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CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Max Schwonke 2CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO SUMÁRIO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. Caxias do Sul/ RS REITOR Claudino José Meneguzzi Júnior PRÓ-REITORA ACADÊMICA Débora Frizzo PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO Altair Ruzzarin DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) Lígia Futterleib Desenvolvido pela equipe de Criações para o ensino a distância (CREAD) Coordenadora e Designer Instrucional Sabrina Maciel Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem Igor Zattera, Leonardo Ribeiro Revisora Luana Reis CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO CONCEITOS E INTRODUÇÃO 4 Tipos de canais de distribuição 6 Crescente importância dos canais de Marketing 6 DETERMINAÇÃO DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO DA EMPRESA 11 Características dos clientes 12 Característica dos produtos 13 Características dos concorrentes 14 Característica da empresa 15 Característica meio ambiente 15 Característica dos intermediários 15 QUEM PERTENCE AO CANAL DE MARKETING? 19 Fabricantes e produtores 20 Intermediários 21 Canais de distribuição: características no processo de distribuição 26 Organização para distribuição 26 FUNÇÕES DE CANAL DE DISTRIBUIÇÃO/ MARKETING? 31 O papel da logística no canal de marketing 32 Estratégia de canal definida 36 TIPOS DE CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO 39 Canal direto 40 Canais indiretos 40 BASES DE CONTROLE E CONFLITOS DO CANAL DE MARKETING 50 As bases do poder para controle do canal 52 Alguns tipos de poderes para conseguir cooperação dos membros do canal de marketing 53 Conflito no canal de Marketing 55 3CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Apresentação Caros, alunos! Nesta disciplina vamos estudar muitas coi- sas interessantes e inerentes ao nosso cotidiano, no que tange Canais de Distribuição. O termo canal é derivado da palavra latina canalis. Segundo Lamb (2004- 2° ed. ), um canal de marketing pode ser visto como um grande canal por meio do qual produtos, a sua pro- priedade, as comunicações, financiamentos, pagamento e risco associado f luem para o consumidor. Formalmente, um canal de marketing (também chamado de canal de distribuição) é uma estrutura empresarial de organizações independentes que vão do ponto de origem do produto até o consumidor, com a finalidade de mover o produto até seu destino final de consumo. 4CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO CONCEITOS E INTRODUÇÃO Caros, alunos! Veremos neste capítulo algumas informações importantes sobre o crescimento dos canais de marketing, bem como, algumas disposições importantes neste contexto. Conforme Rosenbloom, 2009 - 1.ed, o conceito de marketing pode ser confuso. Às vezes, se pensa nele como estrada por onde passa o produto ao mover-se do produtor para o consumidor ou usuário final. Alguns definem como caminho percorrido pela propriedade dos bens ao passar pelas várias agências. Outros, 5CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO ainda descrevem o canal de marketing / distribuição em termos de um conjunto desconexo de empresas que se associaram sim- plesmente com propósito de comercialização. Seguindo a linha de Rosenbloom, 2009 - 1.ed, grande parte dessa confusão provavelmente deriva de diferenças nas perspectivas e pontos de vista. O fabricante, por exemplo, pode enfocar os diferentes intermediários necessários para os pro- dutos aos clientes; portanto, pode definir canal de marketing como movimento dos produtos a esses vários intermediários. Intermediários, tais como atacadistas ou varejistas, que precisam manter estoques substanciais de vários fabricantes e correr riscos associados a esta função, podendo ver o fluxo de propriedade dos bens como verdadeiro delineador do canal de marketing. Os consumidores podem ver o canal de marketing sim- plesmente, como “monte de intermediários” separando-os dos produtores. Finalmente, o pesquisador, observando como canal de marketing opera no sistema econômico, podendo descrevê-lo em termos de suas dimensões estruturais e eficiência operacional. Diante de tantas perspectivas é muito difícil ter uma única definição do canal de marketing. Os melhores livros adotam o ponto de vista da tomada de decisão gerencial acerca do canal de marketing, principalmente da forma como é vista pelos olhos da gerência de marketing das empresas produtoras. Notem que se algumas vezes precisamos atender as ne- cessidades de nossos clientes, entregando um produto igual para segmentos distintos. Todavia, cada segmento tem uma necessidade de entrega ( prazo ), alguns clientes podem esperar um ou dois dias, outros precisarão do produto em 18 horas, por exemplo. O que ocorre? Para atendermos estas situações, teremos que ter métodos de distribuição diferentes, correto? Utilizaremos meios que garantam utilizar meios que garantam a entrega ao cliente conforme o prazo desejado. 6CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Obviamente que uma distribuição mais rápida nos levará um custo mais elevado, assim devemos sempre mapear o cenário para ver esta questão. Tipos de canais de distribuição Veja alguns tipos básicos de canais de distribuição: Precisamos observar que temos um macro canal de dis- tribuição, mas poderíamos também estratificar o mesmo da seguinte forma: • Canal tipo 1 = produtor – consumidor • Canal tipo 2 = produtor – varejista – consumidor • Canal tipo 3 = produtor – atacadista – varejista – consumidor É muito importante entendermos a figura mencionada, pois a partir dela nós estudaremos tudo sobre canais de distribuição (marketing) nos próximos capítulos. Cabe salientar que não existe no exemplo acima canal melhor ou pior, isso dependerá de uma série de fatores que veremos mais adiante. Crescente importância dos canais de Marketing Seguindo na linha de Rosenbloom, 2009- 1.ed., por muitos anos o campo dos canais de marketing/distribuição recebeu pouca atenção em comparação com outras três áreas estraté- Produtor Produtor Varejista Atacadista Varejista 7CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO gicas do composto mercadológico: produto, preço e promoção. Muitas empresas tratavam a estratégia de canal de marketing/ distribuição como algo secundário perante as estratégias mais “importantes” de produto, preço e promoção. Conforme autor acima, nos últimos anos, porém, essa ne- gligência relativa aos canais de marketing vem mudando – pelo menos cinco tendências conduzem a tal mudança de ênfase: • Maior dificuldade em conquistar uma vantagem competitiva sustentável. • Poder crescente dos distribuidores, especialmente os vare- jistas, nos canais de marketing/distribuição. • Necessidade de reduzir custos de distribuição (aqui fator muito importante, no que tange a logística de distribuição). • Revalorização do crescimento. • Crescente papel da tecnologia. Um resumo sobre as cinco questões acima: Dificuldade em conquistar vantagem competitiva sustentável: Vantagem competitiva sustentável é um diferencial compe- titivo que não pode ser facilmente copiado pela concorrência, o que fica cada vez mais difícil de alcançar mediante estratégias de produto, preço e promoção. Poder crescente dos distribuidores: Nas últimas décadas, observou-se uma mudança na força de inf luência dos produtores de bens para os distribuidores. Essa transferência de poder econômico é especialmente no- tável no nível varejo dos canais de marketing, onde os hiper- mercados estão se tornando os protagonistas. Esses podero- sos varejistas respondem por grandes parcelas das linhas de commodities das quais participam e, dessa forma, controlam o mercado. 8CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Necessidade de reduzir custos: Os custos de distribuição muitas vezes respondem por uma parcela significativa do preço final dos produtos. De fato, os custos de distribuição são às vezes mais altos que os custos de fabricação ou custos de matérias-primas e componentes. Atualmente, poder cumprir com os prazos acordados junto aos clientes é de grande relevância, sendo a distribuição física parte essencial nesta questão. Revalorização do crescimento: Ao final dos anos90, um novo mantra, O CRESCIMEN- TO, está se tornando foco da atenção no lugar da reestruturação. Cada vez mais as empresas acreditam ter chegado ao limite da redução de custo e do downsizing como base para melhorar o lucro operacional. Seria necessário o crescimento, na forma de elevação mais rápida da receita, para ampliar os esforços da redução de custos. Em suma, é preciso o crescimento da receita das vendas para garantir o crescimento continuado do lucro operacional. Crescente papel da tecnologia: Tecnologia já impacta praticamente todas as áreas de ne- gócio, entre elas a distribuição de bens e serviços nos canais de marketing. Contudo, há uma tecnologia em particular cujo efeito está apenas começando a ser sentido : a internet, que nunca deixou de ser notícia no final dos anos 90. Literalmente, ligando o mundo inteiro em uma gigantesca rede de informa- ções, a internet pode chegar a promover canais de marketing altamente eficiente. Vejam como é importante a questão da logística de distri- buição para apoiar este canal de marketing fundamental em dias atuais. 9CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Podemos dizer que um dos pontos de maior importância na organização de um sistema de distribuição e para estratégia de Marketing é a definição do canal de distribuição. As ca- racterísticas do mercado e do produto devem ser os principais fatores para escolha do canal. De certa maneira, comparações podem ser feitas quanto ao efeito das características do produto e do mercado sobre o tipo de canal empregado. Os pequenos canais, com um pequeno número de fatores intermediários, têm mais condições de ser encontrados onde o produto tem valor mais elevado, ou suas dimensões ou natureza tornam difícil uma estocagem mais prolongada, ou então nos produtos fabricados sob encomenda. O âmbito da empresa dentro de mercado também é impor- tante. As empresas pequenas ou mais novas no mercado têm uma necessidade bem acentuada dos serviços dos atacadistas, distribuidores ou representantes, a fim de assegurar uma distri- buição eficiente dos seus produtos, enquanto empresas maiores ou mais tradicionais podem usar um contato mais direto com o consumidor . A eficácia e a estrutura da empresa são im- portante para determinar até que nível se pode confiar na sua própria capacidade de definir e operar um canal independente de distribuição. Nos próximos capítulos veremos quais são os parâmetros que melhor se adaptam para os objetivos da empresa determinar o melhor canal de distribuição. 10CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Exercícios 1. Desenhe, conforme esboço ( tipos de canal ) a representação estrutural de sua empresa. 2. Comente em poucas palavras a importância dos canais de marketing . 3. Na sua opinião, em sua empresa, qual aspecto é mais im- portante no que tange maior dificuldade em conquistar uma vantagem competitiva sustentável? 4. Comente, na sua visão, o papel crescente dos distribuidores, em especial dos grandes varejistas . 11CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO DETERMINAÇÃO DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO DA EMPRESA Nos dias atuais, é muito importante para boa escolha de implantação de um canal de marketing mapear e entender seus parâmetros. 12CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Características dos clientes Este é um dos elementos principais para determinação do melhor canal, ou podemos dizer que é o mais importante. Neste caso, devemos levar em conta os seguintes requisitos: • Número de clientes – Tamanho de mercado • Dispersão desses clientes no mercado – Geografia de mercado • Padrões de compra dos clientes- Comportamento do mercado • Reação a diferentes métodos de vendas Pela linha do autor, Rosenbloom, 2009- 1.ed, tudo na moderna administração mercadológica, incluindo a gestão de canais, está baseado na filosofia fundamental do conceito de marketing, que enfatiza a orientação para o cliente (mercado). Portanto, ao desenvolver e adaptar o marketing mix, os gestores devem seguir as indicações dadas pelas necessidades e desejos dos mercados-alvos a que eles visam. Dessa forma, assim como os produtos que a empresa oferece, os preços que cobra, sua logística de distribuição e as mensagens promocionais, é que as empresas devem ref letir bem as necessidades e desejos do mercado-alvo, a estrutura de seus canais de marketing deve fazê-lo. As variáveis do mercado são as mais fundamentais a se- rem consideradas durante o desenho do canal de marketing / distribuição. • Tamanho do mercado: o número de clientes que consti- tuem um mercado (de consumo ou industrial ) determina o tamanho do mercado. Do ponto de vista do desenho do canal, quanto maior o número de clientes individuais, maior o tamanho do mercado. As medidas usuais do tamanho de mercado são o número efetivo de consumidores ou empre- sas em potencial nos mercados de consumo e industriais, respectivamente. 13CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO • Geografia de mercado: refere-se ao tamanho geográfico do mercado, sua localização física e sua distância do produtor e fabricante. Do ponto de vista do desenho de canal, as tarefas básicas que surgem quando se trata da geografia de mercado são o desenvolvimento de uma estrutura de canal que cubra adequadamente os mercados em questão que permita um fluxo eficiente de produtos para estes mercados. Quanto maior a distância entre fabricante e seus mer- cados, maior será a probabilidade do uso de interme- diários ser menos custoso que a distribuição direta. • Comportamento do mercado: refere-se a estes quatro ti- pos de comportamento de compra: (1) como os clientes compram, (2) quando os clientes compram, (3) onde os clientes compram, (4) quem faz a compra. Temos que ter atenção, porque todos esses padrões de comportamento de compra podem ter efeitos significativos sobre a estrutura do canal. • Reação a diferentes métodos de vendas: diferentes abor- dagens e métodos para captação dos clientes. Característica dos produtos As variáveis de produto são outras categorias importantes a considerar na avaliação de estrutura de canal alternativas. Algumas das mais importantes variáveis de produto são: • Volume e peso • Perecibilidade • Valor unitário • Grau de padronização • Volume e peso: produtos pesados e volumosos têm custos de manuseio e transporte muito altos em relação ao seu valor. Quem fabrica produtos desse tipo, deve tentar minimizar esses custos, transportando apenas em grandes lotes ( se for possível ), ao mínimo possível de pontos. Em consequência, 14CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO a estrutura de canal para produtos pesados e volumosos deve, como regra geral, ser a menor possível – normalmente, distribuição direta do produtor para consumidor/usuário . A principal exceção ocorre quando os clientes compram em pequenas quantidades e precisam de entrega rápida. Nesse caso, pode ser necessário usar alguma forma de intermediário. • Perecibilidade: produtos sujeitos à rápida deterioração física ( como alimentos frescos ) ou que sofrem rápida obsoles- cência pela moda são considerados altamente perecíveis. A condição sine qua non para o desenho do canal neste caso, é a movimentação rápida do produto desde a produção até seu usuário final, para minimizar os riscos ligados a pere- cibilidade. Quando os produtos são altamente perecíveis, as estruturas de canal devem ser desenhadas de forma que garantam uma entrega rápida dos produtores para consumidores. Por mais óbvio que isso seja, lembro que nesta questão sempre ocorre transtorno por falta de gerenciamento, não concordam? • Valor unitário: em geral, quanto mais baixo o valor uni- tário de um produto, maior deverá ser o canal, isso porque o baixo valor unitário deixa uma margem pequena para os custos de distribuição. Produtos como bens de conveni- ência, no mercado de consumo e suprimentos operacio- nais no mercado industrial usam tipicamente um ou mais intermediários para que os custos de distribuição possam ser divididos com muitos outros produtos vendidos pelos intermediários. Característicasdos concorrentes Importante analisarmos a estrutura de canal dos nossos concorrentes, desta forma poderemos extrair informações que auxiliarão bom desempenho, entre outros fatores. Novamente, vejam a importância de uma boa logística de distribuição. 15CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Devemos observar nos concorrentes, os canais que mais utilizam e suas características (distribuição, seus intermediários, sua localização etc.). Cabe salientar que estamos falando de estrutura de canal inerente ao negócio escolhido. Característica da empresa Também se faz necessário para elaboração da estrutura do canal, obviamente, conhecermos bem nossa empresa / instituição. Fatores como: tamanho da empresa, posição financeira, composto do produto, políticas da empresa entre outros aspectos, são essenciais para podermos melhor optar / escolher o modelo de canal. Por exemplo: se temos uma condição financeira limitada (pe- quena ) não é coerente optarmos por grandes estruturas de canal. Característica meio ambiente Outros fatores não menos importantes são: As condições econômicas, ou seja, como está o contexto eco- nômico onde está inserido ou onde vai ser desenvolvido o canal. Isso deve ser muito bem avaliado, pois varia de acordo com cada região, país, estado, etc. Não ficar atento a estas questões pode no futuro custar “muito caro“ para remodelar o canal. Regulamentação e restrições: também de suma importância ficar atento as questões legislativas de cada região, importante estar alinhado com as leis onde se fará as transações da canal . Característica dos intermediários Continuando na linha do autor (Rosenbloom, 2009 - 1aed), as variáveis críticas dos intermediários relacionadas à estrutura do canal são: 16CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO • A disponibilidade • Os custos • Os seviços oferecidos Vejamos: • Disponibilidade: em vários casos, a disponibilidade de intermediários influenciará a estrutura do canal, vejam o exemplo da DELL, a mesma optou em desenhar um canal direto ( produtor – consumidor ), visto que os varejistas não tinham a devida capacidade de atender as características impostas pelo produtor. • Os custos: o custo de usar intermediários é sempre uma consideração na escolha de uma estrutura de canal. Se o gestor de canal determina que o custo de usar intermedi- ários é alto demais para os serviços executados, é provável que a estrutura de canal minimize o uso de intermediários. Mas toda análise neste caso deve ser muito bem mapeada para evitar problemas de disponibilidade e distribuição no negócio. • Os serviços: está ligado a capacidade de atender o consu- midor nos aspectos de , distribuição, rapidez, em manter estoque para seu produtor, participação publicitária e todas as atividades ligadas ao seu escopo (como intermediário). Após ter sido realizada a análise e traçado os objetivos da empresa, tem-se de determinar as alternativas de canal, base- ando-se em três variáveis: • Tipos de intermediários • Número de intermediários • Responsabilidade dos intermediários Nos próximos encontros discutiremos mais estas questões! 17CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Para lembrar: composto mercadológico, segundo Rosenbloom. Também recordando: 4 P’s: • Price = preço • Promotion = Promoção • Product = Produto • Place = “praça” Aos quatro primeiros Ps propostos por Jerome McCarthy, no início da década de 60, foram sugeridos outros três atribu- ídos a Philip Kotler: • Pessoas (people) • Processos (processes) • Evidências físicas (physical evidences ) Marketing Mix Estratégia de produto Estratégia de preço Estratégia de comunicação Estratégia de distribuição Gestão de logística Estratégia de canal Fonte : adaptado, Rosenbloom,Bert 2009- 1.ed 18CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Exercícios 1. Para elaboração / criação de uma estrutura de canal de marketing / distribuição, muito importante levar em conta as características dos clientes, como você faria para levantar / mapear esses dados ( características dos clientes ) de modo a retirar melhor elaborar seu canal de marketing ? 2. Em sua empresa ou em empresas que conhece, qual o principal fator, no que tange característica de produto é levado em conta no canal de distribuição para obter um melhor desempenho na distribuição ? 3. Segundo Rosenbloom, 2009- 1.ed, quanto maior a distância entre fabricante e seus mercados, maior será a probabilidade do uso de intermediários ser menos custoso que a distribuição direta. Favor explicar seu entendimento com o citado acima, apenas para saber canal direto = Fornecedor --------- Consumidor final (sem intermediários). 4. Sobre as características dos concorrentes você entende que fazer um benchmark seria apropriado para boa elaboração de seu canal de marketing? Por quê? 19CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO QUEM PERTENCE AO CANAL DE MARKETING? Muito importante entendermos bem o papel de cada participante no Canal de Marketing, disso depende o sucesso da estrutura. Basicamente pertence ao canal de marketing: fabricantes (produtor ou quem dá origem ao produto ou serviço), interme- diários (qualquer membro que não seja produtor ou consumidor final) e usuários finais (consumidores individuais). 20CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Fabricantes e produtores Pegando a linha do autor, Rosenbloom, 2009- 1.ed , pro- dutores e fabricantes consistem em empresas envolvidas na extração, cultivo ou criação de produtos. O leque de empresas de produção e fabricação é enorme, tanto em termos de diversidade de bens e serviços produzidos quanto de portes de empresas. Estão incluídas empresas de tudo, desde alfinetes até aviões, e que variam em porte, desde empresas individuais até gigantescas multinacionais com mi- lhares de empregados e bilhões de dólares em vendas. Todavia, mesmo com toda essa diversidade, um ponto em comum une essas empresas : todas existem para oferecer produtos que sa- tisfaçam às necessidades dos mercados . E para isso é preciso tornar os produtos disponíveis aos mercados. Ainda, conforme o autor, as empresas de produção e fa- bricação precisam que, de alguma forma, seus produtos sejam distribuídos aos mercados pretendidos . Entretanto, a maioria dos produtores e fabricantes, sejam grandes ou pequenos, não está em uma posição favorável para distribuir seus produtos diretamente a seus usuários finais. Com frequência, eles não têm a expertise nem as economias de escalas (e/ou escopo) para desempenhar todas as atividades necessária à distribuição efi- ciente e eficaz de seus produtos ao usuário final. Sobre a expertise, muitos produtores e fabricantes não alcançam na distribuição o nível que atingem na produção ou fabricação. Um fabricante de produtos eletrônicos pode estar trabalhando com tecnologia de última geração e ao mesmo tempo saber muito pouco sobre a melhor forma de distribuir seus sofisticados produtos a seus mercados. Outro fator que pode ser proibitivo para que um produtor faça sua própria distribuição é a questão financeira, ou seja, a gestão de todo esse grande complexo de fabricar e distribuir pode ser muito onerosa e assim inviabilizar tal questão. 21CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Atente que não é somente questão de distribuição, mas sim questões de arma- zenagem, pós-venda, questões fiscais, etc. Intermediários Rosenbloom, 2009- 1.ed, explica que intermediários são empresas inde- pendentes que dão suporte aos produ- tores e fabricantes ( e usuários finais ) no desempenho das funções de nego- ciação, e outras tarefas de distribuição; participam dos fluxos de negociação e/ ou propriedade (mais adiante veremos graficamente esses fluxos nos Canais de Marketing), basicamente eles operam em dois níveis: atacado e varejo. 22CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Explicando: Fluxo do produto: refere-se ao movimento físico real do produto, que começa no ponto produção e passa por todas as partes envolvidas na manipulação física do produto. Fluxo de negociação: representa a interação das funções de compra e venda associadas à transferência dosdireitos dos produtos do fabricante. Aqui, a transportadora não está in- cluída, pois não se envolve na negociação de compra e venda. Fluxo de propriedade: mostra o movimento dos direitos sobre o produto à medida que ele é transferido do fabricante aos consu- midores finais. Aqui a transportadora não está incluída porque em nenhum momento ela adquire o direito sobre o produto, nem se envolve ativamente em auxiliar a transferência desses direitos. Fluxo de informação: vemos que a transportadora volta aparecer e que todas as setas que mostram o f luxo de infor- mação tem sentido duplo, logo todos envolvidos participam da troca de informações. Fluxo de promoção: refere-se ao f luxo de comunicação persuasiva na forma de propaganda, venda pessoal, promoção de vendas e publicidade. Aqui, o canal de marketing recebe um novo membro, a agência de propaganda, incluída por estar ativamente envolvida no fornecimento e manutenção no fluxo de promoção, especialmente o elemento propaganda da promoção. Tipos de intermediários • Comerciantes: (fluxo de transações e fluxo de unidades físicas) • Atacadistas: (para finalidade de lucro ou comércio) • Varejista: (consumo pessoal ou domestico) • Distribuidores industriais (atacadistas de produtos industriais) 23CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Vejamos dois grupos importantes: atacadista e varejistas: Atacadista Os atacadistas consistem em empresas engajadas na venda de bens para revenda ou uso industrial. Seus clientes são empresas varejistas, industriais, comerciais, institucionais, profissionais ou agrícolas, bem como outros atacadistas. Alguns tipos de atacadistas: • Atacadistas tradicionais: são empresas que, basicamente, se dedicam a comprar, assumir a propriedade, armazenar ( em geral ) e manusear produtos em quantidades relativa- mente grandes, para em seguida revender esses produtos em quantidades menores aos varejistas, empresas industriais ou comerciais, instituições e outros atacadistas. Eles adotam diferentes nomes, como atacadista atravessador, distribuidor, distribuidor industrial, casa de suprimentos, intermediários, importador, exportador, entre outros. • Agentes, corretores e representantes comissionados: tam- bém são intermediários independentes que, na maioria de suas transações, não assumem direitos sobre uso dos produtos que negociam, mas que estão ativamente envolvidos na função de negociação ( compra e venda ) enquanto agem em nome de seus clientes. São geralmente remunerados com comissões sobre vendas ou compras. Alguns tipos mais comuns são conhecidos em suas áreas como agente de fabricantes, repre- sentantes comissionados, corretores, agente de vendas, etc. • Filiais e escritórios de vendas dos fabricantes: pertencem aos fabricantes e são por eles operados, mas são separados fisicamente das fábricas. São usados principalmente com propósito de distribuir aos atacadistas os produtos próprios do fabricante. Alguns tem instalações de armazenagem nas quais são mantidos os estoques, enquanto outros são meros escritórios de vendas. 24CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Tarefas de distribuição executadas pelos atacadistas tradicionais: Os atacadistas tradicionais atendem tanto aos fabricantes quanto aos varejistas e outros clientes. Eles vêm sobrevivendo como intermediários no canal de marketing, pois como es- pecialistas no desempenho das tarefas de distribuição podem operar em maiores níveis de eficiência e eficácia. Segundo Rosenbloom, (marketing fuction and the wholesa- ler-distributor), atacadistas modernos e bem administrados são especialmente adequados para desempenhar os seguintes tipos de tarefas de distribuição para os fabricantes : • Fornecer cobertura de mercado. • Fazer contatos de vendas. • Manter estoques. • Processar pedidos. • Reunir informações de mercado. • Oferecer suporte ao cliente. Intermediários varejistas Varejistas – nos termos mais simples, o varejo é o negócio de venda dos produtos e serviços para consumidores que com- pram para seu próprio uso e benefício. Desempenham funções que se combinam para ofere- cer a seus clientes alvo os produtos certos, no local certo, no tempo certo, na quantidade certa e no preço certo. As es- tratégias específicas empregadas por empresas individuais de varejo, ao oferecer esses itens certos a consumidores, va- riam dramaticamente, de comercialização em massa até des- conto, produtos superespecializados, serviços diferenciados, e muitos outros. Crescente poder dos varejistas nos canais de Marketing, conforme Rosenbloom, 2009 - O poder e a inf luência dos varejistas nos canais de marketing é crescente. Essa tendência envolve três grandes processos: 25CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO • Aumento no poder de compra. • Aplicação de avançadas tecnologias. • Uso de modernos conceitos e técnicas de marketing. Tarefas de distribuição executadas pelos varejistas: Segundo LAZARUS, (The retailer as a link in the dis- tribution channel 1961.), o papel do varejista no canal de distribuição, independentemente do seu tipo ou porte, é interpretar as demandas de seus clientes e encontrar e esto- car os bens que esses clientes quiserem, quando quiserem, e da forma que eles quiserem. Some-se ainda a isso ter a variedade certa na hora certa que os clientes estão prontos para comprar. Pela lista de Lazarus, podemos especificar as tarefas de distribuição para as quais os varejistas são especialmente ade- quados, da seguinte forma : 1. Oferecer mão de obra e instalações físicas que permitam aos produtores/fabricantes e atacadistas ter muitos pontos de contato com os consumidores perto de suas residências. 2. Fornecer venda pessoal, publicidade e mostruário para ajudar a vender os produtos do fornecedor. 3. Interpretar a demanda do consumidor e repassar essa infor- mação ao longo do canal. 4. Dividir grandes quantidades em lotes do tamanho do consumidor, propiciando economias aos fornecedores ( ao aceitar carregamen- tos relativamente grandes ) e conveniências aos consumidores. 5. Oferecer armazenamento, para que os fornecedores possam ter estoques amplamente dispersos de seus produtos a baixo custo, e permitir aos consumidores ter acesso próximo aos produtos dos produtores/fabricantes e atacadistas. 6. Remover um risco substancial do produtor/fabricante (ou atacadista) ao pedir e aceitar entrega antecipadamente. 26CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO O nível em que os varejistas executam essas tarefas de dis- tribuição varia enormemente ao longo do espectro do varejo, desde um esforço irrestrito para fazer de tudo até um nível indolente de fazer muito pouco. Canais de distribuição: características no processo de distribuição A organização externa que a administração opera para alcançar seus objetivos de distribuição. Organização para distribuição Objetivos e conceitos: Caros, alunos! Atualmente, executar compras ou suprir vossas empresas buscando baixos preços ou obter melhores condições de pagamento, não garante a melhor lucratividade para vossas empresa. Ter uma excelência na distribuição é fator decisivo para manutenção dos clientes atuais, bem como para garantir um lucratividade atraente. No que tange as características do negócio, produto e mer- cado de atuação, as empresas desenvolvem suas estratégias de distribuição para reduzir seus custos operacionais e garantir ao cliente uma entrega confiável. As empresas podem optar por alguns métodos: 1. Ela mesma (empresa) executa a venda (venda própria). Transporte Transporte Depósito da fábrica Distribuição Física Canal de Distribuição Consumidor final Fabricante Atacadista Varejista Depósito (Centro de distribuição) Depósito Varejistas 27CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO 2. A empresa opta em contratar vendas de terceiros. 3. A empresa utiliza agentes e representantes comissionados. Vejamos: 1. Ela mesma executa as vendas e distribuição Alunos, esta situação seria adequada quando a empresa produz em grande escala e obviamente exige uma distribui- ção rápida / acelerada. Mercadoaqui seria, por exemplo, o de bens de consumo, bens de produção e alguns produtos mais técnicos, etc. 2. Distribuição por meio de organização de vendas de terceiros É mais utilizada para segmentos / produtos conhecidos, varejo, exemplificando, produtos para mercado popular , com distribuição acelerada . 3. Distribuição por intermédio de representantes comissionados São empresas que atuam no trabalho de distribuir e vender os produtos, tais empresas assumem todas responsabilidades dessa operação. Agora, para embasarmos bem, vejamos estrutura de canal, conforme Kotler: Nível zero: F → C Um nível: F → V → C Dois níveis: F → At → V → C Três níveis: F → Ag → At → V → C Onde: Ag = agente At = atacadista C = consumidor F = fabricante V = varejistas 28CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Se seguirmos a linha de Rosenbloom, a estrutura seria assim: Dois níveis: F → C Três níveis: F → V → C Quatro níveis: F → At → V → C Cinco níveis: F → Ag → At → V → C Onde: Ag = agente At = atacadista C = consumidor F = fabricante V = varejistas Particularmente, gosto mais da linha de Kotler, onde retrata os níveis em função do número de intermediários. Não existe maneira melhor ou pior, apenas uma questão de entendimento dos participantes . No caso da eficiência contatual, como fica com implantação dos intermediários : Quatro fabricantes contatam quatro varejistas diretamente. Número de contatos necessários para todos os fabricantes contatarem todos os varejistas = (número de fabricantes) x (número de varejistas) = (4) x (4) = 16 contatos. F V F V F V F V 29CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Quatro fabricantes contatam quatro varejistas indiretamente através de um intermediário atacadista. Número de contatos necessários para todos os fabricantes contatarem todos os varejistas = (número de fabricantes) + (número de varejistas) = (4) + (4) = 8 contatos. Notem que diminui bastante o contato feito pelo fabrican- te, isso em termos de custo é interessante, pois o fabricante necessitaria uma estrutura grande para executar os contatos. Todavia, cabe salientar que no exemplo ao lado não existe melhor nem pior, o que vai determinar essa questão e análise do canal pretendido, juntamente com os parâmetros discutidos anteriormente. Fonte : Rosenbloom,Bert 2009- 1.ed F V F V F V At F V 30CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Exercícios 1. Quem pertence a uma canal de distribuição ? 2. Qual papel dos atacadistas em um canal de marketing ? Como eles contribuem para uma melhor distribuição? 3. Qual papel dos varejistas em um canal de marketing ? Como eles contribuem para uma melhor distribuição? 4. Segundo, Rosenbloom, 2009- 1.ed, explique o que ocorre nos fluxos de produto, fluxo de negociação e fluxo de promoção. 5. Segundo Kotler, quantos níveis tem o seguinte canal de distribuição: Fornecedor → Atacadista → Varejista → Consumidor Final 31CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO FUNÇÕES DE CANAL DE DISTRIBUIÇÃO/ MARKETING? Entender as funções de um canal de distribuição é de suma importância, através delas poderemos melhor direcionar as responsabilidades dos membros do canal. Um canal de marketing / distribuição movimenta merca- dorias de produtores a consumidores. Ele supera os principais obstáculos de tempo e lugar que separam mercadorias e serviços daqueles que os usariam. 32CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO 1. Transacionais (compra e venda de produtos de vários fabrican- tes para gerar trocas, podendo tornar os canais mais eficientes). 2. Logísticas (movimentação e a combinação de bens em quan- tidades que os tornem fáceis de comprar). 3. Facilitação (financiamento de transações, graduação de pro- dutos e coleta de informações de marketing, tornando mais fáceis os processos de compra e venda). Recordando, canais de Marketing existe para: • Sortimento - variedade • Tempo de procura - proximidade • Tamanho do lote – divisão de produtos/quantidades • Tempo de entrega (não precisa encomendar) • Eficiência de contratos - menor numero de transações • Informações - contato com consumidores e pesquisa • Financiamento - fornecimento de crédito • Eficiência de espaço - uso comum das facilidades • Eficiência de funções - especialização nas atividades O papel da logística no canal de marketing Para Rosenbloom, 2009- 1.ed, mesmo o canal de marketing mais cuidadosamente desenhado e administrado pode depender da logística para realmente tornar os produtos disponíveis aos clientes. A criação das utilidades de tempo e espaços, essen- ciais para satisfação do cliente, dependem muito da logística. O movimento de quantidade certa dos produtos certos aos lugares certos na hora certa – uma descrição comumente ouvida do que a logística deve fazer – , é mais do que uma frase de efeito. É na verdade, a essência do papel da logística no canal de marketing. Levar a quantidade certa dos produtos certos no lugar certo na hora certa não é um trabalho simples nem barato. Pelo contrário, os mercados de massa, com sua grande diver- sidade de segmentos de clientes espalhados por vastas áre- as geográficas, podem tornar cara e dispendiosa a tarefa da logística. 33CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO De fato, esse campo tornou-se tão complexo e sofisticado, que durante última década, surgiu uma indústria de muitos bilhões de dólares chamada de provedores terceirizados de logística ( DELL II, W.Frank. A classe for wholesale change. Super Market business, 1997 ). Essas empresas especializam-se em executar a maioria ou todas tarefas logísticas, que, normalmente, os fabricantes ou outros membros do canal executariam. Cabe salientar que a contratação desse “agente/ provedor logístico” deve ser muito bem mapeada, o contrato feito deve ser cuidadosamente elaborado para preservar o melhor traba- lho junto aos clientes. Um rompimento nesse tipo de atividade pode levar a sérias consequências de atendimento, por isso ter também um plano de contingência é algo interessante. Lembre-se que: quanto maior o canal mais complexo será essa questão de terceirização, e maior será o controle necessário. Sabemos, todavia, que atualmente temos grandes empresas muito bem estruturadas para essa função, mas cabe a nós fi- carmos atentos ao cenário em que estamos envolvidos. Abaixo, figura com questões básicas de um sistema logístico. Programação de materiais Controle de estoque/MP Compras Armazenagem Gestão informação Embalagem Transporte Processamento de pedidos Movimentação Logística 34CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Continuando a questão sobre características e funções do canal de marketing ( uma síntese ), achei interessante a explicação do autor ARBACHE, Fernando S. Gestão de Logística, distribuição e trade marketing. Rio de Janeiro: FGV 2007, vejam o que ele comenta: Não seria mais fácil para indústria oferecer, ela mesma, seus produtos aos clientes finais em vez de vendê-los para uma loja? Uma das características do varejo é a diversidade de produtos que ele oferece para o consumidor. Esse mix possibilita a escolha do produto que melhor satisfaz a necessidade de cada pessoa. Para manufatura concorrer no mercado de varejo deveria então oferecer produtos de seus concorrentes para compor mix de produtos, aumentando a complexidade da operação. Em um ambiente cada vez mais competitivo onde o foco é o core business, o varejo demandaria recursos e esforços que poderiam ser gastos no desenvolvimento de novos produtos (Novaes, 2001). Isso não implica que uma manufatura não possa oferecer produtos diretos ao consumidor. Existem algumas empresas como, por exemplo, Dell Computers, localizada em Eldorado do Sul (RS), que oferece seus produtos direto ao mercado pelos canais de venda: a loja virtual, call center e atualmente também alguns varejistas estão vendendo sua marca. No início a Dell tinha somente os canais de venda via loja virtual e call center, onde de certa forma obtiveram grande êxito. 35CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Pode ser mais rentável e menos oneroso para determina- dos segmentos, especializar-seem uma atividade específica e comercializar suas competências (core competence) do que atuar em diferentes áreas para cobrir todo processo de produção e entrega de um produto ou serviço. Para entender melhor o canal de distribuição, ele deve ser analisado sob ótica da logística, do marketing e de vendas. Para logística, distribuição física é um conjunto de processos operacionais coordenados, que possibilitam levar os produtos da manufatura até o ponto de venda (PDV), chegando ao consumidor final. O marketing e as vendas procuram analisar sob o aspecto de serviços associados aos produtos responsáveis pela compo- sição da cadeia de distribuição (Novaes 2001). O modo como os canais de distribuição são concebidos depende, diretamente, da estratégia competitiva de atuação da empresa. Novos tipos de canais com atenção cada vez mais dirigida ao consumidor final surgem como resultado de um ambiente cada vez mais competitivo. O uso da tecnologia da informação melhora o entendimento sobre as necessidades pontuais dos clientes, possibilitando saber qual a maneira mais rápida de se colocar o produto certo na hora certa no PDV. Ao estabelecer um canal de distribuição para seus produtos, uma empresa almeja, entre outras coisas (Novaes 2001): • Garantir a disponibilidade dos produtos nos locais onde de fato serão consumidos; para isso, é primordial identificar quais os consumidores certos para cada tipo de produto de uma deter- minada manufatura; o marketing de relacionamento pode obter informações pertinentes ao mercado, identificando o padrão de consumo de cada região, minimizando erros de demanda. 36CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO • Maximizar o potencial de vendas do produto trabalhando- -o no PDV´S determinando a posição mais adequada do produto nas lojas. • Desenvolver uma cadeia de suprimentos integrada e par- ticipativa, trocando informações precisas que melhorem a visibilidade de todos sobre as demandas reais; isso permite aos participantes da cadeia estruturarem-se, prevendo os recursos necessários. Estratégia de canal definida Kotler define estratégia de marketing como “os princípios gerais por meio dos quais uma unidade de negócios espera alcançar seus objetivos de marketing em um mercado-alvo”. Para Rosenbloom, 2009, embora paralela à definição de estratégia de marketing de Kotler, essa definição é mais es- pecífica, pois enfoca os princípios e direções para alcançar os objetivos de distribuição da empresa em vez de objetivos ge- néricos de marketing (que incluem preço, produto e objetivos de comunicação). Portanto, a estratégia de marketing de canal diz respeito ao aspecto de distribuição da estratégia de marketing, enquanto os três P ś do marketing mix tratam estratégias de produto, preço e comunicação. Como veremos em breve, a estratégia de canal, não obs- tante o enfoque relativamente específico, pode ser igual ou de maior importância em relação às outras variáveis estratégicas do marketing mix, bem como, vital importância para os objetivos e estratégias da empresa. Conforme Rosenbloom, 2009, para alcançar seus ob- jetivos de distribuição, virtualmente qualquer fabri- cante terá que se concentrar em seis decisões básicas de distribuição: 37CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO 1. Qual o papel que a distribuição deveria ter nos objetivos e estratégias gerais da empresa ? 2. Qual papel que a distribuição deveria ter no marketing mix ? 3. Como os canais de marketing da empresa deveriam ser desenhados para que seus objetivos de marketing fossem atingidos? 4. Quais os tipos de membros de canal deveriam ser sele- cionados para que seus objetivos de distribuição fossem atingidos? 5. Como gerenciar a organização externa de contatos (ca- nal de marketing) para implementar o desenho de ca- nal da empresa de forma eficaz e eficiente numa base contínua? 6. Como a performance do membro do canal pode ser avaliada? Portanto, essas seis decisões, segundo Rosenbloom, são o “coração e alma” da distribuição pelo ponto de vista do geren- ciamento do canal de marketing . 38CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Exercícios 1. Cite duas funções de um canal de marketing: 2. Canais de marketing existem para? 3. Segundo, Rosenbloom, 2009, quais são as seis decisões básicas que o fabricante terá que se concentrar para alcançar seus objetivos? 4. Segundo Novaes, 2001, ao estabelecer um canal de distribuição para seus produtos uma empresa almeja. Comente como se dá essa questão em vossa empresa: 39CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO TIPOS DE CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Veremos neste capítulo alguns modelos e tipos de canais de distribuição, isso é muito importante para podermos optar por um modelo e assim conseguirmos obter a máxima performance dentro do escopo! Vamos estudar alguns modelos de canais mais conhecidos e uitlizados, além de algumas características dos mesmos. 40CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Canal direto Canais diretos (nível zero) fabricante que vende diretamente ao consumidor final. Exemplo, Dell. Fabricante / Produtor ↓ Consumidor Canais diretos tendem a exigir maior investimento por parte das empresas em infraestrutura própria de distribuição, ao passo que canais indiretos tendem a tornar as empresas mais dependentes de seus intermediários. Canais indiretos Utiliza intermediários como agentes, corretores, represen- tantes, atacadistas e varejistas – para atingir seus consumidores. Exemplo: Coca Cola. Canal indireto – Nível um – Canal Varejista Fabricante / Produtor ↓ Varejista ↓ Consumidor Canal Indireto – Nível dois – Canal Atacadista Fabricante / Produtor ↓ Atacadista ↓ Varejista ↓ Consumidor 41CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Canal Indireto – Três níveis – Canal de Agente / Corretor Fabricante / Produtor ↓ Agentes ou corretores ↓ Atacadista ↓ Varejista ↓ Consumidor Canais não–tradicionais, segundo Lamb, 2004 Arranjos de canais não-tradicionais frequentemente aju- dam a diferenciar um produto de uma empresa dos produtos da concorrência. Os fabricantes podem decidir utilizar canais não-tradicio- nais como internet, canais de pedido pelo correio ou infomer- ciais para vender seus produtos, em vez de vender por meios tradicionais canais varejistas. Apesar dos canais não-tradicionais poder limitar a cobertura de uma marca, eles podem dar a um produtor que atenda a um mercado de nicho, uma forma de obter acesso ao mercado e atenção dos clientes sem precisar estabelecer intermediários de canal. Os canais não-tradicionais também podem abrir outro caminho para vendas, para empresas maiores. Por exemplo, agora os estudantes podem comprar refeições rápidas da Pizza Hut, Subway, entre outros. Canais adaptáveis, segundo Lamb, 2004 Muitas empresas estão descobrindo que não possuem ca- pacidade para atender a seus clientes de maneira completa em todas as situações. Participantes de canal inovadores estão reconhecendo que, ao compartilhar recursos com outros em 42CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO seus canais, podem tirar proveito de oportunidades para obter lucro. O conceito canal adaptável significa um canal de distri- buição f lexível e receptivo. Os canais adaptáveis são iniciados quando uma empresa identifica necessidades críticas, mas raras do cliente, que não têm recursos para atendê-las. Assim que essas necessidades são identificadas, a empresa pode fa- zer arranjos com outros participantes do canal para ajudar a satisfazer essas necessidades. Uma dessas empresas que utiliza o conceito de canal adap- tável é a Volvo GM. A Volvo estava enfrentando problemas para obter peças de reposição necessárias para reparos de emergência a beira da estrada, mesmo sabendo que os níveis de estoques eram bem altos. Para superar esse problema, a Volvo uniu-se com a FedEx Logistic. Agora, um revendedor que precisar de peças liga para um número telefônico grátis da FedEX, e as peças são enviadas e normalmente chegam na mesma noite. Esse arranjo ajudou a Volvo a eliminar três depósitos e a reduzir seus níveis de estoque em 15%. Canais dedistribuição, segundo Novaes, 2001, podem ser classificados como: Canais verticais Fabricante / Produtor ↓ Varejista ↓ Consumidor 43CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Nos canais verticais a responsabilidade sobre o produto é transferida de um intermediário para o próximo, ao se repas- sar o produto. O varejista geralmente é o último da cadeia e o único que tem contato direto com consumidor final. Nesse tipo de canal, a coleta e a interpretação dos dados a respeito do consumidor são realizadas pelo último membro da cadeia. As tendências de demanda são geradas pelos varejistas, que muitas vezes estimam em vez determiná-las, por causa do alto custo de implementação. Com aumento da variedade de produtos ofertados, a compreensão dos padrões de consumo torna-se ainda mais complexa. Canais Híbridos, segundo linha do autor ARBACHE, 2007: No canal híbrido as distribuições podem ser feitas por mais de um parceiro. Esse canal se destaca por separar o processo de venda do da distribuição. Todo relacionamento com consumidor é feito pela empresa e a distribuição, em geral, é terceirizada. Um exemplo é a empresa Becton-Dickison, que comercializa produtos hospitalares. Por serem muito específicos e com alto grau de complexidade, a comercialização exige, por parte do vendedor, conhecimento técnico sobre o produto e o uso correto. Por outro lado, os compradores em geral são instituições grandes, como hospitais que adquirem grandes lotes. O relacionamento entre esses dois membros deve ser bem estruturado e sem falhas, e a manufatura deve estar sempre atenta às novas necessidades do mercado. A comercialização é feita pela própria becton-Dickison, que contrata diversos distribuidores autorizados que fazem a entrega física. Ao hospital é permitido escolher o distribuidor que atenda melhor (Novaes, 2001). Por atender diversos clientes, esses distribuidores obtêm 44CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO escala operacional reduzindo o custo logístico. Isso não ocorreria com a Becton-Dickison se ela mesma fizesse a entrega final. A principal vantagem relacionada ao canal híbrido é o contato direto com consumidor final, obtendo informações estratégicas que possibilitam ao fabricante determinar as ten- dências de demanda. Um dos problemas encontrados no canal híbrido é a pos- sibilidade de um dos distribuidores trabalhar para empresas concorrentes como canal vertical, ou seja, o próprio distribui- dor realizar as vendas e o contato com consumidor. Por obter maior margem de lucro, o distribuidor pode dar preferência nas entregas para os produtos que comercializa. O surgimento do comércio eletrônico – e-commerce per- mitiu a diversas manufaturas oferecerem seus produtos direto aos consumidores, eliminando assim diversos intermediários do canal vertical, podendo chegar à configuração de canal híbrido. A General Motors adotou essa filosofia à venda de seu carro Celta, fabricado em Gravataí ( RS ). Em 2000, ano de lançamento, iniciou-se a venda pela web. Canais múltiplos, segundo linha do autor, ARBACHE, 2007 Quando um produtor seleciona dois ou mais canais para distribuir o mesmo produto a mercado-alvo, esse arranjo é chamado distribuição dupla ou múltiplos. Dessa forma, po- demos otimizar o desempenho da cadeia de suprimentos, uma maneira seria usar mais de um canal de distribuição. A diversidade de canais ofertados aos clientes permite atin- gir diversos tipos de consumidores, ampliando a atuação da empresa no mercado. Cabe salientar que um possível problema nesse tipo de canal é a possibilidade de concorrência entre os dois canais, reduzindo a rentabilidade de um deles inviabilizando sua operação. 45CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Propriedade dos canais de distribuição Existe uma classificação geral dos canais de distribuição quanto à extensão e à amplitude. A extensão de um canal diz respeito à quantidade de intermediários existentes na cadeia de suprimentos, chamados de níveis do canal , desde a manufatura até o consumidor final (Novaes, 2001). A amplitude de um canal, por sua vez, definida para cada segmento intermediário da cadeia de suprimentos, diz respeito ao número de empresas que atuam no mesmo nível de uma mesma cadeia. Existem três tipos de amplitude: • Distribuição exclusiva • Distribuição seletiva • Distribuição intensiva • Distribuição exclusiva: A distribuição exclusiva ocorre quando há apenas uma empresa por região demarcada pela manufatura. Esse tipo ocorre quando há exclusividade de venda de um determinado produto. Essa configuração existe, por exemplo, para produtos com alto emprego de tecnologia devendo a revenda possuir pessoas treinadas para dar suporte à venda. A distribuição exclusiva acontece também às empresas que pretendam preservar sua marca com atendimento personalizado. • Distribuição seletiva: A distribuição seletiva é quando há mais de uma empresa atuando no mesmo nível e em uma mesma região, mas de forma controlada pelo fabricante ou distribuidor. O objetivo é aumentar a capacidade de venda de um determinado produto. 46CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Esse tipo de ação existe para empresas com produtos que ne- cessitam de algum grau de treinamento para vendas. • Distribuição intensiva: A distribuição intensiva tem por objetivo atingir o maior número possível de localidades para que a empresa possa capi- talizar ao máximo a penetração de seus produtos. Esse tipo de canal é ideal para commodities agrícolas ou produtos de baixo custo. Agora que terminamos essa etapa dos conteúdos, seguem ilustrações de exemplos de canais. InstituiçõesInstaladoresEmpreiteirasConsumidores Varejo especializado em pisos Comércio de materiais de construção HomecentersComércio Atacadistas Fabricante Exemplo de canais de marketing para pisos: 47CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Varejistas médios Consumidores Consumidores Grandes varejistas Comércio Pequenos varejistas Instituições Governos Atacadistas Varejo de serviçoRepresentante dos fabricantes Agentes ou corretores Fabricantes Fornecedores de serviço Exemplo de canais de marketing para produtos eletrônicos: Exemplo de canais de marketing para serviços: 48CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO 49CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Exercícios 1. Desenhe um canal vertical de dois níveis, conforme Kotler . 2. Conforme Novaes, 2001, existem três tipos de distribuição , ver propriedades dos canais: 3. Amplitude. Qual tipo de distribuição você considera que sua empresa esteja inserida? Caso queiras, podes comentar de outra empresa que conheces. 4. Explique o que é um canal híbrido: 5. Explique o que é canal vertical: 50CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO BASES DE CONTROLE E CONFLITOS DO CANAL DE MARKETING A seguir veremos como “motivar os membros do canal” para obtenção de uma melhor performance, também veremos que base de poder garante maior gerência do canal, além do conflitos principais dos canais. Conforme Kotler, administrador de Marketing, a empre- sa precisa enxergar seus intermediários da mesma forma que enxerga seu consumidor final. Ela precisa identificar as suas necessidades e construir um posicionamento de canal de modo que sua oferta de canal seja talhada sob medida para fornecer valor superior a esses intermediários. 51CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Veremos como: • O primeiro passo para estimular os membros do canal a alcançar alto desempenho é ??? • Entender suas necessidades e desejos !!! • A empresa deve fornecer programas de treinamento, pro- gramas de pesquisas de mercado e outros programas de construção de capacidade para melhorar o desempenho dos intermediários. • A empresa deve SEMPRE deixar claro que considera seus intermediários como parceiros no esforço conjunto para satisfazer o consumidor final !!! Se seguirmos a linha de Rosenbloom, 2009, o autor nos diz que em termos de motivação dos membros do canal, estejam eles nos níveis de atacado ou varejo, desafio estratégico é encontrar os meios que garantam uma forte cooperação destes para alcançar os objetivosde distribuição dos fabricantes. Nesse contexto, a estratégia de canal envolve quaisquer ideias ou planos que o gerente do canal possa desenvolver para atingir o resultado esperado. Especificamente significa reunir o mix de táticas mais apropriado para motivar os membros do canal. Ainda conforme o autor, segue uma lista da técnicas mais comumente utilizadas para motivar os membros do canal, vejamos algumas: • Pagar “bonificações” ( em troca de espaço na gôndola, por exemplo ) maiores que os fabricantes concorrentes. • Proporcionar forte suporte publicitário e promocional aos membros do canal. • Oferecer aos membros do canal acordos de negociações exclusivas. • Proporcionar apoio logístico superior aos membros do canal. 52CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO • Oferecer assistência financeira aos membros do canal. • Oferecer assistência de gestão e treinamento aos membros do canal. • Proporcionar aos membros do canal territórios protegidos. • Gerar informações sobre clientes e passá-las aos membros do canal. Cabe ao gerente estudar e escolher qual é a melhor tática para conseguir uma melhor performance do canal. As bases do poder para controle do canal Poder do canal, segundo Lamb, 2004, é a capacidade de um membro do canal de marketing de controlar ou influenciar o comportamento de outros membros do canal. O controle do canal ocorre quando um membro afeta o com- portamento de outro membro. Para conseguir controle, um parti- cipante assume a liderança do canal e exerce autoridade e poder. Esse participante é designado líder do canal ou capitão do canal. Em canal de marketing, um fabricante pode ser líder por- que controla os projetos e a disponibilidade de novos produtos. Em outro, um varejista pode ser líder do canal porque exerce poder e controle sobre o preço de varejo, níveis de estoques e serviços de pós-venda. Vejamos o que Philip Kotler – Adm. De Marketing 12ed, ccomenta sobre o poder do canal: a habilidade dos fabricantes para gerenciar os distribuidores varia bastante. Logo, o poder do canal pode ser definido como a habilidade de mudar o compor- tamento dos membros do canal rumo a uma atitude cooperativa. Acredito que com essas duas linhas de raciocínio fica claro o papel do poder do canal como controle. 53CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Alguns tipos de poderes para conseguir cooperação dos membros do canal de marketing • Poder coercitivo: conforme Rosenbloom, 2009, o poder co- ercitivo é essencialmente o oposto do poder de recompensa. Nesse caso, o poder de um membro do canal sobre outro é baseado na expectativa de que o primeiro será capaz de punir o segundo, caso ele não se submeta às tentativas de influência do primeiro. • Poder de recompensa: seguindo Rosenbloom, 2009, essa fonte de poder diz respeito à capacidade de um membro do canal de recompensar o outro se o segundo se submeter-se à influência do primeiro. • Poder legitimado: para Rosenbloom, 2009, essa base de poder deriva de normas internalizadas em um membro de canal, que determinam que outro membro do canal tenha um direito legítimo de influenciar o primeiro, por exemplo, um contrato formal, com isso existe a obrigação de aceitar essa influência. Exemplo: uso em franquias e outras formas de contrato. Alguns problemas relacionados a este poder: • Problemas de pensar que antiga estrutura vertical se comporta da mesma forma que estrutura contratual. • Contratos feitos sem os devidos critérios. • Poder referenre: Rosenbloom, 2009 nos diz que quando um membro do canal percebe que suas metas são altamente correlacionadas com as metas de outro membro, é provável que exista uma base de poder referente. Em outras palavras, os membros se sentem muito orgulhos e motivados por seguirem um membro que tenha reconhecimento no seu negócio, ou seja, que este membro, por exemplo, seja um “ 54CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO benchmark” de mercado. Empresas como IBM, CATER- PILLAR, HP apresentam alto poder de referência. Alguns problemas relacionado a este poder: • Confiança abalada no caso do uso errôneo da imagem e da marca. • Poder do conhecimento: segundo Neves, 1999, uso do conhecimento em técnicas de promoção no ponto de venda e outras. Isso pode: • Gerar alta economia de escala. • Criar estrutura do negócio. • Prover capacidade de aprendizado e treinamento. Problemas que podem surgir: Confiança abalada em caso de erros no conhecimento e sugestões dadas através deste. • Poder da persuasão: Conforme, Neves, M.F. Um modelo para planejamento de canais de distribuição no setor de alimentos, 1999. Apelo racional com base no tamanho, posição financeira, conhecimento e concentração. Não é em ameaças, mas no seu papel como líder. Isso pode: • Oferecer grandes descontos para ganhar concorrências ou pedidos. • Ter espaços nas prateleiras. • Cobrar por espaço. Alguns problemas podem ocorrer: • Questões éticas. • Problemas legais. 55CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO • Poder da informação: conforme Neves, 1999 Dados sobre custos e vendas e preços usados para inf luen- ciar a negociação. Exemplos: dados escaneados (cuidado nesta questão). Isso é correto? Problemas: • Pode ficar restrito a esta habilidade, que pode não ser sustentável. • Problemas éticos e de corrosão no relacionamento. Conflito no canal de Marketing Conforme Rosenbloom, 2009, dado que o canal de marke- ting é um sistema social, não há como escapar da dimensão comportamental fundamental inerente a todos os sistemas sociais – o conflito. Embora haja muitas definições de conflito, no contexto canal de marketing diz-se que existe conf lito quando um membro do canal percebe que as ações de outro membro estão impedindo a realização de suas metas. Algumas causas do conflito do canal, segundo Rosenbloom, 2009 • Incongruências de papéis: um papel é um conjunto de prescrições que definem como deveria ser o comportamento de cada um dos membros do canal em suas posições. Quan- do aplicado ao canal de marketing, qualquer membro do canal tem um série de papéis que se espera que ele cumpra. Por exemplo, espera-se de um franqueador que ele forneça extensa assistência administrativa e apoio promocional aos franqueados. Em troca, espera-se que os franqueados operem de total acordo com o padrão de procedimentos operacionais do franqueador. 56CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO • Escassez de recursos: às vezes, o conflito origina-se de uma discordância entre membros do canal sobre alocação de alguns valiosos recursos necessários para atingir suas respectivas metas. Exemplo comum disso é a distribuição dos varejistas a serem atendidos entre um fabricante e os atacadistas. Os varejistas são vistos por ambos, fabricante e atacadista, como recursos valiosos necessários para alcançar seus objetivos de distribuição. Frequentemente, o fabricante decidirá manter alguns dos varejistas de volumes mais altos como house acconts (lojas para os quais o fabricante venderá diretamente). Isso conduz objeções por parte do atacadista sobre o que é considerado como uma alocação desfavorável desse recurso ( os varejistas ). Esse tipo de conduta normal- mente gera ou conduz a algum conflito. • Diferenças de percepção: refere-se ao modo como um indivíduo seleciona e interpreta estímulos ambientais. A maneira como são percebidos tais estímulos é frequentemente muito diferente da realidade objetiva. Em um contexto de canal de marketing, vários membros do canal podem per- ceber os mesmos estímulos, mas podem interpretá-los de forma bastante diferente. Exemplo comum disso no canal de marketing está no uso de displays no ponto de venda ( PDV ). Os fabricantes que os fornecem, normalmente percebem o PDV como valiosa ferramenta promocional necessária para girar os produtos nas estantes dos varejistas. O varejista, por outro lado, frequentemente entende que o material no PDV é uma parafernália inútil e só serve para ocupar valioso espaço no chão. • Diferenças de expectativa: vários membros do canal têm expectativas sobreo comportamento de outros membros do canal. Na prática, essas expectativas são previsões relativas aos comportamentos futuros de outros membros do canal. • Incompatibilidade de metas : cada membro do canal de marke- ting tem suas próprias metas. Quando essas metas de dois ou mais membros do canal são incompatíveis, pode acontecer um conflito. 57CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO • Discordância no domínio da decisão : explícita ou implicita- mente, os membros dos canais esculpem para si próprios uma área de tomada de decisão que acreditam ser exclusivamente sua. Em sistemas contratuais de canal, como das franquias, esses domínios de decisão são bastantes explícitos e normalmente são explicados meticulosamente no contrato da franquia. Aluno, para facilitar seu entendimento: o fabricante muitas vezes quer dar “palpite no preço” que o varejista vai vender, por sua vez o varejista entende que após sua compra ( pro- duto do fabricante ) ele é que deve decidir o preço. Não existe certo e nem errado, cabe uma análise do mercado, produto e dependência um do outro ( fabricante / varejista ) para uma melhor decisão. O fato é que essas questões geram conflitos . • Dificuldades de comunicação: a comunicação é o veículo para todas as interações entre os membros do canal, sejam tais inte- rações cooperativas ou conflitantes. Estrago ou desarranjo nas comunicações pode rapidamente virar uma relação conflitante. Algumas causas de dificuldade de comunicação: proble- mas com linguagem, frequência inadequada de comunicação, questões de comportamento tímido ou reservado, etc. Conflito horizontal Ocorre entre os membros do canal que estão no mesmo nível. Exemplo comum, ocorre nas concessionárias de veículos, algumas são mais agressivas mesmo estando em uma mesma área de atuação. Conflito vertical: Ocorre quando há conflito em diferentes níveis do mesmo canal. Exemplo: alguma imposição de vendas de um fabricante sobre seu revendedor, imposição de serviços ao revendedor, etc. Conflito multicanal Ocorre quando fabricante desenvolve dois ou mais canais para vender em um mesmo mercado. 58CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Exercícios 1. O que é um conflito vertical ? Cite exemplos. 2. O que é um conflito horizontal ? Cite exemplos . 3. Cite algumas causas do que geram conflitos em um canal de marketing, segundo, Rosenbloom, 2009. 4. Explique o que é poder legitimado em um canal de marketing . 5. Segundo, Rosenbloom, 2009, o que pode ser feito para motivar os membros do canal ? 6. Desenhe um canal que apresenta um conflito de multicanal . 59CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Referências ARBACHE, F. S. Gestão de Logística, Distribuição e Trade Marketing. Rio de Janeiro: FGV, 2006. KOTLER, P. Administração de Marketing. 12 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2006. LUMARE JÚNIOR, Giuseppe. Valor econômico do cliente no transporte: uma teoria das encomendas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 2ª Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. NOVAES, A. G. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição. 3 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2007. RODRIGUES, P. R. A. Introdução aos sistemas de transportes no Brasil e à logística internacional. 4 ed. São Paulo: Aduaneiras, 2007. ROSENBLOOM, Bert. Canais de marketing: uma visão gerencial. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. SCHIER, Carlos Ubiratan da Costa. Gestão de Custos. 2ª ed. Curitiba: Ibpex, 2011. TAYLOR, David A. Logística na Cadeia de Suprimentos: uma perspectiva gerencial. São Paulo: Pearson Addison-Wesley, 2005. VIEIRA, Guilherme Bergmann Borges (org.). Logística e distribuição física internacional: teoria e pesquisas. 1ª ed.. São Paulo: Lex Aduaneiras, 2006. Canais de Distribuição conceitos e introdução Tipos de Canais de Distribuição Crescente importância dos Canais de Marketing Determinação do canal de distribuição da empresa Características dos clientes Característica dos produtos Características dos Concorrentes Característica da Empresa Característica Meio Ambiente Característica dos Intermediários Quem pertence ao Canal de Marketing? Fabricantes e Produtores Intermediários Canais de Distribuição, características no processo de distribuição Organização para Distribuição Funções de Canal de distribuição/ Marketing? O papel da logística no canal de marketing Estratégia de canal definida Tipos de Canais de Distribuição Canal direto Canais indiretos Bases de controle e conflitos do canal de marketing As bases do Poder para Controle do Canal Alguns tipos de poderes para conseguir cooperação dos membros do canal de marketing Conflito no Canal de Marketing
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