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Propedêutica Cardiovascular

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Propedêutica Cardiovascular
INSPEÇÃO E PALPAÇÃO
Ocorrem simultaneamente.
Posição do paciente:
O QUE DEVE SER ANALISADO:
➔ Pesquisa de abaulamento:
A observação da região precordial deve
ser feita de forma tangencial (examinador
de pé do lado direito do paciente) e frontal
(examinador fica junto aos pés do
paciente, que permanece deitado).
A presença de abaulamento pode
significar: aneurisma da aorta,
cardiomegalia, derrame pericárdico e
alteração da própria caixa torácica.
Crianças: a parede torácica é mais
flexível, a dilatação e a hipertrofia
cardíacas, principalmente do ventrículo
direito, deformam com facilidade o
precórdio.
É importante diferenciar alterações da
estrutura osteomuscular dos causados
pelo crescimento do ventrículo direito. O
que os distingue: ocorrência de impulso
do precórdio → hipertrofia.
➔ Análise do ictus cordis:
Ictus cordis pode ser chamado também de
choque de ponta.
Analisado através da investigação de
localização, extensão, mobilidade,
intensidade e tipo da impulsão, ritmo e
frequência.
Localização do ictus cordis:
Varia com o biotipo do paciente.
→ Mediolíneos: no cruzamento da linha
hemiclavicular esquerda com o 5º espaço
intercostal;
→ Brevilíneos: 4º espaço intercostal (se
desloca 2 cm para fora e para cima);
→ Longilíneos: 6º espaço intercostal (1 ou
2 cm para dentro da linha hemiclavicular).
O que dificulta a inspeção e palpação:
pacientes com enfisema pulmonar,
obesidade, musculatura bem
desenvolvida e/ou mamas grandes.
Seu deslocamento: hipertrofia do
ventrículo esquerdo → estenose aórtica,
insuficiência aórtica, insuficiência mitral,
hipertensão arterial, entre outros.
Extensão:
Quantas polpas digitais são necessárias
para cobri-lo (normal: até 3).
Intensidade/Amplitude:
Normalmente a brusca é fraca → avaliada
com a palma da mão.
Mobilidade:
Paciente em decúbito dorsal → decúbito
laterais (direito e esquerdo) → marcar o
local nessas posições.
Intensidade: palpação → palma da mão
sobre os batimentos.
1
Propedêutica Cardiovascular
Ritmo e Frequência:
Melhor avaliados na ausculta.
A. Em condições normais,
B. Na hipertrofia ventricular direita (massa
da região precordial, mais nítido nas
proximidades do esterno, que não
corresponde ao ictus cordis)
C. Na hipertrofia ventricular esquerda sem
dilatação da câmara,
D. Na hipertrofia ventricular esquerda
associada à dilatação desta cavidade
➔ Análise dos batimentos ou
movimentos visíveis ou palpáveis:
Pode ser encontrado no precórdio e áreas
vizinhas outros batimentos visíveis ou
palpáveis.
Turgência ou Estase Jugular:
Outros batimentos visíveis à inspeção:
Retração sistólica, pulsação
supra-esternal ou na fúrcula e choque
valvar.
➔ Pesquisa de frêmito
cardiovascular:
Sensação tátil determinada por vibrações
produzidas no coração ou nos vasos.
Características a serem investigadas:
localização (usando como comparação as
áreas de ausculta), situação do ciclo
cardíaco e intensidade (avaliada em
cruzes → 1+ a 4+).
Correspondem a sopros.
Locais para observar:
Foco aórtico → segundo espaço
intercostal direito paraesternal;
Foco pulmonar → segundo espaço
intercostal esquerdo paraesternal;
Foco mitral → quinto espaço intercostal
linha hemiclavicular;
Foco tricúspide → quarto espaço
intercostal paraesternal;
Foco acessório → entre o pulmonar e o
tricúspide.
Avaliar:
Localização: focos;
Situação no Ciclo Cardíaco: sistólicos,
diastólicos ou sisto-diastólicos;
Intensidade: graduada em cruzes (1+ a
4+).
Impulsão do mesocárdio:
- Decúbito dorsal , elevação em 30
graus;
- Pontas dos dedos nos 3, 4 e 5 EIE
2
Propedêutica Cardiovascular
esquerdo;
- Solicite ao paciente que expire e
pause a respiração.
Avaliará o impulso sistólico do ventrículo
direito. Na DPOC, o impulso pode ser
melhor avaliado em epigástrico.
➔ Palpação de pulsos:
Carótida*, braquial, radial e ulnar, aorta
abdominal, artéria femoral comum, artéria
poplítea, artéria tibial posterior e artéria
pediosa.
*Auscultar antes de palpar → paciente
pode ter placa de ateroma.
Avaliar:
Frequência:
→ Normal ou eusfigmia = 60 a 100 bpm;
Taquisfigmia: > 100 bpm;
→ Bradisfigmia: < 60 bpm.
Ritmicidade:
→ Rítmico (regular);
→ Arrítmico (irregular).
Intensidade: quantificada em cruzes
0 a 4+ ou ausente, reduzido ou normal.
→ IMPORTANTE AVALIAR A SIMETRIA!
Tipos de pulsos:
Primeira seta: anacótico → pulso
pequeno, de elevação lenta, retardado,
com uma incisura ou ombro no ramo
ascendente → estenose aórtica.
Segunda seta: em martelo-d’água →
expansão sistólica rápida e súbita →
regurgitação aórtica.
Pulsos assimétricos: aneurisma da aorta,
aterosclerose de artérias periféricas.
3
Propedêutica Cardiovascular
DOR TORÁCICA
Dor anginosa
➔ Localização: tipicamente
retroesternal (às vezes possui difícil
localização);
➔ Intensidade: varia de acordo com o
grau de isquemia:
Leve - desconforto;
Moderada - incomoda bastante o
paciente;
Intensa → muito incômodo,
necessitando repouso e
acompanhada de outros sintomas.
➔ Tipo: constritiva (sensação de aperto
e outras vezes expressa como
queimação, facada, formigamento).
➔ Quanto mais intensa, maior a chance
de irradiação → mandibular,
auricular, cervical, epigástrica (muito
comum no diabético),
interescapulovertebral, membros
superiores (principalmente
esquerdo).
➔ Fatores desencadeantes, duração e
fatores de melhora:
● Angina estável → há fator
desencadeante (esforço físico,
estresse, frio), dura até 10 minutos
e melhora com repouso;
● Angina instável → pode ter início
no repouso, esforços menores
desencadeiam a dor, mais
persistente, durando até 20
minutos.
● IAM → igual a angina instável,
porém dura mais de 20 minutos
até horas.
➔ Fatores de piora → condições que
aumentam o consumo de oxigênio
como esforço físico, taquicardias,
refeições copiosas e emoções.
➔ Fatores associados → dispneia,
dudorese fria, náuseas, vômitos,
tonturas e palpação.
Angina de Prizmetal → vasoespasmo
coronariano, se repete sempre no
mesmo momento do dia.
Mecanismo envolvido nos sinais e
sintomas cardíacos:
1. Desequilíbrio entre oferta e
consumo de O2;
2. Hipóxia celular (sem alterações
necróticas - angina; com
alterações necróticas - IAM);
3. Estímulo de terminações nervosas
por substâncias químicas: ácido
lático, potássio, prostaglandina e
etc.
Principal → aterosclerose.
Fatores de risco:
● Sexo masculino;
● Homens > 55 anos e mulheres >
65 anos;
● Tabagismo;
● Diabetes;
● HAS;
● Dislipidemias;
● História familiar em idade precoce.
Dor aórtica
➔ Lancinante, início súbito,
retroesternal ou face anterior do tórax
com irradiação para pescoço, região
interescapular e ombros;
➔ Decorrente da ruptura na camada
íntima do vaso com dissecção pelo
sangue da camada íntima e média;
➔ Fatores de risco → HAS,
aterosclerose, tabagismo,
aneurismas anteriores, DM, síndrome
de Marfan;
➔ Exame físico → diferença de PA
entre os membros superiores.
Dor pleurítica
➔ Dor aguda, intensa e em pontada;
➔ Desencadeada e com piora pela
respiração ou tosse →
ventilatório-dependente;
➔ Região paraesternal ou lateral do
tórax (uni ou bilateral);
➔ Pleurite, TEP, pneumotórax.
Dor pericárdica
➔ Semelhante à dor pleurítica;
➔ Aguda e irradia para pescoço e
dorso;
➔ Localização → retroesternal;
➔ Atitude genupeitoral (posição em
prece maometana);
➔ Pode ter sintomas gripais prévios ou
durante o quadro.
Dor esofágica
Em aperto ou queimação retroesternal
(simula dor anginosa);
Dura horas;
4
Propedêutica Cardiovascular
Desencadeada pela deglutição ou
decúbito dorsal;
Ocorre mais de uma vez ao mês;
Pode estar associada a regurgitação e
disfagia.
Dor osteomuscular
➔ Após atividade física intensa;
➔ Reprodutível ao toque e piora aos
movimentos;
➔ Pode ser intensa e restringir
movimentos.
DISPNEIA
➔ Dispneia de esforço → mais comum
nas doenças cardíacas. Geralmente
progressiva. É causada pela
elevação da pressão capilar
pulmonar por aumento da pressão no
átrio esquerdo decorrente da
disfunção ventricular esquerda.
➔ Ortopneia → impede o paciente de
ficar deitado e o obriga a sentar ou
ficar de pé. É causada pelo aumentoda congestão pulmonar pelo maior
fluxo de sangue proveniente dos
membros inferiores e da área
esplâncnica.
➔ Dispneia paroxística noturna →
paciente acorda após algumas horas
de sono com intensa dispnéia,
acompanhada de sufocação, tosse
seca e opressão torácica, que obriga
a sentar-se ou levantar-se. É
causada pela sobrecarga volêmica
gerada pela reabsorção dos edemas
gravitacionais.
➔ Dispneia de decúbito: o paciente em
posição deitada sente desconforto
respiratório. Para aliviar: eleva a
cabeça e o tórax. A ortopnéia é um
tipo de dispneia de decúbito, mas
nela o paciente precisa se sentar. Ao
se deitar → aumento do retorno
venoso → maior enchimento.
➔ Chieira ou chiado: presença de
sibilos. Frequente na asma brônquica
e na bronquite crônica.
➔ Hemoptise: eliminação do sangue
puro procedente da traqueia,
brônquios e pulmões. A
expectoração sanguinolenta pode
decorrer de passagem de eritrócitos
de vasos pulmonares congestos para
os alvéolos ou ruptura de vasos
endobrônquicos dilatados.
AUSCULTA
FOCOS OU ÁREAS DE AUSCULTA
Todo precórdio e as regiões
circunvizinhas, incluindo a região axilar
esquerda, o dorso e o pescoço, precisam
ser auscultados.
Foco ou área mitral: 5º espaço
intercostal esquerdo na linha
hemiclavicular e corresponde ao ictus
cordis ou ponta do coração. Em
cardiomegalia esse foco se desloca
lateralmente na direção da linha axilar
anterior.
Foco ou área pulmonar: 2º espaço
intercostal esquerdo, junto ao esterno.
Nesse foco se tem condições ideais para
a análise dos desdobramentos
(fisiológicos ou patológicos) da 2ª bulha
pulmonar.
Foco ou área aórtica: 2º espaço
intercostal direito, justaesternal. Melhor
local para perceber fenômenos acústicos
de origem aórtica → 3º e 4º espaço
intercostal esquerdo → foco aórtico
acessório.
Foco ou área tricúspide: base do
apêndice xifóide à esquerda. Fenômenos
acústicos originados na valva tricúspide
(sopro sistólico) são mais percebidos na
área mitral. (Rivero-Carvallo).
Outras áreas no precórdio:
Borda esternal esquerda: entre a área
pulmonar e a tricúspide.
Borda esternal direita: do foco aórtico ao
5º espaço intercostal direito justaesternal.
5
Propedêutica Cardiovascular
Endoápex ou mesocárdio: entre o foco
tricúspide, o foco mitral e o aórtico
acessório.
Regiões infra e supraclaviculares:
direita e esquerda.
Regiões laterais do pescoço:
caracterização do sopro de estenose
aórtica (irradiação segue a direção do
fluxo sanguíneo ejetado pelo ventrículo
esquerdo).
Regiões interescapulovertebrais:
região interescapulovertebral esquerda →
sopro da persistência do canal arterial.
OBJETIVOS DA AUSCULTA DO
CORAÇÃO
Aspectos considerados: bulhas cardíacas,
ritmo e frequência cardíaca, ritmos
tríplices, alterações das bulhas cardíacas,
cliques ou estalidos, sopros, ruído da
pericardite constritiva, atrito pericárdico e
rumor venoso.
BULHAS CARDÍACAS
Dois ruídos característicos que se
repetem sequencialmente.
Primeira Bulha (B1) "TUM'': fechamento
das valvas mitral e tricúspide.
A primeira bulha coincide com o ictus
cordis e com o pulso carotídeo (no caso
de arritmias, não há coincidência com o
pulso). É analisada na região de ponta do
coração, ápice.
É o timbre mais grave e seu tempo de
duração é maior que a segunda bulha.
Na sístole.
Alterações:
Palpável em casos de estenose da
válvula mitral, hipertensão arterial
sistêmica e hipertireoidismo. A B1
palpável corresponde na ausculta como
bulha hiperfonética.
Hiperfonese: ocorre devido a contração
ter início no momento em que as valvas
se encontram baixas; decorre da
diminuição do enchimento ventricular,
tais como taquicardia, hipertireoidismo
e contrações prematuras
(extrassístoles).
Alterações do desdobramento: a 1ª
bulha desdobrada na área mitral e/ou
tricúspide → discreto assincronismo na
contração dos ventrículos. Na
inspiração, aumenta o volume pulmonar
além da expansão da caixa torácica →
facilita o retorno venoso fazendo→
entre um maior volume de sangue no
átrio direito → delay fisiológico do
fechamento da valva tricúspide.
Mascaramento: presença de sopro
sistólico de regurgitação.
Segunda Bulha (B2) “TÁ”: fechamento
das valvas aórtica e pulmonar; constituída
de quatro grupos de vibrações.
É ouvido o pulmonar no foco pulmonar à
borda esternal esquerda e o aórtico em
toda a região precordial.
Condição normal: componente aórtico
precede o pulmonar; mais intensa nos
focos da base (aórtico e pulmonar) →
proximidade da parede torácica das
estruturas que originam o som.
Expiração: ambas as valvas se fecham
simultaneamente → único ruído.
Inspiração: componente pulmonar se
retarda → sístole do ventrículo direito se
prolonga em função do maior afluxo
sanguíneo a este lado do coração.
Alterações:
Palpação no foco pulmonar indica
hipertensão na circulação pulmonar; a
palpação do foco aórtico indica HAS. A
B2 corresponde na ausculta como
hiperfonéticas nestes focos.
Desdobramento: em vez do
TUM-TA-TUM-TA-TUM-TA, ouve-se
TLUM-TA-TLUM-TA-TLUM-TA.
Terceira Bulha (B3): ruído
protodiastólico de baixa frequência →
origina das vibrações da parede
ventricular subitamente distendida pela
corrente sanguínea que penetra na
cavidade durante o enchimento ventricular
rápido.
6
Propedêutica Cardiovascular
Mais audível na área mitral e com o
paciente em decúbito lateral esquerdo.
LOCALIZAÇÃO DOS FENÔMENOS
ESTETOACÚSTICOS
Durante a ausculta se encontram outros
sons que não sejam as bulhas → tem que
localizá-los exatamente na revolução
cardíaca.
Protossístole = terço inicial da sístole;
Mesossístole = terço médio da sístole;
Telessístole = terço final da sístole;
Protodiástole = terço inicial da diástole;
Mesodiástole = terço médio da diástole;
Telediástole = terço final da diástole.
RITMO E FREQUÊNCIA CARDÍACA
Quando há 2 bulhas → ritmo de 2 tempos
ou binário;
Quando há 3 bulhas audíveis → ritmo de
3 tempos ou tríplice.
ARRITMIAS CARDÍACAS
Sopros: vibrações mais prolongadas do
que as bulhas cardíacas → ocorre devido
às alterações no turbilhonamento no fluxo
sanguíneo no ciclo cardíaco
(estreitamento ou alargamento do fluxo;
alteração na velocidade do fluxo;
alteração do volume do fluxo; refluxo de
sangue para uma cavidade anterior).
Características:
➔ Intensidade (classificada em
cruzes 1+ até 4+ e e tem 6 graus,
sendo o primeiro inaudível e o
sexto audível sem o estetoscópio);
OBS.: no grau 5 e 6 → presença do
frêmito. Saber a manobra de Valsalva
(acentua o sopro da insuficiência
tricúspide - inspirar profundamente.
Intensidade maior na expiração forçada) e
de Rivero-Carvallo (intensidade menor
com a inspiração profunda). Manobra
Handgrip (insuficiência mitral).
➔ Frequência: depende do número
de vibrações por segundo e
velocidade de propagação;
➔ Timbre: musical, piante, raspante,
aspirativo, ruflar, jato de vapor,
sibilantes;
OBS: Na estenose mitral, as valvas se
tornam rígidas em decorrência da fibrose,
e o ruído produzido pelo seu fechamento,
além de mais intenso, adquire tonalidade
aguda e timbre metálico.
➔ Configuração: formato que se
adquire baseado no
fonocardiograma (crescendo,
decrescendo, platô,
crescendo-decrescendo);
➔ Cronologia: fase do ciclo cardíaco
em que ocorrem: sistólicos,
diastólicos, sisto-diastólicos,
contínuos.
➔ Duração: quanto da sístole ou da
diástole são ocupados;
➔ Localização: foco ou região de
ausculta cardíaca;
➔ Irradiação: ajuda na localização e
intensidade.
Estalidos: são ruídos que podem ser
auscultados devido a alterações
patológicas das válvulas mitral e
tricúspide.
➔ Estalidos Diastólicos: estenoses
das valvas mitral e tricúspide e,
mais raramente, na insuficiência
mitral e na comunicação interatrial.
➔ Estalido de abertura mitral: em
decorrência das modificações
anatômicas, a abertura da valva
mitral passa a provocar um ruído
seco, agudo e de curta duração.
Sopro → sempre pensar em ventrículos.
SOPRO SISTÓLICO:
Classificados em sopro sistólico de ejeção
e de regurgitação.
Pode ser devido a uma insuficiência da
valva mitral ou tricúspide.
7
Propedêutica Cardiovascular
Sopro sistólico por ejeção → causado
por estenose da valva aórticaou
pulmonar e se origina durante o período
de ejeção ventricular.
OBS: A pressão intravascular está mais
alta que nos ventrículos, por isso as
valvas aórticas e pulmonares ficam
fechadas e o sangue não sai para os
ventrículos ocasionando o sopro.
Características:
Começa após a primeira bulha e o seu
intervalo corresponde à fase de
contração isovolumétrica. A pressão
intraventricular se eleva e as valvas
atrioventriculares se fecham → 1º
bulha. A pressão intravascular está
elevada dentro dos ventrículos →
valvas sigmóides continuam fechadas.
Originado na valva tricúspide → mais
percebido nas proximidades da área
mitral.
Tem início após a B1 e termina antes da
B2.
Sopro sistólico por regurgitação →
regurgitação de sangue dos ventrículos
para os átrios.
OBS: A pressão intraventricular já está
mais alta do que no átrio durante o
fechamento das valvas mitral e tricúspide.
Por conta dessa diferença de pressão o
sangue regurgita para a câmara de menor
pressão desde o início da sístole e
durante toda a contração sistólica o
sangue continua regurgitando.
Características:
Pode ou não aparecer junto com a B1 e
terminar junto com a B2 → pode
mascarar ou não as bulhas cardíacas.
SOPRO DIASTÓLICO:
Podem ser traduzidos como estenose ou
insuficiência (estenose mitral,
regurgitamento da aorta).
Aparecem durante a diástole, e conforme
o momento em que nela se situam,
podem ser chamadas de protodiastólicos
(B3), mesodiastólicos e telediastólicos.
Iniciam-se com o segundo ruído ou após
um evidente intervalo subsequente à
segunda bulha ou ocorrem de maneira
imediata antes do primeiro ruído.
Genericamente, eles podem se originar de
regurgitação por meio de valvas
semilunares ou como resultado do fluxo
anterógrado por meio das valvas
atrioventriculares.
Abertura da valva atrioventricular → se
não abrir ou fechar corretamente, por
exemplo.
➔ Estenose Mitral:
As cúspides da valva mitral não se abrem
completamente durante a diástole,
dificultando a passagem de sangue do AE
para o VE → AUDÍVEL NA ÁREA
MITRAL, característica de ruflar e
apresenta um reforço pré-sistólico.
B1 hiperfonética: quando o ventrículo
esquerdo se contrai, os folhetos são
vigorosos e subitamente empurrados para
a posição de fechamento.
➔ Insuficiência aórtica:
Na diástole, as cúspides da valva aórtica
não ocluem o orifício, possibilitando o
refluxo de sangue da aorta (Ao) para o
ventrículo esquerdo (VE) → audível no
8
Propedêutica Cardiovascular
foco aórtico (FAo) ou no foco aórtico
acessório (FAO ac), irradiando-se para a
ponta do coração, é proto e
mesodiastólico e tem alta frequência.
Como Descrever:
Quantas bulhas? Normo, hipo,
hiperfonéticas? Com sopros ou sem
sopros - tipo, timbre, foco e se tem
irradiação.
Sopros sistólicos na região da ponta
e no mesocárdio: de regurgitação.
➔ Insuficiência mitral → sopro audível
no foco mitral. Suave e precedido
por B1 hipofonética. Inicia-se na
sístole ventricular e estende-se até
a B2, com frequência encobrindo-a.
Irradiação → região lateral do
hemitórax esquerdo até a linha
axilar média e também para o foco
tricúspide e pode também ser
ouvido na região infraescapular
esquerda. Intensidade menor na
manobra de Rivero-Carvallo e
maior na manobra Valsalva. Com
frequência - acompanhado da
terceira bulha. Moderado ou forte
(pelo menos +++).
➔ Insuficiência tricúspide →
diferenças da IM - foco em região
tricúspide ou mesocárdio.
Irradiação, quando presente, para a
região do apêndice xifóide e foco
pulmonar. Fraco ou moderado (+ a
+++). Intensidade maior na
manobra Rivero-Carvallo e menor
na expiração. Sempre vai haver
frêmito.
➔ Comunicação interventricular → se
situa no terceiro ou quarto espaço
intercostal esquerdo, na região
paraesternal. Bastante intenso (+++
ou ++++) e rude. Irradia-se para a
região medioesternal e
paraesternal direita - audível em
todo o precórdio com frequência. A
intensidade aumenta com a
expiração e diminui com a
inspiração. Frêmito na região
paraesternal.
➔ Sopro funcional → intensidade
baixa (+ a ++) e suave, ocupa os
terços inicial e médio da sístole →
protomesossistólico. Após esforço,
anemia, gravidez, febre,
hipertireodismo → aumento da
velocidade do sangue. Comum em
crianças (foco pulmonar). Não há
frêmitos.
Sopros sistólicos na região da base:
de ejeção.
➔ Nos focos aórtico e aórtico
acessório → nessas localizações,
os sopros são funcionais OU
devido à estenose da vávula aórtica
- é intenso (++ ou mais). Irradia-se
para a fúrcula esternal e
bilateralmente para o pescoço.
Sopro começa fraco e acentua-se
do meio para o fim da sístole.
Frêmito - frequentemente.
➔ No foco pulmonar → estenose da
válvula pulmonar e comunicação
interatrial OU natureza funcional.
Sopro da estenose - é rude e
irradia-se para a região
infraclavicular esquerda. Frequente
o frêmito. O sopro da comunicação
interatrial é semelhante ao da EP.
Intensidade baixa (+ ou ++) e B2
constantemente desdobrada
(devido à sobrecarga de volume do
ventrículo direito).
Sopros diastólicos na região da
ponta:
Aumentam após exercícios físicos e
emoções.
➔ Estenose mitral → ouvido na
região do ictus e irradiado mais
lateralmente, até a linha axilar.
Aumenta com a expiração e decúbito
9
Propedêutica Cardiovascular
lateral esquerdo. É fraco no início da
diástole e aumenta de intensidade no
final.
➔ Estenose da tricúspide →
ouvido na região paraesternal
esquerda baixa, aumentando com a
inspiração.
Sopros diastólicos na região de
base:
Insuficiência das válvulas aórtica ou
pulmonar:
➔ IAo → audível nos focos aórtico
e aórtico acessório. Irradia-se em
direção à ponta. Não é muito intenso e
possui caráter aspirativo.
➔ IP → mais audível no foco
pulmonar. Pode induzir falso
diagnóstico de IAo (insuficiência
aórtica) por ser ouvido também no foco
aórtico acessório.
CASO CLÍNICO: Febre Reumática e
Cardiopatia Reumática
A febre reumática (FR) é uma doença
inflamatória aguda, imunomediada e
multissistêmica, que classicamente ocorre
algumas semanas após um episódio de
faringite por estreptococos do grupo A;
ocasionalmente, a FR pode suceder
infecções por estreptococos em outros
locais, como na pele.
A cardite reumática aguda é uma
manifestação comum da fase ativa da FR
que, com o tempo, pode progredir para
cardiopatia reumática (CR) crônica,
manifestando-se principalmente como
anormalidades valvares.
A CR é caracterizada principalmente pela
doença valvar fibrótica deformante que
envolve, em particular, a valva mitral
Ainda um problema em países em
desenvolvimento; afeta especialmente
crianças e adultos jovens (5-15 anos)
Patogenia: a febre reumática aguda
resulta das respostas imunes do
hospedeiro aos antígenos dos
estreptococos do grupo A, que têm
reação cruzada com as proteínas do
hospedeiro.
Aspectos Clínicos: FR é caracterizada por
uma constelação de achados: (1) a
poliartrite migratória das grandes
articulações, (2) a pancardite, (3) os
nódulos subcutâneos, (4) o eritema
marginado da pele e (5) a coreia de
Sydenham, um distúrbio neurológico
caracterizado por movimentos rápidos,
descontrolados e involuntários.
Após o ataque inicial, os pacientes
tornam-se mais vulneráveis à reativação
da doença após novas infecções
faríngeas e é provável que apareçam as
mesmas manifestações em cada ataque
recorrente. O dano às valvas é
cumulativo. A turbulência induzida por
deformidades valvares em
desenvolvimento leva à fibrose adicional.
As manifestações clínicas aparecem anos
ou mesmo décadas após o episódio inicial
de FR.
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