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Apostila Grigada - PPMG - 2020

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Prévia do material em texto

1 
 
 
 
2 
 
Conteúdo programático para estudo da 1ª Etapa (Prova Objetiva). 
 
 Língua Portuguesa 
1. Compreensão e interpretação de textos 06 
2. Tipologia textual 07 
3. Ortografia 13 
4. Acentuação 15 
5. Morfologia 18 
6. Uso do sinal de crase 20 
7. Sintaxe 22 
8. Pontuação 23 
9. Concordância nominal e verbal 29 
 
Direitos Humanos 
1. Grupos vulneráveis e o sistema prisional 32 
2. Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento dos Presos 34 
3. Teoria Geral dos Direitos Humanos 49 
4. Direitos Humanos na Constituição Federal 52 
5. Declaração Universal dos Direitos Humanos 60 
6. Convenção Americana de Direitos Humanos 65 
7. Protocolo das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão 
e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres e Crianças 83 
8. Convenção Contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes 91 
 
Código de Ética e Estatuto do Servidor Público do Estado de Minas Gerais 
1. Lei Estadual nº 869/1952 e suas alterações posteriores (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do 
Estado de Minas Gerais) 101 
2. Decreto nº 46.644/2014 (Dispõe sobre o Código de Conduta Ética do Agente Público e da Alta 
Administração Estadual) 144 
3. Decreto Estadual nº 46.060/2012 (regulamenta a Lei Estadual Complementar nº 116/2011, que dispõe 
sobre a prevenção e a punição do assédio moral na Administração Pública Direta e Indireta do Poder 
Executivo Estadual) REVOGADO 154 
 
Conhecimentos Específicos 
1. Lei Federal n.º 7.210/1984 (Institui a Lei de Execução Penal) e alterações posteriores 155 
2. Lei Federal n.º 9.455/1997 (Lei da Tortura) e alterações posteriores 193 
3. Lei Federal nº 13.869/2019 (Abuso de Autoridade) 194 
4. Lei Federal nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) 202 
5. Lei Federal nº 12.850/2013 (Organização Criminosa) 213 
6. Lei Estadual n.º 11.404/1994 (Contém Normas de Execução Penal) 224 
7. Lei Estadual 21.068/2013 (Porte de arma do agente de segurança penitenciário) 245 
8. Decreto nº 40/1991 (Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou 
Degradantes) 246 
9. Decreto nº 98.386/1989 (Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura) 246 
10. Decreto 47.087/2016 (Secretaria de Estado de Administração Prisional) 250 
11. Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei n° 2.848/40 e suas alterações posteriores: art. 21 a 40) 250 
 
 
 
3 
 
Olá Guerreiro, 
 Inicialmente gostaria de agradecer a você que optou por se preparar com meu auxílio, a ideia 
deste material não é passar apenas o conteúdo cobrado na ultima prova, isto qualquer curso ou breve 
pesquisa na internet; poderia lhe proporcionar. O diferencial da ASSESSORIA esta em propiciar ao aluno 
um material grifado de forma esquematizada, vou te explicar sobre meu método. 
 Você não encontrará nada semelhante, provavelmente você acessou minha pagina no Instagram e 
já conhece minha formação, dentre as descrições destaco aquela que se relaciona diretamente ao seu 
objetivo: Primeira colocada na prova objetiva do PSS/2009 e Primeira colocada no Concurso de 2013, o 
estudo para alcançar estas colocações me proporcionou a oportunidade de identificar os pontos com maior 
relevância e com possibilidades reais de se tornarem questões, e com esta visão grifo os materiais nos 
pontos que realmente merecem atenção, claro que sempre indico aos alunos a leitura completa do conteúdo, 
e posteriormente um foco maior aos pontos grifados. 
 Tomando gosto por lecionar já lhe adianto sou formada em Direito, aprovada no Exame da OAB 
antes de me formar, Pós Graduada em Gestão Pública, além de Professora de curso preparatório 
presencial, Instrutora de curso de formação técnico profissional, e responsável pela ASSESSORIA ONLINE 
de mais de 200 alunos no último PSS, sendo que 80% destes aprovados, inclusive em excelentes colocações 
em todos as Regiões Integradas de Segurança Pública. Atualmente preparo alunos para diversas Carreiras 
Policiais. 
A carreira de Agente de Segurança Penitenciário evoluiu para POLÍCIA PENAL e chama atenção de 
muitos candidatos, alguns diferenciais atuais se tornaram atrativas, como a exigência de nível médio e a 
possibilidade de concorrer a uma vaga sem idade limite, o salário, as escalas e valorização crescente 
também são grandes atrativos, por isso a importância de se preparar com antecedência. 
ATENÇÃO PARA AS CORES DESTACADAS: 
Muita atenção aos pontos grifados com esta cor. 
Analise com atenção, apesar de não ser tão relevante quanto à primeira cor. 
Ao encontrar palavras neste formato, negrito e vermelho, se possível 
anote e releia, são palavras chaves. 
 
“Sorte é a forma que os preguiçosos nomearam a dedicação e sucesso alheio” 
Qualquer coisa estou sempre em: QAP TOTAL - Professora Débora 
 
 
DICAS ESSENCIAIS PARA UMA BOA PREPARAÇÃO 
Referência:https://brasilescola.uol.com.br/dicas-de-estudo/10-dicas-para-melhorar-concentracao-nos-estudos.htm 
 
 
Estudar nem sempre é uma das melhores atividades que precisamos realizar. Além disso, o nosso cérebro 
parece estar treinado a nos boicotar: ele coopera na concentração em um jogo virtual, por exemplo, mas se 
distrai facilmente na hora de encarar um livro de estudos para uma prova. 
 
 
A solução para esse impasse pode estar na organização e elaboração de estratégias de estudo para treinarmos 
o nosso cérebro a ser fiel. Um estudo concentrado pode poupar tempo e gerar resultados mais satisfatórios e 
com qualidade, independentemente da quantidade de horas de estudo por dia. 
 
4 
 
1. Leia, mas escreva também O estudo feito só por meio da leitura não é tão eficiente. O estudante pode se 
pegar facilmente distraído no decorrer das páginas. Por isso, escreva! Faça esquemas, transcreva partes 
importantes e organize resumos. 
2. Escreva à mão 
Com as pessoas totalmente adaptadas aos teclados dos computadores, escrever à mão pode soar meio arcaico 
ou ainda gerar um pouco de preguiça. No entanto, estudos mostram que, enquanto a pessoa escreve, uma 
linha de raciocínio é formada e a atenção naquilo que se escreve é bem maior do que se ela estivesse 
digitando. 
3. Afaste interferências 
A hora do estudo deve ser sagrada, por isso, afaste tudo que possa lhe chamar a atenção e desviar o foco. Se 
possível, desligue ou mantenha no silencioso aparelhos telefônicos, feche páginas da internet alheias ao 
conteúdo de estudo, desligue a televisão. Separe apenas o material de estudo e concentre-se nele. 
4. Mapas mentais e uso de cores 
No tópico sobre escrever a mão, relatamos a importância dessa prática, mas não se trata de sair escrevendo 
todo trecho dito importante, pois, dessa forma, você escreveria outro livro, só que menor. O ideal é utilizar 
esquemas, os ditos mapas mentais: informações sucintas que se inter-relacionam com outras. E mais: usar 
cores. Setas coloridas, palavras grifadas em outro tom, “caixas de atenção”, que atraem o olhar do estudante 
para alguma informação em destaque. 
5. Estude sozinho 
Estudar em grupo pode até parecer interessante no sentido de compartilhar saberes, mas, em um primeiro 
momento, é melhor que o estudante opte por realizar a atividade sozinho. Afinal, com os colegas, o estudo 
pode ser desfocado por conversas paralelas, e a qualidade do aprendizado, prejudicada. Para os professores, 
uma boa ideia é explicar a matéria para si mesmo, como se estivesse dando uma aula. 
6. Revise a matéria 
De nada adianta você estudar um cronograma inteiro e só no final realizar a revisão. O processo de revisão 
deve ser contínuo, por isso, releia a matéria dada em sala deaula no mesmo dia. Além disso, tire um dia no 
final de semana para revisar a matéria da semana e realizar exercícios. Essa prática deixa seu cérebro mais 
acostumado à rotina. 
7. Organize o local de estudo 
Antes de começar a maratona, deixe tudo que você precisa organizado e separado: livros, cadernos, canetas, 
computador. Estudar em um local onde as coisas estão bagunçadas pode tirar sua concentração. O simples 
fato de ter que procurar por uma caneta já pode desviar a sua atenção para outras coisas. 
8. Faça um cronograma de estudo e respeite seu tempo 
É extremamente fundamental que o estudante elabore um cronograma de estudo e, principalmente, que esse 
cronograma atenda o seu ritmo de estudos. Estudar com organização de tempo e conteúdo pode ser mais 
eficiente e gerar bons resultados. O estudo aleatório causa desconcentração, uma vez que não se segue uma 
rotina, e o cérebro acaba vendo cada dia uma coisa diferente. Além disso, é importante respeitar o seu tempo 
de estudo. É melhor você estudar três horas por dia com bastante concentração do que seis horas sem a 
atenção devida. 
9. Esteja fisicamente bem 
Esteja fisicamente bem ao iniciar os estudos. Alimente-se e durma bem. Estudar com fome ou sono não será 
proveitoso. É preciso ter energia para ter um bom rendimento. Atividades físicas regulares também podem 
ajudar nesse período. 
10. Crie um “ritual” e mentalize a rotina daquele dia 
Todo dia antes de começar a estudar, crie um pequeno ritual, seja levar uma jarra de água para a mesa, seja 
organizar os livros de acordo com o que se vai estudar no dia. Sente-se, respire fundo e mentalize todo o 
conteúdo que deverá ser visto, a sequência de estudos, os exercícios. Dessa maneira, seu cérebro irá se 
acostumar que a partir daquele momento não tem brincadeira mais, é hora de estudar. 
 
 
5 
 
 
 
 
Língua 
Portuguesa 
 
 
 
 
Recomendo complementar a leitura assistindo os vídeos indicados no anexo 01 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
1. Compreensão e interpretação de textos 
Saber o que é compreensão e interpretação de texto é essencial para dominar essas matérias e analisar 
adequadamente os conteúdos. Inclusive, essa habilidade está entre as mais cobradas no Enem, em 
vestibulares e concursos públicos. Para conferir todos os detalhes e melhorar suas notas. 
 
O que é compreensão de texto? 
A compreensão faz uma análise objetiva do texto, buscando decodificá-lo e verificar o que realmente está 
escrito, assimilando as principais palavras e ideias presentes no conteúdo e coletando dados e informações 
concretas. 
De maneira geral, os enunciados de questões que pedem a compreensão de um texto utilizam as seguintes 
expressões: 
 O autor afirma que… 
 O autor sugere… 
 Segundo o texto… 
 O autor/narrador do texto diz que… 
 O texto informa que… 
 No texto… 
 De acordo com o autor… 
 Na opinião do autor do texto… 
 Tendo em vista o texto… 
 O autor sugere ainda… 
 De acordo com o texto… 
 
O que é interpretação de texto? 
Já a interpretação de texto trata-se daquilo que podemos concluir sobre ele, estabelecendo conexões entre o 
que está escrito e a realidade. Essas conclusões são feitas analisando as ideias do autor, sendo que 
essa análise é subjetiva. 
 
A interpretação de um texto requer: 
 Existência de conhecimento prévio quanto ao assunto/conceito abordado no texto; 
 Aquisição de conteúdos por parte do leitor que possibilitem uma interpretação mais abrangente; 
 Apreciação pessoal e crítica por parte do leitor já que, de alguma forma, a interpretação sempre 
depende das considerações feitas por quem está lendo o texto. 
 
De forma geral, os enunciados de questões que pedem a interpretação de um texto utilizam as seguintes 
expressões: 
 Conclui-se do texto que… 
 O texto permite deduzir que… 
 Diante do que foi exposto, podemos concluir… 
 É possível subentender-se a partir do texto que… 
 Qual a intenção do autor quando afirma que… 
 O texto possibilita o entendimento de que… 
 Infere-se do texto que… 
 Com o apoio do texto, infere-se que… 
 O texto encaminha o leitor para… 
 
Afinal, O que é compreensão e interpretação de texto? 
Podemos dizer que a maior diferença entre compreensão e interpretação de texto é que a compreensão 
está relacionada aos dados concretos e objetivos do texto, enquanto que a interpretação se refere a uma 
análise mais subjetiva e com interferência dos conhecimentos prévios do leitor sobre o conteúdo. 
 
Tabela – Qual a diferença e O que é compreensão e interpretação de texto 
Para melhor fixar o aprendizado, apresentamos esta tabela simples que demonstra a diferença de 
compreensão e interpretação. 
 
7 
 
Item Compreensão Interpretação 
 O que é 
Analisa estritamente o que está escrito 
no texto, compreendendo, de forma 
objetiva, as frases e ideias presentes. 
Aquilo que se conclui sobre o 
texto. É a maneira que o leitor 
interpreta o conteúdo. 
Informação 
Todas as informações estão presentes 
no texto. 
A informação está fora do texto 
(ou além do texto), mas possui 
forte conexão com ele. 
Análise Preza pela objetividade. Trabalha com a subjetividade. 
 
Essas dicas de o que é compreensão e interpretação de texto são essenciais, fazendo com que durante as 
aulas e principalmente nos momentos de prova, você tenha maior segurança e obtenha as melhores notas. 
Vejamos quais são essas dicas. 
 
Ler todo o texto atentamente 
O primeiro passo para compreender e interpretar bem um texto é fazer uma leitura completa e sem pressa. 
Um dos maiores erros dos estudantes é ler o texto correndo na hora de uma prova e fazer uma análise 
precipitada. 
 
Reler o texto 
Sim. Além de ler o texto todo com calma é necessário reler no mínimo uma vez, já que durante essa segunda 
leitura você consegue analisar as ideias com maior clareza. 
 
Sublinhar as ideias mais importantes 
Essa é uma dica de ouro para diferenciar o que é compreensão e interpretação de texto. Durante a 
releitura, aproveite para sublinhar as palavras e frases mais importantes. Para fazer isso, tente pensar na 
“regra” do Instagram quanto ao uso das hashtags, ou seja, focar realmente nas palavras e ideias centrais do 
conteúdo. 
 
Separar fatos de opiniões 
Para diferenciar a compreensão de interpretação, tenha sempre isso em mente: a compreensão está mais 
ligada a fatos, enquanto que a interpretação está associada a uma opinião. 
 
Com essas dicas sobre o que é compreensão e interpretação de texto, você terá muito mais facilidade 
durante as aulas de português e nas provas. 
 
 
2. Tipologia textual. 
Tipologia textual é um assunto importantíssimo para quem está estudando para concurso público. 
Provavelmente este é um tópico da sua prova de Língua Portuguesa ou Redação, e deve ter toda a sua 
atenção na preparação. 
De maneira geral, podemos definir tipologia textual como a classificação de um texto de acordo com sua 
forma, estrutura e conteúdo. Existe uma variedade enorme de entendimentos sobre a forma correta de definir 
os tipos de texto. 
Embora haja uma discordância entre várias fontes sobre a quantidade exata de tipos textuais, vamos 
trabalhar aqui com 4 tipos essenciais: 
1. Texto narrativo 
2. Texto dissertativo 
3. Texto descritivo 
4. Texto injuntivo 
 
8 
 
Além de metodologicamente ficar mais fácil de entender, essa divisão está de acordo com o que os editais de 
concurso cobram, e não é resumida, embora pareça. Isso porque esses tipos têm subdivisões, a depender da 
forma como forem aplicados. 
Aqui vamos aprender ponto a ponto o que são esses tipos textuais e suas características, suas subdivisões, e 
exemplos. 
Diferença entre Tipo textual e Gênero textual 
Antes de começarmos a identificar as peculiaridades de cada tipo, quero lhe alertar para uma pegadinha bem 
comum: a confusão entre tipo e gênero textual. Enquanto o tipo é a classificação do texto de acordo com a 
sua estrutura, conteúdo e forma, o gênero se refere mais à classificaçãocultural e histórica de um texto. 
São exemplos de gênero textual: romance, poema, reportagem, artigo, notícia, receita etc. Cada gênero 
textual costuma ter mais ou menos as características de determinado tipo. 
O gênero romance, por exemplo, frequentemente tem as características do tipo narração. Um artigo costuma 
se enquadrar no perfil da dissertação, e por aí vai. 
Podemos dizer que os gêneros textuais são como países, e os tipos textuais são como línguas. 
Os Estados Unidos e a Inglaterra são países, mas ambos falam inglês. O conto e o romance são gêneros 
textuais, mas ambos são narrativas. 
O que é uma Narração Agora vamos passar ao estudo de cada tipologia textual propriamente dita. Para 
começar vamos falar sobre a narração. 
Uma das características do tipo de texto narrativo é a organização de fatos, ao longo do texto, em episódios. 
Se eu pudesse resumir a narração em uma palavra, eu diria que ela é uma história. Na narração nós 
encontramos personagens, reais ou não, que são os referenciais para o desenrolar da história. Os fenômenos 
vão ocorrendo no decorrer dos episódios até chegar num desfecho, a conclusão, ou “final”, da narrativa. Em 
uma narração sempre haverá alguém que conta a história. 
Veja os tipos de narrador existentes: 
Narrador Onisciente É aquele que “sabe de tudo” da história. A narradora onisciente fala sobre os 
detalhes da narrativa, dando características de lugares, sentimentos e pensamentos do personagem. A 
narradora onisciente fala até mesmo de mais de um fato ocorrendo simultaneamente em locais 
diferentes. 
O narrador onisciente pode ser neutro, quando não manifesta suas opiniões durante a narração, ou seletivo, 
quando opta por defender algum ponto de vista durante a história. 
Narrador Observador 
O narrador observador é aquele que não tem uma visão de todos os aspectos que ocorrem na história. Ele 
visualiza a narrativa de apenas um ângulo, e não tem acesso a pensamentos, emoções e fenômenos internos 
aos personagens. 
Narrador Personagem 
É o caso do narrador que faz parte da história. Também é conhecido como “narrador em primeira 
pessoa”. Ele tem uma visão própria dos acontecimentos, de acordo com a sua experiência e visão de mundo. 
É muito utilizado por possibilitar o suspense na história, já que o leitor vai descobrindo junto com o 
personagem/narrador todos os detalhes da narrativa. 
 
9 
 
Narração dialogal ou conversacional 
Alguns estudiosos dos tipos textuais consideram o que chamam de tipo dialogal ou conversacional. Esse 
texto seria caracterizado pela predominância de diálogos e conversas em sua estrutura. Mas esse não é 
um tipo específico, e sim uma subdivisão do tipo narrativo, já que também conta uma história (de uma 
conversa). Então, se você ouvir falar do tipo dialogal ou conversacional, lembre-se que ele é uma narração 
construída predominantemente com diálogos. 
Narração preditiva, ou predição 
Mais uma subdivisão do tipo narrativo é a predição, que nada mais é que uma previsão do que irá ocorrer. 
Quando um astrólogo faz uma previsão (ou predição), ele narra os acontecimentos. Geralmente há 
personagens, o desencadeamento de episódios e fatos e um fechamento ou conclusão. Logo, podemos 
entender que o tipo textual predição é nada mais, nada menos, que uma narração preditiva. 
Sequência ou enredo da Narração 
Toda narração possui um enredo, ou sequência. É uma estratégia de organização da narração para que ela 
faça sentido para o leitor. O enredo bem construído deixa o leitor atento a toda a história. 
São partes da sequência de uma narração: 
 Apresentação: como o próprio nome diz, apresenta os personagens, lugares e tempo em que a 
narrativa ocorre. 
 Complicação: é quando os conflitos da história começam a ocorrer, trazendo expectativa e suspense 
em quem lê. 
 Clímax: é o momento de maior tensão da história. É quando é gerada no leitor a ânsia pelo desfecho. 
 Desfecho: é a resolução final da história. O final. 
 
Exemplos de Narração 
Agora que você conhece as principais características de cada tipologia textual, vamos ver alguns exemplos 
de cada tipologia, para aprender na prática como elas são construídas. 
Para iniciar, um conto do escritor Luís Pimentel, retirada do livro “Grande homem mais ou menos”: 
As chuteiras do pai 
Do pai, só conheceu a fama. Sabia que tinha sido o maior apoiador que a cidade já vira jogar, envergando a 
camisa do Esporte Clube Simpatia e também a da seleção local, nos famosos campeonatos intermunicipais. 
Partiu cedo, o pai, e quase não pôde deixar. Ficaram algumas dívidas para a mãe saldar e um par de chuteiras 
para ele. O sonho era vestir a camisa do Simpatia e calçar as chuteiras do pai, tão logo os pés estivessem no 
ponto. Quando sentiu finalmente o couro ajustado ao meião, caprichou na graxa e na flanela pouco antes de 
entrar no campo do bairro. As chuteiras do pai brilhavam tanto quanto os olhos do rapaz, cumprimentando 
os torcedores que se acotovelavam à beira do campo, ouvindo os comentários: 
– É filho do falecido. Estreia hoje no time, jogando na mesma posição e calçando as chuteiras que foram 
dele. 
Só aos vinte anos de jogo encontrou a bola, assim mesmo para dar um passe mal feito. Pouco depois a sobra 
na entrada da área, quando descia no apoio. A grande chance na falha do adversário, bola sobrando na área, 
 
10 
 
oferecida, era só bater de jeito. Pegou mal com a esquerda e ainda pisou em um buraco com a direita, saindo 
um chutezinho fraco, para fora. Caiu meio desengonçado e ouviu as gargalhadas dos torcedores. Pediu 
substituição no intervalo e não voltou mais aos treinos. Tirou a poeira das chuteiras e mandou consertar uma 
trava amassada. Guardou no armário, onde o pai guardava e de onde jamais deveria ter saído.Não daria para 
ele, era certo. Talvez para o filho dele, um dia, quem sabe. 
Autor: Luiz Pimentel 
Outro exemplo interessante de narrativa é o famoso poema “Quadrilha”, de Carlos Drummond de 
Andrade. Veja: 
João amava Teresa que amava Raimundo 
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili 
que não amava ninguém. 
João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento, 
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, 
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes 
que não tinha entrado na história. 
Autor: Carlos Drummond de Andrade 
OUTROS EXEMPLOS DE NARRAÇÃO: crônicas, novelas e romances. 
O que é uma Dissertação 
Passemos agora para o segundo tipo textual do nosso estudo: a dissertação. A tipologia dissertativa tem-se a 
intenção de explicar, provar, analisar, expor ideias e/ou discutir determinado assunto. Na dissertação, o 
escritor geralmente defende uma tese ou expõe uma série de fatos e ideias que levam a uma constatação. O 
texto dissertativo é impessoal e utiliza-se de estruturas lógicas para se sustentar. Existem duas subdivisões na 
tipologia dissertativa: a dissertação expositiva (exposição) e a dissertação argumentativa (argumentação). 
Dissertação Argumentativa 
Na dissertação argumentativa há a intenção deliberada de convencer o leitor sobre um ponto de vista 
específico. Para isso, é apresentada uma tese, que é discutida e sustentada ao longo do texto, até chegar à 
conclusão. Nas provas de redação para concurso é o tipo textual mais cobrado. 
A estrutura de uma Dissertação Argumentativa 
Geralmente, as dissertações argumentativas possuem três partes principais: introdução, desenvolvimento e 
conclusão. Veja qual o papel de cada uma delas: 
 Introdução – apresenta a tese, o ponto de vista do autor. 
 Desenvolvimento – apresenta os argumentos que sustentam logicamente o ponto de vista defendido 
na introdução. 
 Conclusão – faz referência a tudo que foi discutido no texto e apresenta criticamente possibilidades 
de intervenção no problema discutido. 
A estrutura sugerida para a construção de uma dissertação argumentativa em provas de concurso é a 
seguinte: 
 PARÁGRAFO 1 = Introdução 
 
11 
 
 PARÁGRAFO 2 = Desenvolvimento1 
 PARÁGRAFO 3 = Desenvolvimento 2 
 PARÁGRAFO 4 = Conclusão 
Dissertação Expositiva (exposição) 
Muita gente considera a dissertação expositiva como uma tipologia textual, a exposição. Mas ela nada mais é 
que uma subdivisão da dissertação. Na exposição são elencados fatos e ideias para conhecimento do leitor, 
sem, entretanto, a intenção de convencimento de quem lê. A intenção principal de uma dissertação 
expositiva é informar e esclarecer. 
Exemplos de Dissertação 
Agora tratemos do texto dissertativo. Primeiro, um exemplo encontrado no Jornal Folha de São Paulo, de 
autoria do colunista Bernardo Mello Franco. Trata-se de um texto dissertativo argumentativo: 
A farra que nunca termina 
Os tribunais de contas foram criados para evitar a pilhagem dos cofres públicos. Com frequência, fazem o 
contrário. Tapam os olhos para os desvios e embolsam parte do dinheiro roubado. Em março, a Polícia 
Federal promoveu uma faxina no Tribunal de Contas do Estado do Rio. Dos sete conselheiros, cinco foram 
varridos para a cadeia. Um sexto, que delatou os comparsas, passou a cumprir prisão domiciliar. De acordo 
com as investigações, o grupo participou ativamente da quadrilha de Sérgio Cabral. O governador armava as 
negociatas e repassava uma comissão aos fiscais corruptos. 
O propinoduto operou em diversas áreas, da reurbanização de favelas à partilha de linhas de ônibus. Todos 
os presos chegaram ao tribunal de contas por indicação política. Quatro foram deputados estaduais. Os 
outros dois prestaram serviços a governos do PMDB. Ao menos um deles esteve na memorável farra dos 
guardanapos em Paris. 
A Operação Quinto do Ouro deu ao Rio uma chance de começar de novo. O governador Luiz Fernando 
Pezão, herdeiro político de Cabral, preferiu ignorá-la. Na semana passada, ele indicou outro deputado 
estadual para uma cadeira no TCE. 
O escolhido, Edson Albertassi, é ninguém menos que o líder do governo na Assembleia. Está no quinto 
mandato e, nas horas vagas, comanda uma rádio evangélica. Para surpresa de ninguém, é filiado ao PMDB. 
A oposição protestou contra a escolha. Pelo que determina a Constituição estadual, o governador deveria ter 
indicado um auditor de carreira. 
Ele driblou a regra e optou por mais um político aliado. Nesta segunda, o Tribunal de Justiça suspendeu a 
nomeação de Albertassi. Com isso, Pezão ganhou outra oportunidade de nomear um fiscal independente. Ao 
que tudo indica, ele vai arremessá-la pela janela. Cabral já foi condenado a 72 anos de prisão, mas a farra do 
PMDB fluminense não terminou. 
Autor: Bernado Mello Franco 
Para um texto dissertativo expositivo, podemos considerar uma reportagem jornalística. Veja essa da 
Agência Brasil: 
Corpo de baleia encalhada atrai curiosidade de banhistas em praia do Rio 
Os frequentadores da Praia do Arpoador, em Ipanema, na zona sul do Rio, foram surpreendidos esta manhã 
com uma baleia morta, encalhada, perto da área de arrebentação da praia. Eles acionaram o Corpo de 
Bombeiros, que deslocou uma equipe do Grupamento Marítimo de Copacabana (Gmar), que está no local 
fazendo o trabalho de prevenção, isolando a área. O Corpo de Bombeiros informou, por meio de sua 
assessoria de imprensa, que já acionou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis (Ibama) para que mande pessoal especializado ao local. A assessoria não soube informar qual a 
espécie de baleia e se ela morreu ao ficar encalhada ou se já estava morta e foi levada para a área de 
arrebentação pela correnteza. Neste momento, a presença do corpo da baleia encalhada atrai a curiosidade de 
banhistas que se concentram no Posto 8 da orla da Praia de Ipanema. A Guarda Civil do Rio também ajuda 
 
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no trabalho de isolamento. Os bombeiros aguardam a chegada do pessoal do Ibama para saber como o 
animal morto será retirado da água. 
Fonte: Agência Brasil 
OUTROS EXEMPLOS DE DISSERTAÇÃO: artigos científicos, reportagens e editoriais. 
O que é uma Descrição 
Agora vamos tratar da terceira tipologia textual: a descrição. Intuitivamente não é muito difícil de 
compreender as características de um texto descritivo. Ele pode ser identificado pela forma como aponta 
as peculiaridades de um objeto, lugar ou evento no decorrer do texto. A tipologia descritiva traz detalhes 
sobre a cor, forma, sensações, sentimentos, dimensões, cheiros e outras características de algo ou alguém. 
Na descrição o autor do texto se dedica a explicar como é alguma coisa. Para fazer uma descrição, o autor 
se coloca na condição de observador do que ele pretende descrever. É como se ele fizesse uma fotografia do 
objeto, lugar ou pessoa descrita. Para isso ele utiliza principalmente os cinco sentidos: paladar, tato, olfato, 
audição e visão. 
Exemplo de Descrição 
Para a tipologia descritiva, selecionei a descrição de um hotel espanhol, o Condes de Barcelona: 
Perfeitamente situado em pleno Paseo de Gracia, principal artéria comercial da cidade e no coração da 
parte modernista de Barcelona, em frente a La Pedrera de Gaudí. A escassos minutos encontram-se a Plaza 
Catalunya e o centro histórico da cidade, bem como muitos outros pontos de interesse que fazem 
de Barcelona uma das cidades mais atractivas e cosmopolitas. O hotel ocupa um antigo palácio do século 
XIX – Casa Daurella – ampliado e atualizado com o máximo rigor arquitectónico para criar um hotel 
moderno, funcional e de grande categoria no qual coexistem a arte e a singularidade do passado com o 
conforto mais actual. O Hotel é uma referência gastronómica de prestígio a cargo de Martín Berasategui que 
assessora e supervisiona toda a Restauração do Hotel. 
Fonte: Hotel Condes de Barcelona 
O que é uma Injunção 
A quarta, e última, tipologia textual é a injunção, que nada mais é que uma prescrição sobre o que dever 
ser feito e/ou como dever ser feito. O texto injuntivo tenta controlar a ação de quem lê, por isso, muito 
frequentemente, aparece com a utilização de imperativos. Na injunção a linguagem utilizada geralmente é 
objetiva e direta, pois a intenção é apenas fazer com que alguém compreenda as instruções dadas . 
Algumas práticas comuns nos textos injuntivos: ordens, prescrições, proibições, sugestões e tutoriais. 
Exemplo de Injunção 
Agora, a tipologia injuntiva, que podemos ter como exemplo uma simples bula de remédio. A seguir, trechos 
da bula do Ácido Acetilsalicílico: 
O ácido acetilsalicílico é um remédio analgésico e anti-inflamatório, conhecido comercialmente como 
Aspirina, que também pode ser usado como antitérmico e antiplaquetário. 
O Ácido Acetilsalicílico é indicado como: 
 Analgésico e antipirético nos casos de dor de cabeça, nevralgias, pós-operatórios, entorses, 
distensões e contusões, cólicas menstruais, dores de dente, resfriados e diversos estados febris; 
 Anti-inflamatório na artrite reumática, osteoartrites, entre outras inflamações; 
 
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 Anti-agregante plaquetário, tornando o sangue mais fino. 
O modo de uso do Ácido Acetilsalicílico pode ser: 
Comprimidos de 500 mg: 
 Adultos: 1 a 2 comprimidos de 500 mg a cada 4 a 8 horas, não excedendo 8 comprimidos de 500 mg 
por dia. 
 A partir de 12 anos: 1 comprimido de 500 mg, se necessário até 3 vezes por dia a cada 4 a 8 horas. 
OUTROS EXEMPLOS DE INJUNÇÃO: manuais, guias, tutoriais, textos publicitários. 
3. Ortografia. 
A ortografia se caracteriza por estabelecer padrões para a forma escrita das palavras. Essa escrita está 
relacionada tanto a critérios etimológicos (ligados à origem das palavras) quanto fonológicos (ligados aos 
fonemas representados). É importante compreender que a ortografia é fruto de uma convenção. A forma de 
grafar as palavras é produto de acordos ortográficos que envolvem os diversos países em que a língua 
portuguesa é oficial. A melhor maneira de treinar a ortografia é ler, escrever e consultar o dicionário sempre 
que houver dúvida. 
O Alfabeto 
O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras. Cada letra apresentauma forma minúscula e outra 
maiúscula. Veja: 
a A (á) 
b B (bê) 
c C (cê) 
d D (dê) 
e E (é) 
f F (efe) 
g G (gê ou guê) 
h H (agá) 
i I (i) 
j J (jota) 
k K (cá) 
l L (ele) 
m M (eme) 
n N (ene) 
o O (ó) 
p P (pê) 
q Q (quê) 
r R (erre) 
s S (esse) 
t T (tê) 
u U (u) 
v V (vê) 
w W (dáblio) 
x X (xis) 
y Y (ípsilon) 
z Z (zê) 
Observação: emprega-se também o ç, que representa o fonema /s/ diante das letras: a, o, e u em 
determinadas palavras. 
Emprego das letras K, W e Y 
Utilizam-se nos seguintes casos: 
a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados. 
 
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Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Taylor, taylorista. 
b) Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados. 
Exemplos: Kuwait, kuwaitiano. 
c) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso 
internacional. 
Exemplos: K (Potássio), W (West), kg (quilograma), km (quilômetro), Watt. 
Emprego de X e Ch 
Emprega-se o X: 
1) Após um ditongo. 
Exemplos: caixa, frouxo, peixe 
Exceção: recauchutar e seus derivados 
2) Após a sílaba inicial "en". 
Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca 
Exceção: palavras iniciadas por "ch" que recebem o prefixo "en-" 
Exemplos: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro), encher e seus derivados (enchente, 
enchimento, preencher...) 
3) Após a sílaba inicial "me-". 
Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão 
Exceção: mecha 
4) Em vocábulos de origem indígena ou africana e nas palavras inglesas aportuguesadas. 
Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu 
5) Nas seguintes palavras: 
bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar, rixa, oxalá, praxe, roxo, 
vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, etc. 
Emprega-se o dígrafo Ch: 
1) Nos seguintes vocábulos: 
bochecha, bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, chuchu, chute, cochilo, debochar, fachada, 
fantoche, ficha, flecha, mochila, pechincha, salsicha, tchau, etc. 
 
 
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4. Acentuação. 
O acento gráfico é apenas um sinal de escrita e não deve ser confundido com o acento tônico. O acento 
tônico tem maior intensidade de voz apresentada por uma sílaba quando pronunciamos determinadas 
palavras: 
Ela era uma criança muito sábia. 
Margarida não sabia nada sobre a prova. 
O sabiá tem o canto mais lindo. 
As sílabas que formam cada uma das palavras destacadas são pronunciadas com maior ou menor 
intensidade. 
sá bi a 
sa bi a 
sa bi á 
A sílaba em destaque em cada um dos exemplos é pronunciada com maior força em relação às outras. É nela 
que recai o acento tônico, sendo, portanto, chamada sílaba tônica. As sílabas restantes recebem o nome de 
sílabas átonas. 
Acentos gráficos 
A sílaba tônica pode ser indicada, na escrita, por um sinal sobre a vogal: sábia. Esse sinal, inclinado para a 
direita (´), indica que a tônica tem som aberto e recebe o nome de acento agudo. 
Se a sílaba tônica é fechada, temos o acento circunflexo (^): avô. O acento grave, inclinado para a esquerda 
(`), possui outra função, que é assinalar uma fusão, a crase. 
Monossílabos tônicos e átonos 
As palavras de apenas uma sílaba também podem ser pronunciadas com maior ou menor intensidade de voz: 
Estou com um nó na garganta desde ontem. 
Recebi um telefonema pedindo para eu aguardar no parque. 
As palavras destacadas apresentam apenas uma sílaba: são monossílabos. Comparando nó e no é possível 
perceber que nó é mais forte do que no. A primeira é um monossílabo tônico, já segunda é um monossílabo 
átono. 
Para identificar se um monossílabo é tônico ou átono, é preciso pronunciá-lo numa frase. Mesmo sem o 
acento, se a pronuncia for mais forte, é tônico, se for mais fraca, átono. 
Classificação das palavras quanto à posição do acento tônico 
Em relação ao acento tônico, é possível observar que o mesmo pode recair na última, na penúltima ou na 
antepenúltima sílaba. 
 ca-quí 
 es-té-ril 
 ló-gi-ca 
https://www.infoescola.com/portugues/crase/
https://www.infoescola.com/portugues/frase-oracao-e-periodo/
 
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Estando o acento tônico na última sílaba, a palavra é chamada de oxítona; se o acento incide na penúltima 
sílaba, a palavra é paroxítona, se recai na antepenúltima sílaba, a palavra é proparoxítona. 
Hiatos, ditongos e tritongos 
A sequência de fonemas vocálicos numa palavra dá-se o nome de encontro vocálico. Este pode 
ser hiato, ditongo ou tritongo. 
 Hiato = é a sequência de vogal com vogal em sílabas separadas: po-e-ta; sa-ú-de; ca-í-da. 
 Ditongo = é a sequência de vogal com semivogal (decrescente) ou semivogal com vogal (crescente) 
na mesma sílaba: vai-da-de; can-tei, ár-duo. 
 Tritongo = é a sequência de semivogal com vogal e outra semivogal na mesma sílaba: em-xa-guei; i-
guais; a-guou 
Os hiatos e os ditongos são importantes para o estudo da acentuação gráfica. 
Regras de acentuação 
Monossílabos tônicos 
Acentuam-se graficamente os terminados por: 
 -a(s) → chá(s), má(s) 
 -e(s) → pé(s), vê(s) 
 -o(s) → só(s), pôs 
Logo, não se acentuam monossílabos tônicos como: tu, nus, quis, noz, vez, par... 
Vale lembrar que: 
 Os monossílabos tônicos formados por ditongos abertos -éis, -éu, -ói recebem o acento: 
Exemplos: réis, véu, dói. 
 No caso dos verbos monossilábicos terminados em “-ê”, em que a terceira pessoa do plural termina 
em “-eem”, forma verbal que antes era acentuada, agora, por conta do novo acordo ortográfico não 
leva acento. 
Assim: 
Ele vê - Eles veem 
Ele crê – Eles creem 
Ele lê – Eles leem 
 No entanto, isso não ocorre com os verbos monossilábicos terminados em “-em”, uma vez que a 
terceira pessoa termina em “-êm”, permanecendo acentuada. Logo: 
Ele tem – Eles têm 
Ela vem – Elas vêm 
Oxítonas 
Levam acento todas as oxítonas terminadas em “a(s)”, “e(s)”, “o(s)” e “em(ens)”, seguidas ou não de “s”. 
cajá – até – jiló – armazém – parabéns 
Sendo assim, não se acentuam oxítonos como: saci(s), tatu(s), talvez, tambor e etc. 
https://www.infoescola.com/portugues/encontros-vocalicos/
https://www.infoescola.com/portugues/hiato/
https://www.infoescola.com/portugues/ditongo/
https://www.infoescola.com/portugues/tritongo/
 
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Paroxítonas 
São acentuados graficamente todos os paroxítonos, exceto os terminados por –a(s), -e(s), -o(s) (desde que 
não formem ditongos), -am, -em e ens: 
útil, caráter, pólen, tórax, bíceps, imã, glória, série, empório, jóquei, órfão, órgão... 
 Paroxítonos como imã, órfã etc não terminam por –a, mas por ã. 
 Paroxítonos como glória, série, empório e etc. não terminam, respectivamente, por –a, -e e –o, mas 
por ditongo crescente. 
 Não são acentuados graficamente os prefixos paroxítonos terminados por –i e –r: semi, super, hiper, 
mini... 
 Não se acentuam as paroxítonas formadas pelos ditongos orais abertos –ei e –oi: ideia, geleia, boleia, 
assembleia, jiboia, paranoia, claraboia, espermatozoide, androide ... 
 Não se acentuam as vogas i e u, precedidas de ditongos, das palavras paroxítonas: sainha, cheinho, 
feiura e etc. 
Abaixo, um exemplário de terminações de paroxítonos que devem receber acento gráfico: 
 l: afável, incrível, útil... 
 -r: caráter, éter, mártir... 
 -n:hífen,próton... 
Observação: quando grafadas no plural, não recebem acento: polens, hifens... 
 -x: látex, tórax... 
 -os: fórceps, bíceps... 
 -ã(s): ímã, órfãs... 
 -ão(s): sótão(s), bênção(s)... 
 -um(s): fórum, álbum... 
 -on(s): elétron, próton... 
 -i(s): táxi, júri... 
 -u(s): Vênus, ônus... 
 -ei(s): pônei, jóquei... 
 -ditongo oral (crescente ou decrescente), seguido ou não de “s”: história, série, água, mágoa... 
* De acordo com a nova ortografia, os ditongos terminados em –ei e –oi não são mais acentuados. 
Proparoxítonos 
Todos os proparoxítonos são acentuados, sem exceção: médico, álibi, ômega, etc. 
Hiatos 
Acentuam-se as letras –i e –u desde sejam a segunda vogal tônica de um hiato e estejam sozinhas ou 
seguidas de –s na sílaba: caí (ca-í),país (pa-ís), baú (ba-ú) e etc. 
Quando o –i é seguido de –nh, não recebe acento: rainha, bainha, moinho etc. 
O –i e o –u não recebem acento quando aparecem repetidos: xiita, juuna e etc 
Hiatos formados por –ee e –oo não devem ser acentuados: creem, deem, leem, magoo, enjoo e etc. 
Acento diferencial 
O acento diferencial foi eliminado na última reforma ortográfica, em 2008. Assim, apenas as palavras 
seguintes devem receber acento: 
 Pôde ( 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo do verbo poder) para diferenciar de 
pode (3ª pessoa do singular do presente do indicativo desse verbo); 
 
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 Têm (3ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo ter) e seus derivados (contêm, detêm, 
mantêm etc.) para diferenciar do tem (3ª pessoa do singular do presente do indicativo desse verbo e 
seus derivados); 
 O verbo pôr para diferenciar da preposição por. 
Trema 
O sinal de trema (¨) é inteiramente suprimido em palavras da língua portuguesa. Deve, no entanto, ser 
empregado em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülleriano (de Müller). 
5. Morfologia. 
ATENÇÃO: recomendo que assistam os vídeos indicados no anexo 1, visto que o tempo é curto e matéria 
será absorvida com mais facilidade através da observação. 
 
A gramática descritiva é o estudo dos mecanismos referentes ao funcionamento de uma língua em um 
contexto, observando-se o tempo e a interação entre os falantes. Dessa maneira, a gramática analisa e 
descreve, de acordo com a definição de uso padrão e culto, as normas de funcionamento, a estrutura e a 
configuração formal que caracterizam uma língua. 
Dentro deste estudo, a morfologia é considerada como a primeira articulação da gramática, na qual o 
vocábulo formal é o objeto de análise. 
Com isso, a morfologia é a primeira articulação gramatical que estuda os segmentos fônicos associados a 
uma significação léxica (ou seja; a palavra) e suas formas. Assim, a morfologia sistematiza em classes as 
unidades mínimas dotadas de sentido de acordo com características e funções comuns entre elas. 
 
As classes gramaticais descritas são: 
 Substantivo 
 Adjetivo 
 Artigo 
 Pronome 
 Numeral 
 Verbo 
 Advérbio 
 Conjunção 
 Preposição 
O primeiro critério de classificação está relacionado as variações que a palavra pode apresentar. Logo, as 
classes estão separadas em palavras variáveis e invariáveis. 
Palavras variáveis podem mudar de acordo com os seguintes critérios; gênero e número (algumas em grau); 
e são elas: 
 Verbo 
 Substantivo 
 Adjetivo 
 Pronome 
 Artigo 
 
As palavras invariáveis não apresentam modificações de acordo com o gênero ou com o número, elas se 
mantêm sob o mesmo formato, independentes do contexto a que estão inseridas, ou às palavras as quais se 
ligam no arranjo textual. São elas: 
 Advérbio 
 Preposição 
 Conjunção 
 
Numerais: constituem uma classe de palavras com a peculiaridade de subclassificações variáveis e 
invariáveis. 
Observe os exemplos: 
 
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A militante filósofa ficou muito indignada 
Artigo 
feminino 
singular 
Substantivo sem 
marca de gênero 
singular 
Adjetivo 
feminino 
singular 
Verbo 
feminino 
singular 
Advérbio 
invariável 
Feminino 
singular 
 
Todas as palavras nesta frase concordam em gênero e número, por isso foram registradas no feminino e no 
singular. Com exceção do advérbio, que por pertencer a uma classe invariável, não compromete o sentido ou 
a concordância dos vocábulos na frase. 
Os verbos apresentam outras variações específicas: tempo, pessoa, modo e voz. 
Os filósofos militantes caminhavam rapidamente com bandeiras partidárias. 
De acordo com a análise realizada no exemplo anterior, tem-se uma estrutura concordando com o gênero 
masculino e o número no plural. 
Palavras de classes invariáveis: 
 rapidamente: advérbio 
 com: preposição 
No exemplo anterior “militantes” é substantivo, enquanto neste exemplo “militantes” apresenta-se como 
adjetivo. A mesma inversão ocorre com a palavra filósofo. 
No estudo da língua portuguesa, toda análise se refere às combinações de formas; assim, cada classe possui 
uma nomenclatura e é analisada de acordo com a função que exerce dentro de determinado contexto, na 
relação com as outras palavras. O que se trata de um outro plano gramatical; sintaxe. 
Morfologia: aprofundando o conhecimento gramatical 
De acordo com Joaquim Matoso Camara Júnior no livro “Estrutura da Língua Portuguesa” o segmento 
fônico se associa a uma significação gramatical situando-se na primeira articulação da língua (a 
morfológica), gerando o vocábulo formal. O que se denomina de vocábulo é a palavra ou ainda a unidade 
mórfica por si só. 
Ao estudar morfologia, analisa-se, então, os morfemas. Os morfemas constituem-se por serem unidades de 
som e conteúdos menores do que a palavra. São unidades significativas mínimas, porque possuem 
significado, mas nem sempre funcionam de forma independente, precisam estar conectadas a outras. 
Exemplo: o “s” que marca o plural é uma unidade com significado de número, mas não faz sentido 
livremente. 
O vocábulo carro/s/ pode gerar outros, como carroça, carruagem, carreta. Enquanto o morfema /s/ que marca 
o plural na palavra só funciona ligado a outros morfemas com sentido completo. 
Assim, a gramática identifica dois tipos de morfemas: 
 Morfemas lexicais: são as formas livres: carro. 
 Morfemas gramaticais: possuem algum significado mas só existem presos /s/ (como marca de plural) 
/in/ (infeliz); dentre outros. 
Formas livres constituem uma sequência funcionando isoladamente. 
 
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Exemplo: As flores nasceram hoje pela manhã. 
Formas presas funcionam ligadas a outras. 
Exemplo: “pro” – do vocábulo “proscrever” 
Desta maneira, o vocábulo formal caracteriza-se por: 
 Uma unidade final indivisível em duas ou mais formas livres. Exemplo: paz. 
 Duas ou mais formas presas. Exemplo im + pro +vá + vel 
 Uma forma livre e uma ou mais formas presas. Exemplo: in + feliz 
OBSERVAÇÃO: Esses mesmos critérios aplicam-se às partículas proclíticas enclíticas, introduzindo um 
terceiro conceito na língua portuguesa; o de forma dependente. 
O critério mórfico estabelece a separação dos vocábulos por espaços em branco, registrando na ortografia as 
formas independentes. As palavras constituem-se por unidades menores (morfemas), ao passo que a frase se 
compõe por palavras, e estas são graficamente separadas. 
Leia o período e observe está descrição em funcionamento no texto: 
A primeira vez que viajamos juntos meus pais ainda eram felizes. Todos muito esperançosos e cheios de 
planos de um retorno que prometia ser a reconstituição de fragmentos de vidas. A viagem era de carro, o 
percurso foi previamente mapeado. Compartilhávamos uma profunda sensação de felicidade. Era como 
uma segunda via de identidade, com direito a uma reparação histórica. Nossa família refazia-se no caminho 
por um emaranhado de contos. Agradava-me ouvir vovó. Suas memórias misturavam-se à memória coletiva 
de um povo. E nesse processo vovó já nem mais sabia separar a realidade dela da de seus antepassados. 
(Leticia Gomes Montenegro; Ensaios de Contos I. Textos não publicados; 2018) 
A análise morfológica identifica a classe de cada palavra e verifica suas combinações dentro do texto. 
Algumas classes podem ocupar o papel de outra em determinada construção frasal. Por exemplo, a classe 
dos nomes (os substantivos e os adjetivos) podem se intercambiar. 
No termo destacado o substantivo “memória” é caracterizado pelo adjetivo “coletiva”. 
Observe como o adjetivo torna-se substantivo neste exemplo: “A coletiva (substantivo) em torno dos 
familiares trazia-os as tristes memórias.” 
6. Uso do sinal de crase. 
Cunha e Cintra (2008, p.692) definem a crase como a fusão de duas vogais idênticas numa só. Trata-se da 
junção da preposição “a” com o artigo “a” (s). A crase é sinalizada pelo acento [`]. A ocorrência do “à” pode 
ser observada a seguir: 
Lembrava-sede ter ido à loja naquele dia. 
Constate que o verbo “ir” exige a preposição “a”, pois quem vai, vai a algum lugar e, pelo fato de “loja” ser 
uma palavra feminina que admite o artigo “a”, formou-se a fusão. 
 
Empregos obrigatórios do sinal de crase 
1. Em locuções adverbiais femininas 
https://www.infoescola.com/portugues/locucao-adverbial/
 
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a. O culto ecumênico será realizado às dezenove horas. (Indicação de tempo) 
b. Fui à feira de artesanato no domingo passado. (Indicação de lugar) 
c. Naquele dia, o escritório se encontrava às avessas. (Indicação de modo) 
2. Em locuções prepositivas e conjuntivas 
Entende-se por “locução”, a junção de duas ou mais palavras que formam significado único: 
Aquela guerreira mãe estava à espera de um milagre que salvasse a vida de seu filho. 
Note que a locução prepositiva compõe-se de: à + palavra feminina + preposição “de”. 
Foi melhorando o seu desempenho escolar à proporção que o tempo passava. 
Veja que a locução conjuntiva compõe-se de: à + palavra feminina + conjunção “que”, cuja finalidade é ligar 
as duas orações. 
Casos em que a crase é proibida: 
1. Com palavras masculinas, posto que não admitem o artigo feminino “a” 
O convite foi enviado a Fábio. 
Aquela loja vende a prazo. 
2. Com pronomes pessoais e demonstrativos, por não admitirem o acompanhamento do artigo “a”: 
a) Não revelarei a ela o nosso segredo. 
(Nesse exemplo, “a” é preposição, pois quem revela, revela algo a alguém.). 
b) Vim a esta casa na semana passada. 
(Nesse caso, “a” também é preposição, pois quem vai, vai a algum lugar.). 
3. No “a”, na forma singular, antes de palavras no plural: 
O artigo se remete a ideias inovadoras. 
4. Com verbos: 
Os alunos foram chamados a rever os erros cometidos na prova. 
5. Entre palavras repetidas: 
Os réus estavam frente a frente. 
6. Com a palavra “terra” como antônima de “água”: 
O navio chegou a terra. (terra firme) 
Admite-se a crase, caso a referência seja feita à “Terra” (planeta) ou à terra (cidade natal). 
7. Com a palavra “casa” e com nomes de cidade, quando não houver especificações: 
 
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a) Naquela tarde, fomos a casa. 
b) Iremos a Florianópolis. 
Note que não se especificam/definem a casa a que fomos, nem a cidade, sobre a qual se fala. Por isso, em 
ambos os casos, não se admite a presença do artigo definido “a”. Ninguém diz, por exemplo, “A 
Florianópolis é a capital catarinense”. Mas, pode dizer: “Iremos à belíssima Florianópolis.”. 
Situações nas quais o uso da crase é opcional: 
1. Com nomes femininos: 
O convite foi feito à Maria. / O convite foi feito a Maria. 
2. Com pronomes possessivos (que expressam a ideia de posse): 
Ele agradeceu à minha mãe. / Ele agradeceu a minha mãe. 
3. Com a palavra até: 
Ela foi dirigindo até à avenida. / Ela foi dirigindo até a avenida. 
Para encerrar: O acento indicativo de crase é formado pela fusão da preposição “a” com o artigo definido 
“a”. Para certificar-se da existência do referido sinal, antes de determinada palavra feminina, sugere-se a 
busca por um equivalente masculino. Compare: 
Ela vai à fazenda no próximo fim de semana. 
Ela vai ao clube no próximo fim de semana. 
Perceba que o verbo “vai” exige o acompanhamento da preposição “a”, pois quem vai, vai a algum lugar. 
Por isso, a forma “ao” (preposição + artigo definido “o”) antecede “clube”. Nesse contexto, pode-se concluir 
que, quando a palavra masculina foi precedida de “ao”, significa que a equivalente feminina será precedida 
do sinal de crase “à”. 
7. Sintaxe. 
 
A Sintaxe é uma das partes da Gramática na qual são estudadas as disposições das palavras nas orações, 
nos períodos, bem como a relação lógica estabelecida entre elas. 
Podemos considerar a Gramática como sendo o conjunto das regras que determinam as diferentes 
possibilidades de associação das palavras de uma língua para a formação de enunciados concretos. 
A Sintaxe própria de cada língua impede que sejam realizadas combinações aleatórias entre as palavras. 
Embora sejam bem distintas entre si, todas as línguas, além de possuírem um léxico composto por milhares 
de palavras, possuem também um conjunto de regras as quais determinam a forma como as palavras podem 
se relacionar para formar enunciados concretos. 
Sendo assim, a Sintaxe organiza a estrutura das unidades linguísticas, os sintagmas, que se combinam em 
sentenças. Para que o falante de uma língua possa interagir verbalmente com outros, ele organiza as 
sentenças linguísticas para que possa transmitir um significado completo e, assim, ser compreendido. 
Funções e Relações Sintáticas 
https://portugues.uol.com.br/gramatica/
https://portugues.uol.com.br/gramatica/frase-oracao-periodo.html
 
23 
 
O enunciado se encaixa em uma organização/estruturação específica prevista na língua. Essa organização é 
sempre regulada pela Sintaxe, a qual define as sequências possíveis no interior dessas estruturas. 
Vejamos agora quais são os tipos de relações e de funções sintáticas da nossa língua: 
Funções sintáticas 
Consiste na função específica de cada elemento na sentença ao se relacionar com outros elementos que 
também compõem o enunciado. 
Leia o exemplo: 
João vendeu um baú antigo ano passado. 
- João: sujeito do verbo 'vender'. 
- Um: adjunto adnominal. 
- Um baú antigo: objeto direto de 'vendeu'. 
Relações sintáticas 
Consiste nas relações estabelecidas entre as palavras que definem as estruturas possíveis na Sintaxe das 
línguas. 
Leia o exemplo: 
João vendeu um baú antigo ano passado. 
- João: agente da ação expressa pelo verbo 'vender'; 
- Ano passado: quando a ação foi realizada. 
Para que possamos realizar a análise sintática dos enunciados da língua é necessário explicitar as estruturas, 
as relações e as funções dos elementos que os constituem. 
8. Pontuação. 
Os sinais de pontuação são recursos de linguagem empregados na língua escrita e desempenham a função 
de demarcadores de unidades e de sinalizadores de limites de estruturas sintáticas nos textos escritos. Assim, 
os sinais de pontuação cumprem o papel dos recursos prosódicos, utilizados na fala para darmos 
ritmo, entoação e pausas e indicarmos os limites sintáticos e unidades de sentido. 
Como na fala temos o contato direto com nossos interlocutores, contamos também com nossos gestos para 
tentar deixar claro aquilo que queremos dizer. Na escrita, porém, são os sinais de pontuação que garantem 
a coesão e a coerência interna dos textos, bem como os efeitos de sentidos dos enunciados. 
Vejamos, a seguir, quais são os sinais de pontuação que nos auxiliam nos processos de escrita: 
Ponto ( . ) 
a) Indicar o final de uma frase declarativa: 
Gosto de sorvete de goiaba. 
b) Separar períodos: 
https://portugues.uol.com.br/redacao/oralidade-x-escrita-expressoes-pertinentes.html
https://portugues.uol.com.br/redacao/textos-sem-coesao.html
https://portugues.uol.com.br/redacao/tipos-coerencia.html
 
24 
 
Fica mais um tempo. Ainda é cedo. 
c) Abreviar palavras: 
Av. (Avenida) 
V. Ex.ª (Vossa Excelência) 
p. (página) 
Dr. (doutor) 
Dois-pontos ( : ) 
a) Iniciar fala de personagens: 
O aluno respondeu: 
– Parta agora! 
b) Antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou 
resumem ideias anteriores. 
Esse é o problema dos caixas eletrônicos: não tem ninguém para auxiliar os mais idosos. 
Anote o número do protocolo: 4254654258. 
c) Antes de citação direta: 
Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito 
enquanto dure.” 
Reticências ( ... ) 
a) Indicar dúvidas ou hesitação: 
Sabe... andei pensando em uma coisa... mas não é nada demais. 
b) Interromper uma frase incompleta sintaticamente: 
Quem sabe se tentar mais tarde... 
c) Concluir uma frase gramaticalmente incompleta com a intenção de estender a reflexão: 
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília -José 
de Alencar) 
d) Suprimir palavras em uma transcrição: 
“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner) 
Parênteses ( ) 
a) Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e também podem substituir a vírgula ou o 
travessão: 
Manuel Bandeira não pôde comparecer à Semana de Arte Moderna (1922). 
 
25 
 
"Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma grande 
tormenta no fim do verão.” (O milagre das chuvas no Nordeste- Graça Aranha) 
Ponto de Exclamação ( ! ) 
a) Após vocativo 
Ana, boa tarde! 
b) Final de frases imperativas: 
Cale-se! 
c) Após interjeição: 
Ufa! Que alívio! 
d) Após palavras ou frases de caráter emotivo, expressivo: 
Que pena! 
Ponto de Interrogação ( ? ) 
a) Em perguntas diretas: 
Quantos anos você tem? 
b) Às vezes, aparece com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado: 
Não brinca, é sério?! 
Vírgula ( , ) 
De todos os sinais de pontuação, a vírgula é aquele que desempenha o maior número de funções. Ela é 
utilizada para marcar uma pausa do enunciado e tem a finalidade de nos indicar que os termos por ela 
separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática. Por outro 
lado, quando há uma relação sintática entre termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula. 
Antes de explicarmos quais são os casos em que devemos utilizar a vírgula, vamos explicar primeiro os 
casos em que NÃO devemos usar a vírgula para separar os seguintes termos: 
a) Sujeito de Predicado; 
b) Objeto de Verbo; 
c) Adjunto adnominal de nome; 
d) Complemento nominal de nome; 
e) Predicativo do objeto do objeto; 
f) Oração principal da Subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na ordem 
inversa). 
 
Casos em que devemos utilizar a vírgula: 
A vírgula no interior da oração 
a) Utilizada com o objetivo de separar o vocativo: 
Ana, traga os relatórios. 
https://portugues.uol.com.br/redacao/funcoes-linguagem-.html
 
26 
 
O tempo, meus amigos, é o que nos confortará. 
b) Utilizada com o objetivo de separar apostos: 
Valdirene, minha prima de Natal, ligou para mim ontem. 
Caio, o aluno do terceiro ano B, faltou à aula. 
c) Utilizada com o objetivo de separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado: 
Quando chegar do trabalho, procurarei por você. 
Os políticos, muitas vezes, são mentirosos. 
d) Utilizada com o objetivo de separar elementos de uma enumeração: 
Estamos contratando assistentes, analistas, estagiários. 
Traga picolé de uva, groselha, morango, coco. 
e) Utilizada com o objetivo de isolar expressões explicativas: 
Quero o meu suco com gelo e açúcar, ou melhor, somente gelo. 
f) Utilizada com o objetivo de separar conjunções intercaladas: 
Não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas. 
g) Utilizada com o objetivo de separar o complemento pleonástico antecipado: 
A ele, nada mais abala. 
h) Utilizada com o objetivo de isolar o nome do lugar na indicação de datas: 
Goiânia, 01 de novembro de 2016. 
i) Utilizada com o objetivo de separar termos coordenados assindéticos: 
É pau, é pedra, é o fim do caminho. 
j) Utilizada com o objetivo de marcar a omissão de um termo: 
Ele gosta de fazer academia, e eu, de comer. (omissão do verbo gostar) 
Casos em que se usa a vírgula antes da conjunção e: 
1) Utilizamos a vírgula quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes: 
Os banqueiros estão cada vez mais ricos, e o povo, cada vez mais pobre. 
2) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizar alguma ideia 
(polissíndeto): 
E eu canto, e eu danço, e bebo, e me jogo nos blocos de carnaval. 
3) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam sentido de 
adição (adversidade, consequência, por exemplo): 
https://portugues.uol.com.br/gramatica/tipos-sujeito.html
 
27 
 
Chorou muito, e ainda não conseguiu superar a distância. 
 
A vírgula entre orações 
A vírgula é utilizada entre orações nas seguintes situações: 
a) Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas: 
Meu filho, de quem só guardo boas lembranças, deixou-nos em fevereiro de 2000. 
b) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações iniciadas 
pela conjunção “e”: 
Cheguei em casa, tomei um banho, fiz um sanduíche e fui direto ao supermercado. 
Estudei muito, mas não consegui ser aprovada. 
c) Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se 
estiverem antepostas à oração principal: 
"No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o 
gancho." (O selvagem - José de Alencar) 
d) Para separar as orações intercaladas: 
"– Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em estar plantando-a...” 
e) Para separar as orações substantivas antepostas à principal: 
Quando sai o resultado, ainda não sei. 
Ponto e vírgula ( ; ) 
a) Utilizamos ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens: 
Antes de iniciar a escrita de um texto, o autor deve fazer-se as seguintes perguntas: 
I- O que dizer; 
II- A quem dizer; 
III- Como dizer; 
IV- Por que dizer; 
V- Quais objetivos pretendo alcançar com este texto? 
b) Utilizamos ponto e vírgula para separar orações coordenadas muito extensas ou orações 
coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula: 
“O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente vultuoso, o 
que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi 
transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso." (O Visconde de 
Inhomerim - Visconde de Taunay) 
 
28 
 
Travessão ( — ) 
a) Utilizamos o travessão para iniciar a fala de um personagem no discurso direto: 
A mãe perguntou ao filho: 
— Já lavou o rosto e escovou os dentes? 
b) Utilizamos o travessão para indicar mudança do interlocutor nos diálogos: 
— Filho, você já fez a sua lição de casa? 
— Não se preocupe, mãe, já está tudo pronto. 
c) Utilizamos o travessão para unir grupos de palavras que indicam itinerários: 
Disseram-me que não existe mais asfalto na rodovia Belém—Brasília. 
d) Utilizamos o travessão também para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas: 
Pelé — o rei do futebol — anunciou sua aposentadoria. 
Aspas ( “ ” ) 
As aspas são utilizadas com as seguintes finalidades: 
a) Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, 
neologismos, arcaísmos e expressões populares: 
A aula do professor foi “irada”. 
Ele me pediu um “feedback” da resposta do cliente. 
b) Indicar uma citação direta: 
“Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a 
mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós) 
FIQUE ATENTO! 
Caso haja necessidade de destacar um termo que já está inserido em uma sentença destacada por aspas, esse 
termo deve ser destacado com marcação simples ('), não dupla ("). 
VEJA AGORA ALGUMAS OBSERVAÇÕES RELEVANTES: 
Dispensam o uso da vírgula os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem. 
Observe: 
Preferiram os sorvetes de creme, uva e morango. 
Não gosto nem desgosto. 
Não sei se prefiro Minas Gerais ou Goiás. 
Caso os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem aparecerem repetidos, com a finalidade de 
enfatizar a expressão, o uso da vírgula é, nesse caso, obrigatório. 
Observe: 
 Não gosto nem do pai, nem do filho, nem do cachorro, nem do gato dele. 
 
29 
 
9. Concordância nominal e verbal. 
Concordância verbal é a concordância em número e pessoa entre o sujeito gramatical e o verbo. 
 
Concordância nominal é a concordância em gênero e número entre os diversos nomes da oração, ocorrendo 
principalmente entre o artigo, o substantivo e oadjetivo. 
Concordância em gênero indica a flexão em masculino e feminino. 
Concordância em número indica a flexão em singular e plural. 
Concordância em pessoa indica a flexão em 1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa. 
 
Exemplos de concordância verbal 
Eu li; 
Ele leu; 
Nós lemos; 
Eles leram. 
Exemplos de concordância nominal 
O vizinho novo; 
A vizinha nova; 
Os vizinhos novos; 
As vizinhas novas. 
Casos particulares de concordância verbal 
Concordância com pronome relativo que: O verbo estabelece concordância com o antecedente do 
pronome: sou eu que quero, somos nós que queremos, são eles que querem. 
Concordância com pronome relativo quem: O verbo estabelece concordância com o antecedente do 
pronome ou fica na 3.ª pessoa do singular: sou eu quem quero, sou eu quem quer. 
Concordância com: a maioria, a maior parte, a metade,...Preferencialmente, o verbo estabelece 
concordância com a 3.ª pessoa do singular. Contudo, o uso da 3.ª pessoa do plural é igualmente aceitável: a 
maioria das pessoas quer, a maioria das pessoas querem. 
Concordância com um dos que: O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do plural: um 
dos que ouviram, um dos que estudarão, um dos que sabem. 
Concordância com nem um nem outro: O verbo pode estabelecer concordância com a 3.ª pessoa do 
singular ou do plural: nem um nem outro veio, nem um nem outro vieram. 
Concordância com verbos impessoais: O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do 
singular, uma vez que não possui um sujeito: havia pessoas, houve problemas, faz dois dias, já amanheceu. 
Concordância com a partícula apassivadora se: O verbo estabelece concordância com o objeto direto, que 
assume a função de sujeito paciente, podendo ficar no singular ou no plural: vende-se casa, vendem-se casas. 
Concordância com a partícula de indeterminação do sujeito se: O verbo estabelece sempre concordância 
com a 3.ª pessoa do singular quando a frase é formada por verbos intransitivos ou por verbos transitivos 
indiretos: precisa-se de funcionário, precisa-se de funcionários. 
Concordância com o infinitivo pessoal: O verbo no infinitivo sofre flexão sempre que houver um sujeito 
definido, quando se quiser definir o sujeito, quando o sujeito da segunda oração for diferente do da primeira: 
é para eles lerem, acho necessário comprarmos comida, eu vi eles chegarem tarde. 
 
30 
 
Concordância com o infinitivo impessoal: O verbo no infinitivo não sofre flexão quando não houver um 
sujeito definido, quando o sujeito da segunda oração for igual ao da primeira oração, em locuções verbais, 
com verbos preposicionados e com verbos imperativos: eles querem comprar, passamos para ver você, eles 
estão a ouvir. 
Concordância com o verbo ser: O verbo estabelece concordância com o predicativo do sujeito, podendo 
ficar no singular ou no plural: isto é uma mentira, isto são mentiras; quem é você, quem são vocês. 
Casos particulares de concordância nominal 
Concordância com pronomes pessoais: O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o 
pronome pessoal: ela é simpática, ele é simpático, elas são simpáticas, eles são simpáticos. 
Concordância com vários substantivos: O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o 
substantivo que está mais próximo: caderno e caneta nova, caneta e caderno novo. Pode também estabelecer 
concordância com a forma no masculino plural: caneta e caderno novos, caderno e caneta novos. 
Concordância com vários adjetivos: Quando há dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo 
permanece no singular apenas se houver um artigo entre os adjetivos. Sem a presença de um artigo, o 
substantivo deverá ser escrito no plural: o escritor brasileiro e o chileno, os escritores brasileiros e chileno. 
Concordância com: é proibido, é permitido, é preciso, é necessário, é bom: Estas expressões 
estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo quando há um artigo que determina o 
substantivo, mas permanecem invariáveis no masculino singular quando não há artigo: é permitida a entrada, 
é permitido entrada, é proibida a venda, é proibido venda. 
Concordância com: bastante, muito, pouco, meio, longe, caro e barato: Estas palavras estabelecem 
concordância em gênero e número com o substantivo quando possuem função de adjetivo: comi meio 
chocolate, comi meia maçã, há bastante procura, há bastantes pedidos, vi muitas crianças, vi muitos adultos. 
Concordância com menos: A palavra menos permanece sempre invariável, quer atue como advérbio ou 
como adjetivo: menos tristeza, menos medo, menos traições, menos pedidos. 
Concordância com: mesmo, próprio, anexo, obrigado, quite, incluso: Estas palavras estabelecem 
concordância em gênero e número com o substantivo: resultados anexos, informações anexas, as próprias 
pessoas, o próprio síndico, ele mesmo, elas mesmas. 
Concordância com um e outro: Com a expressão um e outro, o adjetivo deverá ser sempre escrito no 
plural, mesmo que o substantivo esteja no singular: um e outro aluno estudiosos, uma e outra perguntam 
respondidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
 
 
Direitos 
Humanos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
1. Grupos vulneráveis e o sistema prisional. 
 
Em um Congresso Nacional da Pastoral Penitenciária de Espanha, os participantes tiveram 
oportunidade de refletir e tomar consciência da realidade penal e das medidas privativas de liberdade por que 
passam as pessoas mais frágeis, repensar o sistema penal e fazer sugestões para uma maior humanização em 
todo o sistema, no que seja aplicável a este tipo de pessoas. 
Trata-se, efetivamente, de uma forte e urgente tomada de consciência, pessoal e coletiva, sobre o 
tratamento que se dá, e em que se pode mudar o modelo do mesmo sistema, para que estas pessoas e as suas 
vítimas possam ter respostas humanizantes e curativas, restauradoras. 
Os grupos subjacentes à temática do Congresso são, em especial, os Doentes Mentais, os Idosos, as 
Mães com Filhos na Prisão, as Pessoas Portadoras de Deficiência Física, os Estrangeiros e os Menores 
Internados. 
Estas pessoas, susceptíveis de cometer ilícitos, como todas as outras, apresentam, todavia, campos 
de tratamento muito especial, aplicáveis a cada pessoa em questão; é fácil de perceber que, para casos 
especiais, tratamentos especiais; justiça é dar, ou tratar cada pessoa segundo aquilo que ela é ou faz; aplicar 
medidas privativas de liberdade, ou outras, é ter presente a pessoa e as circunstâncias que as tornam únicas e 
irrepetíveis. 
Sabemos que há doentes mentais com um historial de agressividade, por vezes grave e difícil de 
controlar; ficar à espera que eles cometam crimes para, de seguida, ficarmos sem saber o que lhes fazer – a 
eles e às suas vítimas – é muito grave e, por vezes com situações de irremediáveis efeitos. 
E pergunta-se: como é possível que um bom número deles tenha entrado numa Prisão, sem nunca 
lhes ter sido diagnosticado nem tratado previamente a sua doença mental? Considerar a verdadeira natureza 
da causa dos delitos que afetam estes grupos vulneráveis em geral, permitiria reduzir os danos provocados 
pelos mesmos, prevenir o envolvimento de vítimas e minimizar o uso da prisão, em favor de medidas 
terapêuticas, não só mais adequadas, mas também mais seguras; também aqui se deve falar em Prevenção! 
Na Espanha também há pessoas muito idosas, mães com filhos nas Prisões, pessoas portadoras de 
deficiências físicas várias, a cumprir penas, com medidas privativas de liberdade, isto é, em prisão. Talvez 
nem todas devessem estar nas Cadeias: quem sabe se outras medidas, com métodos de controle e de 
limitação da liberdade, lhes possibilitariam uma maior qualidade de vida, desde que assegurassem à 
Sociedade o direito a uma maior e mais segura convivência pacífica. 
Ainda não se esgotaram a criatividade nem a coragem para encontrar outras modalidades seguras, 
para a execução das penas, nestescomo noutros casos… 
Os Estrangeiros, pela sua especial vulnerabilidade e fragilidade, em muitos campos da sua vida, 
ficam muitas vezes expostos a circunstâncias facilitadoras da prática de ilícitos. 
É preocupante o número, sempre crescente, de estrangeiros nas nossas Prisões. As distâncias em 
relação à Família, o desconhecimento da língua e da legislação aplicável, a possibilidade de pensar e 
programar o futuro, são dificuldades reais, a juntar à medida da privação de liberdade, em país estrangeiro! 
 
33 
 
Também aqui é urgente mudar e adaptar a legislação internacional, para agilizar o cumprimento das penas 
nos países de origem, quando essa fosse a vontade dos réus em causa; é urgente a preparação académica de 
funcionários e intérpretes, disponíveis em todas as fases do processo, mesmo durante a execução da pena, 
sempre! Ainda não fizemos tudo para garantir a proteção dos direitos dos outros…dos diferentes… 
No País vizinho, num total de cerca de 76.800 presos, quase 16.000 são menores, sujeitos a medidas 
judiciais, com idades compreendidos entre os 14 e os 17 anos! A Igreja tem respostas de boa presença junto 
destes Centros de Detenção, procurando acompanhar o crescimento para a vida, ajudando a preparar o 
futuro. 
Na Declaração Final do Congresso, realizado em Madrid nos dias 10-12 de Setembro, foi afirmado 
que “ a Pastoral de Justiça e Liberdade - Pastoral Penitenciária - proclama o seu compromisso para com as 
pessoas privadas de liberdade, por qualquer motivo; nenhuma delas está irremediavelmente perdida…”. 
“Particularmente expressamos a nossa adesão aos postulados da Justiça Restaurativa ou Reconciliadora. À 
luz da Doutrina Social da Igreja, optamos por um modelo de justiça que proteja de maneira efetiva a vítima, 
que responsabilize o infrator e que devolva a paz social, minimizando o uso de meios coercivos ou violentos. 
Apostamos em todas as formas de mediação penal comunitária, como um modo de atender efetivamente às 
necessidades reais das pessoas afetadas pelo delito”. 
Também nas Prisões de Portugal existem pessoas destes grupos vulneráveis: temos mais de 150 
reclusos inimputáveis, internados em Estabelecimentos Psiquiátricos não Prisionais; cerca de 2350 
estrangeiros - mais de 20% do total de Reclusos; um total de 612 mulheres, algumas das quais com filhos 
menores com elas, na Prisão; idosos – são 379 com mais de 60 anos - ,e pessoas portadoras de deficiências 
várias; temos Menores, uns em Centros Educativos e outros em meio Prisional; estes, nunca com menos de 
16 anos: com idades entre os 16 e os 18 anos estão detidos cerca de 90. 
A experiência de Espanha, no sector da Pastoral Penitenciária, faz-nos despertar para o muito que 
ainda nos resta fazer, no sector desta Pastoral tão específica. O nosso esforço, de muita urgência, é estar nos 
Estabelecimentos Prisionais, com Capelães e Colaboradores Voluntários, numa ação direta com os Reclusos; 
e criar ou revitalizar, em todas as Dioceses, um Departamento da Pastoral Penitenciaria, que dinamize e 
desenvolva a consciência das Comunidades, no sentido de se fazer a Prevenção do crime, a Reinserção 
social dos reclusos, e de dar a atenção devida e urgente às vítimas dos crimes, e às Famílias de Reclusos e 
vítimas. 
É por aqui que estamos lançando as nossas maiores preocupações e esforços, para que a Sociedade, 
as Leis e o Sistema Penitenciário sejam, sempre e cada vez mais, humanizados e humanizantes. Para o bem 
de todos! 
P. João Gonçalves, Coordenador Nacional da Pastoral Penitenciária 
 
 
 
 
 
 
34 
 
2. Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento dos Presos. 
 
Regras Mínimas para o Tratamento de Reclusos 
 
Resolução adotada a 31 de Agosto de 1955 
 
O Primeiro Congresso das Nações Unidas para a Prevenção do Crime e o Tratamento dos Delinquentes, 
Tendo adotado as Regras Mínimas para o Tratamento de Reclusos, anexas à presente resolução, 
 
1. Solicita ao Secretário-Geral que, de acordo com a alínea d) do anexo à Resolução 415(V) da Assembleia 
Geral das Nações Unidas, submeta estas Regras à aprovação da Comissão dos Assuntos Sociais do Conselho 
Econômico e Social; 
 
2. Confia em que estas Regras sejam aprovadas pelo Conselho Econômico e Social e, se o Conselho 
considerar oportuno, pela Assembleia Geral, e que sejam transmitidas aos Governos com a recomendação de 
(a) que examinem favoravelmente a sua adoção e aplicação na administração dos estabelecimentos 
penitenciários, e (b) que o Secretário-Geral seja informado de três em três anos dos progressos realizados no 
que respeita à sua aplicação; 
 
3. Expressa o desejo de que, para manter os Governos informados dos progressos realizados neste domínio, se 
solicite ao Secretário-Geral que publique na Revista Internacional de Política Criminal as informações 
enviadas pelos Governos, em cumprimento do disposto no parágrafo 2, e que autorize o pedido de informação 
suplementar, se necessário; 
 
4. Expressa ainda o desejo de que se solicite ao Secretário-Geral que tome as medidas necessárias para 
assegurar que a mais ampla publicidade seja dada a estas Regras. 
 
 
OBSERVAÇÕES PRELIMINARES 
 
1. As regras que se seguem não pretendem descrever em pormenor um modelo de sistema penitenciário. 
Procuram unicamente, com base no consenso geral do pensamento atual e nos elementos essenciais dos mais 
adequados sistemas contemporâneos, estabelecer os princípios e regras de uma boa organização 
penitenciária e as práticas relativas ao tratamento de reclusos. 
 
2. Tendo em conta a grande variedade das condições legais, sociais, econômicas e geográficas do mundo, é 
evidente que nem todas as regras podem ser aplicadas indistinta e permanentemente em todos os lugares. 
Devem, contudo, servir como estímulo de esforços constantes para ultrapassar dificuldades práticas na sua 
aplicação, na certeza de que representam, em conjunto, as condições mínimas aceites pelas Nações Unidas. 
 
3. Além disso, os critérios que se aplicam às matérias tratadas por estas regras evoluem constantemente. Não 
se pode excluir a possibilidade de experiências e da adoção de novas práticas, desde que estas se ajustem aos 
princípios e objetivos que informaram a adoção das regras. De acordo com este princípio, pode a 
administração penitenciária central autorizar exceções às regras. 
 
4. 
1) A primeira parte das regras trata das matérias relativas à administração geral dos estabelecimentos 
penitenciários e é aplicável a todas as categorias de reclusos, dos foros criminal ou civil, em regime de 
prisão preventiva ou já condenados, incluindo os que estejam detidos por aplicação de medidas de segurança 
ou que sejam objeto de medidas de reeducação ordenadas por um juiz. 
 
2) A segunda parte contém as regras que são especificamente aplicáveis às categorias de reclusos de cada 
secção. Contudo as regras da secção A, aplicáveis aos reclusos condenados, serão também aplicadas às 
categorias de reclusos a que se referem às secções B, C e D, desde que não sejam contraditórias com as 
 
35 
 
regras específicas destas secções e na condição de constituírem uma melhoria de condições para estes 
reclusos. 
 
5. 
1) Estas regras não têm como objetivo enquadrar a organização dos estabelecimentos para jovens 
delinquentes (estabelecimentos Borstal, instituições de reeducação, etc.). Contudo, e na generalidade, deve 
considerar-se que a primeira parte destas regras mínimas também se aplica a esses estabelecimentos. 
 
2) A categoria de jovens reclusos deve, em qualquer caso, incluir os menores que dependem da jurisdição 
dos Tribunais de Menores. Como norma geral, não se deveriam condenar os jovens delinquentes a penas de 
prisão. 
 
PARTE I 
Regras de aplicação geral 
Princípio básico 
6. 
1) As regras que se seguem devem ser aplicadas imparcialmente. Não haverá discriminação alguma com 
base em raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social, meios

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