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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL FACULDADE DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA ESTUDOS DE GÊNERO PROFESSORA: JAQUELINE ZARBATO ALUNA: JULLIANY COSTA PEREIRA A DOMINAÇÃO MASCULINA- PIERRE BOURDIEU A obra se trata de um estudo sobre as relações entre homens e mulheres e a existência de uma dominação por parte masculina, onde Pierre Bourdieu utiliza um recorte de espaço e tempo para identificar e estudar uma sociedade maior através da pesquisa cientifica em um espaço “pequeno” localizado no norte da África onde seus nativos da Cabília são conhecidos como o povo berberie, onde o mesmo identificou uma forma de organização androcêntrica (significa que o único modelo de representação coletiva é o modelo masculino), seu estudo aprofundou-se nessa região devido a sua localidade (as margens do mar mediterrâneo) que nas sociedades antigas e medievais fornecia a diversas trocas culturais e comerciais tendo assim um forte exemplo de influencia de várias outras sociedades. Esse estudo evidencia um dos métodos e fundamentos de Bourdieu que é o estruturalismo construtivista, seguindo o plano de que existem estruturas na sociedade fornecendo outras representações podendo ser muito iguais ou próximas. Sendo assim, a Grécia que é considerada o berço da civilização ocidental tem reflexos semelhantes da dominação masculina na Cabília expandindo para a nossa sociedade atual possuindo uma estrutura muito próxima. Na nossa sociedade atual é possível identificar exemplos de androcentrismo no campo da linguagem cultural onde nos referimos sempre ao homem como princípio, centro e medida para definir. Bourdieu identificou que a divisão encontrada na Cabília é natural até para as mulheres tornando- se habitus (como a sociedade incorpora, reproduz, legitima e mantém esses costumes) que naturaliza a dominação masculina tornando isto de forma simbólica, definindo como uma forma de violência simbólica, na atualidade sendo conhecido como machismo estrutural. “A divisão entre os sexos parece estar “na ordem das coisas”, como se diz por vezes para falar do que é normal, natural, a ponto de ser inevitável: ela está presente, ao mesmo tempo, em estado objetivado nas coisas (na casa, por exemplo, cujas partes são todas “sexuadas”), em todo o mundo social e, em estado incorporado, nos corpos e nos habitus dos agentes, funcionando como sistemas de esquemas de percepção, de pensamento e de ação. (BOURDIEU, 1999, p.17).” >>> Através de seus estudos Bourdieu identificou na sociedade uma forma taxonômica em relação de gênero que classificou como binária (com dois elementos de oposição) relacionando as mulheres a algo interior, baixo, inferior e o homens ao exterior, alto, superior. Sendo assim, Pierre Bourdieu através do entendimento de mundo em uma concepção dialética, na forma de organização social, e da ideia de naturalização da dominação masculina a sociedade vê a mulher como sujeito e não objeto transformador.
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