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Iremos sofrer as consequências?Iremos sofrer as consequências?Iremos sofrer as consequências?Iremos sofrer as consequências?Iremos sofrer as consequências? Niterói Outubro de 2012 Ano I Número 0 Ditribuição gratuita Quebra gelo. Navio do degelo do Oceano Ártico Daniel Beltra Green Peace Além da absorção de mais calor pelo oceano, o degelo faz com que o permafrost (solo composto por terra, gelo e rochas congelados) se desfaça, enviando à atmosfera grandes quantidades de metano, um dos gases mais nocivos do efeito estufa. PÁGINA 3 Cultura Esporte Flamengo oferece ajuda jurídica e psicológica a Adriano Baía de Guanabara vai ganhar plano de monitoria de desastres PÁGINA 2 Foto Arquivo : O Fluminense 4 Outubro uito mais do que doente do pé, Adriano está ruim da cabeça. E o Flamengo, atra- vés do diretor de futebol, Zinho, enfim reconhece o problema, após as seguidas recaídas. Diferente do dia seguinte à primeira falta, quando o dirigente determinou que o Imperador desse explicações à imprensa, agora a conduta foi a de preservar o paciente, que retomou os treinos e será levado, enfim, a tratamento psicológico. Zinho deixou a cargo do chefe do departamento médico, José Luiz Runco, que selecione o profissional de saúde mais adequado para acompanhar Adriano, e não quer esperar muito tem- po. - Esse psicólogo é para agora. Mas não sou eu que escolho. O Runco vai indicar — informou o diretor. O médico do Flamengo iniciou alguns contatos, mas deixou claro que para o tratamento ser sério, o nome será manti- Esporte do em sigilo, o máximo possível, para que o trabalho não seja prejudicado. Runco não se mostrou surpreso pelas faltas de Adriano e pediu paciência no caso, apesar de tirar do atacante o papel de vítima da história. — Ninguém se surpreende, ele tem idade para saber o que é bom. Ter algumas dúvidas é normal para quem sofre com lesões há algum tempo. Fica preocupado, mas faz parte do retorno. Ele mesmo não decidiu o que é o melhor para ele. Tem que ter paciência — pediu o médico. A atenção do clube se voltou para o lado extracampo de vez. Tanto que o setor jurídico está mobilizado para orientar o jogador na investigação policial em que Adriano pode responder por le- são corporal, depois que Adriene Cyrilo foi baleada na mão no carro do atacante. — Falei com o Michel Assef (advogado do clube) e ofereci o serviço jurídico para ajudar o Adriano nessa parte pendente da discussão do carro — revelou Walter Oaquim, vice de relações externas e de- fensor do jogador. O dirigente também admite que já esperava uma recaída e chegou a alertar o agente do jogador, Luiz Claudio Menezes, sobre a necessidade de um psicanalista. — Não gosto de trabalhar com a palavra punição, mas sim compreensão. Pode ser uma, duas, até seis faltas, dependen- do da gravidade da doença, não quer dizer que se você tomou o remédio vai parar a dor. A reintegração dele não elimi- na os problemas. Está dentro da transi- ção. A culpa dele foi demorar a aceitar esse acompanhamento — afirmou Oaquim. Para o capitão e amigo Leo Moura, além da paciência, é necessário filtrar a companhia para não perder foco: — Quando sai daqui, é mais difícil. Fora de campo é onde precisa ser ajudado. Mas ele tem que querer. O Extra on line/ Diogo Dantas Fo to : I vo G on za le z Se a 30ª Bienal de São Paulo é uma espécie de constelação sem estre- las, ela se tornou um manancial de no- vidades — ao menos aos olhos brasilei- ros. Dos 111 artistas em cartaz na expo- sição com curadoria do venezuelano Luiz Pérez-Oramas, pelo menos 60 nunca foram expostos no Brasil. De fotógrafos como o holandês Hans Eijkelboom, que registra coincidências e padrões nas ruas das metrópoles, a jovens latino-americanos como o venezuelano Eduardo Gil, que articula instalações sonoras e arquivos políti- cos, passando por consagrados como a alemã Anna Oppermann, há nomes que pela primeira vez brilham aqui. O corpo como material A convite do GLOBO, quatro curadores indicaram os “estreantes” no Brasil que não devem deixar de ser vis- tos na Bienal, em cartaz até 9 de de- zembro. Jochen Volz, atual curador da Serpentine Gallery, em Londres, Rodrigo Moura, do grupo curatorial do Instituto Inhotim, em Minas Gerais, Felipe Chaimovic, do Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, e Luiz Camillo Osorio, do MAM do Rio, esco- lheram, cada um, três nomes. O mais lembrado — por Volz, Osorio e Chaimovich — é o do holan- dês Bas Jan Ader (1942-1975). Na Bienal, a obra de Ader ocupa uma espé- cie de sala, cercada por tapumes bran- cos. Há fotos de performances e vídeos do artista, que usou o próprio corpo como material. Um de seus temas mais caros, a queda, aparece em performances arriscadas, como aquela em que se pendura num galho de árvore e, minu- tos depois, desaba num rio, e em outras mais delicadas, como aquela em que se deixa “levar” na direção do vento. Em alguns vídeos, apenas o rosto do artista está em quadro, como em “I’m too sad to tell you”, de 1971, em que Ader chora copiosamente diante da câmera por longos minutos. Sobre ele, o curador da Serpentine Gallery afirma: — A montagem de uma tragédia, comé- dia silenciosa ou autoironia, assim como a investigação da noção metafórica da “queda” ou o tema romântico da “busca” ou “despedida”, munem o trabalho de Ader de um senso de poesia direto e, mesmo assim, interior. Volz também indicou a alemã Kirsten Pieroth e a italiana Simone Forti. Esta, aliás, é a segunda com mais votos, escolhida também por Osorio. O curador do MAM diz que seus indicados (Ader, Simone e Fernand Deligny) têm poéticas visuais vinculadas aos anos 1960 e 1970 e “fazem parte de uma tradição à mar- gem”. — Essa condição não é circunstancial a nenhum deles, mas constitutiva de suas proposições. Habitam a margem entre gêneros e formas de expressão, na fron- teira da incomunicabilidade e do aconte- cimento poético — diz Osorio. Sobre Ader, que desapareceu no mar em 1975 em meio à performance “In search of the miraculous”, em que cruza- ria o Atlântico sozinho num pequeno bar- co, Osorio diz que o artista “levou ao limi- te a experimentação com o próprio cor- po”. Já Chaimovich diz que suas obras são de “uma simplicidade pungente” (“No ápice da Guerra Fria, ele criou ações soli- tárias e mínimas”, diz o curador do MAM de SP). Segunda mais indicada, a italiana radicada nos Estados Unidos Simone Forti é, para o curador do MAM carioca, “uma das figuras de referência da dança contemporânea”. Sua arte surgiu na Nova York dos anos 1960, entre o minimalismo e a dança. Na Bienal, ela apresenta a performance “Dance constructions”, ba- seada em acaso e improviso. Com a aju- da de bailarinos, o público é convidado a participar de trabalhos seus, como “Huddle”, “Slant board” e “Hangars” (to- dos dos anos 1960), que têm cordas suspensas do teto ou em pranchas de madeira, para que o espectador se aven- ture. Para Osorio, as obras de Forti estão “na fronteira entre desenho, coreo- grafia, escultura e performance”. — Que maravilha ver as provas e os indí- cios de sua prática poderosa! É empol- gante pensar que ela estava sistematicamente estudando movimentos dos animais nos mesmos anos em que Oiticica desenvolvia parangolés. Seu “Slant board” é uma obra semi- nal na arte e na dança — diz Jochen Volz. Da poesia concreta ao jardim Já Rodrigo Moura, de Inhotim, indica nomes distintos: o tcheco Jirí Kovanda, cujo trabalho dialoga com os de outros artistas na Bienal para os quais “os gestos simples e delicados também são material para a arte”; a americana Erica Baum, que “usa a fotografia como um arquivo aberto, numa espécie de poesia concreta com objetos gráficos encontra- dos”; e o marfinense Fréderic Bruly Bouabré, “espécie de enciclopedista disposto a re- presentar com seus desenhos todo o conhecimento do mun- do”. Chaimovich indica, além de Bas Jan Ader, o ex- soldado israelense Absalon. Ele explica:— Ele projetou cu- bículos que mesclam referênci- as de fortalezas ou prisões com a brancura antiornamental da arquitetura moderna. Ao entrarmosnas peças, somos tomados por um misto de se- gurança e claustrofobia. Por fim, Chaimovich indica Ian Hamilton Finlay, de Nassau, “grande paisagista da arte contemporânea”: — Com ornamentos de jardim e verbetes nas paredes, suge- re imagens dilaceradas de guerra e de paz, enfrentando a tradição estética do sublime com rara eloquência. Fonte O Globo foto Divulgação Curadores apontam destaques na Bienal de São Paulo Cultura Público se interage com artistas Curadores apontam destaques na Bienal de São Paulo PÁGINA 4 PÁGINA 4
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