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PCP O SISTEMA “JUST IN TIME” – JIT 1 Carlos Alexandre de Araújo Introdução ao JIT • O Just-In-Time surgiu no Japão na década de 70 na Toyota Motor Company (Taiichi Ohno). • O JIT visa o combate ao desperdício pela eliminação de atividades que consomem recursos, mas não agregam valor ao produto. • Os sistemas JIT são projetados para: • Produzir de acordo com as necessidades dos clientes; • Minimizar estoques. • Otimizar a produção. • Melhoria contínua do processo produtivo e do produto. • Redução da ineficiência e do tempo improdutivo. • Tipos de desperdícios: estoques, transporte interno, paradas intermediárias (decorrentes de esperas no processo), refugos e retrabalhos, etc. 2 Carlos Alexandre de Araújo Sistema JIT • No sistema JIT, o planejamento da produção é tão necessário quanto em qualquer outro ambiente, já que um sistema de manufatura JIT precisa saber quais os níveis necessários de materiais, mão-de-obra e equipamentos. • O planejamento e programação da produção dentro do contexto da filosofia JIT procura adequar a demanda esperada às possibilidades do sistema produtivo. • Este objetivo é alcançado através da utilização da técnica de produção nivelada. • É fundamental para a utilização da produção nivelada que se busque à redução dos tempos envolvidos nos processos. 3 Carlos Alexandre de Araújo Tradicional x Just in Time 4 Carlos Alexandre de Araújo Objetivos do JIT • Deseja-se chegar a um sistema produtivo balanceado: • mantendo um fluxo suave e veloz de materiais através do sistema de manufatura. • Eliminar paralizações: • geradas por quebras de equipamentos, atrasos no fornecimento, mudanças na programação, problemas de qualidade). • Aumento da qualidade e a flexibilidade: • ser capaz de operar com um mix diário de produtos de forma a lidar com um certo grau de incerteza mantendo um fluxo suave de materiais) • alcançados por meio da melhoria contínua e redução do desperdício. 5 Carlos Alexandre de Araújo Objetivos do JIT • Diminuir os tempos de setup e os lead times: • Estes tempos prolongam o processo sem adicionar qualquer valor ao produto final além de reduzir a flexibilidade do sistema. • Eliminar o desperdício: • Significa analisar todas as atividades realizadas no sistema de produção e eliminar aquelas que não agregam valor ao produto. • Exemplos de desperdício: • produção excessiva, tempos de espera, transporte desnecessário, estoque, processamento desnecessário, método de trabalho ineficiente, produtos defeituosos). 6 Carlos Alexandre de Araújo Objetivos do JIT • Minimizar o estoque • Estoques são recursos ociosos no JIT, ocupam espaço, elevam o custo do sistema e escondem os problemas da produção. 7 Carlos Alexandre de Araújo • Utilização de baixos níveis de estoques: • No JIT, os estoques são reduzidos gradualmente a fim de que os problemas apareçam, uma vez identificados e resolvidos, o sistema remove mais estoques e assim sucessivamente. Filosofia JIT 8 Carlos Alexandre de Araújo Objetivos do JIT • Melhorar Continuamente (Kaizen) • Significa que nenhum dia deve se passar sem que a empresa melhore sua posição competitiva. • Todos dentro da empresa são responsáveis por isto, e devem trabalhar neste sentido. • Desta forma um problema, ou um erro, acontecido dentro do sistema deve ser visto como uma oportunidade de melhoramento. • É importante, sob a ótica do melhoramento contínuo, estabelecer metas bastante otimistas, mesmo que inatingíveis, como forma de direcionar o incremento de produtividade: Zero de defeitos; Zero de estoques; Zero de movimentações; Zero de lead time; Zero de tempos de setups (configurações); Lotes unitários. 9 Carlos Alexandre de Araújo 10 Carlos Alexandre de Araújo Objetivos do JIT • Satisfazer as Necessidades dos Clientes • Significa entender e responder aos anseios dos clientes, fornecendo produtos de qualidade no momento em que for solicitado. • Entenda-se como clientes, tanto os participantes da cadeia produtiva interna como os da cadeia externa à empresa. • Existem várias maneiras de melhorar o relacionamento com os clientes, pode-se citar algumas: • Reduzir os custos internos dos clientes; • Produzir pequenos lotes com qualidade; • Ser flexível; • Reduzir os estoques do cliente; e • Projetar em conjunto com o cliente. 11 Carlos Alexandre de Araújo Objetivos do JIT • Envolver Totalmente as Pessoas • Praticamente todos os aspectos relacionados à filosofia JIT/TQC requerem um envolvimento total das pessoas. • Mudanças de atitude a nível humano são solicitadas por toda a empresa, principalmente nos níveis gerenciais. • A gerência deve travar um compromisso pela participação das pessoas, desenvolvendo treinamentos contínuos em atividades de equipes de trabalho, com o devido aporte financeiro. • É importante deixar claro que as pessoas, e não a tecnologia, são a prioridade número um da empresa. 12 Carlos Alexandre de Araújo Objetivos do JIT • Organização e Visibilidade • A organização e a visibilidade do ambiente de trabalho é um requisito fundamental da filosofia JIT/TQC. É o início da luta contra os desperdícios e a base para a motivação das pessoas. • A organização do ambiente de trabalho passa pela reformulação dos layouts convencionais, pela definição de locais específicos para armazenagem de materiais em processo e ferramentas, e pela própria postura dos funcionários ao seguirem os padrões de higiene e segurança. • A organização leva ao benefício da visibilidade dos problemas, de forma que qualquer situação anormal seja óbvia. 13 Carlos Alexandre de Araújo Filosofia JIT 14 Carlos Alexandre de Araújo 15 Carlos Alexandre de Araújo Poka-yoke (pronuncia-se poca-iôque) é um dispositivo a prova de erros destinado a evitar a ocorrência de defeitos em processos de fabricação e/ou na utilização de produtos. A Filosofia JIT/TQC (Total Quality Control) Filosofia JIT/TQC Satisfazer as necessidades do cliente Eliminar desperdícios Melhorar continuamente Envolver totalmente as pessoas Organização e visibilidade JIT TQC Produção focalizada; Produção puxada; Nivelamento da produção; Redução de leadtimes; Fabricação de pequenos lotes; Redução de setups; Manutenção preventiva; Polivalência; Integração interna e externa; etc. Produção orientada pelo cliente; Lucro pelo domínio da qualidade; Priorizar as ações; Agir com base em fatos; Controle do processo; Responsabilidade na fonte; Controle a montante; Operações a prova de falha; Padronização; etc. Conceitos e técnicas da filosofia JIT/TQC. 16 Carlos Alexandre de Araújo 17 Carlos Alexandre de Araújo 18 Carlos Alexandre de Araújo 19 Carlos Alexandre de Araújo JIT e o Projeto do Produto • Peças padronizadas: resulta em um menor número de componentes, processamentos mais padronizados com consequente redução nos tempos e custos. • Projetos modulares: simplificam o processamento, a compra, o manuseio dos materiais, o treinamento, e as estruturas dos produtos. • Qualidade: a qualidade deve ser assegurada ao produto final nas diversas etapas. (no JIT uma paralisação local pode causar uma paralisação no processo inteiro, devido aos níveis reduzidos dos estoques). 20 Carlos Alexandre de Araújo 21 JIT e o Projeto do Produto Carlos Alexandre de Araújo 22 JIT e o Projeto do Produto Carlos Alexandre de Araújo • Redução nos tempos de setup: • lotes pequenos requerem setups frequentes e estes devem ser rápidos para não serem dispendiosos. Cada trabalhador é treinado para fazer seu próprio setup e os procedimentos para tal devem ser simples e padronizados. • Utilização de pequenos lotes: • o tamanho ideal para o processamento é de um lote de apenas uma unidade (one-piece-flow). Isso reduz o nível de estoques em processo, os custos de armazenagem, inspeção e retrabalho. Os problemas tornam-se mais visíveis, a flexibilidade é aumentada, o balanceamento das operações é facilitado. 23 JIT e o Projeto do Processo Carlos Alexandre de Araújo • Utilização de célulasde manufatura: • cada célula contém as máquinas e as ferramentas necessárias para processar famílias de peças, ou seja, peças com características semelhantes de processamento. • Com a célula os tempos de troca de ferramentas são reduzidos, o treinamento é facilitado e o grau de utilização de máquina elevado. • Melhoria da qualidade: • Visa a identificação e a eliminação das causas dos problemas para que não ocorram novamente. • Defeitos são detectados automaticamente (automação) quando ocorrem durante a produção e esta é interrompida para se corrigir as causas dos defeitos. • Problemas na produção são vistos como oportunidade para a melhoria de todo o sistema. • Flexibilidade na produção: • a ocorrência de vários gargalos produtivos reflete inflexibilidade na manufatura. • Como no JIT o nível de estoques em processo é baixo, há programas de manutenção preventiva para minimizar a incidência de quebras. • Os trabalhadores são com frequência, os responsáveis pela manutenção de seu próprio equipamento. 24 JIT e o Projeto do Processo Carlos Alexandre de Araújo 25 Carlos Alexandre de Araújo 26 Carlos Alexandre de Araújo Layout job-shop (por processo) 27 Carlos Alexandre de Araújo Células ou Linhas 28 Carlos Alexandre de Araújo 29 Carlos Alexandre de Araújo Os Sistemas de Planejamento e Controle de Produção 30 Os Sistemas Puxados de Produção baseados na filosofia Just-in-Time, simplificam em muito a necessidade de acompanhamento da produção pelo PCP, visto que os mesmos são autorreguláveis e projetados para apontar de forma imediata quaisquer problemas que ocorram. Carlos Alexandre de Araújo Sistema empurrado x puxado 31 Carlos Alexandre de Araújo 32 Sistema empurrado x puxado Carlos Alexandre de Araújo •No JIT cada estação de trabalho “puxa” o output da estação precedente à medida que é necessário. •O controle da movimentação do trabalho compete à operação subsequente. • A comunicação de trabalho se faz de frente para trás no sistema e cada estação comunica sua necessidade de mais trabalho à operação precedente, assegurando que a oferta se iguale à demanda. •Evita-se o acúmulo de estoques excessivos entre as operações. JIT - Sistemas de produção “puxada” 33 Carlos Alexandre de Araújo •Na produção “puxada” o fluxo de trabalho é ditado pela “demanda do passo seguinte”. •No JIT essa demanda é comunicada por meio de cartões (kanban), que agem como disparadores da produção. • Quando um trabalhador necessita de materiais (trabalho) da estação precedente ele utiliza um cartão kanban. •Nenhuma peça ou lote podem ser movimentados ou trabalhados sem um cartão desses. JIT - Sistemas de controles visuais 34 Carlos Alexandre de Araújo KANBAN 35 Carlos Alexandre de Araújo O Sistema Kanban • Um dos aspectos dos sistemas de produção enxuta que mais recebe publicidade é o sistema Kanban desenvolvido pela Toyota. • Foi desenvolvido por Taiichi Ohno, vice-presidente da Toyota. • Kanban, que significa “cartão” ou “ registro visível” em japonês, refere-se a cartões usados para controlar o fluxo de produção dentro de uma fábrica. • No sistema Kanban mais básico, um cartão é fixado em cada contêiner de itens produzidos. • O contêiner guarda um determinado percentual das necessidades diárias de produção para um item. • Quando o usuário das peças esvais um contêiner, o cartão é removido do contêiner e colocado em um painel. • O contêiner vazio é, então, levado para a área de armazenamento e o cartão pendurado sinaliza a necessidade de se produzir outro contêiner para a produção do item. • Quando o contêiner é reabastecido, o cartão é colocado de volta no contêiner, que é, em seguida, restituído a uma área de armazenamento. • O ciclo começa novamente quando o usuário das peças recupera o contêiner com o cartão anexado. Carlos Alexandre de Araújo 207 Kanban – Regras Gerais de Operação 1. Cada contêiner deve ter 1 único cartão; 2. A linha de montagem sempre retira materiais da célula de fabricação que nunca introduz peças na linha de montagem porque, mais cedo ou mais tarde, peças que ainda não são necessárias para a produção serão fornecidas; 3. Os contêineres de peças nunca devem ser removidos de uma área de armazenamento sem que um kanban tenha sido afixado no primeiro painel; 4. Os contêineres devem sempre conter o mesmo número de peças boas. O uso de contêineres não-padronizados ou de contêineres preenchidos de forma irregular interrompe o fluxo de produção da linha de montagem; 5. Apenas peças não-defeituosas devem ser passadas ao longo da linha de montagem para fazer o melhor uso dos materiais e do tempo do trabalhador. Essa regra reforça a noção de se desenvolver qualidade na origem, que é uma característica importante dos sistemas de produção enxuta; 6. A produção total não deve exceder a quantidade total autorizada nos kanbans do sistema. Carlos Alexandre de Araújo 209 Sistema Kanban de Cartão Único Carlos Alexandre de Araújo 210 Kanban na Toyota • A Toyota usa um sistema de 2 cartões: 1 de retirada (transporte) e outro de ordem de produção para controlar as quantidades de retirada mais cuidadosamente. • O cartão de retirada especifica o item e a quantidade que o usuário do item deve retirar do produtor do item, bem como os locais de armazenamento, tanto do usuário quanto do produtor. • O cartão de ordem de produção especifica o item e a quantidade a serem produzidos, os materiais requeridos e onde encontrá-los, e onde armazenar o item acabado. • Os materiais não podem ser retirados sem um cartão de retirada, e a produção não pode ser iniciada sem um cartão de ordem de produção. • Os cartões são fixados nos contêineres quando a produção começa. Carlos Alexandre de Araújo 211 Puxando o fluxo de materiais com kanbans 40 Carlos Alexandre de Araújo Determinando o número de Contêineres • O número de contêineres permitidos determina a quantidade de estoque permitido. • A gerência deve tomar duas decisões: • 1) o número de unidades a serem guardadas por cada contêiner; e • 2) o número de contêineres circulando de um lado para outro entre a estação do fornecedor e a estação do usuário. • A primeira decisão corresponde a de determinar o tamanho do lote de peças, o que requer balancear o custo de preparação com o custo de manter o estoque armazenado, entre outras considerações. Carlos Alexandre de Araújo 214 Determinando o número de Contêineres • O número de contêineres circulando de um lado para o outro entre duas estações afeta diretamente as quantidades do estoque do material em processo e do estoque de segurança. • Os contêineres gastam algum tempo na produção, em uma fila de espera, em um local de armazenamento ou em trânsito. • A chave para determinar o número de contêineres necessários é estimar o tempo empregado médio necessário para produzir um contêiner de peças. Carlos Alexandre de Araújo 215 Determinando o número de Contêineres • O tempo empregado é uma função: • Do tempo de processamento por contêiner da estação do fornecedor; • Do tempo de espera durante o processo de produção; e • Do tempo requerido para a manipulação de materiais. • O número de contêineres necessário para manter a estação do usuário é igual: • à demanda média durante o tempo empregado mais • algum estoque de segurança para levar em consideração circunstancias inesperadas, • dividido pelo número de unidades em um contêiner. Carlos Alexandre de Araújo 216 Determinando o número de Contêineres Carlos Alexandre de Araújo 217 c d k 1 Sistema Kanban • Exemplo 1: Em um centro de produção, a taxa de utilização é de 300 peças por dia, e um container-padrão tem capacidade para 25 peças. O circuito completo de um container dura em média 0,12 dia, desde o momento em que um cartão kanban é recebido, até que o container seja devolvido vazio. Calcule o número de cartões kanban (ou containers) necessários se = 20%. • Solução: 45 Carlos Alexandre de Araújo SistemaKanban • Exemplo 2: A Cia de peças de automóveis de Westerville produz conjuntos de eixos oscilantes para uso em sistemas de suspensão e direção de caminhões de tração nas quatro rodas. Um contêiner habitual de peças passa 0,02 dia em processo e 0,08 dia em manipulação de materiais e espera durante seu ciclo de fabricação. A demanda diária pela peça é de 2000 unidades. A gerência acredita que a demanda pelo conjunto de eixos oscilantes seja incerta o suficiente para justificar um estoque de segurança equivalente a 10% de seu estoque permitido. • a) Se cada contêiner contém 22 peças para a fabricação de um conjunto de eixo oscilante, quantos contêineres devem ser permitidos na produção? • b) Suponha que uma proposta para revisar o layout da planta reduza a manipulação de materiais e o tempo de espera por contêiner para 0,06 dia. Quantos contêineres seriam necessários para atender a produção enxuta? 46 Carlos Alexandre de Araújo Sistema Kanban • Exemplo 3: Uma empresa usando um sistema Kanban tem um grupo de máquinas ineficiente. Por exemplo, a demanda diária pela peça L105A é de 3000 unidades. O tempo médio de espera por contêiner de peças é de 0,8 dia. O tempo de processamento de um contêiner de L105A é de 0,2 dia, e um contêiner guarda 270 unidades. Atualmente, 20 recipientes são usados para esse item. • A) Qual o valor da variável ? • B) Qual é o estoque planejado total (material em processo e produto acabado) para o tem L105A? • C) Suponha que a variável =0. O que isso significa? Quantos contêineres seriam necessários agora? Qual o efeito da variável nesse exemplo? 47 Carlos Alexandre de Araújo 48 Carlos Alexandre de Araújo
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