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nicolas kurz - 01560520086
Prof. Nathalia Masson 
 Aula 06 
 
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Noções de Direito Constitucional – Polícia Federal 
 
 
 
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Noções de Direito Constitucional – Direitos 
Políticos 
Polícia Federal 
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Noções de Direito Constitucional – Polícia Federal 
 
Sumário 
SUMÁRIO ............................................................................................................................. 2 
DIREITOS POLÍTICOS ........................................................................................................... 3 
(1) RECADO INICIAL .............................................................................................................................................. 3 
(2) PRIMEIRAS PALAVRAS ................................................................................................................................... 3 
(3) ALGUNS CONCEITOS ....................................................................................................................................... 3 
(4) DIREITOS POLÍTICOS – ARTIGOS 14 A 16 DA CF/88 ................................................................................... 7 
(5) ART. 16, CF/88 – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE (OU ANUALIDADE) ELEITORAL .............................. 8 
(6) ART. 15, CF/88 – HIPÓTESES DE PRIVAÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS ................................................. 14 
(7) ART. 14, CAPUT – PARTICIPAÇÃO POPULAR DIRETA ................................................................................ 28 
(8) ART. 14, § 1° - ALISTAMENTO ELEITORAL ................................................................................................. 39 
(9) ART. 14, § 2° - INALISTÁVEIS ..................................................................................................................... 44 
(10) ART. 14, § 3° - ELEGIBILIDADE .................................................................................................................45 
(11) INELEGIBILIDADES – INTRODUÇÃO ..........................................................................................................56 
(11.1) ART. 14, § 4° - INELEGIBILIDADE ABSOLUTA ........................................................................................ 57 
(11.2) ART. 14, §§ 5°, 6°, 7° E 9° - INELEGIBILIDADES RELATIVAS .............................................................. 62 
(A) ART. 14, § 5° – REELEIÇÃO ........................................................................................................................ 62 
(B) ART. 14, § 6° – DESINCOMPATIBILIZAÇÃO............................................................................................... 68 
(C) ART. 14, § 7° – INELEGIBILIDADE REFLEXA .............................................................................................. 73 
(D) ART. 14, § 9° – OUTRAS INELEGIBILIDADES (TRAZIDAS POR LC)......................................................... 90 
(12) AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO (AIME) ...................................................................... 94 
(13) PARTIDOS POLÍTICOS ............................................................................................................................... 109 
(A) INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 109 
(B) PRINCÍPIOS E PRECEITOS REGENTES ........................................................................................................ 109 
(C) LIBERDADE E AUTONOMIA PARTIDÁRIA .................................................................................................... 111 
(14) QUESTÕES RESOLVIDAS EM AULA ........................................................................................................... 125 
(15) OUTRAS QUESTÕES: PARA TREINAR ........................................................................................................ 181 
(16) RESUMO DIRECIONADO ............................................................................................................................ 189 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 197 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITOS POLÍTICOS 
(1) Recado Inicial 
Lembre-se que esta aula foi produzida para o concurso da Polícia Federal, banca CEBRASPE, 
sendo datada de fevereiro de 2021. Como o conteúdo de Direito Constitucional é o que mais se altera 
no mundo jurídico (em razão das constantes mudanças legislativas e, em especial, das incessantes 
novas decisões do STF), não desperdice seu tempo ou arrisque sua aprovação estudando um material 
desatualizado. Busque sempre a versão oficial da aula no site do nosso curso! 
(2) Primeiras Palavras 
Olá, caro aluno! Bem-vindo a mais uma aula de Direito Constitucional! 
O assunto com o qual trabalharemos nessa aula, futuro servidor da Polícia Federal, é de 
fundamental importância não apenas para a sua prova. Sua compreensão também é indispensável para 
o exercício consciente e responsável da cidadania. 
Os direitos que estudaremos neste encontro são os políticos e formam o alicerce da democracia. 
Nossa Constituição trata do assunto no Capítulo IV do Título II, entre os artigos 14 a 16. Mas no 
que consistem, enfim, os direitos políticos? O próximo item vai lhe ajudar a compreender. 
(3) Alguns conceitos 
Os “direitos políticos” (também conhecidos como direitos de cidadania) são o conjunto de 
normas legais permanentes que regulamenta o direito democrático de participação do povo no 
Governo, diretamente ou por seus representantes. Os direitos políticos consistem, portanto, na 
disciplina dos meios necessários ao exercício da soberania popular. 
A conquista de direitos civis e políticos faz parte da chamada primeira geração/dimensão de 
direitos fundamentais (já estudada anteriormente por nós, na aula sobre a Teoria Geral dos Direitos 
Fundamentais). A relevância histórica dessa conquista é indiscutível, mas é importante lembrar que os 
direitos civis e políticos não foram garantidos desde o início a todas as pessoas. Em sua origem, tais 
direitos eram titularizados por uma parcela reduzida da população composta por homens que eram, em 
sua maioria, burgueses. 
A ampliação do sufrágio foi sendo gradualmente conquistada por meio de lutas sociais. A 
história do nosso país revela que o exercício de direitos políticos já foi negado às mulheres, aos pobres, 
aos analfabetos etc. Atualmente, entretanto, o Brasil adota o sufrágio universal. Mas o que isso 
significa? 
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Para compreender o sentido dessa expressão, primeiro é necessário saber o significado da 
palavra sufrágio. Sufrágio, estimado aluno, é o direito público subjetivo de eleger um representante 
político (capacidade eleitoral ativa) e/ou de ser eleito como representante político (capacidade eleitoral 
passiva), o que em palavras simples representa o direito de votar e/ou ser votado. O sufrágio é um 
direito exclusivo do cidadão. 
Conforme já afirmado acima, o Brasil adota o sufrágio universal, pois confere o exercício do 
sufrágio a todos os cidadãos, independentemente do sexo, de condições financeiras ou de nascimento, 
de escolaridade ou de qualquer outra capacidade especial. 
Perceba que o sufrágio universal e o princípio fundamental do pluralismo político (art. 1º, V, 
CF/88) encontram-se profundamente relacionados. Vivemosem um país de dimensões continentais, no 
qual convivem diferentes grupos sociais que apresentam particularidades étnicas, culturais e 
econômicas. A vida e os anseios de uma cidadã carioca, por exemplo, são provavelmente distintos da 
vida e dos anseios de um cidadão potiguar, embora sejam igualmente brasileiros. E é o sufrágio 
universal que permite a ambos participarem da tomada de decisões sobre o destino e os interesses 
nacionais. O Brasil é plural por essência e a consagração do pluralismo político como um princípio 
constitucional garante participação dos cidadãos no poder político por meio da representatividade e do 
debate democrático entre eventuais interesses dos diversos grupos sociais existentes. 
Mas fique atento! A universalidade do sufrágio não significa que todo e qualquer brasileiro 
poderá votar e ser votado! 
Você já sabe que apenas cidadãos possuem essa prerrogativa, a qual será concedida apenas às 
pessoas que atenderem alguns requisitos apontados na Constituição Federal e na legislação ordinária. E 
quanto mais aberto for o processo político de um país para a participação de cada cidadão em 
diferentes momentos e processos da cidadania, mais democrático esse país será considerado. Nesse 
aspecto, a promulgação da Constituição Federal de 1988 representou um importante marco na 
redemocratização do país e na abertura do processo político brasileiro. Analfabetos e adolescentes a 
partir dos dezesseis anos, por exemplo, passaram a ter direito ao voto. Instituiu-se um regime 
democrático mais inclusivo, mais representativo, mais legítimo. 
Assim, o regime democrático e o caráter universal do sufrágio não impedem sejam 
estabelecidos critérios para o exercício da cidadania, desde que razoáveis e proporcionais. Afinal, a 
história política do Brasil nos conta que as restrições fundadas em critérios de raça, gênero, 
escolaridade ou condições financeiras atendiam mais aos interesses particulares de certos grupos do 
que os interesses de toda a sociedade. 
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Estamos avançando bem! Vamos dar mais um passo em nossos estudos a respeitos dos direitos 
políticos, agora para aprendermos o significado de soberania popular. Começaremos com leitura do 
parágrafo único do art. 1º, da CF/88, que nos fornece uma primeira pista a respeito: 
Art. 1º. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
Agora vamos aliar a leitura desse dispositivo ao texto do caput do artigo 14: 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e 
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: 
I - plebiscito; 
II - referendo; 
III - iniciativa popular. 
O povo é o soberano, porque é o detentor (é o dono!) de todo o poder que legitima o governo 
democrático. Esse poder é exercido através do sufrágio (que você já sabe o que é) e, nos termos da lei, 
por instrumentos como o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular (instrumentos próprios das 
democracias diretas e que serão estudados a seguir). 
Soberania popular, portanto, é a soma da vontade de todos os cidadãos que confere 
legitimidade aos representantes eleitos a quem são delegadas as funções de governo. A conexão entre 
legitimidade política e vontade popular é essencial para o bom funcionamento da democracia. 
Espero que a esta altura você já esteja convencido da importância do exercício responsável da 
cidadania que evidentemente não se resume ao ato de votar. Afinal, o voto nada mais é do que a 
materialização da vontade do cidadão eleitor manifestada por meio da escolha de seus representantes 
políticos. O exercício da cidadania vai muito além disso, pois envolve, além do voto, a participação nos 
meios diretos de exercício da soberania (plebiscito, referendo e iniciativa popular de projetos de lei), 
inclusive a propositura da ação popular (art. 5°, LXXIII, CF/88). 
Pois bem, prezado aluno. Para testar nosso conhecimento acerca desses pontos, que tal 
resolvermos juntos algumas questões? 
Questões para fixar 
[SELECON - 2018- SECITEC-MT - Técnico de Apoio Educacional] A Constituição da República Federativa do 
Brasil de 1988 decreta que o sistema político do país é de um Estado Democrático de Direito, no qual “todo 
poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos”. Isto significa que a Constituição se 
firma no conceito de democracia: 
a) participativa, porque a população votante participa das eleições, elegendo os seus candidatos a presidente 
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b) indireta, porque os cidadãos e as cidadãs votam indiretamente nos ministros do governo estadual 
c) direta, porque o povo elege por meio do voto secreto o presidente do Supremo Tribunal Federal 
d) representativa, porque o povo, que tem o direito a voto, elege seus representantes para os governos 
federais, estaduais e municipais. 
Comentário: 
Essa questão cobra o conhecimento de um ponto importantíssimo: afinal, nossa democracia é de que 
natureza? A democracia brasileira é do tipo semidireta ou representativa, pois, muito embora os cidadãos 
elejam terceiros para representá-los nos processos políticos decisórios, certos instrumentos próprios das 
democracias direitas (referendo, plebiscito e iniciativa popular) também são adotados pelo nosso sistema 
constitucional, viabilizando a intervenção direta dos governados em certas deliberações dos governantes. A 
assertiva que deve ser assinalada nessa questão, portanto, é a ‘d’. Vamos procurar onde estão os erros das 
demais? 
A alternativa ‘a’: o primeiro erro dessa assertiva está em afirmar ser a nossa democracia do tipo participativa; 
e o segundo em relacionar o exercício da democracia participativa à eleição de representantes. Democracia 
participativa é sinônimo de democracia direta, modelo este que permite aos cidadãos o exercício do poder 
político por meio de uma atuação direta, sem a necessidade de representantes eleitos. 
 Alternativa ‘b’: no Brasil, os Ministros/Secretários de governo de todas as unidades da federação não são 
eleitos, mas escolhidos pelo chefe do Executivo respectivo, estando a ele subordinados (art. 84, I e II, CF/88). 
Ademais, conforme já explicitado nas explicações das assertivas anteriores, o Brasil adota o modelo de 
democracia semidireta (e não direta, conforme afirmado erroneamente pela assertiva). 
Alternativa ‘c’: A democracia brasileira é, na verdade, do tipo semidireta e o Presidente do STF não é eleito 
pelo povo. Todos os membros da Corte Suprema são nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, pelo 
Presidente da República (art. 84, XIV, CF/88; ver também o art. 101, CF/88). 
Gabarito: D 
[Quadrix - 2018 - CRM-DF - Serviço Administrativo] Quanto aos direitos políticos na CF, julgue o item a 
seguir: 
No ordenamento jurídico brasileiro, o sufrágio se encerra com o direito, de todos os cidadãos, de votar em 
seus candidatos nas eleições gerais e regionais. 
Comentário: 
Em sua dimensão ativa, o sufrágio traduz-se no direito público subjetivo de o cidadão alistar-se como eleitor e 
votar (no intuito de eleger seus representantes políticos) envolvendo, também, o direito de participar de 
plebiscitos, referendos e subscrever projetos de lei de iniciativa popular. De outro lado, em sua dimensão 
passiva, representa o direito de ser eleito como mandatário político, ou seja, é o direito de concorrer a um 
cargo eletivo. Feitas essas breves considerações, note que a afirmativa está errada, pois o sufrágio não se 
encerra com apenas o direito de votar. 
Gabarito: Errado 
 
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E então? Achou as questões fáceis ou difíceis de responder? Espero que você não tenha 
enfrentado grandes dificuldades e que não restem dúvidas a respeito dessa etapa introdutória dos 
nossos estudos a respeito dos direitos políticos. Vamos seguir? Ainda há muito o que caminhar, futuro 
servidor da Polícia Federal.... 
(4) Direitos políticos – Artigos 14 a 16 da CF/88 
Os direitos políticos são espécies de direitos fundamentais, pois se encontram no cap. IV do 
Título II da Constituição Federal. 
São três os artigos que tratam do tema: o art. 14, o art. 15 e o art. 16. Ao invés de seguirmos a 
ordem posta no texto constitucional, iniciando com o art. 14, faremos uma inversão em nosso estudo. 
Em termos didáticos, será mais interessante enfrentarmos primeiro o importante art. 16, que trata do 
princípio da anterioridade eleitoral; na sequência, falaremos do art. 15, que consagra as hipóteses nas 
quais pode haver a determinação de privação dos direitos políticos (nas modalidades perda e 
suspensão); e, só então, estudaremos o art. 14, com seus 11 parágrafos – neste ponto trataremos de 
vários tópicos relevantes, tais como: o exercício direto da soberania popular (por meio dos institutos do 
plebiscito, do referendo e da iniciativa popular para apresentação de projetos de lei), da alistabilidade, 
dos inalistáveis, da elegibilidade, da inelegibilidade absoluta, das inelegibilidades relativas, e, por fim, 
da ação de impugnação de mandato eletivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O quadro posto abaixo vai lhe dar uma boa noção panorâmica daquilo que nos aguarda nos 
próximos itens: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(5) Art. 16, CF/88 – Princípio da Anterioridade (ou anualidade) 
Eleitoral 
Já ouviu falar nesse importante princípio, caro aluno? Está consagrado no art. 16, CF/88, que 
assim determina: 
A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se 
aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 4, de 1993) 
Veja bem, futuro servidor público: é possível modificarmos as regras do ‘jogo eleitoral’, mas uma 
eventual lei (ou uma emenda constitucional) que alterar o processo eleitoral, apesar de entrar em vigor 
na data de sua publicação, só produzirá efeitos (isto é, só terá eficácia) após um ano da data de sua 
vigência. 
DIREITOS 
POLÍTICOS 
Art. 16, CF/88 
Art. 15, CF/88 
Art. 14, CF/88 
Princípio da anterioridade eleitoral 
Privação dos direitos políticos (perda e suspensão) 
Exercício direto da soberania popular (art. 14, caput): 
Plebiscito; Referendo; Iniciativa popular para apresentação 
de Projetos de Lei 
Alistabilidade (art. 14, § 1º) 
Inalistáveis (art. 14, § 2º) 
Elegibilidade (art. 14, §§ 3º e 8º) 
Inelegibilidade absoluta (art. 14, § 4º) 
Inelegibilidades relativas (art. 14, §§ 5º, 6º, 7º, 9º) 
Ação de impugnação de mandato eletivo (art. 14, §§ 10, 11) 
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Em outras palavras: se uma lei (ou emenda constitucional) alterar o processo eleitoral, ela 
entrará em vigor (ingressará no ordenamento jurídico, ou seja, adquirirá vigência) logo que for 
publicada. Esta lei (ou esta EC), no entanto, só vai produzir efeitos (isto é, só vai valer efetivamente) 
depois que completar um ano de vigência. Isso significa que essa lei/EC nova só vai ser aplicada para as 
eleições que ocorram após o seu 1° ano de vigência. Assim, se uma eleição acontecer dentro desse 
período do 1° ano de vigência dela, as regras novas não terão incidência. 
Analise o esquema abaixo e note que, em razão de a Lei X ter sido publicada em novembro de 
2015, ela só completou um ano de vigência em novembro de 2016. Por esse motivo, não pôde ser 
aplicada à eleição que ocorreu em outubro de 2016 (pois estávamos dentro do 1° de vigência da lei 
nova). No entanto, essa Lei X passou a valer para todas as eleições que ocorreram após novembro de 
2016, tanto que o esquema nos mostra a incidência dela na eleição seguinte, que aconteceu em 
outubro de 2018. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para sairmos dos exemplos abstratos, vou ilustrar a aplicação do art. 16, CF/88 com duas leis 
que alteraram o processo eleitoral e foram recentemente editadas em nosso país: 
- Ex.1: A Lei 13.165/2015 ingressou no ordenamento jurídico em 29 de setembro. Por isso, a 
minirreforma eleitoral que essa lei efetivou valeu para as eleições de outubro de 2016. 
- Ex.2: As Leis nº 13.487/2017 e 13.488/2017 (outras duas minirreformas eleitorais) foram publicadas 
numa sexta-feira, no dia 06/10/2017, e valeram para as eleições do ano de 2018, que aconteceram no 
domingo, dia 07/10/2018. 
Bom, agora você deve estar se perguntando o porquê de essa regra ter sido instituída. Não é 
difícil notar que ela garante a estabilidade das normas que disciplinam a disputa pelo poder político, 
impedindo alterações casuísticas realizadas no curso do processo eleitoral. O intuito então, parece-me 
Publicação e 
vigência da Lei X 
Outubro/2016 Novembro/2016 
FOI aplicada 
1 ano de vigência 
Novembro/2015 
Completou 1 
ano de vigência 
Outubro/2018 
NÃO foi aplicada 
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claro: impedir que as regras do ‘jogo eleitoral’ sejam modificadas às vésperas do pleito, para beneficiar 
um grupo político específico. É a ideia da não surpresa! 
Note, caro aluno, que neste artigo 16, CF/88 há uma nítida preocupação do constituinte com o 
princípio da igualdade, visando assegurar que o pleito eleitoral se desenrole em perfeita harmonia com 
o ideal da isonomia. 
Aliás, justamente por considerarmos que uma das finalidades do art. 16 foi a de assegurar a 
igualdade na disputa das eleições, é que entendemos que não configurou desrespeito à Constituição de 
1988 a previsão do art. 2º da EC 107, de 3 de julho de 2020 — que expressamente determinou a não 
incidência do art. 16, CF/88 ao disposto na Emenda. Afinal, a excepcionalidade e o ineditismo da crise 
sanitária planetária ocasionada pela Covid-19, que exigiu o adiamento das eleições municipais de 2020, 
não favoreceu/beneficiou/prejudicou nenhum partido ou candidato em específico. Todos foram 
igualmente surpreendidos e atingidos pela pandemia. 
Portanto, quando a EC 107 determinou, em julho de 2020, o adiamento das eleições municipais 
que aconteceriam em outubro de 2020, não tivemos violação do princípio da anterioridade eleitoral, em 
razão de o art. 2º ter afastado a incidência dessa regra para este específico caso. E tal afastamento só 
foi possível por não ter colocado em risco o princípio da igualdade, que deve orientar o pleito eleitoral. 
E dada a importância que esse princípio tem em nosso ordenamento, ele foi reconhecido pelo 
STF também como uma garantia fundamental individual do cidadão-eleitor, que protege as 
legítimas expectativas de todos os atores envolvidos no processo democrático, sejam eles candidatos 
ou eleitores. E justamente por constituir uma garantia individual, a anterioridade eleitoral pode ser 
considerada uma cláusula pétrea (inscrita no art. 60, § 4°, IV, CF/88, não poderá ser restringida ou 
suprimida por emenda constitucional). 
Disse nossa Corte Suprema: 
ADI 3.685/DF, Rel. Min. Ellen Gracie: Quanto ao mérito, afirmou-se, de início, que o princípio 
da anterioridade eleitoral, extraído da norma inscrita no art. 16 da CF, consubstancia garantia 
individual do cidadão-eleitor– detentor originário do poder exercido por seus representantes 
eleitos (CF, art. 1º, parágrafo único) – e protege o processo eleitoral. Asseverou-se que esse 
princípio contém elementos que o caracterizam como uma garantia fundamental oponível 
inclusive à atividade do legislador constituinte derivado (CF, artigos 5º, § 2º, e 60, § 4º, IV), e 
que sua transgressão viola os direitos individuais da segurança jurídica (CF, art. 5º, caput) e do 
devido processo legal (CF, art. 5º, LIV). 
 
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Enfim, considerações já feitas, vamos nos divertir resolvendo questões sobre o tema! 
Questões para fixar 
[FEPESE - 2015 - Prefeitura de Balneário Camboriú - SC - Analista Legislativo] Assinale a alternativa que 
indica corretamente o princípio eleitoral em que a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data 
de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência: 
A) Princípio da legalidade eleitoral 
B) Princípio da celeridade eleitoral 
C) Princípio da anualidade eleitoral 
D) Princípio da democracia representativa 
E) Princípio da irrecorribilidade das decisões eleitorais 
Comentário: 
A letra 'c' é a nossa resposta. Por força do princípio da anterioridade (ou anualidade) eleitoral, a lei que alterar 
o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um 
ano da data de sua vigência. 
Gabarito: C 
[MS CONCURSOS - 2018 - SAP-SP - Analista Administrativo] Art. 16 da Constituição Federal: “A lei que 
alterar o processo eleitoral entrará em vigor ____________________, não se aplicando à eleição que ocorra 
até um ano da data de sua vigência”. 
Qual alternativa preenche a lacuna corretamente? 
A) de imediato 
B) na data de sua publicação 
C) no primeiro dia útil seguinte 
D) após três dias corridos 
E) em cinco dias úteis 
Comentário: 
Aqui foi fácil marcar a letra ‘b’, certo? Conforme preceitua o art. 16 da CF/88, a lei que alterar o processo 
eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da 
data de sua vigência. 
Gabarito: B 
[CESPE - 2015 - TRE-GO - Analista Judiciário - Área Administrativa - Conhecimentos Específicos] Julgue o 
item que se segue, no que concerne aos direitos e garantias fundamentais e à aplicabilidade das normas 
constitucionais: 
A norma constitucional que consagra o princípio da anterioridade eleitoral não pode ser abolida por tratar-se 
de uma garantia individual fundamental do cidadão-eleitor. 
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Comentário: 
Excelente maneira de terminarmos as questões sobre o art. 16! Com um item verdadeiro, que retrata 
acertadamente a posição da nossa Corte Suprema sobre o tema. 
Gabarito: Certo 
[MPE-RS - 2014 - MPE-RS - Promotor de Justiça - Adaptada] Julgue a seguinte afirmação sobre Direitos 
Políticos: 
A regra da anualidade em matéria eleitoral consagra regra especial de segurança jurídica em matéria eleitoral 
e foi reconhecida pelo STF como um direito fundamental à não surpresa no âmbito do processo eleitoral e 
cláusula pétrea. 
Comentário: 
Item corretíssimo. Conforme estudamos, a nossa Corte Constitucional considerou a regra que estabelece a 
anualidade eleitoral (art. 16 da CF/88) como cláusula pétrea, por ser uma garantia individual fundamental à 
não surpresa quanto às regras da disputa eleitoral, que protege as legítimas expectativas de todos os atores 
envolvidos no processo democrático, sejam eles candidatos ou eleitores. 
Gabarito: Certo 
[PGE-RO - 2011 - PGE-RO - Procurador do Estado] No recente julgamento do Supremo Tribunal Federal, 
conhecido como caso “ficha limpa”, a questão central da discussão baseou-se na interpretação do princípio 
da anualidade, o qual significa que a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor: 
a) na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que se realize até um ano da data de sua vigência. 
b) um ano após a sua publicação e só se aplica à eleição realizada após a sua vigência. 
c) na data de sua publicação, com aplicação imediata. 
d) na data estipulada pelo Congresso Nacional, não será aplicada à eleição que se realize até um ano da data 
de sua vigência. 
e) na data estipulada pelo Superior Tribunal Eleitoral, não se aplicando à eleição que se realize até um ano da 
data de sua vigência. 
Comentário: 
A alternativa ‘a’ deve ser assinalada como correta, por refletir com precisão o disposto no art. 16 da CF/88. 
Afinal, a lei entra em vigor na publicação; mas não vale (não pode ser aplicada) em eleições que ocorram 
dentro do seu 1° ano de vigência. Fácil, não é? Vamos resolver outras! 
Gabarito: A 
[CESPE - 2014 - ANTAQ - Técnico Administrativo] A respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue o 
item seguinte: 
A lei que alterar o processo eleitoral deverá entrar em vigor na data de sua publicação, não se aplicando os 
seus dispositivos à eleição que ocorrer em até um ano da data de sua vigência. 
[INSTITUTO AOCP - 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico Judiciário – Enfermagem - Adaptada] De acordo 
com o que dispõe a Constituição Federal acerca dos direitos políticos, julgue a assertiva: 
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A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição 
que ocorra até um ano da data de sua vigência. 
Comentário: 
Ambas as assertivas são verdadeiras, pois traduzem, com exatidão, o teor do art. 16, CF/88. 
Gabarito: Certo / Certo 
[CESPE - 2015 - MPOG - Analista Técnico Administrativo - Cargo 2] No tocante aos direitos sociais e aos 
direitos políticos, julgue o seguinte item: 
A lei que altera o processo eleitoral deve entrar em vigor na data de sua publicação e ser aplicada à eleição 
seguinte, independentemente de quando esta ocorrer. 
Comentário: 
Notou o erro? A lei (ou a emenda constitucional) que alterar o processo eleitoral entra em vigor na data de 
sua publicação sim, mas só será aplicada em uma eleição que ocorra depois de um ano que ela estiver em 
vigor, e não “em uma próxima eleição, independentemente de quando esta ocorrer”. Item falso, portanto. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2016 - ANVISA - Técnico Administrativo - Conhecimentos Específicos] Com relação aos direitos e 
garantias fundamentais, julgue o item que se segue: 
Uma lei que altere o processo eleitoral e que seja editada no mesmo ano das eleições municipais poderá ser 
aplicada, desde que sua edição se dê, no mínimo, cento e oitenta dias antes do pleito eletivo. 
Comentário: 
Mais uma vez o CESPE tenta lhe confundir! Não vamos esperar só 180 dias após a publicação para aplicar a 
lei que alterar o processo eleitoral: teremos que aguardar o prazo de 1 ano de vigência da norma para que ela 
adquira eficácia! A assertiva apresentada pela nossa banca, portanto, é falsa. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2015 - TRE-GO - Analista Judiciário - Área Judiciária - Conhecimentos Específicos] No que se refere 
às disposições constitucionais, julgue o item a seguir: 
Caso seja publicada e passe a viger em fevereiro de 2018, lei que altere o processo eleitoral poderá ser 
aplicada a pleito eletivo que ocorra em outubro desse mesmo ano. 
Comentário: 
Tal lei não poderá ser aplicada em outubro do mesmo ano em que foi editada, pois sua eficácia só se inicia 
depois de passado um ano de vigência. Portanto, se a lei foi publicada e passou a viger em fevereiro de 2018, 
ela somente poderá ser aplicada às eleições que ocorram após fevereiro de 2019. Podemarcar o item como 
falso. 
Gabarito: Errado 
 
 
 
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(6) Art. 15, CF/88 – Hipóteses de privação dos direitos políticos 
Enquanto as hipóteses de inelegibilidade encontram-se no art. 14, nos §§ 4° a 9° (e serão 
estudadas mais adiante), as situações que ocasionam a privação dos direitos políticos estão no art. 15 e 
serão por nós estudadas neste momento da aula. 
Começaremos, aliás, lendo o dispositivo em análise: 
Art. 15, CF/88: É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará 
nos casos de: 
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado. 
II - incapacidade civil absoluta; 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; 
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 
5º, VIII; 
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. 
Da leitura do caput a primeira coisa que você deve extrair é que o texto constitucional veda 
expressamente a cassação de direitos políticos, punição muito utilizada durante a ditadura militar 
para a perseguição de opositores políticos. A CF/88 veda de modo expresso essa cassação, pois retirar 
os direitos políticos de um indivíduo, sem conceder-lhe direito de defesa, por motivação 
exclusivamente ideológica, não é algo aceitável em uma democracia. 
Por outro lado, nossa Constituição permite que um indivíduo seja privado de direitos políticos, o 
que pode se dar por meio da determinação de perda (privação definitiva) ou de suspensão (privação 
temporária). 
Caso você esteja agora se perguntando em que casos do art. 15 teremos ‘perda’ e em que casos 
teremos ‘suspensão’, lhe peço para voltar uns parágrafos em nossa aula e reler o artigo em estudo. 
Notou que a Constituição Federal nada diz acerca desse ponto? Pois é. Então, ficou a cargo da doutrina 
identificar em que hipóteses teremos determinação de perda e em que situações será decretada a 
suspensão dos direitos políticos. 
Com uma divergência doutrinária que sobrevive até hoje acerca da classificação do art. 15, IV 
(se é hipótese de perda ou de suspensão – lembrando que a doutrina majoritariamente se inclina para a 
segunda solução, considerando que é suspensão), poderíamos resumir o art. 15 da seguinte forma: 
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Conversaremos agora sobre cada uma dessas hipóteses, inciso a inciso. 
(A) Art. 15, I- Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado: 
Essa hipótese de privação é considerada como sendo de perda dos direitos políticos. Vai atingir 
apenas o brasileiro naturalizado (nunca o nato!) que tenha sido condenado definitivamente por uma 
sentença judicial em razão da prática de atividade nociva ao interesse nacional. 
Como o art. 12, § 4º, I determina que será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que 
tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse 
nacional, é fácil entender a razão de termos a perda dos direitos políticos nesse cenário. Ora, se o 
indivíduo deixa de ser brasileiro, porque sua naturalização foi cancelada, ele passará à condição de 
estrangeiro ou apátrida, perdendo, por isso seus direitos políticos. 
Nas questões de prova, o examinador tentará lhe confundir dizendo que a perda dos direitos 
políticos neste caso pode ser declarada por ato administrativo: já sabemos que ela só pode ser 
determinada por sentença judicial definitiva. Não vá errar isso em prova, ok? 
(B) Art. 15, II- Incapacidade civil absoluta: 
O ponto central aqui é você notar que a incapacidade civil deve ser absoluta e não relativa. Este 
será, usualmente, o aspecto exigido pelo examinador. 
Outro detalhe relevante: atualmente, essa hipótese do inciso II está sem aplicabilidade, em 
virtude da entrada em vigor do Estatuto da pessoa com deficiência (Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, 
que instituiu a Lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiência). Isso porque o referido estatuto 
alterou o art. 3° do código civil, de forma que atualmente não temos um cenário em que uma pessoa 
HIPÓTESES DE PERDA E 
SUSPENSÃO DOS DIREITOS 
POLÍTICOS 
Hipótese de perda Art. 15, I 
Hipóteses de 
suspensão 
Art. 15, II 
Art. 15, III 
Art. 15, IV 
Art. 15, V 
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maior de idade possa ser declarada absolutamente incapaz. Para entender melhor, compare a redação 
antiga e a nova do art. 3°, CC: 
Redação anterior: 
Art. 3º, CC: “São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
I – os menores de dezesseis anos; 
II – os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento 
para a prática desses atos; 
III – os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
Redação atual: 
Art. 3º, CC: São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os 
menores de 16 (dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
(C) Art. 15, III- Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos: 
Note que aquele que for condenado criminalmente (em decisão definitiva, isto é, transitada em 
julgado) ficará com seus direitos políticos suspensos, mas não eternamente! A suspensão vai durar 
enquanto durarem os efeitos da condenação. 
E, de acordo com a súmula 9 do TSE, a suspensão de direitos políticos decorrente de 
condenação criminal transitada em julgado cessa (acaba) com o cumprimento ou a extinção da pena, 
independendo de reabilitação ou de prova de reparação dos danos. 
Detalhe: como a condenação deve ser definitiva, os presos provisórios não estão com os direitos 
políticos suspensos, por isso a sociedade e o Estado têm se organizado para levar urnas aos presídios 
nas eleições. 
A notícia posta abaixo, referente às eleições que ocorreram em novembro de 2021, bem ilustra 
isso: 
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No mais, já quero lhe adiantar, futuro servidor da Polícia Federal, algo que o seu examinador 
cobrará frequentemente, tentando lhe confundir! Olhe só: a suspenção dos direitos políticos só vai ser 
determinada se houver condenação criminal (e não cível ou trabalhista ou administrativa), definitiva (e 
não condenação recorrível), e ela só vale enquanto durarem os efeitos da condenação (e não para 
sempre). Assimilou? Então vamos para o próximo inciso. 
(D) Art. 15, V- Improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º: 
Fique calmo, caro aluno! Eu não me esqueci do inciso IV não... Só vou deixa-lo para o final, pois 
ele traz uma polêmica. Vamos já vencer o inciso V, que é significativamente mais simples. 
Segundo o dispositivo em análise, o condenado por improbidade administrativa ficará com seus 
direitos políticos suspensos pelo prazo determinado pela LIA (Lei de Improbidade Administrativa, que é 
a Lei nº 8.429/1992). Conforme prevê o seu art. 12, a suspensão dos direitos será determinada pela 
Justiça Comum e vai variar de três a dez anos, conforme a gravidade da infração cometida: 
(A) os atos que importem enriquecimento ilícito ensejam suspensão dos direitos políticos por 
oito a dez anos; 
(B) os atos que ocasionem prejuízo ao erário, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito 
anos; 
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(C) os atos que atentam contra os princípios da administração pública, suspensão dos direitos 
políticos de três a cinco anos. 
(E) Art. 15, IV- Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos 
do art. 5º, VIII: 
Chegamos no inciso mais interessante e complexo do art. 15. 
Você que já estudou o art. 5°, VIII, que trata da escusa ou imperativo de consciência, sabe que 
ninguém será privado de direitos em razão de sua crença religiosa ou de convicção filosófica ou política. 
No entanto, se o sujeito invocar essa crença religiosa ou convicção filosófica ou política para não 
cumprir uma obrigação legal a todos imposta, ele deverá cumprir prestação alternativa, fixada em lei. E 
se ele não cumprir tal prestação alternativa, aí sim, ficará privado de seus direitos políticos. 
A privação, portanto, exige que o indivíduo dê dois passos: 1°) ele não cumpre a obrigação legal, 
pois sua crença religiosa ou sua convicção filosófica ou política não permite; 2°) ele também não 
cumpre a prestação alternativa que o Estado fixou em lei. Só neste caso, em que os dois passos são 
dados, é que o indivíduo ficará sem seus direitos políticos. 
E se o Estado não editar a lei fixando a prestação alternativa? Hum, interessante pergunta. 
Vejamos: o indivíduo descumpre a obrigação legal (em razão de crença ou convicção), e gostaria de 
cumprir o serviço alternativo para não ficar privado dos seus direitos políticos, mas percebe que o 
Estado não editou a lei prevendo-o. E aí? Ora, o indivíduo não é culpado de o Estado não ter editado a 
lei com o serviço alternativo. Por essa razão, não ficará privado dos seus direitos. 
Bom, você deve ter notado que eu utilizei o termo genérico ‘privação’ o tempo todo na 
explicação. Isso para evitar já adentrar na polêmica doutrinária sobre ser o inciso IV uma hipótese de 
‘perda’ ou de ‘suspensão’. Aliás, essa seria a postura mais inteligente do examinador, que só deveria 
mencionar esse inciso como caso de ‘privação’, para não se comprometer em uma prova com essa 
polêmica doutrinária. 
O fato é que essa questão, até hoje, ainda divide os doutrinadores. Alguns autores, aliás, se 
inclinam no sentido de a hipótese ser de ‘perda’. No entanto, quando olhamos as leis que regulam 
cenários de privação de direitos políticos decorrentes do art. 15, IV, notamos que há menção legislativa 
ao fato de estarmos diante de uma suspensão. 
Vou exemplificar com dois casos: 
(i) Se alguém não atua no serviço do júri (obrigação legal imposta a todos), deve cumprir a prestação 
alternativa para não ficar privado de seus direitos políticos. Se não cumpri-la, diz o artigo 438 do Código 
de Processo Penal (CPP) que haverá a suspensão dos direitos. Veja: 
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A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou política importará no 
dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, enquanto 
não prestar o serviço imposto. (Grifos nossos). 
(ii) Nos termos do art. 143, CF/88, “O serviço militar é obrigatório nos termos da lei”. Imagine que um 
sujeito se recuse a prestá-lo, alegando o imperativo de consciência? Bom, deverá cumprir o serviço 
alternativo, se não quiser ficar privado de direitos. Nos termos do art. 4°, §§ 1° e 2°, da Lei nº 
8.239/1991, temos: 
§ 1º A recusa ou cumprimento incompleto do Serviço Alternativo, sob qualquer pretexto, por 
motivo de responsabilidade pessoal do convocado, implicará o não-fornecimento do 
certificado correspondente, pelo prazo de dois anos após o vencimento do período 
estabelecido. 
§ 2º Findo o prazo previsto no parágrafo anterior, o certificado só será emitido após a 
decretação, pela autoridade competente, da suspensão dos direitos políticos do 
inadimplente, que poderá, a qualquer tempo, regularizar sua situação mediante cumprimento 
das obrigações devidas. (Grifos nossos). 
Pois bem. Notou a complexidade da divergência? Alguns autores dizem que é caso de perda, 
outros entendem que é caso de suspensão. Por seu turno, as leis indicam ser caso de suspensão... Por 
isso, o melhor cenário é aquele em que o examinador “não entra nessa bola dividida” e diz 
simplesmente que é caso de ‘privação’. 
E agora, prezado aluno, antes de passarmos à análise das questões sobre o artigo 15 e seus 
incisos, lhe proponho que você verifique o esquema1 estruturado a seguir, que resume o que 
comentamos até o presente momento: 
 
1
. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 9ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2021. 
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Questões para fixar 
[Quadrix - 2020 - CRN - 2° Região (RS) - Assistente Administrativo] Acerca dos direitos políticos, julgue o 
item: 
A perda de mandato parlamentar gera hipótese de cassação dos direitos políticos. 
Comentário: 
Conforme determina o art. 15, CF/88, é vedada a cassação de direitos políticos. Desta forma, a assertiva é 
falsa. 
Gabarito: Errado 
[Quadrix - 2019 - CRN - 9 - Assistente de Informática] Julgue o item acerca dos direitos políticos: 
A cassação de direitos políticos é terminantemente vedada pela Constituição. 
Comentário: 
A assertiva é verdadeira, pois está em conformidade com o disposto no art. 15, CF/88. 
Gabarito: Certo 
[Quadrix - 2019 - CREFONO - 9ª Região – Fiscal] No que se refere à nacionalidade, à cidadania e aos direitos 
políticos, julgue o item: 
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É permitida a cassação de direitos políticos no caso de improbidade administrativa. 
Comentário: 
Pode marcar como falso! Conforme determinação constitucional, é vedada a cassação de direitos políticos, 
nos termos do art. 15, CF/88. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2019 - PGE-PE - Conhecimentos Básicos - Cargos: 1, 2, 3 e 4] À luz da Constituição Federal de 1988, 
julgue o item a seguir: 
Autor de ato de improbidade administrativa estará sujeito à cassação dos seus direitos políticos. 
Comentário: 
Já sabemos que a assertiva é falsa, pois, conforme determinação constitucional, é vedada a cassação de 
direitos políticos (art. 15, CF/88). Conforme vimos em aula, a condenação pela prática de ato de improbidade 
administrativa é causa de suspensão dos direitos políticos. 
Gabarito: Errado 
[Quadrix - 2018 - CRP - 2º Região (PE) - Psicólogo Orientador - Fiscal - Adaptada] Acerca dos direitos 
políticos, julgue a assertiva: 
A CF autoriza cassação dos direitos políticos somente em hipóteses de condenação criminal e improbidade 
administrativa. 
Comentário: 
Não, a Constituição não autoriza a cassação dos direitos políticos em nenhuma hipótese! Os casos listados 
pela banca são de privação (na modalidade suspensão) dos direitos políticos. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2018 - Polícia Federal - Escrivão de Polícia Federal] Gilberto, brasileiro nato, completou sessenta e 
um anos de idade no mês de janeiro de 2018. Neste mesmo ano, transitou em julgado condenação criminal 
contra ele, tendo sido arbitrada, entre outras sanções, pena privativa de liberdade. Considerando essa 
situação hipotética, julgue o item a seguir, com relação aos direitos políticos de Gilberto: 
O processo criminal transitado em julgado é hipótese constitucional para a cassação dos direitos políticos de 
Gilberto pelo tempo de duração dos efeitos da condenação. 
Comentário: 
Item falso, pois é caso de privação (na modalidade suspensão) dos direitos políticos. Ver o art. 15, III. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2018 - IPHAN -Auxiliar Institucional - Área 1] A respeito dos direitos e das garantias fundamentais, 
julgue o item seguinte: 
O cancelamento da naturalização em razão de sentença transitada em julgado implica cassação dos direitos 
políticos. 
Comentário: 
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A cassação de direitos políticos está expressamente vedada pelo art. 15, caput, CF/88. Em havendo o 
cancelamento da naturalização em razão de sentença transitada em julgado, teremos uma hipótese de perda 
dos direitos políticos. Item, portanto, falso. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2016 - PC-PE - Delegado de Polícia - Adaptada] Acerca dos direitos e garantias fundamentais 
previstos na CF, julgue a assertiva: 
Embora a CF vede a cassação de direitos políticos, ela prevê casos em que estes poderão ser suspensos ou 
até mesmo perdidos. 
Comentário: 
Pode marcar como verdadeiro. De fato, nossa Constituição veda a cassação de direitos políticos, mas permite 
(no art. 15) que haja a determinação de privação deles. 
Gabarito: Certo 
[FCC - 2015 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Técnico Judiciário – Administrativa] Nos termos da disciplina 
constitucional dos direitos políticos: 
a) É possível a cassação dos direitos políticos, sua perda ou suspensão, que se dará nos casos de 
cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; incapacidade civil absoluta; condenação 
criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; recusa de cumprir obrigação a todos imposta 
ou prestação alternativa; improbidade administrativa. 
b) Não é admissível a cassação dos direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de 
cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; incapacidade civil absoluta; condenação 
criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; recusa de cumprir obrigação a todos imposta 
ou prestação alternativa; improbidade administrativa. 
c) A cassação dos direitos políticos só é permitida nos casos de improbidade administrativa, incapacidade 
civil absoluta e condenação por crime doloso. 
d) A perda ou a suspensão dos direitos políticos não é possível nos casos de improbidade administrativa e de 
incapacidade civil absoluta. 
e) O ordenamento jurídico constitucional brasileiro não admite a perda dos direitos políticos, mas apenas a 
respectiva suspensão. 
Comentário: 
Como a cassação é vedada pela Constituição, que só admite a privação dos direitos políticos (nas 
modalidades ‘perda’ e ‘suspensão’), vamos marcar como correta a letra ‘b’, que enuncia adequadamente as 
hipóteses trazidas pelo art. 15, CF/88. 
Gabarito: B 
[FCC - 2018 - DPE-MA - Defensor Público] Segundo a Constituição Federal, é vedada a cassação dos direitos 
políticos, admitindo-se a perda ou suspensão no caso de: 
A) procedimento declarado incompatível com o decoro parlamentar. 
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B) condenação criminal não transitada em julgado, mas com decisão condenatória proferida em segundo 
grau de jurisdição. 
C) cancelamento de naturalização por decisão administrativa. 
D) ausência de prestação de contas à Justiça Eleitoral. 
E) incapacidade civil absoluta. 
Comentário: 
A letra ‘e’ é nossa resposta, pois é a única assertiva que encontra amparo no art. 15 (no inciso II). As demais 
hipóteses narradas não ensejam a privação dos direitos políticos. No mais, repare: as letras ‘b’ e ‘c’ estão 
quase certas. Só não podem ser assinaladas porque a condenação criminal deve ser definitiva e o 
cancelamento da naturalização só pode se dar por sentença judicial definitiva. 
Gabarito: E 
[CESPE - 2017 - TRE-TO - Analista Judiciário - Área Administrativa] A perda ou a suspensão dos direitos 
políticos do eleitor ocorrerá se: 
A) sua naturalização for cancelada por sentença transitada em julgado. 
B) for-lhe imposta condenação criminal, ainda que seja passível de recurso. 
C) ele completar setenta anos de idade. 
D) ele completar oitenta anos de idade. 
E) sobrevier-lhe, por qualquer motivo, incapacidade civil relativa. 
Comentário: 
As letras ‘b’ e ‘e’ estão quase certas: a condenação criminal deve ser definitiva e a incapacidade civil deve ser 
absoluta. No mais, podemos marcar a letra ‘a’ como resposta, de acordo com o que prevê o art. 15, I. 
Gabarito: A 
[CESPE - 2017 - TRE-PE - Analista Judiciário - Área Administrativa] De acordo com a Constituição Federal de 
1988 (CF), a perda ou a suspensão dos direitos políticos se dará em caso de: 
A) condenação criminal por decisão de tribunal contra a qual caiba recurso. 
B) incapacidade civil relativa. 
C) condenação em ação de improbidade administrativa, nos termos da lei. 
D) cancelamento da naturalização por decisão judicial de primeira instância. 
E) condenação criminal por decisão judicial de primeira instância. 
Comentário: 
Essa foi fácil de marcar, não é? A letra ‘c’ é nossa resposta, consoante prevê o art. 15, V. as letras ‘a’ e ‘e’ estão 
erradas porque a condenação criminal deve ser definitiva. A letra ‘b’ está errada porque a incapacidade civil 
deve ser absoluta. E, por fim, a letra ‘d’ é falsa pois o cancelamento da naturalização depende de decisão 
judicial definitiva. 
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Gabarito: C 
[FGV - 2018 - MPE-AL - Técnico do Ministério Público – Geral] João praticou um crime e foi condenado, em 
sentença criminal transitada em julgado, a (10) dez anos de reclusão. Considerando a sistemática 
constitucional afeta à suspensão ou à perda dos direitos políticos, é correto afirmar que a referida 
condenação criminal acarreta: 
A) a suspensão dos direitos políticos por tempo equivalente ao dobro da pena privativa de liberdade. 
B) a suspensão dos direitos políticos pelo tempo que venha a ser determinado pelo Juiz Eleitoral. 
C) a suspensão dos direitos políticos pelo tempo determinado pelo Juiz que a proferiu. 
D) a suspensão dos direitos políticos enquanto a condenação produzir os seus efeitos. 
E) a perda definitiva dos direitos políticos. 
Comentário: 
Essa é fácil. Enquanto durarem os efeitos da condenação criminal definitiva, os direitos políticos do apenado 
ficarão suspensos (art. 15, III, CF/88). Certeza que você acertou e marcou a letra ‘d’! 
Gabarito: D 
[CESPE - 2017 - Prefeitura de Belo Horizonte - MG - Procurador Municipal - Adaptada] Acerca dos direitos e 
garantias fundamentais, julgue a assertiva: 
Após a condenação criminal transitada em julgado, os direitos políticos do infrator ficarão suspensos 
enquanto durarem os efeitos da referida condenação. 
Comentário: 
Perfeito, pode marcar o item como correto! Art. 15, III, CF/88. 
Gabarito: Correto 
[ESAF - 2013 - DNIT - Técnico Administrativo – Adaptada] Analise a assertiva abaixo: 
A incapacidade civil absoluta gera suspensão dos direitos políticos. 
Comentário: 
Item correto, consoante determina o inciso II do art. 15, CF/88. 
Gabarito: Certo 
[FCC - 2018 - DPE-AM - Assistente Técnico de Defensoria - Assistente Técnico Administrativo - Tabatinga] 
Por razões de convicção política e filosófica, determinado indivíduo, brasileiro nato, de 21 anos, recusa-se a 
prestar serviço como jurado, para o qual havia sido convocado pelos órgãos competentes da Justiça, assim 
como deixa de votar nas eleições para Prefeito e Vereador do Município em que reside, realizadas em turno 
único. Nessas hipóteses, à luz da Constituição Federal: 
A) ambas as condutas são admissíveis, ficando o indivíduo sujeito à suspensão de seus direitos políticos 
apenas na hipótese de recusar-se igualmente ao cumprimento de prestação alternativa, fixada em lei.B) ambas as condutas são admissíveis, embora ocasionem desde logo a suspensão dos direitos políticos do 
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indivíduo, enquanto perdurar a recusa ao cumprimento das obrigações em questão. 
C) nenhuma das condutas é admissível, uma vez que somente se autoriza a recusa ao cumprimento de 
obrigação legal a todos imposta por motivo de convicção religiosa. 
D) apenas a recusa à prestação de serviço como jurado é admissível, uma vez que a obrigatoriedade do voto 
aos maiores de 18 e menores de 70 anos é prevista no próprio texto constitucional, não se admitindo por essa 
razão a invocação de razão de consciência para escusar-se de seu cumprimento. 
E) apenas a recusa a votar é admissível, por se tratar do exercício de um direito, em que pese sujeitar o 
indivíduo à suspensão dos direitos políticos, diferentemente da prestação do serviço como jurado, 
estabelecido como um dever cívico, não admitindo por essa razão a invocação de razão de consciência para 
escusar-se de seu cumprimento. 
Comentário: 
Para responder a essa questão, devemos lembrar que o texto constitucional garante a todos o direito à 
escusa de consciência (art. 5º, VIII, CF/88) que, não implicará em privação de direitos, desde que o sujeito 
cumpra a prestação alternativa fixada em lei. Por isso, a nossa resposta está na letra ‘a’: as condutas são 
admissíveis, mas o sujeito que alega o imperativo de consciência deverá se submeter ao serviço alternativo 
estabelecido em lei se não quiser ficar privado de direitos políticos, nos termos do art. 15, IV, CF/88. 
Para fechar os comentários referentes à essa questão, note a clara e inequívoca opção da FCC em afirmar que 
neste caso, em havendo a alegação do imperativo de consciência somada ao não cumprimento da prestação 
alternativa estaremos diante de hipótese de suspensão dos direitos políticos. 
Gabarito: A 
[FCC - 2015 - MPE-PB - Técnico Ministerial - Diligências e Apoio Administrativo] De acordo com o inciso VIII 
do artigo 5º da Constituição Federal, ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de 
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e 
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. A recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou 
prestação alternativa nos termos do referido artigo: 
A) acarreta a suspensão temporária dos direitos políticos pelo prazo máximo de 5 anos. 
B) acarreta a perda dos direitos políticos. 
C) não acarreta penalidade no tocante aos direitos políticos tratando-se de situações distintas. 
D) acarreta a suspensão temporária dos direitos políticos pelo prazo máximo de 2 anos. 
E) acarreta a suspensão temporária dos direitos políticos pelo prazo mínimo de 2 anos e máximo de 3. 
Comentário: 
Essa é uma interessante questão, em que a FCC claramente optou por considerar que a hipótese seria de 
perda. Pode marcar letra ‘b’ como nossa resposta. E note, caro aluno, que em todas as demais havia definição 
de prazo para a suspensão valer, o que é algo equivocado, pois a CF/88 não determina prazo para suspensão 
desse tipo (simplesmente porque a privação dos direitos se dará até que o sujeito resolva cumprir sua 
obrigação legal ou prestar o serviço alternativo). Bom, como a questão que foi resolvida antes dessa é mais 
recente, e nela a banca optou por considerar o inciso IV do art. 15 como hipótese de suspensão, sugiro que 
adotemos essa postura como mais correta (até porque, a maioria dos autores defende que o inciso IV do art. 
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15 traz hipótese de suspensão). 
Gabarito: B 
[FCC - 2011 - TCE-SE - Analista de Controle Externo - Coordenadoria Jurídica] É causa de perda dos direitos 
políticos, conforme decorre da Constituição Federal de 1988: 
A) a incapacidade civil absoluta. 
B) a condenação criminal transitada em julgado. 
C) o cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado. 
D) a prática de ato de improbidade administrativa. 
E) a recusa de cumprimento de obrigação a todos imposta por motivo de crença religiosa. 
Comentário: 
A única hipótese de perda que temos está na letra ‘c’! A incapacidade civil absoluta, a condenação criminal 
transitada em julgado e a prática de ato de improbidade administrativa (letras ‘a’, ‘b’ e ‘d’) claramente são 
hipóteses de suspensão. 
No que se refere à letra ‘e’, para a privação se concretizar é preciso que o sujeito se recuse a cumprir 
obrigação a todos imposta por motivo de crença religiosa e também não cumpra a prestação alternativa. Por 
isso, com relação à esta questão não da para dizer se a FCC se posicionou ou não acerca da controvérsia (de o 
inciso IV do art. 15 ser hipótese de perda ou suspensão). 
Gabarito: C 
[Quadrix - 2018 - CRM-DF - Serviço Administrativo] Quanto aos direitos políticos na CF, julgue o item a 
seguir: 
A incapacidade civil absoluta acarreta a perda dos direitos políticos do interditado. 
Comentário: 
Falso! A incapacidade civil absoluta acarreta, apenas, a suspensão dos direitos políticos do interditado (art. 
15, II, CF/88). 
Gabarito: Errado 
[Quadrix - 2020 - CRN - 2° Região (RS) - Assistente Administrativo] Acerca dos direitos políticos, julgue o 
item: 
A suspensão dos direitos políticos em razão de condenação criminal transitada em julgado somente cessa 
quando comprovadamente reabilitado o apenado para convívio em sociedade. 
Comentário: 
De acordo com a súmula 9 do TSE, a suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminal 
transitada em julgado cessa (acaba) com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo de 
reabilitação ou de prova de reparação dos danos. Desta forma, o item é falso. 
Gabarito: Errado 
[Quadrix - 2019 - CRN - 9 - Assistente de Informática] Julgue o item acerca dos direitos políticos: 
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A improbidade administrativa pode acarretar a suspensão dos direitos políticos, entre outras sanções. 
Comentário: 
O item é verdadeiro. Conforme entendimento doutrinário, a improbidade administrativa é causa de 
suspensão dos direitos políticos. 
Gabarito: Certo 
[Quadrix - 2019 - CRN - 9 - Assistente de Informática] Julgue o item acerca dos direitos políticos: 
O cancelamento da naturalização de estrangeiro, por decisão transitada em julgado, não repercute sobre 
seus direitos políticos, haja vista também o estrangeiro ser titular de direitos fundamentais. 
Comentário: 
Pode marcar o item como falso! De acordo com o art. 15, I, CF/88 e a doutrina, o cancelamento da 
naturalização de estrangeiro, por decisão transitada em julgado, é hipótese de perda dos direitos políticos. 
Gabarito: Errado 
[IBADE - 2020 - Prefeitura de Vila Velha - ES - Assistente Público Administrativo- IPVV] A perda ou suspensão 
de direitos políticos é vedada pela Constituição Federal vigente, salvo em restritas hipóteses previstas no 
próprio texto constitucional. Assinale a alternativa que corresponde à hipótese prevista na Constituição de 
perda ou suspensão de direitos políticos: 
A) Inadimplemento de obrigação tributária 
B) Condenação de natureza penal transitada em julgado, enquanto durarem os seus efeitos 
C) Descumprimento de obrigação de natureza alimentar 
D) A investidura a cargo de Juiz Eleitoral 
E) Cancelamento da naturalização por sentença onde não se findou o prazo para interposição de eventuais 
recursos 
Comentário: 
Dentre as assertivas trazidas pela questão, a única que apresenta corretamente uma hipótese prevista na 
Constituição de perda ou suspensão de direitospolíticos, é a alternativa ‘b’ (por força do art. 15, III, CF/88). 
Gabarito: B 
[Crescer Consultorias - 2019 - Prefeitura de Várzea Grande - PI - Auxiliar Administrativo] A Constituição 
Federal Brasileira veda a cassação de direitos políticos, mas permite a perda ou suspensão, que só se dará nos 
seguintes casos, exceto: 
A) Incapacidade civil relativa. 
B) Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado. 
C) Improbidade administrativa. 
D) Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos. 
Comentário: 
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Conforme determina o art. 15, CF/88, é vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se 
dará nos casos de: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; II - incapacidade 
civil absoluta; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de 
cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V - improbidade 
administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. Desta forma, a nossa resposta encontra-se na letra ‘a’, visto que 
não prevê uma hipótese de perda ou suspensão dos direitos políticos. 
Gabarito: A 
[UPENET/IAUPE - 2019 - UPE – Advogado] Analise as sentenças abaixo e coloque V nas verdadeiras e F nas 
falsas. Segundo a Constituição, é vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará 
nos casos de: 
( ) cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado. 
( ) incapacidade civil absoluta. 
( ) condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos. 
Assinale a alternativa que indica a sequência CORRETA. 
A) V – V – V 
B) F – F – F 
C) V – F – V 
D) F – V – F 
E) V – F – F 
Comentário: 
Pode marcar a letra ‘a’ como correta, pois todas as assertivas estão em conformidade com o art. 15, CF/88. 
Gabarito: A 
 
(7) Art. 14, caput – Participação popular direta 
Os direitos políticos positivos estão diretamente relacionados à ideia de direitos de participação 
política. 
O sufrágio é a expressão concreta mais emblemática desses direitos, pois é por meio dele que os 
cidadãos escolhem seus representantes e participam, ainda que indiretamente, do jogo político. 
Mas será que podemos exercer a cidadania de outras formas, sem ser votando ou concorrendo a 
cargos políticos em eleições? Sem dúvida! O sufrágio é apenas um dos instrumentos de participação 
política ativa previstos no texto constitucional. Nossa CF/88 também contempla o plebiscito, o 
referendo e a inciativa popular para apresentação de projetos de lei, sendo estes considerados 
instrumentos de participação democrática direta. 
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DIREITOS DE 
PARTICIPAÇÃO 
(Direitos Políticos 
Positivos) 
INDIRETA 
Direito de 
Sufrágio 
DIRETA 
Plebiscito 
Referendo 
Iniciativa Popular 
Ação Popular 
Direito de organizar e 
participar de partidos 
políticos 
Mas por qual razão o plebiscito, o referendo e a inciativa popular são considerados direitos de 
participação democrática direta? Você sabe dizer, caro aluno? 
Para responder a essa indagação, primeiro precisamos recordar o principal traço característico 
da democracia direta. Nela o poder é exercido sem intermediários pelos cidadãos que se 
responsabilizam pelas decisões políticas e administrativas do Estado. 
Assim, o plebiscito, o referendo e a inciativa popular são considerados instrumentos de 
participação democrática direta pois permitem ao cidadão exercer a parcela do poder soberano que 
lhe cabe sem intermediários, deliberando diretamente sobre questões políticas ou administrativas do 
Estado. Nós já conversamos brevemente sobre esses pontos em nossas considerações introdutórias. 
Você já sabe que o plebiscito, o referendo e a inciativa popular estão previstos expressamente pela 
Constituição (art. 14, incisos I a III) como meios de participação democrática direta. José Afonso Silva, 
contudo, identifica outros meios que não se encontram nesse dispositivo como a ação popular (art. 5º, 
LXXIII, CF/88) e o direito de organizar e participar de partidos políticos (art. 17, CF/88). Cada um desses 
mecanismos democráticos será abordado a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questões para fixar 
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[CESPE - 2017 - DPU - Defensor Público Federal] Acerca dos princípios do direito eleitoral e dos direitos 
políticos, julgue o item a seguir: 
No texto constitucional, os direitos políticos estão vinculados ao exercício da soberania popular, restritos, 
portanto, aos direitos de votar e de ser votado. 
Comentário: 
Item falso, exatamente porque os direitos políticos são mais amplos, abrangendo, inclusive, o direito de 
participar da construção da vida política do Estado de forma mais direta, por meio de plebiscitos, referendos 
e, até mesmo, subscrevendo um projeto de lei de iniciativa popular. 
Gabarito: Errado 
[Cursiva - 2015 - CIS - AMOSC - SC - Técnico administrativo] Na Constituição Federal, art. 14, a soberania 
popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos 
termos da lei, mediante: 
A) plebiscito, referendo e iniciativa popular 
B) plebiscito, eleição e iniciativa popular 
C) plebiscito, referendo e eleição direta 
D) nenhuma alternativa correta 
Comentário: 
Marcou a letra ‘a’? Ótimo! 
Gabarito: A 
[FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Técnico Legislativo] De acordo com a Constituição 
Federal, a soberania popular é exercida, nos termos da lei, por meio de instrumentos como: 
A) o plebiscito, o referendo, a iniciativa popular e o voto direto e aberto. 
B) a iniciativa popular e o voto indireto e secreto. 
C) o sufrágio universal e o voto indireto e secreto. 
D) a iniciativa popular, o referendo e o voto indireto e aberto 
E) o plebiscito e o referendo. 
Comentário: 
Para você que já leu atentamente o art. 14, fica fácil assinalar a resposta! E se você não leu tão 
cuidadosamente o artigo, façamos isso juntos agora: “A soberania popular será exercida pelo sufrágio 
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - 
plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular”. Nossa resposta está, portanto, na letra ‘e’. 
Gabarito: E 
[CESPE - 2017 - TRE-BA - Técnico Judiciário – Área Administrativa] A Constituição Federal de 1988 
estabelece que “todo o poder emana do povo”, que pode exercê-lo diretamente. Nesse sentido, o 
instrumento constitucional que materializa uma consequência advinda do princípio invocado é o(a): 
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A) plebiscito. 
B) filiação partidária. 
C) greve. 
D) alistamento militar. 
E) livre expressão da atividade intelectual. 
Comentário: 
O único instrumento de iniciativa popular direta descrito na questão está na letra ‘a’! 
Gabarito: A 
 
(i) Plebiscito e referendo (art. 14, I e II, CF/88): as diversas semelhanças entre esses dois institutos 
permite que eles sejam estudados conjuntamente. A primeira semelhança é que ambos são 
mecanismos de consulta popular a respeito de matérias relevantes de natureza constitucional, 
legislativa (emendas constitucionais, leis, atos normativos etc.) ou administrativa (art. 2°, Lei 9.709/98). 
A diferença reside apenas no momento em que o eleitorado é chamado a se manifestar: o plebiscito é 
umaconsulta prévia ao ato legislativo ou administrativo que se pretende produzir e o referendo é a 
consulta ulterior/posterior que se dá quando o ato já está pronto e acabado. 
A autorização para a realização de referendo e a convocação de plebiscito realizam-se mediante 
decreto legislativo, ato normativo expedido com exclusividade pelo Congresso Nacional (art. 49, XV, 
CF/88). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para organizar as informações que foram apresentadas acima, podemos afirmar que tanto o 
plebiscito quanto referendo são mecanismos legislativos de consulta popular acerca de matérias 
relevantes de natureza constitucional, legislativa ou administrativa. Diferenciam-se, contudo, em razão 
Realizado ANTES da 
formação legislativa 
Realizado APÓS à 
formação legislativa 
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do momento em que os cidadãos são acionados: enquanto o plebiscito é convocado com anterioridade 
ao ato legislativo ou administrativo – cabendo aos cidadãos, por meio do voto, aprovar ou denegar o 
que lhes tenha sido submetido, o referendo é convocado com posterioridade ao ato legislativo ou 
administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição da proposta apresentada pelo 
poder público. 
A seguir vamos conhecer dois exemplos reais que ilustram a utilização prática de cada um 
desses institutos: 
(i) Em 2018 os cidadãos de Petrópolis (RJ) foram convocados a se manifestar por meio de plebiscito 
sobre o uso de tração animal nos passeios turísticos por meio de charretes no município. A maioria dos 
eleitores votou pelo fim do transporte por charretes na cidade, por entender que os passeios submetem 
os animais a maus-tratos. Após confirmação do resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral, a proibição 
desse serviço foi determinada por decreto do Executivo. 
- Detalhe: já foram realizados outros plebiscitos no Brasil; este caso de Petrópolis é só um exemplo, ok? 
(ii) No ano de 2005, realizou-se em nosso país um referendo que convocou o eleitorado a se manifestar 
sobre a manutenção ou rejeição da proibição da comercialização de armas de fogo e munição em todo 
o território nacional prevista na Lei nº 10.826/2003 (ato normativo já aprovado!). A maioria votou pela 
rejeição da proibição prevista no referido diploma normativo, o que em outras palavras significa dizer 
que o eleitorado majoritariamente manifestou-se pela liberação do comércio de armas de fogo e 
munição no Brasil. A alteração aprovada, contudo, acabou não sendo realizada pelo Congresso 
Nacional e a proibição permanece vigente até os dias atuais, embora de tempos em tempos volte a ser 
discutida nos noticiários. 
Questões para fixar 
[FCC - 2015 - TCE-CE - Analista de Controle Externo-Auditoria Governamental] Sobre o mecanismos de 
controle social previstos pela Constituição Federal de 1988, é correto afirmar que o: 
A) plebiscito deve ser realizado depois da aprovação do projeto de lei. 
B) plebiscito deve ser realizado depois da elaboração do projeto de lei para dar subsídios a sua elaboração. 
C) referendo deve ser realizado antes da aprovação do projeto de lei para dar subsídios a sua elaboração. 
D) referendo deve ser realizado depois da elaboração do projeto de lei. 
E) referendo deve ser realizado depois da aprovação do projeto de lei. 
Comentário: 
Nos termos do art. 2°, § 2° da Lei nº 9.709/1998, o referendo é convocado com posterioridade a ato 
legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição. Portanto, o Congresso 
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autoriza a realização de um referendo depois que um determinado projeto já está aprovado. 
Gabarito: E 
[FCC - 2016 - AL-MS - Agente de Apoio Legislativo] Nos termos da Constituição Federal, a convocação de 
plebiscito é competência exclusiva: 
A) do Senado Federal. 
B) do Presidente da República. 
C) do Congresso Nacional. 
D) da Câmara dos Deputados. 
E) do Procurador-Geral da República. 
Comentário: 
Foi fácil marcar a letra ‘c’, correto? Nos termos do art. 49, XV, compete exclusivamente ao Congresso 
Nacional convocar plebiscitos e autorizar a realização de referendos. 
Gabarito: C 
 
(ii) Iniciativa popular para apresentação de projetos de leis (art. 14, III, CF/88): esse é um 
instrumento de participação direta da sociedade na produção normativa do Estado pois permite aos 
cidadãos dar início ao processo legislativo de lei ordinária ou de lei complementar, desde que o projeto 
seja subscrito por pelo menos um por cento do eleitorado nacional (só cidadãos podem assinar), 
distribuídos em pelo menos cinco estados-membros — sendo que, em cada um dos estados-membros 
participantes não se pode reunir menos que três décimos por cento do número total de eleitores de 
cada um deles (art. 61, § 2°, CF/88). 
Verifique se o esquema posto abaixo lhe auxilia na memorização dos rigorosos requisitos 
constitucionalmente postos para apresentação de projeto de lei de iniciativa popular: 
 
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Obtidas as assinaturas necessárias, o projeto deve ser apresentado na Câmara dos Deputados, 
onde terá início o seu trâmite (a Câmara, obrigatoriamente, será a Casa Legislativa iniciadora). É 
importante destacar que o Congresso Nacional não estará obrigado a aprovar o projeto, sendo livre, 
inclusive, para realizar modificações (afinal, o Legislativo é um Poder independente!). 
A iniciativa popular para apresentação de projetos de leis também pode ocorrer no âmbito das 
Assembleias Legislativas do Estados-membros, cabendo à lei dispor sobre o processo legislativo 
estadual neste caso (veja o art. 27, § 4°, CF/88). No Município também existe iniciativa popular para 
apresentação de projetos de lei, conforme prevê o art. 29, XIII, CF/88. Vejamos os artigos: 
- Art. 27, § 4º, CF/88: “A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual”. 
- Art. 29, CF/88: “O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício 
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, 
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os 
seguintes preceitos: 
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, 
através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela 
Emenda Constitucional nº 1, de 1992)”. 
Como último comentário antes de começarmos a resolver questões sobre o assunto, saiba que o 
STF já firmou o entendimento no sentido da inexistência de iniciativa popular para a apresentação de 
PEC. Subsiste divergência doutrinária, mas a Corte segue pacífica no entendimento de que os 
legitimados à provocação do Congresso Nacional para apresentação de proposta que vai alterar 
formalmente dispositivos da CF/88 são aqueles enunciados taxativamente nos incisos I a III do artigo 60 
(e este dispositivo não prevê a iniciativa popular). 
Questões para fixar 
[IESES - 2016 - TJ-PA - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento] A iniciativa popular pode ser 
exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 
[..............................] do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por [..............] Estados, com não menos 
de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles: 
A) Três por cento; oito. 
B) Um por cento; cinco. 
C) Dois por cento; sete. 
D) Cinco por cento; dez. 
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