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Prévia do material em texto

Autor: Prof. Maurício Felippe Manzalli
Colaboradores: Prof. Clovis Chiezzi Seriacopi Ferreira
 Prof. André Galhardo Fernandes
Economia e Administração
Professor conteudista: Maurício Felippe Manzalli
Bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Paulista (UNIP) e mestre em Economia Política pela Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Atualmente é professor da UNIP nos cursos de Ciências Econômicas e 
Administração e também é coordenador do curso de Ciências Econômicas na mesma universidade, tanto na modalidade 
presencial quanto a distância. Tem experiência em administração e finanças, notadamente, àquelas ligadas ao setor de 
transporte de passageiros, atuando há 29 anos no ramo.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
M296e Manzalli, Maurício Felippe.
Economia e Administração / Maurício Felippe Manzalli. – São 
Paulo: Editora Sol, 2020.
176 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Consumidor. 2. Teoria macroeconômica. 3. Matemática 
financeira. I. Título.
CDU 33
W508.52 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Aline Ricciardi
 Juliana Muscovick
Sumário
Economia e Administração
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA ECONÔMICA ......................................................................................................9
1.1 Microeconomia ..................................................................................................................................... 14
1.2 Fatores de produção e curva das possibilidades da produção ........................................... 15
1.3 O problema econômico fundamental .......................................................................................... 16
1.4 Bens ........................................................................................................................................................... 19
1.5 Curva de possibilidade de produção ............................................................................................. 21
2 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR, TEORIA DA DEMANDA E TEORIA DA OFERTA .............25
2.1 Teoria da demanda .............................................................................................................................. 29
2.2 Teoria da oferta ..................................................................................................................................... 41
2.3 Funcionamento do mercado, equilíbrio e deslocamentos do equilíbrio........................ 53
3 TEORIA DA FIRMA ........................................................................................................................................... 61
3.1 Teoria da produção .............................................................................................................................. 61
3.2 Custos de produção ............................................................................................................................. 77
4 ESTRUTURAS DE MERCADO, FORMAÇÃO DE PREÇOS E MAXIMIZAÇÃO DE LUCROS ......... 81
4.1 Concorrência perfeita ......................................................................................................................... 81
4.2 Monopólio ............................................................................................................................................... 84
4.3 Oligopólio ................................................................................................................................................ 87
4.4 Concorrência monopolista ............................................................................................................... 90
Unidade II
5 INTRODUÇÃO À TEORIA MACROECONÔMICA ..................................................................................... 95
5.1 Questionamentos centrais da teoria macroeconômica ........................................................ 95
5.2 Evolução da teoria macroeconômica ........................................................................................... 98
5.3 Medidas de atividade econômica ................................................................................................100
5.3.1 Identidade entre renda e produto..................................................................................................101
5.3.2 Valor bruto da produção e valor agregado ................................................................................104
5.3.3 Demais medidas agregadas ..............................................................................................................106
6 CONSIDERAÇÕES ACERCA DA TEORIA MONETÁRIA .......................................................................108
6.1 Funções e histórico da moeda ......................................................................................................109
6.2 Da moeda aos meios de pagamento ..........................................................................................113
6.3 Política monetária ..............................................................................................................................114
6.4 Política fiscal ........................................................................................................................................116
6.5 Política cambial ...................................................................................................................................119
6.6 Política de rendas ...............................................................................................................................120
6.7 Inflação ...................................................................................................................................................121
7 FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO ..................................................................................................125
7.1 Princípios e funções da administração ......................................................................................125
7.2 Escola clássica e científica ..............................................................................................................126
7.3 Escola humanística ............................................................................................................................128
7.4 Escola da burocracia .........................................................................................................................130
7.5 Administração por objetivos ..........................................................................................................1308 MATEMÁTICA FINANCEIRA ........................................................................................................................131
8.1 Montante e juros simples ...............................................................................................................132
8.2 Desconto simples ................................................................................................................................136
8.3 Montante e juro composto ............................................................................................................142
8.4 Equivalência de taxas .......................................................................................................................152
8.5 Série de pagamentos e rendas ......................................................................................................162
7
APRESENTAÇÃO
As necessidades da vida cotidiana tornam obrigatório o conhecimento sobre economia, administração 
e finanças, independentemente da área profissional ou da formação acadêmica. Assim, qualquer indivíduo 
deve ter noções de economia e administração mesmo que não saiba exatamente do que trata os saberes 
dessa área de conhecimento. Em outras palavras, todos nós nos deparamos com aspectos relacionados à 
formação de preços, à eficiente alocação de recursos, às estruturas de mercado, às questões de escassez 
de bens e serviços e suas condições de oferta, à inflação, ao desempenho de determinados setores da 
economia e aos níveis de desenvolvimento e crescimento das nações.
Em princípio, a ciência econômica é a ciência que estuda a atividade produtiva. Economia, palavra 
derivada do grego oikosnomos (oikos quer dizer casa; nomos significa lei), representa a administração 
de uma casa, entendida como um patrimônio particular, uma empresa ou um Estado. Trazendo para 
uma interpretação mais moderna do termo, pode-se dizer que a ciência econômica é a ciência que 
trata da administração eficiente de recursos econômicos com vistas à obtenção de resultados positivos. 
De acordo com Sandroni (1996, p. 129), a ciência econômica “focaliza estritamente os problemas referentes 
ao uso mais eficiente de recursos materiais escassos para a produção de bens”. De outra forma, é a ciência 
que trata dos fenômenos relativos à produção, à distribuição, à acumulação e ao consumo de bens. 
É disso, então, que passaremos a tratar a fim de possibilitar condições de reproduzir as noções teóricas 
básicas da teoria microeconômica, bem como da macroeconomia, distinguir escolas do pensamento 
administrativo e, ainda, poder utilizar os instrumentos oferecidos pela matemática financeira.
Nesse sentido, o objetivo é a perfeita compreensão da teoria econômica oferecida pela microeconomia 
e pela macroeconomia combinada com habilidades administrativas, demasiadas importantes para 
capacitar a entender o comportamento do consumidor e da empresa, a função produção e a formação 
de preços e maximização de produtividade e rendimentos, assim como as diversas estruturas de mercado.
INTRODUÇÃO
O livro-texto destina-se àqueles que necessitam compreender como funciona a economia do ponto 
de vista tanto dos consumidores quanto das empresas com vista ao entendimento do funcionamento 
dos diferentes mercados e dos diferentes níveis de concorrência que acontecem entre as empresas. 
Busca, ainda, apresentar algumas das abordagens das escolas do pensamento administrativo e noções de 
matemática financeira. Trata-se também de material de apoio à economia e administração. Serão encontrados:
• textos explicativos que elucidam a matéria;
• resumos do conteúdo estudado;
• exercícios comentados;
• tópicos para refletir, em que convidamos a pensar sobre assuntos da atualidade;
8
• a seção “Saiba Mais”, em que indicamos livros e demais leituras que, de alguma forma, 
complementam os temas investigados. É importante não deixar de explorar essas sugestões, 
garantimos que será possível ampliar seu conhecimento sobre os temas apresentados, e isso será 
extremamente útil, não apenas na questão específica do estudo, mas na vida profissional;
• os “Lembretes”, anotações pontuais que remetem a alguma informação já conhecida.
• as “Observações”, apontamentos que chamam sua atenção para algum ponto destacado sobre o 
assunto em desenvolvimento – são recursos que reforçam algumas questões que quisemos salientar.
• os Exemplos de Aplicação, em que os convidamos à reflexão sobre um tema proposto.
Inicialmente, será apresentada a ciência econômica, passando pela microeconomia e conhecendo o 
problema econômico fundamental, o comportamento do consumidor com a teoria da demanda e da oferta, 
o funcionamento do mercado, a teoria da firma. Finalizaremos com o assunto estruturas de mercado.
Na sequência, serão vistos outros temas, como exemplo a introdução à macroeconomia e teoria 
monetária, funções e histórico da moeda, bem como políticas econômicas e inflação. Ainda abordaremos 
algumas teorias do pensamento administrativo e concluiremos com a matemática financeira.
9
ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO
Unidade I
Aqui, faremos contato com as definições iniciais da ciência econômica, assim como com uma de suas 
teorias, que explica o comportamento racional dos agentes econômicos, notadamente, a microeconomia.
1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA ECONÔMICA
A ciência econômica estuda as relações entre famílias, empresas e governo para compreender os 
fenômenos que norteiam o funcionamento do mundo em que vivemos. A preocupação central dessa 
ciência social é a análise da produção de bens e distribuição da renda diante do problema da escassez 
de recursos e das necessidades ilimitadas dos indivíduos.
Nesse aspecto, um dos objetivos de começar a estudar economia e administração é apresentar os 
primeiros pensamentos diante de alguns problemas econômicos básicos de nosso cotidiano, por exemplo, 
a forma como distribuímos nossa renda, proveniente de nosso salário, diante da grande quantidade de 
mercadorias e de serviços dos quais necessitamos para manutenção da vida.
Apresentado assim parece bastante simples, pois sabemos o quanto ganhamos, ou seja, qual 
nosso salário e o que necessitamos durante uma semana, um mês, um ano e assim por diante. Mas, se 
pensarmos com um pouco mais de calma, para que tenhamos algum salário, torna-se necessária nossa 
participação em alguma atividade produtiva, seja trabalhando em alguma indústria, em uma loja de 
comércio ou prestando algum serviço, financeiro, pelos bancos, ou por outros meios, por exemplo, por 
uma rede de lavanderias.
Como ilustração, listamos alguns problemas econômicos com os quais a ciência econômica se 
preocupada em explicar:
• Como a taxa de câmbio interfere na vida das empresas e na vida do cidadão comum?
• O que ocorre com a renda da população diante de anúncio do governo por elevação nas taxas de juros?
• Por que o preço da gasolina sobe quando um determinado país não tem capacidade suficiente 
para produzi-la?
• Por que a renda da região Norte-Nordeste do Brasil tende a ser menos concentrada do que a 
renda da região Sul-Sudeste?
• Por que o produto interno bruto (PIB) de um país cresce conforme a sociedade consome maior 
quantidade de mercadorias?
10
Unidade I
• Quais são os fatores explicativos da subida dos preços dos chocolates nas proximidades da Páscoa?
• Por que um governo que gasta mais do que arrecada tem dificuldades de financiar seus déficits?
• Qual a importância para a vida de cada brasileiro quando um país vende uma empresa estatal ao 
capital internacional?
• O que significa inflação?
• O que é desemprego?
• Como os preços dos bens são determinados?
• Qual o comportamento do consumidor diante da elevada variedade de bens que tem à sua 
disposição para consumo?
• Como as empresas conseguem obter lucro diante do difícil controle de custos de produção?
• Como uma empresa consegue combinar da forma mais eficiente possível os fatores de produção 
disponíveis e a seu controle?
• Como medir a eficiência de diferentesfatores de produção em um processo produtivo?
Aparentemente, cada uma dessas questões em nada impacta nossa vida individual, mas vejamos 
o seguinte exemplo: em um determinado período, em alguma manchete de jornal impresso ou pelos 
telejornais, é anunciada a informação de que o balanço de pagamentos brasileiros do ano de 2019 
apresentou déficit de tantos reais, e esse déficit é proveniente de saldos negativos da balança comercial, 
demonstrando que as exportações da economia brasileira foram menores do que suas importações, 
mesmo que a balança de serviços tenha sido positiva. Espere um pouco: o que é déficit? O que é balanço 
de pagamentos? Balança comercial? Exportações? Importações? Balança de serviços?
As exportações foram menores do que as importações. Mas, por quê? Assim, de bate-pronto, não 
conseguiremos chegar a uma resposta certa, mas analisando dados da realidade concreta, poderíamos 
responder à nossa pergunta utilizando os seguintes argumentos:
• As exportações brasileiras foram menores em 2019, pois, nesse ano, as empresas nacionais 
produziram quantidade menor de mercadorias do que no ano anterior.
• As exportações brasileiras foram menores em 2019, pois, nesse ano, o consumo por parte dos 
brasileiros foi maior, assim, uma forma de não existir escassez de mercadorias no mercado interno 
foi não exportar.
• As exportações brasileiras foram menores em 2019, pois, nesse ano, o governo brasileiro adotou 
medidas favorecendo as importações, valorizando a taxa de câmbio, por exemplo.
11
ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO
Observamos que para apenas uma pergunta, elaboramos três possíveis respostas que somente 
poderão ser efetivamente consideradas como certas e verdadeiras ao observarmos os números da 
realidade concreta.
É disso que se ocupa a ciência econômica. Através de suas teorias, conjuga-se uma série de ideias 
e definições do objeto a ser investigado, verificam-se as condições em que cada uma das teorias se 
sustenta para, a partir de argumentos, dar respostas sobre o comportamento dos objetos de investigação, 
ou seja, construir hipóteses sobre o funcionamento da realidade concreta.
Poderíamos, por uma primeira aproximação, ilustrar o campo de observação dessa ciência:
• Estuda atividades econômicas que envolvem o emprego de moeda e a troca entre indivíduos, 
empresas e governo.
• Observa o comportamento das empresas, que produzem de modo eficiente, reduzindo custos para 
obter lucros.
• Observa o comportamento do consumidor, tendo em vista os preços, a renda de que dispõem e a 
oferta de bens e serviços.
• Observa o processo de concorrência empresarial e as formas com que abordam os consumidores.
Utilizando-se da contribuição de um renomado economista, Paul Samuelson (1979, p. 3), chegamos 
ao seguinte conceito:
Economia é o estudo de como os homens e a sociedade decidem, com ou 
sem a utilização do dinheiro, empregar recursos produtivos escassos, que 
poderiam ter aplicações alternativas, para produzir diversas mercadorias 
ao longo do tempo e distribuí-las para consumo, agora e no futuro, entre 
diversas pessoas e grupos da sociedade. Ela analisa os custos e os benefícios 
da melhoria das configurações de alocação de recursos.
Pois bem: eis aqui uma boa definição do que seria a economia, mas vamos traduzi-la para a linguagem 
de nossos dias.
Como ciência, a economia estuda o emprego de recursos escassos entre usos alternativos com o fim 
de obter os melhores resultados. Vamos entender o que é emprego de recursos escassos e o que são usos 
alternativos, mas, para isso, voltemos a uma das primeiras noções do que a economia estuda e que deve 
ser absorvida. O exemplo será você mesmo.
Pense, inicialmente, em sua renda. Se você trabalha, ou seja, se participa de alguma atividade 
produtiva, recebe um salário ao qual chamaremos de renda. Esse seu salário, seja ele qual for, será 
distribuído entre todas as suas necessidades de consumo. Salário é a sua renda e suas categorias de 
consumo que dizem respeito a suas despesas, portanto estamos descrevendo seu orçamento particular.
12
Unidade I
Vamos supor que sua renda esteja destinada para pagamento de conta de luz, água, telefone, 
alimentação, moradia, transporte, lazer, vestuário etc. Após alocar sua renda entre todas essas categorias 
de despesas, ainda sobrou uma parcela que você poupará para consumo futuro.
Mas você cursa uma universidade, e as mensalidades estão incorporadas nessa sua cesta de consumo, 
ou seja, o valor das mensalidades concorre por uma parcela de sua renda, assim como concorre o quanto 
você gasta com alimentos, moradia, transporte, lazer etc. Nesse caso, são várias categorias de gastos 
para uma mesma renda. Sem pensar muito, para que você consiga dar conta de efetuar todos os seus 
pagamentos, você efetua a distribuição de parcela de sua renda para cada um de seus gastos.
 Observação
Esse simples exemplo ilustra uma parte do conceito oferecido por 
Samuelson (1979), ou seja, a economia estuda o emprego de recursos 
escassos entre usos alternativos com o fim de obter os melhores resultados.
Nesse exemplo bastante simples, que vale também para a minha realidade e a realidade de mais 
uma grande quantidade de brasileiros, o emprego de recursos escassos é ilustrado por nossa renda, e 
os usos alternativos são ilustrados pela nossa cesta de consumo ou por tudo aquilo em que gastamos 
nossa renda.
Pensemos agora, não mais do ponto de vista individual, mas, sim, nos limites de uma família. Uma 
família é formada por pai, mãe, filhos, ou seja, entes que compõem uma unidade familial. Essa família 
precisa ser mantida. Precisa vestir-se, alimentar-se, morar e locomover-se. Ela tem, conjuntamente, 
uma cesta de consumo que deve ser atendida através de uma renda, a renda familiar, já que em nosso 
exemplo cada um dos membros dessa família participa de alguma atividade produtiva. Portanto, a 
renda familiar deve dar conta de responder a toda e qualquer categoria de gastos dessa família. Cada 
entrada de dinheiro, recursos, então, será chamada de renda; e, cada saída de dinheiro, despesas, serão 
os pagamentos efetuados por essa família. Eis aqui o orçamento familiar.
Em seguida, vamos pensar não mais individualmente, tampouco em termos de família, mas nas 
dimensões de uma empresa. Uma empresa pode produzir mercadorias e vendê-las diretamente aos seus 
consumidores. Pode apenas ser uma empresa comercial, comprando mercadorias produzidas por outras 
empresas e vendendo-as diretamente aos consumidores ou, ainda, pode ser prestadora de algum serviço.
Quando uma empresa produz alguma mercadoria, mesas, por exemplo, ela necessita de meios 
de produção, bens necessários à execução de sua atividade produtiva. Para produzir determinada 
mercadoria, precisa adquirir meios de produção e pagará por essa aquisição. No nosso exemplo simples 
da produção de mesas, essa empresa hipotética necessita adquirir fórmica, madeira, ferro, parafusos, 
colante, além de dispor de grande quantidade de máquinas, ferramentas, como, por exemplo, máquinas 
furadeiras, lixadeiras, serra de corte e assim por diante.
13
ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO
 Observação
A empresa também precisa contratar pessoas para trabalhar, pois esses 
meios de produção não trabalham sozinhos.
Quando a empresa adquire meios de produção, incorre em custos com a produção. Esse custo será 
conhecido pela multiplicação de duas variáveis: o preço de cada um dos fatores adquiridos e as quantidades 
das mercadorias adquiridas. Portanto, ela tem um custo de produção, uma despesa com sua produção.
Imaginando que as empresas não produzem mercadorias para satisfazer suas próprias necessidades 
de consumo, cada uma empreenderá todos seus esforços para vender sua produção. Quando as empresas 
vendem sua produção, recebem uma quantidade de dinheiro proveniente da venda. A essa quantidade 
de dinheiro, denominaremos receita de vendas, que nada mais será do que a multiplicação de duas 
variáveis: preço da mercadoria e quantidade das mercadorias vendidas.
 ObservaçãoEntão, quando mencionamos as receitas e as despesas empresariais, 
estamos falando do orçamento empresarial.
É comum afirmar que em regimes capitalistas de produção as empresas existem não para satisfazer as 
necessidades de consumo da sociedade, mas para valorizar o capital investido pelo empresário. Portanto, 
existem para gerar lucros. Dessa forma, seu empenho será pelo aumento das quantidades vendidas de suas 
mercadorias, o que requer dois aspectos: aumento da produção e uso de menor quantidade de recursos. 
Assim, procurarão gastar cada vez menos com a quantidade de meios de produção que adquirem para, 
muitas vezes, aumentar a quantidade de lucros que obtém. Portanto, as empresas também sofrem com a 
limitação de recursos à sua disposição diante de suas categorias de despesas.
 Saiba mais
Até o momento, tratamos das empresas inseridas no sistema capitalista de 
produção. A seguir, dois livros extremamente interessantes sobre o assunto.
CATANI, A. M. O que é capitalismo? São Paulo: Brasiliense, 2011. (Coleção 
Primeiros Passos).
RICHERS, R. O que é empresa? São Paulo: Brasiliense, 1986. (Coleção 
Primeiros Passos).
14
Unidade I
1.1 Microeconomia
A microeconomia, a mais antiga forma de produzir análise econômica, fornece um instrumental 
analítico empregado por praticamente todos os ramos do pensamento econômico dominante. O prefixo 
micro é derivado da palavra grega mikros, que representa pequeno. Dessa forma, a microeconomia estuda 
o comportamento de unidades econômicas muito específicas como, por exemplo, um consumidor, um 
trabalhador, uma empresa, uma família, uma indústria, mercados específicos, entre outros. De acordo 
com Vasconcellos, Oliveira e Barbieri (2011), os princípios que caracterizam a elaboração da teoria 
microeconômica apoiam-se em duas condições:
• pressupõe-se que a economia seja composta por unidades tomadoras de decisão, também 
chamadas de agentes econômicos, compreendidos como empresas enquanto produtoras e 
vendedoras de mercadorias, e as famílias enquanto consumidoras das mercadorias produzidas 
pelas empresas;
• cada um desses agentes detém um único objetivo – a maximização de seu bem-estar, ou a 
maximização de seus resultados. No caso dos agentes individuais, consumidores ou famílias, seus 
objetivos são melhorar seu padrão de consumo diante das oportunidades de consumo que lhes 
são oferecidas e diante de sua capacidade de consumo, ou seja, de sua restrição orçamentária. 
Ao agente econômico empresa, cabe cumprir seu objetivo de obtenção de lucro bem como 
maximizá-lo, também diante de restrições que lhes são impostas pelo ambiente econômico.
A teoria microeconômica, ou análise de equilíbrio parcial, foca em dar respostas às seguintes questões:
• O que determina o preço dos diversos tipos de bens e serviços?
• O que determina a remuneração de um trabalhador?
• O que determina o quanto de cada mercadoria será produzido?
• O que determina a maneira pela qual um indivíduo gasta sua renda entre os mais diversos tipos 
de bens e serviços?
Em sentido mais amplo, a teoria microeconômica, ao presumir que o sistema econômico oferece 
limites para a obtenção dos objetivos a serem atingidos pelos agentes econômicos e que esses limites 
são relativamente determinados pela escassez de recursos, procura descobrir quais são os melhores 
resultados alcançados em um sistema econômico diante das restrições que o sistema econômico impõe 
aos agentes.
Para responder a esses questionamentos, construindo modelos que representam de forma simplificada 
a realidade, a teoria microeconômica lança mão de algumas técnicas empregadas na construção dos 
modelos, a exemplo da teoria do consumidor e da teoria da firma, bem como dos estudos das diferentes 
estruturas de mercado em que as mais diversas empresas estão inseridas. No entanto, para que 
possamos conhecer, e entender, tais teorias, bem como seus desdobramentos, é necessário caracterizar 
15
ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO
o que são fatores de produção, como se relacionam e como são utilizados, partindo do princípio de que 
são limitados no tempo. Dessa forma, é importante atentar para ao que vamos tratar: dos fatores de 
produção, da curva de possibilidade de produção e do problema econômico fundamental.
1.2 Fatores de produção e curva das possibilidades da produção
Pois bem, indo direto ao assunto: a ciência econômica existe para dar conta de responder a um 
grande problema – o problema da escassez de recursos frente à grande quantidade de mercadorias e 
diante da ilimitada necessidade de consumo dos indivíduos. A quais recursos estamos nos referindo? 
Aos recursos produtivos, que também são denominados fatores de produção, elementos indispensáveis 
ao processo produtivo de bens materiais que conceituaremos como terra, trabalho, capital, tecnologia 
e capacidade empresarial.
Vamos entender cada um desses elementos. O recurso econômico terra é compreendido como as 
terras destinadas à agricultura e pecuária, ou seja, terras cultiváveis, florestas, minas disponíveis àquelas 
produções de mercadorias provenientes da utilização do solo.
Trabalho pode ser entendido como a mão de obra empregada na produção de mercadorias ou na 
prestação de serviços. Portanto, o homem.
O fator de produção capital, inicialmente, é o capital financeiro, ou seja, o dinheiro necessário 
para dar impulso a qualquer empreendimento industrial, comercial ou outro que seja. Mais do que 
exemplificar o dinheiro enquanto recurso produtivo, há também o capital representado pelas máquinas, 
pelos equipamentos, pelas instalações e pela matéria-prima.
Já o fator de produção tecnologia compreende as técnicas de produção utilizadas pelas empresas, 
as quais também podemos chamar de know-how ou knowlege, voltados à técnica de produção e ao 
conhecimento científico, respectivamente.
Por fim, o fator de produção capacidade empresarial diz respeito aos empresários, ou simplesmente 
àquelas pessoas disponíveis a empreender um novo investimento ou aptas a abrir uma empresa.
 Saiba mais
Sobre a importância do empreendedorismo no Brasil, vale a leitura do 
relatório produzido pelo grupo Global Entrepreneurship Monitor (GEM):
GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR (GEM). Empreendedorismo no 
Brasil – 2016. Curitiba: IBQP, 2017. Disponível em: http://ibqp.org.br/wp-
content/uploads/2017/07/AF-GEM-Nacional-BAIXA.pdf. Acesso em: 23 
jun. 2020.
16
Unidade I
Cada fator de produção tem uma remuneração diferente em termos de denominação. Conforme 
Nogami e Passos (2016), a remuneração do fator de produção terra terá o nome de aluguel. Ao fator de 
produção trabalho, daremos a denominação de salário, enquanto remuneração. Quanto ao capital, recebe sua 
remuneração na forma de juros. A tecnologia utilizada na produção de mercadorias recebe a remuneração em 
forma de direito à propriedade e, por fim, mas não menos importante, a capacidade empresarial recebe lucros 
na forma de remuneração. O quadro a seguir ordena fatores e respectivas remunerações:
Quadro 1 – Fatores de produção e remuneração
Fatores de produção Remuneração dos fatores de produção
Terra Aluguel
Trabalho Salário
Capital Juros
Tecnologia Direito à propriedade
Capacidade empresarial Lucros
 Observação
Os fatores de produção utilizados na economia são remunerados, e a 
essa remuneração, daremos o nome mais amplo de renda.
1.3 O problema econômico fundamental
Já temos condições para afirmar que a renda de uma sociedade é limitada diante da quantidade de 
categorias de consumo que essa sociedade enfrenta. Ademais, as empresas procuram criar mercadorias 
novas que chamam a atenção de novos consumidores, criando novos hábitos de consumo, ou pelo 
simples fato de produzir de forma diferente antigas mercadorias.
Exemplo de aplicação
Veja que indagação interessante há aqui: as empresas produzem bens para dar atendimento às 
necessidades de consumo da sociedade e, dessa forma, também podem gerar novas necessidades até 
então não existentes; ou é a sociedade que dá sinais para as empresas doque elas devem produzir? 
Já parou para pensar dessa forma? Está aqui aberto um excelente debate. O que você consegue teorizar 
sobre o assunto?
Assim, estamos diante de um dilema, que será ilustrado através de um problema: o problema 
econômico fundamental.
O problema econômico fundamental consiste em dar respostas às seguintes questões:
• O que e quanto produzir?
17
ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO
• Como produzir?
• Para quem produzir?
Essas três perguntas básicas, que, à primeira vista, são bastante simples, nos remetem às noções de 
recursos escassos e necessidades ilimitadas.
 Observação
Então, podemos dizer que o problema econômico fundamental 
origina-se da escassez de recursos produtivos, que é o objeto de 
investigação da ciência econômica.
De acordo com Heilbroner (1987, p. 19),
O problema econômico é, simplesmente, o processo de prover o bem-estar 
material da sociedade. Em seus termos mais simples, a economia é o estudo 
de como o homem ganha o pão de cada dia.
Para Heilbroner (1987, p. 23), a questão que se coloca é que a maioria dos problemas econômicos 
das sociedades, – e que estão acima do nível de subsistência –, são derivados do próprio homem e não 
da natureza. Pelas suas palavras:
As tarefas da sociedade econômica são (1) organizar um sistema que assegure 
a produção de bens e serviços suficientes para sua própria sobrevivência; e 
(2) ordenar a distribuição dos frutos de sua produção, de modo que mais 
produção possa ter lugar. Estas duas tarefas envolvem (i) mobilização de 
esforços (ii) alocação de esforços (iii) distribuição do produto.
Se as empresas precisam produzir mercadorias como uma forma de remunerar o capital investido, 
e isso passa pela venda das mercadorias produzidas, e se os consumidores, dada sua renda escassa ou 
limitada, precisam alocar de forma eficiente as suas categorias de despesas; então resta às empresas 
produzirem mercadorias que são procuradas.
Estão postas as três questões anteriormente apresentadas, representando o problema econômico 
fundamental: o que e quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir?
A questão o que e quanto produzir diz respeito a quais tipos de mercadorias que devem ser 
produzidas pelas empresas de um país e em quais quantidades. Responder a esses questionamentos 
implica conhecer o tipo de mercadoria procurada por uma coletividade, bem como as quantidades dessa 
mercadoria que são consumidas. Para Heilbroner (1987, p. 24),
18
Unidade I
[...] o que produzir diz respeito à mobilização de esforços pois, como a natureza 
é restrita, parece que o problema da produção deve ser essencialmente o 
de aplicar proficiência técnica e engenharia aos recursos existentes, evitar 
desperdícios e utilizar o esforço social, de modo tão eficaz quanto possível. 
[A produção], tarefa importante para qualquer sociedade, dedicada ao ato 
de economizar. Entretanto, antes de a sociedade poder sequer preocupar-se 
a respeito de usar suas energias “economicamente”, ela deve reunir energias 
para realizar o próprio processo produtivo. Ou seja, o problema básico da 
produção consiste em criar instituições sociais que mobilizem a energia 
humana para fins produtivos. Fazer com que os homens encontrem trabalho.
Para Nogami e Passos (2016), a questão referente ao que e quanto produzir diz respeito a quais 
mercadorias devem ser produzidas pelas empresas de um país e em quais quantidades. Responder a esse 
questionamento significa conhecer o tipo de mercadoria procurada por uma coletividade e conhecer as 
quantidades dessa mercadoria que são (ou serão) consumidas. É mais importante produzir alimentos ou 
é mais importante investir em produção energética?
A questão como produzir diz respeito a qual técnica de produção utilizar na produção de determinadas 
mercadorias. Responder a esse questionamento implica conhecer as tecnologias disponíveis às empresas 
a fim de as utilizarem na produção das mais diversas mercadorias. Cada mercadoria possui uma técnica 
de produção diferenciada das demais. Umas necessitam de maior quantidade de matéria-prima, outras, de 
maior quantidade de máquinas e equipamentos, ou seja, são capital-intensivas, e outras demandam 
grande quantidade de mão de obra em seu processo de produção.
Imaginemos, por exemplo, a diferença entre os processos de produção de automóveis e o daquele 
pão francês que compramos na padaria mais próxima de nossa casa. Devem ser diferentes. São 
diferentes! Um utiliza grande quantidade de robô, tecnologia; enquanto o outro é mais intensivo na 
utilização de mão de obra. O como produzir diz respeito à alocação de esforços. Sobre isso, Heilbroner 
(1987, p. 25) diz que
[...] não basta que homens e mulheres sejam postos a trabalhar; devem 
trabalhar nos lugares certos a fim de produzirem os bens e serviços de 
que a sociedade necessite. Assim, além de assegurarem uma quantidade 
suficientemente grande de esforço social, as instituições econômicas da 
sociedade devem garantir uma alocação viável desse esforço social.
Afinal, quanto usar de cada recurso disponível de forma a obter o máximo, evitar desperdícios e ter 
garantida a sustentabilidade da produção? Deve-se preferir usar mão de obra intensiva ou é preferível 
utilizar máquinas para aumentar a produtividade? (BESANKO; BRAEUTIGAM, 2004).
A questão referente a para quem produzir diz respeito às opções políticas que, necessariamente, 
devem ser feitas. A quem priorizar? A qual segmento da sociedade devemos atender? De todas as 
demandas feitas por uma sociedade, qual deve ser prioritária e qual deve ser postergada? Quem precisa de 
mais serviços de saúde: a população dos centros urbanos ou da periferia? Devemos construir escolas 
19
ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO
de primeiro ou de segundo grau? Quais são, afinal, as necessidades mais prioritárias e a quem devemos 
atender primeiro? Dessa forma, a pergunta referente ao para quem produzir diz respeito à distribuição 
do produto (NOGAMI; PASSOS, 2016).
Nem sempre as sociedades obtêm êxito na alocação adequada de seus esforços. Ela pode produzir 
carros a mais ou a menos; ela pode dedicar suas necessidades/energias à produção de artigos de luxo, 
enquanto uma grande quantidade de pessoas necessita de alimentos. Esses fracassos podem afetar o 
problema da produção de modo tão sério quanto o fracasso em mobilizar uma quantidade adequada de 
esforços, pois uma sociedade viável deve produzir não apenas bens, mas os bens certos. Não apenas deve 
produzir, mas produzir da maneira correta. Não apenas atender às necessidades, mas atender àquelas 
mais urgentes e socialmente prioritárias. O ato de produzir, em si e por si mesmo, não responde aos 
requisitos para a sobrevivência. Além disso, a sociedade deve distribuir esses bens para que o processo de 
produção possa ter continuidade. Em outras palavras, se uma sociedade quiser assegurar seu constante 
reaproveitamento material, deverá distribuir sua produção de modo a manter não só a capacidade, mas 
também a disposição de continuar trabalhando.
Em uma palavra, a questão para quem produzir diz respeito a que tipo de público deve ser atendido 
com determinada produção. Implica conhecer o público-alvo para determinada mercadoria e, portanto, 
em conhecer que tipo de consumidor tem a renda correspondente ao consumo de determinada 
mercadoria. Assim, reencontramos o foco da investigação econômica dirigido ao estudo das instituições 
humanas dedicadas à produção e distribuição de riqueza. É disso que se ocupa a ciência econômica, 
notadamente, um de seus ramos de análise, a teoria microeconômica qual seja: o estudo da produção 
e da distribuição de bens.
1.4 Bens
Quando mencionamos produção, nos lembramos de produto. Por definição, trocaremos a palavra 
produto pela palavra bem. Mas, também por definição, quando utilizamos a palavra bem, estamos 
querendo nos referir a serviços. Portanto, da produção, nasce um produto chamado bem que será 
por nós identificado como bem ou serviço. Enquanto os bens representarão algo material, os serviçosrepresentarão o intangível. Precisaremos agora efetuar algumas distinções.
Os bens serão divididos entre livres e econômicos. Os bens livres são aqueles que ao serem consumidos 
não ensejam qualquer contraprestação como pagamento por sua utilização. Vamos exemplificar: o ar 
que respiramos, o sol que nos aquece, a chuva que irriga nossas plantações, o vento que movimenta as 
nuvens. Enfim, há uma infinidade de bens que são livres e que, de alguma forma, auxiliam na produção 
de determinadas mercadorias, assim como auxiliam na manutenção da vida das pessoas. Com esses bens, 
a teoria microeconômica não se preocupa justamente pelo motivo de não ensejar a contraprestação por 
seu pagamento.
Já os bens econômicos terão atenção especial por nossa parte, pois requerem contraprestação 
de pagamento por sua utilização. Vamos definir as diversas categorias de bens econômicos. Eles 
podem ser de consumo, intermediários e também podem ser classificados como de capital (NOGAMI; 
PASSOS, 2016).
20
Unidade I
Quanto aos bens de consumo, podem ser classificados como durável e não durável. Um aparelho televisor, 
por exemplo, é categorizado como bem de consumo durável, assim como um automóvel, um computador.
Figura 1 – Bens de consumo durável: mesas, cadeiras, computador
Serão considerados bens de consumo não durável aqueles que se destroem enquanto são utilizados, 
ou seja, o seu consumo leva-nos à destruição do bem. É o caso dos alimentos. Na medida em que são 
consumidos, são destruídos. Podemos exemplificar também com roupas, calçados, canetas, entre outros. 
Dessa forma, os bens de consumo duráveis ou não duráveis atendem diretamente às necessidades de 
consumo da sociedade, pois já estão prontos para o consumo.
Figura 2 – Bens de consumo não durável: alimentos
Outra categoria de bens são os intermediários. Estes serão transformados em bens de consumo através 
do processo de produção, são exemplos as matérias-primas utilizadas nas mais diferentes produções 
21
ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO
de mercadorias. O processo de produção de um pão francês, aquele mesmo que demos como exemplo 
anteriormente, é um bem de consumo não durável, pois, na medida em que é consumido, é destruído. Mas, 
para produzir esse pão francês, torna-se necessária a utilização dos meios de produção, de matérias-primas, 
de bens intermediários, que, nesse exemplo, é a utilização da farinha. A farinha que, juntamente com outros 
ingredientes, outros bens intermediários, será transformada em pão. Dessa forma, os bens intermediários são 
utilizados para satisfazer indiretamente as necessidades de consumo da sociedade, pois passarão por um 
processo de transformação até chegarem à categoria de bens de consumo, durável ou não durável.
Há ainda outra categoria de bens, os de capital. São máquinas e equipamentos utilizados para 
produzir outros bens e, assim, também atendem indiretamente as necessidades da sociedade.
Nesse momento, surge a pergunta: de que forma estão relacionados os bens e serviços com as necessidades 
de consumo da sociedade, bem como com o problema econômico fundamental? Vamos avançar, então.
1.5 Curva de possibilidade de produção
Efetuadas as distinções entre bens de consumo, intermediários e de capital, é momento de 
retornarmos nossa investigação quanto ao problema econômico fundamental, ou seja, retomarmos 
àquelas três questões básicas elencadas anteriormente: o que e quanto produzir? Como produzir? Para 
quem produzir?
Para podermos avançar em nossa análise, é necessário também retornar ao objeto de estudo 
da ciência econômica, ou seja, à diferença entre os recursos limitados e as necessidades ilimitadas. 
Considerando que as necessidades dos indivíduos são renovadas a cada momento, são ilimitadas, mas 
os recursos pertencentes a um sistema econômico são escassos, limitados, há o problema de escolha em 
atenção à resposta àquelas três perguntas básicas.
Diante disso, temos que a ciência econômica é ligada a problemas de escolha por conta da questão 
da escassez, e a teoria microeconômica nos auxilia ao real entendimento do que vem a ser a tal da 
escolha e a tal da escassez. De acordo com Wessels (2002), escassez significa que não podemos satisfazer 
todos os nossos desejos. Ela nos obriga a escolher quais necessidades iremos satisfazer e quais não. 
Mas como fazemos essa escolha? Para responder a esse questionamento, utilizaremos um instrumental 
analítico, representado pela curva de possibilidade de produção.
Y
X
Figura 3 – Curva de possibilidade de produção
22
Unidade I
Vamos examinar esse instrumental a partir de um simples exemplo. Supomos que num sistema 
econômico exista somente a produção de duas mercadorias: aviões e sapatos; e que os aviões sejam 
representados pelo eixo Y, e os sapatos pelo eixo X. Portanto,
Y = unidades de aviões;
X = pares de sapatos.
Essa curva de possibilidade de produção (CPP), também chamada de curva de transformação, mostra 
as quantidades máximas que podem ser produzidas das duas mercadorias em um sistema econômico, 
dadas as combinações ótimas entre todos os seus fatores de produção disponíveis.
Dito de outra forma, ao simplificarmos demasiadamente a realidade, estamos supondo que 
para a produção de sapatos e de aviões, seja necessária a utilização de quantidades de fatores de 
produção, e que, nesse caso, todos os recursos disponíveis a essa economia estão sendo utilizados 
na produção dessas duas mercadorias. Estamos afirmando que todas as quantidades disponíveis de 
terra, de trabalho, de capital, de tecnologia e de capacidade empresarial foram destinadas à produção 
das máximas quantidades de cada uma dessas mercadorias em atendimento às necessidades de 
consumo de sua população.
Vejamos outra forma de apresentar a CPP para derivarmos novos conceitos.
Y
a
Xe
d c
b
f
 
Figura 4 – Curva de possibilidade de produção
O que representa cada um destes pontos?
Tanto os pontos a, b e c remetem à noção de que todos os fatores de produção foram eficientemente 
distribuídos para a produção dos dois tipos de bens, representam as quantidades máximas das duas 
mercadorias que essa economia pode produzir.
Porém o ponto a mostra que todos os recursos disponíveis nessa economia foram destinados a total 
produção da mercadoria Y e nenhuma produção da mercadoria X.
O ponto b mostra que há produção das duas mercadorias, tanto de aviões quanto de sapatos.
23
ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO
O ponto c mostra que há produção das duas mercadorias, tanto de aviões quanto de sapatos, e 
mostra também que uma maior quantidade de X é produzida em detrimento das quantidades de Y.
Quanto ao ponto e, como está posicionado na origem dos dois eixos, representando também o 
número zero, mostra que não há qualquer produção, nem de aviões e muito menos de sapato. Dessa 
forma, ele representa o total desemprego de recursos: os fatores estão disponíveis, mas sem uso.
O ponto d representa o conceito de capacidade ociosa ou desemprego de recursos produtivos, pois seria 
como se por ele passasse uma CPP imaginária, ou seja, um ponto para dentro daquela CPP, que representa as 
quantidades máximas que essa economia pode produzir diante da disponibilidade total de fatores de produção.
Por fim, temos o ponto f, posicionado à direita da CPP, para fora dela. Esse ponto seria alcançado 
em uma situação de longo prazo, quando fossem aumentadas as quantidades de fatores de produção 
disponíveis na economia ou, de outra forma, se forem melhoradas as produtividades dos fatores utilizados 
sem que haja crescimento em suas quantidades. O ponto f demonstra que houve um deslocamento das 
possibilidades de produção da economia em um sentido para um aumento nas quantidades produzidas 
das duas mercadorias, tanto em Y quanto em X, conforme representação adiante.
f
Y
X
Figura 5 – Deslocamento da curva de possibilidade de produção
Exemplificando com números o exemplo aplicado anteriormente, consideremos a seguinte tabela:
Tabela 1 – Possibilidades e alternativas de produção
Pontos Aviões(unidades)Sapatos
(pares)
A 0 14
B 1 12
C 2 10
D 3 7
E 4 0
A tabela mostra que podemos produzir tanto aviões quanto sapatos. Mudando alguns pontos de 
lugar, pois são meramente ilustrativos do que representam em termos de conceito, teremos que no 
24
Unidade I
ponto A, enquanto essa economia hipotética produzir 14 unidades de pares de sapatos, nenhuma 
produção de aviões será possível, pois todos os fatores de produção (terra, trabalho, capital, tecnologia 
e capacidade empresarial) foram empregados para a produção de sapatos.
No ponto B, temos uma diminuição na quantidade produzida de pares de sapatos para ocorrer um 
aumento na quantidade produzida de aviões. Nesse caso, a produção de pares de sapatos foi diminuída 
em duas unidades para que fosse aumentada uma unidade da produção de aviões.
Na passagem do ponto B para o ponto C, uma nova situação é verificada. Em B, temos 1 avião 
sendo produzido e 12 pares de sapatos. Em C, temos a produção de 2 aviões e 10 pares de sapatos. 
Ao passarmos a economia para o ponto D, temos uma nova combinação da produção dessas duas 
mercadorias. Agora são 3 aviões para a produção de 7 pares de sapatos. Finalmente, em E, teremos 
4 aviões para nenhuma produção de sapatos, situação contrária à do ponto A, ou seja, em E, todos 
os fatores de produção foram destinados à produção de aviões e nenhum para a produção de sapatos.
Ao olharmos novamente para a tabela anterior, percebemos que à medida que aumentamos a produção 
de uma das mercadorias, necessariamente, diminuímos a produção de outra. O que isso quer dizer?
Conforme aumentamos a produção de aviões, deixamos de utilizar fatores de produção na produção 
de sapatos e, portanto, uma menor quantidade de sapatos deve ser produzida. Dito de outra forma, 
quando aumentamos a produção de aviões, mostramos que uma maior quantidade de fatores de produção 
foi empregada na produção de aviões e que, assim, restam poucos fatores disponíveis à produção de sapato. 
Logo, a produção de sapatos diminui.
Com relação à tabela, ao passarmos do ponto A para o ponto B, aumentamos em 1 unidade a 
produção de aviões, porém diminuímos em 2 unidades a produção de pares de sapatos. Algo parecido 
acontece quando a economia passa do ponto B para o ponto C. Agora, para produzir 2 aviões, torna-se 
necessário diminuir em mais 2 unidades a produção de pares de sapatos, passando então de uma 
produção de 12 para 10. Continuando a observar os dados da tabela, percebemos que a passagem do 
ponto C para o ponto D requer sacrificar ainda mais a produção de pares de sapatos para que a produção 
de aviões aumente. A relação agora é que, para poder produzir 3 unidades de aviões, é necessário 
diminuir em 3 unidades a produção de pares de sapatos. Em E, então, anula-se a produção de sapatos, e 
todos os fatores de produção disponíveis na economia foram destinados à produção de aviões.
Da CPP e da tabela anteriormente apresentada, chegamos a mais um conceito importante para a teoria 
microeconômica, qual seja, o conceito de custo de oportunidade. De acordo com Wessels (2002, p. 11),
[...] o custo de qualquer recurso (incluindo dinheiro, tempo, energia e bens) é 
o que os economistas chamam de custo de oportunidade: o valor mais alto 
daquilo que os mesmos recursos poderiam ter se produzidos em outro lugar.
Distanciando-se um pouco do economês, o conceito de custo de oportunidade diz respeito 
às quantidades de uma mercadoria que são deixadas de ser produzidas para que sejam produzidas 
maiores quantidades de outra mercadoria. O custo de oportunidade pode ser entendido também como 
25
ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO
uma taxa de sacrifício. Essa taxa de sacrifício pode ser explicada da seguinte forma: para satisfazer as 
necessidades de consumo da sociedade por maior quantidade de uma mercadoria, devemos sacrificar 
essa mesma sociedade com a menor produção de alguma outra mercadoria.
Retirado do exemplo anterior, podemos dizer que quando aumentamos em 1 unidade a produção de 
aviões, ou seja, quando passamos do ponto A para o ponto B, sacrificamos a sociedade em 2 unidades 
de pares de sapatos. Há, portanto, um custo de oportunidade de 2 pares de sapatos para a produção de 
1 unidade de avião.
Quanto essa economia passa do ponto C para o ponto D, o custo de oportunidade de produzir aviões 
aumenta. Passa agora a ser de 3 unidades de pares de sapatos, ou seja, foram aumentadas as taxas de 
sacrifício em trocar a produção de pares de sapatos pela de aviões.
Ainda para Wessels (2002, p. 11),
[...] devido à escassez, não podemos fazer tudo o que queremos nem 
podemos resolver todos os nossos problemas. Em outras palavras, estamos 
diante de compensações ou, no jargão econômico, de trade-offs. Podemos 
fazer alguma coisa, mas não outras. O custo de oportunidade é uma medida 
daquilo que poderia ter sido feito de outra maneira. Ele nos orienta na 
realização das compensações corretas.
 Lembrete
Para efeito de nosso estudo, o custo de oportunidade é tratado como 
o que deixamos de produzir de uma mercadoria para que seja aumentada 
a quantidade produzida de alguma outra, ou seja, também remete à 
noção de escolha.
Da mesma forma que o custo de oportunidade está envolvido com a questão da produção, ou seja, 
onde alocar recursos com a finalidade de atender a determinado objetivo, ele também está associado 
às escolhas que fazemos enquanto consumidores. Não basta olhar a questão apenas pelo lado da 
produção, mas também pelo lado da aquisição de tal produção. Como o consumidor se comporta diante 
das diferentes oportunidades de consumo que estão a sua disposição? É do que passaremos a tratar: o 
comportamento do consumidor.
2 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR, TEORIA DA DEMANDA E TEORIA DA OFERTA
A teoria do consumidor trata do estudo de como a demanda se fundamenta no comportamento 
dos consumidores.
• serve de guia para a elaboração e interpretação de pesquisas de mercado, principalmente, as 
relacionadas com o lançamento de novo produto;
26
Unidade I
• fornece métodos para comparar a eficácia de diferentes políticas de incentivo ao consumidor;
• fornece elementos à avaliação da eficiência dos sistemas econômicos.
A teoria do consumidor divide-se em duas outras teorias: a teoria da utilidade e a teoria de escolha. 
A teoria da utilidade pode ser entendida como uma medida de satisfação, ao explicar a diferença entre 
utilidade total e utilidade marginal.
Para entendermos essas duas teorias, utilidade e escolha, vamos efetuar um simples raciocínio: se as 
pessoas demandam mercadorias, ou seja, se consomem determinadas mercadorias, isso ocorre por que 
as mercadorias são necessárias à manutenção da vida, e, portanto, o consumo deve promover algum 
tipo de prazer ou satisfação.
Necessitamos efetuar escolhas para melhor alocação de nossos esforços. Em se tratando do consumo 
de mercadorias, dado que nossa renda não é o bastante para consumir tudo aquilo que desejamos, 
o agente econômico, agindo de forma racional, procurará empregar seus recursos limitados entre as 
melhores alternativas de usos possíveis.
Abstraindo essa ideia para a noção de consumo, se devemos, agindo racionalmente e pensando 
na maximização de nossos bem-estar, despender parte de nossa renda ao consumo de mercadorias 
necessárias à manutenção de nossa vida, fica estabelecido então que as mercadorias que desejamos são 
úteis e raras.
Exemplo de aplicação
O consumo de necessidade é diferente de consumo de desejo. Sabe diferenciar um do outro? Reflita 
sobre isso.
Imaginando que o prazer ou a satisfação percebidos pelo consumidor ao adquirir uma mercadoria 
possam ser medidos, teríamos então uma medida de satisfação traduzida em utilidade.
Conforme Silva e Luiz (2010, p. 153-154),
A utilidade de um bem ou de um serviço é sua capacidade de satisfazer às 
necessidades das pessoas. Assim, a utilidade da água é saciar a sede, de um 
automóvel é sua capacidade de transportar pessoas, objetos etc. Podemos 
dizer, então, que um consumidor, agindo racionalmente, procuraráobter 
a maior utilidade possível a partir de sua renda, que recebe o nome de 
orçamento. Para obter essa utilidade, sua renda será usada na aquisição 
de bens e serviços, que chamamos de cesta de mercadorias. Assim sendo, 
é razoável pensar que, quanto maior o orçamento do consumidor, maiores 
serão suas possibilidades de obter maior quantidade de utilidade, ou seja, de 
melhor satisfazer às necessidades. Para maximizar sua utilidade, isto é, obter 
27
ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO
o maior grau possível de satisfação, o consumidor deve escolher quais bens 
e serviços vai adquirir e também em que quantidade, pois seu orçamento já 
apresenta, por si só, uma limitação.
Como as pessoas deveriam alocar seus recursos escassos de modo a obter o maior valor? Para um 
economista responder a tal questionamento, utilizará da análise marginal: “a análise dos benefícios e 
custos da unidade marginal de um bem” (WESSELS, 2002, p. 10).
Um exemplo bastante simples: o paradoxo da água e do diamante, utilizado por uma grande 
quantidade de autores, ilustra o que estamos dizendo. Por que a água, mais necessária à vida humana, 
é relativamente barata; e o diamante, supérfluo, tem preço tão elevado? Ocorre que a água tem grande 
utilidade total, mas, como é encontrada em abundância, tem baixa utilidade marginal, enquanto o 
diamante, por ser escasso, tem grande utilidade marginal. Traduzindo: o que tem muito, valoriza-se 
pouco; o que tem pouco, valoriza-se muito!
Outro exemplo, agora pensando em uma barra de chocolate e em uma criança que nunca havia 
experimentado tal produto. A primeira barra de chocolate apresentada a uma criança deve resultar num 
elevado grau de satisfação quando consumida. Portanto ela terá um elevado grau de utilidade tanto 
total quanto marginal. Se uma segunda barra é dada à mesma criança, o grau de satisfação também 
será elevado, assim como serão as utilidades totais e marginais. Na medida em que fomos aduzindo 
unidades crescentes de barras de chocolates à mesma criança, chegará um momento em que o grau de 
satisfação já não será mais tão elevado quanto o da primeira, e, portanto, sua utilidade marginal será 
decrescente. Vejamos a curva de utilidade total e o que ela demonstra.
Utilidade total
Consumo
Figura 6 – Curva de utilidade total
Observando a curva de utilidade total, notamos que ela mostra que na medida em que aumentamos 
as quantidades consumidas de uma mesma mercadoria, há elevação no grau de satisfação, ou seja, em 
sua utilidade total, até um ponto em que acréscimos no consumo resultam em utilidades constantes 
e, desse ponto em diante, decrescentes. Esse fenômeno é resultado de outro conceito de satisfação: o 
conceito de utilidade marginal. Vejamos a curva.
28
Unidade I
Utilidade marginal
Consumo
Figura 7 – Curva de utilidade marginal
De acordo com a curva de utilidade marginal, percebemos que o grau de satisfação diminui à medida 
que são aumentadas as quantidades de consumo de determinada mercadoria. Isso pode refletir aquele 
exemplo das barras de chocolates e a criança. Ou seja, a última unidade de chocolate acrescida ao 
consumo acrescenta menos satisfação, produz menor utilidade marginal, portanto fazendo diminuir a 
utilidade total.
Tome como exemplo o bem H2OH: que nem é refrigerante e nem água. É um misto dos dois e, 
desse modo, o fabricante diz não ser refrigerante por conter menor quantidade de gases em relação 
aos conhecidos. Quando o bem foi lançado, a empresa efetuou elevada campanha de marketing para 
fazer-se conhecida. E o consumidor? Insatisfeito por natureza, apresentará desejo em conhecer o novo 
produto. Pois bem: conhece ao comprá-lo e bebê-lo. E depois? Se gostou, volta a comprá-lo, e assim por 
diante. Há como medir o grau de satisfação desse consumidor ao beber o primeiro gole do bem H2OH? 
E o segundo gole? Tem como medir?
É disso que estamos tratando ao apresentar as noções de utilidade total e utilidade marginal. 
Nesse exemplo, a utilidade total surgirá quando o consumidor conseguir matar a curiosidade, quando 
experimentar o bem. Depois, continuando a consumi-lo, já não se configurará como novidade, vira 
costume, rotina, podemos dizer, portanto, que há um decréscimo em sua utilidade marginal: a cada nova 
unidade do bem que for consumido, menos satisfação terá o consumidor. Daí, então, que as empresas 
devem sempre inovar, inventar coisas novas ou novas formas de fazer o consumidor sentir utilidade total 
novamente: troca de embalagem, mudança em formulação, campanhas publicitárias e promocionais 
são alguns exemplos de chamada do consumidor. Outra forma é retirar momentaneamente o bem de 
circulação de maneira que ele sinta falta daquele bem e, ao retornar, o consumidor acaba voltando a 
adquiri-lo, às vezes, a preços maiores.
Exemplo de aplicação
Se alguém está com sede, o que satisfaz essa necessidade: água ou algum outro bem que possa 
exercer a função da água? O que é consumo de necessidade e o que é consumo de desejo?
Procure responder: por qual deles pagamos mais?
29
ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO
O entendimento tanto da utilidade total quanto da utilidade marginal nos permite compreender como 
a teoria microeconômica investiga o comportamento do consumidor, assumido como racional. Partindo 
do princípio de que o consumidor adquira somente produtos que lhe gerem satisfação combinada com 
seu nível de renda, é interessante inserir na análise o papel desempenhado pelos preços dos produtos. 
Vejamos agora como se dá o comportamento do consumidor a partir da teoria da demanda.
2.1 Teoria da demanda
A teoria da demanda foca o comportamento do consumidor em relação ao consumo de mercadorias. 
Entende-se por demanda a procura de um indivíduo por um determinado bem ou serviço. Demanda 
refere-se, então, à quantidade de um bem ou serviço que o consumidor está disposto e capacitado a 
comprar em um determinado período de tempo.
 Lembrete
A expressão demanda remete a uma condição de vontade de consumo, 
o que difere do ato da compra. Está ligada à necessidade ou mesmo ao 
desejo de consumir.
A demanda, diferentemente de compra, representa uma intenção de compra, por conta, 
principalmente, da restrição orçamentária e de outros determinantes da demanda. Vejamos então 
alguns determinantes de demanda:
• preço do bem ou serviço;
• renda ou riqueza do consumidor;
• gostos e preferências do consumidor;
• preços de bens relacionados (substitutos ou complementares) na demanda;
• demais determinantes.
Com os determinantes da demanda, podemos obter uma função demanda:
Função demanda = Qdx = ƒ (P, R, PBR, G, E) onde:
Qdx = quantidade demandada do bem x;
P = preço do bem x;
R = renda ou orçamento do consumidor;
30
Unidade I
PBR = preço de bens relacionados no consumo do bem x, a exemplo dos substitutos e/ ou complementares;
G = gosto e preferência do consumidor;
E = expectativa do consumidor sobre o mercado do bem x.
Veja o seguinte: quando o preço dos televisores está mais baixo nas lojas de venda especializada 
desse tipo de bem durável, o que ocorre com o comportamento do consumidor? Podemos desenhar uma 
função demanda para esse caso:
Qdt = ƒ (Pt)
onde: Qdt = quantidade demandada de televisores;
(Pt) = preço do televisor.
Como sugerimos queda de preços, então, a função pode ser representada da seguinte forma:
↑ Qdt = ƒ (↓Pt)
O que ela demonstra? Que o consumidor apresenta uma tendência de demandar mais televisores 
quando os preços desse tipo de bem estão mais baixos. Mais: que o consumidor apresenta tendência 
em aumentar as quantidades demandadas de televisores. Pode ser que já exista um na residência do 
consumidor e que ele deseje mais um. Portanto, o que influenciou a quantidade demandada de televisores 
foi o preço do bem e não a renda do consumidor, por exemplo. E se a renda fosse a grande influenciadora 
da demanda por televisores? Como será a função?
Qdt = ƒ (R)
onde: Qdt = quantidade demandada de televisores;
(R) = renda.
Pois bem: se a renda do consumidor aumentar, o que ocorre? E se diminuir?O efeito será o 
mesmo? Não.
Em caso de aumento na renda, o consumidor agora tem mais condições de adquirir mais televisores 
e, portanto, a demanda por televisores aumentará.
↑ Qdt = ƒ (↑R)
31
ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO
Exemplo de aplicação
Você já é capaz de entender o efeito de diminuição de renda? Qual o impacto no consumo 
por parte dos consumidores diante da redução em sua renda? A renda realmente interfere no 
comportamento do consumidor?
Outro determinante da demanda é o preço de bens relacionados (PBR) na demanda, chamados de 
complementares ou substitutos.
Exemplo de aplicação
Procure lembrar-se da forma como surge a renda em uma sociedade, bem como os tipos de 
renda existentes.
Bens complementares são tipos de bens em que o consumo de um enseja, necessariamente, o 
consumo de outro. Exemplos: pão e manteiga, cd players e Cd`s, máquinas fotográficas e cartão de 
memória, impressoras e papel, impressoras e cartuchos de tinta, DVD players e aparelhos de TV. Imagine 
que em determinado tempo, tenha aumentado muito o preço das impressoras. Como será a função 
demanda por impressoras?
Qdi = ƒ (Pi)
onde: Qdi = quantidade demandada de impressoras;
(Pi) = preço da impressora.
E o efeito? Queda de demanda de impressoras conforme função a seguir.
↓ Qdi = ƒ (↑ Pi)
Reflita um pouco: já falamos existir um bem complementar à impressora. Lembra qual é? Sim, muito 
bem: os cartuchos de tinta. Haverá influência no mercado de cartuchos de tinta caso haja queda de 
demanda por impressoras? Resposta: sim.
Qual a função demanda de cartuchos de tintas em função do preço das impressoras?
Qdct = ƒ (Pi)
onde: Qdct = quantidade demandada de cartuchos de impressora;
(Pi) = preço da impressora.
32
Unidade I
Se haverá queda na demanda por impressoras, pois seu preço está mais elevado, menor quantidade 
de impressoras será adquirida de forma que menor quantidade de cartuchos de tinta também será 
adquirido para colocar nas impressora. O efeito, então, será:
↓ Qdct = ƒ (↑ Pi)
Por outro lado, bens substitutos são aqueles que o consumidor tem condições de escolher entre 
um ou outro. Exemplo: manteiga ou margarina, pão francês ou pão de forma, maçã ou pera, feijão 
carioca ou feijão preto. Os dois atendem às necessidades de consumo. Em outras palavras, o consumo 
de um pode substituir o consumo do outro. Se a ida ao supermercado mostra que os preços do feijão 
carioca estão exorbitantemente mais elevados em relação aos preços do feijão preto, qual adquirir? 
Como são substitutos, o preço de cada um deles exercerá influência sobre o consumidor. Lembrando 
que o consumidor é tratado na microeconomia como racional, comparará os preços dos dois bens e, 
entendendo estar diante de bens substitutos entre si, levará aquele que estiver com preço mais baixo. 
Demonstrando em função, teríamos:
Qdfp = ƒ (Pfc),
em que o preço do feijão carioca (Pfc) influencia na demanda de feijão preto Qdfp
ou
Qdfc = ƒ (Pfp)
em que o preço do feijão preto (Pfp) influencia na demanda de feijão carioca (Qdfc).
Do nosso exemplo, haverá aumento na demanda de feijão preto em função da elevação no preço 
do feijão carioca.
↑ Qdfp = ƒ (↑ Pfc)
A) B) 
Figura 8 – Bovinos e suínos: suas carnes são bens substitutos
33
ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO
Mas se o consumidor não gostar de forma alguma de feijão preto? Mesmo com o preço mais 
baixo em relação ao feijão carioca, o consumidor não foi tocado a adquirir feijão preto. Não gosta desse 
tipo de produto. Então, entra em cena mais um determinante da demanda, G, gosto e preferência 
do consumidor.
O gosto ou preferência do consumidor apresenta-se como um elemento subjetivo que influencia 
a demanda. Como medir o gosto do consumidor por feijão preto em relação ao feijão carioca? Se seu 
consumo, digamos, mensal, não inclui feijão preto ou pouco inclui em relação ao outro, dizemos que 
feijão carioca é preferível ao feijão preto. Por ser preferível, coloca-se com certa subjetividade e pode 
influenciar a demanda de bens. O mesmo ocorre com outros determinantes da demanda, a exemplo das 
expectativas de mercado.
Os consumidores costumam tomar conhecimento dos preços dos bens que consomem, assim como 
ficar atentos às informações acerca dos setores que produzem tais bens. A formação de expectativas 
também influencia a demanda. Basta lembrar-se do período recente em que o Governo Federal anunciou 
que, por determinado período de tempo, alguns bens de consumo durável, como exemplo automóveis e 
eletrodomésticos do tipo linha branca, estariam isentos de determinados impostos. O que fez boa parte 
da sociedade? Na expectativa de que o governo findo o período de isenção não mais adotasse a mesma 
medida, acabou por antecipar compras, independentemente de suas formas de pagamento.
Como todos os determinantes da demanda sofrem variações simultaneamente, de consumidor 
para consumidor, e como pode haver modificação de influenciadores da demanda para um mesmo 
consumidor, a teoria microeconômica lança mão da utilização da condição coeteris paribus. O que vem 
a ser tal condição?
Imagine a primeira situação colocada: que o preço dos televisores tenha diminuído e, ao mesmo 
tempo, tenha aumentado a renda da sociedade, diminuído o preço dos DVD players e aumentado o 
custo da energia elétrica consumida pelos lares. Quatro situações acontecendo ao mesmo tempo. Como 
estimar a demanda de televisores diante desse quadro?
A condição coeteris paribus permite à microeconomia analisar o que ocorre em um determinado 
mercado diante da modificação de alguma condição isolada, mantendo os demais influenciadores 
constantes. Exemplificando, se queremos saber o que ocorre com o mercado de leite diante do 
crescimento da renda de uma população, a teoria microeconômica analisa os impactos nesse mercado 
diante somente da modificação da renda, para, num segundo momento, analisar o que ocorre com esse 
mercado quando houver modificação em alguma outra relação da demanda.
Se o desejo é saber o que ocorre no mercado de televisores, primeiro verifica-se a influência que 
os preços exercem sobre a demanda desse tipo de bens. Depois, a influência da renda do consumidor 
na demanda desse produto, desconsiderando a influência do preço. Pela expressão economicamente 
correta, a pergunta seria: o que ocorre com o mercado de DVD player diante da elevação da renda do 
consumidor, coeteris paribus? Como se deve ler tal pergunta: o que ocorre com o mercado de DVD 
player diante elevação da renda do consumidor, permanecendo tudo o mais constante?
34
Unidade I
A mesma pergunta pode ser feita desta forma: o que ocorre com o mercado de DVD player, coeteris 
paribus, diante elevação na renda do consumidor? Como ler? O que ocorre com o mercado de DVD 
player, permanecendo tudo o mais constante, diante elevação na renda do consumidor?
Considerando apenas diminuição no preço da manteiga, qual o impacto na demanda por margarina? 
Utilizando a expressão ficaria: coeteris paribus, qual o comportamento do mercado de margarina diante 
diminuição no preço da manteiga?
A condição coeteris paribus permite simplificar a realidade e, dessa forma, consegue dar respostas 
de comportamento de mercados no curto prazo. A condição coeteris paribus significa iguais às demais 
coisas, isto é, sem que haja modificação de outras características ou circunstâncias além daquelas 
supostas na análise. Consiste, essencialmente, em compartilhar a economia de modo que os principais 
efeitos de uma mudança de parâmetro num determinado minimercado possam ser ressaltados sem 
considerar os efeitos colaterais em outros mercados, inclusive as reações, ou feedback, destes.
 Saiba mais
Para conhecimento da aplicação inicial da condição coeteris paribus 
na análise econômica, vale ler a obra a seguir. A concepção geral da obra 
de Marshall baseia-se numa visão microeconômica neoclássica do regime 
capitalista de produção, supondo uma tendência natural para o equilíbrio, 
na qual as forças do mercado distribuiriam os recursos da melhor maneirapossível entre os diversos usos alternativos. Seu método de análise enfatiza 
as chamadas análises de equilíbrio parcial, com amplo uso da abordagem 
coeteris paribus, uma das mais famosas contribuições do autor.
MARSHALL, A. Princípios de economia. São Paulo: Abril Cultural, 1982. 
(Os Economistas).
Na teoria da demanda, o comportamento do consumidor representativo é demonstrado por uma 
relação entre os preços dos bens que esse consumidor está interessado em adquirir e suas respectivas 
quantidades. Tal relação é demonstrada por uma curva: a curva da demanda. A curva da demanda 
é formada pela combinação de pontos de preços de uma mercadoria (P) no eixo vertical com suas 
quantidades demandadas (Q) no eixo horizontal. Demonstra uma lei geral: a lei geral da demanda. 
Vejamos a curva de demanda.
35
ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO
P
D
Q
Figura 9 – Curva de demanda
A lei geral da demanda diz que as quantidades demandadas de um bem qualquer caminham em 
sentido contrário aos preços deste. De forma análoga, a curva de demanda mostra a relação inversa 
entre preços e quantidades demandadas. Quando o preço de uma mercadoria é elevado, as quantidades 
demandadas dessa mercadoria são baixas; e quando os preços de uma mercadoria são baixos, as 
quantidades demandadas dessa mercadoria são elevadas.
Vejamos a seguinte escala de demanda.
Tabela 2 – Escala de demanda
Preço Quantidade demandada Ponto
R$ 10,00 20 A
R$ 8,00 25 B
R$ 6,00 30 C
R$ 4,00 35 D
Com as informações dessa escala, podemos então construir a curva de demanda individual.
10
P
Q
8
6
4
A
B
20 25 30 35
C
D
Figura 10 – Curva de demanda individual
36
Unidade I
 Lembrete
Tanto pela escada de demanda quanto pela curva de demanda é possível 
perceber a ocorrência da lei geral da demanda.
Analisando as informações da tabela anterior, bem como da curva de demanda, percebe-se que na 
medida em que o preço apresenta queda, as quantidades demandadas são maiores. Quando o preço 
dessa mercadoria qualquer é R$ 10,00, a quantidade demandada é de 20 unidades. Quando o preço é de 
R$ 8,00, as quantidades demandadas são de 25 unidades. Quando o preço é de R$ 6,00, há aumento 
de 5 unidades nas quantidades demandadas e passam agora a ser de 30 unidades. Por fim, quando o 
preço é R$ 4,00, as quantidades demandadas são de 35 unidades.
 Observação
Observe que demanda é diferente de quantidades demandadas. Demanda 
é intenção de compra, enquanto quantidades demandadas representam, de 
fato, o quanto se consome a determinado nível de preços.
Como a demanda representa relação inversa entre preços e quantidades, você poderia pensar 
no exemplo apresentado para o caso de os preços subirem. Daí, as quantidades demandadas 
apresentariam queda.
Chamamos de curva de demanda individual as combinações das quantidades de uma mesma mercadoria 
que um consumidor isolado está apto a adquirir, por unidade de tempo, em relação aos comportamentos 
dos preços dessa mercadoria. Chamaremos curva de demanda de mercado quando uma escala de demanda 
apresentar as intenções de mais de um consumidor. Vejamos então uma nova escala de demanda.
Tabela 3 – Escala de demanda para vários consumidores
Preço Consumidor 1 Consumidor 2 Consumidor 3 Consumo total Ponto
R$ 10,00 10 7 13 30 A
R$ 8,00 12 8 16 36 B
R$ 7,00 13 8 17 38 C
R$ 6,00 14 9 19 42 D
R$ 4,00 16 10 28 54 E
A escala apresentada relaciona, para cada nível de preço, quantidades demandadas diferentes para 
cada um dos consumidores demonstrando, dessa forma, a demanda total de mercado por um produto 
qualquer. Podemos então proceder ao conhecimento da curva de demanda de mercado, que nada 
mais será do que demonstrar a relação entre os níveis de preços dessa mercadoria com as respectivas 
quantidades demandadas por todos os consumidores dessa mercadoria.
37
ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO
Exemplo de aplicação
Você pode construir a curva de demanda individual para cada um dos consumidores. Construa a 
curva de demanda para o consumidor 1, relacionando o preço do bem com as quantidades que ele 
demanda. Construa a curva de demanda para o consumidor 2, relacionando, agora, o preço do bem com 
as quantidades que esse consumidor demanda. Faça o mesmo com o consumidor 3.
10
8
7
6
4
A
B
30 36 38 42 54
Q
P
C
D
E
Figura 11 – Curva de demanda de vários consumidores
Observe que a curva de demanda para vários consumidores reflete a mesma lei geral de demanda, 
e a análise pode ser por meio da queda de preços ou de sua elevação. Quando o preço do bem é de 
R$ 10,00, preço comum para todos os consumidores, o consumidor 1 adquire 10 unidades, o consumidor 
2 adquire 7 unidades e o consumidor 3 adquire 13 unidades. Assim, cada consumidor contribui com 
uma parcela do consumo total, que é de 30 unidades nesse nível de preços.
Quando o preço cai para R$ 8,00, o que ocorre? O consumo total de mercado sobe para 36 unidades. 
Vejamos o comportamento de cada consumidor: o consumidor 1 adquire mais 2 unidades, o consumidor 
2 adquire somente mais uma unidade, enquanto o consumidor 3 adquire mais três unidades. Mesmo 
que o preço seja idêntico ao de todos os consumidores, o comportamento de cada um deles é diferente. 
E quando o preço passa a ser de R$ 7,00? O consumidor 1 adquire mais uma unidade; agora, seu 
consumo individual passa a ser de 13 unidades, e o consumidor 2 não adquire quantidades adicionais, 
permanecendo no mesmo nível de consumo de quando o preço era de R$ 8,00. Ele continua consumindo 
apenas 8 unidades, enquanto o consumidor 3 aumenta em mais uma unidade seu consumo, adquirindo 
agora 17 unidades. Você pode continuar o raciocínio com os preços de R$ 6,00 e de R$ 4,00.
O que explica comportamentos diferentes de consumo de um mesmo bem a diferentes preços? 
Várias podem ser as respostas. Podemos pensar em algumas:
38
Unidade I
• a renda do consumidor influencia no consumo;
• trata-se de um bem de consumo saciado;
• o produto ser novo no mercado, e os consumidores o adquiriram inicialmente para conhecimento; 
alguns continuam consumindo, enquanto outros se mostram indiferentes;
• pode ser um produto sazonal, a exemplo daquele consumo que acontece no período de Páscoa, 
Natal e em outras datas comemorativas, por exemplo;
• o bem proporcionar elevado ou baixo grau de utilidade.
Exemplo de aplicação
As respostas correspondem à análise positiva ou normativa? Reflita, responda e procure apresentar 
outras hipóteses.
Da mesma forma que quantidades demandadas são influenciadas pelo preço do bem, a curva de 
demanda também sofre influência. Nesse caso, dependendo do determinante da demanda (renda do 
consumidor, preço de bens relacionados, gosto ou preferência do consumidor), a curva de demanda 
sofre deslocamentos positivos ou negativos. Aqui, necessitamos efetuar uma distinção entre o que 
sejam movimentos da curva, também chamado de deslocamentos da curva, e movimentos ao longo 
da curva.
Movimentos ao longo da curva são percebidos quando o influenciador da demanda for o preço 
do bem. Pense no seguinte: coeteris paribus, o que ocorre com a quantidade demandada de carne 
de frango diante diminuição de seus preços? Sua resposta? Aumento ou diminuição nas quantidades 
demandadas? Aumento, muito bem. Como representar a curva de demanda por carne de frango? Mais: 
como representar a curva de demanda por carne de frango e o efeito das quantidades demandadas 
diante da diminuição de preço?
Suponha que o preço da carne de frango esteja em R$ 9,00 o quilo e que, nesse nível de preços, 
os consumidores em conjunto adquirem 1.200 kg. O preço cai para R$ 7,20 o quilo, e o consumo de 
mercado passa a ser de 2.200 kg. Temos aqui uma escala de demanda.
Tabela 4 – Escala de demanda por carne de frango
Ponto Preço Quantidade demandada (kg)
A R$ 9,00 1.200
B R$ 7,20 2.200
Vejamos a representação da curva de demanda por carne de frango e o efeito das quantidades 
demandadas diante da diminuição de preço.
39
ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO
9,00
7,20
1.200 2.200 Qdcf
B
D
P
A
Figura 12

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