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1 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 marc 5 – métodos contraceptivos OBJETIVO 1: DISCORRER ACERCA DO PLANEJAMENTO FAMILIAR. - Planejamento familiar: é a política pública que leva em consideração a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos da população como um todo. Seu foco é a prevenção e a orientação, e sua condução deverá ser pautada no respeito ao usuário; - Em outras palavras, planejamento familiar é dar à família o direito de ter quantos filhos quiser, no momento que lhe for mais conveniente, com toda a assistência necessária para garantir isso integralmente. - O planejamento familiar corresponde ao recurso que permite ao casal a decisão do número de filhos e intervalo entre as gestações que desejam, de maneira programada e consciente. Acredita-se que no Brasil, cerca de 55% das gestações não são planejadas. - O Parágrafo único do Artigo 3° da Lei 9.263 prevê que as instâncias gestoras do Sistema Único de Saúde, em todos os seus níveis, na prestação das ações previstas no caput, obrigam-se a garantir, em toda a sua rede de serviços, no que respeita à atenção à mulher, ao homem ou ao casal, programa de atenção integral à saúde, em todos os seus ciclos vitais, que inclua, como atividades básicas, entre outras: I - a assistência à concepção e contracepção; II - o atendimento pré-natal; III - a assistência ao parto, ao puerpério e ao neonato; IV - o controle das infecções sexualmente transmissíveis; V - o controle e prevenção do câncer cérvico-uterino, do câncer de mama e do câncer de pênis. - Para o exercício do direito ao planejamento familiar, devem ser oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantindo a liberdade de opção. - A assistência em planejamento familiar deve ser parte integrante do conjunto de ações da equipe de saúde da Atenção Básica direcionadas à saúde da mulher, do homem, do casal e da família, em uma visão de atendimento integral à saúde. O respeito aos direitos sexuais e reprodutivos deve ser a base ético-política dessa assistência. - Esses princípios devem guiar a atuação de todos os profissionais de saúde nos diferentes níveis de atenção. - No âmbito dos serviços de planejamento familiar, mais especificamente, o Ministério da Saúde atribui como competência dos profissionais que neles atuam a assistência em concepção e contracepção, devendo o Estado assegurar todos os métodos aceitos e seguros, respeitando a escolha dos indivíduos. - Essa competência compreende um conjunto de ações que engloba atividades educativas, aconselhamento e atividades clínicas que, em seu conjunto, deverão fornecer: informação, assistência especializada e acesso aos recursos. - A rede de serviços de planejamento familiar deve ofertar aos indivíduos, a partir da Atenção Básica, os métodos anticoncepcionais autorizados e disponíveis no Brasil. - A lei de planejamento familiar também estabelece as regras de esterilização cirúrgica. - Somente podem submeter-se a ela homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de vinte e cinco anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de sessenta dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização precoce; - Ela também pode ser realizada quando uma nova gravidez pode trazer risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto. - Não pode ser realizada durante os períodos de parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade, por sucessivas cesarianas anteriores. As únicas formas aprovadas para esterilização são a laqueadura tubária e a vasectomia, não sendo permitida sua realização pela retirada do útero ou dos ovários. - Assim, as ações do planejamento familiar, previstas na legislação (Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996) colocam à disposição das pessoas informações e recursos que podem auxiliá-las na reflexão acerca dessa importante decisão, e também para que as pessoas possam regular sua fertilidade conforme o seu plano de vida. - O Estado Brasileiro, desde 1998, possui medidas que auxiliam no planejamento, como a distribuição gratuita de métodos anticoncepcionais. Já em 2007, foi criada a Política Nacional de Planejamento Familiar, que incluiu a distribuição de camisinhas, e a venda de anticoncepcionais, além de expandir as ações educativas sobre a saúde sexual e a saúde reprodutiva. - Em 2009, o Ministério da Saúde reforçou a política de planejamento e ampliou o acesso aos métodos contraceptivos, disponibilizando mais de oito tipos de métodos nos postos de saúde e hospitais públicos. OBJETIVO 2: CONHECER OS MÉTODOS CONTRACEPTIVOS EXISTENTES, SUAS INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES. DEFINIÇÃO - São maneiras, medicamentos, objetos e cirurgias usados pelas pessoas para evitar a gravidez. Existem métodos femininos e masculinos. Existem métodos considerados reversíveis, que são aqueles em que a pessoa, após parar de usá-los, volta a ter a capacidade de engravidar. - Existem métodos considerados irreversíveis, como a ligadura de trompas uterinas e a vasectomia, porque, após utilizá-los, é muito difícil a pessoa recuperar a capacidade de engravidar. Por isso, para optarem pela ligadura de trompas uterinas ou pela vasectomia como método anticoncepcional, as pessoas precisam estar seguras de que não querem mais ter filhos. - Não existe um método melhor que o outro, cada um tem vantagens e desvantagens. Assim como também não existe um método 100% eficaz, todos têm uma probabilidade de falha. Dessa forma, um método pode ser adequado para uma pessoa e não ser 2 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 para outra, por isso a pessoa deve procurar escolher o método mais adequado para si. - A prevenção da gravidez indesejada realiza-se pela aplicação dos métodos de controle de natalidade, reversíveis ou irreversíveis. - O método contraceptivo ideal deveria ser de fácil aplicação, possuir 100% de eficácia, risco zero e ausência total de efeitos colaterais. Infelizmente um método que reúna todas essas qualidades não existe. - A orientação do uso de métodos anticoncepcionais de alta eficácia deve ser enfatizada para diminuir o risco de gravidez não planejada, sempre associado ao uso de métodos de barreira como o preservativo masculino ou feminino para se obter realmente “sexo seguro” em ambos os sentidos, não engravidar e não contrair DST. ESCOLHA DO MÉTODO - A escolha do método contraceptivo ideal é fundamental para garantir a aderência e continuidade do uso, impactando no seu grau de efetividade. - Para isso, é fundamental que a paciente conheça cada tipo de método, seu modo de uso, benéficos e efeitos adversos. - Essa escolha é individual e deve ser orientada pelo profissional de saúde, pois leva em conta aspectos clínicos, incluindo idade, fatores de risco e doenças associadas e aspectos socioeconômicos. - Por isso, é fundamental que o médico avalie através da anamnese e exame físico, fatores que contraindique o uso do método naquela paciente. - Algumas questões como o tabagismo, presença de hipertensão arterial, amamentação, problemas cardiovasculares, histórico de câncer de mama, problemas hepáticos, uso de medicações e enxaqueca, devem ser levantadas durante a consulta, visto que são essenciais para a definição do método contraceptivo. CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE - Os critérios de elegibilidade são orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a prescrição de métodos contraceptivos levando em consideração o risco-benefício para a saúde de cada paciente. - Dessa forma, a partir de critérios comocomorbidades, medicações em uso e antecedentes médicos, o método pode ser ou não indicado para a paciente. - Os métodos anticoncepcionais podem ser classificados em quatro categorias de acordo com a OMS (2015). - Para fins práticos, salvo em algumas exceções, os métodos nas categoriais 1 e 2 podem ser utilizados. Já os métodos nas categoriais 3 e 4 não devem ser utilizados. MÉTODOS COMPORTAMENTAIS - Os métodos anticoncepcionais comportamentais se baseiam na identificação do período fértil por meio da observação de sinais e sintomas, durante o qual as relações sexuais devem ser evitadas. - Esses métodos possuem a vantagem se serem baratos, naturais, sem efeitos adversos e é bem aceito quando as crenças religiosas do casal não permitem outros métodos. - No entanto, possuem altas taxas de falhas, pois requerem longos períodos de abstinência sexual e estão susceptíveis à irregularidade menstrual. - Além disso, esses métodos não protegem contra infecções sexualmente transmissíveis (IST’s). TABELINHA - Método natural que consiste em evitar relações sexuais durante o período fértil, isto é, o período do mês em que ocorre a ovulação. - Para evitar gravidez, o período pode ser calculado com o uso da tabelinha, considerando que o ciclo menstrual começa no primeiro 3 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 dia da menstruação e termina no último dia antes da próxima menstruação. No caso de ciclo de 28 dias, contando-se 10 dias a partir do início da menstruação (por exemplo, dia 2), e 10 dias para trás do dia da próxima menstruação (dia 29), é delimitado o período fértil. - Para utilizar este método, a mulher deve determinar a duração do seu ciclo menstrual, marcando os dias do início da menstruação por cerca de 12 meses. O método apresenta menos erros em mulheres com ciclos regulares. Para quem não deseja engravidar, os dias mais seguros são: os dias da menstruação, 3 dias depois da menstruação, 7 dias antes da próxima menstruação. - Possui índice de falha entre 14 e 17%. - É um método que se baseia na observação de vários ciclos menstruais, para determinar o período fértil do ciclo menstrual da mulher. - A eficácia da tabela depende de seu uso correto e da cooperação de ambos os parceiros. A eficácia será maior se o casal não tiver relação sexual com penetração vaginal no período fértil. - A mulher que quiser utilizar este método deve ser orientada a marcar em um calendário, durante pelo menos seis meses, o primeiro dia de cada menstruação, para verificar o número de dias que durou cada ciclo menstrual e, com esses dados, calcular o período fértil, com a ajuda de um profissional de saúde. Caso a mulher tenha diferença entre os ciclos maior que 10 dias, esse método NÃO pode ser usado! - Para evitar a gravidez, no período fértil o casal não deve ter relação sexual com penetração vaginal. E o homem não deve ejacular próximo à entrada da vagina, como, por exemplo, na coxa, no períneo ou na virilha. - A tabela não é indicada após o parto ou durante a amamentação, ou para adolescentes e mulheres na pré-menopausa que estejam apresentando ciclos menstruais irregulares. - Infelizmente a ovulação não é precisa e sofre influência de vários fatores emocionais e nutricionais. Portanto, é difícil prever a época certa da ovulação. O tempo de vida médio do óvulo é de 24 horas e o do espermatozóide, em torno de 48 horas. - Na adolescência esse método não funciona, pois em geral a adolescente não se lembra do dia em que menstruou ou não conta corretamente os dias após a menstruação, havendo dificuldade de calcular com exatidão o período fértil. - Para calcular o período em que se deve adotar a abstinência sexual, basta subtrair 18 da duração do seu ciclo mais curto para saber o primeiro dia de seu período fértil e subtrair 11 dias do ciclo mais longo, que corresponde ao último dia de seu período fértil. MÉTODO DA OVULAÇÃO OU DO MUCO CERVICAL (MÉTODO BILLINGS) - Observar a variação do muco vaginal conforme o período fértil. Cerca de 2 a 3 dias após a menstruação, não se verifica a presença de muco. - Com o início do período fértil, o muco aparece. Na ovulação, o muco torna-se ralo, semelhante à clara de ovo. Depois da ovulação, o muco deixa de ser verificado. Não ter relações sexuais nos dias com muco (molhados). - Índice De Falha: 2 a 25%. OBSERVAÇÃO: este método não pode ser usado quando a mulher está com corrimento ou infecção vaginal. - O muco cervical é uma secreção produzida no colo do útero pela ação dos hormônios femininos, que umedece a vagina e ás vezes, aparece na calcinha. -Após a menstruação, algumas mulheres têm um período seco, que não tem muco. Depois, surge um muco esbranquiçado e pegajoso, que se quebra quando esticado. À medida que se aproxima o dia da ovulação, o muco cervical vai ficando parecido com a clara de ovo, elástico, transparente e escorregadio e a vagina vai ficando mais úmida, facilitando a entrada dos espermatozóides no útero. O aparecimento desse muco é o sinal de que a mulher está no período fértil e pode engravidar. - O casal que não deseja engravidar deve evitar as relações sexuais com penetração vaginal nos dias em que o muco cervical estiver parecido com a clara de ovo até o quarto dia após o muco haver desaparecido. - Vale lembrar que o sêmen e produtos vaginais como lubrificantes e pomadas prejudicam a observação do muco. - Não protege contra DTSs. TEMPERATURA (MÉTODO DE OGINO-KNAUSS) - A temperatura normal do corpo varia de 36 a 36,5ºC. Pela medida diária da temperatura da mulher, antes de levantar, verifica-se que diminui um pouco, um dia antes da ovulação, para depois subir, no dia da ovulação. - O princípio se baseia no fato de que após a ovulação, o aumento da progesterona liberada pelo corpo lúteo atinge o centro termorregulador do hipotálamo, levando ao aumento da temperatura corporal em 0,2 a 0,5 graus. - Para utilizar este método, a mulher precisa verificar sua temperatura diariamente, de preferência com o mesmo termômetro, no mesmo local do corpo e no mesmo horário, preferencialmente pela manhã antes de sair da cama. - O período de abstinência deve ser desde o primeiro dia do ciclo menstrual até três dias após a elevação da temperatura basal. - Modo De Usar: medir a temperatura e evitar ter relação com penetração quatro dias antes e quatro dias após o dia em que a temperatura sobe. 4 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 - Índice De Falha: variável. Como o anterior, depende da motivação do casal, além do fato que a temperatura do corpo pode variar por outros fatores. Observação: o método pode ser utilizado em conjunto com a tabela e o muco (métodos denominados naturais), aumentando a sua eficiência. - Este método baseia-se nas alterações que os hormônios femininos provocam na temperatura do corpo ao longo do ciclo menstrual. Temperatura basal é a temperatura do corpo em repouso. - Antes da ovulação, a temperatura basal é um pouco mais baixa e permanece assim até a ovulação. Quando acontece a ovulação, a temperatura sobe alguns décimos de grau e permanece assim até a chegada da próxima menstruação. - O casal que não deseja engravidar deve evitar as relações sexuais com penetração vaginal no período de quatro a cinco dias antes da data prevista da ovulação até o quarto dia da temperatura alta. COITO INTERROMPIDO - Praticado quando o homem retira o pênis da vagina antes da ejaculação. - Índice de falha: 25% - Observação: método pouco seguro, que depende do controle masculino. Alguns espermatozóides podem escapar antes da ejaculação, diminuindo assim a eficiência do método. - No coito interrompido, o homem retira o pênis da vagina um pouco antes da ejaculação. Este método também é conhecido como “gozar fora”. O coito interrompido, apesar de ser muitousado, não deve ser estimulado como método anticoncepcional, porque é grande a possibilidade de falha, pois o líquido que sai pouco antes da ejaculação pode conter espermatozóides. - Às vezes, o homem não consegue interromper a relação antes da ejaculação. O coito interrompido pode gerar tensão entre o casal, pois a relação fica incompleta. - Não é propriamente um método de contracepção, mas um comportamento sexual comum entre adolescentes que estão iniciando sua vida sexual. Consiste na retirada do pênis de dentro da vagina antes do início da ejaculação. É de pouca eficácia e de grande risco! - É preciso muito autocontrole e disciplina por parte do homem e, além disso, a secreção que antecede a ejaculação já pode conter espermatozóides, daí a possibilidade de gravidez. O coito interrompido é um fator predisponente da ejaculação precoce e da impotência no homem. Na mulher, prejudica ou impede o orgasmo. - É importante lembrar que mesmo não havendo penetração completa, a gravidez pode ocorrer, principalmente se a adolescente estiver no período fértil. Por essas razões esse método não é confiável na prática e deve ser sempre contra-indicado. LACTAÇÃO - Durante o aleitamento materno ocorre alterações hormonais no eixo hipotálamo-hipófise-ovário, levando à anovulação. Esse método além de não ter custos, promove inúmeros benefícios para a mulher e para o bebê. Além disso, o método não tem contraindicações, desde que a amamentação seja exclusiva. - No entanto, sabe-se que parte das mulheres ovulam em torno do terceiro mês de pós-parto, mesmo amamentando. Esse fato pode gerar risco de gravidez não planejada. SINTOTÉRMICO - O método sintotérmico combina o método da temperatura basal com o método do muco cervical, associado a sinais e sintomas que podem ocorrer durante a ovulação, como sensibilidade mamária, dor pélvica e mudanças de humor. - Nesse caso, o período de abstinência sexual vai desde o primeiro dia do ciclo até o quarto dia após o pico das secreções cervicais ou o terceiro dia após a elevação da temperatura. Sendo que na ocorrência do primeiro fator, deve-se o segundo para ter relação sexual. MÉTODOS DE BARREIRA - São métodos que formam uma barreira mecânica ou química entre os espermatozoides e a cavidade uterina, impedindo a fecundação. - O nível de eficiência desses métodos varia entre 2 a 6%, a depender se seu uso é correto. Todos os métodos de barreira, além do efeito contraceptivo, também reduzem a transmissão de IST’s. CAMISINHA/ PRESERVATIVO MASCULINO - Capa de borracha fina usada pelo homem, que impede o sêmen de entrar no útero feminino. - É um contraceptivo utilizado no pênis, para recolher o esperma, impedindo-o de entrar no corpo da mulher. A camisinha é descartável e o material do preservativo é composto por látex ou poliuretano. Além de prevenir uma gravidez indesejada, previne também contra doenças sexualmente transmissíveis (DST). - Modo De Usar: colocar antes da penetração, com o pênis em ereção, deixando uma folga na ponta e apertando-a para tirar o ar. Desenrolar a camisinha até a base do pênis. Depois da ejaculação, retirar o pênis ainda ereto, segurando o preservativo pela borda, para evitar vazamento do sêmen. Após este procedimento, descartar a camisinha, que é utilizada apenas uma vez. - Índice De Falha: 3 a 12% Observação: além de método anticoncepcional bastante seguro (se utilizado corretamente), apresenta barreira contra doenças sexualmente transmissíveis. - Consiste em um envoltório de látex que recobre o pênis durante o ato sexual e retém o esperma por ocasião da ejaculação, impedindo sua penetração no canal cervical. Como impede o 5 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 contato com a vagina, também reduz o risco de transmissão do HIV e de outros agentes sexualmente transmissíveis. - O método é considerado de baixo custo, sem efeitos colaterais e não necessita de controle médico. É de fácil acesso, podendo ser adquirido em farmácias, supermercados ou outros estabelecimentos comerciais, estando também disponível em algumas unidades de saúde. - No aconselhamento do seu uso é fundamental ensinar como colocá-lo e retirá-lo. O condom deve ser colocado antes da penetração, com o pênis ereto. O receptáculo existente na extremidade do preservativo deve ser apertado durante a colocação, com o objetivo de retirar o ar do seu interior e para auxiliar a desenrolá-lo até a base do pênis. - A retirada do preservativo deve ocorrer após a ejaculação, com o pênis ainda ereto, fixando-o pela base para que não haja vazamento. O preservativo não pode ser reutilizado. - O condom é um dos únicos métodos capazes de prevenir as doenças sexualmente transmissíveis (DST) e a AIDS. Os preservativos masculinos não devem ser usados por homens que apresentam perda de ereção durante o intercurso sexual. Além disso, não devem ser usados junto com o feminino, pois aumenta o risco de rompimento ou deslocamento. - Os únicos efeitos colaterais são sintomas alérgicos em indivíduos sensíveis ao látex. PRESERVATIVO FEMININO - É um tubo feito de plástico macio, fino e resistente, que já vem lubrificado e que se coloca dentro da vagina, para impedir o contato do pênis com a vagina. A camisinha feminina é eficaz para proteger da gravidez e de DST/HIV/AIDS, quando usada em todas as relações sexuais, antes de qualquer contato do pênis com a vagina. - A camisinha feminina dá maior autonomia à mulher sobre seu corpo e sua vida sexual, quando as mulheres têm dificuldade de negociar o uso da camisinha masculina com o parceiro. Funciona como uma barreira, recebendo o esperma ejaculado pelo homem na relação sexual, impedindo a entrada dos espermatozóides no corpo da mulher. - A camisinha feminina deve ser usada em todas as relações sexuais, mesmo durante a menstruação, antes de qualquer contato da vagina com o pênis. Pode ser colocada na vagina imediatamente antes da penetração ou até oito horas antes da relação sexual. Quando bem colocada não incomoda nem diminui o prazer sexual. - Bolsa, com forma de tubo, fina e resistente, que é colocada dentro da vagina, com finalidade contraceptiva, é menos popular que o preservativo masculino convencional, mas fornece proteção adicional contra a infecção pelo papiloma vírus humano (HPV) e o herpes, ao recobrir a região dos lábios vaginais. - Tem o mesmo objetivo que o masculino: formar uma barreira física entre o pênis e a vagina. É feito de poliuretano, mais resistente que o látex, portanto pode ser usado com vários lubrificantes. Sua colocação é mais complexa que a do condom, necessitando de um treinamento prévio. - Consiste em um tubo fino e transparente com um anel em cada extremidade, um aberto e outro fechado. O anel fechado deve ser inserido dentro da vagina e o aberto permanece do lado de fora após a inserção, protegendo os lábios da vagina e a base do pênis durante o ato sexual. Também confere proteção contra DST e AIDS. - Além de ter um custo superior ao do condom masculino, necessita de mais motivação e orientação, pois envolve questões relacionadas a estética e maior manipulação. Os preservativos femininos não podem ser utilizados em pacientes com prolapsos genitais. DIAFRAGMA - É um disco flexível de borracha ou de silicone, com uma borda em forma de anel, que é colocada na vagina para cobrir o colo do útero. Evita a gravidez impedindo a entrada dos espermatozóides dentro do útero. - Existem diafragmas de diversos tamanhos, sendo necessária a medição por profissional de saúde para determinar o tamanho adequado para cada mulher. - Pode ser usado com espermicida ou sem espermicida. O diafragma deve ser colocado em todas as relações sexuais, antes de qualquer contato entre o pênis e a vagina. Pode ser colocado minutos ou horas antes da relação sexual.- O diafragma é colocado na vagina até no máximo 1 hora antes da relação sexual, deve ser retirado no mínimo 6 horas depois e nunca deve ultrapassar 24 horas. - Sua colocação requer certa habilidade, sendo seu mau posicionamento pode resultar em falha do método. - Quando a mulher está bem orientada, a colocação do diafragma é tão simples quanto a de uma lente de contato e não dói. O diafragma só deve ser retirado de seis a oito horas após a última relação sexual, que é o tempo suficiente para que os espermatozóides que ficaram na vagina morram. Não deve ser usado durante a menstruação. 6 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 - Imediatamente depois de retirar o diafragma, deve-se lavá-lo com água e sabão neutro, secá-lo bem com um pano macio e guardá-lo em um estojo, em lugar seco e fresco, não exposto à luz do sol. Não se deve polvilhar o diafragma com talcos, pois podem danificá-lo ou causarem irritação na vagina ou no colo do útero. - Quando o diafragma está bem colocado, não atrapalha a relação sexual, nem é percebido pelo homem. - Pequeno disco de borracha que se coloca dentro da vagina, e funciona como barreira, impedindo a entrada dos espermatozóides, colocar o diafragma com o dedo. Para retirar, esperar 8 horas, que é o tempo que os espermatozóides podem sobreviver dentro da vagina. - Índice De Falha: 3 a 18% - Exige consulta médica para orientação quanto ao uso e conservação e também cuidados na sua utilização. Sendo lavado e conservado seco, pode durar até 2 anos. O diafragma não deve ser usado em pacientes com infecções geniturinárias em curso, histórico de Síndrome do choque tóxico ou doença valvar complicada. ESPERMICIDA - É uma substância química que recobre a vagina e o colo do útero, impedindo a penetração dos espermatozóides no útero, imobilizando-os ou destruindo-os. Pode ser usado sozinho ou combinado com o diafragma, mas não é muito efetivo quando utilizado sozinho. - O espermicida é eficaz por um período de uma hora após a sua aplicação. - Substâncias em forma de tabletes de espuma, geleia ou creme que provocam a ruptura da membrana das células dos espermatozoides, matando-os ou retardando sua passagem pelo canal cervical. - A substância mais utilizada é o nonoxinol-9, mas também existe no mercado o octoxinol-9 e o menfegol. - É recomendado o seu uso apenas em associação com outros métodos contraceptivos, como o diafragma. No entanto, não deve ser usada com preservativos masculinos, pois pode aumentar o risco de contaminação pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). - O uso repetitivo de espermicidas pode provocar lesões, fissuras e microerosões vaginais, cervicais e retais na mucosa vaginal e retal, dependendo da frequência de uso e do volume aplicado. O que aumenta o risco de transmissão de ISTs. - Não se recomenda o uso do espermicida para as mulheres que têm mais de um parceiro sexual ou cujos parceiros têm outros parceiros/parceiras e não usam camisinha em todas as relações sexuais, pois, nessas situações, existe risco maior de contrair doenças sexualmente transmissíveis. - O espermicida é colocado com um aplicador, que deve ser introduzido na vagina o mais profundo possível. O aplicador deve ser lavado com água e sabão após cada uso. - Índice De Falha: 8 a 42%. São mais eficazes quando utilizados junto com camisinha ou diafragma. Observação: algumas mulheres podem apresentar irritação ou alergia na vagina, devendo, neste caso, mudar a marca ou deixar de usar o método. Contraindicado: Mulheres com risco aumentado de IST e HIV, mulheres com muitas relações sexuais diárias. DIP, e/ou cervicite atual ou nos últimos 3 meses, ou no caso de alergia ao produto. MÉTODOS HORMONAIS - Os contraceptivos hormonais são métodos extremamente difundidos e eficazes. No entanto, seu índice de sucesso depende fundamentalmente da paciente. Com isso, na prática seu índice de falhas aumenta consideravelmente decorrente do uso incorreto. - Dentre esses contraceptivos os mais conhecidos são: contraceptivos orais combinados (COCs), contraceptivos contendo apenas progestogênio (COPs) e contraceptivos com estrogênios e/ou progestogênios de uso sistêmico por injeção, adesivo transdérmico ou anel intravaginal. - Contraceptivos hormonais combinados (CHCs): Os CHCs possuem a combinação de um estrogênio e um progestogênio no mesmo método. Desse grupo fazem parte as pílulas contraceptivas de uso oral, o injetável mensal, o adesivo transdérmico e o anel intravaginal. O mecanismo de ação dos CHCs ocorre pela inibição da ovulação. O componente de estrogênio dos CHCs inibe o FSH, enquanto que o progestogênio age inibindo o LH. Ora, se esses dois hormônios estão bloqueados, não pode ocorrer recrutamento folicular, amadurecimento do folículo dominante e nem ovulação. Além disso, a progesterona presente nesses contraceptivos torna o muco cervical espesso, dificultando a espermomigração, reduz a motilidade tubária e ainda tem efeito a antiproliferativo no endométrio. Já o estrogênio contido na formulação estabiliza o endométrio, reduzindo os sangramentos. 7 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 CONTRACEPTIVO ORAL COMBINADO (COCS) - Comprimido composto de hormônios em várias misturas de estrógenos e progesterona, que impossibilita a liberação do óvulo pelo ovário, e assim, impede a fecundação. - O principal estrogênio utilizado é o etinilestradiol. Mas novas formulações podem conter o estradiol e o valerato de estradiol que são estrogênios naturais. - O tipo mais comum é o da cartela com 21 comprimidos, que se começa a ingerir 5 dias depois do início da menstruação. - Índice De Falha: 0,1 a 3%. - Observação: é o método anticoncepcional mais seguro. Apresenta contraindicações para mulheres que: estão grávidas ou amamentando, apresentam perdas sanguíneas vaginais fora do período menstrual, apresenta enxaquecas, têm resultado anormal no exame preventivo de câncer (Teste de Papanicolau), têm ou tiveram estas doenças como hepatite, mononucleose, tumor do fígado ou cirrose, câncer no seio, ovário ou útero, trombose, flebite, derrame, embolia, enfarto, angina no peito, diabetes. - A pílula anticoncepcional, um dos medicamentos mais estudados na terapêutica médica, quando corretamente utilizada é um método reversível, eficaz e seguro, sendo a forma mais popular de anticoncepção conhecida mundialmente, inclusive por adolescentes. Entretanto é nessa faixa etária que ocorre a maior incidência de uso incorreto e abandono. - Os ACO contêm estrogênio e progesterona. O estrogênio mais utilizado é o etinilestradiol. As chamadas pílulas de baixa dosagem contêm quantidades inferiores a 50µg (as mais usadas têm 30 a 35µg). - Os progestágenos são necessários para dar maior consistência ao poder anticoncepcional do estrogênio e melhorar o controle do ciclo menstrual. - De acordo com o tipo de progestagênios contido, os COCs podem ser classificados em primeira, segunda ou terceira geração. Os COCs de primeira geração são os que possuem levonorgestrel (progestágeno) associado a 50 mcg de etinilestradiol. Já as de segunda geração, contém o etinilestradiol em doses menores, associado ao levonorgestrel. Se a pílula tiver desogestrel ou gestodeno associado ao progestágeno, são denominadas de terceira geração. 8 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 - Quanto mais antiandrogênico for um progestogênio, maior será seu risco tromboembólico. O de menor risco é o levonorgestrel. - O mecanismo de ação consiste em: inibição do pico de hormônio luteinizante (LH) no meio do ciclo, impedindo a ovulação; espessamento do muco do colo uterino, dificultando a espermomigração; redução da produção glandular de glicogênio no endométrio, dificultando a nidação; modificação na contratilidade das trompas. - Osefeitos colaterais nos órgãos e no metabolismo estão relacionados a dosagem hormonal, tempo de uso e fatores predisponentes individuais. O conhecimento desses efeitos é de fundamental importância, pois eles constituem um dos principais fatores de limitação e adaptação ao método. - Sintomas mais comuns: estrogênio – cefaléia, náuseas, vômitos, tonteiras, irritabilidade e mastalgia; progesterona – aumento do apetite, hemorragia intermediária, queda de cabelo, alterações da libido. Existem diversas situações clínicas que contraindicam o uso dos ACO: doenças hepáticas, metabólicas, neurológicas, tromboembólicas, cardiovasculares, neoplásicas e outras que devem ser do conhecimento de todos os médicos que prescrevem ACO. - As principais vantagens no uso do anticoncepcional hormonal oral são: alta eficácia quando utilizado corretamente; falha de 0,1 a 3 por 100 mulheres/ano; reversibilidade, com volta da fertilidade em não mais que um ano após a suspensão; não-relação com o ato sexual; redução do fluxo e das cólicas menstruais, dos sintomas pré- menstruais, da incidência de doença inflamatória pélvica (DIP) e prenhez ectópica, das doenças benignas da mama, da incidência de câncer de ovário e endométrio e do ciclo menstrual. - Sendo o esquecimento um problema comum, o horário para ingestão do ACO deve ser relacionado a uma atividade de rotina como escovar os dentes. Intervalos de esquecimento de até 12 horas não trazem nenhuma consequência; intervalos maiores (um a dois dias) podem acarretar perdas sanguíneas e ovulação, principalmente se ocorrerem nas sete primeiras doses, necessitando ser usado o preservativo como método de segurança. - As pílulas devem ser iniciadas no primeiro dia do ciclo menstrual. As cartelas a depender do tipo esquema utilizado, indicam pausas mensais que podem variar de quatro a sete dias. Nestes casos, após a primeira cartela inicia-se a segunda no quinto ou oitavo dia, respectivamente. Alguns anticoncepcionais de 28 dias podem ser utilizados sem pausa. O importante é utilizar diariamente para evitar falhas. - A principal ação é por interferência na ovulação, mas também modificam o endométrio e o muco do colo do uterino no sentido de dificultar a entrada e a sobrevivência dos espermatozoides. Ingestão diária de comprimidos. Dependendo dos tipos e da combinação hormonal, cada marca de pílula apresentará diferentes intervalos entre as cartelas, desde sete dias até o uso contínuo. ANTICONCEPCIONAIS INJETÁVEIS - Consiste no uso mensal ou trimestral de hormônio em forma de injeção. Os progestógenos injetáveis, além de anovulatórios, aumentam a viscosidade do muco cervical, tornam o endométrio menos propício à implantação do ovo e alteram a motilidade tubária. - Anticoncepcional injetável mensal é aplicado via intramuscular profunda, uma vez ao mês, entre o 7º e o 10º dia do ciclo menstrual. - Índice De Falha: 0,3 a 0,4%. - Observação: o método requer supervisão mínima e tem efeito prolongado, sendo recomendável para pessoas com deficiência mental. Entretanto, para a sua escolha, deve ser avaliada a ausência de contraindicações, como câncer, cardiopatias, doenças do fígado. Devem ser também levadas em conta as desvantagens do método, principalmente a irregularidade menstrual, aumento de peso e certa demora para retornar a fertilidade. - Existem dois tipos de injeção anticoncepcional: a injeção aplicada uma vez por mês, que é a injeção mensal, e a injeção aplicada de três em três meses, que é a injeção trimestral. São muito eficazes quando usadas corretamente. - Com a interrupção da injeção mensal, a fertilidade da mulher, que é a capacidade de engravidar, logo retorna. Com a injeção trimestral, pode haver um atraso no retorno da fertilidade da mulher. Em média, o retorno da fertilidade pode demorar quatro meses após o término do efeito da injeção. - Mensal – Associação dos hormônios estrogênio e progesterona - é aplicada uma dose do contraceptivo por meio de injeção muscular mensal. Mantém fluxo menstrual nos intervalos das injeções. - O mecanismo de ação é o mesmo que os demais contraceptivos combinados. O sangramento menstrual ocorre a cada três semanas após o 22° dia da injeção. A aplicação ocorre via intramuscular no músculo deltoide a cada 30 dias. - Trimestral – apenas progesterona - com aplicação de dose a cada três meses. Suspende a menstruação. Ganho de peso, dor mamária, dor de cabeça, sangramento irregular. Não protege contra DST´s, não pode ser aplicados em mulheres que fazem uso de anticoagulantes pelo risco de formarem hematomas no local da injeção. ANEL VAGINAL - Esse método contraceptivo combinado que possui o formato de um anel transparente e flexível e contém 2,7 mg de etinilestradiol e 11,7 mg de etonogestrel. - Deve ser colocado em forma de “8” no fundo vaginal entre o primeiro e o quinto dia do ciclo menstrual. O dispositivo permanece por três semanas consecutivas, faz-se uma pausa de sete dias, 9 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 quando ocorre o sangramento e recoloca um novo dispositivo ao final da pausa. IMPLANTES SUDÉRMICOS - Implantes subcutâneos de tubinhos ou cápsulas de plástico especial (silástico), contendo hormônio anticoncepcional. O implante, feito na parte interna do braço ou antebraço, vai liberando o hormônio lentamente. A colocação é feita durante a menstruação, com agulha especial e anestesia local. O Norplant dura cinco anos. - Índice De Falha: 1% - Método de larga duração e de alta eficácia. Entre os efeitos colaterais, pode ocorrer irregularidade menstrual. Centros de investigação sobre a biologia da reprodução humana continuam a desenvolver pesquisas no sentido de aperfeiçoar os métodos contraceptivos, tornando-os mais seguros e baratos. - Pequenos tubos (como palitos de fósforo) de 3 cm, que contém o hormônio progesterona e são inseridos na pele, especialmente na região do braço. Podem atuar por até três anos liberando o hormônio. A ação é por interferência na ovulação. A diferença é que há maior atuação no endométrio e no muco, dificultando a sobrevivência dos espermatozoides, bem como, a sua entrada. ADESIVO TRANSDÉRMICO - O adesivo transdérmico contém uma camada interna hormonal e uma camada externa resistente à água. - O adesivo deve ser aplicado na pele limpa, podendo ser colocado nas nádegas, parte externa do braço, abdome inferior ou região superior do dorso, evitando as mamas. Basta pressionar o adesivo por cerca de 10 segundos. - O primeiro adesivo é aplicado no primeiro dia do ciclo. Depois disso, o adesivo é trocado uma vez por semana, após a terceira semana é feito uma pausa, quando ocorrerá o sangramento e ao final da pausa um novo adesivo é colocado. Além disso, o contínuo, ou seja, sem pausas também pode ser utilizado. - Como efeitos adversos, pode ocorrer dismenorreia, mastalgia e spotting. - Em pacientes com mais de 90 kg, esse dispositivo pode apresentar redução de eficácia, não sendo, portanto, recomendado. Contraceptivos apenas de progestogênio (COPs) - Esses contraceptivos possuem como hormônio apenas a progesterona. Dentro desse grupo está a pílula de progesterona isolada, o injetável trimestral, o implante subdérmico e o SIU de levonogestrel. PÍLULA DE PROGESTERONA ISOLADA - Esses contraceptivos podem ser compostos por desogestrel, acetato de noretindrona e levonorgestrel. - Minipílula: Os contraceptivos compostos por acetato de noretindrona e levonorgestrel são também conhecidos como minipílulas e podem ser utilizados em pacientes em aleitamento e na perimenopausa. - Essas medicações promovem efeito contraceptivo através do espessamento do muco cervical e inibição da implantação do embrião no endométrio. Não possuindo efeitos anovulatórios. - Nesse caso, o uso de minipílulas é contínuo e devem ser prescritasno puerpério de mulheres que amamentam seis semanas após o parto. O seu uso deve ser rigoroso, pois após 27 horas da injesta do último comprimido já pode perder o seu efeito. Uma contraindicação relativa ao uso de anticoncepcionais com progestágeno isolado é o diabetes mellitus gestacional prévio, pois está relacionado ao desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 nos primeiros dois anos após o parto. - Desogestrel: Esse contraceptivo é composto por 75 μg de desogestrel e tem a capacidade de inibir a ovulação, por isso, é mais eficaz que as minipílulas. Além disso, torna o muco cervical espesso, dificultando a ascensão dos espermatozoides. Também pode ser indicado durante a amamentação e tem a vantagem de poder ser tomado com atraso de até 12 horas, sem comprometer a sua eficácia. 10 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 INJETÁVEL TRIMESTRAL - O contraceptivo injetável trimestral geralmente é utilizado em pacientes que possuem contraindicação ao uso de estrogênios. - Ele bloqueia a ovulação através da inibição do LH, também levando a alteração nas características do muco e atrofia endometrial. - Além disso, pode levar a amenorreia e redução da dismenorreia, TPM e câncer endometrial. Como efeitos adversos, pode estar presente o sangramento intermenstrual, edema, ganho de peso, acne, náuseas, mastalgia, cefaleia, alterações do humor e redução da densidade mineral óssea. - É aplicado via intramuscular na nádega ou músculo deltoide a cada três meses. ANTICONCEPCIONAL DE EMERGÊNCIA – PÍLULA DO DIA SEGUINTE - Esse método deve ser usado em uma situação inesperada. É indicado para a mulher que manteve uma relação sexual não planejada, sem uso de anticoncepcional e em casos de estupro. É também indicado em situações de rompimento de camisinha ou quando o diafragma é removido antes de seis horas após uma relação sexual, ou após esquecimento de uma ou mais pílulas anticoncepcionais no início ou no fim da cartela. - Consiste no uso de altas doses de pílulas anticoncepcionais orais (contendo estrogênio + progestogênio) que interrompem o ciclo reprodutivo da mulher, evitando assim uma gravidez indesejada. Dependendo da etapa do ciclo na qual as pílulas foram tomadas, elas podem impedir ou retardar a liberação do óvulo pelo ovário. - O mecanismo de ação desses métodos varia de acordo com o período do ciclo menstrual no qual é utilizado. Se o uso ocorre na primeira fase do ciclo, antes do pico do LH (hormônio luteinizante), ele altera o desenvolvimento folicular, impedindo ou retardando a ovulação. Já quando é usado na segunda fase do ciclo menstrual, ou seja, após a ovulação, ele modifica as características do muco cervical, deixando-o mais viscoso e com isso alteração o transporte dos espermatozoides. - Algumas usuárias têm efeitos colaterais, tais como náuseas e vômitos ou distúrbios do ciclo menstrual. Efeitos colaterais sérios são muito raros. Pode ser usada por mulheres de qualquer idade, com ou sem filhos. - Uso em até 72 horas após a relação sexual. - Índice De Falha: Baixo, quando ingerida no período indicado. - A pílula anticoncepcional de emergência ajuda a diminuir o número de abortos provocados, na medida em que evita a gravidez não desejada. - A pílula anticoncepcional de emergência não deve ser usada como método anticoncepcional de rotina, ou seja, substituindo um outro método anticoncepcional. Deve ser usada apenas em casos emergenciais, pois a dose de hormônio é muito alta. - A pílula anticoncepcional de emergência deve ser usada, no máximo, até cinco dias após a relação sexual desprotegida, tomando-se os dois comprimidos de uma só vez ou em duas doses (a primeira dose até cinco dias após a relação sexual e a segunda doze horas após a primeira). Quanto mais rápido a pílula for usada, maior a sua eficácia para evitar uma gravidez indesejada. - Os mais utilizados são o método Yuzpe e o contraceptivo de levonogestrel isolado, ambos são igualmente eficazes, podendo ser utilizado até 5 dias após o ato sexual desprotegido. - Entretanto, sua eficácia é inversamente proporcional ao tempo decorrido desde a atividade sexual, sendo recomendado o uso até 72 horas após o ato. Pela comodidade posológica e menos efeitos colaterais, o método de levonogestrel é o mais indicado. Pode ocorrer alguns efeitos adversos como náuseas, vômitos, cefaleia e aumento da sensibilidade mamária. DISPOSITIVOS INTRAUTERINOS - Os DIUs, junto com o implante de etonogestrel, faz parte dos LARCs (Long acting reversible contraceptives) que são os contraceptivos de longa duração. - Consistem em um objeto de formato variável que é inserido na cavidade uterina. Eles são amplamente difundidos como métodos contraceptivos reversíveis, possuem pequenas taxas de falha e descontinuidade, poucas contraindicações e tem um ótimo custo- benefício. - No Brasil, os dois DIUs utilizados são o dispositivo intrauterino de cobre (DIU-Cu) e o sistema intrauterino liberador de levonogestrel (SIU de levonogestrel). 11 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 DIU (DISPOSITIVO INTRA-UTERINO) - Aparelho que, colocado dentro do útero, impede a ocorrência da gravidez. É um pequeno objeto de plástico sobre o qual, muitas vezes, é enrolado um fio de cobre muito fino, e que se apresenta em diversos formatos. - A colocação, que é simples e rápida, deve ser feita apenas pelo médico. É colocado no útero, geralmente durante o período menstrual, a fim de eliminar qualquer risco de gravidez. A sua ação consiste em provocar uma reação a nível da mucosa uterina, o endométrio, impedindo a implantação do óvulo fecundado. - É um método reversível bastante eficaz, entretanto, algumas mulheres não se adaptam ao DIU. Os efeitos colaterais mais frequentes são cólicas e menstruações muito abundantes e prolongadas. - É um pequeno objeto de plástico, que pode ser recoberto de cobre ou conter hormônio, colocado no interior do útero para evitar a gravidez. O DIU não provoca aborto, porque atua antes da fecundação. DIU DE COBRE - O DIU recoberto com cobre age inativando ou matando os espermatozóides, impedindo o encontro dos espermatozóides com o óvulo. Existem diversos modelos de DIU. O mais usado é o “T” de cobre. Chama-se assim, porque tem a forma da letra T e é recoberto com fios de cobre. - O DIU-Cu é o dispositivo mais utilizado no Brasil, sendo o único LARC fornecido pelo SUS no Brasil. Tem formato de T, é feito de um fio de prata corado com cobre e pode ser eficaz de 10 a 12 anos a depender da literatura. - O DIU-Cu age por meio da indução de uma reação de corpo estranho, levando a inflamação, visto que o cobre induz a liberação de interleucinas e citocinas que tem ação espermicida. Além disso, leva a mudanças bioquímicas e morfológicas no endométrio, além de produzir modificações no muco cervical e alterar a espermomigração e transporte do óvulo. - Em relação ao risco de infecção existem divergências na literatura. Novo estudos indicam que os DIU de cobre têm efeito protetor para a DIP, porque deixa o útero do colo hostil aos germes que habitam essa região como clamídia e gonococo. Apesar dos inúmeros benefícios, esse método também está relacionado a alguns efeitos adversos como aumento da dismenorreia e aumento do sangramento uterino. Além disso, apesar de raro, existe o risco de perfuração uterina e expulsão do DIU. O DIU de cobre não está relacionado ao aumento de gravidez ectópica. SIU de levonogestrel (SIU- LNG) - O SIU- LNG, também conhecido pelo nome comercial Mirena, é um dispositivo de poliuretrano em forma de T que libera 20mcg levonorgestrel por dia. Tem validade de cerca de 5 anos, apesar de alguns estudos admitirem até 7 anos. - Funciona levando a ao efeito a atrofia do endométrio, tornando o muco cervical espesso e dificultando aespermomigração e motilidade tubária. Além disso, provoca a reação inflamatória de corpo estranho, como DIU de cobre. - Possui o benefício de reduzir a dismenorreia e causar amenorreia em alguns casos. No entanto, em algumas pacientes pode levar a cefaleia, mastalgia, acne, depressão, cisto ovarianos funcionais e spotting (sangramento uterino irregular). Além de ter as mesmas contraindicações do DIU de cobre, o SIU- LNG não é recomendado em mulheres com câncer de mama atual ou prévio, tumor hepático, trombose venosa profunda ou tromboembolismo pulmonar atual, lúpus eritematoso sistêmico com anticorpo antifosfolipídeo positivo ou desconhecido. Além disso, não é indicado a continuidade do uso em pacientes que iniciaram quadro de enxaqueca com aura. Apesar de raro, pode levar a expulsão, dor ou sangramento, perfuração uterina, infecção e gravidez ectópica. 12 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 - O melhor momento para ser inserido é durante a menstruação, pois nesse período o colo do útero está mais pérvio, facilitando a inserção. A contracepção é imediata e pode ser colocado em qualquer idade, inclusive em pacientes sem prole constituída. Apesar de muito usado na prática, a USG não é obrigatória para inserção dos DIU’s. - Pacientes com imunidade comprometida como em mulheres com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e usuárias de corticoide em altas doses, presença de câncer ovário, doença trofoblástica benigna, IST’s e tuberculose pélvica tem contraindicação relativa ao uso de dispositivos intrauterinos. No em 48 horas a quatro semanas após o parto, não é indicado a colocação do DIU, pois o risco de expulsão é maior. - A fertilidade da mulher, ou seja, a sua capacidade de engravidar, retorna logo após a retirada do DIU. A colocação do DIU no interior do útero deve ser feita por um profissional de saúde treinado. É um método muito eficaz. - O DIU não atrapalha a mulher e não machuca o pênis durante a relação sexual. - A mulher que usa DIU pode apresentar aumento do sangramento menstrual e aumento na duração da menstruação ou apresentar cólicas. Tais efeitos não trazem problemas para a saúde, a menos que a mulher tenha anemia severa. - Os efeitos colaterais do DIU incluem distúrbios no fluxo menstrual, com hemorragias e cólicas intensas, além do risco maior para doenças infecciosas e sexualmente transmissíveis, além de cervicites. - Se ocorrer a gravidez mesmo com o DIU inserido no útero, este deve ser removido imediatamente devido ao risco de abortamento com complicações. MÉTODOS IRREVERSÍVEIS / DEFINITIVOS - A contracepção cirúrgica consiste em método considerado irreversível ou definitivo, podendo ser masculina com a vasectomia ou feminina com a ligadura tubária (LT). Tem grande efetividade com índice de Pearl variando de 0,1 a 0,3 por 100 mulheres/ano. LIGAÇÃO DE TROMPAS (LAQUEADURA) - É um método cirúrgico em que as trompas de Falópio são amarradas e seccionadas, impedindo que os óvulos alcancem o útero e sejam fecundados pelos espermatozóides. Outra técnica em desenvolvimento consiste na oclusão tubária pela colocação do agrafo ou anel (técnica do ring) em cada trompa, oferecendo a chance de reversibilidade em 30% dos casos. - Exige cirurgia; impróprio para mulheres que podem querer ter filhos no futuro. - É uma cirurgia simples realizada na mulher para evitar a gravidez. É um método anticoncepcional considerado permanente ou irreversível, porque, depois de feita a cirurgia, é muito difícil recuperar a capacidade de ter filhos. Nessa cirurgia, as duas trompas podem ser cortadas e amarradas, cauterizadas, ou fechadas com grampos ou anéis. - A ligadura de trompas age impedindo que os espermatozóides se encontrem com o óvulo. Pode ser realizada por diferentes técnicas cirúrgicas. É necessário usar anestesia, que pode ser geral ou local, e a mulher pode ficar internada, de algumas horas até um ou dois dias. A ligadura de trompas, mesmo sendo uma operação simples, tem riscos e pode apresentar problemas como qualquer outra cirurgia. - A Lei do Planejamento Familiar só permite realizar a ligadura de trompas e a vasectomia voluntárias nas seguintes condições: 1. Em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de 25 anos de idade, OU pelo menos com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico. 2. Nos casos em que há risco de vida para mulher ou riscos para a saúde da mulher ou do futuro bebê, desde que tenha relatório escrito e assinado por dois médicos. - A Lei do Planejamento Familiar proíbe a realização da ligadura de trompas durante o período de parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade. Esses momentos não são os mais adequados para a realização dessa cirurgia. VASECTOMIA - É um método contraceptivo masculino que consiste em uma operação que secciona o canal deferente (tubo que conduz o esperma para a uretra). O homem submetido a esta operação tem prazer sexual normal e orgasmo, mas seu sêmen não contém espermatozóides, e assim não pode fecundar o óvulo. - A vasectomia é um processo simples, que pode ser realizado com anestesia local, no consultório médico. A operação é considerada irreversível e, portanto, não é indicado para homens que desejam ter filhos posteriormente. - É uma cirurgia simples, segura e rápida, que se faz em homens que não desejam mais ter filhos. É um método anticoncepcional considerado permanente ou irreversível, porque, depois de feita a cirurgia, é muito difícil recuperar a capacidade de ter filhos. - Nessa cirurgia, os canais deferentes são cortados e amarrados, cauterizados, ou fechados com grampos. É uma cirurgia simples, que pode ser feita em ambulatório, com anestesia local e o homem não precisa ficar internado. - A vasectomia age impedindo que os espermatozóides se encontrem com o óvulo. A vasectomia, mesmo sendo uma operação simples, tem riscos e pode apresentar problemas como qualquer outra cirurgia. 13 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 - O efeito da vasectomia não é imediato. Nas primeiras ejaculações depois da vasectomia, ainda existem espermatozóides no esperma ejaculado, ou seja, ainda existe o risco de o homem engravidar a mulher. - A vasectomia só será considerada segura quando o exame realizado no esperma, o espermograma, mostrar que não existem mais espermatozóides no esperma ejaculado. Até que o espermograma seja negativo, o homem ou a mulher devem usar algum método para evitar a gravidez. - A vasectomia não causa nenhum problema de saúde para o homem. O homem apenas não poderá mais engravidar uma mulher. A vasectomia não altera a vida sexual do homem. O desejo e a potência sexual continuam iguais ao que eram antes da cirurgia. A única diferença é que o esperma ejaculado não contém mais espermatozóides, mas não ocorrem alterações na quantidade e no aspecto do esperma.
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