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Caracterizada como um conjunto de sinais e sintomas secundárias a uma isquemia miocárdica que engloba angina instável, ou infarto (com ou sem elevação concomitante do segmento ST), surgindo em repouso, duração prolongada e com piora progressiva dos sintomas. O paciente com angina instável apresenta dor torácica de origem cardíaca que é nova, com padrão de piora (i.e., mais grave, mais prolongada ou mais frequente do que episódios anteriores de angina), ou ocorre em repouso, sem evidencias bioquímicas da necrose de miócitos – isto é, sem elevação sérica de troponina ou da isoenzimas MB da creatinina quinase (CK-MB). O paciente que apresenta dor torácica com evidencia bioquímica de necrose miocárdica e sem elevação do segmento ST tem um infarto do miocárdio sem elevação do segmento ST (IMSEST). Como a angina instável e o IM sem elevação de segmento ST são caracterizados pela ausência de elevação do segmento ST, eles são denominados coletivamente SCA sem elevação do segmento ST. Figura do Goldman-Cecil Medicina, 72: Síndrome coronariana aguda: angina instável e infarto do miocárdio sem elevação do segmento ST A síndrome coronária aguda (SCA) é a principal causa de morte entre homens e mulheres no Brasil e no mundo e em vários países. Verificou-se um crescimento acelerado da mortalidade, principalmente, me países desenvolvidos. Responsável por mais de 300 mil mortes por ano no Brasil. O diagnostico precoce e a instituição correta do tratamento estão associados à redução da letalidade tanto na fase intra-hospitalar quanto em médio e longo prazo. 1/3 das SCA não presentam dor torácica na chegada ao hospital!!! Os principais processos que envolve a patogênese da SCA são: 1. Ruptura de placa ateromatosa instável; 27.08.2021 Aula 11 – Clínica Médica Síndrome Coronária Aguda As características que ajudam a diferenciar a SCA da angina estável são (1) início dos sintomas em repouso (ou com esforço mínimo) e duração superior a 10 minutos a menos que prontamente tratada; (2) dor em pressão intensa ou desconforto torácico; (3) padrão de piora dos sintomas, que se desenvolve mais frequentemente, ocorre com maior intensidade ou acorda o paciente do sono. Isoladamente, os sintomas não são suficientes para distinguir os três tipos de SCA. Os pacientes que não apresentam elevação persistente (> 20 minutos) do segmento ST em duas ou mais derivações contíguas, mas têm biomarcadores de necrose miocárdica postitivos são classificados como tendo IAMSSST, enquanto pacientes sem biomarcadores de necrose miocárdica positivos são classificados como tendo AI – uma condição geralmente com melhor prognóstico. Epidemiologia Fisiopatologia A ruptura ou erosão da placa aterosclerótica coronária é o episodio inicial. Os principais fatores que podem deteriorar a capa fibrosa de proteção que separa o ateroma na parede dos vasos do lúmen da artéria coronária. Inflamação local e sistêmica, características mecânicas e alterações anatômicas contribuem para a transformação de uma placa aterosclerótica estável para a chamada placa “vulnerável”, cuja ruptura desencadeia a aderência, ativação e agregação plaquetárias, com subsequente formação de trombo. A deposição de lipoproteína de baixa densidade oxidada na parede arterial coronariana estimula uma resposta inflamatória, que resulta no acúmulo de macrófagos e linfócitos T na borda da placa. Essas células inflamatórias secretam citocinas, que inibem a síntese e a deposição de colágeno, bem como enzimas, que promovem a degradação de colágeno e elastina, tornando, desse modo, a capa fibrosa sobrejacente vulnerável à ruptura. A inflamação sistêmica pode desempenhar um papel na ruptura da placa, como evidenciado pela predisposição de indivíduos com gengivite crônica, artrite reumatoide e infecção crônica ou até mesmo infecção aguda para desenvolver a SCA. Os locais de baixa tensão de cisalhamento, tais como bifurcações de vasos, têm produção reduzida de substâncias vasodilatadoras endoteliais (óxido nítrico e prostaciclina), acúmulo acelerado de lipídios e células inflamatórias, aumento da degradação da matriz extracelular e afinamento da capa fibrosa, e todos estes fatores contribuem para a instabilidade da placa. O exame histológico detalhado das placas ateroscleróticas envolvidas revela uma rica neovascularização que é o resultado de peptídeos angiogênicos, tais como os fatores de crescimento de fibroblasto, fator de crescimento vascular endotelial, fator de crescimento placentário, oncostatina M e fator indutor de hipoxia, que são secretados pelas células musculares lisas, células inflamatórias e plaquetas. Essa neovascularização contribui para o crescimento de ateroma e para o tráfego de leucócitos, hemorragia da placa e desestabilização. 2. Formação de trombo; Após a ruptura de uma placa “vulnerável”, as plaquetas circulantes aderem às proteínas subendoteliais expostas e ativando. Com sua ativação, as plaquetas mudam de forma, aumentando, assim, a área de superfície em que a formação pode ocorrer. As plaquetas, então, liberam os conteúdos de seus grânulos intracelulares dentro do ambiente imediato e promovem vasoconstrição focal do segmento arterial adjacente e ativação das plaquetas adjacentes. As plaquetas também aumentam o número de receptores de glicoproteínas da superfície e a afinidade desses receptores para se ligarem ao fibrogênio circulante. O resultado é a agregação plaquetária, que ocorre conforme o fibrogênio se liga aos receptores de glicoproteínas das olaquetas adjacentes, criando, assim, um “tampão plaquetário”. Ocasionalmente, se o paciente apresentar uma região do miocárdio que é irrigada por uma artéria ocluída e recebe extensa circulação colateral para esta região, a oclusão trombótica total da artéria leva à apresentação clínica de SCA-SSST, em vez de IM com elevação do segmento ST. 3. Desequilíbrio entre a oferta e o consumo de oxigênio pelo miocárdio 4. Estreitamento intraluminal gradual de uma artéria coronária epicárdica por aterosclerose progressiva ou reestenose pós- stent IMAGEM - Mecanismos de ativação plaquetária e sítios de bloqueio das terapêuticas antiplaquetárias. A ativação plaquetária é iniciada por agonistas solúveis como a trombina, TxA2, 5-HT (hidroxitriptamina), ADP (via P2Y1 e P2Y12) e ATP e por ligantes adesivos, como o colágeno e o fator de von Willebrand. Consequentemente, a secreção de agonistas plaquetários pelos grânulos densos e a secreção de TxA2 levam à amplificação da ativação plaquetária, causando uma alteração conformacional no receptor de GP IIb/IIIa que o leva a ligar-se ao fibrinogênio e resulta em agregação plaquetária. O receptor P2Y12 tem um papel importante na amplificação da ativação plaquetária. AAS = ácido acetilsalicílico; ATP = trifosfato de adenosina; cAMP = monofosfato de adenosina cíclico; COX-1 = ciclo-oxigenase-1; PAR = proteína receptora de protease; TP = receptor de tromboxano A2 humano; TRA = antagonista do receptor de trombina; X = sítios de ação de agentes antiplaquetários. Infarto tipo I – Formação do trombo Causado por doença aterotrombótica coronariana (DAC) e precedido por instabilização de placa aterosclerótica, formação de trombo associado a embolização distal coronariana e consequente evento isquêmico miocárdico. É imprescindível classificar o IM tipo 1 dentre as modalidades de SCA por meio de avaliação eletrocardiográfica e biomarcadores cardíacos – principalmente com curva de troponina (cTn) definir abordagem terapêutica adequada. Infarto tipo II – Geralmente é secundário a outra patologia que levou a insuficiência do miocárdio Lesão miocárdica isquêmica aguda secundária ao desequilíbrio entre a oferta tecidual cardíaca e consumo miocárdico de oxigênio que pode ser precipitada por agente estressor. A magnitude e ocorrência do IMtipo 2 varia de acordo com a presença de alterações cardíacas estruturais, DAC, presença e intensidade de agente estressor. Esse desequilíbrio entre oferta/demanda de O2 é de etiologia multifatorial como podemos observar na tabela abaixo. Causas de IM tipo 2 Aterosclerose com estertores e sem ruptura; Hipertensão severa associada ou não a hipertrofia ventricular; Vasoespasmo coronariano; Bradiarritmia severa; Disfunção microvascular coronariana; Insuficiência respiratória; Embolismo coronariano não associado com ruptura de placa aterosclerótica; Anemia severa; Dissecção coronariana; Hipotensão/ choque. Taquiarritmia sustentada; Infarto tipo III – o paciente já chegou com morte súbita no PS, não teve tempo de fazer ECG e dosar marcadores. Só será percebido as lesões no miocárdio após a biópsia. Morte súbita de origem cardíaca associada a quadro clínico sugestivo de isquemia miocárdica e alterações eletrocardiográficas ou fibrilação ventricular. Nestes casos os pacientes evoluem para óbito sem tempo hábil para que ocorra coleta de troponina ou apesar da coleta não ocorre alterações desses marcadores. O diagnostico do IM tipo 3 é realizado em autópsia. Infarto tipo IV – está relacionado a revascularização Secundária à procedimentos de intervenção miocárdica para reperfusão. IM relacionado com o procedimento ou reflexo a complicações mais tardias em dispositivos utilizados, como por exemplo trombose do stent. Clinicamente é identificado com: Infarto tipo V – está relacionado a revascularização Ocorre após revascularização miocárdica com bypass. Clinicamente identificado com elevação cTn > que 10 vezes do P99 ALR quando o paciente apresenta valores pré revascularização normais ou elevação > 20% quando apresenta elevação de cTn estabilizada. Também deve apresentar evidencias de isquemia miocárdica por meio de alterações eletrocardiográficas ou em exames de imagem. Quadro Clínico A manifestação típica da SCA é a dor torácica. É usualmente prolongada (> 20 minutos), podendo ser desencadeada por esforço físico, estresse ou ocorrer em repouso, usualmente de forte intensidade e com característica opressiva, em aperto, queimação ou peso, e pode estar associada a náuseas, vômitos, sudorese e dispnéia. Pode ser aliviada parcialmente com repouso ou uso de nitratos. Idosos, diabéticos e mulheres podem apresentar angina com características atípicas, por isto recomenda-se um aumento do grau de suspeição nestes casos. Sinais de Gravidade que devem ser observados: · Crepitações pulmonares; · Hipotensão arterial (PAS < 85mmHg); · Taquicardia (FC > 100 bpm). Tipo de dor Característica da dor Tipo A – Definitivamente Angina Certeza do diagnostico de SCA, independentemente de exames complementares. Inicio em repouso ou após estresse, em aperto ou queimação, com irradiação para ombro, mandíbula e face interna do membro superior, apresenta alivio com repouso e nitrato. Dor, desconforto retroesternal ou precordial, geralmente precipitada pelo esforço físico, podendo irradiar. Tipo B – Provavelmente Anginosa SCA é a principalmente hipótese, mas é necessário complementação por exames. A isquemia miocárdica é a principal hipótese, porém diferentemente da dor tipo A são necessários exames complementares para definição diagnóstica. Tem a maioria, mas não todas as características da dor definitivamente anginosa. Tipo C – Provavelmente Não Angionosa SCA não é a principal hipótese, mas necessários exames complementares para exclusão. Neste tipo de dor a isquemia miocárdica deixa de ser a principal hipótese, no entanto ainda são necessários exames laboratoriais para excluir esta etiologia. Tipo D – Definitivamente Não Angionosa SCA não incluída como hipótese. Dor torácica atípica, insuficiência coronária não é possibilidade diagnostica. Recebe alta hospitalar caso ECG não apresente alterações. OBS: Protocolo de dor torácica: Proceder a cada 4-6 horas ao monitoramento dos sintomas, realização de ECG e dosagem de marcadores de necrose miocárdica seriados (com intervalos menores mediante alteração do quadro clínico). Características da Dor Torácica Isquêmica 1) Localização Geralmente não é uma dor localizada em um ponto. Será uma dor mais difusa e localizada no precórdio. 2) Qualidade ou caráter Sensação que a dor provoca à contínua, cólica, pontada, queimação, pulsátil... Apresenta-se mais como desconforto torácico do que dor propriamente dita. O paciente costuma ter dificuldade em descrevê-la e frequentemente utiliza termos como aperto, pressão, queimação ou peso. 3) Intensidade Característica subjetiva e tenta quantificar o quanto dói. Intensidade variável e em geral gradual. Utilização de escalas de dor. 4) Duração Dor contínua, intermitente... Angina costuma ter duração curta (2-5 minutos) e melhora com repouso e nitratos. Dor da SCA pode aparecer ao repouso e a duração costuma ser maior que 20 minutos. 5) Evolução Como a dor evoluiu desde o inicio até o momento da anamnese. Costuma apresentar-se início gradual que evoluiu com piora progressiva. 6) Irradiação Epigástrio, ombros, braços e antebraços, pulso, dedos, pescoço, garganta, mandíbula, dentes da arcada inferior (geralmente não acomete maxilar) e dorso (principalmente região interescapular. 7) Relação com funções orgânicas Relação da dor com órgãos próximos. Relação da dor com órgãos torácicos -> taquicardia, palpitação, dispneia... 8) Fatores desencadeantes ou agravantes Geralmente piora com esforço físico. 9) Fatores atenuantes Em geral não muda com a respiração ou posição do paciente. Pode ou não melhorar com nitratos. A melhora da dor com uso de outras drogas como antiácidos não excluí dor isquêmica. 10) Sintomas associados Dispneia, fadiga, náuseas, vômitos, tontura, sudorese, vertigem. Sinais Sugestivos de Dor Não Isquêmica Dor pleurítica → aguda, localizada, ventilatória; - Localizada inicialmente em abdome inferior ou médio; - Qualquer desconforto que piore com a palpação ou movimentação; - Dor constante com duração de dias; - Dor com irradiação para membros inferiores; IMAGEM: derrame pleural É um desafio pela variabilidade de sintomas apresentados pelos pacientes. Oclusão subtotal ou total com circulação colateral efetiva. Caso ocorra necrose miocárdica e consequente alterações de biomarcadores miocárdicos caracteriza-se o IAM SSST, caso a isquemia seja transitória e não resulte em necrose está definida angina instável. Classificação: o Angina instável (sem necrose celular) - Ocorre em repouso ou mínimos esforços, com duração em geral de 20 minutos; - Dor intensa e de início recente; - Alteração no padrão anterior da angina estável (piora da intensidade, duração e frequência dos episódios); o Infarto agudo do miocárdio Mecanismos de instabilização de placa aterosclerótica 1) Ruptura de placa; 2) Erosão de placa; 3) Exposição de nódulo calcificado. Enquanto no IAMCSST o principal mecanismo é a ruptura de placa, no IAMSSST o principal mecanismo é a erosão de placa aterosclerótica. A abertura da placa aterosclerótica expõe uma superfície trombogênica e libera o núcleo necrótico que contém micropartículas protrombóticas. Ocorre uma desvitalização tecidual não transmural, pois a coronária está subocluída ou mesmo ocluída e existe a presença de colaterais. Síndrome Coronariana Aguda Sem Supradesnivelamento do ST Na angina instável, existe desequilíbrio entre oferta e demanda, ocasionando sintomas, mas não o suficiente para causar necrose. Quadro Clínico: dor no peito há 1 hora. Exames Complementares - ECG -> infra-desnivelamento do segmento ST e alterações da onda T; o Presença de infradesnivel de ST>0,5mm é sinal de prognóstico adverso. - Marcadores de necrose miocárdica -> elevados IAMSSST o Existe associaçãodireta entre a sua elevação e o risco de eventos cardíacos a curto e médio prazos. Estratificação de risco o Killip o Timi risk o Grace Ocorre oclusão total da coronária, que define IAM CSST, e formação de trombo “vermelho” – composto em grande parte por fibrina – por isso, o tratamento com fibrinolíticos está indicado. Manifestações compatíveis associada à evidência de infarto trasmural; ECG deve ser realizado em até 2 minutos da chegada do paciente ao serviço e deve ser analisado em até 10 minutos; O mecanismo mais comum é a ruptura de placa aterosclerótica (70% dos casos); Com a ruptura da placa, ocorre trombose local e oclusão coronariana completa, que se expressa como supradesnivelamento do segmento ST no ECG; Com 2-3 horas de oclusão já podem ser detectadas áreas necróticas no tecido suprido pela artéria; Quando mais precoce a reperfusão, melhor a maior a recuperação da área sob risco; Eletrocardiograma A elevação do segmento ST tem especificidade de 91% e sensibilidade de 46% -> reavaliação seriada; Supra >1mm em derivações contíguas no plano frontal, o bloqueio de ramo esquerdo novo ou supra >2mm em derivações precordiais sugere alta probabilidade; Supra em derivações de parede inferior -> obtenção das derivações direitas e V7 e V8 Dosar troponina na admissão, com 03 horas e 06 horas de evolução, outros marcadores como CKMB massa ou mioglobina também podem estar alterados. Síndrome Coronariana Aguda Com Supradesnivelamento do ST Marcadores Ectoscopia e sinais vitais: presença de cianose de extremidades, queda na saturação de pulso, hipotensão ou hipertensão arterial, alterações do estado mental, pele diaforética. Aparelho respiratório: ausculta pode ser normal, apresentar estertores finos que, a depender da gravidade podem se estender das bases aos ápices pulmonares; macicez à percussão e redução ou ausência de murmúrio vesicular. Aparelho cardiovascular: pode apresentar-se normal ou com ritmo irregular, presença da 3ª (disfunção ventricular severa) e 4ª bulha; sopro cardíaco (insuficiência mitral por disfunção/ruptura do musculo papilar ou comunicação interventricular pós-IAM); atrito pericárdico (grandes infartos transmurais). No IAM com supradesnivelamento de ST é possível realizar a classificação de killip-kimball: I. Sem dispneia, estertores ou B3; II. Dispneia, estertores discretos, B3 ou turgência jugular patológica. III. Edema agudo de pulmão; IV. Choque cardiogênico. Abordagem inicial da dor torácica ou sintoma equivalente isquêmico: o Monitorização completa (ECG, PA, FC, SatO2); o Oxigenoterapia, se saturação de pulso < 90%; o Veia (acesso venoso); o ECG em 10 minutos: permitirá diferenciar SCA CSST de SCA SSST e dessa forma a conduta adequada para cada situação, caso o ECG não apresente alterações deve ser realizado de maneira seriada, pois aumenta a sensibilidade na detecção de eventos coronarianos. Troponina (cTn): biomarcadores de injúria miocárdica de escolha, Troponina (cTnI) – não se elevam com lesão de tecidos extra cardíacos. Troponina T (cTnT), o teste laboratorial pode detectar proteínas marcadoras de lesão de músculos esqueléticos e resultar em resultado falso positivo. O critério que marca lesão miocárdica, consiste na elevação dos valores de troponina acima do P99 do ALR. Caso ocorra ascensão abrupta nos níveis séricos da cTn o evento é definido como aguda. Para ser classificado como IM deve estar associado a outros critérios (clínicos ou ECG) que surgiram isquemia miocárdica. Eventos de lesão miocárdica crônica são marcadores por níveis persistentemente elevados de cTn e sem variações significativos. Exame Físico Diagnóstico Todos os pacientes com suspeita de SCA devem ser atendidos em sala de emergência ou unidade coronariana. Monitorização não invasiva contínua Oxigênio suplementar se SpO2 < 90% Acesso venoso periférico ECG 12 derivações e interpretação em até 10 minutos de admissão. Antiagregação e Anticoagulação Ácido Acetilsalicílico (300 mg) o Na admissão e seguido por 100 mg VO 1x/dia, exceto na suspeita de síndrome aórtica significativa; o Bloqueia a síntese e a liberação de TxA2, um ativador plaquetário, diminuindo assim a agregação plaquetária e a formação de trombo arterial; o Inibe a ativação idade da COX-1, reprime produção de tromboxano e interage negativamente na agregação plaquetária. o Além de reduzir eventos clínicos adversos precocemente no curso do tratamento, o AAS também reduz a frequência de eventos isquêmicos na prevenção secundária. Inibidores do receptor de ADP P2Y12 o Indicados para SCA de alto risco, para redução da agregação plaquetária, em associação ao AAS; o Ticagrelor (180mg VO na admissão, seguido por 90mg VO 2x/dia) -> metabólitos ativos são inibidores irreversíveis das plaquetas, o ticagrelor é um bloqueador reversível do receptor P2Y12 plaquetário que atua diretamente na plaqueta e tem meia-vida aproximada de 12 horas. o Prasugrel (60mg VO na admissão, seguido por 10mg VO 1x/dia) -> seu metabólito ativo é um inibidor irreversível do receptor P2Y12 e, portanto, um inibidor da agregação plaquetária; o Clopidogrel (300mg VO na admissão, seguido por 75mg VO 1x/dia) -> evita grandemente as complicações hematológicas (neutropenia e, raramente, púrpura trombótica trombocitopênica) associadas com a ticlopidina, a primeira tienopiridina utilizada em larga escala. Anticoagulação o Indicados para SCA de risco intermediário ou alto para inibir a geração e a atividade da trombina, reduzindo os eventos relacionados ao trombo; o Nitratos devem ser usados com precaução em pacientes com estenose valvar aórtica importante, cardiomiopatia hipertrófica com obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo em repouso, infarto de ventrículo direito ou embolia pulmonar hemodinamicamente significativa; o Heparina não fracionada: 60- 70U/Kg (máx. 5.000U) IV, seguido por infusão de 12-15U/Kg/h mantendo TTPA entre 1,5-2,5x o controle; o Enoxaparina: 1mg/Kg SC 2x/dia (ajuste pela função renal); o Indicados para SCA de risc intermediário ou alto para inibir a geração e a atividade da trombina, reduzindo os eventos relacionados ao trombo; o Heparina não fracionada: 60U/Kg (máx. 4.000U) IV, seguido por infusão de 12U/Kg/h mantendo TTPA entre 1,5-2,5x o controle; o Enoxaparina: 1mg/Kg SC 2x/dia, reduzir a dose em 25% (0,75mg/kg 12/12h) em idosos e em 50% (1mg/Kg/dia) para pacientes com clearance de creatinina <30mL/min; o Fondaparinux: 2,5mg/dia SC por 8 dias ou até a alta hospitalar. Terapia Anti-Isquêmica Objetivo -> diminuir a demanda miocárdica de oxigênio (reduzindo a FC, PA, pré-carga e contratilidade) ou aumentar o suprimento de oxigênio Tratamento no miocárdio (administrando oxigênio ou por meio de vasodilatação coronarina); Se mesmo com o tratamento o paciente mantiver a dor ou equivalente, é recomendado uma angiografia coronariana em 02 horas, independentemente dos achados do ECG e dos níveis de troponina. Nitratos o Vasofilatadore do endotélio independente que aumentam o fluxo sanguíneo para o miocárdio por vasodilatação coronariana e reduzem a demanda de oxigênio por redução da pré-carga, através da venodilatação, e da pós-carga, por meio da vasodilatação arterial, diminuindo desse modo o estresse da parede ventricular. o Alívio dos sintomas e regressão da depressão ST; o Manter monitorização cuidadosa da pressão arterial; o Contra indicado em uso recente de inibidor de fosfodiesterase tipo 5 (sildenafil/vardenafil/tadalafil) ou infarto de ventrículo direito (supra ST em V3R e V4R) Beta-Bloqueadores o Os agentes betabloqueadores orais nas doses usadas para angina estável crônica devem ser iniciados nas primeiras 24 horas com as seguintes exceções: (1) sinaisde insuficiência cardíaca descompensada; (2) evidência de baixo débito cardíaco; (3) alto risco para choque cardiogênico; ou (4) bloqueio atrioventricular, asma ou doença reativa das vias aéreas; o Podem ser administrados em pacientes com insuficiência cardíaca desde que sua condição esteja estabilizada. Se isquemia e/ou dor torácica persistir, apesar da terapêutica endovenosa com nitrato, betabloqueadores intravenosos podem ser usados com cautela, seguidos por administração oral; o Inibem os efeitos das catecolaminas circulantes, reduzindo FC, PA e contratilidade miocárdica; o Contra indicações: PR>240ms, bloqueios atrioventriculares complexos e broncoespasmo) ou no risco de choque cardiogênico; Metoprolol: 25-100mg/dia Propranolol: 10-80mg 2-3x/dia Bloqueadores de Canais de Cálcio o Diminui o influxo de cálcio através da membrana celular, reduzindo a contratilidade miocárdica e o tônus vascular -> efeitos vasodilatadores e reduzem a pressão arterial; o Alguns, como verapamil e diltiazem, também diminuem a frequência cardíaca, reduzem a contratilidade miocárdica e, portanto, reduzem as necessidades de O2. o Têm sido efetivos na redução da isquemia em pacientes com SCASSST e isquemia persistente apesar do tratamento com doses máximas de nitratos e betabloqueadores, assim como em pacientes com contraindicações para os betabloqueadores (ver acima) e naqueles com hipertensão; o São tão eficientes quanto os betabloqueadores para controle dos sintomas, mas não reduzem incid6encia de angina refratária, infarto ou óbito; Verapamil: 80-120 mg 8/8h Diltiazem 60mg 6/6h ou 8/8h Cateterismo Cardíaco Angiografia Coronariana Invasiva o Objetivos - Confirmar o diagnóstico de SCA relacionado à DAC; - Identificar a lesão; - Avaliar anatomia coronariana. Tratamento anti-isquêmico (MONAB) + Adjuvantes (estatina/ IECA) Tratamento antitrombótico (AAS + iADP + ENOXA/HNF) CATE < 24h Terapia de Repercussão TERAPIA DE REPERFUSÃO INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA (ICP) o Primária à sem uso prévio de fibrinolítico; o Facilitada à farmacologia prévia; o Salvamento ou resgate à insucesso da fibrinólise; REVASCULARIZAÇÃO CIRÚRGICA o Anatomia coronária favorável, contraindicação ou falhas das terapêuticas trombolítica e de revascularização percutânea, complicações do IAM (isquemia recorrente, choque cardiogênico e complicações mecânicas do infarto) e angina recorrente. - ALMEIDA, Maria Celita de. Comparação do Perfil Clínico-Epidemiológico entre Homens e Mulheres na Síndrome Coronariana Aguda. Revista Brasileira de Cardiologia, Recife, p. 423-429, 09 dez. 2014. Disponível em: http://www.onlineijcs.org/sumario/27/pdf/v27n6a06.p df. Acesso em: 21 set. 2021. - Manuel de Clínica Médica – do Diagnostico ao Tratamento – 2º edição - Sanar - Braunwald – tratado de doenças cardiovasculares, 53 Síndromes Coronarianas Agudas sem Elevação do ST | Douglas L. Mann ... [et al.],https://www.evolution.com.br/epubreader/978853 5266177 - Goldman-Cecil Medicina, 72: Síndrome coronariana aguda: angina instável e infarto do miocárdio sem elevação do segmento ST| Lee Goldman and Andrew I. Schafer,https://www.evolution.com.br/epubreader/978 8535289947 Referencias
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