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Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS Rackel Resende @medibulandex VALVAS CARDÍACAS AVS Internamente, o coração é dividido em três quatro câmaras (dois átrios e dois ventrículos) separadas pelo septo atrioventricular. A comunicação entre átrios e ventrículos ocorre devido aos óstios atrioventriculares, cada um com suas valvas. As valvas impedem a passagem aleatória de sangue entre as câmaras do coração, controlando por meio de músculos papilares o fluxo unidirecional sanguíneo do átrio para o ventrículo, de modo a não permitir refluxo. Por mais que valvas e válvulas sejam, por vezes, usadas como termos sinônimos, há diferenças estruturais entre os termos, de modo que eles estabelecem uma relação hiperônimo-hipônimo. As valvas são compostas pela junção entre um folheto/cúspide, uma corda tendíneas e um músculo papilar; por sua vez, a válvula se refere, unicamente, ao folheto. VALVAS ATRIOVENTRICULARES VALVA TRICÚSPIDE (AV DIREITA) A valva tricúspide é formada pelos seguintes estruturas: folheto anterior, folheto posterior, folheto septal, músculo papilar anterior, músculo papilar posterior, músculo papilar septal (geralmente, é mais de um) e as cordas tendíneas (ligam os folhetos aos músculos papilares). Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS Rackel Resende @medibulandex VALVA MITRAL (AV ESQUERDA) A valva mitral possui os seguintes componentes: folheto anterior (intimamente ligado à valva aórtica), folheto posterior, músculos papilares (medial e lateral – mais perto do septo) e as cordas tendíneas. A válvula mitral apresenta composição enrugada, com formato de meia lua. Ela é constituída por dois folhetos, sendo o medial (anterior) maior e o folheto lateral (posterior) menor. CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS REGURGITAÇÃO MITRAL POR INSUFICIENCIA VALVAR Regurgitação mitral é a incompetência da valva mitral que causa o fluxo ventrículo esquerdo para o AE durante a sístole Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS Rackel Resende @medibulandex ventricular. A RM pode ser primária (causas comuns são o prolapso da valva mitral e febre reumática) ou secundária à dilatação do VE ou infarto. As complicações incluem insuficiência cardíaca progressiva, arritmias e endocardite. Os sinais e sintomas incluem palpitação, dispneia e sopro apical holossistólico. O diagnóstico é realizado por exame físico e ecocardiografia. O prognóstico depende da função VE, etiologia, gravidade e duração da RM. Os portadores de RM leve e assintomática podem ser monitorados, mas a RM sintomática ou progressiva requer reparo ou substituição da valva mitral. Insuficiência mitral aguda provoca os mesmos sinais e sintomas que a insuficiência cardíaca aguda (dispneia, fadiga, fraqueza, edema) e choque cardiogênico (hipotensão resultando em lesão de múltiplos órgãos). Sinais específicos de insuficiência mitral podem estar ausentes. A regurgitação mitral crônica na maioria dos pacientes é inicialmente assintomática, e os sintomas se desenvolvem insidiosamente com dilatações do AE, a pressão arterial pulmonar e pressão venosa aumentam e a compensação VE falha. Os sintomas incluem dispneia, fadiga (decorrente de insuficiência cardíaca), ortopneia e palpitação (em geral por causa de fibrilação atrial). Raramente, os pacientes procuram atenção médica com endocardite (p. ex., febre, perda ponderal e fenômenos embólicos). Os sinais desenvolvem-se apenas quando a regurgitação mitral se torna moderada a grave. A inspeção e a palpação podem detectar impulso apical intenso e movimento paraesternal esquerdo sustentado decorrente da expansão do AE dilatado. O impulso do VE é sustentado, mais amplo e deslocado para baixo e para a esquerda, sugerindo dilatação e HVE. O levantamento precordial acontece na vigência de RM grave, em virtude da dilatação AE, a qual provoca deslocamento cardíaco anterior. Nos casos graves, o sopro de regurgitação também pode ser palpado como frêmito. À ausculta, B1 pode ser hipofonética (ou ocasionalmente hiperfonética). A B3, auscultada no ápice, reflete dilatação do VE e RM grave. O principal sinal de regurgitação mitral é o sopro holossistólico (pansistólico), mais bem auscultado no ápice, com o diafragma do estetoscópio quando o paciente está em decúbito lateral esquerdo. Na RM leve, o sopro sistólico pode ser curto ou iniciar no final da sístole. O sopro inicia-se com B1 em condições que provocam incompetência da cúspide durante a sístole, mas geralmente começa após B1 (p. ex., quando a dilatação da câmara distorce o aparelho valvar ou quando a isquemia ou a fibrose miocárdica alteram a Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS Rackel Resende @medibulandex dinâmica). Quando o sopro se inicia após B1, sempre persiste até B2. O sopro tem irradiação para axila esquerda e a intensidade pode permanecer a mesma ou variar. Se a intensidade variar, o sopro tende a ser em crescendo até B2. A intensidade dos sopros de RM aumenta com preensão ou agachamento porque a resistência vascular periférica em relação à ejeção ventricular aumenta, ampliando a regurgitação no AE; a intensidade dos sopros diminui na posição em pé ou com a manobra de Valsalva. O sopro mesodiastólico de influxo, em ruflar e breve, decorrente do fluxo torrencial diastólico mitral, pode suceder ou parecer prolongar a B3. Em pacientes com prolapso da lacínia posterior da valva mitral, o sopro pode ser rude e irradiar para a região esternal alta, mimetizando estenose aórtica. O sopro na RM pode ser confundido com regurgitação tricúspide, sendo diferenciado desta, pois o sopro desta última aumenta com a inspiração. PRÓTESE MITRAL Quando não é possível fazer a plastia para a correção dos problemas na valva mitral, a alternativa é realizar a colocação de uma prótese valvar. Essa prótese pode ser tanto biológica quanto mecânica. Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS Rackel Resende @medibulandex REFERÊNCIAS ARMSTRONG, G. P. Regurgitação mitral. Manual MSD versão para Profissionais da Saúde, 2018. Disponivel em: <https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/doen%C3%A7as- cardiovasculares/valvopatias/regurgita%C3%A7%C3%A3o- mitral#:~:text=(Insufici%C3%AAncia%20mitral)&text=Regurgita%C3%A7%C3%A3o%20mit ral%20%C3%A9%20a%20incompet%C3%AAncia,dilata%C3%A7%C3%A3o%20do%20V>. Acesso em: 19 março 2021. FILHO, E. P. D. A.; PEREIRA, F. C. F. Anatomia Geral. 1ª. ed. Sobral: Inta - Instituto Superior de Tecnologia Aplicada, 2015. valvas cardíacas AVs Valvas atrioventriculares Valva tricúspide (AV DIREITA) Valva mitral (av esquerda) Correlações anatomoclínicas Regurgitação mitral por insuficiencia valvar pRÓTESE MITRAL Referências
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