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A EDUCAÇÃO E A IDEOLOGIA NA GRÉCIA ANTIGA E ROMA RESUMO Neste paper, pretende-se abordar a educação e a ideologia na Grécia antiga e na Roma, como era o seu papel perante a sociedade e sua relação com a educação nos dias de hoje. PALAVRAS-CHAVE: Grécia, educação e ideologia. ABSTRACT In this paper, it intends to approach the education and the ideology in old Greece and Roma, as it was its role before the society and its relationship with the education in the days today. WORD-KEY: Greece, education and ideology. 1 INTRODUÇÃO Grécia e Roma foram cidades que nasceram perante imigração de povos de outras localidades e construíram sua ideologia baseada nos Deuses. Parece que antigamente a Hélade atual não era uma terra constantemente habitada; havia migrações e, nos primeiros tempos, cada povo deixava com facilidade suas terras [...] (TUCÍDIDES, Th. 1.2.1) As comunidades gregas mantiveram, ao longo de toda a Antigüidade, duas características constantes: uma feroz autodeterminação e um permanente estado de beligerância entre si. 1 2 CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS SOBRE A GRÉCIA A civilização grega surgiu entre os mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo, por volta de 2000 AC. A Grécia (Figura 1) é um país formado em sua civilização por vários povos que pra lá migraram. De acordo com Viscentino (1993), os primeiros povos a habitar a Grécia foram os pelágios por volta do ano 2000 a.C. Eles ocupavam a zona litorânea e mais alguns pontos isolados. Nessa época, a Grécia começou a ser invadida por muitos povos, isso durou mais ou menos 800 anos. Os povos invasores eram chamados de indo- europeus e vieram em pequenos grupos até tomarem conta de grande parte do país. Os primeiros indo-europeus que invadiram a Grécia foram os aqueus, fundadores da cidade de Micenas (VISCENTINO, 1993). Os Eólios e os Jônios também foram povos que invadiram a Grécia, o primeiro na Tessália e o outro na Ética fundando posteriormente a cidade de Atenas. Os dórios foram o último povo a imigrar para a Grécia. Eram guerreiros e segundo Viscentino (1993, p. 17), “foram eles os responsáveis pela destruição da civilização micênica e pelo conseqüente deslocamento de grupos humanos da Grécia continental para diversas ilhas do Egeu e para a costa da Ásia Menor”. Os dórios usavam armas de ferro e cultuava deuses masculinos, mais do que femininos. Após a invasão o povo grego foi desenvolvendo uma língua e uma religião em comum com os dórios, e as populações tornaram-se parecidas. Todos adoravam a um grupo de deuses chamados Olímpicos, que habitariam palácios no Monte Olímpo. Realizavam festivais, disputas atléticas entre as cidades e cerimônias dedicadas ao deus protetor de cada cidade. A mais conhecida dessas celebrações era o Jogo Olímpico, realizados a cada quatro anos em Olímpia, em honra a Zeus1 e Hera2. Os jogos começaram a ser disputados em 776 a.C., primeira data registrada da história da Grécia antiga. A partir de então, os gregos passaram a datar os acontecimentos fazendo referência ao ano olímpico. 1 Divindade suprema do Olimpo, chamado "pai dos deuses e dos homens", simbolizava a ordem racional da Civilização Helênica. É o personagem mitológico que engolia seus filhos para evitar que se cumprisse a profecia de que um deles o destronaria (http://www.nomismatike.hpg.ig.com.br/Grecia/GreAntig.html). 2 Era filha de Cronos e Réia, irmã e esposa de Zeus. Venerada como rainha dos deuses em Esparta, Samos, Argos e Micenas, 2 3 CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS SOBRE ROMA Existem duas explicações para a origem de Roma: Explicação mitológica, onde os romanos explicavam a origem de sua cidade através do mito de Rômulo e Remo. Segundo a mitologia romana, os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália. Resgatados por uma loba, que os amamentou, foram criados posteriormente por um casal de pastores. Adultos, retornam a cidade natal de Alba Longa e ganham terras para fundar uma nova cidade que seria Roma. Explicação histórica, onde de acordo com os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da península itálica: gregos, etruscos e italiotas. Pedro (1997, p. 47) nos confirma: “o centro da penísula foi habitado principalmente pelos italiotas”. Na história de Roma, ainda destacamos uma lenda, a lenda da sua fundação. Pedro (1997, p. 48) nos conta: [...] Roma foi fundada em 753 a. C. As descobertas arqueológicas provam que, por volta de 750 a C., existiu realmente uma aldeia na região de Roma que possuía várias cabanas de madeira e argila. Essa aldeia mantinha intenso contato com as regiões vizinhas, como o sul da Etrúria. A região era habitada por latinos, no monte Palatino, e pelos sabinos, no monte Quirinal. A união dessas duas povoações, entre os anos 800 e 720 a C., originou Roma. Desenvolveram na região uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade, nesta época, era formada por patrícios (nobres proprietários de terras) e plebeus (comerciantes, artesãos e pequenos proprietários). O sistema político era a monarquia, já que a cidade era governada por um rei de origem patrícia. 4 A EDUCAÇÃO, CULTURA E IDEOLOGOA NA GRECIA E EM ROMA Na Grécia os escravos eram utilizados em todas as atividades econômicas, tendo o cidadão grego tempo livre para dedicar-se às atividades culturais, políticas e físicas. Pedro (1997, p.45) confirma: 3 [...] graças a não liberdade dos escravos, os cidadãos podiam gozar da mais absoluta liberdade. Foi essa liberdade que permitiu a produção de uma religião elaborada, uma mitologia rica, um teatro e um pensamento político bastante avançados. Embora politeísta a religião grega, seu politeísmo era caracteristicamente antropomorfo. De permeio com este politeísmo existiam sobrevivências de religião ainda mais primitiva, fetichismo, animismo e, até, traços de totemismo. No interior e ao lado de formosos templos se encontravam imagens grosseiras, pouco mais que blocos de madeiras, os quais eram adorados com toda devoção. Estátua muito antiga duma deusa, do próprio Partenão, comparava-se aos ídolos mais toscos de tribos africanas. A religião dos gregos estava ligada intimamente à vida literária e artística. Segundo Aristóteles, os coros fálicos do culto do Dionísio inspiraram as grandes comédias gregas. Com o tempo, a religião grega foi suplantada pela filosofia, a qual se desenvolvera por tal forma e praticamente, a ponto de transformar-se em religião ou, pelo menos, em regras de vida integra. Nas artes, a dramaturgia era muito evidente. Quase todas as cidades possuíam anfiteatros, onde os atores apresentavam peças dramáticas ou comédias, usando máscaras. Poesia, a história, artes plásticas e a arquitetura foram muito importantes na cultura grega. Como nos diz Pedro (1997, p. 46): O teatro era muito apreciado pelo povo grego, em especial pelo ateniense. A apresentações eram longas e atraíam muitos espectadores. Por essa razão, os teatros tinham que ter uma excelente acústica. Na Grécia a filosofia surgiu desde o momento em que o homem começou a refletir sobre o funcionamento da vida e do universo, buscando uma solução para as grandes questões da existência humana. Os pensadores, de acordo com a sua era histórica, buscaram diversos temas para reflexão. A Grécia Antiga é conhecida como o berço dos pensadores, sendo que os sábios buscaram formular, no século VI a.C., explicações racionais para tudo aquilo que era explicado, até então, através da mitologia. Os gregos sempre se preocuparam com questões como a vida, o universo e o próprio ser. Alguns pensadores, a partir de século VI a.C., tentaram explicar as origens das coisas. [...] no século V a. C.,que surgiu a Filosofia, que até hoje orienta (PEDRO, 1997,p.46). 4 Já a cultura romana foi muito influenciada pela cultura grega. Os romanos "copiaram" muitos aspectos da arte, pintura e arquitetura. Nas artes destacava-se a pintura de afrescos, murais decorativos e esculturas com influências gregas. A língua romana era o latim, que depois de um tempo espalhou-se pelos quatro cantos do império, dando origem na Idade Média, ao português, francês, italiano e espanhol. A mitologia romana representava formas de explicação da realidade que os romanos não conseguiam explicar de forma científica. Trata também da origem de seu povo e da cidade que deu origem ao império. Entre os principais mitos romanos, podemos destacar: Rômulo e Remo e O rapto de Proserpina. Na religião, os romanos eram politeístas, acreditavam em vários deuses, eram deuses semelhantes aos dos gregos, porém com nomes diferentes. Os deuses eram antropomórficos, isso queria dizer que possuíam características, côo qualidades e defeitos, de seres humanos, além de serem representados em forma humana. Além dos deuses principais, os romanos cultuavam também os deuses lares. Estes deuses eram cultuados dentro das casas e protegiam a família. Em Roma e na Grécia cerca de 80% da população era escravista. Eles desempenhavam o trabalho manual, burocrático e artístico. Em troca desse trabalho recebiam alimentação e roupas necessárias para sua sobrevivência. A economia em sua grande parte era agrícola, e os donos das terras viviam como reis, cercados de luxo. E nesta época todos os problemas eram resolvidos pelo "rei" através do mando. Existiam regras, que eram passadas do mais forte para o mais fraco, onde a elite ditava as regras para os que estavam abaixo, ou seja os escravos. Essa ideologia foi responsável pela manutenção do sistema escravista que era divulgado para a sociedade através dos filósofos (Platão e Aristóteles), que afirmam que a escravidão era um processo "natural", e acreditava neste modo de produção onde pregavam que poucos nasceram para o mando. 5 CONCLUSÃO Grécia e Roma, estão eternamente interligadas, seja em cultura, religião ou na própria história, pois dos gregos, os romanos receberam importantes influências e, com base nelas, elaboraram a sua própria civilização. 5 A sociedade romana, assim como a grega, é exemplo de sociedade escravista, embora haja um espaçamento desta em alguns aspectos fundamentais. Como os gregos, os romanos iniciaram sua história sob o regime monárquico, fundado por Rômulo, segundo a lenda, experimentaram a república e terminaram os seus dias sob o domínio de um império universal despótico e muito parecido com os modelos orientais. REFERÊNCIAS AQUINO, Rubim Santos Leão de; ALVARENGA, Jacques Moreira de; FRANCO, Denise de Azevedo e LOPES, Oscar Guilherme Pahl Campos. A História das Sociedades – Das Sociedades Modernas às Sociedades Atuais, Rio de Janeiro: Editora Ao Livro Técnico S.A. 1980. FARIA. Emerson Luiz de. Grécia Antiga. Disponível em: http://www.nomismatike. hpg.ig.com.br/Grecia/GreAntig.html Acesso em: PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental: geral e Brasil. São Paulo: FTD, 1997. PETIL, Paul. A História Antiga. Rio de Janeiro: Editora Difel, 1979.
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