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ANSIEDADE E ACUPUNTURA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 
 
 
 
 
 
AMANDA CAROLINO FRAGA 
CAROLINE SOARES TORRES 
PAULO VITOR RAMOS VITORI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTOS PARA TRANSTORNOS DE ANSIEDADE: UM PARALELO 
ENTRE PSICOFÁRMACOS E A ACUPUNTURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VITÓRIA 
2021 
AMANDA CAROLINO FRAGA 
CAROLINE SOARES TORRES 
PAULO VITOR RAMOS VITORI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTOS PARA TRANSTORNOS DE ANSIEDADE: UM PARALELO 
ENTRE PSICOFÁRMACOS E A ACUPUNTURA 
 
 
Trabalho apresentado à disciplina de 
Metodologia Científica em Ciências 
Farmacêuticas da Universidade Federal do 
Espírito Santo, como requisitos para a 
avaliação. 
Orientadora: Prof.a Dra. Letícia Batista 
Azevedo Rangel 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VITÓRIA 
2021 
RESUMO 
A prevalência dos transtornos de ansiedade tem cada vez mais aumentado na 
população mundial, bem como a busca pelos seus tratamentos que se dão 
principalmente com o uso de benzodiazepínicos ansiolíticos e antidepressivos em 
baixas dosagens, porém o uso desses medicamentos ao longo prazo pode acarretar 
diversos efeitos colaterais, sendo entre eles a tolerância e a dependência. Por isso 
exploram-se outras formas de terapia para tratar dessas doenças, entre elas a milenar 
acupuntura, presente na Medicina Tradicional Chinesa. Essa área vem sendo cada 
vez mais estudada e procurada pela ciência ocidental, por essa razão este trabalho 
buscou encontrar e analisar a aplicabilidade da técnica no tratamento dos transtornos 
de ansiedade, realizando uma pesquisa bibliográfica de artigos científicos disponíveis 
nas plataformas Scielo e PubMed, a fim de encontrar casos práticos de comparação 
entre a efetividade e eficácia das terapias orientais de acupuntura e o uso dos 
psicofármacos no ocidente. E como resultado, obteve-se que o tratamento oriental é, 
por muitas vezes, mais eficaz que o medicamentoso, sendo que eles ainda 
demonstram ser mais bem-sucedidos na diminuição da incidência de sintomas da 
doença em um mesmo intervalo de tempo de estudo. Em suma, constata-se que o 
tratamento de acupuntura como principal ou auxiliar método utilizado nas terapias 
pode ser mais explorado, uma vez que tem se mostrado apropriado em casos de 
transtornos de ansiedade pela sua alta aplicabilidade, poucas contraindicações e 
efeitos colaterais quase inexistentes. 
Palavras-chave: Transtornos de ansiedade. Psicofármacos. Medicina Tradicional 
Chinesa. Acupuntura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The prevalence of anxiety disorder has been increasing in the world population, 
as well as the search for its treatments that occur mostly with the use of anxiolytic and 
antidepressant benzodiazepines in low dosages, however, the long-term use of these 
drugs can result in several side effects, including tolerance and dependence. 
Therefore, other ways of therapy to treat these diseases are being explored, among 
them the millennial acupuncture, present in Traditional Chinese Medicine. These area 
has been increasingly studied and searched by Western science and, for this reason, 
the present study sought to find and analyze the applicability of this technique in the 
treatment of anxiety disorders, conducting a bibliographic search of scientific papers 
available in Scielo and PubMed platforms in order to find practical cases of comparison 
between the effectiveness and efficacy of the Eastern acupuncture therapies and the 
use of psychotropic drugs in the West. And as a result, it was obtained that the eastern 
treatment is, many times, more effective than the drug treatment, and they are even 
more successful in decreasing the incidence of symptoms diseases in the same time 
interval of study. In conclusion, it is noted that the acupuncture treatment as a principal 
or auxiliary method used in the therapies can be more explored, since it has been 
shown to be appropriate in anxiety disorders cases because of its high applicability, 
few contraindications and almost nonexistent side effects. 
Keywords: Anxiety disorders. Psychotropic drugs. Traditional Chinese Medicine. 
Acupuncture. 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES 
ADT – Antidepressivos tricíclico 
BZD – Benzodiazepínico 
CT – Conventional Treatment 
GABA A - Ácido Gama-Aminobutírico 
HAD – Hospital Anxiety and Depression Scale 
ISRS – Inibidor Seletivo de Recaptação de Serotonina 
IT – Integrative Treatment 
IV – Intravenoso 
MTC – Medicina Tradicional Chinesa 
OMS – Organização Mundial da Saúde 
REM – Rapid Eyes Moviments (Movimentos Rápidos dos Olhos) 
SIADH – Síndrome de Secreção Inapropriada do Hormônio Antidiurético 
SNC – Sistema Nervoso Central 
STAI – State – Trait Anxiety 
TA – Therapeutic Acupuncture 
TAG – Transtorno de Ansiedade Generalizada 
TAS – Transtorno de Ansiedade Social 
TDM – Transtorno de Depressão Maior 
TEPT – Transtorno de Estresse Pós-traumático 
TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo 
TP – Transtorno de Pânico 
UTI – Unidade de Tratamento Intensivo 
WHO – World Health Organization 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 – Sequência de Geração do Sistema ................................................................. 29 
Figura 2 – Sequência do controle e do excesso de Trabalho do Sistema ................. 29 
Figura 3 – Patologias das sequências da Geração do excesso de Trabalho e da 
Lesão ........................................................................................................................................... 30 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 – Transtornos de ansiedade e suas principais características .................... 14 
Tabela 2 – Principais psicofármacos utilizados no tratamento dos transtornos de 
ansiedade .................................................................................................................................... 16 
Tabela 3 – Correspondência dos cinco elementos com as emoções, os sabores, as 
cores e os órgãos dos sentidos ............................................................................................ 28 
Tabela 4 – Generalidades das desarmonias do Zang Fu e seus tratamentos pela 
acupuntura ................................................................................................................................. 34 
Tabela 5 – Análise dos resultados ao longo do tempo de tratamento de cada grupo 
com base na escala HAD ....................................................................................................... 38 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 8 
2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 11 
2.1. GERAL ..................................................................................................................... 11 
2.2. ESPECÍFICO .......................................................................................................... 11 
3. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................ 12 
4. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE ......................................................................... 13 
4.1. GENERALIDADES ................................................................................................ 13 
4.2. ESPECIFICIDADES .............................................................................................. 14 
5. PSICOFÁRMACOS NO TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS DE 
ANSIEDADE ................................................................................................................. 16 
6. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE E O TRATAMENTO DE ACUPUNTURA ..
............................................................................................................................................27 
6.1. CONCEITOS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ............................. 27 
6.2. ANSIEDADE NA VISÃO DA MEDICINA TRADIONAL CHINESA ............. 32 
7. ESTUDO DE CASOS CLÍNICOS ............................................................................ 37 
8. CONCLUSÃO ............................................................................................................... 41 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 42 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
O sentimento de ansiedade faz parte do cotidiano da sociedade ocidental, uma 
constante inquietação toma o dia a dia aparecendo nas mais variadas formas de 
preocupações e obrigações, e os Transtornos de Ansiedade vem tomando cada vez 
mais espaço na lista de doenças que prevalecem no planeta, segundo a Organização 
Mundial da Saúde (OMS). No que tange aos seus sintomas psicológicos e somáticos, 
sabe-se que podem variar de acordo com os casos, como também podem ser 
resultantes de algum outro transtorno, como por exemplo, quadros em que a 
ansiedade surge como consequências de uma autocobrança de um quadro de 
depressão, ou de uma alucinação de um quadro de esquizofrenia (HOMES, 1997, p. 
84). Ao planejar um tratamento para quaisquer transtornos de ansiedade, é importante 
reconhecer essa diferença de uma ansiedade primária (principal sintoma) e uma 
secundária (causa de outros sintomas). 
As manifestações somáticas da ansiedade podem se dividir em imediatas e 
prolongadas, sendo as imediatas resultantes de um estímulo muito grande do sistema 
nervoso autônomo, e entre elas se incluem: hiperventilação, boca seca, pulso rápido, 
latejo na cabeça e sensações de tensão muscular (HOMES, 1997, p. 84). Já as 
manifestações prolongadas resultam em sintomas atrasados que podem danificar 
sistemas do corpo ou levar a doenças, um exemplo disso é a acidez estomacal que 
leva à gastrite, porém dentre eles também podem ocorrer: aumento de pressão 
sanguínea crônico, dores de cabeça e problemas intestinais (HOMES, 1997, p. 84). 
Apesar de alguns sintomas se mostrarem clássicos de crises de ansiedade, existem 
variações de acordo com o caso abordado de modo que podem se manifestar 
sintomas singulares totalmente distintos do padrão e exclusivos em suas 
especificidades. 
O transtorno de ansiedade sendo um termo guarda-chuva aborda diversas 
classificações de transtornos dentro dela. Entre essas divisões, está a diferenciação 
do objeto ou situações que induzem medo, sensações de esquiva da ideação 
cognitiva associada e o sentimento de ansiedade (DSM-5-TR, 2002, p. 189). Um 
exemplo pode ser dado como o transtorno de ansiedade social, ou fobia social, no 
qual a situação de esquiva que desencadeia uma crise seriam as interações sociais 
8
em que o indivíduo possa ser avaliado negativamente como sofrer humilhação, ser 
rejeitado ou ofender outrem (DSM-5-TR, 2002, p. 189). 
Pela ansiedade estar tão difundida em nossas vivências, as formas de 
contornar suas alterações patológicas também estão em alta procura (JAVELOT, H.; 
WEINER, L., 2020), sendo no tratamento convencional regularmente aplicado o uso de 
psicofármacos, comumente os da classe dos Benzodiazepínicos (HAEFELY, 1989, p. 
47-69), como por exemplo o Clonazepam. A terapia medicamentosa por uso desses 
ansiolíticos traz uma série de fatores adversos indesejados como tolerância, 
dependência e abuso (RICKELS et al, 1999), por isso, de forma a evitar esses 
problemas no uso do tratamento crônico da ansiedade, são combinados alguns 
medicamentos antidepressivos em subdosagens que realizam o equilíbrio químico 
sem tantos prejuízos, como alguns da classe dos Inibidores Seletivos da Recaptação 
de Serotonina (TESAR et al, 1991), apesar de como fármacos, eles podem trazer 
ainda prejuízos no uso ao longo prazo. 
Em alternativa, a Acupuntura, que faz parte da Medicina Tradicional Chinesa, 
vem sendo cada vez mais alvo de pesquisas científicas em diversas áreas (WEN, 
1985). Um dos alvos de tratamento testado por meio dessa técnica é a ansiedade, 
buscando atestar a eficácia da técnica milenar chinesa para estes casos 
(ERRINGTON-EVANS, 2012). A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é um conjunto 
de técnicas milenares que foi desenvolvida na China (SANTOS, 2011). Uma dessas 
técnicas é a acupuntura, a qual vem sendo utilizada cada vez mais para tratar diversas 
doenças. A MTC e também a prática da acupuntura se baseiam, principalmente, em 
duas teorias: a do Yin Yang e a dos Cinco Elementos (SINTAN, 2008, p. 12). 
Ambas teorias fundamentam o pensamento da filosofia chinesa de tratar o ser 
humano como um estado de equilíbrio e fluxo de energias, sendo que elas sempre 
olham por um funcionamento geral e sistêmico do organismo (VECTORE, 2005), em 
que o estabelecimento de um equilíbrio geral do corpo seria a solução do estado 
patológico. Em contrapartida a isso, observamos que as terapias ocidentais se 
baseiam na causa-efeito, procurando resolver problemas baseados em um foco de 
tratamento. 
Em uma visão da MTC, não existe a divisão do ser em mente, corpo e espírito, 
e por consequência disso as doenças também não podem ter exclusividades 
9
psicológicas ou psiquiátricas (YAMAMURA, 2001), e sim são um resultado de algum 
desequilíbrio do fluxo energético dos sistemas dos Cinco Elementos, em que são 
divididos o corpo. E com base nisso o tratamento de agulhas é feito, de forma a corrigir 
as energias do corpo, excitando certos pontos estratégicos com as agulhas. 
Em síntese, observa-se que os transtornos de ansiedade na MTC são tratados 
como desequilíbrios físicos, não possuindo um mecanismo de ação específico que irá 
mudar um ciclo vicioso causado pela doença, como nos fármacos, que pode 
lateralmente afetar outro sistema, mas sim tentando restabelecer o fluxo, colocando-
o nas linhas de funcionamento normais. 
 
10
2. OBJETIVOS 
 
2.1 GERAL 
 
- Discutir o transtorno de ansiedade e seus métodos de tratamento existentes, 
buscando relacionar a eficácia da acupuntura como tratamento alternativo. 
 
2.2 ESPECÍFICO 
 
- Citar e definir as características dos principais transtornos de ansiedade; 
- Explicitar os principais métodos de tratamento tradicionalmente utilizados; 
- Explicitar os principais efeitos colaterais desses tratamentos a longo prazo; 
- Estabelecer relação entre o tratamento da ansiedade com a acupuntura; 
- Definir os benefícios da acupuntura como alternativa no tratamento dos transtornos 
de ansiedade. 
 
 
11
3. MATERIAIS E MÉTODOS 
Esta revisão bibliográfica foi realizada com base em pesquisas em revistas 
acadêmicas disponíveis on-line e em artigos científicos que constam nas plataformas 
Scielo e PubMed, além de livros acerca do tema, utilizando os termos: ansiedade, 
acupuntura, transtornos, tratamento e terapia. Inicialmente, foi feita uma análise 
isolada dos transtornos de ansiedade e sua forma de tratamento mais tradicional, 
relacionando, posteriormente, as reações adversas desse recurso terapêutico com os 
benefícios da acupuntura como tratamento alternativo. 
 
12
4. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE 
4.1. GENERALIDADES 
Dentre os distúrbios psiquiátricos existentes, os transtornos de ansiedade são 
os mais frequentes na sociedade brasileira. Segundo dados divulgados pela 
Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2017, 9,3% dos brasileiros possuem algum 
tipo de transtorno de ansiedade, causados por diversos fatores sociais, econômicos e 
também associados ao estilo de vida. 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o transtorno de 
ansiedade é caracterizado pelo sentimento persistente e irresoluto, que não ocorre de 
forma exclusiva por uma situação específica, geralmente causada por medos e 
sentimentos de perigo que são expressos pelo organismo com manifestações clínicas. 
Apresenta sintomas diversificados, mas que abrangem a inquietação, o nervosismo,sintomas físicos como tremores, tensão muscular, palpitações, transpiração, tonturas 
e desconforto epigástrico. 
O termo ansiedade, de modo geral, remete a diversos transtornos que 
apresentam manifestações clínicas semelhantes, podendo ser definidas como 
perturbações com base no medo ou na fobia. Os principais distúrbios que apresentam 
essas condições são: agorafobia, transtorno de ansiedade generalizada (TAG), 
transtorno de ansiedade social (TAS), transtorno do pânico (TP), transtorno de 
ansiedade de separação e também fobias específicas (DSM-5, 2014). 
De acordo com Homes (1997), os sintomas somáticos, ou seja, a propensão de 
sofrer um desarranjo psicológico que se manifesta por esses sintomas, podem ser 
classificados em dois tipos: imediatos, como, por exemplo, boca seca, suor, 
respiração curta, pulso rápido e aumento de pressão sanguínea, seguidos de fadiga, 
fraqueza muscular, dores de cabeça constantes, hipertensão e sofrimento intestinal, 
resultantes de um estado crônico de ansiedade; e os sintomas motores, que estão 
relacionados à inquietação e à impaciência refletidos em movimentos rápidos e 
repetitivos dos pés, pernas, mãos ou dedos, comuns a indivíduos que se encontram 
no estado ansioso. 
 
13
4.2. ESPECIFICIDADES 
De maneira específica, cada transtorno ou distúrbio ansioso apresenta indícios, 
sinais e manifestações que os diferenciam enquanto diagnóstico clínico, sendo de 
extrema importância estar atento a todos os sinais para que não haja erros no 
tratamento adequado para cada distúrbio mental (DSM-5, 2014). 
A tabela a seguir apresenta as principais características de cada transtorno, 
especificando suas principais manifestações clínicas, além de citar suas principais 
formas de apoio ao diagnóstico, distinguindo-as do sentimento de ansiedade comum 
e passageiro: 
Tabela 1 - Transtornos de ansiedade e suas principais características. 
 
Transtorno Características Apoio ao diagnóstico 
Agorafobia 
Está associada ao medo de exposição em 
situações específicas, como usar 
transporte público, estar em filas, estar em 
locais fechados ou abertos em público ou 
até mesmo sair de casa sozinho. O medo 
ou ansiedade é desproporcional ao perigo 
real apresentado pelas situações 
agorafóbicas e ao contexto sociocultural. 
Em casos graves a agorafobia pode levar as 
pessoas a ficarem totalmente restritas à sua 
casa, incapazes de sair e totalmente 
dependentes de terceiros. 
TAG 
Está associado à preocupação excessiva 
acerca de atividades e eventos 
relacionados à vida profissional, 
acadêmica e cotidiana. A intensidade e 
frequência da ansiedade é 
desproporcional à probabilidade de 
acontecimentos do evento antecipado 
Se distingue do sentimento de ansiedade 
cotidiano pois as manifestações do 
transtorno são excessivas e interferem de 
forma significativa no desenvolvimento 
psicossocial. Indivíduos que as apresentam 
também demonstram sintomas somáticos 
como: sudorese, tremores, dores 
musculares, náuseas, taquicardia e entre 
outros. 
TAS 
O indivíduo que possui esse transtorno 
possui medo ou ansiedade de situações 
sociais em que ele pode ser avaliado e 
julgado, como por exemplo, ao manter 
uma conversa ser dito como ansioso, 
débil, desagradável e entre outros. 
Pessoas podem ser inadequadamente 
assertivas e submissas, assumindo posturas 
rígidas, não manter contato visual durante 
conversas e revelar pouco acerca de si. 
14
TP 
Se refere a ataques de pânico 
inesperados recorrentes, caracterizados 
por um surto abrupto de medo ou 
desconforto intenso que alcança o pico 
em minutos em que se associam sintomas 
como palpitação, sudorese, sensação de 
asfixia, formigamento e respiração 
acelerada. 
Ataques do transtorno pânico em geral 
podem ocorrer de forma inesperada de 
forma que não existe um indício que os 
desencadeia, de forma contrária aos 
esperados em que existe um objeto ou 
situação gatilhadora. 
Fobia 
Específica 
Caracterizada pelo medo ou ansiedade 
acentuada acerca de algum objeto ou 
situação, que pode ser determinado 
estímulo fóbico. O grau do medo pode 
estar associado ao tipo de exposição ou 
proximidade do estímulo, sendo que a 
fobia pode se manifestar de forma a 
parecer um simples sentimento de 
ansiedade a uma crise de pânico. 
Os indivíduos com fobia geralmente 
apresentam excitabilidade autômica 
enquanto expostos ao estímulo fóbico, de 
forma que tentam evitar aquela situação. A 
resposta fisiológica do corpo pode variar de 
acordo com o estímulo, como acontece com 
pessoas que têm fobia a sangue e 
ferimentos que podem apresentar desmaios 
durante a exposição. 
Transtorno 
de 
ansiedade 
de 
separação 
Está envolvido com medo ou ansiedade 
específica na separação de casa ou 
figuras de apego. Sendo que situações 
que podem levar a crises podem estar 
associadas a uma pré-separação, 
preocupação com o bem estar ou medo 
de algum evento ocorrer que evite a 
reunião com as figuras de apego. 
Geralmente ocorre em crianças. 
Quando separadas das figuras de apego, os 
indivíduos que apresentam esse transtorno 
se mostram apáticos, tristes ou com 
dificuldade de atenção na atividade. O 
transtorno de separação em crianças pode 
levar à recusa de ir à escola. 
Adaptado de: AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15
5. PSICOFÁRMACOS NO TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE 
O tratamento medicamentoso para ansiedade generalizada a partir de 
psicofármacos, principalmente os da classe dos benzodiazepínicos, é amplamente 
utilizado na maioria dos casos clínicos (SARAIVA, 2014). Esses medicamentos 
apresentam como efeito a redução da ansiedade, a sedação e a sonolência, 
diminuindo a tensão muscular (FORSAN, 2010). 
Entretanto, apesar de muito comuns, esses fármacos trazem diversos efeitos 
colaterais que podem ser muito prejudiciais à saúde do paciente em decorrência do 
seu uso prolongado, podendo causar tolerância, que leva a dependência, déficit 
cognitivo, prejudicando funções psicomotoras, toxicidade, dentre outros (HUF; 
LOPES; ROZENFELD, 2000). 
A tabela a seguir descreve detalhadamente as reações adversas mais comuns 
causadas pelo uso de alguns dos medicamentos indicados para esse tratamento. 
 
Tabela 2 – Principais psicofármacos utilizados no tratamento dos transtornos de ansiedade. 
 
Psicofármacos Mecanismo de reação Indicações Reações Adversas 
Buspirona 
A buspirona é o protótipo do 
ansiolítico agonista parcial 5-
HT1A. Tem alta afinidade 
serotonérgica, pré e pós-
sináptica. Nos receptores 5-
HT1A pré-sinápticos 
(autorreceptores), age como se 
fosse um antagonista: sua 
ativação pela buspirona inibe a 
descarga serotonérgica do 
núcleo dorsal da rafe, 
diminuindo o turnover da 
serotonina. Nos receptores 
pós-sinápticos, atua como 
agonista parcial. 
TAG 
- Mais comuns: cefaléia, 
excitação, insônia, náusea, 
nervosismo, sudorese e 
tontura. - Menos comuns: 
alergia, acatisia, 
anorgasmia, amenorréia, 
anemia, agranulocitose, 
anorexia, boca seca, cãibra, 
congestão nasal, 
contraturas musculares, 
constipação intestinal, 
desconforto gástrico, 
depressão, diarreia, 
diminuição ou aumento da 
libido, disfagia, disforia, 
dificuldade para urinar, 
distonia, dor no peito, dor de 
garganta, dor nos seios, 
edema, ER, eosinofilia, 
fadiga, falta de ar, 
flatulência, galactorreia, 
ganho ou perda de peso, 
ginecomastia, 
hepatotoxicidade, 
hiperprolactinemia, 
hiperventilação, impotência, 
16
inquietude, insônia, 
linfocitopenia, movimentos 
involuntários, palpitações, 
pesadelos, precipitação de 
glaucoma, prurido, rash 
cutâneo, rigidez muscular, 
sedação, taquicardia, 
tremores, trombocitopenia, 
virada maníaca, vômito, 
zumbido. 
Alprazolam 
O alprazolam potencializa o 
efeito inibitório do GABA, 
modulando a atividade dos 
receptores GABA A por meio 
de ligação com seu sítio 
específico de receptores dos 
BZDs. Tal ligação altera a 
conformação desses 
receptores, aumentando a 
afinidadedo GABA com seus 
próprios receptores e a 
frequência da abertura dos 
canais de cloro, cuja entrada 
para o neurônio é regulada por 
esse neurotransmissor, 
produzindo hiperpolarização da 
célula. O resultado dessa 
hiperpolarização é um aumento 
da ação gabaérgica inibitória 
do SNC. 
Transtorno do 
Pânico, Agorafobia 
e Transtorno de 
Ansiedade 
Generalizada 
- Mais comuns: abstinência, 
ataxia, diminuição dos 
reflexos e do desempenho 
psicomotor, fadiga, 
sonolência. - Menos 
comuns: agitação, 
agressividade, alteração da 
função hepática, alterações 
menstruais, amnésia 
anterógrada, anorgasmia, 
ansiedade de rebote, 
aumento de transaminases, 
boca seca, bloqueio da 
ovulação, bradicardia, 
cefaléia, cólica abdominal, 
confusão mental, congestão 
nasal, constipação, 
convulsões, déficit cognitivo, 
déficit de memória, delirium, 
dependência, depressão, 
desinibição, 
despersonalização, 
desrealização, diarreia, 
dificuldade de 
concentração, diminuição 
ou aumento do apetite, 
diminuição da libido, 
diplopia, disartria, disforia, 
disritmias, distonia, dor nas 
articulações, dor no peito, 
galactorreia (altas doses), 
ganho ou perda de peso, 
gosto metálico, 
hiperprolactinemia (altas 
doses), hipersensibilidade a 
estímulos, hiperacusia, 
hipotonia, ideação 
paranóide (em idosos), 
icterícia, impotência, 
inquietude, insônia de 
rebote, irritabilidade, 
letargia, movimentos 
anormais involuntários, 
17
náuseas, parestesias, 
pesadelos, prurido, 
relaxamento muscular, 
retenção urinária, sudorese, 
rash, taquicardia, tontura, 
vertigem, visão borrada, 
vômitos. 
Diazepam 
O diazepam potencializa o 
efeito inibitório do GABA, 
modulando a atividade dos 
receptores GABA A por meio 
de sua ligação com seu sítio 
específico receptores dos 
BZDs. Essa ligação altera a 
conformação de tais 
receptores, aumentando a 
afinidade do GABA com seus 
próprios receptores e a 
frequência da abertura dos 
canais de cloro, cuja entrada 
no neurônio é regulada por 
esse neurotransmissor, 
promovendo hiperpolarização 
da célula. O resultado dessa 
hiperpolarização é um aumento 
da ação gabaérgica inibitória 
do SNC. O diazepam tem 
efeitos ansiolíticos, sedativos, 
relaxantes musculares e 
anticonvulsivantes, porém, 
produz dependência. 
Ansiedade aguda 
situacional, Insônia, 
TP, TAG, 
Tratamento das 
complicações da 
abstinência de 
álcool 
- Mais comuns: abstinência, 
ataxia, déficit de atenção, 
dificuldades de 
concentração, fadiga, 
sedação, sonolência. - 
Menos comuns: agitação, 
agressividade, alteração da 
função hepática, amnésia 
anterógrada, anorgasmia, 
ansiedade de rebote, 
apneia, boca seca, bloqueio 
da ovulação, bradicardia, 
cefaleia, cólica abdominal, 
confusão mental, 
constipação, convulsões, 
déficit cognitivo, déficit de 
memória, dependência, 
depressão, desinibição, 
despersonalização, 
desrealização, diminuição 
do apetite, redução da 
libido, diminuição da 
velocidade dos reflexos, 
diplopia, disartria, disforia, 
distonia, dor nas 
articulações, flebite, ganho 
de peso, gosto metálico, 
hipotensão leve, 
hipersensibilidade a 
estímulos, hiperacusia, 
hipotonia, icterícia, 
irritabilidade, impotência, 
inquietude, insônia de 
rebote, náusea, parestesias, 
perda do apetite, pesadelos, 
prurido, quedas 
18
(principalmente em idosos), 
rash cutâneo, relaxamento 
muscular, retenção urinária, 
sonambulismo, sudorese, 
tontura, tremores, trombose 
venosa, vertigem, visão 
borrada, vômito. 
Midazolam 
O midazolam potencializa o 
efeito inibitório do GABA, 
modulando a atividade dos 
receptores GABA A por meio 
de sua ligação com seu sítio 
específico. Essa ligação altera 
a conformação desses 
receptores, aumentando a 
afinidade do GABA com seus 
próprios receptores e a 
frequência da abertura dos 
canais de cloro, cuja entrada 
no neurônio é regulada por 
esse neurotransmissor, 
promovendo a hiperpolarização 
da célula. O resultado dessa 
hiperpolarização é um aumento 
da ação gabaérgica inibitória 
do SNC. O midazolam é um 
derivado BZD com potente 
ação hipnótica de curta 
duração. Tem, ainda, ação 
ansiolítica e miorrelaxante. 
Insônia, Agitação 
aguda, Sedação 
antes de 
procedimentos 
cirúrgicos ou 
diagnósticos, 
Indução e 
manutenção de 
anestesia, sedação 
prolongada em UTI 
e Controle do 
estado de mal 
epilético. 
- Mais comuns: sonolência 
diurna, amnésia 
anterógrada, redução da 
atenção, cefaleia, tontura, 
ataxia, confusão, déficit de 
memória, disartria, insônia 
de rebote, relaxamento 
muscular, vertigem. - Menos 
comuns: dependência, 
depressão e parada 
respiratória (uso IV), 
náusea, reação paradoxal, 
relaxamento muscular, 
inquietude, irritabilidade, 
sonambulismo, vômito. 
19
Clonazepam 
O clonazepam potencializa o 
efeito inibitório do 
neuroreceptor GABA, 
modulando a atividade dos 
receptores GABA A por meio 
da sua ligação com seu sítio 
específico de receptores dos 
BZDs. Essa ligação altera a 
conformação desses 
receptores, aumentando a 
afinidade do GABA com seus 
próprios receptores e a 
frequência da abertura dos 
canais de cloro, cuja entrada 
no neurônio é regulada por 
esse neurotransmissor, 
promovendo a hiperpolarização 
da célula. O resultado dessa 
hiperpolarização é um aumento 
da ação gabaérgica inibitória 
do SNC 
Transtorno do 
Pânico, Transtorno 
de Ansiedade 
Social e Mania 
Aguda. 
- Mais comuns: ataxia, 
sonolência, dificuldade de 
concentração, déficit de 
atenção, fadiga, sedação, 
tontura. - Menos comuns: 
abstinência, afonia, 
agitação, agressividade, 
alopecia, alteração da 
função hepática, alterações 
comportamentais 
(principalmente em 
crianças), alucinações, 
amnésia anterógrada, 
anorexia, anorgasmia, 
arritmias, aumento do 
apetite, boca seca, bloqueio 
da ovulação, bradicardia, 
cefaleia, cólica abdominal, 
coma, constipação, 
convulsões, déficit cognitivo, 
déficit de memória, 
dependência, depressão, 
depressão respiratória, 
desinibição, 
despersonalização, 
desrealização, diarreia, 
diminuição do apetite, 
dispepsia, redução da libido, 
diminuição de células 
sanguíneas (raro), diplopia, 
disartria, disdiadococinesia, 
disforia, distonía, disuria, 
dor muscular, dor nas 
articulações, edema na face 
e no tornozelo, edema 
periorbital, encoprese, 
enurese, explosões de 
raiva, fala arrastada, falta de 
coordenação motora, 
fraqueza muscular, ganho 
de peso, gastrite, gosto 
metálico, hemiparesia, 
hepatomegalia, hipotensão 
postural, hipersensibilidade 
a estímulos, hiperacusia, 
hipotonia, hirsutismo, 
icterícia, irritabilidade, 
impotência, incontinência 
urinária, inquietude, insônia 
de rebote, movimentos 
coreiformes, movimentos 
oculares anormais, náusea, 
nistagmo, palpitações, 
parestesias, perda de 
cabelo, perda do apetite, 
pesadelos, prurido, rash 
cutâneo, relaxamento 
muscular, retenção urinária, 
salivação excessiva, sonhos 
vívidos, sudorese, 
20
taquicardia, tosse, tremores, 
vertigem, visão borrada, 
vômito. 
Cloxazolam 
O cloxazolam potencializa o 
efeito inibitório do GABA, 
modulando a atividade dos 
receptores GABA A por meio 
de sua ligação com seu sítio 
específico de receptores dos 
BZDs. Essa ligação altera a 
conformação desses 
receptores, aumentando a 
afinidade do GABA com seus 
próprios receptores e a 
frequência da abertura dos 
canais de cloro, cuja entrada 
no neurônio é regulada por 
esse neurotransmissor, 
promovendo a hiperpolarização 
da célula. O resultado dessa 
hiperpolarização é um aumento 
da ação gabaérgica inibitória 
do SNC. Acreditava-se que o 
sítio de ligação do receptor 
BZD fosse uma molécula 
inteiramente diferente daquela 
do receptor GABA A, mas hoje 
se considera que seja a 
mesma em um local diferente. 
Tratamento de 
estados de 
ansiedade 
Mais comuns: cefaléia, 
déficit de atenção, fadiga, 
sedação, sonolência, 
tontura. Menos comuns: 
abstinência, agitação, 
agressividade, alteração da 
função hepática, amnésia 
anterógrada,anorgasmia, 
ansiedade de rebote, ataxia, 
boca seca, bloqueio da 
ovulação, bradicardia, cólica 
abdominal, constipação, 
convulsões, déficit cognitivo, 
déficit de memória, 
dependência, depressão, 
desinibição, 
despersonalização, 
desrealização, diminuição 
do apetite, diminuição da 
libido, diplopia, disartria, 
disforia, distonia, dor nas 
articulações, excitação, 
ganho de peso, gosto 
metálico, hipotensão 
ortostática, hipotonia 
muscular, hipersensibilidade 
a estímulos, hiperacusia, 
hipotonia, icterícia, 
irritabilidade, impotência, 
21
inquietude, insônia de 
rebote, náusea, parestesias, 
perda do apetite, pesadelos, 
prurido, relaxamento 
muscular, retenção urinária, 
sudorese, tremores, 
vertigens, visão borrada, 
vômito. 
Lorazepam 
O lorazepam é um BZD que 
tem efeito sedativo potente, o 
qual tende a diminuir, na 
maioria dos pacientes, com o 
uso contínuo. Potencializa a 
ação do GABA, que é o 
principal neurotransmissor 
inibitório do SNC, modulando a 
atividade dos receptores GABA 
A por meio de sua ligação com 
seu sítio específico de 
receptores dos BZDs. 
Ansiedade aguda, 
TAG, Transtorno 
Misto de Ansiedade 
e Depressão, 
Estado de Mal 
Epilético, 
Coadjuvante no 
tratamento agudo 
de episódios 
maníacos, sedação 
pré-anestésica e 
Síndrome de 
abstinência 
alcoólica. 
- Mais comuns: ataxia, 
déficit de atenção e de 
concentração, fadiga, 
fraqueza, sedação, 
sonolência, tontura. - Menos 
comuns: abstinência, 
agitação, agranulocitose, 
agressividade, alopecia, 
alteração da função 
hepática, amnésia 
anterógrada, anorgasmia, 
ansiedade de rebote, boca 
seca, bloqueio da ovulação, 
bradicardia, cefaléia, cólica 
abdominal, coma, confusão, 
constipação, convulsões, 
déficit cognitivo, déficit de 
memória, dependência, 
depressão, desinibição, 
desorientação, 
despersonalização, 
desrealização, diminuição 
do apetite e da libido, 
diplopia, disartria, disforia, 
distonia, dor nas 
articulações, flebite, ganho 
de peso, gosto metálico, 
hipersensibilidade a 
estímulos, hiperacusia, 
hiponatremia, hipotermia, 
hipotonia, icterícia, ideação 
suicida, irritabilidade, 
impotência, inquietude, 
insônia de rebote, 
manifestações autonômicas, 
náusea, pancitopenia, 
parestesias, perda do 
apetite, pesadelos, prurido, 
reações alérgicas na pele, 
reação paradoxal (mais 
comum em idosos e 
crianças), relaxamento 
22
muscular, retenção urinária, 
ECEs, sudorese, 
trombocitopenia, trombose 
venosa, vertigem, visão 
borrada, vômito. 
Clomipramina 
A clomipramina inibe a 
recaptação da noradrenalina e 
da serotonina. Tem também 
afinidade por receptores 
colinérgicos (ACh), 
adrenérgicos (α1), 
histaminérgicos (H1), 
serotonérgicos (5-HT2) e 
dopaminérgicos (DA). O efeito 
noradrenérgico pode ser 
devido, pelo menos em parte, à 
desmetilclomipramina, que 
inibe de forma significativa a 
recaptação da noradrenalina e 
tem meia-vida de eliminação 
de aproximadamente 96 horas. 
O que a destaca entre os 
demais antidepressivos 
cíclicos, porém, é sua potente 
ação serotonérgica. A 
clomipramina promove, ainda, 
redução na sensibilidade dos 
receptores α-adrenérgicos. Em 
função desse perfil 
farmacológico, produz efeitos 
anticolinérgicos intensos 
(xerostomia, visão borrada, 
taquicardia sinusal, 
constipação intestinal, retenção 
urinária, alterações da 
memória), anti-histamínicos 
(sedação, ganho de peso) e de 
bloqueio α-adrenérgico 
(hipotensão postural, tonturas, 
retardo na ejaculação, 
taquicardia reflexa). 
Aparentemente, apresenta 
Transtorno de 
Depressão Maior, 
Transtorno 
Obsessivo 
Compulsivo, 
Transtorno do 
Pânico e Ejaculação 
Precoce 
- Mais comuns: aumento do 
apetite, xerostomia, 
constipação, ganho de 
peso, ER, fadiga, 
prolongamento do intervalo 
QT, sedação, tontura e 
visão borrada. - Menos 
comuns: acatisia, 
agranulocitose, alopecia, 
alteração do paladar, 
amenorréia, anemia, 
aumento do apetite, 
bocejos, calorões, calafrios, 
cefaleia, ciclagem rápida, 
confusão, convulsão, coriza, 
delirium, desregulação da 
temperatura, diarreia, 
diminuição da libido, 
distonia, déficit cognitivo, 
dor nos testículos, déficit de 
atenção e de memória, 
dermatite esfoliativa, 
desrealização, edema, 
ejaculação dolorosa, 
eosinofilia, eritema 
multiforme, fissura por 
doces, fadiga, febre, 
fotossensibilidade cutânea, 
fraqueza, galactorreia, 
glaucoma (precipitação do), 
ginecomastia, hipercinesia, 
hiperglicemia, hipoglicemia, 
icterícia, impotência, 
inquietude, insônia, 
leucocitose, leucopenia, 
náusea, pesadelos, prurido, 
rash cutâneo, obstrução 
23
maior efeito nas funções 
sexuais (p. ex., inibição da 
ejaculação), talvez devido à 
sua importante ação 
serotonérgica e α-adrenérgica. 
nasal, redução do limiar 
convulsivo, retenção 
urinária, ECEs, síndrome 
noradrenérgica precoce, 
prostatismo, sonhos 
bizarros, sonambulismo, 
sudorese, taquicardia, 
tiques, tremores finos, 
vertigem, virada maníaca, 
vômito, xeroftalmia. 
Fluoxetina 
A fluoxetina inibe 
seletivamente a recaptação 
pré-sináptica de serotonina, 
facilitando a neurotransmissão 
serotonérgica. Diferentemente 
dos ADTs, apresenta efeitos 
mínimos na recaptação de 
noradrenalina e dopamina. Não 
tem afinidade com receptores 
muscarínicos, histaminérgicos 
H1 e α1-adrenérgicos, que 
estão relacionados aos efeitos 
anticolinérgicos, sedativos e 
cardiovasculares desses 
medicamentos. Parece causar 
algum bloqueio dopaminérgico 
e de dessensibilização dos 
receptores 5-HT1 e 5-HT2. Por 
seus efeitos serotonérgicos, 
causa diminuição do apetite e 
do sono, além de disfunções 
sexuais. A fluoxetina altera o 
padrão de sono, levando ao 
aumento da fase 1 e da 
latência para o período REM e 
à diminuição do tempo total de 
sono REM. 
Transtorno de 
Depressão Maior, 
Transtorno 
Obsessivo 
Compulsivo, 
Transtorno do 
Pânico, Bulimia 
Nervosa, 
Transtorno de 
estresse pós-
traumático, 
Transtorno disfórico 
pré-menstrual e 
Transtorno 
depressivo 
persistente. 
- Mais comuns: náusea, 
cefaléia, diminuição do 
apetite, dor abdominal, 
insônia, nervosismo, 
sudorese excessiva. - 
Menos comuns: acatisia, 
alergia, alopecia, alteração 
da função hepática, 
alteração do paladar, 
anorexia, ansiedade, 
anorgasmia, apatia, 
aumento do apetite, boca 
seca, bocejos, bradicardia, 
calafrios, calorões, 
convulsão, diarréia, 
diminuição da libido, 
dismenorreia, distonia, 
distúrbios da coagulação, 
dor epigástrica, dor nas 
costas, dor muscular, ER, 
fotossensibilidade, fraqueza, 
gagueira, ganho de peso, 
hipoglicemia, hiponatremia, 
ideação suicida, impotência, 
irritabilidade, labilidade 
emocional, midríase, 
mioclono, palpitações, 
parkinsonismo, pele seca, 
perda de peso, queda de 
cabelo, pesadelos, sedação, 
SIADH, síndrome 
serotonérgica (inquietude, 
tremores, sonolência, 
taquicardia, tontura, 
tremores finos), urticária, 
24
vasculites, virada maníaca, 
vômito. 
Fluvoxamina 
A fluvoxamina é um éter 
arakilcetona, não relacionado 
quimicamente à estrutura 
química dos demais 
antidepressivos. Sua ação 
principal é de inibição seletiva 
da recaptação de serotonina, 
não exercendo efeitos 
significativos em receptores 
histaminérgicos, α ou β-
adrenérgicos, muscarínicos e 
dopaminérgicos. Não tem 
efeito clínico substancial sobre 
o sistema cardiovascular, além 
de hipotensão, taquicardia ou 
palpitações (geralmente de 
grau leve), sendo, em princípio, 
um fármaco seguro para uso 
em pacientes com problemas 
cardiovasculares. 
Transtorno de 
Depressão Maior, 
Transtorno 
Obsessivo 
Compulsivo, 
Transtorno de 
Pânico e Transtorno 
de ansiedade 
social. 
- Mais comuns: náusea, 
cefaleia, sonolência, 
astenia, boca seca. - Menos 
comuns: anorexia, 
ansiedade, anorgasmia, 
agitação, artralgia, 
constipação, confusão 
mental, convulsão, diarreia, 
disfagia, dispneia, 
dispepsia, dor abdominal, 
ER, galactorreia, 
hepatotoxicidade, 
hipotensão, impotência, 
insônia, mialgia,nervosismo, palpitação, 
rash cutâneo, retenção 
urinária, sudorese, 
taquicardia, tontura, 
tremores, vertigem, virada 
maníaca, visão borrada. 
25
Sertralina 
Da mesma forma que os outros 
ISRSs, a sertralina age inibindo 
a recaptação da serotonina 
mediante bloqueio de seu 
transportador. Tal ação ocorre 
tanto no axônio terminal pré-
sináptico quanto na área 
somatodentrítica, ou seja, junto 
ao corpo celular. A serotonina 
agudamente liberada liga-se 
aos autorreceptores 5-HT1A, 
que, uma vez acionados, 
inicialmente provocam 
diminuição da liberação da 
serotonina. Com o tempo, os 
autorreceptores 5-HT1A são 
dessensibilizados e sofrem 
down-regulation. A partir de 
então, a sertralina não mais 
inibe sua própria liberação, os 
neurônios serotonérgicos são 
desinibidos, e há liberação de 
serotonina pelo axônio 
terminal. Essa 
dessensibilização dos 
autorreceptores coincide com o 
início da ação da substância e 
leva à tolerância aos efeitos 
colaterais. O aumento agudo 
inicial de serotonina 
provavelmente é suficiente 
para provocar efeitos 
colaterais, mas insuficiente 
para provocar efeitos 
terapêuticos. A sertralina, 
diferentemente de outros 
ISRSs, faz inibição discreta da 
recaptação da dopamina. 
Apesar de modesto, esse 
efeito parece ser clinicamente 
significativo. 
TDM, TOC, TEPT, 
TP, TAS, TAG, 
Transtorno disfórico 
pré-menstrual e 
Transtorno 
depressivo 
persistente 
(distimia). 
- Mais comuns: boca seca, 
cefaleia, diarreia, disfunção 
sexual, insônia, náusea, 
sonolência, tontura. - Menos 
comuns: agitação, astenia, 
alteração do apetite, 
alteração de peso, alteração 
da função hepática, 
alopecia, anorgasmia, 
bocejos, cólicas 
abdominais, dor epigástrica, 
ECEs, fadiga, flatulência, 
hiponatremia, indução de 
gagueira, parestesias, 
palpitações, perda de 
cabelo, plaquetopenia, rash 
cutâneo, redução de tempo 
de sangramento, 
retenção/hesitação urinária, 
sedação, SIADH, sudorese, 
tremores, vertigem, visão 
turva, zumbido. 
Adaptado de: CORDIOLI, 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
26
6. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE E O TRATAMENTO DE ACUPUNTURA 
6.1. CONCEITOS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA 
De acordo com a concepção da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), se o 
homem está em equilíbrio com esses princípios, isso é interpretado como saúde, 
assim como o contrário é traduzido como doença. Na acupuntura, esse equilíbrio é 
preservado pela fluxos suaves qi, que é a energia, e xue, que é o sangue. Dessa 
maneira, qualquer tipo de desequilíbrio, seja ambiental, emocional, alimentar ou 
espiritual pode ocasionar alguma alteração nesses fluxos no organismo, que origina a 
patologia (SILVA, 2007). 
A teoria do Yin e Yang possui os conceitos de que são opostos e 
interdependentes (VECTORE, 2005), ou seja, o Yin o qual representa o frio, por 
exemplo, é oposto ao Yang que representa o quente, sendo que essa oposição é 
relativa, e não poderia haver o conceito de quente se não houvesse o de frio ou o 
contrário, estabelecendo a ideia da interdependência entre os dois princípios dessa 
teoria (WEN; HSING, 2008). 
Uma outra concepção dessa teoria é a de que a diminuição do Yin provoca o 
aumento do Yang e vice-versa, o que demonstra a influência que uma força tem sobre 
a outra, e, por conseguinte, elas estão sempre buscando o equilíbrio entre si (WEN; 
HSING, 2008). 
Em conjunto com esses conceitos, a MTC também se utiliza da teoria dos Cinco 
Elementos, a qual compara os órgãos do corpo humano, as emoções, os sentidos, os 
sabores e as cores com cinco elementos: Água, Fogo, Madeira, Metal e Terra. Na 
natureza, um é capaz de controlar, dominar ou lesionar o outro e o mesmo acontece, 
segundo essa teoria, na fisiologia humana sendo que a disfunção do coração – o qual 
pertence ao elemento Fogo – pode prejudicar o funcionamento do baço – órgão 
pertencente ao elemento Terra – por exemplo (WEN; HSING, 2008). 
Os relacionamentos entre os cinco elementos são um modelo usado para 
entender as ligações entre os Sistema Internos e os demais tecidos, órgãos de 
sentido, cores, sabores, odores, sons e sentimentos (MACIOCIA, 1996; p.30). A tabela 
27
a seguir mostra algumas das correspondências dos fenômenos da natureza e o 
organismo. 
Tabela 3 - Correspondência dos cinco elementos com as emoções, os sabores, as cores e os 
órgãos dos sentidos. 
 
 Água Fogo Madeira Metal Terra Referências 
Órgãos 
Bexiga e 
Rim* 
Coração e 
Intestino 
Delgado* 
Fígado e 
Vesícula 
Biliar* 
Intestino 
Grosso e 
Pulmão* 
Baço-Pâncreas 
e Estômago* 
*WEN, T.S.; 
HSING, W.T. 
(2008) 
Emoção Medo* Alegria* Raiva* Tristeza* Reflexão' 
*WEN, T.S.; 
HSING, W.T. 
(2008) 
'VECTORE, 
Celia (2005) 
Sabores Salgado' Amargo* Azedo* Picante' Doce' 
*WEN, T.S.; 
HSING, W.T. 
(2008) 
'VECTORE, 
Celia (2005) 
Cor Preto' Vermelho' Verde' Branco' Amarelo' 
'VECTORE, 
Celia (2005) 
Órgãos dos 
Sentidos 
Ouvido" Língua" Olhos" Nariz" Boca" 
"MACIOCIA, 
Giovanni 
(1996) 
 
Entre esses elementos e sistemas do corpo existem modelos base do seu 
relacionamento na fisiologia humana, chamados sequências (MACIOCIA, 1996; p.30). 
E no funcionamento do corpo como um organismo em equilíbrio de funções, existem 
duas delas que regem os processos básicos dos órgãos, e os conecta como 
dependentes em um ciclo, que são as Sequências de Geração e Controle (MACIOCIA, 
1996; p.30). 
 
 
 
 
28
Figuras 1 - Sequência da geração do sistema. 
 
Fonte: MACIOCIA, 1996. 
 
Figura 2 - Sequência do controle e do excesso de trabalho do sistema. 
 
Fonte: MACIOCIA, 1996 
 
Na Sequência de Geração os elementos demonstram o sistema de 
dependência entre si (fig. 1), de modo que eles agem num ciclo de funcionamento em 
que as atividades realizadas se apoiam e se completam, o elemento que nutre é 
chamado de Mãe, e o que recebe é chamado de Filho, e todos eles assumem os dois 
papéis entre si (MACIOCIA, 1996; p.26). Ao mesmo tempo em que na Sequência de 
Controle os elementos se regulam e vigiam, mostrando a relação sistêmica de 
monitoramento das atividades metabólicas (fig. 2), sendo que ao relacionar as duas 
29
sequências, pode-se criar um mecanismo de geração-controle promotora do equilíbrio 
(MACIOCIA, 1996; p.26), um exemplo disso é: o fígado gera o coração, que controla 
o pulmão, que controla o fígado. Um equívoco sobre a interpretação do significado de 
controle é o que os órgãos literalmente mostram um perfil de dominância um sobre os 
outros, sendo que na realidade esse seria um papel de auxílio nas funções exercidas 
mutuamente (MACIOCIA, 1996; p.32). 
Quanto às patologias na visão da MTC, o Modelo dos Cinco Elementos tem 
papel crucial na explicação, diagnóstico e tratamento delas (MACIOCIA, 1996; p.36). 
Sendo que as principais sequências influentes nelas são as de excesso de trabalho e 
lesão, sendo que a de geração também tem papel em estágios patológicos quando 
em desequilíbrio, quando a Mãe elemento não nutre o Filho elemento e quando o Filho 
elemento consome muito da Mãe elemento. Na sequência de excesso de trabalho, o 
controle extrapola os limites, e um sistema passa a exigir demais do outro, e na 
sequência de lesão um órgão lesa o outro e causa deficiências de funcionamento 
(MACIOCIA, 1996; p.35). Concluindo, as formas em que os elementos podem sair do 
equilíbrio se resumem em quatro, são elas: 1) Está em excesso e superage sobre 
outro ao longo da sequência de excesso de trabalho; 2) É deficiente, sendo lesionado 
por outro elemento na sequência de lesão; 3) Está em excesso, e consome 
excessivamente do seu elemento Mãe; e 4) É deficiente e falha em nutrir seu elemento 
filho. Tais formas são exemplificadas na figura a seguir. 
Figura 3 - Patologias das sequências da Geração do Excesso de Trabalho e da Lesão. 
 
Fonte: MACIOCIA, 1996 
30
Em suma, observa-se que as doenças em si possuem um significado 
extremamente holístico, e podem ser observadas usando diferentes caminhos emétodos (MACIOCIA, 1996; p.36), assim, tal fato também se aplica aos sintomas 
observados, que na prática podem se manifestar de várias situações e causas, a partir 
do momento da visão do corpo como um equilíbrio (MACIOCIA, 1996; p.37). Ao seguir 
essa sequência lógica, infere-se que o diagnóstico e tratamento da doença devem 
seguir as correspondências (como cores, sons, sabores) e as sequências dos 
sistemas (MACIOCIA, 1996; p.36, p.38). 
A acupuntura, aplicada após a definição de um plano de lógica de tratamento 
e observação dos padrões das doenças, deve selecionar os pontos que serão 
utilizados no tratamento considerando a ação deles e sua combinação por meio da 
dinâmica dos meridianos, sendo assim os pontos são estimulados conforme a 
localização dentro do sistema e não de forma isolada (MACIOCIA, 1996; p.428). Essa 
dinâmica do equilíbrio dos pontos de meridianos é regularizada por certos princípios 
da MTC, são eles: 
1. Pontos superiores e inferiores: A circulação da energia no sistema de 
meridianos forma um circuito fechado com potencial máximo de energia na 
cabeça, mínimo no tórax e médio nos membros. A punção de um ponto causa 
uma corrente de qi em direção à parte superior do corpo, sendo assim deve-se 
atentar às correspondências inferiores e superiores do ponto na hora de 
equilibrá-lo (MACIOCIA, 1996; p.430). 
2. Pontos distais e locais: Pontos locais se encontram no tronco e na cabeça, e 
os distais nos membros, sendo que os pontos distais têm funções importantes 
na desobstrução de meridianos, enquanto os locais são utilizados de pontos de 
transporte para os sistemas internos relevantes (MACIOCIA, 1996; p. 431; p. 
433). 
3. Esquerda de direita: Na maioria dos casos a punção bilateral é necessária para 
o equilíbrio dos pontos escolhidos, porém existem casos em que a punção 
unilateral pode ser usada por ser efetiva da mesma forma, e isso é uma boa 
escolha devido ao diminuir o número de agulhas no tratamento (MACIOCIA, 
1996; p.433). 
31
4. Yin e Yang: Para se tratar um sistema Yin, é recomendável usar-se meridianos 
Yang, assim como o contrário. Apesar disso deve se atentar ao uso de 
demasiados pontos Yin ou Yang no tratamento, sendo que também devem ser 
equilibrados entre si, se necessário, do contrário o uso excessivo de Yin pode 
tornar uma pessoa cansada e o uso excessivo de Yang pode torná-la agitada 
e inquieta (MACIOCIA, 1996; p.435). 
5. Frontal e Posterior: Geralmente não se faz necessário equilibrar esses pontos 
dentro de um tratamento, porém quando são usados, os pontos frontais são 
requisitados em casos agudos enquanto os posteriores em casos crônicos. 
Sendo que essa via de regra pode se alterar quando se faz uso demasiado de 
pontos Frontais e Posteriores afetando a reação ao tratamento, então nesse 
caso utilizam-se os dois para trazer o equilíbrio desses meridianos. 
(MACIOCIA, 1996; p.435, p.436) 
 
6.2. ANSIEDADE NA VISÃO DA MEDICINA TRADIONAL CHINESA E SEU 
TRATAMENTO PELA ACUPUTURA 
 
Para a medicina e psicologia ocidental, a ansiedade é considerada algo 
inerente ao ser humano, sendo descrita por Silva (2010) como algo natural do 
organismo que o faz se preparar para responder a situações de medo ou perigo, 
inesperadas ou já conhecidas, da melhor maneira possível. Em contrapartida, quando 
esses sintomas excedem o nível da normalidade e se tornam recorrentes no cotidiano 
do indivíduo, a ansiedade passa a ser, então, definida como patológica, sendo 
considerada prejudicial ao organismo devido ao fato de o indivíduo permanecer nesse 
estado de alerta constantemente, fazendo-se necessário tratamento específico para 
esse distúrbio (SILVA, 2010). 
 Tratando-se da medicina tradicional chinesa (MTC), e mais especificamente 
da acupuntura, não é possível encontrar um tratamento específico para a ansiedade, 
o que se explica pelo fato de que a nomenclatura atribuída a essa patologia é 
ocidental. Entretanto, analisando a literatura da MTC, percebemos que sua base está 
no equilíbrio do homem com os elementos da natureza, aos quais os chineses 
32
chamam de yin e yang, que são princípios opostos complementares que representam 
o equilíbrio do universo (SILVA, 2010). 
De acordo com a MTC, a psique não pode, de modo algum, ser separada do 
aspecto físico do ser humano, sendo um e outro representações distintas que partem 
de um mesmo ponto, que é a energia, estando as duas partes em completa 
dependência bilateral. Sendo assim, na organização do ser humano, aspectos físicos 
ou psíquicos, segundo a tradição chinesa, são componentes inseparáveis que não 
podem ser analisados de maneira isolada, levando-se em consideração que o ser 
humano se compõe de uma só entidade energética intimamente interligada. No que 
tange as perturbações que ocorrem no equilíbrio das energias, seja de forma física ou 
psíquica, não é possível tratar uma sem fazer referência ao outro (FAUBERT; 
CREPON; 1990). 
Uma das maneiras da Medicina Tradicional Chinesa referir-se aos distúrbios 
mentais mais graves é como Dian Kuang (CAMPIGLIA, 2004. p 133), sendo que, 
frequentemente, essas doenças estão relacionadas com uma espécie de fantasma, 
chamado de Gui, que se fixam no espírito do indivíduo e se comportam como 
autônomos, o que torna a pessoa “possuída” por essa assombração quase uma refém 
desta pela falta de domínio sobre suas próprias ações, tendo assim a perda de sua 
consciência (CAMPIGLIA, 2004. p 136). 
Por outro lado, os distúrbios psíquicos considerados mais leves como a 
ansiedade, estão relacionados, muitas vezes com a alteração do Zang Fu 
(CAMPIGLIA, 2004. p 137), sendo este termo usado para referir-se aos órgãos (Zang) 
e as víscera (Fu) (SANTOS, 2011). A desarmonia dos Zang Fu pode causar alteração 
no emocional do indivíduo e o contrário também acontece, podendo as emoções 
provocarem alteração nos órgãos e vísceras, posto o Fígado e o Coração como 
principais Zang Fu relacionados com a mudança das emoções (CAMPIGLIA, 2004. p 
137). 
Como mencionado anteriormente, não há uma relação direta entre o conceito 
ocidental de ansiedade e a MTC. Entretanto é possível observar os sintomas e tratá-
los por intermédio da acupuntura e retomar a harmonia do corpo. Em vista disso, a 
tabela a seguir relaciona alguns dos transtornos de acordo com a Medicina Tradicional 
33
Chinesa com os sintomas relatados mais frequentes relativos à ansiedade e apresenta 
os pontos indicados para o tratamento de cada distúrbio. 
Uma vez adquirida, uma das formas de eliminar a doença é inserir agulhas em 
pontos específicos do corpo do indivíduo, restabelecendo, assim, o fluxo suave, que 
é o que caracteriza a prática da acupuntura. (SILVA, 2007; XINNONG, 1999). 
Tabela 4 – Generalidades das desarmonias do Zang Fu e seus tratamentos pela acupuntura. 
Transtorno Etiologia Quadro Clínico Sintomas Tratamento 
Deficiência do Yin 
do Coração (xin 
yin xu) 
Ansiedade, 
excesso de 
excitação e 
irritação, 
emoções que 
esgotam o Yin 
e o Sangue 
(Xue). 
Na deficiência de Yin 
do coração, ocorre um 
aumento relativo de 
Yang que agita o 
coração e desaloja o 
Shen. 
Taquicardia, 
insônia, ansiedade, 
irritabilidade, 
sonhos excessivos, 
pesadelos, 
incapacidade de 
relaxar, angústia, 
desconfiança, perda 
de memória, 
sudorese noturna, 
boca e garganta 
secas, vertigens e 
obstipação. 
Alimentar o 
Sangue (Xue), 
nutrir o Yin e 
estabilizar a 
mente. Pontos de 
acupuntura 
recomendados: B-
15, R-3, BP--6, C-
6, PC-5, C-7, VC-
4, VC-14, VC-15 e 
B-44. 
Deficiência de 
Sangue (Xue) do 
Coração (xin xue 
xu) 
Ansiedade, 
excesso de 
excitação e 
irritação, 
emoções que 
esgotam o Yin 
e o Sangue 
(Xue). 
O Sangue (Xue) é o 
elemento de nutrição 
de todo o organismo e 
quando deficiente é 
incapaz de nutrir o 
coração. 
Taquicardia, 
insônia, ansiedade, 
irritabilidade, 
sonhos excessivos, 
pesadelos, 
incapacidade de 
relaxar, angústia, 
desconfiança, perda 
de memória,formigamentos nos 
pés e nas mãos e 
amenorreia. 
Alimentar o 
Sangue (Xue), 
nutrir o Yin e 
estabilizar a 
mente. Pontos de 
acupuntura 
recomendados: B-
15, B-20, B-17, R-
3, BP-6, BP-10, C-
6, C-7, PC-6, VC-
14, e VC-15. 
Mucosidade 
Obstrui Orifícios 
do Coração (tan 
mi xin qiao) 
Ansiedade, 
excitação, 
depressão ou 
qualquer 
sentimento que 
leve à êxtase 
de qi e à 
formação da 
mucosidade. 
A mucosidade é uma 
energia turva que tem 
tendência a obstruir 
vasos, a mente e 
dificultar a circulação 
de qi no organismo. 
Comportamento 
incoerente e 
anormal, confusão 
mental, depressão, 
convulsões, tontura, 
taquicardia, 
vômitos, náuseas, 
gases, angina, 
dificuldade de 
concentração, 
insônia e, em casos 
graves, mania, 
histeria, psicose, 
perda de sentidos e 
esquizofrenia. 
Dispersar a 
mucosidade e 
aumentar o 
trânsito e a 
circulação. Pontos 
de acupuntura 
recomendados: E-
40, TA-8, VG-11, 
PC-5, PC-7, C-5, 
C-8, VC-12, E-36, 
B-20, B-49, VG-26, 
VC-17 e BP-1. 
34
Hiperatividade do 
Fogo do Coração 
(xin huo kang 
sheng) 
Emoções 
intensas e 
choques 
emocionais, 
ansiedade 
crônica, 
preocupação 
que se 
transforma em 
fogo. 
O Fogo é o máximo da 
energia Yang e sua 
presença no Coração é 
extremamente 
permissiva pois 
desestabiliza o Shen, 
levando as pessoas à 
agitação profunda. 
Angústia, 
irritabilidade, 
atitudes destrutivas 
e violentas, 
inquietação, insônia, 
excitação 
emocional, 
alucinações visuais 
e auditivas, 
pesadelos, mania, 
convulsões, angina, 
cólera, crise 
hipertensiva, 
taquicardia e boca 
seca. 
Dispersar o Fogo e 
acalmar a mente e 
o coração. Pontos 
de acupuntura 
recomendados: C-
8, C-9, B-15, VG-
14, R-3, PC-7, VC-
15, IG-4. 
Deficiências do 
Coração e do 
Baço 
Preocupação, 
tristeza ou 
depressão 
prolongadas 
que consomem 
o qi. 
Como o Coração e o 
Baço estão vazios, a 
energia de nutrição e o 
Sangue (xue) são 
prejudicados. 
Inquietude, 
pensamentos 
obsessivos, 
pensamentos 
desorganizados e 
excessivos, estupor, 
amnésia, 
pesadelos, 
anorexia, diarreia, 
fadiga, cansaço, 
debilidade física, 
astenia e 
amenorreia. 
Fortalecer o Baço-
Pâncreas e o 
Coração. Pontos 
de acupuntura 
recomendados: C-
7, BP-6, B-20, VC-
6, VC-12, E-36, B-
15, VG-24, B-49, 
B-44 e B-15. 
Deficiência de 
Sangue do 
Coração e do 
Fígado 
Ansiedade. 
Não há nutrição 
desses dois órgãos 
fundamentais no 
equilíbrio do Shen e do 
Hun, isso faz com que 
o indivíduo não 
consiga se relacionar 
coerentemente com o 
mundo, sentir-se 
ameaçado com 
pressões externas e 
ter reações 
desproporcionais de 
irritabilidade e 
sobressalto. 
Palpitação, estupor, 
temor, 
intranquilidade, 
pesadelos, tontura, 
zumbidos, amnésia, 
olhos secos, visão 
turva, nictalopia, 
intumescimento dos 
membros e 
amenorreia. 
Alimentar o Yin e o 
Sangue. Pontos de 
acupuntura 
recomendados: B-
17, B-20, BP-10, 
E-36, F-8, BP-6 e 
C-7. 
Coração e Rins 
Não Permutam, 
não se 
Comunicam ou 
Estão 
Desarmonizados 
(xin shen bu jiao) 
Emoções como 
ansiedade e 
tristeza. 
A Água dos Rins não 
pode controlar o Fogo 
do Coração, devido à 
uma falha na 
comunicação desses 
órgãos, então o Shen é 
perturbado impedindo 
o indivíduo de conciliar 
os sentimentos 
racionais com os 
emotivos, e como ele 
não se comunica com 
o Zhi a pessoa tem 
dificuldades em 
executar suas 
intenções e desejos, 
Insônia, agitação, 
disforia, temor, 
nervosismo, 
amnésia, vertigens, 
zumbido, garganta 
seca, lombalgia, 
pesadelos, suor 
noturno, 
Alimentar o Yin do 
Rim e do Coração, 
controlar o Fogo e 
restabelecer o 
contato entre 
esses órgãos. 
Pontos de 
acupuntura 
recomendados: R-
4, R-23, R-25, VG-
20, C-7, VC-15, 
BP-6, yintang, B-
15, B-23, R-3 e 
VC-4. 
35
dispersando a energia 
num estado de 
ansiedade constante. 
Adaptado de: CAMPIGLIA, 2004. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36
7. ESTUDO DE CASOS CLÍNICOS 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o tratamento dos 
transtornos de ansiedade por meio da acupuntura como mais eficaz que a medicação 
tradicional, justamente por ela não apresentar toxicidade, não causar dependência e 
quase não possuir contra indicações (World Health Organization, 2002). Visto isso, a 
aplicação da acupuntura como prática integrativa do tratamento tem mostrado 
resultados promissores em diversas pesquisas e vem sendo cada vez mais 
investigada de forma a ser um tratamento complementar ou até substituir os 
psicofármacos em terapias para tratar da ansiedade. 
Um exemplo de caso é um estudo que analisou e dividiu, de forma aleatória, 
três grupos de pacientes de atenção primária, que possuíam doenças psicológicas, e 
entre elas a ansiedade (ARVIDSDOTTER; MARKLUND; TAFT; 2013). Esses grupos 
foram divididos conforme o tipo de tratamento que iriam receber ao longo da pesquisa. 
Sendo o primeiro chamado TA (Therapeutic Acupuncture), que foi tratado somente 
com o uso da acupuntura, com uma visita por semana ao longo de oito, de sessões 
que duravam em média 45min administradas por um acupunturista certificado, que 
durante o período conversava de forma arbitrária acerca do problema com o 
paciente. O segundo grupo chamado IT (Integrative Treatment) combinava a TA com 
um método de diálogo de modelo salutogênico, que tinha por função entender a 
condição e perspectiva do problema do paciente e onde ele se centrava, tocando em 
diversas áreas da vida que poderiam ser cruciais no enfrentamento do transtorno, 
essas sessões também eram administradas pelo mesmo profissional acupunturista, e 
também eram feitas na mesma frequência de uma visita por semana ao longo de oito 
semanas. E por último, o terceiro grupo chamado CT (Conventional Treatment), que 
seguia o tratamento terapêutico de cada localidade dos centros de saúde, que 
compreendiam basicamente no uso de psicofármacos e acompanhamentos de 
terapias psicológicas, também avaliados ao longo de oito semanas (ARVIDSDOTTER; 
MARKLUND; TAFT; 2013). 
Em resultado, e usando os critérios de padronização de sintomas relacionados 
à depressão e ansiedade mensurados pelo padrão Hospital Anxiety and Depression 
Scale, ou HAD (ZIGMOND; SNAITH; 1983), e comparados antes, durante e ao final 
das 8 semanas de tratamento. Sendo que os grupos IT e TA mostraram resultados 
37
promissores quanto à diminuição dos sintomas com base no padrão HAD, e o grupo 
CT mostrou pouca variação ao longo do estudo, no tocante à melhora desses 
(ZIGMOND; SNAITH; 1983). 
 
Tabela 5 – Análise dos resultados ao longo do tempo de tratamento de cada grupo, com base 
na escala HAD. 
 
Fonte: ARVIDSDOTTER; MARKLUND; TAFT; 2013. 
Um outro estudo de caso foi realizado no interior de uma cidade pequena com 
uma paciente do sexo feminino de 39 anos de idade (SILVA, 2010). O tratamento 
aplicado neste estudo foi por meio do acompanhamento psicológico em conjunto com 
a técnica da acupuntura, decorrente da dificuldade da paciente em expor seus 
sentimentos devido a sua simplicidade. Apesar disso, o diagnóstico pôde ser dado por 
intermédio de uma entrevista feita com a mulher, na qual ela relatou um quadro 
depressivo há 9 anos, fazendo o uso de medicamentos antidepressivos por 3 anos e 
declarou uma relativa melhora nos sintomas iniciais. Após esse período, começou a 
utilizar frequentemente o Hipérico, um antidepressivo natural, devido ao fato de os 
sintomas serem atenuados por um curto período de tempo (SILVA, 2010). Mediante 
as queixas da paciente, concluiu-se que ela apresentava características do TAG. 
A entrevista concomitantemente com a apalpação dos pulsos tornou possível a 
conclusão da necessidade de escolher os pontos da acupuntura que buscassem tratar 
o coração, o baço e o rim (SILVA, 2010). No total, foram realizadas 10 sessões de 
acupuntura, sendo uma por semana durante o período médio de 50 minutos. A partir 
da quarta sessão a pacientejá relatava melhoras nos sintomas e na sexta informou 
38
que havia suspendido o uso do Hipérico por conta própria, graças aos benefícios que 
o tratamento trazia, e as sessões restantes passaram a ser realizadas a cada 15 dias. 
Por recomendação, a paciente continuou, após esse tratamento, procedendo com 
uma sessão de acupuntura por mês para prevenir-se contra a volta dos sintomas que 
haviam sido amenizados (SILVA, 2010). 
 Além desses exemplos, em uma cidade de Curitiba, no estado do Paraná, 
realizou-se um estudo na Unidade Básica de Saúde João Cândido a fim de observar 
a percepção do paciente acerca do tratamento com acupuntura para a ansiedade. 
Nessa análise houve a participação de pessoas que apresentavam sentimentos de 
angústia ou sofrimento relacionados com transtornos ansiosos, entretanto estes não 
faziam uso de antidepressivos nem de ansiolíticos. Ao todo, foram realizadas oito 
sessões individuais com a prática de acupuntura sistêmica e auricular. Em primeiro 
lugar, foi aplicada a escala de Hamilton para ansiedade com o intuito de comparar e 
analisar a gravidade dos sintomas dos pacientes antes e após o tratamento 
empregado no estudo e se este foi realmente eficaz. Posteriormente, para que os 
dados colhidos pelas escalas fossem qualificados, as autoras da pesquisa realizaram 
uma entrevista com várias perguntas que ajudaram na análise final. A técnica de 
acupuntura no tratamento de transtornos de ansiedade, por meio deste estudo 
elaborado, pôde ser considerada eficiente no tratamento do transtorno de ansiedade 
em razão da visível melhora e relato das próprias pessoas que participaram dessa 
pesquisa (CARDOSO; MOURA; RUGGIERI, 2019). 
Fazendo uso também da auriculoterapia, foi realizado estudo com estudantes 
de enfermagem no tratamento de sintomas de ansiedade relatados pelos educandos, 
dividindo-os em três grupos distintos de forma aleatória, posto que nenhum deles 
realizassem outro tratamento para o problema e para a identificação do grau desse 
transtorno, foi utilizado o State – Trait Anxiety Inventory (STAI) (PRADO, 
KUREBAYASHI, SILVA, 2012). O primeiro grupo consistia no control group, o qual os 
participantes não receberam nenhum tratamento e 60% deles apresentaram nível alto 
de ansiedade. O segundo foi chamado de auriculotherapy group, que recebeu a 
intervenção da prática de auriculoterapia, sendo que 50% dos alunos possuíam nível 
moderado do transtorno em questão. E o último grupo nomeado de placebo group, 
onde houve o uso de pontos que não são indicados para o diagnóstico presente nesse 
39
estudo (sham points), contendo 41% dos participantes com nível alto de ansiedade 
(PRADO, KUREBAYASHI, SILVA, 2012). 
 As sessões foram administradas por uma enfermeira acupunturista, com 
experiência de pelo menos 5 anos na área, realizando uma a cada semana, sendo os 
pontos ajustados de acordo com os sintomas e sinais relatados por elas a cada 
sessão. Neste estudo, foram efetuadas três avaliações com os estudantes, sendo a 
primeira após 8ª sessão, a segunda após a 12ª e a última no follow-up (15 dias após 
o término do tratamento) (PRADO, KUREBAYASHI, SILVA, 2012). 
 Ao final da pesquisa, notou-se que o auriculotherapy group, quando comparado 
com o control group, obteve uma melhora de 20,97% já na primeira avaliação, sem 
apresentar uma mudança significativa entre essa análise e a seguinte (PRADO, 
KUREBAYASHI, SILVA, 2012). Embora não fosse esperado nenhum resultado no 
placebo group, os participantes tiveram uma melhora de 13,74% após a primeira 
avaliação e, posteriormente, também não houve mudança nas outras avaliações 
(PRADO, KUREBAYASHI, SILVA, 2012). Acredita-se que as diferenças dos pontos 
de auriculoterapia presentes nas literaturas podem ter gerado esse efeito inesperado, 
não obstante ser menor do que o obtido no segundo grupo, o que permitiu a conclusão 
da eficácia do tratamento (PRADO, KUREBAYASHI, SILVA, 2012). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40
8. CONCLUSÃO 
Observando os resultados dos estudos de caso citados acima, podemos 
perceber que a prática da acupuntura no tratamento da ansiedade é eficaz, sendo que 
em comparação aos tratamentos tradicionais, muitas vezes medicamentosos, ela 
obtém uma efetividade bem maior devido ao fato de ter poucas contraindicações e 
poucos efeitos colaterais. Ademais, os tratamentos com base em acupuntura mostram 
maior versatilidade, visto que os tratamentos das doenças na Medicina Tradicional 
Chinesa são adequados aos casos, diferentemente dos tratamentos convencionais 
em que o paciente se adequa ao tratamento generalizado para aquele caso. 
 Além disso, a prática da acupuntura proporciona uma melhora na saúde do 
paciente de forma geral, pelo fato de os tratamentos agirem no organismo como um 
todo, justamente pela concepção do equilíbrio como saúde tanto física quanto mental 
em oposição ao tratamento convencional, a qual busca tratar a patologia de modo 
pontual. 
 Embora tão efetiva, essa área necessita de mais pesquisas metodológicas, de 
modo a estudar as aplicações que correspondem ao tratamento específico de 
doenças como os transtornos de ansiedade, buscando encontrar maior similaridade 
dos quadros dessas doenças com o descrito pela MTC, bem como seus tratamentos. 
Desse modo, a acupuntura poderia integrar o tratamento convencional, visando 
reduzir o impacto causado pelos medicamentos utilizados, ou também ser utilizado 
como método de terapia principal dessas patologias, diminuindo o uso de 
psicofármacos substancialmente. 
 
 
41
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	1. INTRODUÇÃO
	2. OBJETIVOS
	2.1 GERAL
	2.2 ESPECÍFICO
	3. MATERIAIS E MÉTODOS

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