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DIREITO ADMINISTRATIVO

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Direito Administrativo | Luciano Franco 
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ESTADO, GOVERNO, ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 
CONCEITOS E FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Buenas meu povo! Vamos aprender aqui uma básica diferença entre três 
conceitos que volta e meia caem em provas de concurso, seja de forma direta ou 
de forma indireta, até mesmo, em outras matérias, como o nosso sagrado direito 
constitucional. Então vamos lá! 
 
Estado, Governo e Administração Pública 
Estado é uma sociedade organizada politica e juridicamente, ocupando um 
território definido, normalmente onde a lei máxima é uma Constituição escrita, e 
dirigida por um Governo que possui soberania reconhecida tanto interna quanto 
externamente. O Estado é responsável pela organização e pelo controle social, 
pois detém, o poder da força, o chamado ius imperi. 
Nosso ordenamento jurídico conceitua o Estado como uma PESSOA JURÍDICA DE 
DIREITO PÚBLICO EXTERNO, com prerrogativas especiais, para que possa ser 
atingida a finalidade de interesse público. 
O fim do Estado é assegurar a vida humana em sociedade. O Estado deve garantir 
a ordem interna, assegurar a soberania na ordem internacional elaborar as regras 
de conduta e distribuir a justiça. 
ATENÇÃO: É Nesse contexto, que insere-se o Direito Administrativo, como ramo 
autônomo do Direito Público, tendo como finalidade disciplinar as relações entre 
as diversas pessoas e órgãos do Estado, bem como entre este e os administrados. 
 
Elementos do Estado 
Um Estado soberano é sintetizado pela máxima "Um governo, um povo, um 
território", sendo assim, são elementos do Estado, portanto: povo, território e 
governo soberano. 
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O povo é o elemento humano, formado pelo conjunto de pessoas submetidas à 
ordem jurídica estatal. Não se confunde com população por esta ser uma 
quantidade de pessoas em uma região por um determinado tempo. 
O território é o elemento material, espacial ou físico do Estado, é a sua base 
geográfica, compreendendo a superfície do solo que o Estado ocupa, seu mar 
territorial e o espaço aéreo, enfim, todo e qualquer espaço delimitado e 
dominado pelo Estado. 
Já o Governo é a organização necessária ao exercício do poder político, sendo 
composto de pessoas escolhidas conforme a Carta Política que rege o Estado. O 
governo define o futuro político da sociedade, com prioridade de políticas 
públicas e atenção especial para assuntos sensíveis ao povo. 
 
Organização do Estado 
O Estado pode ser organizado de várias formas, levando-se em consideração a 
sua extensão territorial, a estruturação de seus Poderes e a subdivisão em 
unidades menores. Estados de tamanhos variados podem ter vários níveis de 
governo: local, regional e nacional. Assim, o Estado pode ser: 
a) Unitário ou simples - quando só existe um núcleo de comando, que é no âmbito 
nacional, estendendo-se uniformemente sobre todo o seu território. (França, 
Bélgica, Itália, Portugal e Uruguai são unitários) 
b) Composto - como o Estado Federado, onde há a reunião de vários Estados 
Membros que formam a Federação. Existem várias núcleos de comando, cada um 
com autonomia política, bens próprios, renda e responsabilidades entregues pela 
Carta Política. (Alemanha, Suíça, Brasil e EUA são federados). 
 
IMPORTANTE: Seguindo orientação constitucional, para o Direito 
Administrativo, a expressão “Estado”, em sentido amplo, abrange a União, os 
Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios. 
 
MUITO IMPORTANTE: O Estado, em suas relações internacionais, possui 
soberania; ao passo que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 
nas suas relações internas, possuem, apenas, autonomia. 
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Poderes do Estado 
De acordo com o artigo 2º. Da CF/88 são Poderes da União, independentes e 
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo, e o Judiciário. 
Cada um desses Poderes do Estado exerce predominantemente uma função 
estatal específica, porém, não há uma separação absoluta de funções, 
assegurando o sistema de freios e contrapesos. 
Assim, os Poderes irão desempenhar funções típicas (principais) e funções 
atípicas (não-principais). Assim temos: 
 
Poder Legislativo é aquele que tem como principal função legislar (fazer leis!), 
ou seja, inovar o ordenamento jurídico, estabelecendo regras gerais e abstratas, 
criando comandos a todos os cidadãos, visto que ninguém será obrigado a fazer 
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. 
 
Poder Executivo é aquele que tem como principal função executar, administrar 
a coisa publica, dentro dos limites impostos pela lei em sentido amplo, com a 
finalidade de atender ao interesse público. 
 
Poder Judiciário é aquele que tem como principal função julgar, solucionar 
conflitos de interesses entre as partes, dizer o direito, aplicar a lei nos casos 
concretos. Tal poder não se acha em todas as esferas, como os anteriores, dado 
que os municípios não possuem Poder Judiciário próprio. 
 
MUITA ATENÇÃO: Pelo exposto acima, percebemos que a função administrativa 
(objeto do Direito Administrativo) é exercida tipicamente (principal) pelo Poder 
Executivo, porém, os demais Poderes também irão desempenhá-la, só que de forma 
atípica (não-principal). 
 
 
 
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Conceito de Governo 
A direção geral das políticas públicas e da macro economia é dada pela cúpula 
diretiva do Estado, a qual chamamos de GOVERNO! Governar é o poder de regrar 
uma sociedade política e o aparato pelo qual o corpo governante funciona e 
exerce autoridade. 
 
ATENÇÃO: Governo é elemento do Estado, mas Governo não implica 
necessariamente a existência de Estado, assim, pode ter Governo sem Estado, mas 
nunca Estado sem Governo! 
O Governo é o conjunto de órgãos e Poderes responsáveis pela função política 
do Estado, abrangendo as funções de comando e de estabelecimento de 
objetivos e diretrizes do Estado, de acordo com as suas atribuições 
constitucionais. 
 
Conceito de Administração Pública 
A expressão “Administração Pública” abarca diversas concepções. Inicialmente, 
temos que Administração Pública em sentido amplo (lato sensu), como o 
conjunto de órgãos governamentais (com função política de planejar, comandar 
e traçar metas) e de órgãos administrativos (com função administrativa, 
executando os planos governamentais). 
Num sentido estrito (stricto sensu), podemos definir Administração Pública como 
o conjunto de órgãos, entidades e agentes públicos que desempenham a função 
administrativa do Estado. Ou seja, num sentido estrito, a Administração Pública é 
representada, apenas, pelos órgãos administrativos. 
 
ATENÇÃO: Para fins de prova, é mais comum que as bancas examinadoras exijam 
do candidato o conceito de Administração Pública num sentido objetivo e num 
sentido subjetivo. 
a) Sentido objetivo ou material ou funcional de Administração Pública 
Nesse sentido, a administração pública confunde-se com a própria função 
(atividade) administrativa desempenhada pelo Estado. 
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O conceito de Administração Pública está relacionado com o objeto da 
Administração. Não se preocupa aqui com quem exerce a Administração, mas 
sim com o quê faz a Administração Pública. 
 
IMPORTANTE: A função administrativa é exercida predominantemente pelo 
Poder Executivo, porém, os demais Poderes também a exercem de forma atípica. 
 
ATENÇÃO: A doutrina majoritária entende que as atividades administrativas 
englobam: a prestação de serviço público, a polícia administrativa, o fomento 
e a intervenção administrativa. 
 
b) Sentido subjetivo ou formal ou orgânico de Administração Pública: 
A expressão Administração Pública confunde-se com os sujeitos que integram 
a estrutura administrativa do Estado, ou seja, com quem desempenha a função 
administrativa. Assim, num sentidosubjetivo, Administração Pública 
representa o conjunto de órgãos, agentes e entidades que desempenham a 
função administrativa. 
 
ATENÇÃO: Os meios de atuação da Administração Pública serão analisados 
posteriormente de forma detalhada, mas de forma sucinta, teremos os Entes, 
Entidades e Órgãos e seus Agentes, assim temos: 
• Entes políticos – União, Estados, Distrito Federal e Municípios (todas com 
personalidade jurídica de Direito Público) e possuem além das autonomias 
administrativa, financeira e gerencial, a autonomia POÍTICA. 
• Entidades Administrativas – São as autarquias, fundações públicas, 
empresas públicas e sociedades de economia mista (todas com 
personalidade jurídica de Direito Público e/ou Privado), NÃO possuindo a 
autonomia POLÍTICA e se ligando a algum dos ENTES políticos. 
• Órgãos Públicos: são centros de competência, despersonalizados, 
integrantes da estrutura de uma pessoa jurídica, incumbidos das 
atividades do Ente ou da Entidade a que pertencem. 
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• Agentes Públicos: são todos aqueles que exercem, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, 
mandato, emprego ou função pública. 
 
RESUMINDO 
Sentido objetivo ou material ou funcional = atividade administrativa (O quê 
faz?!?) 
Sentido subjetivo ou formal ou orgânico = órgãos + agentes + entidades (Quem 
faz?!) 
 
CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
Por ser uma matéria eminentemente doutrinária, postamos os mais variados 
conceitos dos nossos doutos escritores pátrios, os quais definem o Direito 
Administrativo assim: 
a) Barros Jr.: é um conjunto de princípios jurídicos que disciplina a organização 
e a atividade do Poder Executivo, inclusive dos órgãos descentralizados, bem 
como as atividades tipicamente administrativas exercidas pelos outros poderes. 
b) Celso Antônio Bandeira de Mello: é o ramo do Direito Público que disciplina 
a função administrativa e os órgãos que a exercem. 
c) Mário Mazagão: é o conjunto dos princípios que regula a atividade jurídica do 
Estado, exceto a judiciária e a instituição dos meios e órgãos de sua ação geral. 
d) Maria Sylvia Di Pietro: é o ramo do direito público que tem por objeto os 
órgãos, os agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a 
Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens 
de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública. 
e) José Cretella Jr.: é o ramo do Direito Público Interno que regula a atividade 
jurídica do Estado, não contenciosa e a constituição dos órgãos e meios de sua 
ação geral. 
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f) Hely Lopes Meirelles: é o conjunto harmônico de princípios jurídicos que rege 
os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta 
e imediatamente os fins desejados pelo Estado. 
 
MUITA ATENÇÃO: Para efeito de informação, como citado em aula, temos dois 
grandes ramos do DIREITO, conforme novamente demonstrado abaixo. 
 
Por mais que seja irrelevante para efeito de provas da matéria ora trabalhada, é 
importante que tenhas este conhecimento. 
 
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
As fontes do Direito Administrativo são a lei (em sentido amplo, abrangendo desde 
a Constituição Federal até os atos normativos), a doutrina, a jurisprudência e os 
costumes (a praxe administrativa). 
• DIRETA, PRIMÁRIA OU ORIGINÁRIA: É aquela fonte que inova o direito, que 
tem o condão de criar e modificar relações jurídicas. Dentro desta 
classificação se encontra a LEI no sentido genérico, abrangendo esta 
expressão desde a Constituição até os regulamentos executivos. 
• INDIRETA, SECUNDÁRIA OU DERIVADA: É aquela fonte que não inova o 
direito, apenas o interpreta e o complementa. Aqui temos a DOUTRINA, 
que é a opinião dos juristas emanada em livros, revistas e demais 
publicações; Os COSTUMES ainda influenciam e são sim fonte do Direito 
Administrativo, dada que a praxe administrativa é por vezes seguida nos 
mais variados setores da administração pública; A JURISPRUDÊNCIA é o 
conjunto de decisões proferidas pelos tribunais pátrios, consolidas muitas 
vezes nas chamadas SÚMULAS. 
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MUITO IMPORTANTE: Para provas, adote o entendimento que as SÚMULAS 
VINCULANTES publicadas pelo STF são também FONTES PRIMÁRIAS!!! Mesmo 
sendo uma derivação da fonte jurisprudencial. 
 
IMPORTANTE: No Brasil, as decisões administrativas não têm o efeito de coisa 
julgada, visto que as decisões definitivas só ocorrem no âmbito do poder judiciário. 
 ATENÇÃO: A doutrina trata os PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO como fontes 
do Direito Administrativo também. Conteúdo pouco abordado em prova de 
concurso, mas, caso apareça a alternativa e nada mais se pareça como viável, 
recomenda-se marque como correta. 
 
É isso meu povo, concluímos com sucesso nosso encontro preambular sobre o 
Direito Administrativo, e espero que com êxito rs. 
Pratique exercício, releia e assista a aula sempre que puder, para cada dia mais 
consolidar o conhecimento. 
Lembre-se, a repetição é pressuposto lógico da perfeição. 
JUNTOS ATÉ PASSAR!!! 
 
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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Chegamos numa aula fundamental, qual seja, a organização de toda a 
administração pública brasileira. Saber diferenciar uma administração 
direta de uma indireta é o básico do que se cobra em provas de concurso, 
logo, atenção redobrada a partir de agora. 
A organização político-administrativa brasileira compreende a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos detentores de 
autonomia administrativa, gerencial, financeira e, principalmente, 
POLITICA. 
 
FORMAS DE AGIR NA ESFERA ADMINISTRATIVA 
Centralização: 
O próprio ente federativo é quem age, por meio de um único órgão 
(centralização concentrada) ou de dois ou mais órgãos (centralização 
desconcentrada). No campo administrativo, a atuação centralizada por 
meio de um único órgão é de aplicação teórica, haja vista as diversas 
atribuições constitucionais dos entes políticos. 
Desconcentração: 
Distribuição interna de competências dentro da mesma pessoa jurídica. 
As tarefas ou atividades são distribuídas de um centro para setores 
periféricos ou de escalões superiores para escalões inferiores. É uma 
técnica administrativa. 
 
Descentralização: 
É o deslocamento, distribuição ou transferência da prestação do serviço 
para a Administração Indireta ou para um particular. Nesse caso, não há 
relação de hierarquia ou de subordinação, existindo apenas a vinculação, 
o controle de finalidade ou a supervisão ministerial. 
 
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Modalidades de Descentralização Administrativa 
 Descentralização por Colaboração: Ocorre quando a execução de 
um serviço público é transferida à pessoa jurídica de direito 
privado, ou mesmo à pessoa física, por meio de contrato ou ato 
administrativo, conservando o Poder Público a titularidade do 
serviço. Ex.: concessão ou permissão de serviços públicos. 
 Descentralização por Serviços: Também denominada de 
descentralização funcional ou técnica, é aquela em que o Poder 
Público cria uma pessoa jurídica de direito público ou privado, 
atribuindo-lhe, além da execução, a titularidade de determinado 
serviço público. Exemplo da FUNASA e da ECT. No Brasil, dá-se 
exclusivamente por lei. 
 Descentralização Social: “Consiste em retirar do Estado a execução 
direta ou indireta de atividade de relevância coletiva que possam 
ser cometidas a unidades sociais já existentes, personalizadas ou 
não, como a família, o bairro, as agremiações esportivas, 
associações profissionais, as igrejas, os clubes de serviço, as 
organizações comunitáriasetc., mediante simples incremento de 
autoridade e institucionalização jurídica adequada, de modo a que 
possam promover, elas próprias, sua execução” (Diogo de 
Figueiredo Moreira Neto). 
 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA 
Também chamada de Administração Pública Centralizada, existe em todos 
os níveis das Esferas do Governo, Federal, Estadual, Distrital e Municipal, e 
em seus poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário. É em si, a própria 
Administração Pública. 
ATENÇÃO: Ao falarmos da Administração Direta é inevitável citarmos os 
órgãos públicos, pois esta administração se perfaz pela existência destes. 
 
TEORIAS 
Teoria do Mandato: O agente atuaria como mandatário da pessoa 
jurídica à qual estaria ligado. 
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Teoria da Representação: O agente público faria a representação da 
entidade, funcionando como uma espécie de “tutor” desta. 
Teoria do Órgão: Os agentes públicos são verdadeiros veículos da 
expressão do Estado. Toda a conduta dos agentes é imputada ao órgão, o 
qual, por sua vez, encontra-se ligado à entidade possuidora de 
personalidade jurídica, quem, ao fim, acaba respondendo a eventuais 
questionamentos jurídicos. 
Teoria da Identidade ou Subjetiva: Órgãos e agentes formam uma 
unidade única e inseparável, de forma que o órgão se confunde com a 
pessoa do próprio agente público. 
 
 
 
ÓRGÃOS PÚBLICOS 
Para Hely Meirelles órgãos públicos “são centros de competência 
instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus 
agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem”. 
Por isso mesmo, os órgãos não têm personalidade jurídica nem vontade 
própria, que “são atributos ao corpo e não das partes". 
Sabemos que personalidade jurídica significa a possibilidade de assumir 
direitos e obrigações. Assim, os órgãos na área de suas atribuições e nos 
limites de sua competência funcional expressam não a sua própria 
vontade, mas, a vontade do ente ou da entidade a que pertencem e a 
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vinculam por seus atos, manifestados através de seus agentes (pessoas 
físicas). 
No entanto, e isto é muito importante, embora não tenham 
personalidade jurídica, os órgãos podem ter prerrogativas funcionais 
próprias que, quando infringidas por outro órgão, admitem defesa até 
mesmo por mandado de segurança. Essa prerrogativa é denominada de 
capacidade judiciária ou capacidade processual, e é entregue aos órgãos 
em raríssimas exceções! 
IMPORTANTE: essa capacidade processual só a têm os órgãos 
independentes e os autônomos, visto que os demais – superiores e 
subalternos -, em razão de sua hierarquização, não podem demandar 
judicialmente, uma vez que seus conflitos de atribuições serão resolvidos 
administrativamente pelas chefias a que estão subordinados. 
MUITO IMPORTANTE: Para se ter noção do que representa um órgão, 
lembre-se que: 
- ÓRGÃO É PRODUTO DA DESCONCENTRAÇÃO ADMININISTRATIVA. 
- ÓRGÃO NÃO TEM VIDA, NÃO TEM PATRIMÔNIO, NÃO TÊM 
DIREITOS. 
- ÓRGÃO NÃO TEM CAPACIDADE POSTULATÓRIA. 
- MAS O ÓRGÃO TEM CNPJ!!! 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS 
A) Quanto a posição estatal: esta classificação está ligada à 
hierarquização da Administração Pública onde encontramos órgãos 
superiores em relação a outros inferiores. Assim temos: 
 ÓRGÃOS INDEPENDENTES - são aqueles originários da 
Constituição e representativos dos Poderes Legislativo, Executivo e 
Judiciário. Não têm subordinação hierárquica ou funcional, 
sujeitando-se exclusivamente aos controles constitucionais que 
permitem o controle de um Poder pelo outro (sistema de freios e 
contrapesos). 
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• Casas Legislativas - Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, 
Senado Federal, Assembleias Legislativas, Câmaras de Vereadores. 
• Chefias do Executivo – Presidência da República, Governadorias, 
Prefeituras. 
• Tribunais Judiciários e Juízes singulares. 
• Ministério Público – da União e dos Estados. 
• Tribunais de Contas – da União, dos Estados, dos Municípios. 
 
 ÓRGÃOS AUTÔNOMOS - são os que se encontram na cúpula da 
Administração logo abaixo dos independentes, sendo a estes 
subordinados. Esses órgãos têm autonomia administrativa, 
financeira e técnica. Cuidam de planejamento, supervisão, 
coordenação e controle. 
• Ministérios, Secretarias Estaduais, Secretarias Municipais. 
• Advocacia-Geral da União, Procuradorias dos Estados e Municípios. 
• Estado Maior das Forças Armadas. 
• Consultoria Geral da República. 
 
 ÓRGÃOS SUPERIORES - não gozam de autonomia administrativa 
nem financeira, que são atributos dos órgãos independentes e dos 
autônomos a que pertencem. Sua liberdade funcional restringe-se 
ao planejamento e soluções técnicas, dentro de sua área de 
competência, com responsabilidade pela execução, geralmente a 
cargo de seus órgãos subalternos. 
• Gabinetes 
• Inspetorias-Gerais 
• Coordenadorias 
• Departamentos 
• Divisões. 
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 ÓRGÃOS SUBALTERNOS - representam o último escalão da 
Administração, com reduzido poder decisório e com predominância 
de atribuições de execução, a exemplo das atividades-meios e 
atendimento ao público. 
• Portarias 
• Sessão de expediente 
 
 
B) Quanto à sua estrutura: Aqui o autor usa da composição do órgão, ou 
seja, se há ou subdivisões dentro do organograma do órgão, sendo eles: 
 ÓRGÃOS SIMPLES - também chamados de unitários, têm um só 
centro de competência. Ex.: Presidência da República, Portarias. 
 ÓRGÃOS COMPOSTOS - têm em sua estrutura inúmeros outros 
órgãos menores, uns exercendo função idêntica à principal, ou seja, 
atividade fim e outras exercendo uma função auxiliar diferente da 
principal, ou seja, atividade meio. Ex.: Secretarias e Ministérios. 
 
C) Quanto à sua atuação funcional: aqui temos uma divisão por ordem 
de mando, ou seja, as ordens são emanada por uma ou várias pessoas 
dentro do órgão. Assim temos: 
 SINGULARES OU UNIPESSOAIS - são aqueles que apresentam um 
só titular que é o chefe e representante do mesmo e que apesar de 
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contar com muitos outros agentes auxiliares, desempenha a função 
principal do órgão individualmente. A formação e manifestação de 
vontade não dependem do acorde de nenhuma outra autoridade. 
Ex.: o Presidente da República, as Governadorias dos Estados e os 
Prefeitos Municipais. 
 COLEGIADOS OU PLURIPESSOAIS - são aqueles que atuam e 
decidem pela manifestação conjunta e majoritária da vontade de 
seus membros, não prevalecendo a vontade pessoal do chefe ou de 
qualquer outro integrante. Ex.: as Corporações Legislativas, os 
Tribunais e as Comissões deliberam e decidem por seus plenários e 
câmaras, mas se fazem representar juridicamente e se administram 
por seus presidentes, chefes ou procuradores. 
 
D) Quanto às funções exercidas: 
 ÓRGÃOS ATIVOS – são os que produzem ações, os atos 
necessários para o cumprimento dos fins da pessoa jurídica da qual 
fazem parte. Os Ministérios e Secretárias são exemplos desses órgãos 
ativos. 
 ÓRGÃOS DE CONSULTA – produzem os pareceres e as opiniões 
necessárias para a tomada de decisão por parte dos órgãos ativos. 
Exemplo de órgãos consultivos: as assessorias jurídicas integrantes 
das estruturas dos Ministérios. 
 ÓRGÃOS DE CONTROLE – são aqueles responsáveis por 
acompanhar e fiscalizar outros órgãos. Ex.: Tribunal de Contas da 
União. 
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E) Quanto à esfera de ação (Maria Sylvia Zanella Di Pietro): 
 ÓRGÃOS CENTRAIS – são aqueles que exercem atribuições em 
todo o território nacional, estadual ou municipal. São exemplos: as 
Casas Legislativas, os Ministérios, as Secretarias de Estado e as de 
Município. 
 ÓRGÃOS LOCAIS – atuam apenas sobre uma parte do território, 
comoas Delegacias Regionais da Receita Federal, as Delegacias de 
Polícia, os Postos de Saúde. 
 
 
 
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ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
A Administração Indireta se constitui das entidades dotadas de 
personalidade jurídica própria, oriundas da DESCENTRALIZAÇÃO e 
compreendem as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas 
e as sociedades de economia mista. 
 
 
 
 
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AUTARQUIA 
 Criação/extinta diretamente por lei específica. 
 Pessoa jurídica de direito público 
 Pessoal é ocupante de cargo público (estatutário) e chamamos de 
servidor. 
 Regime tributário - imunidade de impostos no que se refere ao 
patrimônio renda e serviços relacionados às suas finalidades 
essenciais. 
 Desempenha serviço público descentralizado. 
 
 
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LEI Nº 10.411, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2002. 
Altera e acresce dispositivos à Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, 
que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de 
Valores Mobiliários. 
Art. 1º Os arts. 5º, 6º , 16 e 18 da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 
1976, passam a vigorar com a seguinte redação: 
"Art. 5º É instituída a Comissão de Valores Mobiliários, entidade 
autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com 
personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade 
administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, 
mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia 
financeira e orçamentária.” 
 
FUNDAÇÃO PÚBLICA 
 Criação autorizada por lei específica e lei complementar irá definir 
as áreas de sua atuação (OBJETO). 
 Pessoa jurídica de direito público. 
 Pessoal é ocupante de cargo público (estatutário) e chamamos de 
servidor. 
 Regime tributário - imunidade de impostos no que se refere ao 
patrimônio renda e serviços relacionados às suas finalidades 
essenciais. 
 Desempenha serviço público descentralizado. 
 
DECRETO-LEI Nº 200, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1967 
Dispõe sobre a organização da Administração Federal, estabelece 
diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras providências. 
 
 
 
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TÍTULO I 
DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL 
Art. 1º O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República 
auxiliado pelos Ministros de Estado. 
Art. 2º O Presidente da República e os Ministros de Estado exercem as 
atribuições de sua competência constitucional, legal e regulamentar com 
o auxílio dos órgãos que compõem a Administração Federal. 
Art. 3º Respeitada a competência constitucional do Poder Legislativo 
estabelecida no artigo 46, inciso II e IV, da Constituição , o Poder 
Executivo regulará a estruturação, as atribuições e o funcionamento dos 
órgãos da Administração Federal. 
Art. 4° A Administração Federal compreende: 
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na 
estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. 
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias 
de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: 
a) Autarquias; 
b) Empresas Públicas; 
c) Sociedades de Economia Mista. 
d) fundações públicas. 
 
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: 
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade 
jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades 
típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor 
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. 
II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de 
direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado 
por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo seja 
levado a exercer por força de contingência ou de conveniência 
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administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em 
direito. 
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade 
jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade 
econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a 
voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração 
Indireta. 
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica 
de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de 
autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que 
não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com 
autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos 
respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos 
da União e de outras fontes. 
(...) 
§ 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem 
personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de sua 
constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes 
aplicando as demais disposições do Código Civil concernentes às 
fundações. 
 
CAPÍTULO III 
DAS FUNDAÇÕES 
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura 
pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o 
fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. 
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: 
I – assistência social; II – cultura, defesa e conservação do patrimônio 
histórico e artístico; III – educação; IV – saúde; 
V – segurança alimentar e nutricional; 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção 
do desenvolvimento sustentável; 
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VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias 
alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e 
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos 
humanos; 
IX – atividades religiosas; e X – (VETADO). 
 
CAPÍTULO III 
DAS FUNDAÇÕES 
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela 
destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, 
incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou 
semelhante. 
(...) 
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde 
situadas. 
§ 1 º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o 
encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. 
§ 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o 
encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público. 
* E as Fundações autárquicas/governamentais estão sob a tutela do 
MPF!? 
 
BASE CONSTITUCIONAL - Art. 37, CF/88: (...) 
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e 
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia 
mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, 
definir as áreas de sua atuação; (EC nº 19/98) 
 
 
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SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
 Criação autorizada por lei específica, com registro em cartório 
específico. 
 Pessoa jurídica de direito privado - titular de direitos e obrigações 
próprios distintos da pessoa que a instituiu. 
 Forma de organização societária – APENAS SOCIEDADE ANÔNIMA 
S/A. 
 Composição do capital – Cabe investimento privado, mas desde 
que a maioria do capital votante seja público. CAPITAL MISTO. 
 Foro para solução dos conflitos – Sempre é JUSTIÇA ESTADUAL. 
 Pessoal é ocupante de emprego público, e é chamado de 
empregado público. 
 Regime tributário é o mesmo das empresas privadas, salvo alguns 
privilégios para prestadoras de serviço público. 
 Explora predominantemente atividade econômica (art. 173, CF/88); 
embora tambémpossa prestar serviços públicos (CF/88, art. 175). 
 IMPORTANTE: Nenhuma das entidades, mesmo àquelas de direito 
privado, estão sujeitas à FALÊNCIA ou PENHORA, dado que estes 
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institutos são incompatíveis com os ditames de direito público ou 
bens e valores tidos como públicos. 
 ATENÇÃO: Muito cuidado com a nova lei das estatais, a Lei nº 
13.303/16 que determina vários assuntos destas EP e SEM, 
independentemente se são federais, estaduais ou municipais, 
dentre eles, o conceito de cada uma, regime, formas de controle e 
principalmente a parte de licitações e contratos, agora regida quase 
que integralmente pela referida lei no âmbito das estatais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS E IMPLÍCITOS 
 
Buenas meu povo, estamos na melhor e uma das mais importantes aulas do 
Direito Administrativo, pois retrata um artigo importante da nossa Carta Magna, 
sendo assunto recorrente em provas de concurso. Entenda desde já que não 
existem apenas cinco princípios voltados à administração pública, e sim, vários 
outros, estando expressos ou não na nossa CF/88 têm eles o mesmo peso e 
importância na análise jurídica dos fatos. 
 
 
• PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO 
 
Um dos pilares do Direito Administrativo, que, junto com outro grande princípio, 
o da INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO, forma o chamado regime 
jurídico, ou pedras de toque deste grande direito. Decorre deste princípio posição 
de supremacia jurídica da Administração em face da supremacia do interesse 
público sobre o interesse particular. 
 
A aplicação desse princípio não significa o total desrespeito ao interesse 
particular, já que a Administração deve obediência ao direito adquirido e ao ato 
jurídico perfeito, nos termos do art. 5º, inciso XXXVI, da CF/88. 
 
Há de se destacar que o interesse aqui protegido é o interesse público primário 
do Estado, não aquele secundário, materialista e regido pelo direito privado. O 
interesse público precisa sim nortear toda e qualquer atuação do agente público, 
sob pena de ser um ato nulo de pleno direito, por desvio de finalidade mediata. 
 
 
• PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE 
 
Os bens, direitos, interesses e serviços públicos não se acham à livre disposição 
dos órgãos públicos, ou do agente público, mero gestor da coisa pública, a quem 
apenas cabe curá-los e aprimorá-los para a finalidade pública a que estão 
vinculados. 
 
O detentor desta disponibilidade é o Estado. Por essa razão há necessidade de 
lei para alienar bens, outorgar a concessão de serviços públicos, dentre outros 
institutos. 
 
A própria Lei de Processo Administrativo Federal é clara em afirmar que "Serão 
observados critérios de atendimento a fins de interesse geral, vedada a 
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renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em 
lei" (Lei 9.784/99, Art. 2º, parágrafo único, II). 
 
A diferença, pois, entre a SUPREMACIA e a INDISPONIBILIDADE do interesse 
público está em que o primeiro autoriza o agente público agir em detrimento do 
privado, e o segundo, afirmando a este mesmo agente que o “poder” não é seu 
como pessoa, mas do cargo o qual exerce e precisa estar lastreado sempre nos 
ditames legais. 
 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPRESSOS 
 
Os principais e mais conhecidos constam do art. 37, caput, da Constituição da 
República, vejamos: 
 
“Art. 37 - A administração pública direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência”. 
 
 
ATENÇÃO: Sua principal característica é serem de observância obrigatória a 
todos os entes, União, Estados, Distrito Federal e Municípios e suas entidades, 
Autarquias, Fundações, Empresas e Sociedades, formadoras da administração 
pública indireta. 
 
São eles: 
 
 LEGALIDADE 
 IMPESSOALIDADE 
 MORALIDADE L.I.M.P.E. 
 PUBLICIDADE 
 EFICIÊNCIA 
 
 
# Legalidade- determina a completa submissão da administração pública a 
lei e ao Direito. Desde o Presidente da República, Governador, Prefeito ao mais 
humilde dos servidores, ao agirem devem observar atenção especial a este 
princípio. 
 
MUITA ATENÇÃO: Para a célebre frase de Hely Lopes Meirelles onde se encontra 
toda a essência da legalidade: 
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“na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza, 
enquanto na Administração privada é possível fazer o que a lei não proíbe.” 
 
IMPORTANTE: O princípio da LEGALIDADE é diferente do princípio da RESERVA 
LEGAL, sendo este, mais restrito e contido naquele. Ou seja, nem tudo que se 
considera legalidade (resolução, portaria, decreto) é também reserva, sendo apenas 
este tudo que começa com LEI (lei ordinária, lei delegada, lei complementar). 
 
O principio da legalidade é o mais importante princípio contido no nosso 
ordenamento jurídico, dada a adoção do estado democrático DE DIREITO, no 
artigo 1º da CF/88. Desta feita, ninguém está acima da LEI, nem o Estado e suas 
autoridades, nem ninguém. 
 
# Impessoalidade – Em suas várias facetas, tal princípio norteia a atuação do 
agente público que deve primeiro, tratar a todos de forma isonômica e entregar 
a mesma oportunidade a todos, daí nasce os institutos do concurso e da licitação, 
crias natas do princípio da impessoalidade na vertente igualdade. 
 
Na segunda vertente temos uma previsão expressa na CF/88 no artigo 37, 
parágrafo primeiro, que assim determina: 
 
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e 
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, 
informativo ou de orientação social, dela não podendo 
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem 
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 
 
 
Tenham cuidado, pois apesar de constar a palavra publicidade no paragrafo 
citado, este enxerto não se retrata a tal principio, e sim, ao principio da 
IMPESSOALIDADE! 
 
Entenda que o princípio da impessoalidade destina-se a quebrar o velho hábito 
do agir em razão do prestígio ou influência do administrado (particular) ou do 
agente (servidor), e o que mais importa saber, que decorre deste princípio que o 
fim visado de ser sempre o interesse público em detrimento do interesse 
privado. 
 
Ademais, considerar-se-á desvio de finalidade a Administração utilizar de sua 
competência para atingir fim diferente do interesse público, tornando o ato nulo 
por vício insanável, constituindo até, um ato encaixado no gênero Abuso de Poder. 
 
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# Moralidade - está intimamente ligado ao conceito de honestidade, do que for 
melhor e mais útil para o interesse público. Há de se ressaltar que moralidade 
aqui definida não é a mesma imposta pela sociedade privada, pois no Brasil, ainda 
fazemos a distinção de ambas as moralidades, pública e privada. 
 
Logo, nem tudo que é certo e errado na atividade privada será encarada como 
imoralidade pública! 
 
Lembre-se do exemplo de um senador da República que, na sua vida pessoal traiu 
a esposa e teve um filho fora do casamento, algo reprovável na moralidade privada, 
mas nem por isso, perdeu o mandato de senador, ao contrário, tornou-se presidente 
do Senado! 
 
ATENÇÃO: Por este princípio a Administração e seus servidores têm de atuar 
segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé objetiva. Assim a 
atividade administrativa deve obedecer não apenas à lei, mas, também 
seguir princípios éticos. 
 
Trata-se de princípio importante perante o qual se poderá invalidar um ato 
administrativo. A própria CF/88, no artigo 5º, inciso LXXII, dispõe sobre a 
possibilidade de AÇÃO POPULAR para combater a imoralidade públicae, 
ademais, temos hoje a súmula vinculante nº 13 do STF, instrumento impar no 
ordenamento jurídico pátrio e útil no enfrentamento deste mal. 
 
 
# Publicidade – Um princípio impar da administração pública, pois torna seus 
atos eficazes e aptos a emitirem seus efeitos. Um ato administrativo perfeito não 
é nada senão uma folha de papel enquanto não for publicado. 
 
ATENÇÃO: A publicidade se dá em imprensa oficial, e, de acordo com 
entendimento do nosso STF, a efetiva publicidade se dá na IMPRENSA OFICIAL 
ESCRITA! 
 
MUITA ATENÇÃO: Há ainda a chamada PUBLICIDADE MITIGADA que é aquela 
diminuída, escondida, mas, mesmo assim, é PUBLICDADE! Ela é utilizada em 
assuntos sensíveis ao Estado, como segurança pública e segurança nacional, bem 
como, atos que envolvam a vida privada da pessoa, como menores, por exemplo. 
 
A grande utilidade deste princípio é que a administração pública encontra-se 
obrigada a publicar seus atos para que o público em geral tenha conhecimento, 
e, consequentemente, contestá-los. 
 
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# Eficiência- O mais novo dos princípios. O único NÃO ORIGINÁRIO, pois surgiu 
de forma EXPRESSA apenas dez anos depois da promulgação da CF/88, por meio 
da EC 19/98. Tal princípio exige que o exercício da atividade administrativa 
atenda requisitos de presteza, adequabilidade, perfeição técnica, 
produtividade e qualidade. 
 
Importante destacar que mesmo antes da sua inclusão no rol dos princípios 
explícitos da CF/88 ele já era observado pela administração pública. O que se tem 
após esta inclusão, é uma maior importância a este princípio, implementando em 
todos os graus de gestão a chamada administração gerencial, destacada por 
aplicar, quando possível, os ditames da administração privada na administração 
pública. 
 
E chegamos ao final do estudo destes importantes princípios norteadores das 
ações da administração pública em todas as esferas de governo. Temos mais 
princípios expressos, quais sejam, o CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA, 
FISCALIZAÇÃO POPULAR, DA CELERIDADE, dentre outros, mas, o LIMPE é com 
toda a certeza o campeão de cobrança em provas de concurso. 
 
 
PRINCÍPIOS PREVISTOS NA LEI DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
A Lei nº 9.784/99, art. 2º, prevê que a administração pública obedecerá, dentre 
outros, aos princípios da: 
 
• LEGALIDADE 
• FINALIDADE 
• MOTIVAÇÃO 
• RAZOABILIDADE 
• PROPORCIONALIDADE 
• MORALIDADE 
• AMPLA DEFESA 
• CONTRADITÓRIO 
• SEGURANÇA JURÍDICA 
• INTERESSE PÚBLICO 
• EFICIÊNCIA 
 
Para melhor entendimento destes princípios, vamos discorrer brevemente sobre 
alguns deles, lembrando que muitos são estudados como princípios implícitos ou 
não expressos, mas por realmente muitos deles não estarem escritos na CF/88, o 
que não quer dizer que não estejam em outros diplomas legais, como é o caso 
da Lei nº 9.784/99. 
LEGALIDADE 
MORALIDADE 
EFICIÊNCIA 
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• PRINCÍPIO DA FINALIDADE 
 
No estudo da matéria de atos administrativos tu verás que FINALIDADE se 
desdobra em duas grandes vertentes, quais sejam: 
 
- FINALIDADE IMEDIATA, DIRETA OU CURTA – que é aquela prevista no texto 
legal, amarrada na lei e que o agente não poderá se furtar de seguir, sob pena de 
praticar ato nulo. 
 
- FINALIDADE MEDIATA, INDIRETA OU LONGA – que é aquela escondida, não 
expressamente prevista muitas vezes, mas que norteia sim toda e qualquer ação 
estatal, qual seja, a busca incessante pelo INTERESSE PÚBLICO. 
 
 
• PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO 
 
Impõe à administração pública o dever de indicar os pressupostos de fato e de 
direito que determinarem uma decisão tomada. É a literal exposição dos motivos 
determinantes do ato administrativo, que é um dos elementos deste ato. 
 
Importa lembrar que MOTIVO não é MOTIVAÇÃO e que apenas o primeiro é 
requisito do ato, não sendo, pois, a motivação necessária em todo e qualquer ato 
administrativo. Temos como exemplo a nomeação e exoneração de cargos e 
funções de confiança, que dispensa a motivação, mas nunca o motivo. 
 
 
• PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO 
 
Trata-se de exigência constitucional, prevista no art. 5º, incioso LV: "aos 
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral 
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes". Então SIM, estes princípios TAMBÉM estão expressos na CF/88, não 
no art. 37, mas sim no art. 5º e são aplicados no Direito Administrativo. 
 
 - Contraditório – é a garantia que cada parte tem de se manifestar sobre todas 
as provas e alegações produzidas pela parte contrária. Apresentar a contradita, o 
contraposto, falar nos autos, isso é princípio do contraditório. 
- Ampla Defesa – é a garantia que a parte tem de usar todos os meios legais 
para provar a sua inocência ou para defender as suas alegações. É ter acesso ao 
processo, é saber toda a acusação, é estar ciente dos atos processuais, enfim, se 
defender. 
 
 
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• PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE 
 
Apesar de serem princípios distintos, são sempre estudados em conjunto e seu 
conceito se resume a adequação entre meios e fins, vedada a imposição de 
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente 
necessárias ao atendimento do interesse público. 
 
Chegamos ao final de mais um encontro, espero ter ajudado mais uma vez. Faça 
muito exercício, reveja a aula e mantenha o FOCO. Fraterno Abraço. 
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AGENTE PÚBLICO 
 
Primeiramente precisamos entender que a expressão AGENTE PÚBLICO é 
GÊNERO, assim como, funcionário público, usada apenas no âmbito penal 
e há muito já descartada pelos juristas modernos. Deste gênero, por 
obvio, derivam-se várias outras ESPÉCIES que analisaremos agora: 
 AGENTES POLÍTICOS – são os que ocupam os cargos principais na 
estrutura constitucional, em situação de representar a vontade 
política do Estado 
(ex. Presidente da República, deputados, senadores, governadores, ministros 
de Estado, secretários estaduais e municipais, prefeitos e vereadores dentre 
outros). 
ATENÇÃO: Considerando a base desta classificação a presença do cargo na 
CF/88, temos que também colocar dentre eles os juízes, promotores e 
outros cargos de extrema relevância e também previstos na Carta Politica! 
 
AGENTES ADMINISTRATIVOS – são aqueles com vínculo “profissional” 
com o Estado, podendo ser via lei, ato ou contrato: 
 SERVIDORES – Ocupam cargo e são estruturados em carreira, seu 
provimento é via concurso público, passam por estágio probatório 
de 3 anos e adquirem a estabilidade após isso, seguindo os ditames 
de um estatuto e de um regime de previdência próprios. Podem ser 
civil ou militar, conforme a necessidade do Estado. 
 EMPREGADOS – Ocupam emprego público, seu provimento é via 
concurso, sendo regidos pelo estatuto geral (CLT) e contribuem 
para o RGPS (INSS), não possuem estabilidade e passam apenas 
pelo período de experiência de 90 dias conforme CLT. Podem ser 
apenas civis. 
 TEMPORÁRIO – Ocupam mera função e não cargo ou emprego. 
Não fazem concurso e sim um PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO 
– PSS. Salvo os PSS federais, que possuem estatuto próprio, os 
demais seguem o estatuto do cargo ou emprego principal e 
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TODOS, contribuem para o RGPS (INSS). São selecionados para 
determinado tempo, nas hipóteses de excepcional interesse, 
conforme a CF/88. 
 
 HONORÍFICOS – convocados para colaborar transitória e 
temporariamente com o “Estado”, em razão de sua situação cívica, 
sua honorabilidade ou de sua reconhecida capacidade profissional, 
podendo ainda, atuar em situações de urgência e emergência. 
Assumem funções públicas, sem vínculo empregatício, e, em regra, 
sequer recebem remuneração por tais atividades. Ex.: MESÁRIOS,JURADOS, COMISSÁRIOS DE MENORES, SOCORRISTA. 
 CREDENCIADOS – recebem do Estado o dever de representá-lo 
em certo ato ou desempenhar certa atividade, sempre de forma 
temporária e determinada, mediante retribuição financeira em 
pecúnia ou prêmio. Ex.: TRADUTORES, LEILOEIROS, PERITOS, 
PARECERISTAS, REPRESENTANTES DIPLOMÁTICOS (ATENÇÃO - 
salvo os membros da carreira diplomática). 
 DELEGADOS – particulares com vínculo estatal (contrato ou ato) que 
desempenham atividades (serviços ou obras) por sua conta e risco, 
sempre mediante fiscalização permanente do Estado. Ex.: 
DESPACHANTES, CARTORÁRIOS, AGENTES DAS 
CONCESSIONÁRIAS, PERMISSIONÁRIOS E AUTORIZATÁRIOS DE 
SERVIÇO PÚBLICO. 
 
FORMA DE PROVIMENTO 
CONCURSO!!! 
Aplicação: serve para selecionar os agentes administrativos, os efetivos, 
os profissionais do serviço público, sendo a regra para ingresso oficial nas 
carreiras públicas. Logo, aplica-se tanto a servidores quanto a 
empregados públicos. 
ATENÇÃO: NÃO APLICA PARA CARGO EM COMISSÃO, FUNCÃO 
GRATIFICADA E FUNÇÃO TEMPORÁRIA, ALÉM DOS CARGOS ELETIVOS!!! 
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TIPOS DE CONCURSO: deverá ser de provas ou de provas e títulos, de 
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego. Não 
existe mais o concurso só com a fase títulos!!! 
PRAZO DE VALIDADE DO CONCURSO - até dois anos, admitida uma 
prorrogação por igual período, a critério da administração pública, logo, a 
previsão deve constar do edital. 
ATENÇÃO: Durante o prazo de validade, a administração pública não está 
obrigada a contratar, a não ser as vagas previstas no edital, quando nasce 
o chamado direito subjetivo, defendido até mesmo por via de mandado 
de segurança. 
 
OS “NÓS” DO CONCURSO! 
 COTAS: 
 
 
 
 
 
OS “NÓS” DO CONCURSO! 
 DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO: 
 
 
 
 
 
 TEORIA DO FATO CONSUMADO É APLICADA NO CONSURSO? 
 
 
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OS “NÓS” DO CONCURSO! 
 NOVO CONCURSO COM OUTRO JÁ VIGENTE E OS PSS: 
 
 
 
 
 
 CLÁUSLUAS DE BARREIRA: 
 
 
 
 
 
Tenha um cuidado especial com estas Súmulas Vinculantes abaixo, pois as 
bancas amam cobrá-las em provas de concurso: 
 
 
SÚMULA VINCULANTE 
43 
É inconstitucional toda modalidade de 
provimento que propicie ao servidor investir-
se, sem prévia aprovação em concurso 
público destinado ao seu provimento, em 
cargo que não integra a carreira na qual 
anteriormente investido. 
 
 
SÚMULA VINCULANTE 
44 
Só por lei se pode sujeitar a exame 
psicotécnico a habilitação de candidato a 
cargo público. 
 
 
 
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ESTABILIDADE 
Outro assunto corriqueiro e básico no estudo de agentes públicos é a 
ESTABILIDADE, que é a garantia oferecida ao servidor que lhe assegura a 
permanência no serviço público, atendidas às exigências estabelecidas 
pela Constituição. 
IMPORTANTE: Nunca confunda estabilidade com vitaliciedade, esta, é 
garantia entregue apenas a magistrados e membros do MP, que 
cumprem, em regra, o mínimo de 2 anos de exercício ou no ato da 
posse, obrigando a saída compulsória por decisão judicial transitada em 
julgado, apenas. 
 
Requisitos para se adquirir a estabilidade: 
 nomeação e posse em caráter efetivo. 
 aprovação no estágio probatório, que é de 3 anos (exceto para MP e 
Juiz). 
 aprovação em prova de conhecimentos ou desempenho por comissão 
específica. 
ATENÇÃO: A estabilidade é no serviço público e não do cargo, como 
acontece o estágio probatório! Todo novo provimento em cargo efetivo 
tem um novo período de estagio (comprovação dos requisitos do cargo), 
mas a estabilidade se adquire uma vez, e repita-se, é para o serviço 
público e não para o cargo em questão. 
 
Perda da estabilidade 
Art. 41, § 1º da CF/88: O servidor público estável só perderá o cargo: 
 em virtude de sentença judicial transitada em julgado. 
 mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada à 
ampla defesa. 
 mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, 
na forma da lei complementar, assegurada a ampla defesa. 
 por excesso de gastos com pessoal 
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 (Art. 169, §4º da CF/88) 
 
 ACUMULAÇÃO 
Assunto geral e importante é a ACUMULAÇÃO, prevista no art. 37, XVI e 
XVII, CF/88, que prevê como regra geral a proibição da acumulação 
remunerada de cargos, EXCETO: 
 dois cargos de professor (A) 
 professor com outro técnico científico (B) 
 dois cargos de médico (C) 
IMPORTANTE: a proibição de acumular estende-se a empregos e 
funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, 
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades 
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; 
ATENÇÃO: existe a possibilidade de acumulação remunerada de cargos 
no caso de JUIZ ou PROMOTOR e UM CARGO DE PROFESSOR!!! 
 
E OS MILITARES!? PODEM ACUMALAR CARGOS? 
DICA – SIIIMMM! 
Art. 43 da CF/88: (...) 
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da 
atividade militar. (EC nº 101/19) 
Art. 142 da CF/88: (...) 
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, 
aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes 
disposições: (EC nº 18/98) 
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego 
público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, 
inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei; 
(EC nº 77/14) 
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MUITO IMPORTANTE: Além da acumulação geral, existe a acumulação 
especial oriunda da junção do cargo efetivo e o cargo eletivo, tudo 
conforme previsão do art. 38 da CF/88: 
MANDATO ELETIVO FEDERAL OU ESTADUAL – ficará afastado do cargo, 
emprego ou função E receberá o subsídio do cargo eletivo. 
PREFEITO – ficará afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe 
facultado optar pela remuneração (subsidio do cargo eletivo ou efetivo). 
VEREADOR – havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens 
de seu cargo, emprego ou função sem prejuízo da remuneração do cargo 
eletivo, não sendo compatível aplicar-se-á as regras do prefeito. 
IMPORTANTE: o afastamento é computado como tempo de serviço, com 
todos os efeitos, exceto para promoção por merecimento!!! 
# ATENÇÃO- na hipótese de ser segurado de regime próprio de 
previdência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente 
federativo de origem.“EC103/19” 
 
SISTEMA REMUNERATÓRIO APLICADO AOS SERVIDORES 
Preceitos Constitucionais 
 sujeito ao princípio da reserva legal específica, ou seja, nunca 
teremos portarias, decretos ou resoluções tratando de salário, 
vencimento e subsídios, apenas, LEI! 
 assegurada à revisão geral anual dos subsídios e vencimentos, 
sempre na mesma data e sem distinção de índices, assegurou a 
irredutibilidade real e não apenas nominal do subsídio e dos 
vencimentos. 
 é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies 
remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço 
público. 
 os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não 
serão computados nem acumulados para fins de concessão de 
acréscimos ulteriores. 
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 a EC 19 criou o teto geral e obrigatório no âmbito da 
Administração direta autárquica e fundacional, estipulando que os 
subsídios, os vencimentos, os salários e os proventos, pensões e 
outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, 
incluídas as vantagens pessoas ou de qualquer outra natureza, não 
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Min. do STF – 
art. 37, XI da CF/88. 
IV - o teto geral será fixado por lei de iniciativa conjunta dos Presidentes 
da República, da CD,do SF e do STF que, por curiosidade, mas por 
evidente cautela está sujeita à sanção do chefe do Executivo – art. 48 da 
CF/88. 
V - os vencimentos também ficam sujeitos a um teto entre os 
vencimentos dos cargos pertencentes aos Poderes, que corresponde 
àqueles pagos pelo Executivo – art. 37, XII da CF/88. 
VI - os salários dos empregados públicos das empresas públicas e das 
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, só estarão submetidas 
ao teto geral se as pessoas jurídicas receberem recursos do poder 
público para custeio de tais despesas. 
 
Art. 37, XI da CF/88: TETO GERAL 
“a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e 
empregos públicos da administração direta, autárquica e 
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de 
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, 
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos 
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de 
qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em 
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se 
como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e 
no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do 
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no 
âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do 
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco 
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros 
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do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, 
aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos 
Procuradores e aos Defensores Públicos;” (EC nº 41/03) 
 
ESPÉCIEIS DE REMUNERAÇÃO 
A) SUBSÍDIO - é uma modalidade de remuneração, fixada em parcela 
única, paga obrigatoriamente aos detentores de mandato eletivo 
(Senador, Deputado Federal, Estadual, Vereador, Presidente, Vice-
Presidente, Governador, Vice-Governador, Prefeito e Vice-Prefeito) e aos 
demais agentes políticos (Ministros de Estado, Secretários Estaduais e 
Municipais, os membros da Magistratura e o MP e Ministros e 
Conselheiros dos Tribunais de Contas) 
ATENÇÃO: agente político (membro de poder, detentor de mandato 
eletivo, ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais) – tem como 
única modalidade de remuneração cabível, enquanto que os demais 
agentes públicos poderão ter remuneração. 
 
B) VENCIMENTOS – valor fixo pago aos servidores efetivos de acordo 
com a tabela do plano de carreira. 
C) REMUNERAÇÃO – é a soma dos vencimentos básicos com as 
vantagens variáveis de cada carreira. 
D) SALÁRIO - pago aos empregados públicos da administração pública 
indireta regidos pela CLT, titulares de empregos públicos. 
E) PROVENTOS – é o valor pago aos aposentados e pensionistas. 
 
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Muita atenção que este assunto, como é muito controvertido e costuma 
ser alvo de ações judiciais, há muitas súmulas importantes sobre ele, das 
quais cito abaixo as mais importantes por serem vinculantes: 
 
 
SÚMULA VINCULANTE 
4 
É inconstitucional toda modalidade de 
provimento que Salvo nos casos previstos na 
Constituição, o salário mínimo não pode ser 
usado como indexador de base de cálculo de 
vantagem de servidor público ou de 
empregado, nem ser substituído por decisão 
judicial. 
 
 
SÚMULA VINCULANTE 
15 
O cálculo de gratificações e outras 
vantagens do servidor público não incide 
sobre o abono utilizado para se atingir o 
salário mínimo. 
 
SÚMULA VINCULANTE 
16 
Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 
19/98), da Constituição, referem-se ao total 
da remuneração percebida pelo servidor 
público. 
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SÚMULA VINCULANTE 
37 
Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem 
função legislativa, aumentar vencimentos de 
servidores públicos sob o fundamento de 
isonomia. 
 
SÚMULA VINCULANTE 
42 
É inconstitucional a vinculação do reajuste 
de vencimentos de servidores estaduais ou 
municipais a índices federais de correção 
monetária. 
SÚMULA VINCULANTE 
55 
O direito ao auxílio-alimentação não se 
estende aos servidores inativos. 
Art. 37 da CF/88: (...) 
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação 
sindical; 
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em 
lei específica; (EC nº 19/98) 
 Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros 
Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são 
militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (EC nº 18/98) 
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 
8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual 
específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as 
patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (EC nº 
20/98) 
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares 
militares. 
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, 
aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes 
disposições: (EC nº 18/98) 
I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são 
conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude 
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aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os 
títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos 
uniformes das Forças Armadas; (EC nº 18/98) 
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego 
público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso 
XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei; (EC nº 
77/14) 
III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, 
emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que 
da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, 
inciso XVI, alínea "c", ficará agregado ao respectivo quadro e somente 
poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por 
antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela 
promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de 
afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos 
da lei; (EC nº 77/14) 
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (EC nº 18/98) 
V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a 
partidos políticos; (EC nº 18/98) 
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do 
oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de 
caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em 
tempo de guerra; (EC nº 18/98) 
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa 
de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, 
será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; (EC nº 
18/98) 
 
Art. 39 da CF/88: (...) 
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 
7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo 
a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza 
do cargo o exigir. (EC nº 19/98) 
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Art. 142, § 3º, da CF/88: (...) 
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, 
XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma 
da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, 
alínea "c"; (EC nº 77/14) 
 
 
 
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APOSENTADORIA 
Por fim, mas não menos importante, abordaremos a APOSENTADORIA 
dos servidores, claro, apenas os ditames previstos na CF/88, muitos 
alterados pela EC - 103/19. 
Art. 40 - CF/88 
O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos 
efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do 
respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de 
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e 
atuarial. 
§ 1º - O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será 
aposentado: 
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver 
investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será 
obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da 
continuidade das condições que ensejaram a concessão da 
aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo; 
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) 
anos de idade, na forma de lei complementar; 
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, 
e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima 
estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis 
Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os demais requisitos 
estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo. 
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor 
mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo 
estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado o 
disposto nos §§ 14 a 16. 
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão 
disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. 
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§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para 
concessão de benefícios em regime próprio de previdência social, 
ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. 
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo 
ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para 
aposentadoria de servidores com deficiência, previamente submetidos a 
avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e 
interdisciplinar. 
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo 
ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para 
aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente 
socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do 
caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do 
caput do art. 144. 
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo 
ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para 
aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva 
exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou 
associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria 
profissional ou ocupação. 
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 
(cinco) anos em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no 
inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das 
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e 
médio fixado em lei complementar do respectivo ente federativo. 
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis 
na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma 
aposentadoria à conta de regime próprio de previdência social, 
aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de 
benefícios previdenciários estabelecidas no Regime Geral de Previdência 
Social. 
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única 
fonte de renda formal auferida pelo dependente, o benefício de pensão 
por morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo, 
a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores 
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de que trata o § 4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em 
razão da função. 
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em 
caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em 
lei. 
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será 
contado para fins de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-
A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente será contado para 
fins de disponibilidade. 
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de 
tempo de contribuição fictício. 
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos 
de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou 
empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a 
contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante 
resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de 
cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão 
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. 
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime 
próprio de previdência social, no que couber, os requisitos e critérios 
fixados para o Regime Geral de Previdência Social. 
§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em 
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro 
cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o 
Regime Geral de Previdência Social. 
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, 
por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime de previdência 
complementar para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, 
observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de 
Previdência Social para o valor das aposentadorias e das pensões em 
regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16. 
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 
oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição 
definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio 
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de entidade fechada de previdência complementar ou de entidade aberta 
de previdência complementar. 
§ 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos § § 
14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço 
público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente 
regime de previdência complementar. 
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do 
benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da 
lei. 
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e 
pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o 
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de 
previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao 
estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. 
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo 
ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que tenha completado 
as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte por permanecer 
em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, 
no máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a 
idade para aposentadoria compulsória. 
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência 
social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse regime em cadaente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades 
autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu 
financiamento, observados os critérios, os parâmetros e a natureza 
jurídica definidos na lei complementar de que trata o § 22. 
§ 21. (Revogado). 
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência 
social, lei complementar federal estabelecerá, para os que já existam, 
normas gerais de organização, de funcionamento e de responsabilidade 
em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre: 
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime 
Geral de Previdência Social; 
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II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos; 
III - fiscalização pela União e controle externo e social; 
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; 
V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de 
que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recursos provenientes de 
contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer natureza; 
VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; 
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados 
os princípios relacionados com governança, controle interno e 
transparência; 
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que 
desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamente, com a 
gestão do regime; 
IX - condições para adesão a consórcio público; 
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota 
de contribuições ordinárias e extraordinárias. 
 
APOSENTADORIA ESPECIAL 
O artigo 10, §2º, inciso II, da EC 103/2019 esclarece os requisitos mínimos 
para a concessão de aposentadoria especial aos servidores públicos 
federais. 
§ 2º Os servidores públicos federais com direito a idade mínima ou 
tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de 
aposentadoria na forma dos §§ 4º-B, 4º-C e 5º do art. 40 da Constituição 
Federal poderão aposentar-se, observados os seguintes requisitos: 
II - o servidor público federal cujas atividades sejam exercidas com efetiva 
exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou 
associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria 
profissional ou ocupação, aos 60 (sessenta) anos de idade, com 25 (vinte e 
cinco) anos de efetiva exposição e contribuição, 10 (dez) anos de efetivo 
exercício de serviço público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for 
concedida a aposentadoria; 
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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
AGENTES PÚBLICOS 
Primeiramente temos que entender o conceito de ATO, FATO e 
CONTRATO administrativos, porque nem tudo que a administração 
pública faz é ato, e mesmo o sendo, muitas vezes não é ato 
ADMINISTRATIVO! 
ENTÃO ANOTE: 
# NEM TUDO QUE A ADMNISTRAÇÃO PÚBLICA FAZ PODEMOS CHAMAR 
DE ATO ADMINISTRATIVO, POIS ESTE É ESPÉCIE DO GRANDE GRUPO 
DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO, ALÉM DE TERMOS OS FATOS E OS 
CONTRATOS, QUE NÃO SE CONFUNDEM COM OS ATOS!!! 
# OS ATOS ADMNISTRATIVOS NÃO SÃO EMANADOS APENAS PELA 
ADMNISTRAÇÃO PÚBLICA, JÁ QUE OS PODERES, LEGISLATIVO E 
JUDICIARIO, QUANDO NAS SUAS FUNÇÕES ATÍPICAS, TAMBÉM 
PROFEREM SEUS ATOS ADMNISTRATIVOS. 
 
FATOS E ATOS JURÍDICOS 
1) Fatos jurídicos em sentido amplo: universo de eventos. 
a) Fatos jurídicos em sentido estrito: eventos da natureza (catástrofe, 
morte natural). 
b) Atos jurídicos em sentido amplo: eventos humanos (produzem 
consequência jurídica). 
i) Negócios jurídicos: marcados pela consensualidade (exemplo dos 
contratos). 
ii) Atos ilícitos: produzidos em desacordo com o ordenamento (exemplo 
dos atos ilegais). 
iii) Atos jurídicos em sentido estrito: efeitos predeterminados pelo 
ordenamento. 
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c) Atos-fatos jurídicos: eventos humanos destituídos de vontade (exemplo 
da prescrição e decadência). 
 
 
 
ATOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
O ato praticado no exercício da função administrativa é ato da 
Administração, porém nem todo ato da Administração é ato administrativo. 
Em suma, o ato administrativo está contido no conjunto dos atos da 
Administração. 
Espécies de Atos da Administração 
 Atos de Direito Privado: aqueles praticados pela Administração 
despidos das prerrogativas de direito público, como a compra e 
venda ou a locação: 
 Atos materiais da Administração: atos que envolvem apenas 
execução, como a demolição de estabelecimento em ruínas; 
 Atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor: aqueles que não 
geram efeitos jurídicos imediatos, como os atestados e as certidões; 
 Atos políticos ou de governo: aqueles sujeitos a regime 
constitucional, como a sanção e o veto; 
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 Contratos e convênios: atos em que a vontade é manifestada de 
forma bilateral; 
 Atos normativos: aqueles dotados de generalidade e abstração, 
com conteúdo de leis, e só formalmente são atos administrativos. 
 Atos administrativos propriamente ditos. 
 
CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO 
O conceito mais aceitável e seguido em provas de concurso para ato 
administrativo é o do nosso eminente Hely Lopes Meirelles: “ato 
administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração 
Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, 
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor 
obrigações aos administrados ou a si própria”. 
Complementando o doutrinador, temos: SÓ É ATO ADMINISTRATIVO SE: 
- FOR UMA MANIFESTAÇÃO DE VONTADE (omissão é fato e não ato) 
- DE FORMA UNILATERAL (se for BILATERAL é contrato) 
- DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (os três poderes podem emitir atos) 
- NO USO DAS SUAS PRERROGATIVAS (sempre regido por direito público) 
- SOB O MANTO DOS 3 CONTROLES (administrativo, legislativo e 
judiciário) 
Basicamente, isso é ato administrativo, e lembrando quem nem toda a 
manifestação de vontade da administração pública é ato e muito menos 
administrativo. 
 
REQUISITOS 
Requisitos são os elementos que um ato administrativo deve ter para 
que exista no mundo jurídico, caso falte alguns deles, o ato simplesmente 
é considerado INEXISTENTE por terminar seu ciclo de formação. 
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1) Competência (vinculado): é o poder legalmente concedido ao agente 
público para a prática do ato. Esse direito é irrenunciável, imprescritível, 
improrrogável, e intransferível! 
ATENÇÃO: A competência é intransferível, mas não indelegável, já que é 
possível delegar o EXERCÍCIO da função a outrem, sendo que o agente 
detentor originário continua com sua titularidade. 
 
Critérios Definidores: 
 Matéria: cumpre ao órgão/entidade o desempenho conteúdo 
administrativo específico. 
 Lugar ou Território: as atribuições são desempenhadas por centros 
de competência localizados em pontos territoriais distintos. 
 Hierarquia: as competências são escalonadas segundo o grau de 
complexidade e de responsabilidade. 
 Tempo: a competência tem início a partir da investidura legal e 
térmico com o fim do exercício da função pública. 
 Fracionamento: a competência é distribuída por órgãos diversos, 
quando se trata de procedimento ou de atos complexos, com a 
participação de vários órgãos ou agentes. 
 
Muita atenção no estudo dos vícios e, no que tange aos erros de 
competência, alguns se destacam, quais sejam: 
 USURPAÇÃO DE FUNÇÃO: Ocorre este tipo de vício quando um 
particular, com DOLO de praticar crime, usa da função pública, 
praticando atos que, por óbvio, não possui competência. Tal ato é 
nulo e dele não se origina direitos, além de ser crime. 
 FUNÇÃO