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Concepções de Gênero e Poder na Sociedade

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL FACULDADE DE EDUCAÇÃO
ESTUDOS DE GÊNERO
PROFESSORA: JAQUELINE ZARBATO
ALUNA: JULLIANY COSTA PEREIRA
AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM
Observações: A avaliação é individual, deve versar sobre o tema de cada questão. Será avaliada a linguagem utilizada, o domínio da abordagem teórica, o desenvolvimento da articulação da sua narrativa com a abordagem do texto. Cada questão deve ser respondida em no máximo 40 linhas.
Essa avaliação não pode ser disponibilizada a outras pessoas que não estejam matriculadas na disciplina (sob pena de responsabilidade, conforme estatuto da UFMS).
1. No artigo “ A dominação masculina” de Pierre Bordieu, o autor faz análise sobre as concepções da orientação entre feminino e masculino, na pesquisa etnográfica da sociedade cabila. Sobre a questão do sexismo, o autor afirma que: “o sexismo é um essencialismo. Como o racismo, de etnia ou de classe, ele visa imputar diferenças sociais historicamente instituídas a uma natureza biológica funcionando como uma essência de onde se deduzem implacavelmente todos os atos da existência. E dentre todas as formas de essencialismo, ele é sem dúvida o mais difícil de se desenraizar”( 1995, p 145).
Sobre essa afirmação do autor, faça uma análise sobre as concepções de sexismo(biologização, representação da realidade, hierarquia,etc) apresentadas no artigo.
RESPOSTA:
 A obra de Pierre Bourdieu trata de um estudo sobre as relações entre homens e mulheres e a existência de uma dominação por parte masculina, utilizando um recorte de espaço e tempo para identificar e estudar uma sociedade maior, utilizando nativos da Cabília, conhecidos como o povo berberie, através do estudo é possível identificar o sexismo e o machismo através da organização androcêntrica da sociedade e a ilusão naturalista que incorpora o habitus. Portanto, diante da divisão por intermédio biologização binária de oposição , onde liga aos homens a representação do superior, alto e ao trabalho externos e que exigem forças e inteiramente ligado as mulheres as representações de baixo, inferior e ao trabalho interior, ligada a casa, cuidado e delicadeza, sendo possível definir que através dessa divisão e naturalização da dominação masculina que são formadas através do construtivismo refletindo na priorização estrutural de mantimento dessas relações, retirando mulheres do direito de ocupação de espaços na sociedade. Sendo assim, o recorte e estudo do povo berberie permitiu a representação de uma realidade na totalidade, explicitando questões como a sexualização do corpo feminino visto como uma forma de servir aos homens, a hierarquização linguística, a não ocupação de mulheres em espaços considerados masculinos, fazendo com que o sexismo contribua para a tirada de consciência de que essas estruturas devem acabar com a naturalização da dominação masculina e da divisão sexual que são fortes contribuintes para a visão de que a mulher é o objeto e não o um ser transformador.
2. Michele Perrot, na análise sobre mulheres, poder e história apresenta as concepções da pesquisa de História das mulheres. Segundo Perrot(2017, p 157), “Tomando o exemplo
do século XIX, eu gostaria de mostrar os laços entre a formulação de uma questão e o tipo de sociedade que a produziu, em particular o tipo de relação entre os sexos que a estrutura. (...) há o caso em que a exclusão das mulheres do poder político ocorre pura e simplesmente; há outros em que essa exclusão vem acompanhada por justificativas ou compensações, e outros ainda onde ela se dá em graus variados” 
Discorra sobre o que a autora quer apresentar com essa análise sobre as mulheres, as relações de poder na sociedade.
RESPOSTA:
 Michele Perrot explicita a situação da mulher no século XIX onde o centro dessa situação é a relação de estruras entre os sexos, nos permitindo refletir sobre a posição das mulheres em situações de processos históricos e/ou de poder na sociedade , entendendo assim o apagamento histórico de mulheres que pouco configuram na memória coletiva. Através de uma analise histórica podemos entender que a divisão de trabalho se iniciou na divisão sexual onde as diversas atividades são distribuidas entre homem e mulher atribuindo a ambos caracteristicas e papeis, surgindo assim as relações de genero que favorecem e atribuindo mais valor aos elementos do universo masculino transformando a diferença de gênero em desigualdade tornando essas relações patriarcais e reforçando a dominação masculina nos diversos espaços sociais. 	No século XIX com a industrialização e urbanização, homens e mulheres se deslocaram até as fábricas e ser remunerados, embora ambos estarem no mercado de trabalho é observado a permanencia das relações patriarcais, evidenciando mulheres com dupla jornada de trabalho, salários menores, direcionamento do gênero feminino para somente algumas atividades, gerando assim, no mesmo século, a reivindicação das mulheres pelo direito de igualdade, porém não atingiu a totalidade da igualdade, pois mesmo as mulheres atingirem maior ocupação no espaços acadêmicos, de trabalho e politicos, ainda é possível ver as relações de gênero influenciando em salários mais baixos, menor participação na tomada de decisões, menores opções de trabalho servindo como fortes indicios de que as relações patriarcais permanecem tornando-se padrões de desigualdades adotados em situações cotidianas e individuais e também na forma de organização da sociedade.
3. “O termo "gênero", além de um substituto para o termo mulheres, é também utilizado para sugerir que qualquer informação sobre as mulheres é necessariamente informação sobre os homens, que um implica o estudo do outro. Essa utilização enfatiza o fato de que o mundo das mulheres faz parte do mundo dos homens, que ele é criado nesse e por esse mundo masculino. Esse uso rejeita a validade interpretativa da idéia de esferas separadas e sustenta que estudar as mulheres de maneira isolada perpetua o mito de que uma esfera, a experiência de um sexo, tenha muito pouco ou nada a ver com o outro sexo” ( Scott, 1995, p. 75). 
A partir dessa afirmação de Joan Scott em seu artigo, apresente uma análise importância dos estudos de gênero como perspectiva de abordagem sobre os grupos sociais e culturais.
RESPOSTA:
 Os estudos de gênero é um campo interdisciplinar que se desdobra através da pesquisa da formação social de identidades sexuais, os papéis de gênero, as representações sociais atribuídas a taxonomia binária e as relações sociais entre gênero. É possível entendermos que gênero é um conceito para entender como essas identidades e as relações sociais são construídas culturamente e também a construção das desigualdades entre feminino e masculina, sendo assim, pode-se concluir que genêro é uma categoria utilizada para entender e compreender a sociedade e as culturas humanas em suas complexidade entendendo que os comportamentos e as identidades dos homens e das mulheres na totalidade histórica e mundial, não são as mesmas, originando assim diversas relações e representações do que é feminino, evidenciando que não é de natureza biológica o fator determinante para comportamentos, identidades e subjetividades. 
3. Guacira Louro(2008, p.19) afirma que: “conselhos e palavras de ordem interpelam- nos constantemente, ensinamos sobre saúde, comportamento, religião, amor, dizem-nos o que preferir e o que recusar, ajudam-nos a produzir nossos corpos e estilos, nossos modos de ser e de viver. Algumas orientações provêm de campos consagrados e tradicionalmente reconhecidos por sua autoridade, como o da medicina ou da ciência, da família, da justiça ou da religião. Outras parecem surgir dos novos espaços ou ali ecoar. Não há uniformidade em suas diretrizes. Ainda que normas culturais de há muito assentadas sejam reiteradas por várias instâncias, é indispensável observar que, hoje, multiplicaram-se os modos de compreender, de dar sentido e de viver os gêneros e a sexualidade”.
Disserte sobre o que representamas diretrizes sobre os gêneros e a sexualidade que a autora aponta, levando em conta as dimensões amplas sobre os corpos de diferentes sujeitos na sociedade.
RESPOSTA:
 Com a leitura dos textos e a análise dos mesmos é notável que existem instrumentos que reforçam a reprodução dos papéis de gênero e dentro do âmbito educacional, podemos identificar nos materiais didáticos, na linguagem dos sujeitos, a ocupação de espaços, banheiros projetados para sugestão de um pudor feminino, meios que estão sempre provendo a orientação social que é produzido culturalmente em todos espaços, incluindo a escola que disciplina os corpos que demarcam o que é feminino ou masculino. 
5. No artigo: Relações de gênero como categoria transversal na historiografia contemporânea, Joana Maria Pedro(2011, p .270) destaca que “(...)E é dessa forma que pretendo mostrar como as categorias “mulher”, “mulheres” e “relações de gênero” têm sido formuladas, divulgadas e apropriadas em diferentes locais. Focalizarei principalmente alguns países do Cone Sul, como o Brasil, a Argentina, o Paraguai e a Bolívia, por meio dos títulos das obras de história ou pelo fato de incorporarem em seu texto essas categorias”
Disserte sobre como a autora apresenta as possibilidades de diálogos interdisciplinares a
partir das relações de gênero e do movimento feminista.
	A autora durante o seu texto faz uma crítica de como os historiadores refletem sobre gênero como categoria de análise e se todos fazem uma reflexão profunda sobre o assunto, resultando em se falar de gênero, mas não reflete nas transversalidades, colocando o campo como uma “história militante” e não cientifica abandonando a neutralidade. Portanto, o artigo busca mostrar as categorias de mulher, mulheres e relações gênero e como elas são apropriadas e divulgadas com enfoque no Cone Sul, Brasil, Argentina, Paraguai e Bolívia, através de algumas obras é notado nas décadas as ondas e as categorias sendo utilizada em 1970 a categoria de mulher, 1980 a categoria de mulheres e em 1990 a categoria de relações de gênero e ao decorrer do texto é explicado o motivo das presentes mudanças e como elas foram feitas. No Brasil, as mudanças ocorreram em diversas temporalidades não seguindo a marca temporal de “ondas” em outros lugares, sendo visível a continuidade da utilização da palavra “mulher” no título de produções historiográficas reforçando a ideia de que gênero é designado a estudos sobre mulheres excluindo toda possibilidade de interseccionalidade e transversalidade, sendo que gênero é um estudo complexo e abrangente.

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