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FICHAMENTO DIREITO DA INTEGRAÇÃO 2021.9 
DOCENTE GUSTAVO VIEIRA 
DISCENTE JANAINA FONSECA NOLASCO 
MERCOSUL 30 ANOS: CAMINHOS E POSSIBILIDADES (CAPITULOS 2, 4 E 5). 
Capítulo 2 – Mercosur: Balance a 30 Años de Su Creación. A la Búsqueda de Nuevos 
Horizontes (Sandra C. Negro). 
 No contexto de 30 anos do Mercosul, se torna interessante entender os processos desse 
grupo de países heterogêneos, desde sua formação até a atualidade. Em seu texto, a professora 
Sandra Negro revisa os elementos que sintetizam as continuidades, rupturas, crises e possíveis 
horizontes no futuro imediato. 
 Sobre as continuidades presenciadas nos 30 anos de Mercosul, se observam dois 
processos: a intergovernabilidade da estrutura institucional e a utilização do consenso. A 
estrutura continua a mesma desde a formação, com o triangulo entre Conselho do Mercado 
Comum (CMC), Grupo Mercado Comum (GMC) e Comissão de Comércio (CCM), porém 
com a adição de novas instituições como o Parlamento do Mercosul (PM), o Tribunal 
Permanente de Revisão (TPR), Instituto Social do Mercosul (ISM) e Instituto de Políticas 
Públicas e Direitos Humanos (IPPDH). Dentro desse contexto, o consenso é fundamental para 
a tomada de decisões, tendo foco na necessidade de internalização das normativas. 
 Apesar de ter múltiplas rupturas nesse processo de integração, Negro (2021, p. 42) se 
detém ao relacionamento externo do Mercosul e rupturas súbitas. A autora destaca um 
problema sobre a personalidade jurídica, que é outorgada no Protocolo de Ouro Preto. Com 
uma ativa agenda externa, o protagonismo mercosulino sempre foi mais valorizado no plano 
externo que entre os países membros. Isso condiz com as intensões, vistas logo após sua 
formação, de ampliação e negociação com os países da Associação Latino-americana de 
Integração (ALADI). 
 Exemplo disse foco ao exterior foram o Acordo de Complementariedade Econômica 
(ACE) assinado com o Chile e as tentativas de aproximação com a União Europeia. Além de 
várias aproximações com países dentro e fora da América Latina, o Mercosul se envolveu no 
processo de criação da UNASUL e Prosul. Menciona-se também as ruturas súbitas unilaterais 
como a ameaça Argentina em 2020 de se afastar das negociações que foi revertida tempo 
depois. 
 Os países do Mercosul, com exceção do Uruguay, passaram por diversas crises 
institucionais nos últimos 30 anos que travou o uso da chamada “clausula democrática”. 
Apesar de instabilidades democráticas terem ocorrido tanto no Brasil como Argentina, foram 
somente Paraguay e Venezuela que foram penalizados com essa cláusula. Sendo a Venezuela 
o primeiro exemplo de expansão do Mercosul. 
 Com o contexto atual da pandemia de Covid-19, o Mercosul não tem opção que não 
seja atualizar-se e fortalecer-se. O comprimento dos acordos é de prioridade, assim como o 
aprofundamento das múltiplas agendas. Deve-se focar nas assimetrias com o objetivo no 
desenvolvimento regional e na integração produtiva. Além disso, deve-se dar importância as 
discussões conjuntas em relação a agenda externa e formação de instrumentos anticorrupção e 
tráfico de influências. 
 O Mercosul tem o potencial de atuar como pilar de apoio as emergências surgidas com 
a pandemia e colaborar para uma resolução das demandas sociais e crises político-econômicas 
vigentes. 
Capítulo 4 – A Multidimensionalidade da Agenda do Mercosul 30 Anos: A 
Complexidade dos Desafios Jurídicos e Institucionais Contemporâneos (Marcus Mauer 
de Salles). 
 A falta de clareza nas informações geradas pelo Mercosul dificulta sua legitimidade 
social, pois limitam o debate público das decisões. O objetivo de Marcus Salles no texto é 
apresentar os principais temas estabelecidos na agenda contemporânea da integração regional 
do Mercosul. A exposição se divide em cinco agendas, econômico e comercial; 
relacionamento externo; social e cidadã; reforma institucional e transformação digital, além 
de apresentar reflexões finais com algumas proposições. 
 Desde 2017, se intensificou a renovação do marco regulatório econômico-comercial 
devido aos realinhamentos políticos dos membros do Mercosul. Segundo Salles (2021, p. 73), 
isso gerou uma defasagem em comparação com outros modelos de integração econômica e 
demandou um grande esforço negociador para os novos acordos intra-Mercosul. Se destacam 
o Protocolo de Cooperação e Facilitação de Investimentos Intra-Mercosul (2017), o Protocolo 
de Contratações Públicas do Mercosul (2017), o Acordo de Boas Práticas e Coerência 
Regulatória do Mercosul (2018), o Acordo de Facilitação de Comércio do Mercosul (2019) e 
o Acordo de Comércio Eletrônico do Mercosul (2020). Todos esses carecem de análise 
acadêmica, tanto de seu conteúdo como de sua repercussão. 
 O aparato do Mercosul para as negociações externas é denso e vem desde sua 
formação, levando a referências que moldam as relações externas do bloco. Entre essas se 
destacam: a convergência intrarregional, negociação extrarregional conjunta e correção de 
assimetrias, essas juntam-se ao objetivo de aprofundar as relações com a América Latina e 
Caribe. As relações externas trazem novas agendas entre os países do bloco, como a 
renovação do marco regulatório, a convergência política e regulatória para as negociações e 
criação de espaços de governança regional em temas inéditos. 
 Nas dimensões sociais e cidadãs, se destacam as propostas da última década como o 
Estatuto da Cidadania que tem como objetivo a livre circulação de pessoas, igualdade de 
direitos e igualdade de condições de acesso ao trabalho, saúde e educação. Como desafios está 
a implementação desse plano, o acompanhamento da retificação dessas normas e o 
monitoramento dos direitos fundamentais do Estatuto. Para além disso se tem a questão da 
agenda 2030 a ser conciliada com a agenda de integração. 
 Também é importante a agenda da reforma institucional intensificada desde que 
apresenta objetivos como a racionalização da estrutura, maior acompanhamento dos trabalhos 
e o desenvolvimento de mecanismo de coordenação interinstitucional. Junto disso está a 
agenda digital com o Plano de Ação 2018-2020 com os eixos como Infraestrutura e 
Conectividade, Governo Aberto e Digital, Segurança Digital, Habilidade Digitais, Economia 
Digital e Inovação Digital. 
 A característica multidimensional das agendas do Mercosul tenta abarcar a 
complexidade dos objetivos integracionistas e depende de uma coordenação tanto a nível 
público como privado e civil. Essa característica é uma das grandes forças do Mercosul e, ao 
mesmo, tempo, fonte de diversas críticas. 
Capítulo 5 – Mercosur 30 Años: Eticidad para Una Encrucijada, Un Enfoque Trialista 
(Miguel Angel Ciuro Caldani). 
 A teoria trialista do direito de Wemer Goldsmith, composta por fato normas e valores, 
é utilizada no texto de Miguel Caldani com o objetivo de construção da ética do Mercosul 
considerada pelo autor fundamental em termos jurídicos. A exposição é composta pela 
dimensão sociológica, normológica e dikelógica da encruzilhada do Mercosul no mundo 
jurídico, além de demonstrar algumas especificações materiais do processo. 
 Na dimensão sociológica se desenvolvem interesses e valores, o processo de 
integração não deve ultrapassar valores vitais se não que os abraçar. Em seu texto, Caldani 
indica que o espaço do Mercosul possui debilidades e oportunidades para a construção de uma 
ética comum entre os territórios. Se destacam a escassez de consciência entre as populações e 
diferença entre cosmovisões como grandes debilidades do espaço mercosulino e a 
convergência religiosa, a facilidade linguística e a alta alfabetização como oportunidades. 
Cita-se aqui, a grande divergência entre Brasil e o resto dos países como um item a ser 
aprofundado. As diferenças na colonização e o vasto território dão um contexto maior a 
explicar o motivo das divergências. Há uma certa falta de confiança, tanto externa comointerna, no processo integracionista pelo fato de não haver estratégicas sólidas de integração. 
Outro fator, é a vulnerabilidade as atividades das diversas potenciais que muitas vezes 
ultrapassam os interesses da integração. 
Na dimensão normológica, inexatidão do comprimento das normas gera uma falta de 
ética que debilita o processo de integração. Apesar de seu grande acervo de fontes do direito, 
esse oculta a realidade prática das normas. Segundo o autor, as normas devem seguir as 
tarefas de reconhecimento, interpretação, determinação, elaboração, aplicação, síntese e 
argumentação. Assim, é necessário que o Mercosul conte com seus próprios tribunais a fim de 
estruturar sua própria ética. 
A dimensão dikelógica constitui um complexo de valores que culminam na justiça. No 
Mercosul um dos valores mais importantes, mas não o único, é o da utilidade que se dá pelo 
viés econômico do bloco. Se identifica que para cada valor e individuo encontrado no 
Mercosul, é necessário haver um fim e um meio para sua concretização. 
A integração é uma realização humana de superar a simples internacionalidade e 
necessita de uma estratégia que abarque uma ética comum. Apesar de não ser uma tarefa 
simples, se crê que as oportunidades apresentadas demonstram a viabilidade do processo. 
Referências bibliográficas 
VIEIRA, Gustavo (org.). MERCOSUL 30 Anos: caminhos e possibilidades. 
Curitiba: Instituto Memória. Centro de Estudos da Contemporaneidade, 2021.

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