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Perda progressiva, irreversível, das funções renais. Por conta disso, é diferente de uma doença crônica dos rins. 180 L de filtrado glomerular por dia, mas apenas 1,5L será excretado (urina). Funções renais: Excreção de escórias do metabolismo (creatinina, ureia, e ácido úrico que são tóxicos para o corpo). A ureia ainda sofre um metabolismo nos rins, no qual é reconvertida a amônia. Manutenção da homeostase hidrossalina (H2O- Na) Cada átomo de Na carrega consigo 6 molec de H2O. Manutenção da hemodinâmica (PA). Manutenção equilíbrio eletrolítico (K, P Ca, Mg) Participação no equilíbrio ácido-básico. (tende a gera ácido. A glicólise gera CO2 que se liga a H20 e vira ácido carbônico -> que é um substância ácida que se dissocia em H+ e HCO3). Manutenção do metabolismo ósseo adequado. (regulação de Ca, fosfato e hidroxilação da vit D). Secreção hormonal (EPO, renina) e metabolismo (ex:insulina é catabolizada nos rins). -> pH incompatível 6,86 -> Precisamos de um pH levemente neutro no sangue. Como avaliar a função renal residual? Melhor: TFG, especialmente pelas fórmulas que a estimam (eGFR). Creatinina: não é apenas filtrada e eliminada, como também é secretada nos túbulos renais, logo pode gerar falha e não espelha exatamente a TFG. Doença Renal Crônica Estratégia para avaliação Busca idade, etnia e creatinina no sangue do paciente. Consequências da DRC Hiponatremia (excesso de água no corpo, diluindo o Na na corrente sanguínea). Hipercalemia / Hiperpotassemia (dificuldade de excreção de K). Obs: pode haver hipopotasemia se a excreção estiver aumentada. Hipocalcemia Hiperfosfatemia Diminuição da tolerância da ingesta de água, eletrólitos e minerais. Causas da ANEMIA na DRC: perde ferro, vit hidrossolúveis (ácido fólico, B9 e B12 fundamentais para eritropoese e são perdidas na diálise), deficiência de eritropoetina principalmente. Doença metabólica óssea (depleção de vit D, aumento do PTH, doença óssea adinâmica). Meia-vida de alguns hormônios aumenta, por isso, existe uma tendência em diminuir a dose de determinados medicamentos (perda de massa renal -> aumenta meia-vida da insulina, pois a capacidade de inativá-la está baixa -> podendo gerar hipoglicemia). Uremia: acúmulo de substâncias tóxicas na corrente sanguínea. Pericardite urêmica: dor pleurítica (dor típica da dor da pleura, não significa que é dor na pleura). Fatores de Risco: Suscetibilidade (torna o paciente mais vulnerável e de vir a ter) - idade, histórico familiar, agenesia de um dos rins, PIG, etnia (pretos), baixo nível socioecônomico e educacional. Iniciação (diretamente causam dano renal) - DM, HAS, doenças auto-imunes, infecções sistêmicas, ITU (especial com regurgitação do ureter), cálculos renais, infecção/obstrução do trato urinário alto que leva a estase urinária, drogas nefrotóxica (anti-inflamatórios, alguns antibióticos). Progressão (se já tem lesão renal, terá perda mais rápida/progressiva)- alta proteinúria, HAS, descontrole da glicemia, tabagismo. Fatores de estágio final (aumenta as complicações e mortalidade em pacientes com dano renal avançado)- não consegue dialisar bem (carga de diálise baixa), sem acesso vascular adequado para hemodiálise, anemia que aumenta isquemia coronariana e IC, nível de albumina baixo gerando mais edemas e dificuldades em outras vias metabólicas, encaminhamento lento ao nefrologista). Patogenia HA: pode ser tanto causa quanto consequência Volume extracelular devido à excreção renal de Na. Ativação SRAA Ativação SNS Alterações endócrinas Baixa eritropoetina - anemia Aumento de PTH -hiperparatireoidismo RI (no início), hipoglicemia no rim terminal Acidose reduz habilidade de GH estimula IGF-1 e diminui níveis de T3 e T4. Teoria do néfron intacto Insulto renal persistente (DM, HAS, LES, infecção e etc) -> lesão renal instalada <---> hiperfluxo dos glomérulos remanescentes. (mesmo que a doença inicial não esteja mais ativa). Hipótese do Trade-off Diminuição TFG -> diminui excreção de fosfato -> acúmulo de fosfato na corrente sanguínea -> queda de CA -> aumento de PTH-> aumenta ativação dos osteoclastos -> com reabsorção de Ca dos ossos com objetivo de normalizar o Ca na corrente sanguínea -> perda de massa óssea -> diminui segunda hidroxilação da vit D (a primeira ocorre no fígado e a segunda - alfa hidroxilase- presente no rim, ficando mais ativa) -> contribui com hipocalcemia. Resultado= hiperparatireoidismo Perda de vit D no adulto = osteomalácia (depleção de vit D = osso fragilizado). Osteodistrofia renal - papel dos fosfatos Turnover ósseo aumentado= grande reabsorção óssea Turnover ósseo reduzido= atividade osteoclasto e osteoblasto diminuída. Osteopatia dinâmica. Distrofia urêmica mista = doentes com aumento de PTH, hiperparatireoidismo e diminuição de mineralização. Fosfato vem da dieta. Formamos vit D endógena e por dieta. Uremia Ureia na corrente sanguínea e outras substâncias tóxicas (peptídeos, p- cresol, indozil sulfato) Náuseas, vômitos, soluços, anorexia, neuropatia, dor torácica, precordialgia, dor tipo pericardite ou pleurite urêmica. Laboratório Aumento de creatinina e ureia principalmente. Espectro clínico variável Manifestações da uremia, PA elevada, anemia, anormalidades laboratoriais. Doentes no estágio 5 irão evoluir em algum momento para UREMIA. Um doente no estágio 3 pode estar no estado urêmico? NÃO, a menos que tenha uma injuria renal aguda que agrave agudamente a função renal, ou seja, uma uremia AGUDA, pois seria crônica apenas no estágio 5. Além de uremia, existem sinais e sintomas sistêmicos devido a anemia e inflamação como a fadiga e letargia; na pele pode haver prurido por causa do depósito subcutâneo de substâncias tóxicas, depositos de fosfato de cálcio (calcifilaxia - pode levar a úlceras cutâneas graves, pois fosfato e cálcio alto predispõe a deposição de fosfato de cálcio nas artérias da derme, por exemplo, levando a úlceras e necrose, além de isquemia coronariana), aumenta progressão da doença cardíaca (maior causa de morte do renal crônica é complicação cardiovascular - AVE, infarto agudo do miocárdio), pericardite ou pleurite urêmica, derrame peritonial (ascite), aumento do sangramento GI e diarreia. Esse quadro clínico com substâncias tóxicas resulta em disfunção do sistema imune, de leucócitos, diminui imunidade celular, aumentando incidência de infecções. Complicações endócrinas: hipoglicemia, transtornos da tireoide, amenorreia, menorragia, impotência sexual, oligoespermia, até coma urêmico. Dores ósseas, tumorações Marcadores Creatinina e ureia periodicamente Na, K, Ca, fosforo, cloro, bicarbonato, ácido úrico. Acompanhar parametros hematimétricos - hemoglobina e hematócrito. Albuminúria e macro DM - buscar hemoglobina glicada e glicose de jejum adequadas. Para buscar a causa da DRC, podemos pedir exames como: EAS (glomerulopatias?), exames imunológicos/ auto-anticorpos - FAN, anti- DNA, C3, ANCA (lupus, vasculite?) e dosar PTH, fosfatase alcalina, cálcio e fósforo (osteodistrofia renal?). Imagem US de rins e vias urinárias - primeiro exame indicado (avaliar se é crônico e casos como: Se tem retenção de escórias + anemia provavelmente é crônico (mas pode ocorrer em caso de injuria aguda devido sangramento de rins em algum acidente). Hipocalcemia ocorre mais no crônico Osteodistrofia renal é patognomônico do crônico Nível de escórias nitrogenadas é uma pista importante. Qualquer disfunção aguda é pior tolerada que crônica, pois se está crônico, quer dizer que já venceu a fase aguda. Rins de tamanho reduzido Reabsorção subperiostial óssea, o osso está sendo reabsorvido - Sinal de hiperparatireoidismo. Tumor cheio de osteoclastos proliferando, por isso, essa condição é chamda de osteíte fibrosa cística, pois é como se o osso estivesse cheio de cistos ósseos estimulados por PTH. Vertébra ou espinha em Rugger Jersey Spine(descreveram isso em homenagem a um time de rugby famoso na época pela similaridade do uniforme com faixas pretas brancas). Osteodistrofia são como faixas de fraturas no osso. Tratamento IECA: eficaz para retardar a progressão e diminuir a microalbuminúria, pois diminui a geração da angiotensina II que é responsável por regular a constricção da arteríola eferente, aumentando PA no glomérulo, logo os IECA reduzem essa pressão glomerular e o grau de lesão de néfrons remanescentes. Pode também ser utilizado o BRA, quando o paciente não pode usar IECA. Estenose da artéria renal bilateral é contraindicação de IECA, pois esses doentes possuem hipofluxo sanguíneo renal, logo são altamente dependente da constricção da arteríola eferente, pois sem isso ficam completamente sem pressão de filtração, evoluindo com insuficiência renal aguda. Controle glicêmico Restrição de proteína Eritropoetina exógena, reposição de ferro, complexo B - perdidas na diálise (tratar anemia) Quelantes de fósforo para corrigir ostedistrofia (todo dia absorvermos cerca de 600mg na dieta e esses quelantes servem para diminuir a absorção do fosforo) Evitar calcificação mestatática. Combatemos acidose Prevenir doenças cardiovasculares (aspirina, AAS) Cessar tabagismo Preparar doente a partir do estágio 4 para terapia de substituição renal. Hemodiálise Entrou em uremia aguda ou crônica => diálise. Clearence abaixo de 10ml por minuto (TFG < 10 mL/min) ou menos que 15 mL/min (estágio 5) com comorbidades como IC. Fístula AV periférica = arterializar essa veia, ouseja, fazer a veia se comportar como artéria e ficar com paredes hipertróficas (processo que demora 3 a 4 semanas para ocorrer), para que as veias aturem a quatidade de acessos. Em situações agudas: cateter duplo-lúmen Diálise 3x por semana (geralmente) e alguns protocolos 6x por semana. Pede-se ultrassom doppler vascular para ver as veias e artérias no punho ou braço, membro superior proximal do doente. Se estiver tudo bem, faz essa comunicação arteriovenosa. Diálise peritoneal O peritonio é uma membrana semipermeavel( a água, eletrólitos, molec pequenas e substâncias que devem ser retiradas). É colocado um líquido de dialise rico em glicose a 10% que suga água do peritônio, carregando algumas substâncias tóxicas. É colocado um cateter de Tenckhoff, o líquido fica por um tempo no abdomen e depois é retirado. Pode ser feito em casa. Pode ser mais complicada de ser feita, caso o paciente em casa não saiba fazer corretamente, resultando em complicações recorrentes como a peritonite. Tipos: Ambulatorial contínua Automática Cíclica contínua Transplante O paciente costuma dialisar antes, geralmente não é encaminhado diretamente ao transplante, pois precisa de um doador. Estudos relatam que a expectativa de sobrevida em 5 anos de transplantados é pelo menos o dobro de quem tem diálise. No transplante não se tira o rim do doente, é colocado um novo rim na pelve e anastomosa a pelve desse rim no ureter desse doente ou até na bexiga e assim é criado um novo rim executando função (artéria renal é liga a artéria ilíaca e a veia renal com a ilíaca). Observações: Os AINH inibem a ação de prostaglandinas vasodilatadores na arteríola aferente, causando VASOCONSTRIÇÃO da arteríola aferente, o que resulta em uma diminuição da Taxa de Filtração Glomerular o que, cronicamente, pode contribuir para a instalação da doença renal crônica. Com a idade, HAS e Diabetes Melittus temos a perda de néfrons funcionantes. Doenças urológicas como litíase e Hiperplasia prostática benigna podem ter repercussões para o trato urinário superior cursar a longo prazo com DRC. Doenças sistêmicas autoimunes como Lúpus e Esclerodermia tem maior chance de DRC por imunocomplexos. Outros fatores incluem: tabagismo, obesidade, síndorme metabólica e drogas nefrotóxicas, além de história familiar de DRC. A DRC cursa com queda IRREVERSÍVEL da TFG. É possível apenas REDUZIR ou RETARDAR a progressão. A queda da TFG para ser considerada crônica, deve ter persistência de queda por no mínimo 3 meses! DRC possui 3 letras = 3 meses de documentação em exames. Doente com estágio 3 por 3 ou mais meses. Nesse estágio, há aumento de hipertensão arterial, anemia e as demais complicações. Há uma correlação de manifestações clínicas e o grau de função renal residual. No estágio 2 ainda não há uma proeminência de manifestações da DRC, mas sim a hipertensão e a proteína na urina que já tinha. Em estágios avançados, de DRC 4 ou 5, temos um número muito reduzidos de néfrons funcionantes. Para que esses néfrons possam funcionar melhor, precisam de uma leve hipertensão glomerular. Como o iECA e o BRA diminuem a pressão glomerular, está indicada a suspensão deles na DRC avançada. Pacientes com TFG <30mL/min está contraindicado o início de metformina. Mas se o paciente já usa essa medicação, ele pode manter ou apenas diminuir a dose. O risco da introdução de metformina em pacientes com função renal comprometida é a acidose lática. A Hepcidina, uma proteína produzida pelo fígado em situações de inflamação crônica, diminui a absorção intestinal de ferro, diminui a mobilização de estoque de ferro, bloqueia a maturação dos precursores hematopoiéticos na medula e, ainda, diminui a produção renal de Eritropoietina. A primeira conduta no paciente anêmico com DRC é avaliar as reservas de ferro, que estão diminuídas pela alta da hepcidina. Após corrigir os estoques, entramos com a reposição de eritropoietina, já que a produção de eritropoietina também está comprometida na doença renal crônica. Em pacientes hígidos temos um alvo de Hemoglobina maior que 14 em homens e 12 mg/dL em mulheres. Em pacientes com DRC, há uma anemia crônica em que visamos um alvo de Hemoglobina entre 10 e 12 mg/dL Atenção primária: classificar o risco das diferentes causas, fazer o estadiamento e encaminhar ao especialista pacientes com taxa de filtração glomerular menor que 30-45 mL/min ou proteinúria >1,0 g/24 horas. Pacientes com proteinúria importante (>1g/24h) e aqueles doentes renais crônicos estágio 3 devem ser encaminhados ao nefrologista.
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