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Página 1 de 8 José Lucas M. Vasconcelos / Med (2° semestre) SISTEMA URINÁRIO ANATOMIA GERAL FISIOLOGIA: . Os rins, possuem como função básica filtrar o sangue. Entretanto, suas funções não se restringem a essa, esse órgão é uma estrutura complexa e importante. Os rins fazem parte do sistema urinária (ou excretor), a principal função desse sistema é auxiliar na homeostase do organismo, controlando a quantidade de fluido corporal e de substancias circulantes no nosso sangue. Os rins por atuar de forma ativa na regulação da homeostasia possuem função reguladora. Homeostase: ou homeostasia é o processo pelo qual o organismo, mantem suas funções vitais constantes, independente das condições externas, nada mais é que o equilíbrio dinâmico do nosso corpo frente as demandas internas e externas. Nesse sentido os rins regulam: O Volume de plasma sanguíneo (pressão arterial), isso por que de forma geral quando o volume de sangue aumenta a pressão arterial também aumentam, e os rins aumentam a pressão sanguínea para que os excessos de líquidos corporais sejam eliminados e haja o controle. Ex.: quando a pressão está baixa os rins tendem a reter líquidos para manter a pressão. A Concentração de produtos do metabolismo celular, conforme o funcionamento das células, essas liberam resíduos que precisam ser eliminados do organismo. Com exceção do CO2 que é liberado pelo sistema respiratório, os restantes dos resíduos metabólicos são eliminados pelos rins, como: Excretas nitrogenadas (metabolismo das proteínas, do grupamento amina), os principais resíduos produzidos nas células do indivíduo são: amônia (extremamente tóxica, por isso o corpo transforma ela em ureia no fígado através de uma sequência de eventos chamado de ciclo da ureia) e ácido úrico. Creatinina: outro resíduo metabólico produzido pelas células é a creatinina formada pela degradação da creatina muscular, cada vez que os músculos contraem esses produzem creatina e a creatina é eliminada de forma constante em nosso corpo, sendo um dos parâmetros para avaliar o funcionamento renal. Além de eliminar as substancias produzidas pelas próprias células, os rins eliminam as substâncias tóxicas ingeridas, como medicamentos e drogas. Eliminam, ainda, concentração de substâncias importantes para o corpo, mas que não podem acumular. Isso acontece com nossos eletrólitos, como: sódio, potássio, magnésio, cálcio, bicarbonato, substancias importante para o funcionamento do organismo, mas que precisam ser mantidos em níveis ideais. Regular também o Ph plasmático, ou seja, o nível de acidez sanguíneo. Através do equilíbrio de íons h+, pois quanto mais íons de hidrogênio tiver mais ácido a concentração sanguínea. E controla a quantidade de bicarbonato. Por exemplo: se o Página 2 de 8 José Lucas M. Vasconcelos / Med (2° semestre) sangue estiver muito ácido, os rins tratam de eliminar mais íons h+ e reter mais bicarbonato, e faz o processo ao contrario caso o sangue esteja muito alcalino. Além disso, os rins ainda possuem uma função endócrina, produzindo hormônios como: Eritropoetina; que age estimulando a medula óssea a produzir células sanguíneas (hemácias). Renina; que é um hormônio que faz parte do sistema renina-angiotensina, (também chamado de sistema renina-angiotensina-aldosterona) que atua no controle da pressão arterial e no controle de sódio do organismo. Por fim os rins são responsáveis pela ativação da vitamina D, e como os rins controlam as concentrações de sódio, cálcio e fósforo, ele vai possui função importante na manutenção da saúde dos ossos. ANATOMIA: . RINS: Órgãos pares, ou seja, 2; De coloração vermelha / amarronzada; Formato parecido ao de um feijão; Estão localizados na parte posterior e superior da nossa cavidade abdominal, um do cada lado da medula espinal; Ficam atrás do peritônio (membrana serosa que reveste a cavidade abdominal e órgãos digestivos), por isso são chamados de órgãos retro peritoneal; Localizados abaixo do diafragma (que separa o tórax do abdômen); São protegidos pelas últimas costelas chamadas de costelas flutuantes. Assim como a maioria dos órgãos possuem uma camada revestindo e protegendo sua estrutura chamado de cápsula fibrosa. Capsula, transparente e conjuntiva que protege os rins. Possuem cerca de 11 a 13cm de comprimento, aproximadamente um punho fechado. Anatomicamente é composto por uma face anterior, voltada para parte da frente do organismo e uma superfície posterior voltada para as costelas. Possuem ainda dois polos, um polo superior e inferior, e bordas a borda lateral (convexa) e a borda medial (côncava). Na borda medial, voltada para linha media do corpo, observa-se o hilo renal, depressão onde penetra-se o pedículo renal (todas estruturas que entram e saem dos rins, e conectam os, ao restante do corpo). Fazem parte do o pedículo renal as artérias e veias renais, a pelve renal e os vasos linfáticos. A pelve renal é a estrutura que vai conduzir a urina, produzida nos néfrons, à tubulação responsável por transportar a urina dos rins à bexiga urinária, tubo chamado de ureter. Os rins, como já citado, fazem parte do sistema excretor / urinário, sendo o principal órgão desse sistema. Entretanto, outros órgãos estão presentes nesse sistema são eles: Ureteres: saindo de cada rim, possui um. Responsáveis por conduzir a urina dos rins à bexiga. Página 3 de 8 José Lucas M. Vasconcelos / Med (2° semestre) Bexiga urinária: órgão responsável por armazenar urina, devido sua alta capacidade de distensibilidade. Uretra: canal responsável por conduzir a urina da bexiga até o meio externo. ANATOMIA MACROSCÓPICA DOS RINS: . Na parte interna dos rins seccionados encontramos algumas estruturas, em primeiro lugar, anatomicamente são divididos em uma parte mais externa denominada de córtex (do latim casca) renal e uma parte mais interna chamada de medula (do latim miolo) renal. Na região da medula renal, observa-se diversas estruturas com formato triangular ou de pirâmide, denominado pirâmides renais. Essas pirâmides renais estão intercaladas por espaços chamados de colunas renais. Cada pirâmide se projeta no interior de uma depressão denominada de cálice menor, e a urina produzida nos rins desembocam nesse cálice menor. Esses se unem para formar o cálice maior e posteriormente os cálices maiores se reúnem formando a pelve renal. A pelve renal tem formato de funil, e tem continuidade com o ureter, que conduzem a urina até a bexiga urinária. Estruturas vasculares que formam os rins: Todo o sangue do corpo precisa passar pelos rins para ser filtrado. Então, os rins precisam de uma estrutura vascular muito bem organizadas para que o sangue do corpo consiga passar de forma plena, e os rins exerçam sua função de filtrar o sangue, formar a urina e controlar a contração de todas substancias presentes nele. O sangue entra nos rins a partir da artéria renal, que é um ramo da aorta abdominal, dentro dos rins a arterial renal se divide em artérias interlobares, essas passam entre as pirâmides renais através das colunas renais. As artérias interlobares se dividem em artérias arqueadas, na transição entre o córtex e medula renal. E a partir das artérias arqueadas ramificam muitas artérias interlobulares, que se distribuem no interior do córtex renal e por sua vez se subdividem nas arteríolas aferentes, vasos sanguíneos que vão efetivamente entrar dentro nos néfrons (unidades funcionais dos rins, grandes responsáveis pelas funções renais)O sangue após passar por toda estrutura dos néfrons e ser filtrado, precisa ser recolhido e fazer o caminho inverso por veias. O sangue então sai dos néfrons, e é drenado para o interior das veias interlobulares e depois passa para as veiais arqueadas, seguindo Página 4 de 8 José Lucas M. Vasconcelos / Med (2° semestre) pelas veias interlobares até chegar na veia renal que vai desembocar na veia cava inferior. ESTRUTURA MICROSCÓPICA DOS RINS: . NÉFRONS: . OBS.: Por ser a unidade funcional dos rins, portanto sua principal estrutura, os médicos que atendem problemas relacionados ao funcionamento dos rins recebem o nome de nefrologista. Os néfrons são a unidade funcional dos rins responsável pela filtração do sangue e formação da urina, tem se aproximadamente 1 milhão de néfrons em cada rim. Sendo que os néfrons são formados por estruturas tubulares e vasos sanguíneos. As duas partes principais são: Corpúsculo renal, região mais alargada do néfron e túbulos renais, acompanhados pelos capilares sanguíneos (capilares peritubulares). O Corpúsculo renal é formado por um enovelado de vasos sanguíneos que é formado a partir da arteríola aferente, esse enovelado leva o nome de glomérulo. O corpúsculo é envolvido por uma cápsula chamada de cápsula de Bowman (ou glomerular). De forma “grossa” o sangue chega no glomérulo e ocorre a filtração glomerular, onde parte das substâncias do sangue vão passar para a cápsula de Bowman. Nesse sentido os líquidos passam por diversos tubos que formam os néfrons, cada tudo leva um nome: o primeiro é chamado de túbulo contorcido proximal (ou tubo contornado proximal). Em seguida tem-se uma alça chamada de alça de Henle, com duas partes uma descendente e uma ascendente. Posteriormente, tem-se outro tubo contorcido (ou contornado) distal, esse tubo termina quando é drenado para uma nova estrutura chamada de ducto (ou tubo) coletor, que por fim drena a urina para a pelve renal. Além dos tubos, tem-se capilares chamados capilares peritubulares, pois o processo de formação da urina envolve não só a filtração glomerular (que acontece no corpúsuclo renal), mas envolve também uma série de troca de substâncias entre os tubos renais e esses capilares. Os néfrons estão dispostos em córtex renal e medula renal, e de acordo com sua localidade existem dois tipos de néfrons: Nefrons justaglomerulares: localizados próximos as pirâmides renais e medula renal. Esses possuem suas alças de Henle mais longas e são mais numerosos. Néfrons corticais: localizados mais próximos da parte externa dos rins, originam mais na parte do córtex renal. Possuem sua alça mais curta. Página 5 de 8 José Lucas M. Vasconcelos / Med (2° semestre) FORMAÇÃO DA URINA: . A formação da urina envolve um processo complexo de filtração glomerular, reabsorção e secreção tubular. Ela é um subproduto da atividade renal. O sangue entra nos rins, e chega nos néfrons através das arteríolas aferente, que se ramifica em um anovelado de vasos sanguíneos chamado de glomérulo a partir daí parte desse líquido contidos no sangue, precisam passar para a cápsula de Bowman, formando o filtrado glomerular, então a passagem de sangue do glomérulo para a cápsula é chamado de filtração glomerular. Entretanto, o líquido filtrado ainda não representa a urina. Conforme o filtrado vai passando pelos túbulos renais, grande parte da água (H2O) e de outras substâncias presentes nesse líquido é reabsorvido, passando de dentro dos tubos para os vasos sanguíneos (que se encontram ao redor dos tubos), processo denominado reabsorção tubular, além disso, eventualmente algumas substâncias passam do capilar sanguíneo para os tubos, processo chamado de secreção tubular. Por isso, o processo de formação da urina envolve os processos de filtração glomerular, reabsorção e a secreção tubular. FILTRAÇÃO GLOMERULAR: . Para que parte do líquido consiga passar do glomérulo para a cápsula de Bowman é preciso ultrapassar uma barreira denominada barreira de filtração glomerular. Essa barreira é composta de (dentro para fora do capilar glomerular): Camada de células endoteliais: camada de tecido endotelial fenestradas (possui poros) que permitem a passagem de grande parte dos componentes do plasma, mas conseguem prevenir a filtração de células sanguíneas, pois as células sanguíneas são estruturas grande que não conseguem passar nessas fenestras. Membrana basal: fina camada de glicoproteínas, localizada acima das células endoteliais, essa membrana previne a filtração de proteínas grandes. Células podócitos: células únicas, fazem parte da camada interna (visceral) da capsula glomerular e possuem um formato tipo “polvo”, com um corpo celular mais volumoso e braços (projeções citoplasmáticas) chamadas de pedicelos, que se intercalam (interdigitam) conforme vão envolvendo os capilares glomerulares. Entre esses pedicelos tem-se fendas estreitas através das quais as moléculas filtradas passam para atingir o interior da cápsula glomerular. Essas fendas entre os pedicelos filtram proteínas de tamanho médio, deixando o filtrado glomerular praticamente livre de proteínas. Página 6 de 8 José Lucas M. Vasconcelos / Med (2° semestre) Após todo esse processo de filtração glomerular, tem-se o ultrafiltrado glomerular: Líquido que entra na cápsula glomerular; Semelhante ao líquido intersticial ; Contém água e todos os pequenos solutos do sangue; Praticamente não contém proteínas, nem células sanguíneas. Formado sob presão, formado devido a diferença de pressão do glomérulo e cápsula de Bowman. Tem-se 3 pressões de extrema importancia para que ocorra a filtração: PH (Pressão hidrostática sanguínea): ou seja a pressão exercida pelo líquido presente dentro dos capilares glomerulares que empurra esses líquidos para fora dos capilares e para dentro da capsula de Bowman. E outras duas pressões exercidas contra a pressão hidrostática, ou seja, que impurram os líquidos da capsula de Bowman de volta para os capilares glomerulares, essas presões são pressão colodosmótica do plasma (pressão de atração da agua exercida pelas proteinas presentes no sangue, como a albumina) e a pressão hidrostática dentro da cápsula de bowman. Mesmo somando as duas pressões exercidas contra a pressão hidrostática sanguínea, essa ainda é mais forte, garatindo a passagem de fluídos, de dentro do sangue para a cápsula, formando a pressão de filtração, que é a pressão que faz com que os líquidos consigam passar para a cápsula de Bowman. Essa filtração mesmo que pareça pequena (10 mm/Hg) consegue filtrar uma quantidade de filtrado glomerular gigante. Levando a taxa de filtração glomerular, volume de filtrado produzido por ambos os rins por minuto: Mulheres: 115 ml/min Homem: 125 ml/mim Equivale, a aproximadamente 7,5 litros por hora ou 180 litros por dia. O volume de sangue do individuo no corpo é de, média, 5 litros. Dessa forma nota-se que a cada 40 Página 7 de 8 José Lucas M. Vasconcelos / Med (2° semestre) minutos, todo o nosso sangue do corpo foi filtrado pelos rins gerando o ultrafiltrado glomerular. Grande parte da H2O filtrada no glomérulo é retornada imediatamente ao nosso corpo, caso contrário, morreríamos. Por isso o ultrafiltrado glomerular não representa a urina, pois grande parte desse filtrado é reabsorvido e a urina será concentrada. Essa taxa é regulada por mecanismos intrínsecosdo próprio rim e mecanismo extrínsecos, atuando na vasoconstrição e vasodilatação das arteríolas aferentes, regulando o fluxo sanguíneo no glomérulo e consequentemente afetando a taxa glomerular. Ou seja, o filtrado glomerular não representa a urina, e é composto por diversos líquidos e substâncias de extrema importância no nosso corpo por isso a necessidade de reabsorção. REABSORÇÃO TUBULAR: . É a passagem de grande parte da água e solutos dos túbulos renais de volta para a circulação sanguínea. O principal túbulo nesse processo é o túbulo proximal que responsável por 65% de toda reabsorção tubular que acontece no néfron. Nesse processo algumas substâncias também são secretadas, ou seja, vão passar do sangue para os túbulos renais, para fazer parte da composição da urina. Processo denominado SECREÇÃO TUBULAR onde ocorre o transporte e substancias do sangue para os túbulos renais. É importante saber que o processo de reabsorção tubular é complexo, onde cada soluto (substância) vai ser absorvido de forma diferente e em um local diferente dos túbulos renais. Página 8 de 8 José Lucas M. Vasconcelos / Med (2° semestre)
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