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Descrição – - Filo: Nemathelmintes; - Classe: Nematoda; - Ordem: Cyclophyllidea; - Família: Ascaridae; - A espécie Toxocara canis é responsável pela zoonose conhecida como toxocaríase, que afeta ocasionalmente o homem e são parasitas gastrintestinais de cães e gatos que apresentam distribuição global. - Quando o Toxocara parasita humanos, causa a Larvas Migrans Visceral ou a Larva Migrans Ocular; - A Toxocaríase é também conhecida por síndrome de larva migrans visceral, na grande maioria dos casos, comporta-se como uma doença benigna de curso limitado, embora existam casos graves e fatais; Epidemiologia – Afeta principalmente cães jovens; - Distribuição mundial; - Fêmea possui alta capacidade de postura e seus ovos são extremamente resistentes ao ambiente; - Contaminação é principalmente por solos contaminados; - Causam problemas socioeconômicos; - Infecta principalmente crianças pequenas de 2 a 5 anos, principalmente por que as mesmas possuem hábitos geofágicos, e estão sempre em contato íntimo com animais e acesso a lugares contaminados por fezes; - A prevalência desses parasitos e o contato da população com os mesmos são constantes, daí se tratar de uma zoonose, pois o aumento na taxa das populações caninas que frequentam o mesmo ambiente dos humanos é crescente; - O alteroso contingente populacional de cães e gatos, a escassez de prevenção e controle de doenças e as condições desfavoráveis de vida dos animais aumenta o risco de transmissão; - A prevalência desses parasitos em locais públicos ocasiona o aumento de contaminação e implicam na saúde humana, salientando assim a importância de meios profiláticos para recuperar um melhor parâmetro sanitário; - Os ovos desses parasitos são altamente resistentes no meio ambiente, toleram temperaturas entre -10º C e 45º C e também à dessecação e umidade; - Fêmeas prenhes mantém infecções por toda vida; - Podem permanecer infectantes por até cinco anos, precisando de luz, umidade e oxigênio para completar seu desenvolvimento; - Terrenos arenosos são mais favoráveis, pela sua elevada capacidade de oxigenação e drenagem.; - Em condições de temperatura entre 150 C e 350 C e umidade, em torno de 85% dos ovos tornam-se infectantes entre duas e cinco semanas; - Com o aumento da densidade populacional nas grandes cidades e consequente aumento de cães e gatos, o ambiente urbano tem sido cada vez mais afetada pela contaminação ambiental e pela poluição fecal de jardins e parques públicos. Por todas estas razões, a Toxocaríase é atualmente a zoonose parasitária mais comum nos Países desenvolvidos; Ciclo biológico – HD: Cães; - Habitat no HD: Intestino Delgado (parasitos adultos), fígado, pulmão e intestinos (larvas); - As fêmeas fazem a postura dos ovos que saem nas fezes e forma-se a L1, L2 e L3 dentro do ovo; - Os ovos são eliminados nas fezes dos animais e no ambiente externo são embrionados e se tornam infectantes na fase L3; - Quando ingeridos por animais atingem o intestino e penetram a mucosa e circulam pelo fígado, coração e pulmão até regressarem ao sistema digestivo; - Em até um mês o ciclo evolutivo do parasita está completo e o animal começa a eliminar os ovos em suas fezes; Transmissão – Transmissão horizontal: vermes adultos eliminam ovos que contaminam o solo: animais (adultos ou filhotes) ou humanos; - Transmissão vertical: as larvas de Toxocara podem ser transmitidas de mãe para filhote por via transplacentária ou através do leite durante a amamentação; - O HD se infecta de 4 maneiras: • Via Oral ou Infecção direta: ingestão de ovos infectantes; • Via Transplacentária: infecção pré-natal; • Via Transmamária: fornecimento de leite infectado com L3 da mãe; • Via hospedeiros paratênicos; - 1. Via Oral: o hospedeiro definitivo ingere o ovo com a forma infectante, esta é liberada no tubo digestivo e penetra na mucosa do intestino delgado e pela circulação porta vai ao fígado, depois coração e alvéolos pulmonares, onde faz a muda para L4, chega à glote sendo deglutida e indo novamente ao intestino, onde muda para L5 e torna-se adulta; - Essa infecção via oral é chamada de ciclo de Loss ou hepatotraqueal; - Ocorre em cães jovens de até 3 meses; - Em cães adultos, as larvas chegam ao pulmão como L3 e pegam a circulação de retorno para o coração e são bombeadas pela aorta para diferentes partes do corpo onde mantêm-se ativas por anos; - PPP: 4 a 5 semanas; - 2. Via Transplacentária: Nas fêmeas gestantes, as larvas passam pelo sangue arterial podendo assim contaminar o feto; - Se a cadela se contaminar antes da gestação e possuir as larvas na musculatura, em função das alterações hormonais elas podem ser reativadas e contaminar o feto; - É a forma de contaminação mais importante nos cães; - 3. Via Transmamária: As fêmeas passam as larvas aos filhotes através do leite e do colostro; - Dessa maneira não há migração pulmonar no filhote por essa via; - 4. Via hospedeiros paratênicos: Pode haver contaminação através da ingestão de roedores, aves e outros animais que o cão se alimenta (carnes) → Suínos, ovinos, bovinos etc.; Sinais clínicos – A doença se manifesta principalmente sob forma de diarreia, falta de apetite e apatia; o animal pode ficar com o abdômen distendido (“barrigudo”) ou ter queda acentuada de peso (ficando bem magro); - Filhotes tendem a ter quadros de choros e gritos contínuos; - Vermes imaturos podem aparecer em fezes e vômitos; - Obstrução ou ruptura intestinal que pode levar à óbito; - Falhas no desenvolvimento dos animais infectados; - Animais adultos geralmente assintomáticos; - Em humanos o parasita causa a larva migrans visceral ou ocular e pode ser localizado no pulmão, fígado, abdome ou no olho; • Larva Migrans Visceral – clássica: febre, dificuldade respiratória, hepatomegalia, leucocitose, eosinofilia, infiltrados pulmonares, tosse; • Larva Migrans Visceral – neurológica: manifestações neurológicas variadas, ataques epitepformes, meningites, encefalites; • Larva Migrans Ocular – LMO: migração e persistência de larvas vivas para o globo ocular, perda da acuidade visual (cegueira), resposta imune menos intensa, morbidade de 7% em todas as faixas etárias, granuloma (disco esbranquiçado, saliente); - As manifestações clínicas vão depender do número de ovos infectantes, da duração da infecção, da localização da larva e da resposta imune; - Em casos de gravidade pode apresentar granuloma calcificado e cisto quiescente; - Doença autolimitante – 6 a 18 meses; - Casos assintomáticos são comuns; Diagnóstico – PCR ou Coproparasitológico; Tratamento – Anti-helmínticos: interferem na produção de energia, coordenação neuromuscular e dinâmica microtubular (destruição do parasito por inanição); - Albendazol: componente dos Benzimidazois com amplo espectro antiparasitário; - Iniciar aos 14 dias de vida; - Poderá ser repetido a intervalos de três a quatro semanas até os três meses de idade; - A cadela deve ser tratada simultaneamente; - Febantel: 25 mg/kg – Via Oral - dose única; - Fembendazol: 50 mg/kg – Via Oral - 1 vez ao dia, por 3 dias; - Ivermectina: 0,2 a 0,4 mg/kg – Via Oral ou Subcutânea - dose única; - Mebendazol: 22 mg/kg – Via Oral - 1 vez ao dia, por 3 dias; - Milbemicina oxima: 0,5 mg/kg – Via Oral - dose única; - Pamoato de Pirantel: 5 mg/kg – Via Oral - dose única; - Selamectina: 6mg/kg: SPOT-ON - dose única; - Emodepsida: 3mg/kg - SPOT-ON >8 semanas; > 0,5kg; Profilaxia – • Humanos: - Educação Sanitária; - Lavar as mãos antes de tocar alimentos; - Proteção de parques – cercas e telas; - Limpeza de pátios e áreas de recreação de crianças; - Lavar frutas e hortaliças devidamente; - Limpeza permanente e diária do ambiente; - Evitar que criançasentrem em contato com solo possivelmente contaminado; • Em animais: - Vermifugação adequada; - Uso de jatos - Uso de hipoclorito de sódio: remove a camada superficial da casca dos ovos, facilitando sua remoção; - Tratamento de cães aos 14 dias; - Controle de natalidade; - Recolher dejetos dos cães; - Diminuir população de errantes; Granuloma calcificado Cisto quiescente
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