Buscar

Prévia do material em texto

C I R U R G I A E T É C N I C A S C I R Ú R G I C A S
V E T E R I N Á R I A
• P R O F I L A X I A D A I N F E C Ç Ã O •
O que é profilaxia da infecção?
Conjuntos de medidas destinadas a impedir o aparecimento de infecções no paciente
cirúrgico. São as chamadas infecções hospitalares.
Qual a importância de trabalharmos com a profilaxia da infecção? Diminuição de
antibióticos, tempo de internação, perda de cirurgia. Em 1865 Lister fala de
antissépticos paras as mãos, 1870 fala de pasteurização (fervura), 1882 Neuber institui o
uso de aventais e 1889 Halsted institui o uso de luvas. Se estamos falando de profilaxia
da infecção estamos falando de cirurgias contaminadas ou infectadas? Se estamos
falando em profilaxia da infecção estamos falando de uma cirurgia limpa ou
potencialmente infectada, se falamos de uma ferida infectada temos que pensar no
combate a contaminação pensando em abolir uma superbactéria.
Gram negativas são mais nocivas e Gram positivas são mais encontradas nas fezes.
Ferida cirúrgica:
Os principais contaminantes da ferida cirúrgica são:
· Instrumental cirúrgico (tesouras, pinças etc.);
· Material cirúrgico (compressas, gaze, fio);
· Equipamento cirúrgico (furadeira);
· Equipe cirúrgica (cirurgião, auxiliar, instrumentador);
· Paciente (microorganismos endógenos e exógenos);
· Centro cirúrgico (ambiente).
A forma de limpeza ou esterilização é diferencial para cada item ou etapa.
Material crítico X Semi crítico X Não crítico:
· Material crítico: contato direto com a ferida ou sangue do paciente – instrumental
cirúrgico, material cirúrgico, luvas, broca da furadeira;
· Semi crítico: contato com as mucosas – sonda, endoscópio;
· Não crítico: não tem contato direto com a ferida/sangue e nem com as mucosas, mas
faz parte do procedimento – furadeira.
Assepsia:
Assepsia – uso de técnica cirúrgica e procedimentos adequados para prevenir a
contaminação dos tecidos durante a cirurgia.
· Esterilização dos instrumentos, equipamentos e materiais cirúrgicos;
· Preparo e antissepsia da equipe cirúrgica e paciente;
· Manutenção e desinfecção do ambiente cirúrgico;
· Uso de técnica cirúrgica adequada;
· Cuidados pós operatórios.
Desinfecção:
Desinfecção – destruição da maior parte dos organismos patogênicos presentes em
objetos inanimados. Fazendo uso de um desinfetante.
Esterilização:
Esterilização – destruição de todos os microrganismos.
Antissepsia:
Antissepsia – utilização de produtos sobre a pele ou mucosa para reduzir o número de
microrganismos em sua superfície. Antissépticos bucais ou para feridas.
Relacionada ao material e instrumental cirúrgico:
Limpeza prévia - visa retirar o material grosseiro e orgânico
· Manual (escova e detergente);
· Ultrassom.
Empacotamento/ embalagem – preparação pré esterilização:
· Pacotes de pano (algodão) fechados com fita crepe – tempo menos de esterilização;
· Envelopes de plástico/ papel fechados com calor – tempo maior de esterilização.
Métodos de esterilização:
· Térmica (calor):
Úmido Autoclave – 120 á 130°C alta temperatura com alta pressão por até 30 minutos;
Seco Estufa – 160°C por 2 horas. Era mais usado com a caixa cirúrgica. Não é
permitida pela ANVISA RDC N° 15/2012. Hoje em dia é usada somente para a secagem
dos materiais.
Hoje em dia se for para fazer o investimento é melhor uma autoclave, mesmo que seja
pequena.
· Radiação: método de alto risco de manuseio e por isso é de uso exclusivo hospitalar.
Usando o Cobalto 60.
· Química:
Gases – Óxidos de etileno (ETO): sondas, instrumentos ópticos e termossensíveis;
Líquidos – Glutaraldeído imersão 10 á 15 minutos com a função de desinfecção e 10
horas com a função de esterilização (tóxico – cancerígeno). Normalmente é feito em
gastroscopia e colonoscopia sendo assim é um material semicrítico. Fenol (ácido
carboxílico).
Como sabemos se o material foi esterilizado? Usamos as fitas termos sensíveis e as
embalagens de papel e plástico possuem marcações.
Relacionada a equipe cirúrgica:
Paramentação:
- Pijama/ Propé
- Gorro/ Máscara
O interessante é trocar de roupa para procedimentos cirúrgicos com a intenção de não
se sujar. Sempre utilizar roupas confortáveis durante o procedimento cirúrgico e
sapatos confortáveis (crocs ou sapato cirúrgico). Não esterilizados, mas importante para
além de evitar a contaminação do paciente, diminuir o risco biológico.
· Antissepsia mãos e antebraços – diminuição de carga viral
· Avental e luva cirúrgica (esterilizados)
Algodão e TNT (diversas gramaturas, quanto maior a gramatura mais resistente e mais
impermeável ele é)
ü Postura – a partir do momento em que estamos paramentados precisamos ficar com as
mãos juntas. Com o intuito de evitar a contaminação.
Sempre é necessário que alguém ou o próprio cirurgião abra o campo cirúrgico e
coloque as luvas estéreis e os outros materiais. SEMPRE AVISAR QUE A MESA ESTÁ
ABERTA!!!!!
A antissepsia é feita com uma esponjinha com cerdas macias que pode ser seca, iodada
(iodo polvidine) ou com clorexidine e com os braços para cima, sempre se iniciando com
os dedos e terminando com os cotovelos. Primeiro enxague a mão e pegue a esponjinhas
– unhas 10 á 20 movimentos, dedos, entrededos, palma da mão, dorso da mão e
antebraço 10 movimentos – enxague. Seguir com a mão para cima e fazer a secagem
cada lado do pano é para um braço / mão – segue o mesmo esquema de lavagem e a vai
para o descarte.
Vestimos o avental e um auxiliar fecha – pega pela gola, abre ele longe da mesa, vê onde
os braços encaixam e o auxiliar fecha. Após isso é colocada a luva.
Relacionada ao paciente:
Limpeza:
· Banho – recomendar que o paciente tome um banho um dia antes da cirurgia;
· Tricotomia – tosar o local do acesso venoso e o local da cirurgia seguindo formas
geométricas;
· Antissepsia – é feita a limpeza dos cascos em equinos e após a tricotomia é feita a
antissepsia com antisséptico e o resto da antissepsia é retirada na mesa cirúrgica com
uma solução alcoólica. Sempre é feita do centro para a periferia.
Proteção do sítio cirúrgico:
· Panos de campo – devem cobrir o máximo o paciente e deixando exposto somente o
local do procedimento cirúrgico, podendo de ser de algodão, tecido ou não tecido. E o
campo deve ser preso com uma pinça Backhaus.
Principais antissépticos:
· Iodóforos - Iodo associado á uma mólecula transportadora. Povidine (pvp) tendo o
degermante e alcoólico;
· Clorexidine – Grande afinidade pela pele sem ser irritante, ação residual até 6 horas
pós aplicação;
NÃO ASSOCIAR POVIDINE E CLOREXIDINE
· Álcool – Pode ser etílico e isopropílico 60 a 95%.
Relacionada ao ambiente (centro cirúrgico)
Minimizar contaminantes:
· Limpeza e desinfecção da sala;
· Ar-condicionado.
Postura:
· Mínimo trânsito de pessoas;
· Pouca conversa;
· Não encostar onde não deve.
Desinfetantes:
É um agente que destrói os microorganismos de objetos inanimados, mas restam alguns
esporos/ vírus.
Indicação: ambiente, material não crítico (dentário, Mesas).
· Álcool (etílico/ isopropílico);
· Aldeídos (formaldeído/glutaraldeído);
· Iodóforos;
· Gluconato de clorexidina;
· Hipoclorito de sódio.
Classificação das cirurgias segundo ao potencial de contaminação:
· Limpas: eletivas, primariamente fechadas em tecidos estéreis, na ausência de processo
infeccioso ou inflamatório, ou quebra técnica asséptica. Ex: esplenectomia, cardíaca;
· Potencialmente contaminadas: sob condições controladas com flora microbiana usual
onde ocorre penetração em trato digestivo, respiratório ou urinário, mas sem
contaminação significativa. Ex: enterotomia, traqueostomia;
· Contaminadas: ferida aberta, flora bacteriana local abundante, mas sem supuração
local. Quebra da técnica asséptica. Ex: TGI desvitalizado, fratura exposta;
· Infectadas: lesão local causadas pela proliferação bacteriana, tecido necrótico, corpo
estranho e exsudato purulento. Ex: enterotomia com peritonite.