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HISTÓRIA MEDIEVAL OCIDENTAL IDADE MÉDIA: IDADEDAS TREVAS?

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26/09/2021 09:37 História Medieval Ocidental
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HISTÓRIA MEDIEVAL
OCIDENTAL
CAPÍTULO 1 - IDADE MÉDIA: IDADE
DAS TREVAS?
Beatriz Nogueira de Sousa
 
INICIAR
26/09/2021 09:37 História Medieval Ocidental
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Introdução
Atualmente, os programas jornalísticos e a imprensa brasileira, como um todo,
classificam ações violentas e preconceituosas como medievais. Nas redes sociais,
são comuns publicações que atribuem retrocessos políticos ou ações de
perseguição às mulheres como um “retorno a Idade Média”. Você já parou para
analisar qual a origem dessa visão pejorativa do período medieval? Não é por
acaso que esse tipo de comentário até hoje vem à tona. A visão de mundo
medieval que temos foi construída ao longo dos séculos, sendo instrumentalizada
de acordo com os interesses de cada época. Neste capítulo, nossa intenção é
desmistificar a visão forjada a partir do período renascentista de que a Idade
Média foi uma época de trevas sem desenvolvimento técnico, científico e artístico
algum. Para isso, a primeira questão que deve ser respondida é: o que de fato é o
período medieval? Por isso, no primeiro tópico de nosso estudo, entenderemos
um pouco mais sobre a periodização e o recorte historiográfico que define o que
ficou conhecido como “Idade Média”. A partir daí, discutiremos a questão da
migração bárbara para o Império Romano do ocidente e seu papel no início da era
medieval. Os bárbaros migraram ou invadiram? É verdade que tudo o que era
romano foi destruído e substituído por instituições bárbaras? Os bárbaros são um
grupo homogêneo? Em seguida, no segundo tópico, buscaremos caracterizar a
trajetória política do Reino Franco, central para o entendimento da formação do
sistema feudal como um todo, partiremos para a questão do feudalismo e
concluiremos com uma análise das relações sociais medievais. Por último,
faremos uma reflexão sobre o surgimento do milenarismo e o peso que essa
vertente religiosa terá no imaginário coletivo e nas apreensões do homem
medieval. Bons estudos!
1.1 O mundo medieval    
Em um primeiro momento, definir o que é o mundo medieval não é tarefa fácil.
Neste desse tópico de estudo, procuraremos elucidar questões formativas para o
início do estudo da Idade Média ocidental. Quais os parâmetros de análise usados
mais comumente? Como definir o que é o período medieval? A Idade Média foi
homogênea? Qual a ligação entre o início do período medieval e as invasões
bárbaras na Europa central? Trataremos dessas questões a seguir. 
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A Idade Média pode ser analisada por várias perspectivas, uma delas é a
periodização. Sobre a periodização medieval, há intenso debate historiográfico.
Tradicionalmente, a Idade Média é considerada um período de mil anos do
continente europeu, iniciada com a queda do império romano do ocidente em 476
e terminada em 1453 com a queda de Constantinopla. Contudo, alguns vão situá-
la como iniciada em 392, com a alçada do cristianismo como religião oficial do
império. Outros irão situar seu final em 1492, com o descobrimento da América e
consequente ruptura do pensamento escatológico medieval que essa descoberta
causou. Fato é que, assim como em outros segmentos da História, a periodização
ideal é sempre aquela que corresponde a um determinado objetivo de análise. 
1.1.1 Conceituando o mundo medieval
Figura 1 - O mundo na dimensão atual, com todos os continentes existentes, só passa a ser
representado no final do período medieval. Fonte: Martin Behaim Map (1492) A. E. Nordenskjold
(1889), WikiMediaCommons, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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Perspectivas inovadoras sobre a periodização medieval surgirão a partir da
chamada “Terceira geração dos annales”, geração do periódico francês que refuta
a “História dos Acontecimentos”, ou seja, a história baseada apenas em
acontecimentos políticos e grandes personalidades. A terceira geração será
liderada por Jacques Le Goff e Emmanuel Le Roy Ladurie, e se baseará
diretamente no método analítico proposto por Fernand Braudel (1992). 
CASO
Exemplificando melhor, para um historiador que estuda História da Igreja,
fica claro que a Idade Média em termos religiosos e de mentalidade se
inicia em 392 e termina com a reforma protestante, que dá novas diretrizes
para o pensamento religioso europeu, em 1517. Contudo, para um
historiador interessado em História Política, o mesmo recorte já não se
adequa, mas sim outro que leve em consideração a especificidade de sua
análise. Sendo a história uma construção e interpretação permanente, é
natural que as periodizações, formulações e objeto de estudo estejam
sempre em mutação. 
Uma proposta de periodização da Idade Média que merece destaque é a
desenvolvida por Jacques Le Goff (1998), a chamada “longa Idade Média”.
Medievalista Francês, Le Goff é membro do movimento historiográfico
conhecido como “Escola dos Annales”, que inova nas perspectivas de
análise da História como um todo, propondo principalmente o estudo de
novos temas e a interdisciplinaridade entre a História e as demais áreas de
conhecimento.
Fernand Braudel (1992) divide o tempo histórico em três: o factual, o conjuntural e
o estrutural. O tempo factual seria o dos acontecimentos pontuais e imediatos, o
que podemos chamar de “jornalístico”. São exemplos: um atentado, uma batalha,
a morte de um rei e a posse de outro. O tempo conjuntural é um tempo um pouco
mais longo, como por exemplo, um reinado. O estrutural, que é o amplamente
defendido por Braudel, é aquele lento, quase imóvel, que aborda as mudanças
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naturais, os modos de produção como o capitalismo, ou as estruturas mentais. Ele
é o tempo da “Longa Duração”, e por meio da análise dele é que podemos
observar as grandes mudanças na História. 
Para melhor entendimento da periodização de Le Goff da Idade Média e de suas propostas de análise,
recomendamos a leitura da obra Para um novo conceito de Idade Média: tempo, trabalho e cultura no
Ocidente (1979). Nessa obra, o autor discute a mudança do conceito de Idade Média pelo estudo de
novos temas. Do mesmo autor, recomendamos ainda a leitura da obra Uma Longa Idade Média,
publicada em 1998. 
É pensando nesse sentido, que Le Goff (1998) propõe sua “longa Idade Média”,
contudo, ele ainda vai além. Para ele, a o Renascimento não se opõe à Idade
Média, sendo o marco de seu fim. Muito pelo contrário: o renascimento comercial
e artístico do século XVI é apenas mais um dos renascimentos que a Idade Média
proporcionou, desde o renascimento carolíngio. Sendo assim, o renascimento é
parte da Idade Média, e não momento de ruptura e início da Idade Moderna. 
Devemos entender a Idade Média como um processo, não como uma estrutura
rígida, que começa e termina com hora marcada. Sendo assim, a melhor proposta
de análise para o historiador que busca estudar a Idade Média é sempre levar em
conta o contexto próprio do local e do objeto observado.
1.1.2 O princípio de tudo: invasões ou migrações bárbaras?
Comumente se acredita que os primeiros séculos medievais foram um declínio do
mundo romano. Pouco a pouco, os bárbaros teriam substituído tudo que era
romano por seus próprios costumes e instituições. Contudo, quem são os
bárbaros?
Sabemos que o nome “bárbaro” tem significado romano e abarca todos aqueles
que são estrangeiros ao império romano,e que consequentemente não falam
latim. Essa definição não parece um pouco generalista? Atualmente, sabemos que
os povos bárbaros são, na verdade, diversos povos diferentes, oriundos
VOCÊ QUER LER?
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principalmente do norte da Europa, que por razões diversas foram obrigados a
entrar em território romano. São eles: os Vândalos, os Suevos, os Alanos, os
Francos, os Ostrogodos, os Lombardos, e os Anglos e Saxões. É evidente que uma
gama tão grande de povos não poderia ter as mesmas características e que a ideia
do bárbaro e do próprio germânico é algo meramente acadêmico, pois eles não
são um bloco homogêneo. Todavia, por qual motivo os bárbaros vieram para o
império romano? 
As causas são variadas, assim como os povos. Não podemos impor um único
motivo a todos os povos, nem uma única forma de chegada. Acredita-se que a
maior parte dos bárbaros entrou no Império Romano de forma natural, sem
grandes choques. Eles se estabeleceram nas regiões fronteiriças do grande
império e aos poucos, por meio de acordos pacíficos e até mesmo por aceitarem
determinadas tarefas delegadas pelos romanos em troca de algum benefício, eles
se misturaram ao império, pouco a pouco criando raízes e desenvolvendo seus
costumes. 
A Saga dos Vikings (CHAPMAN, 1995) é um filme interessante para que possamos entender a forma
como a guerra e o ideal guerreiro eram estruturas bárbaras intrínsecas ao desenvolvimento social
desses povos. O filme se passa no século IX, e é de origem Alemã. 
Com o declínio do poder de Roma, naturalmente esses bárbaros se organizaram e
elegeram suas instituições originárias como a melhor forma de governo, mas
sempre adaptando as práticas governamentais dos romanos. Para a maior parte
dos bárbaros, podemos falar muito mais em migração do que em uma invasão,
propriamente dita. Não podemos deixar de apontar o início do ataque de Atila, o
Huno, chefe de estado da Ásia extremamente imperialista e violento, em 375
(ARRUDA, 1996), como uma das causas que provocaram o deslocamento dos
germânicos que se situavam na região de fronteira para dentro do Império
Romano.  
VOCÊ QUER VER?
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A partir da década de 1970 (SILVA, 2008), grande parte dos historiadores
abandonou a ideia de invasões bárbaras, substituindo tal conceito pelo de
migrações. O termo invasão transparece a existência de dois blocos antagônicos: o
mundo romano de um lado, e o germânico de outro. Contudo, essa concepção não
é verdade. Isso é comprovado com a análise do comportamento de Clóvis, o
primeiro rei dos Francos.
Clóvis foi o responsável por unir as tribos francas e dar origem ao Reino Franco,
tornando-se, desse modo, o primeiro rei dos Francos. Ele é considerado o
fundador da França e o primeiro rei católico convertido entre os germânicos. Além
disso, sua dinastia teria dado origem à Dinastia Merovíngia, a primeira do Reino
Franco após a queda do Império Romano do Ocidente.
Figura 2 - Os povos Bárbaros têm origem em sua maioria no norte da Europa, local onde há fácil
acesso ao mar, mas também ao restante do continente europeu por terra. Fonte: DUBY, 1987, p. 36.
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VOCÊ SABIA?
Diferentemente da figura que se tem no imaginário popular, os Celtas são uma
civilização de origem bárbara que não é coesa como grupo. Desse modo, podemos
ver vestígios da cultura celta em diversos povos do norte da Europa, como por
exemplo, os Batavos, os Belgas e os Bretões (POWELL, 1959).  
Clóvis não teria rompido com os romanos, em um primeiro momento. Os conflitos
nesse período, em geral, ocorriam entre os próprios reis bárbaros, configurando-
se, assim, como conflitos mais locais do que estatais, levando em conta o contexto
do Império.  
Esse exemplo foi mencionado por nós para que fique claro que nada na História
ocorre de forma abrupta. O homem do século V não acordou um belo dia e se viu
no período Medieval. Tudo na História ocorre nas entrelinhas, de forma estrutural,
aos poucos. Os bárbaros não invadiram destruindo tudo que era romano e
originaram os seus reinos. Muitas instituições e costumes foram aproveitados e
adaptados dentro da lógica de cada povo bárbaro, que conta com um contexto
local próprio. 
Figura 3 - Os castelos medievais são construídos de modo a parecer uma fortaleza. Dessa forma, eles
servem para proteção contra inimigos humanos e inimigos naturais. Fonte: ExFlow, Shutterstock,
2018.
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1.2 A Idade Média como problema
historiográfico
Pensando no título Idade Média, o que vem a sua mente? A palavra "média" dá a
entender que se trata de um período intermediário, de passagem, algo que
ocupou espaço até que outra coisa realmente relevante viesse à tona. Ainda
podemos ir além: o que é algo médio? Mediano? Atualmente, entendemos algo
médio como algo comum, normal, sem grandes floreios. De imediato, é natural
que ao pensarmos em Idade Média, pareça-nos que nada de muito relevante para
o desenvolvimento humano ocorreu no período. Essa impressão não ocorre por
acaso. O uso do termo já explicita uma visão de que a época se configuraria como
mera ponte entre a antiguidade e o capitalismo. 
1.2.1 As principais correntes historiográficas
O homem medieval não tinha nenhuma pista de que vivia no período medieval.
Para ele, assim como para nós atualmente, o período no qual ele vivia nada mais
era que a idade contemporânea, o tempo presente. É partir do Renascimento
Italiano que, aos poucos, surge uma distinção para o período de mil anos marcado
pelo feudalismo e pela atividade agrícola em seus primeiros anos, principalmente.
Mas, por que os renascentistas tinham tanta aversão ao período medieval? 
Francesco Petrarca (1304-1374) foi um humanista italiano, poeta, considerado o criador do soneto
formado por 14 versos. Ele é quem pela primeira vez vai se referir ao período medieval como tenebrae,
ou seja, a “Idade das Trevas” (BISHOP, 1961). 
A visão extremamente pejorativa do período medieval como um período
estagnado vem, de fato, dos renascentistas. Esse movimento é conhecido como
Renascimento, pois remete diretamente ao “renascer” da cultura clássica greco-
VOCÊ O CONHECE?
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romana. A Idade Média passa, então, a ser vista como uma ruptura com a perfeição
e a beleza da idade antiga, uma interrupção nas artes e na cultura.  
Essa percepção é desenvolvida pelos renascentistas principalmente por dois
motivos: primeiro, pelo fato de o renascimento italiano estar intimamente ligado à
ascensão da burguesia mercantil, burguesia essa que teme o período medieval por
se tratar de um período em que sua atividade comercial de certo modo é cerceada,
regulamentada e dificultada por diversos reis, dado o contexto de fragmentação
política. Segundo, pela necessidade de ter algo a que se fazer oposição. Se o
Figura 4 - O antropocentrismo é uma característica renascentista que coloca o homem no centro de
tudo. Fonte: ARCHITECTEUR, Shutterstock, 2018.
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Renascimento retoma o que há antes da Idade Média, é um recursoretórico
tangível tentar pintá-la como algum tipo de vilã que foi superada pela inteligência
e laicismo do homem do século XV. Sobre essa discussão, os dados históricos são
nos fornecidos por Hilário Franco Jr. (2001).
O século XVIII é ainda mais radical ao condenar a Idade Média. Por seu forte apelo
pelo laicismo da sociedade e das instituições políticas, os iluministas permeados
pelas “luzes” da razão humana, não admitem uma sociedade em que a Igreja é a
principal articuladora política e social. Assim, o estereótipo da Idade das Trevas
persiste. O filósofo francês Montesquieu (1689-1755) ainda afirma que o
cristianismo é o grande problema do período medieval.
O romantismo da primeira metade do século XIX, porém, começa a desmistificar
esse paradigma. Nas artes e na literatura, a Idade Média ressurge como um
período idílico no qual há amores impossíveis, aventuras e paisagens sombrias.
Com o movimento romântico, a estética medieval volta a ter audiência.
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Além disso, na segunda metade século XIX (FRANCO JR., 2001), com o advento do
Positivismo, há uma reinvenção da Idade Média. Isso se dá por conta da ascensão
dos nacionalismos, que projetam para o período medieval também uma noção de
nação. A intenção é dar legitimidade histórica para o argumento nacionalista. 
1.2.2 Da antiguidade tardia a alta Idade Média    
 Figura 5 - Os filósofos
iluministas foram os grandes responsáveis pela divulgação da ideia da Idade Média como idade das
trevas. Na imagem, o filósofo Montesquieu. Fonte: Everett Historical, Shutterstock, 2018.
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Na historiografia até o século XX (ARRUDA, 1996), prevaleceu a percepção geral de
que o Império Romano teria entrado em declínio e sido substituído prontamente
pelas instituições e costumes dos bárbaros invasores. Atualmente, surgiu o
conceito de Antiguidade Tardia, outra perspectiva de análise que explicaremos
neste subtópico. 
A Antiguidade Tardia nada mais é do que um período de transição entre a Idade
Antiga e a Idade Média. Ela refuta a ideia de substituição abrupta e também a
concepção de que os bárbaros invadiram e destruíram todas as estruturas do
Império Romano por onde passavam.
Todavia, a ideia da Antiguidade Tardia também foi alvo de debate historiográfico
após sua criação. De um lado, havia os defensores dessa perspectiva e, de outro,
os autores que preferem chamar os primeiros séculos após a queda do Império
Romano do ocidente de “Primeira Idade Média” ou “Alta Idade Média”.
Os defensores da Antiguidade Tardia têm como seus patronos o historiador suíço
Jacob Burckhardt e o belga Henry Pirenne, que se voltam e dão ênfase para as
continuidades com relação ao Império, não para as mudanças. Nessa perspectiva,
o âmbito do estudo cultural e das mentalidades é privilegiado – não é coincidência
Burckhardt ser conhecido por suas obras no campo da História da Arte, bem como
pelo uso de nomenclaturas positivas para descrever o período, substituindo
palavras como “final” e “decadência” do Império por conceitos como
“transformação” e “interação”. Sendo assim, esse momento passa a ser um
momento não de ruptura brusca, mas de passagem.
As críticas a esse modelo giram em torno do fato de ser difícil ter precisão nos
marcos cronológicos. Já que não há ruptura brusca em diversos aspectos segundo
essa visão, quando realmente podemos situar o final da Antiguidade Tardia? Será
que é possível, antropologicamente falando, situar exatamente o que é
continuidade e o que não é em uma cultura que já convivia com a outra séculos
atrás? Realmente, as fronteiras analíticas são nebulosas.
O conceito de Alta Idade Média, que difere em alguns aspectos da Antiguidade
tardia, é a perspectiva defendida por alguns historiadores. O primeiro ponto a ser
colocado por essa vertente é que essa coexistência entre princípios romanos e
germânicos não é simétrica, posto que ocorre principalmente mediada pela
difusão do cristianismo, que seria a amálgama entre as civilizações romana, cristã
e germânica. 
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Segundo Hilário Franco Jr. (2001, p. 15), o caráter sagrado da monarquia imperial,
a rígida estrutura social e o cristianismo foram herdados dos romanos. Dos
germânicos, as obrigações servis, o juramento de honra entre chefes e guerreiros e
a descentralização política.
Desse modo, podemos observar que, ademais a discussão em torno do melhor
conceito a ser aplicado nesse período ser o de Antiguidade Tardia ou o de Alta
Idade Média, fato é que a concepção de destruição e ruína total do mundo
romano, frente ao avanço das hordas bárbaras, não é coerente para esse período
de estudo, uma vez que, ao analisar as estruturas que formaram a Idade Média,
notamos a coexistência de elementos tanto romanos quanto germânicos.
1.2.3 O medievalismo no Brasil
Você já ouviu falar em Idade Média no Brasil? Geralmente é muito difícil para os
brasileiros conseguirem observar no Brasil alguma herança medieval. Aquele
mundo, repleto de armaduras – que cozinhariam nossos guerreiros vivos, caso
fossem utilizadas no clima tropical brasileiro –, de cavaleiros, castelos e
fortificações, parece distante do nosso contexto social. Contudo, o Brasil possui
muito mais influências medievais do que você pode imaginar.
Essas influências estão ligadas à colonização do Brasil pelos Portugueses. São eles
que trazem por meio do processo de colonização diversas estruturas cuja origem
está no período medieval propriamente dito. Contudo, Weckann (1993) restringe a
permanência dessas estruturas no Brasil apenas até o século XVII. 
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O primeiro aspecto que nos remete a uma similaridade com a organização
medieval é a distribuição da terra nos primeiros anos da colonização brasileira. No
Brasil, a organização territorial gira em torno de um poder central e das capitanias
hereditárias. As capitanias são grandes domínios que possuem governantes locais,
os donatários.  
Para entendimento da relação entre Idade Média e o presente, recomendamos a leitura de A Idade
Média: nascimento do ocidente, de Hilário Franco Júnior, publicada em 2001. Essa obra tem caráter
panorâmico e nos traz grandes discussões gerais sobre o estudo do período medieval no Brasil. 
Figura 6 - Grande parte dos pontos turísticos do Nordeste Brasileiro são ligados ao sistema colonial e,
portanto, segundo Hilário Franco Jr. (2001), teriam alguma influência medieval. Na imagem, o
Pelourinho, na Bahia. Fonte: lazyllama, Shutterstock, 2018.
VOCÊ QUER LER?
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Além disso, Franco Júnior (2001) irá pontuar alguns outros aspectos brasileiros
que considera como herdeiros diretos do Medievalismo Ibérico. Um dos aspectos é
a economia agrária, que persistirá até os dias atuais no Brasil, iniciada, segundo
ele, não só pela facilidade geográfica do nosso território, mas também por conta
da estrutura econômica europeia desse período. É evidente que a questão
brasileira foi muito particularizada pelo sistema colonial e posteriormente pelo
neocolonialismo e a indústria, contudo para Franco Júnior (2001), a origem está
nessa herança ibérica. O mesmo autor ainda cita a literatura de cordel nordestina
e o imaginário da literatura brasileira, repletos dereferências ao Rei Arthur e a
Carlos Magno, bem como o sistema patriarcal típico da era feudal e 11 feriados do
calendário brasileiro como, por exemplo, o carnaval e a procissão do círio, cuja
origem é medieval. 
1.3 Estruturas da sociedade medieval  
 
A sociedade Medieval pode ser entendida a partir de vários aspectos. Contudo,
devemos sempre ter em mente que cada região terá algumas particularidades que
não necessariamente corresponderão ao modelo aqui explicitado. Cabe a nós,
então, entender o modelo geral de funcionamento social desse período e, a partir
daí, analisar de forma crítica se é possível aplicá-lo a todas as regiões e como ele
se adapta a determinados contextos. 
Você já se perguntou qual foi o processo de transição que deu origem ao que
conhecemos como sistema feudal? De que maneira uma sociedade extremamente
mercantilizada, tal como a romana, evolui para uma sociedade na qual as trocas
são o mote geral da economia?   Qual a origem da mão de obra servil,
majoritariamente camponesa? Para entender essas questões, começaremos por
uma abordagem contextual do Reino Franco ao Império Carolíngio, que nos
explica a origem da organização territorial da Alta Idade Média, passando, então, a
uma elucidação do que é o feudalismo e o sistema feudal, e de que forma ele
influencia e modifica a sociedade nesse período, finalizando com uma abordagem
das estruturas sociais resultantes de todo esse processo.
1.3.1 Do reino franco ao império carolíngio
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O entendimento da formação sociopolítica do Reino Franco é essencial para a
compreensão das principais características da sociedade medieval, posto que sua
organização territorial modificará o panorama da posse de terra e da divisão de
poder na Europa.
A primeira dinastia dos Francos é chamada de Merovíngios (481-751), pois se
acredita que descendiam de Meroveu. 
Clóvis, neto de Meroveu, foi o responsável pela organização política efetiva do
Reino Franco, com sua política de expansão contida, dos acordos entre romanos e
bárbaros promovidos por ele de modo a unificar o reino de maneira mais pacífica
e por conta de sua conversão ao cristianismo ortodoxo, que homogeneizou ainda
mais os bárbaros francos aos romanos remanescentes. Assim, podemos dizer que
Clóvis usou de estratégias muito sagazes que colaboraram para o sucesso da
unificação dos Francos em um grande reino. Entre 486 e 507, Clóvis venceu os
Alamanos na batalha de Tolbiac, os Burgúndios em Dijon e os Visigodos (ARRUDA,
1996).
Com a morte de Clóvis, o reino foi dividido entre seus filhos. Dessa forma, o Reino
Franco foi fragmentado em três grandes territórios, o Norte, cuja posse ficou para
Clotário, o Leste, de Thierry, e o Centro, de Clodomiro.
Clótario e seu filho, Clotário II, tentaram reunificar o Reino Franco. Apesar de suas
tentativas, os três reinos continuaram a gozar de uma relativa autonomia entre si,
sendo o grande nexo entre eles a figura do Majordomus, cargo criado para
administração do reino e chefia da nobreza (ARRUDA,1996).
Os majordomus terão supremacia política de 640 até 751 d.C., com a ascensão da
Dinastia dos Carolíngios. Nesse período, os reis merovíngios receberam a alcunha
de reis indolentes, uma vez que largaram a administração do reino para viver em
ócio. 
Pepino, o Breve (714-768) é herdeiro de Carlos Martel e considerado o primeiro rei carolíngio,
ascendendo ao poder com auxílio da influência   eclesiástica. Será prefeito do palácio, ou seja,
Majordomus, de 741-751 e conhecido como “O Breve” ou “O Moço”. Seu apelido, “breve”, faz referência
VOCÊ O CONHECE?
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à sua baixa estatura (ARRUDA, 1996). 
O último rei merovíngio coroado foi Childerico III. Com auxílio do Papa, Pepino, o
Breve, filho de Carlos Martel (714-740), conseguiu colocar em reclusão monasterial
Childerico III, coroando-se rei dos Francos. Assim, começa uma nova dinastia no
Reino Franco, intimamente ligada ao papado e ao catolicismo.   A relação com a
Igreja é tão estreita nesse período, que Pepino, o Breve, irá doar o Ducado de
Roma, o Exarcado de Ravena e a Pentápole para a Igreja, formando assim o
Patrimônio de São Pedro, origem do Estado do Vaticano.  
VOCÊ SABIA?
O Patrimônio de São Pedro, ou seja, o conjunto de domínios independentes da
Igreja na península Itálica é marcado por uma história repleta de conflitos. O único
estado que se manteve totalmente sob os domínios da Igreja até os dias atuais é o
Estado do Vaticano (ARRUDA, 1996). 
Pepino irá dividir seu reino entre seus filhos Carlos Magno e Carlomano. Com a
morte do segundo, Carlos Magno torna-se rei do Reino Franco como um todo,
governando de 771 até 814 d.C. O reinado de Carlos Magno será muito profícuo
para os Francos, contudo ele só será sagrado imperador em 800 d.C.
Logo no começo de seu reinado, Carlos Magno iniciará uma política de domínio e
expansão nos territórios inimigos. Com uma sucessão de vitórias e o grande
alargamento do território Franco, cada vez mais Carlos Magno ganhará prestígio
junto ao papa, que via no líder carolíngio uma oportunidade de proteção, já
iniciada com Pepino, o Breve. Desse modo, na missa de natal de 800 d.C., o Papa
Leão III coroa Carlos Magno imperador dos romanos, dando aos domínios
carolíngios o título de império (ARRUDA, 1996).
Você notou algo estranho na coroação? O papa coroa Carlos Magno imperador dos
romanos, não apenas imperador franco. Desse modo, sob o título de Carlos
Augusto, tal como os romanos intitulavam seus imperadores, Carlos Magno
retoma o Império Romano do Ocidente, que havia desaparecido em 476. É claro
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que na prática o Império Carolíngio não correspondia ao que havia sido o Império
Romano em seu apogeu. Contudo, a simbologia em torno desse título bem como
as tradições, são importantes para a legitimação de Carlos Magno nesse momento.
O Império foi dividido em 200 condados, cada um sob governo de um Conde
auxiliado por um bispo. Além disso, nos territórios dominados, Carlos Magno
resguardava a particularidade de cada povo, o que era um mecanismo inteligente
de contenção de possíveis conflitos e resistências. Todavia, é importante ressaltar
que ainda que a particularidade de cada povo fosse de certo modo respeitada, o
batismo no cristianismo era obrigatório (ARRUDA, 1996).
Para garantir a obediência dos condes, o Imperador criou o cargo de Missi Dominici,
funcionários que percorriam o império representando o imperador e
reivindicavam o juramento de fidelidade e o cumprimento das leis, que se
chamavam Capitulares. Os Capitulares seriam o primeiro compilado de leis
escritas do período Medieval. Além disso, o Império contava também com uma
chancelaria e a assembleia dos condes, convocada três vezes ao ano. 
Com a morte de Carlos Magno em 814 d.C., assume seu filho Luís, o Piedoso, que
mantém a unidade do Império até sua morte. Contudo, após seu falecimento, seus
filhos irão se envolver em luta armada uns contra os outros por conta do território.
Desse modo, em 843 d.C., o Império foi divido em três reinos diferentes: a França
Oriental, França Ocidental e França Central. O sistema de condados e essa divisão
em três grandes reinos, associada a capitular de Quirzy-sur-Oise, estabelecida por
Carlos, o Calvo, neto de Carlos Magno em 877 d.C., que impunha a hereditariedade
dos feudos, se organiza e se fortalece o sistema feudal (ARRUDA, 1996).
1.3.2 Principais características do mundo medieval – O sistema
feudal
O Sistema Feudal é o modo de produção de grande parte da Europa Ocidental
durante o período Medieval, ou seja, o Feudalismo é o modo deorganização
socioeconômica dessa época, dando as diretrizes para a distribuição e produção
de insumos e o comércio em geral. É importante ressaltar que a sociedade nesse
período é essencialmente agrícola e é essa característica que dará o tom das
relações de trabalho e comércio como um todo. 
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VOCÊ SABIA?
A Igreja Católica proibiu terminantemente a usura, que consiste no empréstimo de
dinheiro cobrando-se juros. Para eles, essa prática era pecaminosa, pois o tempo é
propriedade apenas de Deus e portanto, não pode ser vendido para obtenção de
lucro (FRANCO JR., 2001).  
Quando os germânicos chegam até o Império Romano, eles se deparam com um
contexto de crise. A crise romana tem diversas motivações, mas uma delas é a
crise do escravismo. O escravo em Roma era feito escravo ou por conquista ou por
dívida, e com o fim das conquistas e da expansão romana, o número de escravos
cai bruscamente prejudicando a produção. A mão de obra livre não é suficiente
para suprir a carência da força de trabalho escrava e assim, cai a produção
agrícola, o comércio urbano e o consumo do artesanato. As cidades cada vez mais
se tornam despovoadas e a sociedade romana começa a se modificar.  
Figura 7 - A vida na Europa Medieval era permeada pelas atividades no campo. Nesta imagem, temos
uma representação romantizada do que seria uma camponesa medieval. Fonte: Poter_N,
Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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Esse contexto romano se mescla com as tradições bárbaras. O comitatus,
juramento de fidelidade do guerreiro germânico ao senhor, aos poucos vai se
adaptando e dando origem ao comitatus medieval, que é o juramento entre
vassalo e suserano. O colonato romano, prática adotada no contexto da crise para
cultivo das terras, na qual o senhor cedia parte de seu território para cultivo de
uma pessoa pobre mediante pagamento de impostos, dará origem ao sistema de
vassalagem e também de servidão medieval. Assim, surge o Feudalismo – fruto da
síntese entre o contexto romano e o contexto germânico. 
O Incrível Exército de Brancaleone (MONICELLI, 1966), do diretor Mário Monicelli é uma comédia italiana
gravada em 1966, considerada um clássico, a qual retrata o cotidiano de um atrapalhado exército
medieval. Esse filme retrata de maneira descontraída o encontro desse exército com Bárbaros, bruxas,
reis e até a peste negra. 
O funcionamento do sistema feudal é baseado nos diferentes usos da terra Que
era dividida entre domínio, manso senhorial e manso servil. O domínio era toda a
terra de um latifúndio específico, que era dividida entre posse coletiva e posse
exclusiva. A terra de posse coletiva eram os bosques e pastos, onde todos podiam
usufruir dos recursos naturais. A posse exclusiva, era chamada de reserva
senhorial. Geralmente, em um feudo, o manso senhorial ocupava metade do
espaço ou mais. O restante da área cultivável era o manso servil, no qual os
servos podiam cultivar colher e vender, desde que pagassem tributos ao senhor.
Quem trabalhava nos feudos era o servo, e por isso o trabalho é chamado de
servil. A servidão é diferente da escravidão, na medida em que o servo é um
homem livre, apesar da terra cultivada por ele não lhe pertencer. A relação que o
servo tem com o senhor é uma relação repleta de obrigações, e é justamente a
imposição dessas obrigações que define o status de servo. Em troca, além da
cessão da terra, o senhor protege seus camponeses e não pode expulsá-los da
VOCÊ QUER VER?
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terra. Ou seja, toda a base da produção agrícola Medieval é oriunda do trabalho do
pequeno camponês que se torna servo porque depende da terra para poder
subsistir, tornando-se então juridicamente preso ao senhorio.
As principais obrigações feudais, são mensuradas por meio do tamanho do manso
doado ao servo. Quanto maior o manso e consequentemente, a família, maior o
número de obrigações. São elas: as prestações, corveia, talha, banalidades, mão
morta e censo. As prestações são a obrigação em receber em sua residência os
nobres de passagem, principalmente os barões, alimentando e hospedando toda
a comitiva. A corveia consiste no trabalho forçado dos servos alguns dias da
semana na terra do senhor, não só na agricultura, mas também em construções e
reparos, e é muito importante posto que é a base para o funcionamento do
sistema senhorial, uma vez que garante literalmente o sustento do senhor.
Devemos ressaltar que a variedade e a quantidade de alimentos na mesa do
senhor o distinguirão dos demais. Quanto maior a fartura, maior a importância do
senhor. A talha é a cessão obrigatória de parte da produção agrícola dos servos ao
senhor, as banalidades, imposto pelo uso dos grandes instrumentos agrícolas do
senhor, como o moinho, o celeiro e o forno. A mão morta é um tributo pago na
ocasião da morte do servo, e o censo uma espécie de mensalidade paga somente
pelos servos. 
Além dessas obrigações ao senhor, os servos também têm de pagar o encargo
denominado tostão de Pedro, que a Igreja cobrava. Há ainda taxas de casamento,
de justiça, e por nascimento. Em suma, toda a vida no contexto Medieval para o
servo gira em torno de onerações e obrigações.
Entretanto, o Feudalismo não se desenvolveu da mesma forma em todas as
regiões da Europa. Na região do Império Carolíngio, a mescla entre elementos
romanos e germânicos se deu de forma mais equilibrada. Por conta disso é que o
modelo feudal propriamente dito se organiza a partir dali e é exportado para
outras regiões da Europa. 
O nível de técnica nos primeiros anos do Feudalismo era medíocre, e por isso a
produtividade era baixa e o contexto era de fome. Desse modo, o trabalho tornou-
se cada vez mais rotineiro e não havia especialização da mão de obra.  A grande
técnica utilizada por todos de modo a garantir a produção era da rotatividade das
terras. Nesse modelo, a terra era dividida em três campos diferentes, nos quais se
alternava o tipo de cultivo, sendo que a cada ano um dos campos de terra
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descansava. Nota-se que a produtividade dessa técnica não era muito grande, pois
apesar de o pousio do campo ser positivo uma vez que adiava seu esgotamento,
um terço da terra cultivável não produziria por ano.
Por conseguinte, podemos notar que o sistema feudal engendra em si três
principais características: a produção agrícola, a servidão e o comércio baseado
em trocas. Sendo assim, podemos observar que era uma sociedade de rara
mobilidade social, uma vez que não era possível a ascensão por meio do dinheiro,
já que possuir dinheiro não era possuir poder nesse período. O poder está
intimamente ligado à posse de terra, pois é ela que dará ao senhor o direito de
cobrar as obrigações dos camponeses. A terra nesse período não é um bem
público, mas sim um bem hereditário, transmitido por meio da primogenitura e dá
o status de nobreza, dependendo da linhagem, o que também impede o acesso à
terra pelas populações mais pobres. Além disso, o território do rei, nesse período,
é uma extensão da pessoa do rei, ou seja, um bem particular.
1.3.3 O funcionamento da sociedade medieval
Para entender o funcionamento da sociedade medieval, precisamos retomar mais
uma vez o período de decadência do Império Romano. A crise geral fez com que os
espaços de atuação individual da população ficassem restritos ao que o contexto
caótico possibilitava. Desse modo, as populações pobres foram se acomodandonos extratos sociais, principalmente aqueles voltados para o campesinato. A
gênese da formação social medieval se dá nesse período diretamente atrelada à
crise da escravidão, que era a principal força de trabalho em Roma. Isso somado
ao processo de ruralização cria a figura do colono, ou seja, do rendeiro. O rendeiro
não recebe salário e não deve corveia. O rendeiro pode ser interpretado como uma
melhoria em relação ao escravo, mas um retrocesso em relação ao trabalho livre.
A sociedade Medieval é considerada o que chamamos de sociedade trifuncional,
dividida basicamente em oratores, bellatores e labatores, ou seja, uma sociedade
em que há rara mobilidade social. As posições sociais são delegadas por via
hereditária. Tradicionalmente, fala-se em três ordens sociais: os que lutam, que
correspondem à nobreza, os que oram, que são os membros do clero e os que
trabalham, ou seja, os servos. É interessante observarmos que essa divisão é
justificada com base na vontade de Deus, que tem a sociedade celestial também
trina, em Pai, Filho e Espírito Santo. Em suma, o homem medieval deveria
acreditar que nasceu para aquela função e que não deve refutá-la. Cada pessoa
estava presa na sua função, assim como seus descendentes.
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A sociedade em termos gerais divide-se entre senhor e servo. O senhor é definido
pela posse da terra por direito hereditário, pelo monopólio do poder em todas
suas esferas, (com exceção do poder eclesiástico), com ênfase no poder militar, e
pelo uso do trabalho servil com mão de obra. Os senhores são os membros da
nobreza. O servo é aquele que faz o uso útil da terra, trabalhando nela
diretamente e devendo obrigações ao senhor. Além desses dois segmentos
basilares da sociedade, temos ainda em menor número os ministeriais, escravos,
que desaparecem na Baixa Idade Média, e os vilões.
É importante ressaltar que a organização política nesse período é baseada no
localismo, ou seja, o poder não é centralizado diretamente no rei, mas sim no
senhor. Contudo, alguns senhores são submissos a outros em troca também de
proteção. Isso se dá por meio de um juramento de fidelidade, selado com um
beijo, que transforma o menor senhor em vassalo do maior, que se torna suserano.
Entre suserano e vassalo há também obrigações, assim como entre senhor e servo.
O suserano deve obrigatoriamente ceder um feudo ao vassalo, proteção militar e
garantia da hereditariedade da posse da terra. O vassalo deve prestar serviço
militar e proteção ao suserano em caso de aprisionamento ou qualquer outro
problema que afete diretamente a vida do suserano. Deve ainda enviar seu filho
para ser armado cavaleiro e presentear as filhas do senhor na ocasião de seu
casamento. A figura do rei surge como o grande suserano. 
1.4 O ano mil: milenarismo cristão
O período medieval é marcado pelo imaginário fantasioso. Em um mundo em que
fantasmas, dragões, florestas encantadas e outros seres são reais, é natural que o
mito tenha uma força de coerção social muito grande. É nesse contexto que vem à
tona os princípios milenaristas. Baseados em interpretações apocalípticas do texto
bíblico, essa visão vai abalar o mundo medieval. Atrelada à pedagogia penitencial
promovida pela Igreja, à insegurança e ao medo da morte abrupta sem salvação
da alma e ao final dos tempos, a crença no milenarismo marcará muito fortemente
traços de mentalidade coletiva nesse período, e dará norte para grande parte das
ações coletivas e religiosas. 
1.4.1 Características do ano mil – o advento do milenarismo
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O ano 1000 é um momento marcante na história medieval. Não só por conta da
expansão feudal e agrícola ocorrida a partir do século XI, intimamente atrelada ao
contexto das cruzadas, mas também por conta da ascensão do fenômeno que
chamamos de milenarismo. 
A palavra milenarismo já nos dá uma pista a que ela se refere: algo ligado ao
advento do primeiro milênio da era cristã. Toda a origem dos diversos movimentos
e vertentes milenaristas está ligada a profecias que não são novas no cristianismo,
mas resultado do pensamento escatológico cristão.
Mas, o que é o pensamento escatológico cristão?
A escatologia pode ser entendida como um estudo do fim. Esse fim pode ser o das
coisas, da vida do indivíduo ou até mesmo da sociedade e do mundo como o
conhecemos. Ou seja, o tempo escatológico tem um ritmo linear e evolutivo, com
a gênese (criação do mundo), o auge (nascimento de Cristo) e o fim (juízo final).
Para os cristãos, o tempo é finito, assim como, portanto, a história. Sendo assim, a
Igreja se apropria e usa esse conceito para pregar o medo do final dos tempos,
coroado com o apocalipse cristão.
A angústia escatológica é um tema que permeará todo o período medieval a partir
do ano 1000, tornando-se de fato uma obsessão coletiva.
Esse anseio escatológico se dá em decorrência não só da percepção gerada pela
morte em larga escala decorrente das sucessivas pestes, mas também pelo quadro
conjuntural geral do período que compreende a segunda metade do século XIV e
primeira metade do XV (SOUSA, 2014). Nesse período, há uma sucessão de
adversidades que acometem o Ocidente, reforçando assim a angústia
escatológica, como o avanço turco, o cisma cristão e com ele os boatos a respeito
da chegada do Anticristo, a guerra dos cem anos e o reaparecimento de alguns
focos de peste. 
Com essa percepção, vê-se a ascensão de duas principais visões escatológicas – A
milenarista e a do juízo final. A milenarista, mais otimista, dado que prega um
período de mil anos de paz, no qual Cristo retornaria e Satã estaria acorrentado no
inferno, e a do juízo final mais ameaçadora, dada a triagem dos eleitos para o
paraíso. Essas duas visões são construídas com base em interpretações
divergentes das visões de Daniel.
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Nos séculos XIV e XV (SOUSA, 2014), cada vez mais esses anseios terão audiência,
principalmente com a polêmica do cisma cristão, que culmina na acusação dos
papas serem o Anticristo. Essa angústia escatológica é fomentada pela Igreja com
a intenção de educar o homem medieval de acordo com o que deveria ser feito por
ocasião da aproximação do juízo final.
Todo esse movimento ganha força a partir do ano 1000 especificamente em
decorrência da interpretação do Livro de João 20,7-10, que estabelece a crença de
que após a segunda vinda de Cristo, se iniciaria um período de mil anos de
felicidade, que terminaria com o apocalipse e o juízo final, coroado pela
ressurreição dos mortos. O homem medieval vive, então, à espera de que esse
desfecho se cumpra.
1.4.2 Vertentes do milenarismo cristão
Grande parte dos movimentos milenaristas vê a salvação seguindo os seguintes
aspectos enumerados pelo historiador Norman Cohn (1980):
1) a salvação sempre será miraculosa, na medida em que terá a presença de
agentes sobrenaturais seja para realizar seu advento ou para realizá-lo de forma
propriamente dita;
2) coletiva, já que até o início da percepção de julgamento individual da alma a
partir do século XIII, a noção de salvação para o cristianismo é em grupo;
3) terrena, uma vez que o cenário do remate dos tempos é a terra e não o além e
total, já que não será possível voltar ao estado anterior e iminente, uma vez que
pode acontecer a qualquer momento. 
O livro O Ano Mil, de Georges Duby (1980), trabalha com a questão dos milenarismo na Europa
Ocidental. Por meio dessa leitura, você poderá aprofundar seus conhecimentos sobre as diversas seitas
milenaristas surgidas a partir do ano mil, de modo a tentar entender de que forma os milenarismo
medievais ainda hojerepercutem. 
VOCÊ QUER LER?
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Os movimentos milenaristas do período Medieval são muito variados e transitam
entre o pacifismo da doutrina cristã, no sentido de seguir seus dogmas de modo a
não sofrer a danação infernal, e os movimentos mais agressivos e radicais, quase
sempre ligados aos mais pobres.
No decorrer do ano 1000, surgem diversos grupos considerados pela Igreja
heréticos, como os Valdenses, os Cátaros e os franciscanos espirituais, que pregam
um retorno aos pensamentos de Francisco, após o século XIII. Esses grupos são
enquadrados pela Igreja como seitas, pois divergem em alguns aspectos do
cristianismo oficial, ainda que se mantenham cristãos (COHN, 1980).
Todavia, podemos perceber que hoje alguns desses princípios considerados
heréticos foram incorporados ao cristianismo oficial católico, como por exemplo, a
tradução da Bíblia para outros idiomas diferentes do latim. O que justifica essa
mudança de alguns dogmas católicos é justamente a capacidade de adaptação ao
contexto político que a Igreja Católica demonstra ter no decorrer dos séculos. 
O ano 1000 constitui-se como um grande marco no período medieval,
principalmente no que diz respeito ao âmbito das mentalidades (COHN, 1980). O
milenarismo surge como teoria que vai nortear o comportamento do homem, por
um lado colaborando para o desenvolvimento de movimentos heréticos que
pregam a reforma da Igreja, resultado do medo do juízo final e de ser
comprometido por falta de decoro por parte dos bispos e clérigos, e por outro
fortalecendo o poder da Igreja que, a partir daí, ganha escopo para desenvolver
uma pedagogia do medo própria, que corrobora com o reforço de seus dogmas e
maior submissão dos fiéis. 
Síntese
Concluímos o primeiro capítulo do nosso curso sobre História Medieval Ocidental.
Por meio desse estudo, você teve acesso aos primeiros problemas historiográficos
levantados sobre o início do período medieval, como escolha de periodização,
nomenclatura dos períodos e gênese da sociedade feudal.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
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entender que na historiografia, a periodização de uma determinada época é
sempre alvo de debate e depende do objeto de análise do historiador;
perceber o fato de que o termo “Idade das Trevas” tem sua gênese no
Renascimento e seu uso é pejorativo. Hoje, movimentos entre os
historiadores buscam reverter essa concepção, demonstrando que o
período medieval foi muito profícuo no âmbito das artes, literatura e ciência;
compreender a questão de que a relação entre servo e senhor é pautada
pelo pagamento de obrigações. São elas: as prestações, corveia, talha,
banalidades, mão morta, entre outras. Além disso, há também o Tostão de
Pedro, tributo pago à Igreja;
aprender que além da relação entre servo e senhor, há também a relação
entre vassalo e suserano. Baseada no juramento de fidelidade e na honra,
em que ambos prometem proteção mútua;
compreender que o ano 1000 tem como principal característica o advento e
fortalecimento do anseio escatológico, resultado da popularização de
profecias do final dos tempos.
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