima e alça para baixo. Humedecer a esponja com água para ativar o espermicida. Comprimir com cuidado para remover apenas o excesso de água. Espermicidas Modo de uso da esponja vaginal Today® Dobrar os lados da esponja para cima. A alça deve ficar na parte inferior. Na posição mais confortável, introduzir a esponja dobrada na vagina, o mais profundamente possível. Verificar se a esponja está corretamente colocada sobre o cérvix. Esperar 6 horas após o último coito, antes de remover a esponja. Para retirar a esponja, introduzir um dedo na vagina, enganchar o dedo na alça e puxar esponja para fora da vagina. Eliminar a esponja usada. Espermicidas Modo de uso da esponja vaginal Today® Definição Dispositivo intra-uterino (DIU) Os DIU são pequenos aparelhos que se colocam no interior do útero. São constituídos por uma armadura de poliuretano, que pode estar revestida por um fino filamento de cobre, por cobre e prata ou dispor de um reservatório contendo um progestagénio. Todos os modelos possuem um fio destinado a ficar no canal cervical e na vagina. Tipos de DIU Dispositivos intra-uterinos (DIU) DIU de cobre DIU hormonal Definição DIU de cobre Pequeno aparelho constituído por uma armadura de plástico revestida por um fino filamento de cobre ou de cobre e prata. A duração varia, consoante as marcas, até um máximo de 12 anos. Mecanismo de ação DIU de cobre A presença de um corpo estranho na cavidade uterina e a libertação de iões cobre têm os seguintes efeitos: Criam um ambiente tóxico para os espermatozoides (efeito espermicida), impedindo a fecundação; Provocam a maturação irregular do endométrio, dificultando a nidação. Modo de uso A inserção do DIU é feita por um profissional de saúde treinado, sem anestesia nem preparação especial. Pode ser colocado em qualquer altura do ciclo menstrual, preferencialmente, nos dias 2-10 do ciclo, quando o colo do útero está mais mole e a gravidez é menos provável. A colocação é mais fácil nas mulheres que já tiveram filhos. DIU de cobre Modo de uso Antes da inserção, o DIU é colocado num pequeno tubo no interior do qual penetra, deformando-se. O aplicador penetra facilmente através do canal do colo do útero. Um êmbolo ajustado ao tubo permite depositar o DIU no fundo da cavidade uterina. DIU de cobre Modo de uso Depois da remoção do aplicador, os fios pendurados no DIU ficam no canal do colo e na vagina; o médico corta-os mais ou menos a 2-4 cm do colo do útero. Para verificar a presença do DIU, a mulher introduz um dedo até ao fundo da vagina para sentir os fios do DIU. DIU de cobre Vantagens Eficácia imediata Método para uso a longo prazo. Não interfere com o coito. Retorno imediato da fertilidade após a remoção. Não interfere com a amamentação. Dispensa o uso de métodos de apoio. Não tem efeitos secundários importantes. Pode ser usado como contraceção de emergência, se for inserido até 5 dias após a relação sexual desprotegida. DIU de cobre Desvantagens Há um aumento do fluxo menstrual e das cólicas durante os primeiros meses. Pode ser expulso espontaneamente. Risco de perfuração do útero durante a inserção A prevenção das gravidezes ectópicas não é total com algumas marcas. Pode aumentar o risco de doença inflamatória pélvica (DIP) e subsequente infertilidade em mulheres expostas ao risco de IST. Não protege contra as IST. DIU de cobre (DIU-Cu) Definição Os métodos hormonais são medicamentos e dispositivos diversos que contêm hormonas sintéticas: estrogénios e/ou progestagénio (progesterona sintética), que alteram o funcionamento do sistema reprodutor feminino de modo a prevenir a gravidez. Métodos hormonais Levonorgestrel, uma progesterona sintética Etinilestradiol, um estrogénio sintético Modo de ação Métodos hormonais Modo de ação Inibem a ovulação por retroação negativa sobre o complexo hipotálamo- hipófise (supressão do pico de LH). Provocam a atrofia do endométrio, tornando-o inapto para a implantação. Tornam mais escasso e mais espesso o muco cervical, evitando a penetração dos espermatozoides. Diminuem a mobilidade tubária. Métodos hormonais Tipos de métodos hormonais Métodos hormonais Contraceção hormonal oral (pílula) Contracetivo injetável Adesivo Implante hormonal Anel vaginal DIU hormonal Contraceção hormonal oral ou pílula Tipos de pílulas quanto à composição Pílula combinada ou estroprogestativa (contraceção oral combinada ou COC): contém estrogénios sintéticos e um progestagénio ou progestativo (hormona sintética semelhante à progesterona). Pílula progestativa ou minipílula (contraceçãooral progestativa ou POC): não contém estrogénios; contém apenas uma dose baixa de um progestagénio, que é administrado continuamente. Fornecidas gratuitamente nos Centros de Saúde Pílula combinada Modo de ação A – Ciclo menstrual normal B – ciclo menstrual em que houve toma quotidiana da pílula combinada Tipos de pílulas combinadas Pílula monofásica – todos os comprimidos ativos têm a mesma dosagem de estrogénios e progestagénio. Pílula bifásica – têm dois tipos de comprimidos ativos, de cores diferentes, com as mesmas hormonas mas em duas dosagens diferentes. Pílula trifásica – têm três tipos de comprimidos ativos, também de cores diferentes, com as mesmas hormonas mas em três dosagens diferentes. Pílula combinada Pílula combinada Modo de uso Regime de 21 dias Preços de pílulas c/ desogestrel + etinilestradiol, 21 unidades: PVP (marcas): € 4,95 PVP (genérico): € 3,95 Preço utente SNS: Marcas: € 2,22 Genéricos: €1,22 Preços próximos dos anteriores para pílulas com outras composições hormonais, 21 unidades Pílula combinada Regime de 21 dias Cada blister contém 21 comprimidos ativos (com hormonas). Toma-se um comprimido por dia, seguindo as setas impressas. Quando se chega ao fim do blister, faz-se um intervalo de 7 dias sem tomar a pílula. Durante o intervalo, no 2º ou 3º dia depois de se ter tomado o último comprimido, ocorre uma hemorragia de privação, semelhante à menstruação, mas mais curta e menos abundante do que é normal. Findos os 7 dias, reinicia-se a toma da pílula com um novo blister, mesmo que a “menstruação” ainda não tenha terminado. Pílula combinada Regime de 28 dias Modo de uso 21 comprimidos ativos (com hormonas) 7 comprimidos placebo (sem hormonas) Pílula combinada Regime de 28 dias Cada blister contém 28 comprimidos: 21 comprimidos ativos e 7 comprimidos placebo (não contêm hormonas), com diferente cor ou tamanho. Toma-se um comprimido por dia, seguindo as setas impressas. A hemorragia de privação surge durante a toma do placebo. Quando se termina um blister, inicia-se outro, no dia seguinte, sem quaisquer interrupções. Pílula combinada Modo de uso Se antes não se estava a usar nenhum contracetivo hormonal, inicia-se a toma da pílula no 1.º dia do ciclo menstrual (1º dia de menstruação). A proteção é imediata. A toma da pílula também pode ser iniciada a entre o 2.º e 5.º dia do ciclo, mas deve ser usado um método contracetivo de barreira (ex. preservativo) se a mulher tiver relações sexuais nos 7 dias seguintes. Tomar a pílula, de preferência à mesma hora, com um pouco de água. Atraso na toma da pílula O efeito contracetivo não diminui se o atraso na toma da pílula for inferior a 12 horas. Tomar o comprimido esquecido logo que se lembrar. Continuar a tomar os restantes comprimidos à hora habitual. Não é necessário usar outros métodos contracetivos. Pílula combinada Atraso na toma da pílula Se o atraso na toma de qualquer comprimido for superior a 12 horas, a proteção contracetiva poderá estar reduzida. Duas regras básicas deverão ser respeitadas: A ingestão dos comprimidos não deverá ser descontinuada por um período superior a 7 dias Para que haja um bloqueio adequado do sistema hipotálamo-hipófise-ovário, é necessário que a toma dos comprimidos seja contínua durante 7 dias. Pílula combinada Atraso na toma da pílula Os procedimentos em caso de atraso na toma da pílula constam do folheto informativo, que se encontra na embalagem ou pode ser pesquisado em: https://www.infarmed.pt/web/infarmed/s ervicos-on-line/pesquisa-do- medicamento Exemplo: Pílula combinada Transtornos gastrointestinais Em caso de vómitos ou diarreia intensa, a absorção das hormonas pode não ser completa. Se tiver vomitado nas 3 a 4 horas seguintes à toma da pílula, deve proceder como num caso de esquecimento da toma da pílula. Em caso de diarreia intensa, consultar o médico. Pílula combinada Vantagens Fácil de usar Tem elevada eficácia contracetiva quando tomada diariamente. Não interfere com a relação sexual Regulariza os ciclos menstruais. Diminui o fluxo menstrual (menstruações mais escassas e mais curtas) Melhora a tensão pré-menstrual e a dismenorreia (dores menstruais) Previne e melhora a anemia Contribui para a prevenção da doença inflamatória pélvica (DIP) e da gravidez ectópica Previne os cancros do ovário e do endométrio Diminui a incidência das doenças mamárias benignas e dos quistos ováricos. Não altera a fertilidade, após a suspensão do método. Pílula combinada Desvantagens Exige o compromisso diário da mulher. Alguns efeitos secundários leves: náuseas, vómitos, tonturas, dores de cabeça, manchas na pele, aumento de apetite e de peso, alterações de humor, hipersensibilidade dos seios, alterações da líbido. Efeitos secundários sérios são raros: problemas cardíacos, hipertensão, coágulos sanguíneos, tumores do fígado. Certos medicamentos (alguns antibióticos, anticonvulsivos e sedativos), podem diminuir a eficácia da pílula. Modifica o efeito de certos medicamentos, tais como anticoagulantes; alguns analgésicos, como o paracetamol; corticoides, insulina; alguns hipotensores e vitaminas do complexo B. Não protege contra as IST. Pílula combinada Contra-indicações Amamentação; Sangramento vaginal de origem desconhecida; Doença cerebrovascular ou coronária (ex. aterosclerose, AVC, enfarte do miocárdio); Distúrbios da coagulação sanguínea; Pressão arterial elevada (> 160/100 mm Hg) Doença crónica do fígado (ex. cirrose) ou tumores do fígado; Cancro da mama; Diabetes Mellitus; Tabagismo com idade ≥ 35 anos; Dores de cabeça tipo enxaqueca. Pílula progestativa ou minipílula Não contém estrogénios. As pílulas disponíveid em Portugal contêm 75 microgramas do progestagénio desogestrel . Definição Preços de 28 unidades PVP (marca): € 4,84 PVP (genérico): € 3,63 Preço utente SNS: Marca: € 2,18 Genéricos: € 0,97 Pílula progestativa ou minipílula Modo de uso Pílula progestativa ou minipílula Modo de uso Cada blister contém 28 comprimidos ativos. Tomar 1 comprimido por dia, preferencialmente à mesma hora, seguindo as setas impressas na embalagem. Quando o blister estiver vazio, começar um novo blister no dia seguinte, isto é, sem interrupção e sem esperar pela hemorragia. A proteção é imediata se a toma se iniciar no 1.º dia do ciclo menstrual (1.º dia de menstruação). Pode iniciar a toma entre o 2.º e 5.º dia do ciclo mas deve usar um método de barreira se tiver relações sexuais nos 7 dias seguintes. Pílula progestativa ou minipílula Atraso na toma da pílula O efeito contracetivo não diminui se o atraso na toma da pílula for inferior a 12 horas. Tomar o comprimido esquecido assim que for detetado o esquecimento. Tomar os comprimido seguintes à hora habitual. Pílula progestativa ou minipílula Atraso na toma da pílula Se tiverem decorrido mais de 12 horas desde o esquecimento: Tomar o comprimido esquecido assim que for detetado o esquecimento. Tomar os comprimido seguintes à hora habitual. Usar um método adicional de contraceção nos 7 dias seguintes. Se os comprimidos tiverem sido esquecidos na primeira semana e as relações sexuais tiverem acontecido na semana antes do esquecimento dos comprimidos, deverá ser considerada a possibilidade de uma gravidez. Pílula progestativa ou minipílula Vantagens Eficácia elevada se tomada diariamente. Não interfere com o coito, dando espontaneidade às relações sexuais. Pode ser utilizada em algumas situações em que os estrogénios estão contraindicados. Não modifica a quantidade e qualidade do leite materno, podendo ser utilizada durante o período de amamentação. Diminui o síndrome pré-menstrual e as cólicas menstruais e reduz o fluxo menstrual. Diminui a hipersensibilidade dos seios. Pode contribuir paraa prevenção da doença fibroquística da mama, da DIP, dos cancros do ovário e do endométrio. Não altera a fertilidade, após suspensão da toma. Pílula progestativa ou minipílula Desvantagens Exige o compromisso diário da mulher. Provoca irregularidades menstruais. Pode ocorrer aumento ou perda de peso. Pode provocar acne, aumento do crescimento dos pelos, sensações de inchaço. Pode provocar quistos benignos nos ovários. A eficácia pode diminuir quando são tomadas certos medicamentos. Não protege contra as IST. Contracetivo injetável Definição e modo de ação O método disponível em Portugal é uma injeção intramuscular profunda de uma solução aquosa de um progestativo (acetato de medroxiprogesterona). A libertação do progestativo é lenta e o efeito contracetivo prolonga-se por 3 meses. Preço de cada injeção: PVP: € 2,76 Preço utente SNS: € 0,44 Modo de uso Uma injeção intramuscular profunda, na nádega ou no braço, aplicada por um profissional de saúde. Aplica-se de 12 em 12 semanas (de 3 em 3 meses) não devendo exceder os 5 dias após a data prevista. Se a mulher não usou outro método hormonal no mês anterior, a injeção deve ser aplicada durante os 7 primeiros dias do ciclo menstrual. É imediatamente eficaz. Contracetivo injetável Vantagens A utilização é prática. Não interfere com a relação sexual. Não necessita de motivação diária como a contraceção oral. Não tem os efeitos secundários dos estrogénios. Pode ser usada durante o aleitamento, melhorando mesmo a quantidade de leite materno. Provoca amenorreia, o que pode ser útil em caso de anemia. Aumenta os níveis de hemoglobina. Diminui o risco de doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica e cancro do endométrio e melhora a endometriose. Contracetivo injetável Desvantagens Provoca irregularidades do ciclo, podendo ocorrer menstruação ou pequenas perdas de sangue irregulares ou imprevisíveis (spotting) ou menstruação rara, forte ou contínua. Poderá também ocorrer uma interrupção da menstruação. A fertilidade demora cerca de 10 meses a retornar, no entanto, dependendo da situação, poderá demorar mais ou menos tempo. Pode causar feitos secundários como nervosismo, dor de cabeça, dor ou desconforto abdominal e aumento de peso e, mais raramente, depressão; diminuição da líbido, tonturas, náuseas, distenção abdominal, perda de cabelo, acne, erupção na pele, dor de costas, corrimento vaginal, hipersensibilidade dolorosa mamária, retenção de líquidos e fraqueza (astenia). O seu uso prolongado causa enfraquecimento dos ossos. Não protege contra as IST. Contracetivo injetável Definição Pequeno bastonete de plástico (vinil-acetato) flexível e macio, pré- carregado num aplicador descartável. Tem 4 cm de comprimento e 2 mm de diâmetro. Contém 68 mg do progestativo etonogestrel. Também contém contem uma pequena quantidade de sulfato de bário que o torna visível por raio-X. O progestativo é libertado lentamente e o efeito contracetivo prolonga-se por 3 anos. Implante hormonal (Implanon NXT®) Preço: PVP – € 111,52 Preço utente SNS: € 34,57 Modo de uso Inserção e remoção realizada por um profissional de saúde, sob anestesia local, em ambulatório. Usa-se o aplicador fornecido com o implante. Implantes inseridos debaixo da pele da parte interior braço não dominante, 8 a 10 cm acima da prega do cotovelo. Se a mulher não está a usar outro contracetivo hormonal, a inserção deve ocorrer, preferencialmente, entre o 1.º e o 5.º dia do ciclo. A proteção é imediata. Se a inserção ocorrer noutra altura do ciclo, deve ser usado, em simultâneo, um método de barreira, durante 7 dias. Implantes hormonais subcutâneos (Implanon NXT®) Aplicação do implante Implantes hormonais subcutâneos (Implanon NXT®) Determina-se o local de inserção (8 a 10 cm acima da prega do cotovelo do braço não dominante) e desinfeta-se com um antissético. Anestesia-se o local de inserção Introduz-se a ponta da agulha no local de inserção assinalado com marcador. Insere-se completamente a aglha, num movimento paralelo à pele. A patilha roxa é desbloqueada empurrando ligeiramente para baixo e puxada completamente para trás até ao fim de forma a recolher a agulha. O implante irá permanecer na parte superior do braço. Depois de sentir a presença do implante, por palpação, será aplicado um penso adesivo e uma compressa estéril com uma ligadura de compressão para minimizar o risco de contusão (nódoas negras). Remoção do implante A remoção pode ocorrer em qualquer momento. Faz-se sob anestesia local, através de uma incisão de 2 mm na extremidade distal de cada implante. Empurra-se o bastonete cuidadosamente até que a sua extremidade seja visível. Remove-se com uma pinça. Pode ser inserido um novo implante antes de suturar a incisão. Implantes hormonais subcutâneos (Implanon NXT®) Vantagens A utilização é prática e o efeito de longa duração. Exame ginecológico desnecessário antes do uso. Não interfere com a relação sexual. Não necessita de motivação diária como a contraceção oral. Não interfere com o aleitamento. Pode diminuir as cólicas menstruais, reduz o fluxo de menstrual e o síndrome pré-menstrual. Não tem os efeitos secundários provocados pelos estrogénios. Não mostrou ter efeitos adversos sobre a massa óssea. Implantes hormonais subcutâneos (Implanon NXT®) Desvantagens Em regra, verificam-se irregularidades do ciclo menstrual, que podem variar entre spotting e amenorreia. Em algumas mulheres verifica-se, ao longo do tempo, um ligeiro aumento de peso. Pode causar, em certas mulheres, manchas no rosto, dores de cabeça, náuseas, dores mamárias e variações de humor. A eficácia pode diminuir quando se tomam certas drogas como alguns antibióticos, barbitúricos ou medicamentos para a epilepsia. Necessita de um profissional treinado para a inserção e remoção. Não protege contra as IST. Implantes hormonais subcutâneos (Implanon NEXT®) Definição Dispositivo intrauterino que contém um reservatório com 52 mg do progestagénio levonorgestrel, que se liberta lentamente a um ritmo de 20 microgramas/24 h. Tem a duração máxima de 5 anos. DIU libertador de hormonas Preço: Mirena PVP: € 125,54 Preço utente: € 38,92 Levosert PVP: € 94,15 Preço utente: € 29,19 Modo de ação DIU libertador de hormonas (Mirena®) Modo de uso DIU libertador de hormonas (Mirena®) A inserção é feita por um profissional de saúde treinado do mesmo modo que o DIU de cobre. Definição e modo de ação Adesivo fino com área de superfície de contacto de 20,2 cm². Liberta, diariamente, 20 mg de um estrogénio (etinilestradiol) e 150 mg de um progestagénio (norelgestromina), que são absorvidos pela pele. Atua da mesma forma que os restantes métodos hormonais combinados. O efeito contracetivo de cada adesivo dura 7 dias. Adesivo (Sistema transdérmico) (Evra®) Preço: 3 unidades: € 11,72 9 unidades: € 30,86 Não é comparticipado Modo de uso Adesivo (Sistema transdérmico) (Evra®) Modo de uso Inicia-se a aplicação do adesivo no 1.º dia do ciclo menstrual. Cada adesivo mantém-se ativo durante 7 dias. Aplica-se um novo adesivo, no mesmo dia da semana, durante 3 semanas consecutivas, num total de 21 dias. Não se aplica adesivo na quarta semana (dias 22-28). Neste período, deve ocorrer a hemorragia de privação, semelhante à menstruação. Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Adesivo 1 Adesivo 2 Adesivo 3 Pausa Adesivo 4 Adesivo 5 Adesivo 6 Pausa Adesivo (Sistema transdérmico) (Evra®) Vantagens Fácil de usar. Não exige o compromisso diário da mulher. Esta só tem de se lembrar de mudar o adesivo uma vez por semana. Não interfere com o coito, dando espontaneidade às relações sexuais. Não tem efeitos a longo prazo na fertilidade. Possíveis efeitos secundáriosbenéficos semelhantes aos da pílula combinada: • Redução do fluxo menstrual, das dores menstruais e do síndrome pré- menstrual; • Regularização dos períodos menstruais; • Proteção contra quistos na mama e nos ovários • Proteção contra cancros do endométrio e do ovário. • Proteção contra a doença inflamatória pélvica, que pode causar infertilidade. Adesivo (Sistema transdérmico) (Evra®) Desvantagens Pode causar irritação da pele no local da aplicação. Tem de ser usado corretamente e trocado semanalmente para ser eficaz. Pode ter os efeitos secundários (por vezes temporários) referidos para a pílula combinada. Aumentam ligeiramente o risco de ter um coágulo sanguíneo nas veias e artérias, especialmente no primeiro ano ou ao reiniciar um contracetivo hormonal combinado após uma interrupcão de 4 semanas ou mais. Não protege contra as IST. Adesivo (Sistema transdérmico) (Evra®) Definição Anel delgado, flexível e transparente, com um diâmetro externo de 54 mm e uma espessura de 4 mm. Impregnado de um estrogénio (etinilestradiol) e um progestagénio (etonogestrel) que se libertam na circulação sanguínea, em doses baixas e estáveis (0.015 mg/24 h + 0.12 mg/24 h), durante um período de 3 semanas. O mecanismo de atuação é idêntico ao da pílula combinada. Anel Vaginal (NuvaRing ®/Circlet®) Preço: PVP NuvaRing e Ciclet: € 11,72 PVP Genéricos: € 8,73 Não é comparticipado Modo de uso Se a mulher não usou outro contracetivo hormonal no mês anterior, a inserção do primeiro anel deve ocorrer no 1.º dia do ciclo. A proteção é imediata. O anel também poderá ser inserido entre o 2.º e o 5.º dia do ciclo, mas, nesse caso, se a mulher tiver relações sexuais nos 7 dias seguintes, deve ser usar um método de barreira (por exemplo, um preservativo). Manter o anel na vagina durante 3 semanas consecutivas. Após as 3 semanas, o anel deve ser retirado no mesmo dia da semana e, aproximadamente, à mesma hora em que foi colocado. Depois, remover o anel e fazer um descanso de 1 semana. Neste período, deve aparecer a “menstruação”. Inserir um novo anel, preferencialmente no mesmo dia da semana em que foi inserido o anterior. Anel Vaginal (NuvaRing ®/Ciclet®) Modo de uso sem aplicador Pressionar o anel até que este fique com a forma de 8. Escolher uma posição confortável para inserir o anel Anel Vaginal (NuvaRing ®/Ciclet®) Colocar o anel na vagina com uma das mãos. Se necessário, os lábios podem ser afastado com a outra mão. Empurrar o anel para dentro da vagina até senti-lo confortável. Deixar o anel no lugar durante três semanas (21 dias). O anel pode ser retirado, enganchando o dedo indicador sob o anel ou segurando o anel entre os dedos indicador e médio e puxando-o para fora. Modo de uso Anel Vaginal (NuvaRing ®/Ciclet®) Modo de uso com aplicador Anel Vaginal (NuvaRing ®/Ciclet®) Definição É o único método contracetivo que é utilizado após a relação sexual. Utiliza-se para evitar a gravidez, apenas em situações de urgência: • quando não foi utilizado nenhum método contracetivo antes ou durante o ato sexual; • quando houver falha potencial do método contracetivo que está ser utilizado; • em casos de violência e abuso sexual (violação). Não é abortiva, pois nunca interrompe uma gravidez que já esteja a decorrer. Contraceção de emergência Pílula de emergência DIU de cobre Definição Os métodos orais de contraceção de emergência são de toma única (um único comprimido). São de venda livre (não exigem receita médica). Existem dois tipos de pílulas do dia seguinte disponíveis em Portugal: Pílulas com o progestagénio levonorgestrel; Pílula com acetato de ulipristal (ellaOne). Contraceção oral de emergência Pílula com progestagénio Comprimido com 1,500 mg do progestagénio levonorgestrel. Deve ser tomada o mais cedo possível, de preferência nas primeiras 12 horas após a relação sexual não protegida, mas não depois de passadas 72 horas (3 dias). Preço: Todas as pílulas têm preço livre (±€ 15) Não são comparticipadas Contraceção oral de emergência Modo de ação Contraceção oral de emergência com progestagénio Eficácia A eficácia depende do número de horas que decorreram desde que se teve uma relação sexual desprotegida até à toma da pílula: • 24 horas - 95% • 25-48 horas - 85% • 48-72 horas - 58% Contraceção oral de emergência com progestagénio Efeitos secundários Náuseas e vómitos; Tonturas; Tensão mamária; Cansaço; Dores de cabeça; Hemorragias vaginais pequenas e irregulares. Estes sintomas tendem a desaparecer e, geralmente, são bem tolerados pelas mulheres. Se tiver vómitos ou diarreia nas primeiras três horas após a toma, a dose deve ser repetida. Contraceção oral de emergência com progestagénio Pílula com acetato de ulipristal O acetato de ulipristal é um modulador dos recetores de progesterona. Inibe a ovulação. O comprimido deve ser tomado no prazo de 5 dias (120 horas) após uma relação sexual desprotegida ou em caso de falha do método contracetivo. Pode ser tomada em qualquer dia do ciclo menstrual e em qualquer altura do dia, antes ou depois de uma refeição. É mais eficaz se tomada nas primeiras 24 horas após a realação sexual desprotegida.. Se a mulher voltar a ter relações sexuais após ter tomado uma pílula de emergência, não está protegida de uma gravidez. Depois de tomar o comprimido e até vir o próximo período, deve usar um método de barreira sempre que tiver relações sexuais. Contraceção oral de emergência Preço livre ± €25 Não são comparticipadas Vantagens Único método que pode ser usado após a relação sexual. No caso de falha do método, não causa danos no embrião. Contraceção oral de emergência Desvantagens Não é eficaz se a gravidez já estiver em curso. Tem elevadas doses de hormonas, o que pode causar perturbações no ciclo menstrual; Pode causar efeitos secundários. A menstruação pode atrasar alguns dias. Medicamentos, como alguns antibióticos, antiepiléticos e antirretrovirais, podem reduzir a eficácia da pílula. O uso repetido ou frequente, desregula o ciclo menstrual e facilita a gravidez mais do que os outros métodos. Não previne contra as IST. Contraceção oral de emergência Recomendações Após a toma da pílula é obrigatório realizar um teste de gravidez: se o período menstrual tiver um atraso de mais do que cinco dias; em caso de hemorragia anormal mesmo que na data esperada do período menstrual. Contraceção oral de emergência DIU de cobre Aconselhado para mulheres que desejam manter o DIU como contraceção permanente e que cumprem os requisitos para o seu uso regular. O DIU pode ser inserido em qualquer momento do ciclo, no período máximo de 5 dias após a realação sexual não protegida. Contraceção de emergência Definição Os métodos cirúrgicos ou de esterilização visam bloquear os canais que, no homem ou na mulher, são responsáveis pelo contacto entre os gâmetas. São métodos potencialmente irreversíveis ou de carácter permanente. Destinam-se a pessoas maiores de 25 anos que estão seguras de não querer ter mais filhos. Contraceção cirúrgica (esterilização) Vasectomia Laqueação de trompas Vasectomia Consiste no corte e laqueação dos canais deferentes. É uma operação feita por um médico, sem necessitar de hospitalização, com utilização de anestesia local. Depois da vasectomia, o fluido ejaculado não contém espermatozoides mas mantém as secreções das glândulas anexas. O volume, consistência, cor e cheiro não sofrem alterações. Definição e modo de ação Vasectomia Técnica Vasectomia Método eficaz e definitivo. Não interfere com o coito. Não apresenta efeitos secundários a longo prazo. Não interfere com as relações sexuais. Não causa mudanças na função sexual: o homem continua a ter ejaculação e orgasmos . Não interfere com a produção de testosterona pelos testículos.Vantagens Vasectomia Requer exame físico e uma intervenção cirúrgica realizada por um urologista. Deve ser considerada permanente (reverter o método é possível mas nem sempre eficaz). Não é imediatamente eficaz: é necessário usar um método contracetivo alternativo até pelo menos 3 meses após a intervenção. Podem surgir algumas complicações imediatas, mas raras. Como infeção, hemorragia ou hematoma do escroto. Dor e edema do escroto são comuns, na primeira semana do pós-operatório. Não protege contra as IST. Desvantagens Consiste na interrupção das trompas de Falópio de modo a bloquear a passagem passagem dos espermatozóides, impedindo-os de atingirem o oócito. Atua impedindo a fecundação. Não infere com o ciclo menstrual, uma vez que os ovários e o útero não são afetados. A mulher continua a ovular e a menstruar normalmente. Laqueação das trompas Definição e modo de ação Técnica Laqueação das trompas Realiza-se com anestesia geral, epidural ou local, consoante o procedimento. Os procedimentos mais utilizados são a laparoscopia, a laparotomia (incisão na parede abdominal) ou a minilaparotomia e a colpoltomia (incisão na parte posterior do fundo da vagina). Pode ser realizada durante um parto por cesariana. Laqueação das trompas por laparoscopia Técnica (laparoscopia) Laqueação das trompas Através de uma pequena incisão no abdómen, na região do umbigo, introduz- se o laparascópio para visualizar o interior da cavidade pélvica. Através de outras incisões, introduzem- se instrumentos cirúrgicos. A laqueação pode ser feita por corte, por eletrocoagulação ou pela colocação de um anel ou clipe na porção média de cada trompa. Deve ser usado outro método contracetivo até ao início da menstruação seguinte. Permanente. Não interfere com o coito. Adequada a mulheres cuja gravidez viesse a causar um risco de saúde sério. Sem efeitos secundários a longo prazo. Não interfere com a amamentação. Não causa mudanças na função sexual: a mulher continua a ovular e a menstruar todos os meses. Sem efeitos sobre a produção hormonal pelos ovários. Vantagens Laqueação das trompas Requer um exame físico e um procedimento cirúrgico por profissional treinado. Reverter o método requer uma cirurgia complexa, cara e com pouca garantia de eficácia. Podem surgir algumas complicações imediatas (embora raras) como infeção ou hemorragia, lesão de órgãos internos e acidentes anestésicos. Nos casos raros de falha do método, há maior risco de gravidez ectópica. Não protege contra as IST. Desvantagens Laqueação das trompas Reversão da laqueação de trompas Contraceção na adolescência Métodos contracetivos aconselhados Pílula Combinada (previne a gravidez) + Preservativo masculino (previne as IST) ou Contração hormonal de emergência (excecional) Fonte: ONU, Department of Economic and Social Affairs, Contraceptive Use by Method, 2019 Uso de métodos contracetivos no Mundo Uso de métodos contracetivos no Mundo Fonte: ONU, Department of Economic and Social Affairs, Contraceptive Use by Method, 2019 Fonte: ONU, Department of Economic and Social Affairs, Contraceptive Use by Method, 2019 Uso de métodos contracetivos no Mundo Fonte: ONU, Department of Economic and Social Affairs, Contraceptive Use by Method, 2019 Uso de métodos contracetivos no Mundo Fonte: ONU, Department of Economic and Social Affairs, Contraceptive Use by Method, 2019 Uso de métodos contracetivos no Mundo Eficácia dos métodos contracetivos Taxa de falibilidade A taxa de falibilidade de um métodos contracetivo é o número de gravidezes por cada 100 mulheres que usam esse método durante um ano. Quanto mais baixa for a taxa de falibilidade, mais eficaz é o método. Eficácia dos métodos contracetivos Uso perfeito de um método contracetivo A taxa de falibilidade depende do modo como o método contracetivo é utilizado. Considera-se que o uso de um método contracetivo é perfeito quando: • todas as regras desse método são rigorosamente cumpridas; • o mesmo é utilizado em todos os atos sexuais. Eficácia dos métodos contracetivos Taxa de falibilidade dos diferentes métodos contracetivos TIPO MÉTODO MODO DE USO IMPLEMENTAÇAO TAXA DE FALIBILIDADE (USO PERFEITO)(%) TAXA DE FALIBILIDADE (USO COMUM)(%) NENHUM Coito desprotegido n.a n.a 85 85 Coito interrompido Retirar o pénis da vagina antes da ejaculação Em cada ato sexual 4 18 MÉTODOS NATURAIS OU DE ABSTINÊNCIA PERIÓDICA Método do calendário de Ogino-Knauss Determinação do período fértil da mulher pela análise de 6 ciclos Diário 9 25 Método da temperatura basal corporal (TBC) Medição da TBC e elaboração de um gráfico Diário 0,6 1,8 Método do muco cervical de Billings Observação e registo das características do muco cervical Diário 0,6 1,8 Eficácia dos métodos contracetivos Taxa de falibilidade dos diferentes métodos contracetivos TIPO MÉTODO MODO DE USO IMPLEMENTAÇAO TAXA DE FABILIDADE (USO PERFEITO)(%) TAXA DE FABILIDADE (USO COMUM )(%) MÉTODOS DE BARREIRA Preservativo masculino de látex Colocação no pénis ereto Em cada ato sexual 2 15 Preservativo feminino Inserção na vagina Em cada ato sexual 5 21 Espermicidas Inserção na vagina Em cada ato sexual 18 29 Esponja Today Inserção na vagina Em cada ato sexual 9 16 Diafragma com espermicida Inserção na vagina Em cada ato sexual 6 16 Eficácia dos métodos contracetivos Taxa de falibilidade dos diferentes métodos contracetivos TIPO MÉTODO MODO DE USO IMPLEMENTAÇAO TAXA DE FABILIDADE (USO PERFEITO)(%) TAXA DE FABILIDADE (USO COMUM)(%) MÉTODOS HORMONAIS Pílula combinada (estrogénios e progestagénio) Comprimidos Diário 0,3 8 Pílula progestativa (progestagénio) Comprimidos Diário 0,3 8 progestagénio injetável Depo Provera® Injeção intramuscular 12 semanas 0,3 3 Implante Implanon® com progestagénio Implante subcutâneo 3 anos 0,05 0,05 Adesivo OrthoEvra® com estrogénios e progestagénio Adesivo transdérmico 1 adesivo por semana durante 3 semanas consecutivas; pausa de 1 semana 0,3 8 Anel vaginal Nuvaring ® Insercão na vagina 3 semanas; 1 semana de pausa 0,3 9 Eficácia dos métodos contracetivos Taxa de falibilidade dos diferentes métodos contracetivos TIPO MÉTODO MODO DE USO IMPLEMENTAÇAO TAXA DE FABILIDADE (USO PERFEITO)(%) TAXA DE FABILIDADE (USO COMUM)(%) DISPOSITIVOS INTRA- UTERINOS (DIU) DIU de cobre Inserção no interior do útero 5 a 12 anos 0,6 0,8 DIU com progestagénio Mirena Inserção no interior do útero 5 anos 0,2 0,2 MÉTODOS CIRÚRGICOS (ESTERILIZAÇÃO) Vasectomia Procedimento cirúrgico 1 vez 0,1 0,15 Laqueação de trompas Procedimento cirúrgico 1 vez 0,5 0,5