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![[17 02 2021] Tolerância Imunológica e Autoimunidade](https://files.passeidireto.com/Thumbnail/2d43d910-a624-421a-9ea8-d13b359a0bfc/210/1.jpg)
[17 02 2021] Tolerância Imunológica e Autoimunidade
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Carlos Eduardo Campos Mendes T5 Medicina Universidade Nove de Julho Campus São Bernardo do Campo 17.02.2021, quarta-feira Tolerância Imunológica e Autoimunidade Imunologia O que é Tolerância Imunológica? • A tolerância imunológica é capacidade de tolerar seus próprios antígenos; ↳ Os indivíduos saudáveis são capazes de tolerar seus próprios antígenos. • As células imunes que necessitam aprender a tolerar os próprios antígenos são o os Linfócitos T e B; ↳ Os linfócitos que reconhecem os antígenos próprios são: Deletados (morte celular via apoptose); Inativados (anergia); Mudam de especificidade (alteração do BCR do Linfócito B); • Se a tolerância falhar, ocorrerá a formação de linfócitos T e B autorreativos. Visão Geral dos Mecanismos de Tolerância • Em diversos momentos de sua vida, os Linfócitos T e B passam por “testes” e “seleções” de reconhecimento de antígenos; ↳ Tudo isso é para que essas células aprendam a diferenciar o que é próprio de não é. Ele NUNCA deve reconhecer antígenos próprios. • Tipos de tolerância: ↳ Tolerância central → Ocorre nos órgãos linfoides primários (Medula óssea e timo); É lá que os Linfócitos B e T aprendem a tolerar o que é próprio; Ocorre durante a maturação dos linfócitos. ↳ Tolerância periférica → Ocorre no baço e nos linfonodos. Ocorre durante toda a vida dos linfócitos. Hematopoiese • Todas as células do sistema imune são produzidas na medula óssea a partir de uma célula pluripotente hematopoiética (hemocitoblasto); • Existem duas principais linhagens de células imunes: Uma mieloide e outra linfoide; • Os Linfócitos T e B recém-produzidos são chamados de imaturos. Carlos Eduardo Campos Mendes T5 Medicina Universidade Nove de Julho Campus São Bernardo do Campo ↳ O linfócito T vai para o timo, onde aprende a tolerar o que é próprio, e se transforma em Timócito; No timo, ele passa por uma etapa de reconhecimento de antígenos próprios (seleção positiva/negativa) ele se torna um Linfócito T maduro, que migra para os órgãos linfoides secundários. ↳ O linfócito B imaturo é maturado na medula óssea, onde aprende a tolerar seus próprios antígenos via seleção positiva/negativa, assim como os timócitos. Quando ele se torna um Linfócito B maduro, ele migra para os órgãos linfoides secundários. Tolerância Central • Ocorre no Timo e na Medula óssea; • É feita pela seleção negativa e positiva, pelas células dendríticas: ↳ Seleção positiva → Quando o linfócito não reconhece os antígenos próprios; ↳ Seleção negativa → Quando o linfócito reconhece antígenos próprios. Deleção clonal; Edição de receptores (Para o L B); Desenvolvimento de Treg (Para o L T CD4+). Tolerância Central de Linfócitos T • Os Linfócitos T são divididos em Linfócitos T CD4+ (que se tornam Linfócitos T Auxiliares) e em Linfócitos T CD8+ (que se tornam Linfócitos T Citotóxicos); • No timo, ambos os Linfócitos T migram para a periferia quando sofrem seleção positiva (reconhecem os antígenos próprios com baixa afinidade através de correto Célula Mieloide Pluripotente Célula Linfoide Pluripotente Célula Tronco Hematopoiética (Hemocitoblasto) Mastócito Basófilo Eosinófilo Neutrófilo Monócito Linfócito B Linfócito T Célula Natural Killer Macrófago Célula Dendrítica Visão simplificada da hematopoiese das células de defesa. Durante esse processo de produção, as células do sistema imune são produzidas na medula óssea vermelha a partir de uma célula tronco hematopoiética progenitora: o hemocitoblasto. Carlos Eduardo Campos Mendes T5 Medicina Universidade Nove de Julho Campus São Bernardo do Campo reconhecimento MHC-II/TCD4+ e MHC- I/TCD8+) e sofrem apoptose quando sofrem seleção negativa. ↳ O Linfócito T CD4+ autorreativos também podem ser convertidos em Linfócitos T reguladores (Treg), Essas células regulam diversos processos imunológicos. Linfócitos Treg • No timo existem células dendríticas que apresentam antígenos para os timócitos e elimina as que sofreram seleção negativa ou os transforma nos Linfócitos Treg; • Esses Linfócitos Treg suprimem as respostas de células autorreativos e regulam as repostas imunes através pela liberação das citocinas TGF-β e IL-10; • Dentre as funções dos Linfócitos Treg, estão: ↳ Evitam o autorreconhecimento em níveis exacerbados; ↳ São responsáveis pela supressão do desenvolvimento de doenças autoimunes; Carlos Eduardo Campos Mendes T5 Medicina Universidade Nove de Julho Campus São Bernardo do Campo ↳ Bloqueio da ativação e comprometimento da funcionalidade dos Linfócitos T efetores; ↳ Manutenção da autotolerância; ↳ Supressão de processos inflamatórios; Tolerância Periférica de Linfócitos T • Acontece no baço e nos linfonodos; • Na resposta T normal, ambos os linfócitos T são ativados via MHC-TCR e se tornam Linfócitos T efetores e, após isso, geram células de memória; • Como nem todos os antígenos novos são apresentados ao Linfócito T no timo; • Se o Linfócito T virgem reconhece um antígeno próprio, ele sofre os seguintes processos: ↳ Anergia → Perda de receptores/correceptores; ↳ Supressão → Perde funcionalidade (capacidade produzir citocinas); ↳ Deleção clonal → A célula é induzida a sofrer apoptose. • A célula responsável por reconhecer esses Linfócitos T autorreativos e fazer com que eles sejam suprimidos, deletados ou sofram anergia são os Linfócitos Treg. Tolerância Central de Linfócitos B • Os Linfócitos B são selecionados na medula óssea; ↳ Seleção positiva (sem reconhecimento de antígenos próprios) → Os Linfócitos B que formam seu receptor BCR (IgD + IgM) com sucesso recebem sinais de sobrevivência, se transformando em Linfócitos B maduros e migrando para os órgãos linfoides secundários; ↳ Seleção negativa (reconhecimento tanto de alta quanto de baixa afinidade para antígenos próprios) → Esses Linfócitos B podem sofrer dois processos: Edição de receptores → Edição da cadeia leve do BCR; Deleção Clonal → Apoptose. Tolerância Periférica de Linfócitos B • Os Linfócitos B dos órgãos linfoides secundários também podem acabar reagindo a um novo antígeno que não foi produzido na medula óssea; ↳ Isso por si mesmo já causa uma inativação dessa célula, pois os Linfócitos B autorreativos requerem Carlos Eduardo Campos Mendes T5 Medicina Universidade Nove de Julho Campus São Bernardo do Campo níveis altos de fatores de crescimento, o que dificulta sua sobrevida. • Quando essa reação ao próprio ocorre, os Linfócitos B podem sofrer: ↳ Anergia → As células B autorreativas na periferia perdem sua capacidade de migração por conta da diminuição na expressão de receptores de quimiocinas (como p. ex. CCR7); ↳ Deleção → Linfócitos T que encontram Linfócitos B autorreativos nos centros germinativos induzem a apoptose deles; ↳ Regulação através de receptores inibitórios → Os Linfócitos B que reconhecem autoantígenos não respondem devido ao acoplamento de vários receptores inibitórios (como p. ex. CD22). Autoimunidade • A autoimunidade é uma reação imunológica contra antígenos próprios (autorreativos); • Doença autoimune é uma síndrome provocada por lesão tecidual ou alteração funcional desencadeadas por uma resposta autoimune; ↳ As doenças autoimunes são doenças multifatoriais, sendo um dos principais fatores a presença de genes de susceptibilidade; ↳ Esses genes se associam às falhas na autotolerância e mecanismos de gatilhos ambientais. • As doenças autoimunes possuem patogenias e sintomatologias que diferem muito entre si, porém elas podem ser classificadas como