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MÓDULO DE NIVELAMENTO BÁSICO EM CONSTRUÇÃO E MONTAGEM NOÇÕES DE METROLOGIA - 1 - - 2 - NOÇÕES DE METROLOGIA - 3 - - 4 - © PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A. © PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19.2.1998. É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, bem como a produção de apostilas, sem autorização prévia, por escrito, da Petróleo Brasileiro S.A. – PETROBRAS. Direitos exclusivos da PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A. ____________________________________________________________________ DANTAS, Geane M. S Básico em Soldagem / SENAI CIMATEC. Salvador, 2008. 42 p.:10il. PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A. Av. Almirante Barroso, 81 – 17º andar – Centro CEP: 20030-003 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil - 5 - INDICE 1. Introdução.......................................................................................................................... 9 1.1 Conceitos e definições de controle dimensional.......................................................... 10 2. Conceitos básicos.............................................................................................................. 11 2.1 Metrologia.................................................................................................................... 11 2.2 Unidade de medida...................................................................................................... 11 2.3 Medição....................................................................................................................... 11 2.4 Resultado de medição................................................................................................. 11 2.5 Mensurando................................................................................................................. 11 2.6 Erro de medição........................................................................................................... 12 2.7 Exatidão de medição................................................................................................... 12 2.8 Incerteza de medição................................................................................................... 12 2.9 Calibração.................................................................................................................... 13 3. Sistemas de Medição......................................................................................................... 14 3.1.Trenas.......................................................................................................................... 14 3.2 Escalas graduadas....................................................................................................... 16 3.3. Paquímetro.................................................................................................................. 21 3.3.1. Principais tipos de paquímetros............................................................................ 30 3.4 Goniômetro.................................................................................................................. 31 3.5. Esquadro..................................................................................................................... 34 4. Transformação de unidades.............................................................................................. 36 5. Resultados dos exercícios................................................................................................. 40 6. Bibliografia......................................................................................................................... 41 - 6 - LISTA DE FIGURAS Figura 3.1 – Trenas de aço................................................................................................................. 15 Figura 3.2 – Trena digital.................................................................................................................... 16 Figura 3.3 – Leitura com escala graduada metálica........................................................................... 16 Figura 3.4 – Cuidados durante a leitura............................................................................................. 17 Figura 3.5 – Escala impressa em polegadas ou milimetros............................................................... 16 Figura 3.6 – Escala com gancho na extremidade............................................................................... 18 Figura 3.7 – Trenas............................................................................................................................. 19 Figura 3.8 – Escala............................................................................................................................. 20 Figura 3.9 – Elementos construtivos do paquímetro.......................................................................... 21 Figura 3.10 – Recursos de acesso ao mensurando.......................................................................... 22 Figura 3.11 – Exemplo de nônio 0,05 mm.......................................................................................... 22 Figura 3.12 – Exemplo de nônio 0,02 mm......................................................................................... 23 Figura 3.13 – Exemplo de nônio 1/128”.............................................................................................. 23 Figura 3.14 – Exemplo de nônio .001”............................................................................................... 24 Figura 3.15 – Exemplo de apoio as faces de medição...................................................................... 25 Figura 3.16 – Apoio a haste de profundidade..................................................................................... 28 Figura 3.17 – Apoio para medições internas...................................................................................... 29 Figura 3.18 – Posição para fazer leituras........................................................................................... 29 Figura 3.19 – Principais tiposde paquímetros.................................................................................... 30 Figura 3.20 – Goniômetro simples...................................................................................................... 32 Figura 3.21 – Goniômetro com nônio................................................................................................. 33 Figura 3.22 – Exemplos de Goniômetro............................................................................................. 34 Figura 3.23 – Esquadro simples......................................................................................................... 35 Figura 3.24 – Distancia L .................................................................................................................. 35 - 7 - LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Tolerâncias quanto a perpendicularidade ......................................................................... 35 - 8 - APRESENTAÇÃO Este trabalho é um produto que tem como objetivo uma maior intensificação e orientação aos profissionais do segmento de petróleo e gás, que buscam a todo o momento uma visão técnica do processo produtivo com o qual está envolvido. No setor de petróleo, em especial, as mudanças ocorridas nos últimos anos, tem provocado a necessidade de competências que mantenham o nível de competitividade da Petrobras. Assim, todos os prestadores de serviço vinculados à empresa deverão estar em busca constante de qualificação profissional. Por este motivo, a Petrobras em parceria com SENAI/BA, desenvolveu o material em questão, cujo objetivo principal é fornecer ao publico iniciante, os conhecimentos básicos teóricos e práticos necessários para a atuação profissional. - 9 - 1. INTRODUÇÃO Na realização de quaisquer medições, devem ser considerados três elementos fundamentais: o método, o instrumento e o operador. O operador é, talvez, dos três, o mais importante. É ele a parte inteligente na apreciação das medidas. De sua habilidade depende, em grande parte, a exatidão pretendida. Um bom operador, servindo-se de instrumentos com piores níveis de exatidão, consegue melhores resultados do que um operador inábil com excelentes instrumentos. Conforme citado acima, o operador deve conhecer perfeitamente os instrumentos que utiliza. Também precisa ter iniciativa para adaptar às circunstâncias o método mais apropriado e possuir conhecimentos suficientes para interpretar os resultados encontrados. Regras gerais: a) Tranqüilidade b) Limpeza c) Cuidado d) Paciência e) Senso de responsabilidade f) Sensibilidade g) Conhecer a finalidade da medição h) Dispor de instrumento adequado i) Ter domínio sobre o instrumento Evitar: a) Choques no instrumento e na peça a ser medida. b) Misturar instrumentos e seus acessórios. c) Cargas excessivas de uso. d) Medir peças cuja temperatura esteja fora da temperatura de referência. e) Medir peças de pouca importância com instrumentos caros e de grande responsabilidade. Cuidados: 1) Sempre que possível, usar proteção de madeira para apoiar os instrumentos quando em utilização na oficina ou no campo. 2) Sempre que possível, deixar a peça atingir a temperatura ambiente antes de realizar a medição. O ideal é efetuar a medição com a peça a 20 ºC para diminuir a incerteza de medição. - 10 - 1.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE CONTROLE DIMENSIONAL O Controle Dimensional é aquele destinado a controlar as dimensões físicas e posição relativa de uma determinada peça acabada ou semi-acabada. O controle dimensional aplica-se a todas as grandezas geométricas determináveis: Lineares e Angulares. O controle dimensional não tem por finalidade somente reter ou rejeitar os produtos pré-fabricados ou fabricados fora dos padrões ou normas. Destina-se, sobretudo, a orientar a fabricação, evitando assim erros recorrentes. Um controle eficaz deve ser total, isto é, deve ser exercido em todas as etapas da fabricação. - 11 - 2. CONCEITOS BÁSICOS Segundo o VIM – Vocabulário de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia (INMETRO), podemos obter os seguintes conceitos: 2.1 METROLOGIA - É a ciência da medição. Trata dos conceitos básicos, dos métodos de medição, dos erros e sua propagação, das unidades e dos padrões envolvidos na representação de grandezas físicas, bem como da caracterização do comportamento estático e dinâmico dos sistemas de medição 2.2 UNIDADE DE MEDIDA - Grandeza especifica, definida e adotada por convenção, com a qual outras grandezas de mesma natureza são comparadas para expressar seu tamanho em relação àquela grandeza. 2.3 MEDIÇÃO - É a atividade que visa determinar o valor do mensurando, ou seja, é uma seqüência de ações que permitem efetuar a medida propriamente dita . É aplicável a ensaios, testes, análises ou processos equivalentes. O resultado da medição, em geral numérico, é um valor observado, medido, lido,etc. 2.4 RESULTADO DA MEDIÇÃO - Valor atribuído a um mensurando obtido por medição. 2.5 MENSURANDO - Objeto da medição. Grandeza especifica submetida à medição. Notas: a) metro é uma unidade de medida (unidade de comprimento), cujo símbolo é o m. O milímetro é um submúltiplo do metro, isto é, uma fração deste. O milímetro é igual à milésima parte do metro. 1 mm = 0,001 m b) A polegada é uma unidade de medida antiga. Não pertence ao Sistema Internacional de Unidades que é legalmente adotado no Brasil. Sua utilização na mecânica está sendo gradativamente substituída pelo metro e seus submúltiplos. Exemplos: a) comprimento de um tubo, b) diâmetro de um furo, c) A distância entre os centros de dois furos, etc. - 12 - 2.6 ERRO DE MEDIÇÃO - Em geral são gerados devido a imperfeições nos instrumentos de medição ou imperfeições no método de medição e ainda devido às influências externas, como temperatura, umidade, vibração e outros 2.7 EXATIDÃO DE MEDIÇÃO - Grau de concordância entre o resultado de uma medição e o seu valor verdadeiro. Notas: a) Quando se diz “O instrumento possui boa exatidão” significa que o mesmo possui pequenos erros de medição para a sua função. b) O termo precisão está em desuso. Em seu lugar prefira exatidão, que significa “de acordo com o padrão”. 2.8 INCERTEZA DE MEDIÇÃO - Parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que caracteriza a dispersão dos valores que podem ser atribuídos a um mensurando. Nota: A incerteza de medição é a dúvida quanto ao resultado ao efetuar uma medição. Nenhuma medição pode ser realizada sem que existam erros associados, devidos a imperfeição do instrumento, ao operador e ao procedimento utilizado. Portanto, alguma dúvida ainda existe quando efetuamos uma medição. Em certos tipos de medição, onde há grande preocupação para com o resultado (medições críticas) é necessário avaliar a incerteza de medição. Para tanto, é utilizado um documento internacional denominado “Guia para Expressão da Incerteza de Medição”. Este guia foi traduzido e é distribuído no Brasil pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). • Vale a pena ressaltar a diferença entre INCERTEZA DE MEDIÇÃO X TOLERÂNCIA.• Tolerância é uma característica construtiva determinada no projeto de uma peça. È aquilo que queremos. Incerteza de medição é uma dúvida, um valor duvidoso que não desejamos, mas que está sempre presente. 2.9 CALIBRAÇÃO - Conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a relação entre os valores indicados por um instrumento de medição e os valores correspondentes das grandezas estabelecidos por padrões. - 13 - Nota: O termo aferição não é mais utilizado pelo INMETRO e sua rede de laboratórios de calibração (RBC). Para facilitar o entendimento com outros países, utiliza-se o termo calibração em lugar de aferição. A tarefa de regular o instrumento de medição com o objetivo de diminuir os erros de medição é agora chamada de ajustagem. - 14 - 3. SISTEMAS DE MEDIÇÃO No estudo da metrologia é bastante importante o conhecimento dos sistemas de medição. Neste caso, serão apresentados alguns instrumentos de medição como: trenas e escalas graduadas, paquímetro, goniômetro e esquadro de precisão. Abaixo encontra-se ilustrado os intrumentos supracitados. 3.1. TRENAS O instrumento de medição mais elementar utilizado em caldeiraria é a trena graduada. É usada para a realização de medições lineares, quando não há exigência de baixas incertezas de medição. As trenas geralmente apresentam graduações no sistema inglês e no sistema internacional (metro). Sistema internacional: Graduação em milímetros (mm), 1 mm = 1/1000 m. Sistema inglês: Graduação em polegadas (”), 1” = 1/12’ (pé). A trena graduada pode ser fabricada em aço ou tecido de alta resistência (fibra de vidro), tendo sua graduação iniciada na extremidade esquerda. É fabricada em diversos comprimentos: 2 m, 3 m, 5 m, 10 m, 20 m, 30 m, 50 m, etc. - As trenas de pequeno comprimento apresentam, em sua extremidade um gancho, que permite a operação com apenas um operador, isto é, sem a necessidade de um auxiliar. As de maior comprimento possuem um elo na sua extremidade. - Algumas trenas possuem o zero um pouco deslocado de sua extremidade. Nestes casos deve-se ter cuidado para que o zero coincida com a extremidade da peça a ser medida. - As trenas apresentam-se em vários tipos. As figuras a seguir mostram um modelo de trena convexa e outra plana. A convexidade destina-se a dotar a trena de maior rigidez, de modo a permitir medições na vertical, de baixo para cima. - As graduações da escala são feitas dividindo-se a polegada em 2, 4, 8 e 16 partes iguais, existindo, em alguns casos, divisões de 32 partes. - As graduações para o sistema decimal (SI) são baseadas no centímetro. Cada centímetro é dividido em 10 partes, sendo cada uma 1 mm. - As trenas de caixa prismática possuem marcada na carcaça o seu comprimento. Peça a seu instrutor para demonstrar a utilidade disto, principalmente na medição de distâncias referenciadas internamente. - As trenas de aço de grande comprimento (até 30 m) são fabricadas com um dispositivo para enrolamento (manivela). A largura da fita geralmente é de 9,5 mm - 15 - As trenas de fita em tecido (fibra de vidro) (Figura 3.1) são também bastante comuns para grandes comprimentos. As suas principais vantagens são: • São não condutoras, • Não corrosíveis, • Resistentes à umidade. Figura 3.1 – Trenas de aço Exemplo - Conforme ilustração a seguir, identifique as divisões das graduações da trena. Peça ajuda a seu instrutor caso necessário. As trenas com indicação digital (Figura 3.2) chegaram ao mercado há poucos anos. Seu indicador digital indica medidas em polegadas ou em milímetros, bastando apenas o aperto de um botão para a conversão automática. Suas principais vantagens: • Mantém a medida na memória, mesmo depois do recolhimento da fita; • Leitura fácil e direta no mostrador digital; • Zeragem da leitura em qualquer ponto da fita; • Adiciona automaticamente o comprimento da caixa. - 16 - Figura 3.2 – Trena digital 3.2 ESCALA GRADUADA METÁLICA As escalas graduadas são fabricadas em aço temperado, nas espessuras que variam de 0,4 mm até 0,6 mm, chamadas de flexíveis, e entre 1,2 mm e 2,5 mm, para os modelos de maior comprimento. As escalas são gravadas através do processo de fotogravação ou mediante uma máquina divisora, esta última fazendo marcas retilíneas e profundas na chapa metálica. A medição utilizando uma escala é bastante fácil e intuitiva, desde que o operador conheça as divisões utilizadas na sua graduação. Na Figura 3.3 observa-se o posicionamento de uma peça metálica em relação à escala. A peça pode ser posicionada sobre a bancada, com a escala livre sobre as mãos ou vice versa. No caso apresentado pode-se verificar que a peça é posicionada em relação à referência zero da escala, limite à esquerda. A leitura é então obtida através da verificação da coincidência entre o limite oposto da peça e a marca da escala. A peça em questão possui 27,5 mm. Figura 3.3 – Leitura com escala graduada metálica - 17 - Cuidados durante a leitura: • Garantir que não haja movimento relativo entre a peça e a escala durante a leitura; • Efetuar a leitura numa posição perpendicular ao ponto de coincidência entre peça e escala; Figura 3.4 – Cuidados durante a leitura • È importante ressaltar que uma escala graduada nem sempre é uma régua. A régua é um instrumento que garante excelente exatidão quanto à retilineidade. • Em alguns casos, é preferível não utilizar a extremidade da escala como ponto zero. É mais fácil identificar a leitura a partir da distância entre duas marcas na escala. Figura 3.5 – Escala impressa em polegadas ou milímetros - 18 - Existem alguns tipos de escala com gancho na extremidade. São modelos específicos que permitem medição em rebaixos, ajustes em compassos, etc. O gancho possibilita um ajuste perfeito da extremidade da escala em relação à peça a medir. As graduações da escala podem ser impressas em polegadas ou milímetros, conforme Figura 3.5 acima. A menor divisão de uma escala em polegada é 1/32”. Já quando em milímetro, tem-se até 0,5 mm como menor divisão. As escalas são fabricadas nos seguintes comprimentos: 150 mm, 300 mm, 500 mm e 1.000 mm. Há também escalas comuns onde em um dos lados tem-se a graduação em milímetros e no outro em polegadas. Figura 3.6 – Escala com gancho na extremidade Observações: • É comum ter-se posições próximas à extremidade da escala onde há divisões de 0,5 mm e logo a seguir a menor divisão passa a ser 1 mm. O mesmo pode ocorrer com menores divisões em polegada. • Para escalas com comprimento acima dos 1.000 mm, existem opções fabricadas em liga de alumínio anodizado. As graduações são fotogravadas e sua melhor característica é o baixo peso. A seguir, encontra-se descritos alguns exercícios de leitura de trenas e escalas, para sua realização observe a Figura 3.7 e Figura 3.8. Para uma melhor leitura observe a marca representativa da extremidade da caixa. - 19 - Figura 3.7 – Trenas - 20 - Figura 3.8 – Escalas - 21 - 3.3. PAQUÍMETRO O paquímetro associa uma escala, como padrão de comprimento a dois bicos de medição, como meiode transporte de medidas, sendo um ligado à escala e o outro ao cursor e a um nônio (escala menor), como interpolador para leitura entre traços da escala principal. O paquímetro é um instrumento simples, compacto, robusto e fácil de utilizar. A figura 3.6, a seguir, mostra um paquímetro com seus elementos constituintes. Figura 3.9 – Elementos construtivos do paquímetro Observações: • Para se fazer medidas com menores divisões utiliza-se o nônio. • O nônio foi inventado por um matemático Francês Pierre Vernier (1580-1673). O princípio do nônio é aplicado a muitos outros instrumentos, tais como traçadores de altura, paquímetros de profundidade, paquímetro para engrenagens, etc. Utilizando-se o nônio, pode-se dividir a menor divisão da escala principal do paquímetro a até 0,02 mm, nos instrumentos mais comuns. Os paquímetros podem fornecer resultado de medição com leituras de 0,1 mm, 0,05 mm ou 0,02 mm no sistema métrico e .001” ou 1/128”no sistema inglês (polegada). Antes de efetuar a medida procure identificar qual é a leitura do paquímetro que está em uso. Uma vez o paquímetro corretamente posicionado na peça a ser medida e travado, toma-se uma parte da leitura na escala principal e o seu complemento no Nônio. A trava, que fica acima da escala principal, embora sugira apertando-a a leitura não vai se modificar até que o operador faça a leitura, ela não deve ser utilizada durante a medição. A Figura 3.11 mostra como chegar ao local da medição. - 22 - A operação de leitura é muito simples e se realiza da seguinte maneira: a) Tomando como referência o primeiro traço do Nônio (traço zero) conte todos os traços da escala principal que ficam à direita e anote. Lembre-se que cada traço menor da escala principal equivale a 1 mm no paquímetro em mm e a .025” no paquímetro em polegada. b) Verifique qual dos traços do Nônio coincide com outro qualquer da escala principal. Sempre haverá um que fica melhor alinhado do que os restantes. Cada traço menor do nônio equivale a menor divisão que o paquímetro indica. c) Some os valores obtidos na escala principal e no Nônio. Este é o resultado da medida. Figura 3.10 – Recursos de acesso ao mensurando Exemplos: a) Leitura do nônio de 0,05 mm (1/20 mm) Figura 3.11 – Exemplo do Nônio 0,05 mm - 23 - Lembre-se que 0,45 mm é igual nove espaços no nônio multiplicado por 0,05 mm, que é o valor da menor divisão no nônio. b) Leitura do nônio 0,02 mm (1/50 mm) Figura 3.12 – Exemplo do Nônio 0,02 mm Lembre-se que 0,62 mm é igual trinta e um espaços no nônio multiplicado por 0,02 mm, que é o valor da menor divisão no nônio. c) Leitura do nônio 1/128” (nônio com oito divisões em polegada ordinária) Figura 3.13 – Exemplo do Nônio 1/128’’ - 24 - No paquímetro com leitura em polegada ordinária, é importante saber ler, somar e simplificar frações, como no caso acima onde somamos primeiramente 1” com 1/16” e depois ainda adicionamos 4/128” do nônio. Somando tudo e simplificando temos: 16 17 16 1 16 16 16 11 =+=+ (1a parte – escala principal) 128 140 128 4)8*17( 128 4 16 17 = + =+ (agora devemos simplificar) 32 31 32 3 32 32 32 35 128 140 =+== d) Leitura do nônio .001” (nônio com 25 divisões em polegada fracionária) Figura 3.14 – Exemplo do Nônio .001” Exemplos - A seguir encontram-se alguns exercícios de paquímetros com suas medidas em milímetros, decimais, e em polegadas fracionários, respectivamente. Lembre-se que cada divisão da escala no primeiro caso é principal é igual a 1 mm e cada divisão do nônio é igual a 0,02 mm. Para o segundo caso, em decimais cada traço da escala principal é igual a 025” e cada traço do nônio é igual a .001” Para o terceiro caso, cada traço da escala principal é igual a 1/16” e cada traço do nônio é igual a 1/128”. - 25 - Exercício: Leia a medida indicada no paquímetro e anote: - 26 - - 27 - - 28 - Observação: Posicione os bicos na medição externa aproximando o máximo possível a peça da escala graduada. Isso evitará erros por folgas do cursor e o desgaste prematuro das pontas onde a área de contato é menor. Verifique também o perfeito apoio das faces de medição como mostra a parte inferior da Figura 3.16 abaixo. Acompanhe a bolinha correta... Figura 3.15 – Exemplo de apoio as faces de medição Posicione corretamente a vareta de profundidade. Antes de fazer a leitura. Verifique se o paquímetro está apoiando perpendicularmente ao furo em todo sentido. Figura 3.16 – Apoio da haste de profundidade - 29 - Posicione corretamente as orelhas para medição internas Figura 3.17 – Apoio para medições internas Evite o erro de paralaxe ao fazer a leitura. Posicione sua vista, em direção perpendicular à escala e ao nônio, pois isto evitará erros consideráveis de leitura. Figura 3.18 – Posição para fazer a leitura - 30 - 3.2.1 PRINCIPAIS TIPOS DE PAQUÍMETROS E SUAS CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS Para atender as mais diversas necessidades da indústria de mecânica de precisão, foram desenvolvidos diversos tipos de paquímetros, sempre procurando tornar mais fácil tanto o acesso ao lugar de medição como seu manuseio e leitura. Figura 3.19 – Principais tipos de paquímetros - 31 - 3.3. GONIÔMETRO O medidor de ângulos chama-se goniômetro. Para medir ângulos, precisa-se conhecer o sistema de contagem sexagesimal. Este sistema divide uma circunferência em 360 graus. O grau é dividido em minutos e segundos. Portanto, a unidade de ângulo é o grau. O grau divide-se em 60 minutos e o minuto divide-se em 60 segundos. Os símbolos utilizados são: grau (º), minuto (’), segundo (”). Para somarmos ou subtrairmos no sistema sexagesimal, devemos colocar as unidades iguais umas sobre as outras. Exemplo: 90º - 25º 12’ A primeira operação a fazer é converter 90° em graus e minutos. 90º = 89º 60’ 89º 60’ - 25º 12’ = 64º 48’ Deve-se operar da mesma forma quando se tem as unidades graus, minutos e segundos. Exemplo: 90° - 10º 15’ 20” Convertendo 90º em graus, minutos e segundos, teremos: 90º = 89º 59’ 60” 89º 59’ 60” – 10º 15’ 20” = 79º 44’ 40” O goniômetro simples, também chamado de transferidor de graus é utilizado para medidas onde não há preocupação com a exatidão do resultado. Nas figuras da página seguinte, encontram-se exemplos de transferidores de graus, como também exemplos de diferentes medições de ângulos, mostrando várias posições distintas da lâmina do transferidor. Nos transferidores simples, a divisão de escala é 1º. Lê-se os graus inteiros na graduação do disco fixo, indicados pelo traço 0 da referência e aproxima-se a leitura para a posição mais próxima dentro da variação de 0,5º. Portanto, pode-se ler até 0,5º nos transferidores simples por interpolação na escala. - 32 - Figura 3.20 – Goniômetro simples Observações: • Fazer a leitura do ângulo sempre com o goniômetro aplicado à peça. • Manter sempre os goniômetros limpos e acondicionados em estojos próprios. • Nos goniômetros que possuem nônio (ou vernier) a leitura no disco graduado nos dará variações de 1º, enquanto que o nônio dividirá o grau em 12 partes iguais. Isto significa que a menor divisão possível é 5º. - 33 - Alguns goniômetros de melhor exatidão possuem uma pequena lupa associada ao nônio. Na página seguinte, encontra-seilustrações descritiva de um goniômetro com nônio. Figura 3.21 – Goniômetro com nônio - 34 - Figura 3.22 – Goniômetro Na Figura 3.23, temos três exemplos de leitura do goniômetro. No exemplo 1, tem-se a leitura de 0º 5’, pois o segundo traço do nônio coincide com algum traço do disco graduado. No exemplo 2, tem-se 0º 10’, pois a coincidência ocorreu no segundo traço do nônio. Já no exemplo 3, a coincidência entre os traços ocorreu no nono traço do nônio, o que corresponde a 0º 45’. 3.4. ESQUADRO O esquadro é um instrumento utilizado para verificar a exatidão da perpendicularidade entre superfícies. Alguns cuidados devem ser tomados quando da utilização do esquadro como a garantia de que as superfícies devem estar isentas de óleo, graxa, oxidação e sujeira em geral. Características de um bom esquadro: • Base rígida; • Faces interna e externa retificadas; • Não ter amassamento ou deformação • Fazer limpeza após o uso; • Evitar torção; • Evitar quedas e contatos com outras ferramentas. - 35 - A Tabela 1 mostra as tolerâncias quanto à perpendicularidade de cada tipo de esquadro apresentando apenas dados para alguns comprimentos. Tabela 1 – Tolerâncias quanto a perpendicularidade. Distância admissível do ponto da superfície de medição ao lado do ângulo reto, em µm Esquadro de oficina Distância L do ponto da superfície de medição mm Esquadro de precisão Esquadro comum I II 0 ± 2 ± 5 ± 10 ± 20 100 ± 3 ± 7 ± 15 ± 30 200 ± 4 ± 9 ± 20 ± 40 300 ± 5 ± 11 ± 25 ± 50 400 ± 6 ± 13 ± 30 ± 60 500 ± 7 ± 15 ± 35 ± 70 Fig – 3.23 Esquadro simples Fig – 3.24 Distância L - 36 - � 4. TRANSFORMAÇÃO DE UNIDADES 4.1 TRANSFORMAÇÃO DE UNIDADES Transformar polegadas em milímetros: 1º caso: Transformar polegadas inteiras em milímetros: • Para se transformar polegadas inteiras em milímetros, multiplica-se 25,4 mm pelo valor em polegadas a transformar. Ex.: Transformar 3” em milímetros 25,4 x 3 = 76,2 mm 2º caso: Transformar fração da polegada em milímetro. • Quando o número for fracionário, multiplica-se 25,4 mm pelo numerador da fração e divide-se pelo denominador. Ex.: Transformar 5/8” em milímetros. (25,4 x 5) ÷ 8 = 15,875 mm 3º caso: Transformar polegada inteira e fracionária em milímetros. • Quando o número for misto, inicialmente se transforma o número em uma fração imprópria e, a seguir, opera-se como no 2º caso. Ex.: Transformar 1 3/4” em milímetros. 4 7 4 3 4 4 4 31 =+= 45,44 4 7*4,25 4 7 == mm - 37 - 4º caso: Transformar milímetros em polegadas. • Para se transformar milímetro em polegada, divide-se o valor em milímetros por 25,4 e multiplica- se o resultado por uma das frações ordinárias da polegada (menor divisão do instrumento). Ex.: Transformar 9,525 mm em polegadas. 128 48 128 128*375,0 128 4,25:525,9 == Simplificando a fração: 8 3 16 6 32 12 64 24 128 48 ==== ” 5º caso: Transformar polegada decimal em milímetro. • Para se transformar polegada decimal em milímetro, multiplica-se o valor em decimal da polegada por 25,4. Ex.: Transformar 0,875” em milímetro. 0,875 x 25,4 = 22,225 mm 6º caso: Transformar milímetro em polegada decimal. • Divide-se o valor em milímetro por 25,4. Ex.: Transformar 3,175 mm em polegada decimal. 3,175 : 25,4 = 0,125” Agora, para terminar, faremos transformações para expressar o valor em polegada ordinária ou decimal. 7º caso: Transformar sistema inglês ordinário em decimal. • Para se transformar sistema inglês ordinário em decimal, divide-se o numerador da fração pelo denominador. - 38 - Ex.: Transformar 7/8” em decimal. 7 : 8 = 0,875 8º caso: Transformar sistema inglês decimal em ordinário. • Para se transformar do sistema inglês decimal para ordinário, multiplica-se o valor em decimal por uma das divisões da polegada, dando-se para denominador a mesma divisão tomada e simplificando-se a fração quando necessário Ex.: Transformar .3125” em sistema inglês ordinário. 128 40 128 128*3125. = Simplificando a fração teremos: 16 5 32 10 64 20 128 40 === ” Exercícios transformação de unidades: 1) Transforme em milímetros: 5/32” = 1 5/8” = 2) Transforme em polegada ordinária: 1,5875 mm = 19,05 mm = 3) Transforme em polegada decimal: 5/64” = 1 7/8” = 4) Transforme em polegada ordinária: .125” = - 39 - 1.375” = 5) Transforme em polegada decimal: 6,35 mm = 60,325 mm = 6) Transforme em milímetros: 0.001” = 2.625” = - 40 - � 5. RESPOSTA DOS EXERCÍCIOS: Paquímetro: Página 26: Transformação de unidades: Página 24: 9) 23/64” Página 36: 1) 11,00 mm 10) 4 11/32” 1) 3,97 mm e 41,275 mm 2) 16,02 mm 11) 5/16” 2) 1/16” e 3/4" 3) 15,34 mm 12) 1 41/64” 3) .078” e 1.875” 4) 16,54 mm 13) 5/64” 4) 1/8” e 1 3/8” 5) 31,94 mm 14) 5 1/64” 5) .25” e 2.375” 6) 93,48 mm 15) 3 57/128” 6) 0,025 mm e 66,675 mm 7) 70,76 mm 16) 3/128” 8) 49,24 mm 17) 1/128” 9) 41,20 mm 18) 7 1/32” 10) 55,52 mm 19) 127/128” 11) 134,50 mm 20) 59/128” 12) 82,78 mm 21) 2 3/8” 22) 4 91/128” Página 25: 1) .175” 2) .405” 3) .038” 4) 1.061” 5) 8.884” 6) 9.997” 7) 4.474” 8) 6.635” 9) 2.100” 10) 7.842” 11) 12) 13) - 41 - BIBLIOGRAFIA MITUTOYO. Mitutoyo Catalog. Tokio, Mitutoyo Corporation, 1995. INMETRO. Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia, Portaria nº 29 de 10 de março de 1995. Rio de Janeiro. TESA. Instrumentos para o Controle Dimensional.: Catálogo nº 102.017.Suiça, TESA S/A, 1980. MITUTOYO. Instrumentos para Metrologia Dimensional: Catálogo de utilização, manutenção e cuidados. São Paulo, Mitutoyo do Brasil. SOISSON, Harold. Instrumentação Industrial. São Paulo, Helmus, 1996. p. 49 – 192. SCHOELER, Nelson . Qualificação e Certificação de Instrumentos de Medição. Florianópolis, Fundação CERTI/LABMETRO, 1995. 256 p. SCHOELER, Nelson; GONÇALVES JR, Armando A. Medir 100 Erros. Florianópolis, Fundação CERTI, 1992. 153 p.
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