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Os laboratórios de análises clínicas são fundamentados em um processo dinâmico que se inicia na coleta do espécime diagnóstico (amostra biológica obtida adequadamente para fins de diagnóstico laboratorial) e termina com a emissão de um laudo. Didaticamente, o processo pode ser dividido em três fases: PRÉ-ANALÍTICA, ANALÍTICA E PÓS-ANALÍTICA. LAC ETAPA PRÉ-ANALÍTICA •Orientação ao paciente •Anamnese e acomodação do paciente •Preparo do material para coleta •Coleta e identificação da amostra •Processamento e armazenamento da amostra ETAPA ANALÍTICA •Escolha de vidrarias e ponteiras •Preparação do reagente •Pipetagem da amostra •Incubação da amostra em banho-maria à 37°C •Leitura pelo equipamento de análise ETAPA PÓS-ANALÍTICA •Resultado •Processamento do resultado (curva ou fator de calibração) •Digitação •Entrega do laudo ETAPAS DO DIAGNÓSTICO LABORATORIAL ETAPA PRÉ-ANALÍTICA ■ Orientações ao paciente nos dias que antecedem a coleta: ■ Jejum ideal* ■ Dieta ■ Atividade física ■ Relação sexual ■ Medicamentos ■ Álcool Qual o tempo indicado? • 8h - Maioria dos exames • 12h - Perfil lipídico – Triglicerídeos • Nunca acima de 16h Qual o porquê do jejum? • Estado pós-alimentação • Turbidez do soro • Interferir em algumas metodologias Significa a não ingestão de alimentos ou líquidos como sucos, leite etc. É permitido a ingestão de pequena quantidade de água como um copo de 200 ml. Jejum Jejum não obrigatório Hemograma Bilirrubina, Coagulograma Grupo Sanguíneo + Fator Rh TSH Cloro Creatinina Sódio Potássio Prolactina. Jejum obrigatório de 4 horas Testosterona Total e Livre Progesterona T3, T4 Amilase Uréia Ácido Úrico FTA-ABS (detectar sífilis - teste de absorção de anticorpos por fluorescência para treponema) Jejum obrigatório de 12 horas CT – HDL/LDL/VLDL Triglicérides, Lipídios totais, Gastrina, Eletroforese de Lipoproteína, Lítio. ETAPA PRÉ-ANALÍTICA NO DIA DA COLETA ■ Recepção do paciente ■ Identificação do paciente ■ Verificação da solicitação VARIAÇÃO NOS ENSAIOS LABORATORIAIS Os componentes biológicos presentes nos fluídos orgânicos apresentam uma flutuação constante de seus níveis. Estas variações afetam a interpretação dos analitos → diagnóstico. BIOSSEGURANÇA ETAPA PRÉ-ANALÍTICA – PREPARO DO MATERIAL PARA COLETA PROJETO FÍSICO SALA DE COLETA FASE PRÉ - ANALÍTICA PREPARO DO MATERIAL DA COLETA Os tubos de coleta de sangue são estéreis, feitos de vidro ou plástico e alguns possuem vácuo. O interior destes tubos pode ser revestido com anticoagulantes e as vedações preservam a integridade da amostra até a chegada ao laboratório. O coletor deve conhecer o tipo de amostra necessária para cada análise. O material colhido em recipiente inadequado será rejeitado e descartado pelo laboratório pois não terá validade para a realização da análise. Tipo de Análise - Tipo de Amostra Bioquímica e Sorologia - Soro ou plasma Hematologia - Sangue total com EDTA Glicemia - Plasma com fluoreto de sódio Coagulação - Plasma com citrato de sódio TUBOS DE COLETA DE SANGUE São substâncias que evitam a coagulação do sangue. Os tubos estão disponíveis em uma variedade de tipos e tamanhos. As tampas coloridas demonstram claramente qual o anticoagulante contido no tubo, ou se não há anticoagulante. ANTICOAGULANTES O excesso de anticoagulante líquido dilui o sangue interferindo nas determinações quantitativas. São muito utilizados em tubos de ensaio para dosagens em meio laboratorial, malas de transfusão de sangue e equipamento de diálise renal. Reage com o cálcio plasmático, formando um quelato, tornando-se um sal insolúvel, interrompendo a cascata da coagulação; Preserva a morfologia das células hematológicas por mais tempo; Uso → 0,1 mL de EDTA para 5 mL de sangue. Existem três tipos de EDTA: Dissódico (Na2EDTA): sal (f.sól.) uso industrial – detergentes; Dipotássico (K2EDTA): ↓ influência sobre VCM Tripotássico (K3EDTA)→mais utilizado (f. líq.) por ser mais solúvel e menos tóxico. EXAMES → EDTA • HEMOGRAMA COMPLETO • ERITROGRAMA • VHS • ABO • RETICULÓCITO • COOMBS (DIRETO E INDIRETO) • HbA1C ANTICOAGULANTES LABORATORIAIS EDTA: (ácido etilenodiamino tetra-acético) EDTA K2 / EDTA K3 Efeitos do EDTA nos eritrócitos Esfregaços de boa qualidade → máximo duas horas após a coleta. Mas o ideal é esfregaço feito com o sangue sem anticoagulante. Em altas concentrações → encolhe os eritrócitos → hipertonicidade do plasma. Podem também criar artefatos, dificultando a interpretação da morfologia eritrocitária. Efeitos do EDTA nos leucócitos Mantém a contagem de leucócitos estável por ≈ três dias (T°.A.) - Neutrófilos e monócitos apresentam ↑ sensibilidade (em EDTA) enquanto que linfócitos são mais estáveis. Efeitos do EDTA nas plaquetas O EDTA reduz a ativação plaquetária inibindo a coagulação; Em quantidades inferiores há formação de micro-coágulos e coágulos maiores. A contagem no aparelho hematológico será errada e esses micro-coágulos podem entupir a agulha do aparelho. ANTICOAGULANTES LABORATORIAIS CITRATO DE SÓDIO: utilizado nos exames que avaliam a coagulação e que necessitam do uso do PLASMA do paciente. • Forma um quelato com o cálcio e a cascata da coagulação será interrompida. • Associação facilmente reversível, através da adição de íons cálcio na amostra. Os exames de coagulação que utilizam o citrato de sódio são: • Tempo de Protrombina (TP ou TAP), • Tempo de Tromboplastina Parcialmente Ativada (TTPA), • Teste de Coagulação e Dosagem de Fibrinogênio. Os testes laboratoriais para o diagnóstico de desordens de coagulação podem ser divididos em dois grupos. 1º - Avalia a hemostasia (plaquetas e vasos sanguíneos) 2º - Avalia os fatores da coagulação. Nesses testes o cálcio (do kit de diagnóstico) é adicionado à amostra, para a formação do coágulo. O tempo entre a adição do cálcio e a formação do coágulo é que será o resultado do teste ANTICOAGULANTES LABORATORIAIS FLUORETO DE SÓDIO: Uso em dosagem da glicemia. Previne que hemácias e leucócitos metabolizem a glicose. Inibe a enzima enolase → glicólise É um anticoagulante fraco associado ao oxalato ou ao EDTA; As amostras com o anticoagulante permanecem estáveis por 8 horas a 25°C, e por 28 horas entre 2 a 8°C. Sem o fluoreto de sódio a concentração da glicose decresce em torno de 10 mg/dL por hora a 25°C. O fluoreto de sódio é utilizado em exames de dosagem da glicemia, como por exemplo: • glicemia de jejum • glicemia pós-prandial • curva glicêmica • alguns testes de intolerância à açúcares, como a lactose. ANTICOAGULANTES LABORATORIAIS HEPARINA ativa a antitrombina III, que então inibe a atividade de diversos fatores da coagulação, incluindo a trombina, tendo atividade anticoagulante por no máximo oito horas. Não é indicado para realização de hemograma, pois altera características morfológicas e coloração dos leucócitos com os corantes de rotina e permite a formação de agregados plaquetários. O plasma heparinizado serve para a realização da gasometria e para algumas dosagens bioquímicas. Cu, Zn, Pb ANTICOAGULANTES LABORATORIAIS Amostra de soro. Obtida através da coleta em tubo sem anticoagulante para que ocorra o processo de coagulação. A coleta deve ser feita no tubo sem gel ou com gel. Estes tubos contêm ativador de coágulo e deve-se, manter em repouso na posição vertical por 30 minutos para retrair o coágulo e seguir a centrifugação a 3.000 rpm durante 10 minutos. Exames Bioquímicos coletados nesses tubos sem anticoagulante: • Glicose • Colesterol total e frações • Transaminases • Ureia • Creatinina • Bilirrubina • Fosfatase alcalina • Na, K, Ca,ANÁLISES BIOQUÍMICAS / SOROLÓGICAS • Hormônios: T3 e T4 • PSA: livre e total • Prolactina • Desidrogenase Lactica • CK Mb • Troponina • Amilase • Lipase • etc... ANTICOAGULANTES LABORATORIAIS TUBOS COM GEL SEPARADOR DEVE-SE RESPEITAR RIGOROSAMENTE O VOLUME CRÍTICO DE AMOSTRA INDICADO PARA CADA TIPO DE TUBO. Quando o paciente possui mais de um exame solicitado e estes exames necessitam de materiais diferentes que devem ser coletados em recipientes diferentes, deve-se obedecer uma sequência para coleta dos materiais para que não haja contaminação dos aditivos de um tubo para outro, o que ocasiona alterações em parâmetros analíticos. SEQUÊNCIA DE COLETA DOS TUBOS SEQUÊNCIA PARA COLETA DOS MATERIAIS ONDE PUNCIONAR? PREPARAÇÃO DO MATERIAL BIOLÓGICO LAB. CEPRN EXAMES – PACIENTE: JROV – 42. H+PQ GLICOSE COLESTEROL TOTAL + FRAÇÕES TRANSAMINASE – TGO, TGP UREIA CREATINA ÁC. ÚRICO / COAGULOGRAMA II / ABO a) Quais a importância da fase pré-analíticas na execução desta coleta? b) Quais os anticoagulantes utilizados neste procedimento? c) Qual a sequência dos tubos nesta coleta? d) Como proceder na preparação das amostras de sangue do paciente? e) Por que a glicemia pode ser coletada na ausência do Fluoreto de sódio? 135
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