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Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 1 ESTADO, GOVERNO, ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; CONCEITOS E FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO Buenas meu povo! Vamos aprender aqui uma básica diferença entre três conceitos que volta e meia caem em provas de concurso, seja de forma direta ou de forma indireta, até mesmo, em outras matérias, como o nosso sagrado direito constitucional. Então vamos lá! Estado, Governo e Administração Pública Estado é uma sociedade organizada politica e juridicamente, ocupando um território definido, normalmente onde a lei máxima é uma Constituição escrita, e dirigida por um Governo que possui soberania reconhecida tanto interna quanto externamente. O Estado é responsável pela organização e pelo controle social, pois detém, o poder da força, o chamado ius imperi. Nosso ordenamento jurídico conceitua o Estado como uma PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO EXTERNO, com prerrogativas especiais, para que possa ser atingida a finalidade de interesse público. O fim do Estado é assegurar a vida humana em sociedade. O Estado deve garantir a ordem interna, assegurar a soberania na ordem internacional elaborar as regras de conduta e distribuir a justiça. ATENÇÃO: É Nesse contexto, que insere-se o Direito Administrativo, como ramo autônomo do Direito Público, tendo como finalidade disciplinar as relações entre as diversas pessoas e órgãos do Estado, bem como entre este e os administrados. Elementos do Estado Um Estado soberano é sintetizado pela máxima "Um governo, um povo, um território", sendo assim, são elementos do Estado, portanto: povo, território e governo soberano. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 2 O povo é o elemento humano, formado pelo conjunto de pessoas submetidas à ordem jurídica estatal. Não se confunde com população por esta ser uma quantidade de pessoas em uma região por um determinado tempo. O território é o elemento material, espacial ou físico do Estado, é a sua base geográfica, compreendendo a superfície do solo que o Estado ocupa, seu mar territorial e o espaço aéreo, enfim, todo e qualquer espaço delimitado e dominado pelo Estado. Já o Governo é a organização necessária ao exercício do poder político, sendo composto de pessoas escolhidas conforme a Carta Política que rege o Estado. O governo define o futuro político da sociedade, com prioridade de políticas públicas e atenção especial para assuntos sensíveis ao povo. Organização do Estado O Estado pode ser organizado de várias formas, levando-se em consideração a sua extensão territorial, a estruturação de seus Poderes e a subdivisão em unidades menores. Estados de tamanhos variados podem ter vários níveis de governo: local, regional e nacional. Assim, o Estado pode ser: a) Unitário ou simples - quando só existe um núcleo de comando, que é no âmbito nacional, estendendo-se uniformemente sobre todo o seu território. (França, Bélgica, Itália, Portugal e Uruguai são unitários) b) Composto - como o Estado Federado, onde há a reunião de vários Estados Membros que formam a Federação. Existem várias núcleos de comando, cada um com autonomia política, bens próprios, renda e responsabilidades entregues pela Carta Política. (Alemanha, Suíça, Brasil e EUA são federados). IMPORTANTE: Seguindo orientação constitucional, para o Direito Administrativo, a expressão “Estado”, em sentido amplo, abrange a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios. MUITO IMPORTANTE: O Estado, em suas relações internacionais, possui soberania; ao passo que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, nas suas relações internas, possuem, apenas, autonomia. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 3 Poderes do Estado De acordo com o artigo 2º. Da CF/88 são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo, e o Judiciário. Cada um desses Poderes do Estado exerce predominantemente uma função estatal específica, porém, não há uma separação absoluta de funções, assegurando o sistema de freios e contrapesos. Assim, os Poderes irão desempenhar funções típicas (principais) e funções atípicas (não-principais). Assim temos: Poder Legislativo é aquele que tem como principal função legislar (fazer leis!), ou seja, inovar o ordenamento jurídico, estabelecendo regras gerais e abstratas, criando comandos a todos os cidadãos, visto que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Poder Executivo é aquele que tem como principal função executar, administrar a coisa publica, dentro dos limites impostos pela lei em sentido amplo, com a finalidade de atender ao interesse público. Poder Judiciário é aquele que tem como principal função julgar, solucionar conflitos de interesses entre as partes, dizer o direito, aplicar a lei nos casos concretos. Tal poder não se acha em todas as esferas, como os anteriores, dado que os municípios não possuem Poder Judiciário próprio. MUITA ATENÇÃO: Pelo exposto acima, percebemos que a função administrativa (objeto do Direito Administrativo) é exercida tipicamente (principal) pelo Poder Executivo, porém, os demais Poderes também irão desempenhá-la, só que de forma atípica (não-principal). Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 4 Conceito de Governo A direção geral das políticas públicas e da macro economia é dada pela cúpula diretiva do Estado, a qual chamamos de GOVERNO! Governar é o poder de regrar uma sociedade política e o aparato pelo qual o corpo governante funciona e exerce autoridade. ATENÇÃO: Governo é elemento do Estado, mas Governo não implica necessariamente a existência de Estado, assim, pode ter Governo sem Estado, mas nunca Estado sem Governo! O Governo é o conjunto de órgãos e Poderes responsáveis pela função política do Estado, abrangendo as funções de comando e de estabelecimento de objetivos e diretrizes do Estado, de acordo com as suas atribuições constitucionais. Conceito de Administração Pública A expressão “Administração Pública” abarca diversas concepções. Inicialmente, temos que Administração Pública em sentido amplo (lato sensu), como o conjunto de órgãos governamentais (com função política de planejar, comandar e traçar metas) e de órgãos administrativos (com função administrativa, executando os planos governamentais). Num sentido estrito (stricto sensu), podemos definir Administração Pública como o conjunto de órgãos, entidades e agentes públicos que desempenham a função administrativa do Estado. Ou seja, num sentido estrito, a Administração Pública é representada, apenas, pelos órgãos administrativos. ATENÇÃO: Para fins de prova, é mais comum que as bancas examinadoras exijam do candidato o conceito de Administração Pública num sentido objetivo e num sentido subjetivo. a) Sentido objetivo ou material ou funcional de Administração Pública Nesse sentido, a administração pública confunde-se com a própria função (atividade) administrativa desempenhada pelo Estado. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 5 O conceito de Administração Pública está relacionado com o objeto da Administração. Não se preocupa aqui com quem exerce a Administração, mas sim com o quê faz a Administração Pública. IMPORTANTE: A função administrativa é exercida predominantemente pelo Poder Executivo, porém, os demais Poderes também a exercem de forma atípica. ATENÇÃO: A doutrina majoritária entende que as atividades administrativas englobam: a prestação de serviço público, a polícia administrativa, o fomento e a intervenção administrativa. b) Sentido subjetivo ou formal ou orgânico de Administração Pública: A expressão Administração Pública confunde-se com os sujeitos que integram a estrutura administrativa do Estado, ou seja, com quem desempenha a função administrativa. Assim, num sentidosubjetivo, Administração Pública representa o conjunto de órgãos, agentes e entidades que desempenham a função administrativa. ATENÇÃO: Os meios de atuação da Administração Pública serão analisados posteriormente de forma detalhada, mas de forma sucinta, teremos os Entes, Entidades e Órgãos e seus Agentes, assim temos: • Entes políticos – União, Estados, Distrito Federal e Municípios (todas com personalidade jurídica de Direito Público) e possuem além das autonomias administrativa, financeira e gerencial, a autonomia POÍTICA. • Entidades Administrativas – São as autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista (todas com personalidade jurídica de Direito Público e/ou Privado), NÃO possuindo a autonomia POLÍTICA e se ligando a algum dos ENTES políticos. • Órgãos Públicos: são centros de competência, despersonalizados, integrantes da estrutura de uma pessoa jurídica, incumbidos das atividades do Ente ou da Entidade a que pertencem. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 6 • Agentes Públicos: são todos aqueles que exercem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, emprego ou função pública. RESUMINDO Sentido objetivo ou material ou funcional = atividade administrativa (O quê faz?!?) Sentido subjetivo ou formal ou orgânico = órgãos + agentes + entidades (Quem faz?!) CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO Por ser uma matéria eminentemente doutrinária, postamos os mais variados conceitos dos nossos doutos escritores pátrios, os quais definem o Direito Administrativo assim: a) Barros Jr.: é um conjunto de princípios jurídicos que disciplina a organização e a atividade do Poder Executivo, inclusive dos órgãos descentralizados, bem como as atividades tipicamente administrativas exercidas pelos outros poderes. b) Celso Antônio Bandeira de Mello: é o ramo do Direito Público que disciplina a função administrativa e os órgãos que a exercem. c) Mário Mazagão: é o conjunto dos princípios que regula a atividade jurídica do Estado, exceto a judiciária e a instituição dos meios e órgãos de sua ação geral. d) Maria Sylvia Di Pietro: é o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, os agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública. e) José Cretella Jr.: é o ramo do Direito Público Interno que regula a atividade jurídica do Estado, não contenciosa e a constituição dos órgãos e meios de sua ação geral. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 7 f) Hely Lopes Meirelles: é o conjunto harmônico de princípios jurídicos que rege os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. MUITA ATENÇÃO: Para efeito de informação, como citado em aula, temos dois grandes ramos do DIREITO, conforme novamente demonstrado abaixo. Por mais que seja irrelevante para efeito de provas da matéria ora trabalhada, é importante que tenhas este conhecimento. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO As fontes do Direito Administrativo são a lei (em sentido amplo, abrangendo desde a Constituição Federal até os atos normativos), a doutrina, a jurisprudência e os costumes (a praxe administrativa). • DIRETA, PRIMÁRIA OU ORIGINÁRIA: É aquela fonte que inova o direito, que tem o condão de criar e modificar relações jurídicas. Dentro desta classificação se encontra a LEI no sentido genérico, abrangendo esta expressão desde a Constituição até os regulamentos executivos. • INDIRETA, SECUNDÁRIA OU DERIVADA: É aquela fonte que não inova o direito, apenas o interpreta e o complementa. Aqui temos a DOUTRINA, que é a opinião dos juristas emanada em livros, revistas e demais publicações; Os COSTUMES ainda influenciam e são sim fonte do Direito Administrativo, dada que a praxe administrativa é por vezes seguida nos mais variados setores da administração pública; A JURISPRUDÊNCIA é o conjunto de decisões proferidas pelos tribunais pátrios, consolidas muitas vezes nas chamadas SÚMULAS. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 8 MUITO IMPORTANTE: Para provas, adote o entendimento que as SÚMULAS VINCULANTES publicadas pelo STF são também FONTES PRIMÁRIAS!!! Mesmo sendo uma derivação da fonte jurisprudencial. IMPORTANTE: No Brasil, as decisões administrativas não têm o efeito de coisa julgada, visto que as decisões definitivas só ocorrem no âmbito do poder judiciário. ATENÇÃO: A doutrina trata os PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO como fontes do Direito Administrativo também. Conteúdo pouco abordado em prova de concurso, mas, caso apareça a alternativa e nada mais se pareça como viável, recomenda-se marque como correta. É isso meu povo, concluímos com sucesso nosso encontro preambular sobre o Direito Administrativo, e espero que com êxito rs. Pratique exercício, releia e assista a aula sempre que puder, para cada dia mais consolidar o conhecimento. Lembre-se, a repetição é pressuposto lógico da perfeição. JUNTOS ATÉ PASSAR!!! Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 1 ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Chegamos numa aula fundamental, qual seja, a organização de toda a administração pública brasileira. Saber diferenciar uma administração direta de uma indireta é o básico do que se cobra em provas de concurso, logo, atenção redobrada a partir de agora. A organização político-administrativa brasileira compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos detentores de autonomia administrativa, gerencial, financeira e, principalmente, POLITICA. FORMAS DE AGIR NA ESFERA ADMINISTRATIVA Centralização: O próprio ente federativo é quem age, por meio de um único órgão (centralização concentrada) ou de dois ou mais órgãos (centralização desconcentrada). No campo administrativo, a atuação centralizada por meio de um único órgão é de aplicação teórica, haja vista as diversas atribuições constitucionais dos entes políticos. Desconcentração: Distribuição interna de competências dentro da mesma pessoa jurídica. As tarefas ou atividades são distribuídas de um centro para setores periféricos ou de escalões superiores para escalões inferiores. É uma técnica administrativa. Descentralização: É o deslocamento, distribuição ou transferência da prestação do serviço para a Administração Indireta ou para um particular. Nesse caso, não há relação de hierarquia ou de subordinação, existindo apenas a vinculação, o controle de finalidade ou a supervisão ministerial. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 2 Modalidades de Descentralização Administrativa Descentralização por Colaboração: Ocorre quando a execução de um serviço público é transferida à pessoa jurídica de direito privado, ou mesmo à pessoa física, por meio de contrato ou ato administrativo, conservando o Poder Público a titularidade do serviço. Ex.: concessão ou permissão de serviços públicos. Descentralização por Serviços: Também denominada de descentralização funcional ou técnica, é aquela em que o Poder Público cria uma pessoa jurídica de direito público ou privado, atribuindo-lhe, além da execução, a titularidade de determinado serviço público. Exemplo da FUNASA e da ECT. No Brasil, dá-se exclusivamente por lei. Descentralização Social: “Consiste em retirar do Estado a execução direta ou indireta de atividade de relevância coletiva que possam ser cometidas a unidades sociais já existentes, personalizadas ou não, como a família, o bairro, as agremiações esportivas, associações profissionais, as igrejas, os clubes de serviço, as organizações comunitáriasetc., mediante simples incremento de autoridade e institucionalização jurídica adequada, de modo a que possam promover, elas próprias, sua execução” (Diogo de Figueiredo Moreira Neto). ADMINISTRAÇÃO DIRETA Também chamada de Administração Pública Centralizada, existe em todos os níveis das Esferas do Governo, Federal, Estadual, Distrital e Municipal, e em seus poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário. É em si, a própria Administração Pública. ATENÇÃO: Ao falarmos da Administração Direta é inevitável citarmos os órgãos públicos, pois esta administração se perfaz pela existência destes. TEORIAS Teoria do Mandato: O agente atuaria como mandatário da pessoa jurídica à qual estaria ligado. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 3 Teoria da Representação: O agente público faria a representação da entidade, funcionando como uma espécie de “tutor” desta. Teoria do Órgão: Os agentes públicos são verdadeiros veículos da expressão do Estado. Toda a conduta dos agentes é imputada ao órgão, o qual, por sua vez, encontra-se ligado à entidade possuidora de personalidade jurídica, quem, ao fim, acaba respondendo a eventuais questionamentos jurídicos. Teoria da Identidade ou Subjetiva: Órgãos e agentes formam uma unidade única e inseparável, de forma que o órgão se confunde com a pessoa do próprio agente público. ÓRGÃOS PÚBLICOS Para Hely Meirelles órgãos públicos “são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem”. Por isso mesmo, os órgãos não têm personalidade jurídica nem vontade própria, que “são atributos ao corpo e não das partes". Sabemos que personalidade jurídica significa a possibilidade de assumir direitos e obrigações. Assim, os órgãos na área de suas atribuições e nos limites de sua competência funcional expressam não a sua própria vontade, mas, a vontade do ente ou da entidade a que pertencem e a Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 4 vinculam por seus atos, manifestados através de seus agentes (pessoas físicas). No entanto, e isto é muito importante, embora não tenham personalidade jurídica, os órgãos podem ter prerrogativas funcionais próprias que, quando infringidas por outro órgão, admitem defesa até mesmo por mandado de segurança. Essa prerrogativa é denominada de capacidade judiciária ou capacidade processual, e é entregue aos órgãos em raríssimas exceções! IMPORTANTE: essa capacidade processual só a têm os órgãos independentes e os autônomos, visto que os demais – superiores e subalternos -, em razão de sua hierarquização, não podem demandar judicialmente, uma vez que seus conflitos de atribuições serão resolvidos administrativamente pelas chefias a que estão subordinados. MUITO IMPORTANTE: Para se ter noção do que representa um órgão, lembre-se que: - ÓRGÃO É PRODUTO DA DESCONCENTRAÇÃO ADMININISTRATIVA. - ÓRGÃO NÃO TEM VIDA, NÃO TEM PATRIMÔNIO, NÃO TÊM DIREITOS. - ÓRGÃO NÃO TEM CAPACIDADE POSTULATÓRIA. - MAS O ÓRGÃO TEM CNPJ!!! CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS A) Quanto a posição estatal: esta classificação está ligada à hierarquização da Administração Pública onde encontramos órgãos superiores em relação a outros inferiores. Assim temos: ÓRGÃOS INDEPENDENTES - são aqueles originários da Constituição e representativos dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Não têm subordinação hierárquica ou funcional, sujeitando-se exclusivamente aos controles constitucionais que permitem o controle de um Poder pelo outro (sistema de freios e contrapesos). Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 5 • Casas Legislativas - Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Assembleias Legislativas, Câmaras de Vereadores. • Chefias do Executivo – Presidência da República, Governadorias, Prefeituras. • Tribunais Judiciários e Juízes singulares. • Ministério Público – da União e dos Estados. • Tribunais de Contas – da União, dos Estados, dos Municípios. ÓRGÃOS AUTÔNOMOS - são os que se encontram na cúpula da Administração logo abaixo dos independentes, sendo a estes subordinados. Esses órgãos têm autonomia administrativa, financeira e técnica. Cuidam de planejamento, supervisão, coordenação e controle. • Ministérios, Secretarias Estaduais, Secretarias Municipais. • Advocacia-Geral da União, Procuradorias dos Estados e Municípios. • Estado Maior das Forças Armadas. • Consultoria Geral da República. ÓRGÃOS SUPERIORES - não gozam de autonomia administrativa nem financeira, que são atributos dos órgãos independentes e dos autônomos a que pertencem. Sua liberdade funcional restringe-se ao planejamento e soluções técnicas, dentro de sua área de competência, com responsabilidade pela execução, geralmente a cargo de seus órgãos subalternos. • Gabinetes • Inspetorias-Gerais • Coordenadorias • Departamentos • Divisões. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 6 ÓRGÃOS SUBALTERNOS - representam o último escalão da Administração, com reduzido poder decisório e com predominância de atribuições de execução, a exemplo das atividades-meios e atendimento ao público. • Portarias • Sessão de expediente B) Quanto à sua estrutura: Aqui o autor usa da composição do órgão, ou seja, se há ou subdivisões dentro do organograma do órgão, sendo eles: ÓRGÃOS SIMPLES - também chamados de unitários, têm um só centro de competência. Ex.: Presidência da República, Portarias. ÓRGÃOS COMPOSTOS - têm em sua estrutura inúmeros outros órgãos menores, uns exercendo função idêntica à principal, ou seja, atividade fim e outras exercendo uma função auxiliar diferente da principal, ou seja, atividade meio. Ex.: Secretarias e Ministérios. C) Quanto à sua atuação funcional: aqui temos uma divisão por ordem de mando, ou seja, as ordens são emanada por uma ou várias pessoas dentro do órgão. Assim temos: SINGULARES OU UNIPESSOAIS - são aqueles que apresentam um só titular que é o chefe e representante do mesmo e que apesar de Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 7 contar com muitos outros agentes auxiliares, desempenha a função principal do órgão individualmente. A formação e manifestação de vontade não dependem do acorde de nenhuma outra autoridade. Ex.: o Presidente da República, as Governadorias dos Estados e os Prefeitos Municipais. COLEGIADOS OU PLURIPESSOAIS - são aqueles que atuam e decidem pela manifestação conjunta e majoritária da vontade de seus membros, não prevalecendo a vontade pessoal do chefe ou de qualquer outro integrante. Ex.: as Corporações Legislativas, os Tribunais e as Comissões deliberam e decidem por seus plenários e câmaras, mas se fazem representar juridicamente e se administram por seus presidentes, chefes ou procuradores. D) Quanto às funções exercidas: ÓRGÃOS ATIVOS – são os que produzem ações, os atos necessários para o cumprimento dos fins da pessoa jurídica da qual fazem parte. Os Ministérios e Secretárias são exemplos desses órgãos ativos. ÓRGÃOS DE CONSULTA – produzem os pareceres e as opiniões necessárias para a tomada de decisão por parte dos órgãos ativos. Exemplo de órgãos consultivos: as assessorias jurídicas integrantes das estruturas dos Ministérios. ÓRGÃOS DE CONTROLE – são aqueles responsáveis por acompanhar e fiscalizar outros órgãos. Ex.: Tribunal de Contas da União. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 8 E) Quanto à esfera de ação (Maria Sylvia Zanella Di Pietro): ÓRGÃOS CENTRAIS – são aqueles que exercem atribuições em todo o território nacional, estadual ou municipal. São exemplos: as Casas Legislativas, os Ministérios, as Secretarias de Estado e as de Município. ÓRGÃOS LOCAIS – atuam apenas sobre uma parte do território, comoas Delegacias Regionais da Receita Federal, as Delegacias de Polícia, os Postos de Saúde. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 9 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA A Administração Indireta se constitui das entidades dotadas de personalidade jurídica própria, oriundas da DESCENTRALIZAÇÃO e compreendem as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 10 AUTARQUIA Criação/extinta diretamente por lei específica. Pessoa jurídica de direito público Pessoal é ocupante de cargo público (estatutário) e chamamos de servidor. Regime tributário - imunidade de impostos no que se refere ao patrimônio renda e serviços relacionados às suas finalidades essenciais. Desempenha serviço público descentralizado. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 11 LEI Nº 10.411, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2002. Altera e acresce dispositivos à Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários. Art. 1º Os arts. 5º, 6º , 16 e 18 da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, passam a vigorar com a seguinte redação: "Art. 5º É instituída a Comissão de Valores Mobiliários, entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária.” FUNDAÇÃO PÚBLICA Criação autorizada por lei específica e lei complementar irá definir as áreas de sua atuação (OBJETO). Pessoa jurídica de direito público. Pessoal é ocupante de cargo público (estatutário) e chamamos de servidor. Regime tributário - imunidade de impostos no que se refere ao patrimônio renda e serviços relacionados às suas finalidades essenciais. Desempenha serviço público descentralizado. DECRETO-LEI Nº 200, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1967 Dispõe sobre a organização da Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras providências. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 12 TÍTULO I DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL Art. 1º O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República auxiliado pelos Ministros de Estado. Art. 2º O Presidente da República e os Ministros de Estado exercem as atribuições de sua competência constitucional, legal e regulamentar com o auxílio dos órgãos que compõem a Administração Federal. Art. 3º Respeitada a competência constitucional do Poder Legislativo estabelecida no artigo 46, inciso II e IV, da Constituição , o Poder Executivo regulará a estruturação, as atribuições e o funcionamento dos órgãos da Administração Federal. Art. 4° A Administração Federal compreende: I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) Autarquias; b) Empresas Públicas; c) Sociedades de Economia Mista. d) fundações públicas. Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 13 administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta. IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. (...) § 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes aplicando as demais disposições do Código Civil concernentes às fundações. CAPÍTULO III DAS FUNDAÇÕES Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: I – assistência social; II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III – educação; IV – saúde; V – segurança alimentar e nutricional; VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 14 VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; IX – atividades religiosas; e X – (VETADO). CAPÍTULO III DAS FUNDAÇÕES Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante. (...) Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. § 1 º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. § 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público. * E as Fundações autárquicas/governamentais estão sob a tutela do MPF!? BASE CONSTITUCIONAL - Art. 37, CF/88: (...) XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (EC nº 19/98) Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 15 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA Criação autorizada por lei específica, com registro em cartório específico. Pessoa jurídica de direito privado - titular de direitos e obrigações próprios distintos da pessoa que a instituiu. Forma de organização societária – APENAS SOCIEDADE ANÔNIMA S/A. Composição do capital – Cabe investimento privado, mas desde que a maioria do capital votante seja público. CAPITAL MISTO. Foro para solução dos conflitos – Sempre é JUSTIÇA ESTADUAL. Pessoal é ocupante de emprego público, e é chamado de empregado público. Regime tributário é o mesmo das empresas privadas, salvo alguns privilégios para prestadoras de serviço público. Explora predominantemente atividade econômica (art. 173, CF/88); embora tambémpossa prestar serviços públicos (CF/88, art. 175). IMPORTANTE: Nenhuma das entidades, mesmo àquelas de direito privado, estão sujeitas à FALÊNCIA ou PENHORA, dado que estes Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 16 institutos são incompatíveis com os ditames de direito público ou bens e valores tidos como públicos. ATENÇÃO: Muito cuidado com a nova lei das estatais, a Lei nº 13.303/16 que determina vários assuntos destas EP e SEM, independentemente se são federais, estaduais ou municipais, dentre eles, o conceito de cada uma, regime, formas de controle e principalmente a parte de licitações e contratos, agora regida quase que integralmente pela referida lei no âmbito das estatais. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 1 PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS E IMPLÍCITOS Buenas meu povo, estamos na melhor e uma das mais importantes aulas do Direito Administrativo, pois retrata um artigo importante da nossa Carta Magna, sendo assunto recorrente em provas de concurso. Entenda desde já que não existem apenas cinco princípios voltados à administração pública, e sim, vários outros, estando expressos ou não na nossa CF/88 têm eles o mesmo peso e importância na análise jurídica dos fatos. • PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO Um dos pilares do Direito Administrativo, que, junto com outro grande princípio, o da INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO, forma o chamado regime jurídico, ou pedras de toque deste grande direito. Decorre deste princípio posição de supremacia jurídica da Administração em face da supremacia do interesse público sobre o interesse particular. A aplicação desse princípio não significa o total desrespeito ao interesse particular, já que a Administração deve obediência ao direito adquirido e ao ato jurídico perfeito, nos termos do art. 5º, inciso XXXVI, da CF/88. Há de se destacar que o interesse aqui protegido é o interesse público primário do Estado, não aquele secundário, materialista e regido pelo direito privado. O interesse público precisa sim nortear toda e qualquer atuação do agente público, sob pena de ser um ato nulo de pleno direito, por desvio de finalidade mediata. • PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE Os bens, direitos, interesses e serviços públicos não se acham à livre disposição dos órgãos públicos, ou do agente público, mero gestor da coisa pública, a quem apenas cabe curá-los e aprimorá-los para a finalidade pública a que estão vinculados. O detentor desta disponibilidade é o Estado. Por essa razão há necessidade de lei para alienar bens, outorgar a concessão de serviços públicos, dentre outros institutos. A própria Lei de Processo Administrativo Federal é clara em afirmar que "Serão observados critérios de atendimento a fins de interesse geral, vedada a Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 2 renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei" (Lei 9.784/99, Art. 2º, parágrafo único, II). A diferença, pois, entre a SUPREMACIA e a INDISPONIBILIDADE do interesse público está em que o primeiro autoriza o agente público agir em detrimento do privado, e o segundo, afirmando a este mesmo agente que o “poder” não é seu como pessoa, mas do cargo o qual exerce e precisa estar lastreado sempre nos ditames legais. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPRESSOS Os principais e mais conhecidos constam do art. 37, caput, da Constituição da República, vejamos: “Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”. ATENÇÃO: Sua principal característica é serem de observância obrigatória a todos os entes, União, Estados, Distrito Federal e Municípios e suas entidades, Autarquias, Fundações, Empresas e Sociedades, formadoras da administração pública indireta. São eles: LEGALIDADE IMPESSOALIDADE MORALIDADE L.I.M.P.E. PUBLICIDADE EFICIÊNCIA # Legalidade- determina a completa submissão da administração pública a lei e ao Direito. Desde o Presidente da República, Governador, Prefeito ao mais humilde dos servidores, ao agirem devem observar atenção especial a este princípio. MUITA ATENÇÃO: Para a célebre frase de Hely Lopes Meirelles onde se encontra toda a essência da legalidade: Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 3 “na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza, enquanto na Administração privada é possível fazer o que a lei não proíbe.” IMPORTANTE: O princípio da LEGALIDADE é diferente do princípio da RESERVA LEGAL, sendo este, mais restrito e contido naquele. Ou seja, nem tudo que se considera legalidade (resolução, portaria, decreto) é também reserva, sendo apenas este tudo que começa com LEI (lei ordinária, lei delegada, lei complementar). O principio da legalidade é o mais importante princípio contido no nosso ordenamento jurídico, dada a adoção do estado democrático DE DIREITO, no artigo 1º da CF/88. Desta feita, ninguém está acima da LEI, nem o Estado e suas autoridades, nem ninguém. # Impessoalidade – Em suas várias facetas, tal princípio norteia a atuação do agente público que deve primeiro, tratar a todos de forma isonômica e entregar a mesma oportunidade a todos, daí nasce os institutos do concurso e da licitação, crias natas do princípio da impessoalidade na vertente igualdade. Na segunda vertente temos uma previsão expressa na CF/88 no artigo 37, parágrafo primeiro, que assim determina: § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. Tenham cuidado, pois apesar de constar a palavra publicidade no paragrafo citado, este enxerto não se retrata a tal principio, e sim, ao principio da IMPESSOALIDADE! Entenda que o princípio da impessoalidade destina-se a quebrar o velho hábito do agir em razão do prestígio ou influência do administrado (particular) ou do agente (servidor), e o que mais importa saber, que decorre deste princípio que o fim visado de ser sempre o interesse público em detrimento do interesse privado. Ademais, considerar-se-á desvio de finalidade a Administração utilizar de sua competência para atingir fim diferente do interesse público, tornando o ato nulo por vício insanável, constituindo até, um ato encaixado no gênero Abuso de Poder. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 4 # Moralidade - está intimamente ligado ao conceito de honestidade, do que for melhor e mais útil para o interesse público. Há de se ressaltar que moralidade aqui definida não é a mesma imposta pela sociedade privada, pois no Brasil, ainda fazemos a distinção de ambas as moralidades, pública e privada. Logo, nem tudo que é certo e errado na atividade privada será encarada como imoralidade pública! Lembre-se do exemplo de um senador da República que, na sua vida pessoal traiu a esposa e teve um filho fora do casamento, algo reprovável na moralidade privada, mas nem por isso, perdeu o mandato de senador, ao contrário, tornou-se presidente do Senado! ATENÇÃO: Por este princípio a Administração e seus servidores têm de atuar segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé objetiva. Assim a atividade administrativa deve obedecer não apenas à lei, mas, também seguir princípios éticos. Trata-se de princípio importante perante o qual se poderá invalidar um ato administrativo. A própria CF/88, no artigo 5º, inciso LXXII, dispõe sobre a possibilidade de AÇÃO POPULAR para combater a imoralidade públicae, ademais, temos hoje a súmula vinculante nº 13 do STF, instrumento impar no ordenamento jurídico pátrio e útil no enfrentamento deste mal. # Publicidade – Um princípio impar da administração pública, pois torna seus atos eficazes e aptos a emitirem seus efeitos. Um ato administrativo perfeito não é nada senão uma folha de papel enquanto não for publicado. ATENÇÃO: A publicidade se dá em imprensa oficial, e, de acordo com entendimento do nosso STF, a efetiva publicidade se dá na IMPRENSA OFICIAL ESCRITA! MUITA ATENÇÃO: Há ainda a chamada PUBLICIDADE MITIGADA que é aquela diminuída, escondida, mas, mesmo assim, é PUBLICDADE! Ela é utilizada em assuntos sensíveis ao Estado, como segurança pública e segurança nacional, bem como, atos que envolvam a vida privada da pessoa, como menores, por exemplo. A grande utilidade deste princípio é que a administração pública encontra-se obrigada a publicar seus atos para que o público em geral tenha conhecimento, e, consequentemente, contestá-los. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 5 # Eficiência- O mais novo dos princípios. O único NÃO ORIGINÁRIO, pois surgiu de forma EXPRESSA apenas dez anos depois da promulgação da CF/88, por meio da EC 19/98. Tal princípio exige que o exercício da atividade administrativa atenda requisitos de presteza, adequabilidade, perfeição técnica, produtividade e qualidade. Importante destacar que mesmo antes da sua inclusão no rol dos princípios explícitos da CF/88 ele já era observado pela administração pública. O que se tem após esta inclusão, é uma maior importância a este princípio, implementando em todos os graus de gestão a chamada administração gerencial, destacada por aplicar, quando possível, os ditames da administração privada na administração pública. E chegamos ao final do estudo destes importantes princípios norteadores das ações da administração pública em todas as esferas de governo. Temos mais princípios expressos, quais sejam, o CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA, FISCALIZAÇÃO POPULAR, DA CELERIDADE, dentre outros, mas, o LIMPE é com toda a certeza o campeão de cobrança em provas de concurso. PRINCÍPIOS PREVISTOS NA LEI DO PROCESSO ADMINISTRATIVO A Lei nº 9.784/99, art. 2º, prevê que a administração pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da: • LEGALIDADE • FINALIDADE • MOTIVAÇÃO • RAZOABILIDADE • PROPORCIONALIDADE • MORALIDADE • AMPLA DEFESA • CONTRADITÓRIO • SEGURANÇA JURÍDICA • INTERESSE PÚBLICO • EFICIÊNCIA Para melhor entendimento destes princípios, vamos discorrer brevemente sobre alguns deles, lembrando que muitos são estudados como princípios implícitos ou não expressos, mas por realmente muitos deles não estarem escritos na CF/88, o que não quer dizer que não estejam em outros diplomas legais, como é o caso da Lei nº 9.784/99. LEGALIDADE MORALIDADE EFICIÊNCIA Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 6 • PRINCÍPIO DA FINALIDADE No estudo da matéria de atos administrativos tu verás que FINALIDADE se desdobra em duas grandes vertentes, quais sejam: - FINALIDADE IMEDIATA, DIRETA OU CURTA – que é aquela prevista no texto legal, amarrada na lei e que o agente não poderá se furtar de seguir, sob pena de praticar ato nulo. - FINALIDADE MEDIATA, INDIRETA OU LONGA – que é aquela escondida, não expressamente prevista muitas vezes, mas que norteia sim toda e qualquer ação estatal, qual seja, a busca incessante pelo INTERESSE PÚBLICO. • PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO Impõe à administração pública o dever de indicar os pressupostos de fato e de direito que determinarem uma decisão tomada. É a literal exposição dos motivos determinantes do ato administrativo, que é um dos elementos deste ato. Importa lembrar que MOTIVO não é MOTIVAÇÃO e que apenas o primeiro é requisito do ato, não sendo, pois, a motivação necessária em todo e qualquer ato administrativo. Temos como exemplo a nomeação e exoneração de cargos e funções de confiança, que dispensa a motivação, mas nunca o motivo. • PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO Trata-se de exigência constitucional, prevista no art. 5º, incioso LV: "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes". Então SIM, estes princípios TAMBÉM estão expressos na CF/88, não no art. 37, mas sim no art. 5º e são aplicados no Direito Administrativo. - Contraditório – é a garantia que cada parte tem de se manifestar sobre todas as provas e alegações produzidas pela parte contrária. Apresentar a contradita, o contraposto, falar nos autos, isso é princípio do contraditório. - Ampla Defesa – é a garantia que a parte tem de usar todos os meios legais para provar a sua inocência ou para defender as suas alegações. É ter acesso ao processo, é saber toda a acusação, é estar ciente dos atos processuais, enfim, se defender. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 7 • PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE Apesar de serem princípios distintos, são sempre estudados em conjunto e seu conceito se resume a adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. Chegamos ao final de mais um encontro, espero ter ajudado mais uma vez. Faça muito exercício, reveja a aula e mantenha o FOCO. Fraterno Abraço. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 1 AGENTE PÚBLICO Primeiramente precisamos entender que a expressão AGENTE PÚBLICO é GÊNERO, assim como, funcionário público, usada apenas no âmbito penal e há muito já descartada pelos juristas modernos. Deste gênero, por obvio, derivam-se várias outras ESPÉCIES que analisaremos agora: AGENTES POLÍTICOS – são os que ocupam os cargos principais na estrutura constitucional, em situação de representar a vontade política do Estado (ex. Presidente da República, deputados, senadores, governadores, ministros de Estado, secretários estaduais e municipais, prefeitos e vereadores dentre outros). ATENÇÃO: Considerando a base desta classificação a presença do cargo na CF/88, temos que também colocar dentre eles os juízes, promotores e outros cargos de extrema relevância e também previstos na Carta Politica! AGENTES ADMINISTRATIVOS – são aqueles com vínculo “profissional” com o Estado, podendo ser via lei, ato ou contrato: SERVIDORES – Ocupam cargo e são estruturados em carreira, seu provimento é via concurso público, passam por estágio probatório de 3 anos e adquirem a estabilidade após isso, seguindo os ditames de um estatuto e de um regime de previdência próprios. Podem ser civil ou militar, conforme a necessidade do Estado. EMPREGADOS – Ocupam emprego público, seu provimento é via concurso, sendo regidos pelo estatuto geral (CLT) e contribuem para o RGPS (INSS), não possuem estabilidade e passam apenas pelo período de experiência de 90 dias conforme CLT. Podem ser apenas civis. TEMPORÁRIO – Ocupam mera função e não cargo ou emprego. Não fazem concurso e sim um PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO – PSS. Salvo os PSS federais, que possuem estatuto próprio, os demais seguem o estatuto do cargo ou emprego principal e Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 2 TODOS, contribuem para o RGPS (INSS). São selecionados para determinado tempo, nas hipóteses de excepcional interesse, conforme a CF/88. HONORÍFICOS – convocados para colaborar transitória e temporariamente com o “Estado”, em razão de sua situação cívica, sua honorabilidade ou de sua reconhecida capacidade profissional, podendo ainda, atuar em situações de urgência e emergência. Assumem funções públicas, sem vínculo empregatício, e, em regra, sequer recebem remuneração por tais atividades. Ex.: MESÁRIOS,JURADOS, COMISSÁRIOS DE MENORES, SOCORRISTA. CREDENCIADOS – recebem do Estado o dever de representá-lo em certo ato ou desempenhar certa atividade, sempre de forma temporária e determinada, mediante retribuição financeira em pecúnia ou prêmio. Ex.: TRADUTORES, LEILOEIROS, PERITOS, PARECERISTAS, REPRESENTANTES DIPLOMÁTICOS (ATENÇÃO - salvo os membros da carreira diplomática). DELEGADOS – particulares com vínculo estatal (contrato ou ato) que desempenham atividades (serviços ou obras) por sua conta e risco, sempre mediante fiscalização permanente do Estado. Ex.: DESPACHANTES, CARTORÁRIOS, AGENTES DAS CONCESSIONÁRIAS, PERMISSIONÁRIOS E AUTORIZATÁRIOS DE SERVIÇO PÚBLICO. FORMA DE PROVIMENTO CONCURSO!!! Aplicação: serve para selecionar os agentes administrativos, os efetivos, os profissionais do serviço público, sendo a regra para ingresso oficial nas carreiras públicas. Logo, aplica-se tanto a servidores quanto a empregados públicos. ATENÇÃO: NÃO APLICA PARA CARGO EM COMISSÃO, FUNCÃO GRATIFICADA E FUNÇÃO TEMPORÁRIA, ALÉM DOS CARGOS ELETIVOS!!! Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 3 TIPOS DE CONCURSO: deverá ser de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego. Não existe mais o concurso só com a fase títulos!!! PRAZO DE VALIDADE DO CONCURSO - até dois anos, admitida uma prorrogação por igual período, a critério da administração pública, logo, a previsão deve constar do edital. ATENÇÃO: Durante o prazo de validade, a administração pública não está obrigada a contratar, a não ser as vagas previstas no edital, quando nasce o chamado direito subjetivo, defendido até mesmo por via de mandado de segurança. OS “NÓS” DO CONCURSO! COTAS: OS “NÓS” DO CONCURSO! DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO: TEORIA DO FATO CONSUMADO É APLICADA NO CONSURSO? Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 4 OS “NÓS” DO CONCURSO! NOVO CONCURSO COM OUTRO JÁ VIGENTE E OS PSS: CLÁUSLUAS DE BARREIRA: Tenha um cuidado especial com estas Súmulas Vinculantes abaixo, pois as bancas amam cobrá-las em provas de concurso: SÚMULA VINCULANTE 43 É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir- se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. SÚMULA VINCULANTE 44 Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 5 ESTABILIDADE Outro assunto corriqueiro e básico no estudo de agentes públicos é a ESTABILIDADE, que é a garantia oferecida ao servidor que lhe assegura a permanência no serviço público, atendidas às exigências estabelecidas pela Constituição. IMPORTANTE: Nunca confunda estabilidade com vitaliciedade, esta, é garantia entregue apenas a magistrados e membros do MP, que cumprem, em regra, o mínimo de 2 anos de exercício ou no ato da posse, obrigando a saída compulsória por decisão judicial transitada em julgado, apenas. Requisitos para se adquirir a estabilidade: nomeação e posse em caráter efetivo. aprovação no estágio probatório, que é de 3 anos (exceto para MP e Juiz). aprovação em prova de conhecimentos ou desempenho por comissão específica. ATENÇÃO: A estabilidade é no serviço público e não do cargo, como acontece o estágio probatório! Todo novo provimento em cargo efetivo tem um novo período de estagio (comprovação dos requisitos do cargo), mas a estabilidade se adquire uma vez, e repita-se, é para o serviço público e não para o cargo em questão. Perda da estabilidade Art. 41, § 1º da CF/88: O servidor público estável só perderá o cargo: em virtude de sentença judicial transitada em julgado. mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada à ampla defesa. mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei complementar, assegurada a ampla defesa. por excesso de gastos com pessoal Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 6 (Art. 169, §4º da CF/88) ACUMULAÇÃO Assunto geral e importante é a ACUMULAÇÃO, prevista no art. 37, XVI e XVII, CF/88, que prevê como regra geral a proibição da acumulação remunerada de cargos, EXCETO: dois cargos de professor (A) professor com outro técnico científico (B) dois cargos de médico (C) IMPORTANTE: a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; ATENÇÃO: existe a possibilidade de acumulação remunerada de cargos no caso de JUIZ ou PROMOTOR e UM CARGO DE PROFESSOR!!! E OS MILITARES!? PODEM ACUMALAR CARGOS? DICA – SIIIMMM! Art. 43 da CF/88: (...) § 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da atividade militar. (EC nº 101/19) Art. 142 da CF/88: (...) § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (EC nº 18/98) II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei; (EC nº 77/14) Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 7 MUITO IMPORTANTE: Além da acumulação geral, existe a acumulação especial oriunda da junção do cargo efetivo e o cargo eletivo, tudo conforme previsão do art. 38 da CF/88: MANDATO ELETIVO FEDERAL OU ESTADUAL – ficará afastado do cargo, emprego ou função E receberá o subsídio do cargo eletivo. PREFEITO – ficará afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela remuneração (subsidio do cargo eletivo ou efetivo). VEREADOR – havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, não sendo compatível aplicar-se-á as regras do prefeito. IMPORTANTE: o afastamento é computado como tempo de serviço, com todos os efeitos, exceto para promoção por merecimento!!! # ATENÇÃO- na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem.“EC103/19” SISTEMA REMUNERATÓRIO APLICADO AOS SERVIDORES Preceitos Constitucionais sujeito ao princípio da reserva legal específica, ou seja, nunca teremos portarias, decretos ou resoluções tratando de salário, vencimento e subsídios, apenas, LEI! assegurada à revisão geral anual dos subsídios e vencimentos, sempre na mesma data e sem distinção de índices, assegurou a irredutibilidade real e não apenas nominal do subsídio e dos vencimentos. é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público. os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 8 a EC 19 criou o teto geral e obrigatório no âmbito da Administração direta autárquica e fundacional, estipulando que os subsídios, os vencimentos, os salários e os proventos, pensões e outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoas ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Min. do STF – art. 37, XI da CF/88. IV - o teto geral será fixado por lei de iniciativa conjunta dos Presidentes da República, da CD,do SF e do STF que, por curiosidade, mas por evidente cautela está sujeita à sanção do chefe do Executivo – art. 48 da CF/88. V - os vencimentos também ficam sujeitos a um teto entre os vencimentos dos cargos pertencentes aos Poderes, que corresponde àqueles pagos pelo Executivo – art. 37, XII da CF/88. VI - os salários dos empregados públicos das empresas públicas e das sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, só estarão submetidas ao teto geral se as pessoas jurídicas receberem recursos do poder público para custeio de tais despesas. Art. 37, XI da CF/88: TETO GERAL “a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 9 do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;” (EC nº 41/03) ESPÉCIEIS DE REMUNERAÇÃO A) SUBSÍDIO - é uma modalidade de remuneração, fixada em parcela única, paga obrigatoriamente aos detentores de mandato eletivo (Senador, Deputado Federal, Estadual, Vereador, Presidente, Vice- Presidente, Governador, Vice-Governador, Prefeito e Vice-Prefeito) e aos demais agentes políticos (Ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais, os membros da Magistratura e o MP e Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Contas) ATENÇÃO: agente político (membro de poder, detentor de mandato eletivo, ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais) – tem como única modalidade de remuneração cabível, enquanto que os demais agentes públicos poderão ter remuneração. B) VENCIMENTOS – valor fixo pago aos servidores efetivos de acordo com a tabela do plano de carreira. C) REMUNERAÇÃO – é a soma dos vencimentos básicos com as vantagens variáveis de cada carreira. D) SALÁRIO - pago aos empregados públicos da administração pública indireta regidos pela CLT, titulares de empregos públicos. E) PROVENTOS – é o valor pago aos aposentados e pensionistas. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 10 Muita atenção que este assunto, como é muito controvertido e costuma ser alvo de ações judiciais, há muitas súmulas importantes sobre ele, das quais cito abaixo as mais importantes por serem vinculantes: SÚMULA VINCULANTE 4 É inconstitucional toda modalidade de provimento que Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial. SÚMULA VINCULANTE 15 O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono utilizado para se atingir o salário mínimo. SÚMULA VINCULANTE 16 Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 11 SÚMULA VINCULANTE 37 Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia. SÚMULA VINCULANTE 42 É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária. SÚMULA VINCULANTE 55 O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos. Art. 37 da CF/88: (...) VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical; VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; (EC nº 19/98) Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (EC nº 18/98) § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (EC nº 20/98) § 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (EC nº 18/98) I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 12 aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas; (EC nº 18/98) II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei; (EC nº 77/14) III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei; (EC nº 77/14) IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (EC nº 18/98) V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos; (EC nº 18/98) VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra; (EC nº 18/98) VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; (EC nº 18/98) Art. 39 da CF/88: (...) § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. (EC nº 19/98) Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 13 Art. 142, § 3º, da CF/88: (...) VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea "c"; (EC nº 77/14) Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br14 Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 15 APOSENTADORIA Por fim, mas não menos importante, abordaremos a APOSENTADORIA dos servidores, claro, apenas os ditames previstos na CF/88, muitos alterados pela EC - 103/19. Art. 40 - CF/88 O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. § 1º - O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo; II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo. § 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. § 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 16 § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. § 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. § 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. § 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar do respectivo ente federativo. § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. § 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 17 de que trata o § 4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. § 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contado para fins de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º- A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente será contado para fins de disponibilidade. § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício. § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. § 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16. § 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 18 de entidade fechada de previdência complementar ou de entidade aberta de previdência complementar. § 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos § § 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar. § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da lei. § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria compulsória. § 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse regime em cadaente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o § 22. § 21. (Revogado). § 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social, lei complementar federal estabelecerá, para os que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre: I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral de Previdência Social; Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 19 II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos; III - fiscalização pela União e controle externo e social; IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer natureza; VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados os princípios relacionados com governança, controle interno e transparência; VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamente, com a gestão do regime; IX - condições para adesão a consórcio público; X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. APOSENTADORIA ESPECIAL O artigo 10, §2º, inciso II, da EC 103/2019 esclarece os requisitos mínimos para a concessão de aposentadoria especial aos servidores públicos federais. § 2º Os servidores públicos federais com direito a idade mínima ou tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de aposentadoria na forma dos §§ 4º-B, 4º-C e 5º do art. 40 da Constituição Federal poderão aposentar-se, observados os seguintes requisitos: II - o servidor público federal cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação, aos 60 (sessenta) anos de idade, com 25 (vinte e cinco) anos de efetiva exposição e contribuição, 10 (dez) anos de efetivo exercício de serviço público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria; Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 20 Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 1 ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA AGENTES PÚBLICOS Primeiramente temos que entender o conceito de ATO, FATO e CONTRATO administrativos, porque nem tudo que a administração pública faz é ato, e mesmo o sendo, muitas vezes não é ato ADMINISTRATIVO! ENTÃO ANOTE: # NEM TUDO QUE A ADMNISTRAÇÃO PÚBLICA FAZ PODEMOS CHAMAR DE ATO ADMINISTRATIVO, POIS ESTE É ESPÉCIE DO GRANDE GRUPO DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO, ALÉM DE TERMOS OS FATOS E OS CONTRATOS, QUE NÃO SE CONFUNDEM COM OS ATOS!!! # OS ATOS ADMNISTRATIVOS NÃO SÃO EMANADOS APENAS PELA ADMNISTRAÇÃO PÚBLICA, JÁ QUE OS PODERES, LEGISLATIVO E JUDICIARIO, QUANDO NAS SUAS FUNÇÕES ATÍPICAS, TAMBÉM PROFEREM SEUS ATOS ADMNISTRATIVOS. FATOS E ATOS JURÍDICOS 1) Fatos jurídicos em sentido amplo: universo de eventos. a) Fatos jurídicos em sentido estrito: eventos da natureza (catástrofe, morte natural). b) Atos jurídicos em sentido amplo: eventos humanos (produzem consequência jurídica). i) Negócios jurídicos: marcados pela consensualidade (exemplo dos contratos). ii) Atos ilícitos: produzidos em desacordo com o ordenamento (exemplo dos atos ilegais). iii) Atos jurídicos em sentido estrito: efeitos predeterminados pelo ordenamento. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 2 c) Atos-fatos jurídicos: eventos humanos destituídos de vontade (exemplo da prescrição e decadência). ATOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA O ato praticado no exercício da função administrativa é ato da Administração, porém nem todo ato da Administração é ato administrativo. Em suma, o ato administrativo está contido no conjunto dos atos da Administração. Espécies de Atos da Administração Atos de Direito Privado: aqueles praticados pela Administração despidos das prerrogativas de direito público, como a compra e venda ou a locação: Atos materiais da Administração: atos que envolvem apenas execução, como a demolição de estabelecimento em ruínas; Atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor: aqueles que não geram efeitos jurídicos imediatos, como os atestados e as certidões; Atos políticos ou de governo: aqueles sujeitos a regime constitucional, como a sanção e o veto; Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 3 Contratos e convênios: atos em que a vontade é manifestada de forma bilateral; Atos normativos: aqueles dotados de generalidade e abstração, com conteúdo de leis, e só formalmente são atos administrativos. Atos administrativos propriamente ditos. CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO O conceito mais aceitável e seguido em provas de concurso para ato administrativo é o do nosso eminente Hely Lopes Meirelles: “ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”. Complementando o doutrinador, temos: SÓ É ATO ADMINISTRATIVO SE: - FOR UMA MANIFESTAÇÃO DE VONTADE (omissão é fato e não ato) - DE FORMA UNILATERAL (se for BILATERAL é contrato) - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (os três poderes podem emitir atos) - NO USO DAS SUAS PRERROGATIVAS (sempre regido por direito público) - SOB O MANTO DOS 3 CONTROLES (administrativo, legislativo e judiciário) Basicamente, isso é ato administrativo, e lembrando quem nem toda a manifestação de vontade da administração pública é ato e muito menos administrativo. REQUISITOS Requisitos são os elementos que um ato administrativo deve ter para que exista no mundo jurídico, caso falte alguns deles, o ato simplesmente é considerado INEXISTENTE por terminar seu ciclo de formação. Direito Administrativo | Luciano Franco focusconcuros.com.br 4 1) Competência (vinculado): é o poder legalmente concedido ao agente público para a prática do ato. Esse direito é irrenunciável, imprescritível, improrrogável, e intransferível! ATENÇÃO: A competência é intransferível, mas não indelegável, já que é possível delegar o EXERCÍCIO da função a outrem, sendo que o agente detentor originário continua com sua titularidade. Critérios Definidores: Matéria: cumpre ao órgão/entidade o desempenho conteúdo administrativo específico. Lugar ou Território: as atribuições são desempenhadas por centros de competência localizados em pontos territoriais distintos. Hierarquia: as competências são escalonadas segundo o grau de complexidade e de responsabilidade. Tempo: a competência tem início a partir da investidura legal e térmico com o fim do exercício da função pública. Fracionamento: a competência é distribuída por órgãos diversos, quando se trata de procedimento ou de atos complexos, com a participação de vários órgãos ou agentes. Muita atenção no estudo dos vícios e, no que tange aos erros de competência, alguns se destacam, quais sejam: USURPAÇÃO DE FUNÇÃO: Ocorre este tipo de vício quando um particular, com DOLO de praticar crime, usa da função pública, praticando atos que, por óbvio, não possui competência. Tal ato é nulo e dele não se origina direitos, além de ser crime. FUNÇÃO