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Analgésicos o perigo da automedicação (parte primeira)

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ANALGÉSICOS: OS 
PERIGOS DA AUTO-
MEDICAÇÃO 
Parte I 
 
“Uma série de situações leva os indivíduos a 
optarem por esta perigosa situação: falta de 
recursos para ter acesso a um médico, hospital 
ou posto de saúde; maus hábitos culturais” 
Sergio Weinfuter 
 
 
 
1 
 
Por: Sergio Weinfuter 
 
 
 
Uma de tantas coisas que estão arraigadas na cultura brasileira é que ao sentir algum tipo de dor, 
precisa logo tomar remédios. Infelizmente ninguém procura o médico, correm para a farmácia mais 
próxima e comprar indiscriminadamente qualquer analgésico que encontrar, sem consultar o 
farmacêutico, pelo menos. 
 
Conheço pessoas que compram os mais variados tipos de analgésicos e tem um diferente para 
diferentes tipos de dor. Mulheres levam em sua bolsa um comprimido para a dor forte, um para a 
fraca e mais um para dores intermediárias e se procurar é capaz de encontrar um para quando não 
existir dores. 
 
O problema que a alta medicação faz mais mal à saúde do que bem e até pode matar. Um caso do 
tipo ocorreu em 1973 com o astro de cinema e lutador de artes marciais Bruce Lee. Segundo 
depoimento de sua esposa Linda Lee “Eles trabalharam até as 16 horas e depois dirigiram juntos 
para a casa da colega Lee Betty Ting, uma atriz de Taiwan. Os três passaram o script em casa e, em 
seguida Chow se retirou. Mais tarde, Lee se queixou de uma dor de cabeça, e Ting deu-lhe um 
analgésico denominado Equagesic, que incluía aspirina e um relaxante muscular.” (Wikipédia, 
2017) 
 
Mas ninguém estava preparado para o que aconteceriam em seguida e “Cerca de 19h30min, 
recolheu-se para dormir. Quando Lee não apareceu para jantar, Chow chegou ao apartamento, mas 
não viu Lee acordado. Um médico foi chamado, que passou dez minutos tentando reanimá-lo antes 
de enviá-lo de ambulância ao hospital.” (Wikipédia, 2017) 
 
Porém já era tarde e “Lee foi dado como morto no momento em que chegou ao hospital. Não houve 
lesão externa visível, porém de acordo com relatórios da autópsia, o seu cérebro tinha inchado 
consideravelmente, passando de 1.400 a 1.575 gramas (um aumento de 13%). (Wikipédia, 2017) 
 
Também ele não era uma pessoa idosa que poderia usar a idade como desculpas, pois “Lee tinha 32 
anos. A única substância encontrada durante a autópsia foi Equagesic. Em 15 de outubro de 2005, 
Chow declarou em uma entrevista que Lee morreu de anafilaxia ao relaxante muscular "Equagesic", 
que ele descreveu como um ingrediente comum em analgésicos.” Além de estar bem de saúde, ele 
tinha um físico invejável, nada que denunciasse sua morte iminente, mas devido a um descuido, 
acabou morrendo. 
 
Oficialmente segundo a autópsia ele morreu de uma exagerada reação alérgica a um componente 
que continha na fórmula do comprimido analgésico que tomou, um pouco antes de dormir e 
tragicamente morreu. Se tivesse se dado ao trabalho de chamar o seu médico quando sentiu o 
problema, poderia estar vivo até hoje. “Houve ainda rumores de uma maldição hereditária sobre a 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Taiwan
https://pt.wikipedia.org/wiki/Taiwan
https://pt.wikipedia.org/wiki/Analgésico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Analgésico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Analgésico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aspirina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aspirina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ambulância
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ambulância
https://pt.wikipedia.org/wiki/Autópsia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Autópsia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cérebro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cérebro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Anafilaxia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Anafilaxia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maldição
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maldição
 
2 
família Lee, que afetou mais um membro em 1993, quando o seu filho, Brandon Lee, foi morto em 
um acidente estranho durante as filmagens do filme O Corvo.” (Wikipédia, 2017) 
 
Mesmo havendo uma briga judicial, várias autópsias e até teorias de conspiração o fato é que “A 
explicação oficial é que Bruce Lee teve uma reação adversa aos remédios que havia tomado para a 
sua dor de cabeça, o que causou um edema cerebral, matando o ator.” (Wikipédia, 2017) Simples 
assim, morreu por ter se automedicado. 
 
Segundo o Dr. José Júlio de Andrade Fonseca, médico do trabalho e a Dra Josélia Frade médica 
ginecologista em seu artigo “Automedicação, velho hábito brasileiro” escrito em 2005 diz que 
“Uma série de situações leva os indivíduos a optarem por esta perigosa situação: falta de recursos 
para ter acesso a um médico, hospital ou posto de saúde; maus hábitos culturais: Meu vizinho disse 
que é um remédio muito bom, minha tia já usa há muitos e muitos anos, minha mãe não ia me 
indicar um remédio ruim... e assim por diante.” E seguem-se as justificativas sem lógicas. 
 
Outro problema que ajuda nesse péssimo hábito é a disponibilidade de encontrar remédios nas 
farmácias, que vendem indiscriminadamente todo os tipos e “Soma-se a isso a facilidade, em nosso 
país, de acesso à compra de medicamentos sem receituário médico.” (Fonseca e Frade, 2005) 
Mesmo aqueles remédios que não podem ser vendidos sem receita médica, se souber onde comprar, 
com certeza vai conseguir levar para sua casa, quase sempre um pequeno suborno resolve o 
problema. 
 
Mas as pessoas que se expõem a esses procedimentos, não estão cientes dos riscos que estão 
correndo. Segundo Fonseca e Frade (2005) “Nós, seres humanos, nós consideramos criaturas mais 
inteligentes e capazes jamais surgidas antes no planeta. Se assim fosse não deveríamos nem ter a 
coragem de pensar em automedicação.” Por isso, pelos menos alguns de nós, não são tão 
inteligentes assim, a ponto de recusar a automedicação. 
 
Segundo os autores do artigo “É uma prática extremamente perigosa e que se torna ainda mais 
nociva em grupos humanos com significativos fatores de vulnerabilidade, tais como: pobreza, baixo 
nível de educação, falta de visão crítica diante da mídia, impossibilidade de argüir (sic) os poderes 
constituídos, invasão pelo marketing e outros. Não existe automedicação inocente nem 100% 
inócua.” (Fonseca e Frade, 2005) Por isso não vale a pena se automedicar. 
 
O perigo maior de se automedicar é que “A automedicação vai desde uma atitude aparentemente 
inocente, como o uso de uma aspirina para dor de cabeça ou um antiespasmódico para cólicas 
menstruais até à falta de bom senso em indicar para si próprio ou para os outros tratamentos à base 
de antibióticos ou antidepressivos. As pessoas não imaginam quantos problemas relacionados a isso 
aparecem nos hospitais. Os medicamentos nunca devem ser indicados por pessoas não qualificadas, 
pois isso pode levar o paciente a morte. 
 
Para quem escuta a recomendação de um “entendido no assunto” os riscos são grandes e os 
https://pt.wikipedia.org/wiki/1993
https://pt.wikipedia.org/wiki/1993
https://pt.wikipedia.org/wiki/Brandon_Lee
https://pt.wikipedia.org/wiki/Brandon_Lee
https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Corvo_(filme)
https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Corvo_(filme)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Remédio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Remédio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dor_de_cabeça
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dor_de_cabeça
https://pt.wikipedia.org/wiki/Edema_cerebral
https://pt.wikipedia.org/wiki/Edema_cerebral
 
3 
sintomas “São reações alérgicas, gastrites, úlceras, acidentes vasculares cerebrais, piora do quadro 
clínico e aumento das dificuldades para combater doenças já instaladas.” E por pior que seja, não 
são somente as pessoas leigas no assunto que fazem esse arriscado procedimento, “Sabemos, 
inclusive, que devido aos maus hábitos, até pessoas que trabalham na área de saúde fazem, 
lamentavelmente, automedicação. Isso ocorre também entre pessoas cultas, instruídas, sem 
problemas econômicos e que não teriam dificuldade para consultar um médico.” (Fonseca e Frade, 
2005) 
 
Generalizando é que se analisarmos poucos são as pessoas que não recorrem à automedicação e 
com facilidade. “Na prática,no Brasil, infelizmente, é quase sempre possível adquirir qualquer 
medicamento sem receita.” (Fonseca e Frade, 2005) Com aquele amigo, conhecido que trabalha no 
hospital, posto de saúde ou farmácia e até aquele curandeiro que manipula ervas medicinais, pode 
conseguir algum tipo de remédio, sem precisar consultar um médico para saber o que está 
acontecendo com sua saúde. 
 
Apesar de todo o trabalho de conscientização sobre os perigos da automedicação, não está 
diminuindo esse procedimento arriscado e “Vemos então que a caminhada em direção à diminuição 
da automedicação é longa e complexa.” Porque esse processo “Passa pela diminuição da 
vulnerabilidade das pessoas à medida em que melhorar a sua conscientização a respeito do 
problema, levando-as a ampliar o cuidado e o respeito consigo próprio e os outros, cobrando a 
melhoria da fiscalização e mais rigor na aplicação das leis e melhor controle das propagandas de 
remédios nos meios de comunicação.” (Fonseca e Frade, 2005) 
 
 
Meu blog: 
http://guerreiro-das-sombras.webnode.com/ 
 
 
Para saber mais: 
 
Fonseca e Frade. José Júlio de Andrade e Josélia. Automedicação, velho hábito brasileiro. 
Disponível em: http://www6.ensp.fiocruz.br/visa/?q=node/5499 Acesso em: 12/02/2017 
 
____ Bruce Lee, Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bruce_Lee Acesso em: 12/02/2017 
 
Escrito em: 12/02/2017 
 
http://guerreiro-das-sombras.webnode.com/
http://www6.ensp.fiocruz.br/visa/?q=node/5499
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bruce_Lee

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