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RAFAELA - CONSEQUÊNCIAS DA INDISCIPLINA

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ANDRIELE BASTOS DA SILVA
CAMILA DA COSTA SOARES
RAFAELA NECA LIMA
AS CONSEQUÊNCIAS DA INDISCIPLINA NA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
MACAPÁ 2020
ANDRIELE BASTOS DA SILVA
CAMILA DA COSTA SOARES
RAFAELA NECA LIMA
AS CONSEQUÊNCIAS DA INDISCIPLINA NA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção da habilitação do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Paulista
Orientador: Professor Natanael Pereira
Isacksson
1
MACAPÁ 2020
AS CONSEQUÊNCIAS DA INDISCIPLINA NA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Andriele Basto da Silva1 
 Camila da Costa Soares2
Rafaela Neca Lima3
Natanael Pereira Isacksson4 
RESUMO: a referida temática é uma proposta para discutir sobre a indisciplina de alunos dos anos iniciais do ensino fundamental, e de como ela interfere na aprendizagem dos mesmos. Este estudo tem como objetivo principal, analisar a formação, saberes e prática pedagógica dos professores que possam estar melhorando a indisciplina dos alunos nos anos iniciais do ensino fundamental. A metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica e documental. No decorrer do estudo se constatou também que a maior parte dos autores pesquisados tem a mesma concepção sobre a indisciplina escolar e que é preciso trabalhar mecanismo que possam ajudar o aluno a desenvolver suas habilidades escolares, fazendo com que ele desenvolva um interesse por estudar.
Palavras-chaves: indisciplina. Ensino-aprendizagem. Prática Pedagócia
ABSTRACT: the aforementioned theme is a proposal to discuss the indiscipline of students in the early years of elementary school, and how it interferes with their learning. This study has as main objective, to analyze the formation, knowledge and pedagogical practice of teachers that may be improving students' indiscipline in the early years of elementary school. The methodology used was bibliographic and documentary research. During the study it was also found that most of the researched authors have the same conception about school indiscipline and that it is necessary to work on a mechanism that can help the student to develop his school skills, making him develop an interest in studying.
Keywords: Indiscipline. Teaching-Learning. Pedagogical Practice.
1 Acadêmica do Curso de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Paulista – UNIP. 
2 Acadêmica do Curso de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Paulista – UNIP. 
3 Acadêmica do Curso de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Paulista – UNIP. 
4 Orientador do TCC da Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Paulista – UNIP
1 INTRODUÇÃO
Na atualidade é comum observar que a questão da indisciplina no ambiente escolar é um assunto pertinente no meio educacional, onde constitui um tema sujeito a muitos debates em várias instâncias, principalmente em relação às necessidades de formar cidadãos prontos a intervir no mundo de modo a modifica-lo de forma positiva. Este estudo tem como temática as consequências da indisciplina na aprendizagem dos alunos nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
A questão problema se refere a quais são os saberes produzidos pelos professores que podem melhorar a questão da indisciplina na sala de aula? Neste sentido tem-se que, ao se discutir essa temática surge a oportunidade de mostrar a comunidade acadêmica, de um modo geral, que a questão da indisciplina é um problema que deve ser levado em consideração com mais ênfase pelas instituições de ensino, tendo em vista a necessidade de se avaliar a qualidade dos saberes produzido pelos professores no decorrer do desenvolvimento do seu trabalho.
Este estudo tem como objetivo, analisar a formação, saberes e prática pedagógica dos professores que possam estar compreendendo melhor a influência da indisciplina dos alunos em relação à aprendizagem escolar.
Para embasar a discussão foram utilizados os estudos de autores como: Ribeiro Et Al. (2017); Donegati (2018); Barbosa (2011); Parrat-Dyan (2000); Lemos (2002);Garcia (1999); Estrela (2002); Vasconcelos (1997); Cericato (2016), Brito (2013); Aquino (1996); Bulgraen (2010); Silva (2014); Oliveira, et al (2016); Gimenez Neto (2011); Durante (2014); De Paula (1995); Pereira e Andrade (2018).
Já em relação às legislações utilizadas para se ter embasamento legal sobre o tema, foram retirados das seguintes leis: Constituição Federal de 1988, Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394 (1996).
4
O desenvolvimento do artigo está dividido em vinte laudas, com quatro tópicos e subtópicos, que serviram de base para a construção do mesmo, sendo assim os tópicos são: Contexto histórico da educação e da indisciplina nos anos iniciais do ensino fundamental; Indisciplina escolar: conceitos e definições; A indisciplina no contexto escolar e a Indisciplina na escola: legislação pertinente. A partir das considerações feitas neste trabalho, se constatou a importância de se
trabalhar o tema em questão, pois, é uma temática relevante que se deve ser trabalhada no sentido de melhorar a qualidade educação brasileira.
2 CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO E DA INDISCIPLINA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
2.1 CONTEXTO HISTÓRICO DAS RELAÇÕES SOCIAIS
A educação nas comunidades pré-históricas era baseada em um ensino informal que tinha como objetivo o conhecimento das coisas práticas da vida coletiva, que era pautada na sobrevivência e perpetuação de padrões culturais das sociedades em que eles viviam, ou seja, não existia uma educação especifica a uma determinada instituição de ensino, porque ela acontecia de forma espontânea mediada pela convivência em grupo social. É o aprender fazendo, inter-relacionando vida e trabalho nesse processo.
No período antigo, aconteceram transformações fundamentais para o desenvolvimento da cultura do homem, onde as civilizações se tornaram cada vez mais científicas, tanto pelos propósitos, quanto pela metodologia. No que diz respeito à educação, encontram-se diferentes modelos educacionais, que variava de acordo com o período a que corresponde e a localização geográfica. (RIBEIRO, ET AL. 2017)
A educação era tradicionalista nas sociedades antigas, ao se criarem segmentos privilegiados, a população, composta por lavradores, comerciantes e artesãos, não tinham direitos políticos nem acesso ao saber da classe dominante. Também neste período teve-se início, o dualismo escolar, que destinava um tipo de ensino para o povo e outro para os filhos dos funcionários. A grande massa é excluída da escola e restringida à educação familiar informal. (RIBEIRO, ET AL. 2017)
A educação tinha as suas variações, que dependia tanto da classe social, quanto do gênero. Os plebeus tinham pouco ou quase nenhum acesso à educação formal e por isso cresciam sem instrução, não aprendendo a ler nem a escrever, e ficavam a mercê da sociedade. Já os filhos das camadas mais altas da sociedade tinham amplo acesso à escola e a uma formação completa e de qualidade.
Ao longo dos anos a educação passou por mudanças significativas tanto no modo de como se aprende e de como se ensina. Neste sentido, a sociedade atual vive na era da tecnologia, onde as transformações são constantes e numa velocidade estonteante. Mas, no entanto em algumas sociedades a educação
parece ter parado no tempo, resistem às mudanças, às transformações, não acompanham, nem respeitam o ritmo das crianças e jovens e por vezes quer sufocá- los, ou adestrá-los com a desculpa de que estes são indisciplinados e que não gostam da escola, não querem estudar. (DONEGATI, 2018)
2.2 CONTEXTO HISTÓRICO DA INDISCIPLINA NOS ANOS INCIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
No que diz respeito ao contexto histórico da indisciplina, no Brasil, existe poucos estudos de quando de fato ela deu-se início, o que se têm de registros é de como ela era combatida, neste sentido têm-se conhecimento que, desde a época do períodocolonial, os registros históricos apontam a preocupação dos missionários com a questão da disciplina dentro da escola, pautada na vigilância constante e na utilização de métodos para contenção dos comportamentos discentes.
Dentre as várias estratégias utilizadas, pode-se destacar a aplicação de punições físicas, legitimadas e regulamentadas de acordo com a idade do estudante e a gravidade do ato praticado. (BARBOSA, 2011)
Este pensamento de severidade foi difundido na França do século XVIII, para a sociedade daquela época era necessário humilhar as crianças para atingir uma melhor educação e comportamento, ou seja, disciplinamento através da humilhação e da severidade.
Neste período as punições físicas eram práticas aceitáveis ou mesmo incentivadas para disciplinar os educandos. Como prova disto, pode-se citar a investigação de Dalcin (2005) que retratou os castigos corporais nas escolas domésticas e isoladas do Paraná, ou ainda a pesquisa de Lemos (2002, p. 2) ao revisitar as práticas disciplinares das escolas da Corte na cidade do Rio de Janeiro, entre os anos de 1824 a 1890:
Nas variedades de formas e modos com que se pune, busca- se obter o normal. Nas escolas da Corte do século XIX, entre os castigos corporais, encontramos alguns que são comumente praticados: a palmatória, a reguada, os “bolos” e “ajoelhar”, bem como um caso inusitado, em que a professora colocava rolhas na boca das alunas que falavam muito. Encontrei também, dois casos que foram considerados bárbaros pelos próprios professores e delegados de instrução, como o uso de chicotes e pedaços de bambu.
Esse modo de agir e pensar para combater a indisciplina no ambiente escolar foi se modificando ao longo dos anos, e deixou de ser usado na maioria das sociedades, mas deve-se ressaltar que apesar da evolução das gerações ainda
existem muitas sociedades mais arcaicas que ainda utilizam esse método para reprimir a indisciplina no ambiente escolar.
De acordo com Barbosa (2011), surge no final do século XIX e início do século XX, em contraponto ao sistema tradicional, a Escola Nova, com uma nova concepção da infância e do papel do educador dentro da sala de aula. Este movimento de raízes europeia e americana defendia uma escola mais prática e próxima da realidade dos alunos, na qual todos pudessem se desenvolver naturalmente, onde os problemas de disciplina eram resolvidos com mais ênfase.
O professor, como mediador da aprendizagem deveria promover um ambiente no qual o conhecimento seria construído através da participação efetiva dos estudantes. A escola passa a ser ativa em oposição à passividade outrora desejada. Portanto, a indisciplina no ambiente escolar, mais especificamente nos anos iniciais do ensino fundamental não tem mantido as mesmas características ao longo dos anos, ou seja, ela não pode ser considerada como um dado estático, uma vez que a mesma se diferencia das características de antigamente, quando a educação era mais rígida. (GARCIA, 1999)
Parrat-Dayan no livro “Como enfrentar a indisciplina na escola”, afirma:
Como toda criação cultural, o conceito de indisciplina não é estático, nem uniforme, nem universal. A indisciplina relaciona- se com um conjunto de valores e expectativas que variam ao longo da história, entre culturas diferentes, nas diferentes classes sociais. No plano individual, a palavra indisciplina pode ter significados diferentes, e se, para um professor, indisciplina é não ter o caderno organizado; para outro, uma turma será caracterizada como indisciplinada se não fizer silêncio absoluto e, já para um terceiro, a indisciplina até poderá ser vista de maneira positiva, considerada sinal de criatividade e de construção de conhecimentos (2000, p. 19).
Neste sentido, torna-se claro que o grande desafio da educação na atualidade é transformar-se, é abrir-se às mudanças, é tornar-se “atraente” às crianças e jovens, é fazer com que estes se tornem sujeitos ativos na construção do conhecimento e podendo mudar a realidade em que se vive.
3 INDISCIPLINA ESCOLAR: CONCEITOS E DEFINIÇÕES
De acordo o dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, o conceito de disciplina está ligado há uma composição de ordem imposta, ordem que convém ao bom funcionamento regular de uma determinada organização. Como por exemplo, nas relações de subordinação entre o professor e o aluno. É também são um conjunto de leis que são regidas certas coletividades. (LEMOS, 2002)
Segundo Garcia (1999, p.96), indisciplina é definida como uma instabilidade e ruptura de comportamento dentro do espaço escolar que afeta a aprendizagem do indivíduo. “Ela é, assim, uma força que atua no tecido da relação entre educadores e alunos, que sustenta o desdobrar do currículo”.
Já a disciplina é uma das maiores exigências dos professores como temática para o desenvolvimento da aprendizagem, assim como a indisciplina é uma das maiores reclamações relativa ao trabalho em sala de aula.
Estrela (2002, p. 17) ressalta que:
A indisciplina tem assumido ao longo dos tempos diferentes significações: punição; dor; instrumento de punição; direção moral; regra de conduta para fazer reinar a ordem numa coletividade; obediência a essa regra, todos esses conceitos são decorrentes das práticas teórico-metodológicas adotadas pelas escolas, no intuito de melhorar a relação professor-aluno e de propiciar um ambiente favorável à aprendizagem.
Neste sentido, a indisciplina deve ser encarada de forma complexa, considerando diferentes aspectos que podem influenciar o aluno a ter uma mal comportamento, como por exemplo, a questão social, familiar, e de responsabilidades.
Se a escola se preocupar somente em resolver “problemas de comportamento” nunca chegará a ver a indisciplina resolvida. O “bom comportamento” nem sempre é sinal de disciplina, pois pode indicar apenas adaptação aos esquemas da escola, simples conformidade ou mesmo apatia diante das circunstâncias (GARCIA,1999 p. 105).
Tendo em vista o trabalho pedagógico, deve ser elaborado de forma mediada, sistemática, intencional e coletiva, caso o professor não possua uma didática boa e não apresente domínio sobre a disciplina que está sendo mediada, ou até mesmo, não busque meios e instrumentos metodológicos para construí-la dentro de sala de aula, todo o seu trabalho tende a ficar comprometido.
Segundo Vasconcellos (1997, p. 245), “muitos problemas de indisciplina têm origem na questão do desrespeito”. Alguns alunos entram e saem da sala sem pedir permissão ao professor, que conversam assuntos paralelos que não dizem respeito ao conteúdo que está sendo estudado em sala de aula, muitas vezes são agressivos com colegas, não desenvolvem as atividades propostas e acabam por confrontar a autoridade do professor; e estes muitas vezes acabam rotulando o aluno como indisciplinado.
Um fator que deve ser ressaltado é que a maioria dos alunos indisciplinados não tem compromisso com a escola, muitos deles só vão para a escola para comer
ou para simplesmente passar o tempo, pois, são obrigados pelos seus pais. Muitas vezes a escola deixou de ser um local que o educando vê como um lugar interessante e prazeroso de se estar, o ato de aprender não é mais o foco principal desses alunos.
Se torna importante neste estudo o entendimento sobre as diversas formas de manifestações da indisciplina, neste sentido Parrat-Dayan (2000, p. 26) afirma que:
O problema é que se manifestam em situações particulares e não se apresentam sempre da mesma maneira [...] tais como o desafio verbal, a resistência às atividades propostas ou as brincadeiras insolentes em relação ao professor.
A citação acima colabora com o entendimento de que, por ser uma questão importante que pode ser expressado de várias maneiras, as formas de manifestações da indisciplina possuem uma grande intensidade de atos e conflitos que podem vir a serem considerados como falta de disciplina, isto gera dificuldade até mesmo para os professores identificarem de como ocorre está questão dentro da sala de aula.
4 A INDISCIPLINA NO CONTEXTO ESCOLAR
4.1 SABERES DOCENTES NO COMBATE À INDISCIPLINADOS ALUNOS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
As pesquisas no que diz respeito aos saberes docente no combate à indisciplina compõem uma extensa e diversificada gama de investigação, onde se constituiu conceitos ao longo dos últimos anos em âmbito educacional. Novas termologias e conceitos que se relacionam ao saber docente foram sendo incorporadas aos debates sobre o sistema educacional, tanto na escola quando no cotidiano do aluno fora dela e também sobre a formação docente.
Neste sentido, buscava-se, elevar a formação profissional do educador ao nível superior e da formação continuada, transformando assim a estrutura do ensino e da sua carreira profissional a partir do aumento de salário e status profissional. O saber derivado do conhecimento é condição prioritária para que o professor possa exercer seu trabalho de forma competente e significativa. O acúmulo de conhecimento atualizado proporciona ao professor saberes que favorecem o desempenho de uma prática pedagógica diferenciada. (CERICATO, 2016)
Além de criar as regras de controle e normas de conduta, é preciso que docentes e o corpo técnico da escola discutam os valores envolvidos em cada situação de indisciplina, usando de autoridade, boa conduta e metodologias eficazes
no combate a indisciplina.
De acordo com Aquino (2000. p.16):
O caminho para se chegar à resolução das questões conflituosas no ambiente escolar, passa pela formação ética e profissional, não necessariamente como conteúdo didático, mas principalmente no convívio diário dentro da instituição escolar.
Entende-se que os desafios são grandes para os professores, pois se exige que o mesmo utilize a instituição como um espaço sociocultural para a formação do aluno com intuito de entender as principais causas da indisciplina. Na realidade isso é um paradoxo, pois muitos têm como vantagem apenas sua frágil e ultrapassada formação, crenças referentes à capacidade humana de aperfeiçoamento, o ideal de educação. (COUTINHO; OLIVEIRA, 2011).
Hoje já existe o consenso de que a escola é um espaço de formação sociocultural por excelência, ao mesmo tempo em que a tarefa do professor é múltipla, tendo várias facetas: ele é, ao mesmo tempo, administrador, gerenciador de suas ações, planejador, sistematizador, programador e avaliador. Também é orientador, buscando cada vez mais compreender a necessidade de ter uma intensa vida cultural e social participando de projetos e eventos necessários ao seu desenvolvimento e profissionalização principalmente em relação a diversidade sociocultural que se apresenta na escola.
O professor precisa aprimorar sempre seu conhecimento, com base em uma atitude que serve de exemplo para os alunos. Segundo Dewey (1979) o professor “vivencia e compartilha com os alunos a metodologia que está preconizando”. Portanto, ao utilizar na escola como um espaço sociocultural ele busca construir uma nova metodologia mais adequada aos novos tempos com o objetivo de usar favoravelmente os recursos didáticos e pedagógicos em suas aulas.
Na compreensão de Vygotsky (1896) o processo de aprendizagem humano é desenvolvido através da interação com o ambiente no qual ele está inserido. Trata- se de uma relação dialética, na qual o homem modifica o meio, e este o modifica. Neste sentido, essa teoria atribui muita importância ao saber docente, o professor se torna um agente impulsionador do desenvolvimento psíquico do educando. (COUTINHO; OLIVEIRA, 2011).
Sem dúvida, o professor além de ser educador e transmissor de conhecimento, deve atuar, ao mesmo tempo, como mediador. Ou seja, o professor deve se colocar como ponte entre o estudante e o conhecimento para que, dessa forma, o
aluno aprenda a “pensar” e a questionar por si mesmo e não mais receba passivamente as informações como se fosse um depósito do educador. (BULGRAEN, 2010, p. 31).
Desta forma o professor mediador na educação na contemporaneidade, procura reconhecer o momento propício de intervir, usando a escola como um espaço
sociocultural. Isso mostra que o professor, a partir do conhecimento acumulado durante os anos de formação pode utilizar metodologias adequadas, pode auxiliar e influenciar na formação cultural do aluno. Isso favorece a noção de que a educação deve se tornar um instrumento mais interessante que prepara o aluno para o futuro.
4.1.1 A sala de aula e os desafios da indisciplina
A escola é o espaço de ensino e aprendizagem que contribui para que o indivíduo desenvolva seus saberes recebidos em sala de aula e colocando-os pratica no seu cotidiano, contribuindo assim, para seu desenvolvimento humano e o conhecimento que foi adquirido possa ser levado para a sua vida toda.
Assim, deve-se entender que dominar conhecimentos e saberes, para a construção da emancipação do ser humano, neste sentido, precisa-se ter neste contexto escolar, alunos comprometidos com a educação e que queiram transformar sua própria realidade. (RAGAZZAN, ET AL, 2007)
Ao fazer uma análise do contexto educacional na atualidade, percebe-se que as diversas situações de indisciplina em sala de aula vem se tornando a cada dia um desafio constante aos docentes, e de acordo com Aquino (2003) a indisciplina vem “evoluindo” no ambiente escolar, se apresentando sob diversos aspectos, tais como: por meio de expressões, de comportamentos silenciosos ou de revolta.
Observa-se que a ação indisciplinada pode ter como fator desencadeante fatos isolados ou de forma geral como uma negação da proposta pedagógica da instituição e das regras de convivência, mesmo acordadas no âmbito coletivo da escola.
Silva (2014, p. 09) expõe que:
A indisciplina pode ter muitas facetas e com isso pode gerar consequências na aprendizagem do aluno, portanto em sala de aula, a referida indisciplina pode refletir como desigualdade, desrespeito, falta de limites entre outros detalhes. Sendo assim, pode-se pensar que a realidade escolar esteja contribuindo para que o ensino não atenda as expectativas, tornando-se insignificativo com estímulos ao desinteresse e a desmotivação do aluno.
A instituição escolar, que questiona os problemas de comportamento dos alunos dentro de sala de aula, enxerga como consequência a não aprendizagem e
por isso é importante compreender que a indisciplina pode instalar-se com fundamento em bases diversificadas, que abrangem desde questões socioculturais e econômicas, até mesmo os fatos políticos ou as ações da gestão escolar, refletindo no comportamento do aluno em sala de aula e nos diferentes espaços pedagógicos ou sociais.
De acordo com os ensinamentos de Dayan (2009, citado por Rodrigues et al. 2012, p.04) “A indisciplina está contextualizada com um conjunto de valores e expectativas que variam ao longo da história, entre culturas diferentes, nas diversas classes sociais”.
Portanto esta afirmação traz a compreensão de que a indisciplina escolar se manifesta nos diferentes ambientes, e não apenas na sala de aula, entretanto a manifestação desta, em qualquer espaço que seja, deixa marcas e traz consequências no desenvolvimento integral do aluno, ou seja, também no processo educativo.
Para ressaltar, Garcia (1999) diz que: deve-se considerar a indisciplina sob a dimensão dos processos de socialização e relacionamentos que os alunos exercem na escola, na relação com seus pares e com os profissionais da educação, no contexto do espaço escolar, com suas atividades pedagógicas, patrimônio, ambiente, etc. É preciso pensar a indisciplina no contexto do cognitivo dos estudantes.
Sob esta perspectiva, define-se indisciplina dentro de sala de aula como a incongruência entre os critérios e expectativas assumidos pela escola (que supostamente refletem o pensamento da comunidade escolar) em termos de comportamento, atitudes, socialização, relacionamentos e desenvolvimento cognitivo, e aquilo que demonstram os estudantes”. (GARCIA, 1999, p. 102)
Nesse entendimento, um dos fatores preocupantes são as atitudes e comportamentos inadequados gerados pela indisciplina, tais como: agressões verbais e físicas, conflitos na sala de aula, alunos estressados,disputa de poder com o professor, o desrespeito com colega e também professor, desinteresse de ambas as partes, a falta de comprometimento com a aprendizagem, falta de aulas planejadas e irresponsabilidades com o processo educacional. (SILVA, 2014)
Assim ao tratar da indisciplina do aluno dentro da sala de aula, se faz necessário refletir sobre a ação do professor, que também pode estar permeada por ações que deixam transcorrer indisciplina, principalmente quando os alunos
observam falta de compromisso com o fazer pedagógico, propiciando no contexto escolar desafios que muitas vezes nos deixam sem condições de aprendizagem.
Segundo Vasconcellos (1997.p. 245), “enquanto a falta de respeito do aluno, normalmente é explícita, o desrespeito do professor se camufla e se torna sutil”. Neste contexto, entende-se que os desafios diante da indisciplina são muitos, pois o desrespeito	do	professor	se	camufla	ao	transmitirem	uma	aprendizagem insignificante ao aluno, com práticas pedagógicas sem êxito, tornando o ambiente escolar desagradável.
Com isso as ações indisciplinares dos alunos, são enfrentamentos explícitos que acarreta em descontentamento diante do que está recebendo em sala de aula. Ainda, têm-se Vasconcellos (1995 citado por RODRIGUES et. al. 2012) que contribui em refletir sobre as ações indisciplinares dos alunos:
A indisciplina é um processo que agrega muitos fatores: o desinteresse do aluno proveniente, por exemplo, da influência midiática externa ao ambiente escolar geralmente mais atrativa que a escola; a família que não cumpre com o papel de educar para os limites; a escola que não apoia o professor pedagogicamente e a influência da desorganização da sociedade. (p.03).
Percebe-se também que, o posicionamento do aluno em sala de aula apresenta os reflexos do convívio em seu grupo familiar ou social, por outro lado as ações de indisciplina vivenciadas na escola podem vir a reforçar o comportamento indesejado, também no seio das relações familiares e até mesmo diante da práxis pedagógica dos professores.
Nesse contexto, não apenas a reprimenda a indisciplina, mas também o reforço de atitudes positivas, pode vir a ser um fator de importante e motivador para que a indisciplina não ocorra, possibilitando que o aluno espelhe-se em boas condutas, e assim assuma uma postura mais adequada, superando as frustrações e os conflitos, estabelecendo com isso metas e objetivos para uma atuação coerente na realidade.
Assim, deve ser despertada no aluno a motivação para aprender e agir de forma responsável na realidade, ao passo que os elementos motivadores que envolvem desde a metodologia aplicada em aula até a forma como o professor se posiciona perante as situações do dia a dia, pode ser o alicerce para a superação da indisciplina. (SILVA, 2014)
Acredita-se que o professor pode contribuir significativamente com atitudes
reflexivas e conscientes, mas há a necessidade de aperfeiçoar-se constantemente, considerando que sua formação é ser um agente ativo na aprendizagem atuando de maneira que seja como um “sujeito de transformação” (VASCONCELLOS, 1997).
O professor é mediador do conhecimento, com este fim consiste em compreender as necessidades dos alunos no seu contexto social e é preciso articular a realidade social com as práticas pedagógicas realizadas na sala de aula.
4.2 FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR A INDISCIPLINA NO CONTEXTO ESCOLAR
Levando-se em consideração que a criança que está inserida no contexto do ensino fundamental, está em um período de desenvolvimento mental e cognitivo que é desenvolvido a partir do conhecimento atribuído de um sentido próprio e genuíno ás situações que vivencia no seu cotidiano tanto na escola quanto fora dela, nos diversos ambientes frequentados por ela e com a as quais aprende, seja certo ou errado, esse processo no qual exerce papel fundamental a capacidade de autonomia, de reflexão e de interação constante com os outros sujeitos e com seu entorno, as separações sociocognitivas, psíquicas e motoras, não mais se sustentam.
Sendo assim, de acordo com Silva (2014), a indisciplina no contexto escolar pode ter suas causas encontradas em cinco grandes grupos: sociedade, família, escola, professor e aluno. Os motivos são inúmeros e eles trazem consequências negativas tanto para o meio social quanto familiar.
Em relação à família, é importante a imposição de limites, muitas vezes os pais acabam acatando o comportamento inadequado dos filhos (correr em ambientes públicos, xingamentos, responder e etc.) e quando os alunos estão no ambiente escolar pensam que podem ter a mesma liberdade e postura que tem em casa, desta forma, a escola fica com a função de educar, o que deveria ser uma parceria com os pais e não um trabalho individual.
A falta de estrutura familiar, antes de qualquer julgamento em relação ao fato, se faz necessário avaliar todo o contexto em que a criança está exposta. Quando é submetido a situações que o incomode, o aluno reage com mau comportamento, muitas vezes demonstrando estresse. Isso ocorre porque ele está começando a desenvolver sua personalidade através da expressão de suas escolhas ou sentimentos. Esses comportamentos indicam contestação a regras ou limites impostos pelos adultos. (SILVA, 2014)
A ausência dos pais a falta de tempo acaba atrapalhando a parceria entre a família e a escola, um exemplo disso é a reunião pedagógica, onde é necessária a presença de um responsável legal tendo em vista falar sobre o comportamento do aluno e buscar formas de parceria com a família para que se possa trabalhar da melhor forma. (CARMO, 2009)
Fatores relacionado ao professor também são fundamentais neste contexto, portanto o papel do professor é importante não como figura autoritária, mas como coordenador do processo ensino e aprendizagem, já que, utilizando de sua autoridade democrática, cria, em conjunto com os educandos, em espaços pedagógicos que desperta interesse do mesmo, que são estimulantes e desafiadores, para que neles ocorra a construção de um conhecimento educativo de grande significado.
Sendo assim, se faz necessário que entre as partes se estabeleça a forma de comunicação necessária para que a aprendizagem significativa ocorra realmente. Vasconcellos (2003, p. 58) diz que:
O professor desempenha neste processo o papel de modelo, guia, referência (seja para ser seguido ou contestado); mas os alunos podem aprender a lidar com o conhecimento também com os colegas. Uma coisa é o conhecimento “pronto”, sistematizado, outro, bem diferente, é este conhecimento em movimento, tencionado pelas questões da existência, sendo montado e desmontado (engenharia conceitual). Aprende-se a pensar, ou, se quiserem, aprende-se a aprender.
Em resumo, a profissão de docente exige a negociação constante, quer com relação à definição de objetivos e às estratégias de ensino e de avaliação, quer com relação à disciplina, pois esta, se imposta autoritariamente, jamais será aceita pelos alunos. (NUNES E SANTOS, 2006)
O individualismo também é um dos fatores que interfere no comportamento do educando no ambiente escolar, nos dias de hoje, tanto na sociedade quanto em casa, as pessoas estão acostumadas em viver cada um no “seu mundo” com o seu celular, computador, tablet e etc. Com isso, a criança chega à escola e transfere essa mesma atitude apresentando muitas vezes possuem dificuldades em trabalhar no coletivo. “Analisar a indisciplina de um aluno deve perpassar pela discussão da atuação do professor, pois uma ação está indiscutivelmente atrelada a outra.” (SOUZA,2009, p.23).
A adaptação do aluno com a cultura da escola também pode ser visto como um motivador da indisciplina, pois cada instituição de ensino apresenta suas regras
propostas pelo seu regimento interno através do Projeto Político Pedagógico (PPP), isso pode ser visto principalmente na mudança de escola onde o aluno terá que se adaptar a regras diferentes e muitas vezes não são bem aceitas por ele.
De acordo com Gimenez Neto (2011), a escola é um ambiente social, o seu contexto procura oferecer aoseducandos que estão inseridos na mesma, regras, comportamentos exemplares e direitos, que devem ser o meio disciplinador, como também facilitador e motivador da aprendizagem de forma satisfatória, que tem como objetivo oferecer uma constante busca pelo conhecimento, tanto dos alunos quanto dos professores e demais integrantes do meio educacional.
Além disso, a escola funciona como um local onde possa ocorrer a transição do aluno do seu ambiente familiar, para a sociedade em geral, onde se encontram outros grupos sociais que o indivíduo frequenta como: roda de amigos, igrejas, locais culturais e a própria escola, por isso se torna importante o convívio de forma harmoniosa entre as partes que estão inseridas no contexto educacional.
4.3 CONSEQUÊNCIAS DA INDISCIPLINA NO ENSINO E APRENDIZAGEM DOS ALUNOS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
A indisciplina dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental traz inúmeras consequências no ensino e aprendizagem tanto dos alunos indisciplinados como dos outros colegas que não conseguem se concentrar na aula devido o comportamento de alguns alunos.
Nesse sentido é importante explanar sobre essas consequências e como elas interverem na vida do aluno. Sendo assim, de acordo com Nunes e Santos (2006, p. 18), o fraco rendimento escolar dos alunos é uma das consequências da indisciplina.
O seu insucesso pode levá-lo a investir pouco nas tarefas escolares e a desinteressarem-se pela escola, desencadeando, eventualmente, emoções negativas, traduzidas em comportamentos inadequados, que muitas vezes são julgados como sendo comportamentos indisciplinados.
As questões indisciplinares encontradas nas escolas incluem também o ambiente escolar e as condições de ensino-aprendizagem, os modos de relacionamentos entre as pessoas, o perfil dos alunos e a sua capacidade de se adaptar aos esquemas da escola. Na própria relação entre professores e alunos habitam motivos para a indisciplina, e as formas de intervenção indisciplinar que os professores praticam pode reforçar ou mesmo gerar modos de indisciplina.
As consequências da indisciplina no contexto escolar são diversas, e de acordo com pesquisas realizadas pode-se dizer que, tem como resultado diferentes
fatores dentre eles estão à falta de regras e punição adequada, a inconsistência da disciplina ou a falta de apoio do corpo docente de um sistema disciplinar.
Também de acordo com Carmo (2009), os problemas sociais, causas ambientais, problemas psicológicos, problemas familiares ou falta de disciplina em casa podem contribuir para a indisciplina na sala de aula e interferir diretamente na educação da criança e do adolescente.
No que diz respeito à autoridade do professor, a relação entre o educando e educador pode ser diretamente afetada pela indisciplina em determinadas situações em que o aluno torna a aula tumultuosa, resultando na falta de respeito pelo professor como um interlocutor de conhecimento e como uma figura de autoridade.
A partir disso existe um problema, onde os alunos tendem a ficarem menos propensos a ver o conhecimento repassado por seus professores como uma importante experiência de desenvolvimento do seu aprendizado. Quando ocorre esse tipo de problema, a sua intensificação pode vim da aplicação de regras que não são bem vistas pelos alunos indisciplinados, pois na maioria dos casos eles não aceitam em um primeiro momento a imposição de regras.
O professor deve aplicar regras que possam servir para todos os alunos, fazendo com que ele não se sinta excluído. Ou seja, a aplicação de regras de forma aleatória ou sem planejamento, pode-se estar colocando em risco a harmonia na sala de aula e agravando mais ainda a situação.
Como resultado dessa inconsistência, problema de disciplina inicial, sob um sistema que não quer enfrentar tais problemas, inspira seus alunos a praticar atos maiores ou mais perigosos de mau comportamento, pois não serão punidos. (HAMMOND, 2017).
Neste sentido, a consequência maior da indisciplina dentro do contexto escolar é a violência que afeta significativamente o aprendizado do educando. A transição da indisciplina para a violência ocorre quando os alunos ficam com a impressão de que eles não serão responsabilizados por seus atos, os estudos têm demonstrando uma forte ligação entre a falta de disciplina na escola e o aumento na violência entre os alunos.
Como resultado, os alunos que vão à escola em sistemas onde a indisciplina é um problema, enfrentam a ameaça de violência todos os dias, todas as vezes que entraram em suas escolas. Ressaltando o que foi exposto, Durante (2014, p.03) diz que:
No cotidiano escolar, a indisciplina é consequência da violência latente ou explícita, que a cada dia se externa com mais frequência, desde situações em que impedimos a participação equitativa de todas as crianças e jovens no dia a dia escolar ou desconfiamos de suas potencialidades, recusando-nos a oferecer o que lhes é de direito, até atos que colocam em risco a autoestima positiva de determinados alunos.
Portanto, as consequências da indisciplina na aprendizagem dos alunos, vai muito além dos muros da escola, esse comportamento se não for trabalho de forma que ele se reverta pode ocasionar serias consequências para a vida social da criança, pois, esta é uma fase em que o indivíduo constrói seus princípios que serão desenvolvidos ao longo da sua vida, por isso que é de fundamental importância que se imponha limites desde de cedo, e que seu comportamento na escola, possa servir de exemplo para o seu cotidiano e que não seja um problema.
4.4 MEDIDAS E AÇÕES UTILIZADAS NA QUESTÃO DA INDISCIPLINA DOS ALUNOS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Vasconcellos (2009) aponta algumas ações e tomadas de decisões que são importantes para combater a indisciplina dentro de sala de aula. Neste sentido, o professor deve de forma didática promover diferentes formas de organização da classe e da escola. Segundo o autor, não existem receitas prontas ou fórmulas mágicas no combate a indisciplina, porém, é possível se orientar a partir de práticas pedagógicas já realizadas, assim como de alguns princípios teórico-metodológicos no desenvolvimento do ensino-aprendizagem.
De fato, o professor necessita junto aos outros envolvidos no ambiente escolar, (ou seja, a escola no contexto geral) construir metodologias nos diversos seguimentos da escola, que vai desde a leitura e passa pelo comportamento, essas metodologias devem ter como objetivo a eficácia do ensino e aprendizagem.
Trabalhos com projetos didáticos e extraclasses também são importantes no processo de desenvolvimento e melhoramento do comportamento do educando, haja vista que “projetar” é apontar para um novo mundo, na confiança de que as coisas podem ser diferentes do que vem sendo e que aluno tenha consciência do seu papel transformador dentro da sociedade, ou seja, o mundo pode ser mudado, e cada aluno e cada professor são protagonistas desta mudança (VASCONCELLOS, 2009)
Outro fator importante para se trabalhar com a indisciplina é elaborar um projeto político-pedagógico da escola no sentido que sua construção seja de forma
participativa, ou seja, toda a comunidade escolar deve estar inserida direta ou indiretamente neste contexto tendo em vista o desenvolvimento de uma linha comum de trabalho coletivo. Segundo Vasconcelos (2009 p.10):
O projeto revela as possibilidades educativas e, de outro lado, dá sentido aos limites que preservam a vida e ajudam a crescer. Os valores e intencionalidades expressos no projeto ajudam a descobrir ou criar possibilidades para a ação.
É também de fundamental importância a participação dos pais e responsáveis na elaboração e desenvolvimento do projeto político-pedagógico da escola, tendo como objetivo a integração de todos, pois, se sabe quando a família participa dos eventos da escola, ela pode auxiliar com meios que possam fazer com que o aluno indisciplinado melhore o seu comportamento.
A família, sendo a primeira instituição de socialização do indivíduo, tem como atribuição principal o desenvolvimentode crenças e valores, ou seja, ajudar a criança a desenvolver uma meta de vida, que se tornem pessoas que possam fazer algo de bom para a sociedade. (CARVALHO, 2017).
Deve-se ressaltar que é precisa que a criança crie vínculos afetivos, que podem ser lavados para o seu cotidiano, e que pode contribuir para o desenvolvimento da disciplina dentro de sala de aula. Para a formação destes vínculos é de fundamental importância que haja a presença das pessoas que pertencem ao processo educativo. São medidas necessárias parta que o educando tenha exemplos a serem seguidos, é preciso que o professor evite faltar e que não exista uma rotatividade frequente da equipe escolar.
Outro aspecto de fundamental importância na prática pedagógica, que contribui significativamente na diminuição dos casos de indisciplina, é o estabelecimento das regras em sala de aula, o professor deve impor limites de forma mais lúdica, sem que os alunos se sintam coagidos.
A imposição de limites é um fator fundamental para o desenvolvimento social do sujeito. Existem inúmeras possibilidades que também são importantes ao acenderem novas alternativas para superarem a indisciplina e que ela não seja uma mera repressão, do “não”, sendo que, o que falta muitas vezes à criança é a liberdade de escolha.
De acordo com Doirado (2015), um fato que desnorteia o professor é a agressão verbal e muitas das vezes a agressão física do aluno, causando na vítima sensações diversa como: angústia, impotência, raiva, dor e até mesmo vontade de
revidar na mesma proporção. Uma estratégia interessante adotada por docentes diante da agressão do aluno: tomar distância para pensar e não reagir de imediato às provocações, pois, quando se toma distanciamento para analisar a situação, não se fica no nível reativo do conflito.
Ações que devem ser feitas para melhorar a relação entre o professor e o aluno indisciplinado que podem contribuir na diminuição de agressões e conflitos disciplinares no contexto escolar em sala de aula, são, por exemplo, substituir o ato agressivo pela comunicação com palavras, canalizando as condutas agressivas para atividades lúdicas (jogos, oficinas de teatro, gincanas, danças e etc.), proporcionado ao aluno vivencia de práticas solidárias, comunitárias, cooperativas, construtivas e críticas dentro do ambiente escolar.
5 INDISCIPLINA NA ESCOLA: LEGISLAÇÃO PERTINENTE
5.1 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E O DIREITO A EDUCAÇÃO
O Direito à educação para todos no Brasil, é parte de um conjunto de direitos chamados de direitos sociais, este direito foi reconhecido na somente pela promulgação da Constituição Federal de 1988, anteriormente o Estado não tinha a obrigação legal de garantir a educação de qualidade a todos os brasileiros, o ensino público era tratado como uma assistência, um amparo dado àqueles que não podiam pagar. Sendo assim tem-se:
Art. 205 A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - Pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
(BRASIL, 1988 p.123)
O direito ao respeito é um direito natural de todo ser humano, independentemente de sua idade, sexo, raça e condição social ou nacionalidade, sendo que no caso específico do Brasil é ainda garantido em diversas passagens da Constituição Federal (1988), que coloca qualquer pessoa a salvo de abusos cometidos por outras pessoas e mesmo pelas autoridades públicas constituídas.
Além da Constituição Federal de 1988, existem ainda leis e regimentos que regulamentam e complementam a do direito à Educação, como por exemplo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 1990; a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação 9394 (LDBEN), de 1996, os regulamentos internos escolares, que basicamente tem o mesmo contexto de todas as escolas públicas brasileiras. Juntos, estes mecanismos abrem as portas da escola pública fundamental a todos os brasileiros, já que nenhuma criança pode deixar de estudar por falta de vaga.
5.2 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) E O DIREITO A EDUCAÇÃO ESCOLAR
Perante há uma realidade nova que vem sendo exposta pela lei que entrou em vigor, iniciou-se a uma série de questionamentos por parte dos professores e diretores sobre quais os procedimentos que devem ser adotados no que diz respeitos aos alunos que praticam atos de indisciplina dentro da escola, assim entendidas aquelas condutas que, apesar de não caracterizarem crime ou contravenção penal, de qualquer modo acarretam tumulto que prejudica o andando das atividades sejam da escola elas dentro ou fora de sala de aula. (SOUZA, 2012)
Tais questionamentos vêm acompanhados de críticas ao Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) que teria retirado à autoridade dos professores em relação a seus alunos, impedindo a tomada de qualquer medida de caráter disciplinar para coibir abusos por estes praticados, muitos professores se sentem coagidos em não repreender aquele aluno indisciplinado, pois pode ser interpretado como violência contra a criança, fazendo com que se perca os respeito pela figura do professor.
Mas, existem pesquisas que falam que o ECA (1990) não confere qualquer "imunidade" a crianças e adolescentes, que de modo algum estão autorizados, a livremente, violar direitos de outros cidadãos, até porque se existisse tal regra na legislação ordinária, seria ela inválida (ou mesmo considerada inexistente), por afronta à Constituição Federal (1988) que, estabelece a igualdade de todos em direitos e deveres. (DIGIÁCOMO, 2012)
O ECA (1990) procurou reforçar a ideia de que crianças e adolescentes também são sujeitos de direitos como todo cidadão, no mais puro espírito do artigo 5º, inciso I da Constituição Federal (1988), que estabelece a igualdade de direitos e obrigações para homens e mulheres, independentemente de sua idade.
No que concerne ao relacionamento com a educação, mais precisamente, o ECA (1990) foi extremamente conciso, nos artigos 53 e 54 do capítulo IV – Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer.
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se lhes:
I – Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – Direito de ser respeitado por seus educadores; Lei n 35 o 8.069/1990
III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;
IV – Direito de organização e participação em entidades estudantis;
V – Acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
I – Ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria. (BRASIL, 1990 p. 34,35)
De Paula (1995) menciona a necessidade do respeito mútuo, esclarecendo que é previsto em lei a necessidade de reciprocidade, a autora esclarece que o educando também deve respeito aos professores, e os demais funcionários da escola, como também aos seus colegas. Quando a conduta desrespeitosa é grave, quando fere os princípios da escola, poderá até configurar ato infracional que, consoante definição do ECA (1990), corresponde a qualquer crime ou contravenção penal, como, por exemplo, violência, injuria e etc.
O ECA (1990) tem como objetivo reforçar a ideia de que crianças e adolescentes, na condição de cidadãos, precisamser respeitados em especial por aqueles encarregados da nobre missão de educá-los. notadamente no sentido do "pleno desenvolvimento da pessoa", da criança ou adolescente e seu "preparo para o exercício da cidadania", tendo sempre em mente que, no trato com crianças e adolescentes, deve-se considerar sua "condição peculiar" de "pessoas em desenvolvimento" (art. 6º da Lei nº. 8.069/90).
5.3 LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL (LDBEN) 9.394/96 E O DIREITO A EDUCAÇÃO ESCOLAR
		A LDBEN 9394/96 prevê em seu Art. 2º, Art. 2º:
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1996 p. 127)
A referida lei estabelece em seu artigo 2º um entrelaçamento do artigo 5º com o art. 205, ambos da Constituição Federal (1988), definindo mais uma vez a responsabilidade e os propósitos para a educação brasileira. O dever do Estado e da família, os princípios de liberdade e solidariedade humana e, reproduzindo fielmente o art. 205 da Constituição Federal (1988), as finalidades da educação:
pleno desenvolvimento humano prepara para o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. (OLIVEIRA, 2002)
Definidos os princípios e as finalidades da Educação Nacional pode-se procurar dentro da própria legislação, que comanda e dá diretrizes para que os docentes e o corpo técnico da escola cumpram o que foi determinado e zelem pela aprendizagem dos alunos (Art.13, III da LDBEN 9394/96), os temas relacionados à violência e à indisciplina, que tanto incomodam e atrapalham as ações educativas. Após uma detalhada investigação, verifica-se que nada é mencionado na LDBEN 9394/96 sobre as questões de violência e indisciplina na escola.
Não que isso seja a única coisa que solucionaria os problemas da violência, mas o suporte proporcionado pela lei no que se refere às orientações e informações sobre os mais diversos assuntos, inclusive a violência, são de suma importância para dar embasamento e sustentação para o trabalho da escola. É necessário, então, buscar na legislação vigente, outras orientações e mecanismos de enfrentamento no que se refere ao tema. (SOUZA, 2012)
Um deles é o regimento escolar que está previsto na referida Lei onde prevê todo o funcionamento de um estabelecimento de ensino, o Regimento Escolar tem a função primordial de normatizar o funcionamento interno do Estabelecimento Educacional e irá regulamentar todo o trabalho pedagógico, administrativo e institucional com base nas disposições previamente estudadas e implementadas para cumprimento de todos os envolvidos nas atividades escolares.
Uma espécie de “lei interna”, que obviamente não se contrapõe à lei pública, mas preserva o interesse comum na execução dos objetivos sociais da escola. Sob o ponto de vista disciplinar, qualquer penalidade que se deseje aplicar em alunos considerados transgressores de regras dependerá de previsão expressa no texto regimental. (SUMARÉ, 2018)
O normativo da instituição deverá dispor ainda sobre os critérios de apuração interna de cada falta cometida e as modalidades de sanção aos descumpridores, sempre resguardando-se o direito de ampla defesa a qualquer um que for acusado de prática proibida. Toda instituição de ensino deve possuir um conjunto de normas e regras que regulem a suas propostas explicitadas em um documento que deve estar disponível para a consulta de toda a comunidade escolar, que basicamente são regidos pelas leis vigentes no Brasil no que diz respeito à educação.
Neste sentido de acordo com Pereira e Andrade (2008, p. 06) o regime deve
conter as seguintes orientações:
O aluno que deixar de cumprir ou transgredir de alguma forma disposições contidas no Regimento Escolar ficará sujeito as seguintes ações:
I – Orientação disciplinar com ações pedagógicas dos professores, equipe pedagógica e direção;
II – Registro dos fatos ocorridos envolvendo o aluno, com assinatura;
III – comunicado por escrito, com ciência e assinatura dos pais ou responsáveis, quando criança ou adolescente;
IV – Encaminhamento a projetos de ações educativas;
V - Convocação dos pais ou responsáveis, quando criança ou adolescente, com registros e assinatura, e/ou termo de compromisso;
VI – Esgotadas as possibilidades no âmbito do estabelecimento de ensino, inclusive do Conselho Escolar, será encaminhado ao Conselho Tutelar, quando criança ou adolescente, para a tomada de providências cabíveis.
Outras medidas disciplinares como de suspensão as atividades de classe, retratação, mudança de turno e mudança de turma, não afronta aos aspectos legais e não são apenas de caráter punitivo perante a lei, mas também de cunho educativo e pedagógico.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao termino do presente estudo foi possível entender que, em relação aos aspectos que foram investigados nas percepções dos autores na pesquisa bibliográfica a respeito da indisciplina, várias características foram consideradas relevantes e que são importantes para o desenvolvimento da educação, dentre elas pode-se citar a participação da família no contexto escolar a fim de melhorar o comportamento do aluno indisciplinado, sendo que é de fundamental importância o empenho de todos, tendo como objetivo principal fazer com que o aluno entenda que o seu comportamento será prejudicial para o seu futuro.
A pesquisa foi desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos. Onde se desenvolveu ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados.
No decorrer do estudo se constatou também que a maior parte dos autores pesquisados tem a mesma concepção sobre a indisciplina escolar e que é preciso trabalhar mecanismo que possam ajudar o aluno a desenvolver suas habilidades escolares, fazendo com que ele tome gosto de estudar e consequentemente melhore o seu comportamento.
A questão problema deste estudo foi o entendimento sobre quais são os saberes produzidos pelos professores que podem melhorar a questão da indisciplina no enfrentamento escolar, a educação não pode ser vista como responsabilidade apenas das escolas. Tudo na sociedade pode ser e é pedagógico em sentido positivo ou negativo. Na família, no trabalho, nos meios de comunicação, na ação política, nos atos religiosos, em qualquer setor de atividade humana, estamos ensinando às novas gerações modelos e propostas de conteúdo técnico, político e moral. Isso é tão real na sociedade moderna, em que a criança está em contato com o mundo pela televisão, pela interação intensa com os adultos e pela internet. 
Mesmo considerando a especificidade institucional, formativa, democrática e intencional da escola na busca de alternativas de intervenção pedagógica de cunho científico, para a proposição de soluções aos problemas de ordem indisciplinar nas escolas, é mister que qualquer pessoa pensante deve empenhar-se na mudança da educação de forma global promovendo, a cultura, mas também praticando a ética empenhando-se assim por uma sociedade humanista, preocupada com a importância dos alunos, como a promessa de um futuro mais humano,de homens que sejam artífices e não mero produto das práticas sociais.
 Nesse contexto é preciso sensibilizar o entorno escolar da necessidade constante de diálogos abordando o tema em questão, não apenas com especialistas, estudantes, professores e outros profissionais do campo da educação e das ciências humanas e sociais aplicadas, mas com todos os que se interessam por reinventar a educação e as relações sociais. 
É com crianças educadas à base de telenovelas e de saberes apreendidos nas ruas que os professores têm que lidar.. Na verdade a indisciplina é mais visível na escola pública em função da relação existente com o aluno. Na escola particular, a relação é específica de aluno/ cliente, logo é o cliente quem manda.“como se sabe, o cliente é o rei, é ele quem manda. Inverte-se radicalmente a legitimidade dos olhares: é o aluno quem olha e julga” (La Taille.p. 21). 
Mas a escola pública tem se mostrado sensível e aberta à questão, buscando alternativas válidas para o melhor encaminhamento dos casos. Como está demonstrando a Secretaria da Educação quando proporciona aos professores a oportunidade de ingressarem no Programa de Desenvolvimento Educacional, onde o professor tem a oportunidade de buscar subsídios teóricos através da revisão de literaturas científicas, do enriquecimento das práticas escolares com o advento dos vários cursos, palestras, congressos e produções pedagógicos e culturais que lhe é facultado realizar para manifestar a sua expectativa, em serviços voltados para a discussão dos problemas vivenciados nas escolas, para a idealização de soluções e para a sua implementação. 
Embora seja difícil e complexo lidar com o problema da indisciplina, o professor não pode desistir e nem se acomodar. Não pode deixar que a educação silencie e limite os alunos, impedindo o seu desenvolvimento criativo e participativo em sala de aula. 
Nesta caminhada a escola pública não está sozinha, conta com a colaboração do Conselho Tutelar, do Ministério Público e, como parceiros preocupados com o destino das crianças e adolescentes. Depois dos pais e da família, um professor é o bem mais precioso para o desenvolvimento do aluno. Desprezá-lo é atentar contra os direitos de todas as criança.
Neste sentido, pôde-se perceber que os professores são um elo entre o bom comportamento e o mau comportamento do aluno e que é através de seus saberes docentes que se busca metodologias para ajudar o aluno indisciplinando a ter uma perspectiva de futuro.
Neste sentido pode-se constatar também que são inúmeras as consequências da indisciplina que prejudicam a aprendizagem dos alunos, dentre elas pode-se citar o aprendizado ineficaz, que acompanha o aluno durante todo a sua jornada educacional e que será refletida na sua vida profissional.
Deve-se ressaltar que, no contexto contemporâneo, em que se vivenciam constantes mudanças no cenário socioeconômico, exige-se em consequência desse contexto uma educação que responda as necessidades emergentes da sociedade, e condiciona à escola a se adequar à realidade, sobretudo favorecer a educação de qualidade e que responda não só as necessidades no âmbito da sociedade, mas também as necessidades dos sujeitos, ou seja, dos educandos e a valorização de sua realidade local.
Por fim, este estudo foi de grande relevância para o desenvolvimento das habilidades educacionais e profissionais dos acadêmicos envolvidos na elaboração do conteúdo que foi mostrado no decorrer do mesmo, sendo assim abre-se portas para estudos futuros que tenham a mesma relevância.
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