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controle da administração pública

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nicolas kurz - 01560520086
Prof. Erick Alves 
 Aula 08 
 
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Direito Administrativo p/ Agente de Polícia Federal 
 
 
 
 
 
Aula 07 
Direito Administrativo para Polícia Federal 
Cargo: Agente 
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Sumário 
SUMÁRIO .......................................................................................................................................................2 
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................................ 3 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................................................................... 4 
CONCEITO .................................................................................................................................................................. 4 
CONTROLE ADMINISTRATIVO ...................................................................................................................... 6 
DIREITO DE PETIÇÃO..................................................................................................................................................... 8 
SISTEMA DE CONTROLE INTERNO ................................................................................................................................. 12 
CONTROLE LEGISLATIVO ............................................................................................................................ 15 
CONTROLE PARLAMENTAR DIRETO ............................................................................................................................... 19 
CONTROLE EXERCIDO PELO TRIBUNAL DE CONTAS.......................................................................................................... 24 
CONTROLE JUDICIAL ...................................................................................................................................46 
MANDADO DE SEGURANÇA ......................................................................................................................................... 48 
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO ........................................................................................................................... 54 
AÇÃO POPULAR ......................................................................................................................................................... 56 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA ................................................................................................................................................... 58 
OUTRAS AÇÕES ......................................................................................................................................................... 60 
QUESTÕES COMENTADAS DA BANCA CESPE............................................................................................... 62 
LISTA DE QUESTÕES ................................................................................................................................... 87 
GABARITO .................................................................................................................................................. 96 
RESUMO DIRECIONADO .............................................................................................................................. 97 
JURISPRUDÊNCIA ...................................................................................................................................... 100 
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................................ 105 
CLASSIFICAÇÕES DO CONTROLE ................................................................................................................................. 105 
Quanto ao alcance ............................................................................................................................................ 105 
Quanto ao órgão ............................................................................................................................................... 106 
Quanto ao momento ......................................................................................................................................... 106 
Quanto à natureza ............................................................................................................................................ 107 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................ 111 
 
 
 
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Apresentação 
Nesta aula, vamos estudar o seguinte item do edital do último concurso para Agente da Polícia Federal: 
DIREITO ADMINISTRATIVO: Controle da Administração Pública. Controle exercido pela Administração Pública. Controle 
judicial. Controle legislativo 
Este livro digital em PDF está organizado da seguinte forma: 
1) Teoria permeada com questões, para fixação do conteúdo – estudo OBRIGATÓRIO, págs. 4 a 61; 
2) Bateria de questões comentadas da banca organizadora do concurso, para conhecer a banca e o seu 
nível de cobrança – estudo OBRIGATÓRIO, págs. 62 a 86; 
3) Lista de questões da banca sem comentários seguida de gabarito, para quem quiser tentar resolver antes 
de ler os comentários – estudo FACULTATIVO, pág. 87 a 96; 
4) Resumo Direcionado, para auxiliar na revisão – estudo FACULTATIVO, págs. 97 a 99; 
5) Jurisprudência, com as ementas dos julgados mencionados na aula, para facilitar a consulta – estudo 
FACULTATIVO, págs. 100 a 104; 
6) Leitura Complementar, com tema da Lei de Improbidade não expressamente mencionando no edital, 
mas que pode ser cobrado na prova – estudo FACULTATIVO, págs. 105 a 110. 
 
 
 
 
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Controle da Administração Pública 
Conceito 
Controle é a fiscalização exercida sobre as atividades de pessoas, órgãos, departamentos, sistemas etc., para 
que tais atividades não se desviem dos padrões e das normas preestabelecidas, e para que alcancem os resultados 
desejados. 
O controle é uma das funções administrativas clássicas: planejar, coordenar, supervisionar, executar e 
controlar. De acordo com a teoria da Administração, um sistema de controle eficaz garante que as atividades 
sejam realizadas de maneira satisfatória, na direção dos objetivos da empresa. Além do mais, nas grandes 
corporações modernas de capital pulverizado, ou seja, que possuem muitos acionistas, os verdadeiros donos 
geralmente estão afastados da gestão do negócio. Diretores executivos são contratados para administrar a 
empresa com o compromisso de dirigi-la para satisfazer os interesses dos proprietários do capital. Nesse contexto, 
uma estrutura de controle possui a finalidade de assegurar que o corpo executivo dacompanhia esteja seguindo 
as diretrizes estabelecidas pelos proprietários, além de coibir atitudes oportunistas dos executivos que satisfaçam 
seus próprios interesses em detrimento da organização. 
De forma semelhante, os recursos financeiros e patrimoniais utilizados pelo Estado não pertencem ao 
Presidente da República nem aos Governadores, Prefeitos, Deputados e demais agentes públicos, mas sim ao 
povo, que recolhe tributos. É com esses recursos que o Estado disponibiliza serviços à sociedade, adquirindo 
materiais para o funcionamento das repartições, firmando contratos, realizando obras, remunerando seus 
servidores, etc. 
Mas é virtualmente impossível que o povo, por si mesmo, consiga administrar os recursos que disponibiliza 
ao Estado. Por isso, delega essa tarefa a intermediários legalmente habilitados, os gestores públicos, que têm o 
dever de administrar os recursos em nome e em favor do povo, obedecendo às normas aplicáveis. Paralelamente, 
de forma semelhante ao que ocorre nas empresas privadas, existe toda uma estrutura de controle atuando para 
assegurar que os governantes e demais responsáveis por bens e valores públicos desempenhem suas tarefas com 
correção, em consonância com o ordenamento jurídico e com princípios como os da moralidade, publicidade, 
impessoalidade e supremacia do interesse público. 
Não é por menos que o artigo 70 da Constituição Federal impõe o dever de prestar contas a todos que tenham 
sob sua guarda qualquer espécie de valor público. Vejamos: 
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, 
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União 
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. 
Hely Lopes Meirelles, em uma definição abrangente, porém concisa, leciona que “controle, em tema de 
Administração Pública, é a faculdade de vigilância, orientação e correção que um poder, órgão ou autoridade 
exerce sobre a conduta funcional do outro”. 
Os termos chaves dessa definição representam os principais atributos do controle da gestão pública, que 
podem ser compreendidos da seguinte forma: 
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▪ Vigilância: fiscalização e acompanhamento da gestão, com base nas normas aplicáveis. 
▪ Orientação: atuação pedagógica, preventiva, com vistas ao aperfeiçoamento das práticas de gestão e à 
inibição de condutas lesivas aos cofres públicos. 
▪ Correção: assegura o cumprimento da lei e a recomposição do patrimônio lesado. 
▪ Poder: como corolário do Estado Democrático de Direito, a CF instituiu um sistema de freios e contrapesos 
no qual os Poderes se vigiam mutuamente, cada um fiscalizando e inibindo eventuais excessos do outro 
(controle externo). 
▪ Órgão: cada instituição pública possui em sua estrutura um órgão com atribuição de fiscalizar a própria 
instituição (controle interno). 
▪ Autoridade: autotutela da administração, que pode anular ou revogar seus próprios atos. 
Em nosso dia-a-dia, é muito comum nos depararmos com notícias sobre obras superfaturadas, fraudes em 
licitações, e outras tantas falcatruas que têm em comum o fato de envolverem a malversação de recursos públicos. 
Tais notícias somente vêm à tona porque alguma ação de controle foi realizada sobre a conduta do mau gestor, 
possibilitando a identificação da irregularidade. 
Ao toparmos com manchetes dessa natureza, podemos perceber que o controle da Administração Pública 
pode ser feito de diversas formas e por diferentes agentes. Com efeito, a Administração se sujeita, por exemplo, 
ao controle judicial, realizado pelo Poder Judiciário e ao controle social, realizado pelos cidadãos, além de exercer, 
ela mesma, o controle sobre os próprios atos, como veremos com mais detalhes adiante. Ademais, o Poder 
Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, assim como o Ministério Público, exercem 
importante papel no controle da Administração Pública. 
Quando falamos em controle da gestão pública, estamos nos referindo à fiscalização de qualquer ato 
administrativo, como a compra de bens, admissão de pessoal, arrecadação de impostos, edição de normativos, 
outorga de autorizações de uso de bens públicos etc. Assim, essa modalidade de controle é mais perceptível sobre 
as atividades realizadas pelo Poder Executivo, cujas funções típicas são as funções administrativas, tanto na 
administração direta como na indireta. Mas o controle da gestão pública também alcança o Poder Legislativo e o 
Poder Judiciário, bem como o Ministério Público e o próprio Tribunal de Contas. 
Contudo, o controle de que estamos falando não alcança as funções típicas dos demais Poderes (Legislativo 
= legislar; Judiciário = julgar) e órgãos autônomos (MP = fiscal da lei; TC = controle externo), mas apenas suas 
funções administrativas. Por exemplo: o Tribunal de Contas da União (TCU), a quem cabe realizar o controle 
externo sobre a gestão dos recursos da União, não tem competência para fiscalizar se o processo legislativo que 
resultou na edição de determinada lei foi corretamente seguido pelo Congresso Nacional; também não pode dizer 
se o Supremo Tribunal Federal decidiu ou não de forma adequada em determinada ação direta de 
inconstitucionalidade. Mas, por outro lado, poderá sim fiscalizar as licitações, as admissões de pessoal e todos os 
demais atos que resultem receita ou despesa realizados tanto pelo Congresso Nacional como pelo Supremo 
Tribunal Federal. 
É oportuno registrar que as atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios 
fundamentais: planejamento, coordenação, descentralização, delegação de competência e controle, conforme 
prescreve o Decreto Lei 200/1967 (art. 6º), que dispõe sobre a organização da Administração Federal. Tal 
normativo, apesar de adstrito à União, serve para fixar as diretrizes gerais para os demais entes políticos (Estados, 
Distrito Federal e Municípios). 
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Enfim, a atividade de controle permeia toda a Administração Pública, em todos os Poderes. O que varia tão 
só é a espécie de controle, isto é, como a atividade pode ser classificada. Vamos, então, a partir dessas 
considerações iniciais, apresentar algumas classificações doutrinárias e legais que se aplicam ao controle da gestão 
pública. 
Controle Administrativo 
Segundo a Professora Di Pietro, controle administrativo é o “poder de fiscalização que a Administração 
Pública (em sentido amplo) exerce sobre sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade e mérito, por iniciativa 
própria ou mediante provocação”. 
Trata-se, portanto, de controle interno, exercido pelo Poder Executivo e pelos órgãos administrativos dos 
Poderes Legislativo e Judiciário sobre suas próprias atividades administrativas. 
Os controles internos administrativos são inerentes às atividades de uma organização, constituindo etapas 
de seus processos de trabalho, em todos os níveis, desde a alta direção até os escalões operacionais. Como 
exemplos de controles internos administrativos, pode-se citar: sistema de autorização e aprovação de transações, 
segregação de tarefas, controles físicos sobre os bens e informações, controle da chefia sobre os atos de seus 
subordinados (controle hierárquico), instauração de processos disciplinares, interposição de recursos 
administrativos etc. 
Esse tipo de controle deriva do poder de autotutela da Administração, expresso na Súmula 473 do STF: 
“A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque 
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os 
direitosadquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.” 
Nunca é demais destacar que anulação se refere a controle de legalidade: anulam-se atos ilegais; por sua 
vez, revogação refere-se a controle de mérito: revogam-se atos inconvenientes ou inoportunos, assim 
classificados segundo critérios discricionários da Administração. Vale ressaltar que, em qualquer caso, sempre há 
a possibilidade de apreciação do ato pelo Poder Judiciário, com a ressalva de que o Judiciário exerce controle de 
legalidade, mas não de mérito, ou seja, promove a anulação de atos ilegais, mas não a revogação de atos 
inoportunos e inconvenientes. 
Não se perca de vista, ainda, que a autotutela, para a anulação de atos que geram efeitos favoráveis a um 
administrado, encontra um limite temporal no prazo decadencial de cinco anos previsto na Lei 9.784/99, de modo 
que o ato não pode mais ser anulado após esse prazo (salvo comprovada má-fé). 
O poder de autotutela decorre da hierarquia, inerente, por conseguinte, às relações de subordinação entre 
os órgãos integrantes de uma mesma estrutura de Poder que estejam escalonados verticalmente, tanto na 
administração direta como na indireta. Assim, por exemplo, os Ministérios exercem controle hierárquico sobre 
suas secretarias, e estas sobre suas superintendências, e assim sucessivamente. Igualmente, o Conselho de 
Administração de um banco público exerce controle hierárquico sobre as diretorias da entidade e estas sobre suas 
gerências executivas. 
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De outra parte, existe também o controle administrativo não hierárquico, isto é, o controle praticado entre 
órgãos que não estão ligados numa relação de hierarquia, a exemplo do controle exercido pelos órgãos 
especializados de controle, como a CGU realiza sobre os órgãos e entidades do Poder Executivo. Outro exemplo é 
a tutela administrativa, realizada pela administração direta sobre a indireta1. 
 
Questões para fixar 
1) O controle administrativo, que consiste no acompanhamento e fiscalização do ato administrativo por parte 
da própria estrutura organizacional, configura-se como controle de natureza interna, privativo do Poder 
Executivo. 
Comentário: 
O item está errado. A Professora Maria Sylvia Di Pietro define o controle da Administração da seguinte forma: 
O poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes Judiciário, Legislativo e 
Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuação com os princípios que lhe são 
impostos pelo ordenamento jurídico. 
Temos então, controle administrativo, judicial e legislativo como espécies do gênero controle da Administração. 
O controle administrativo é o poder de fiscalização e correção que o Estado-administrador efetua sobre sua 
própria atuação, nos aspectos de legalidade e mérito, seja por iniciativa própria ou por provocação. A função 
administrativa está presente em todos os Poderes do Estado. Embora o Poder Executivo a exerça tipicamente, 
os demais Poderes, de forma atípica, também administram. Isso se dá, por exemplo, quando realizam concurso 
público ou quando adquirem bens e serviços. Dessa forma, o controle administrativo é exercido no âmbito de 
todos os Poderes, não só no Executivo. Os Poderes Judiciário e Legislativo exercem controle administrativo ao 
desempenharem sua função atípica de administrar. 
 Gabarito: Errado 
 
1 Lembre-se que não há relação de hierarquia entre a administração direta e a indireta, mas apenas vinculação. 
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2) O controle administrativo é um controle de legalidade e de mérito, exercido exclusivamente pelo Poder 
Executivo sobre suas próprias condutas. 
Comentário: 
A primeira parte da assertiva (O controle administrativo é um controle de legalidade e de mérito...) está correta. 
Lembre-se de que o controle administrativo deriva do poder de autotutela, pelo qual a Administração pode 
anular atos ilegais (controle de legalidade) ou revogar atos inconvenientes/inoportunos (controle de mérito). 
Todavia, o restante da frase macula o quesito, pois o controle administrativo não é exercido exclusivamente 
pelo Poder Executivo, mas pela Administração Pública em sentido amplo, compreendendo, portanto, a 
administração direta e indireta de todos os Poderes e esferas de governo. Assim, por exemplo, o STF, integrante 
do Poder Judiciário, pode anular uma licitação promovida pelo próprio órgão para adquirir material de 
expediente, caso constate alguma ilegalidade no procedimento. Nesse exemplo, perceba que o STF está 
atuando como Administração Pública, ou seja, exercendo controle administrativo sobre suas funções 
administrativas, ainda que não faça parte do Poder Executivo. 
Gabarito: Errado 
3) Com base no princípio da autotutela, e em qualquer tempo, a administração pública tem o poder-dever de 
rever seus atos quando estes estiverem eivados de vícios. 
Comentário: 
No caso de atos dos quais decorram efeitos favoráveis aos administrados, o poder de autotutela da 
Administração se sujeita ao prazo decadencial de cinco anos, previsto na Lei 9.784/99; nesse caso, portanto, a 
revisão não poderá ocorrer a qualquer tempo, daí o erro. 
Gabarito: Errado 
Direito de petição 
Os administrados podem provocar o controle administrativo ao exercer o direito de petição, direito 
fundamental previsto no art. 5º, XXXIV, “a” da Constituição Federal2. Tal direito consiste na possibilidade que têm 
os administrados em geral de requerer providências e informações aos órgãos públicos. 
Vários são os meios pelos quais o direito de petição pode ser exercido. Merecem destaque: 
▪ Representação 
▪ Reclamação 
▪ Pedido de reconsideração 
▪ Recurso 
 
2 XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; 
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Para Hely Lopes Meirelles, representação “é a denúncia formal e assinada de irregularidades internas ou 
de abuso de poder na prática de atos da Administração feita por quem quer que seja à autoridade competente 
para conhecer e coibir a ilegalidade apontada”. 
A representação, portanto, é a forma pela qual o administrado, servidor público ou não, pode levar ao 
conhecimento da Administração qualquer irregularidade de que tenha conhecimento. Para os particulares, a 
representação é um direito, ao passo que, para os servidores públicos, ela é um dever. 
O dever de representar dos servidores públicos está previsto na Lei 8.112/90: 
Art. 116. São deveres do servidor: 
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
Já um exemplo importante do direito de representar que assiste aos administrados em geral, abrangendo 
qualquer pessoa física ou jurídica, está previsto na Lei de Licitações: 
Art. 113 (...) 
§ 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas 
ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, 
para os fins do disposto neste artigo. 
Note que a representação acerca de irregularidade em procedimentos licitatórios não precisa ser feita por 
alguma autoridade ou servidor público: qualquer pessoa, física ou jurídica, mesmo que não seja licitante, poderá 
representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos de controle interno sobre alguma irregularidade ocorrida em 
licitaçãopública. 
Já a reclamação, para Hely Lopes Meirelles, “é a oposição expressa a atos da Administração que afetem 
direitos ou interesses legítimos do administrado. O direito de reclamar é amplo e se estende a toda pessoa física ou 
jurídica que se sentir lesada ou ameaçada de lesão pessoal ou patrimonial por atos ou fatos administrativos”. 
Em outras palavras, reclamação é expressão genérica que designa qualquer forma de manifestação de 
discordância ou inconformismo do administrado quanto a um ato ou omissão da Administração que tenha 
afetado seus interesses. 
 A Lei 9.784/99, que regulamenta o processo administrativo federal, prevê a reclamação em seu art. 48, a 
saber: 
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e 
sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência. 
O Código Tributário Nacional, em seu art. 151, III, também prevê uma espécie de reclamação que, no caso, 
possui o sentido de “impugnação administrativa”, com o fim de suspender a exigibilidade do crédito tributário: 
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Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; 
O pedido de reconsideração, por sua vez, constitui uma espécie de solicitação dirigida à mesma autoridade 
que expediu o ato, para que ela o aprecie novamente e, caso reconsidere seu entendimento anterior, o invalide ou 
modifique. 
O pedido de reconsideração funciona, então, como uma “segunda oportunidade” dada à autoridade que 
proferiu a decisão inicial, que pode reformular a posição adotada inicialmente. 
Na Lei 9.784/99, o pedido de reconsideração é previsto no art. 56, §1º3, o qual determina que os recursos 
administrativos devem ser propostos perante a autoridade que proferiu a decisão, a qual poderá reconsiderá-la no 
prazo de cinco dias. 
Finalmente, o direito de petição também pode ser exercido por meio dos recursos administrativos, 
expressão utilizada para designar a petição manejada pela parte que deseja submeter determinada matéria à 
reapreciação de outra autoridade, diversa daquela que proferiu a decisão original. 
Os recursos administrativos podem ser hierárquicos 
próprios e hierárquicos impróprios. 
Recursos hierárquicos próprios são aqueles dirigidos à 
autoridade ou ao órgão imediatamente superior à que 
proferiu a decisão recorrida. 
Lembrando que, no processo administrativo federal, como destacado acima, antes de os argumentos 
apresentados serem conhecidos como recurso, serão encaminhados, mediante pedido de reconsideração, à 
mesma autoridade que tenha proferido a decisão administrativa inicial, a qual, se não reconsiderar, encaminhará 
os argumentos a uma autoridade superior, daí sim como recurso administrativo. 
Recursos hierárquicos impróprios, por sua vez, são interpostos a órgão ou autoridade que não possui 
relação hierárquica com a autoridade ou órgão que editou o ato objeto de impugnação. Por não ser decorrente 
de hierarquia, o recurso impróprio só é cabível se previsto expressamente em lei. 
O mais comum é o recurso hierárquico impróprio ser dirigido a autoridade integrante de pessoa jurídica 
diversa daquele de onde se originou o ato impugnado, a exemplo do recurso endereçado ao Ministério contra ato 
praticado por uma autarquia a ele vinculada. Não obstante, ressalte-se que os recursos impróprios podem ocorrer 
dentro de uma mesma pessoa jurídica: o importante para caracterizar esse tipo de recurso é que não haja relação 
hierárquica entre a autoridade que proferiu a decisão recorrida e a responsável por apreciar o recurso. É o caso, por 
exemplo, de recursos contra atos da Receita Federal interpostos perante o Conselho Administrativo de Recursos 
Fiscais – CARF, que integra a estrutura do Ministério da Fazenda, mas não tem relação de hierarquia com a Receita 
Federal. 
 
3 § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à 
autoridade superior. 
É inconstitucional a exigência de depósito 
de recursos financeiros ou arrolamento de 
bens para que alguém possa apresentar um 
recurso administrativo. 
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Prosseguindo no assunto, é importante salientar que, ao lado dos recursos apresentados pelos 
administrados, existem, ainda, recursos administrativos interpostos pela própria Administração que editou a 
decisão recorrida, os chamados recursos de ofício. Os recursos de ofício podem ser próprios ou impróprios e são 
cabíveis, em regra, somente quando haja expressa previsão legal. 
Ainda devemos lembrar da revisão de processo que, nos termos do art. 65 da Lei 9.784/994, é a petição 
apresentada em face de uma decisão administrativa que tenha resultado na aplicação de sanção, visando a 
desfazê-la ou abrandá-la. A revisão pode ocorrer a qualquer tempo quando há fato novo superveniente, algo 
desconhecido até o julgamento do processo que resultou na aplicação da penalidade. A revisão pode acontecer de 
ofício ou a pedido e não pode resultar em agravamento da sanção. Diversamente, vale lembrar que o instituto do 
“reformatio in pejus” (agravamento da sanção) é possível na apreciação de recursos administrativos em geral. 
Fiquem atentos a isso! 
 
Antes de encerrar este tópico, cumpre alertar que os conceitos apresentados não são taxativos. Com efeito, 
as designações para as diversas espécies de petições administrativas adotadas pelas leis, atos normativos e pela 
doutrina podem variar, sendo possível encontrar outros nomes e expressões, a exemplo de “impugnação”, 
“manifestação de inconformidade”, “pedido de reexame”, “solicitação de revisão” etc. 
Questões para fixar 
4) O controle administrativo é instrumento jurídico de fiscalização sobre a atuação dos agentes e órgãos 
públicos, realizado de ofício por iniciativa própria, não se aceitando provocação da parte interessada. 
Comentário: 
O controle administrativo pode ser realizado tanto de ofício como por provocação da parte interessada, neste 
último caso, mediante o exercício do direito de petição (ex: representação, reclamação, recurso administrativo). 
Gabarito: Errado 
5) O cidadão que denuncie ilegalidades e condutas abusivas praticadas por determinado servidor do TJDFT no 
exercício da função pública, mesmo não sendo diretamente afetado pela irregularidade perpetrada, deve fazê-
lo por meio do instituto da reclamação. 
 
4 Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando 
surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. 
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção. 
A situação do administrado 
pode ser agravada?
Sim Recursos administrativos
Não Revisão do processo
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Comentário: 
O instrumento adequado para se fazer denúncias sobre irregularidades internas ou condutas abusivas da 
Administração Pública é a representação. Portanto, o quesito erra ao apontar que o instituto adequado seria a 
reclamação. A reclamação, por seu turno, é utilizada quando se quer manifestar discordância de algum ato 
praticado pela Administração que tenha afetado o interesse do reclamante. Ficamos assim, então: na 
representação, o interesse do administradonão necessariamente está em jogo (ele apenas denuncia alguma 
irregularidade de que tem conhecimento); já na reclamação, o interesse individual do administrado está 
presente. 
 Gabarito: Errado 
6) Caso deseje o reexame de decisão relativa a determinado ato administrativo pela mesma autoridade que a 
emanou, o interessado deverá realizar um pedido de reconsideração. Se a autoridade à qual o interessado se 
dirigir não ocupar cargo na hierarquia do órgão que emitiu o ato, o recurso interposto será um recurso 
hierárquico impróprio. 
Comentário: 
A questão deve ser lida em partes. A primeira frase trata do pedido de reconsideração, que é a solicitação 
dirigida à mesma autoridade que expediu o ato, para que ela o aprecie novamente e, caso concorde com o 
solicitante, invalide ou modifique sua decisão original. Constitui uma “etapa prévia” à apreciação dos recursos 
administrativos (se a autoridade reconsiderar sua decisão, o recurso nem segue para a autoridade superior). Já 
a segunda frase descreve o recurso hierárquico impróprio, que é aquele dirigido a autoridade não integrante 
da estrutura hierárquica da que expediu o ato recorrido (ex: recursos dirigidos ao CARF contra atos da Receita 
Federal e recurso endereçado ao Ministério contra ato praticado por uma autarquia a ele vinculada). 
Gabarito: Certo 
7) O recurso hierárquico impróprio, na medida em que é dirigido à autoridade de órgão não integrado na 
mesma hierarquia daquela que proferiu o ato, independe de previsão legal. 
Comentário: 
O recurso hierárquico impróprio só é cabível se previsto expressamente em lei. 
Gabarito: Errado 
Sistema de controle interno 
Como vimos, controle interno é aquele exercido dentro de um mesmo Poder, geralmente por órgão 
especializado que tenha sido criado para essa finalidade. 
No geral, o órgão de controle interno subordina-se diretamente à autoridade administrativa máxima do 
ente, a qual dispõe, dessa forma, de um mecanismo de avaliação para as ações desempenhadas fora da esfera de 
suas atribuições privativas. O controle interno é um controle técnico, vale dizer, serve para avaliar a conduta dos 
agentes públicos tendo como parâmetro os limites delineados nas normas administrativas. 
A Constituição Federal dispõe que os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão um sistema de 
controle interno (CF, art. 74), de forma integrada. Resumidamente, o sistema de controle interno, no âmbito da 
União, organiza-se da seguinte forma: 
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Poder Legislativo, 
Poder Judiciário, 
MPU, TCU 
Cada órgão possui seu próprio controle interno. 
Ex: uma unidade de controle interno na Câmara, uma no Senado; uma no 
STF, uma no STJ; uma no Ministério Público Federal, uma no Ministério 
Público Militar; uma no TCU etc. 
Poder Executivo 
Órgão Central: CGU – orientação normativa e supervisão técnica dos 
demais órgãos; 
Órgãos Setoriais: Secretarias de Controle Interno (Ciset) da Casa Civil, da 
AGU, do Ministério das Relações Exteriores, do Ministério da Defesa e do 
Denasus do Ministério da Saúde; 
Unidades Setoriais da Ciset do Ministério da Defesa: unidades de 
controle interno dos comandos militares; 
Unidades de controle interno próprias das entidades da administração 
indireta. 
 
As atribuições dos órgãos de controle interno, conforme previsto no art. 74 da CF, são: 
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo 
e dos orçamentos da União; 
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, 
financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de 
recursos públicos por entidades de direito privado; 
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da 
União; 
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. 
Tais atribuições podem ser resumidas em: 
 
• Criando condições indispensáveis à sua 
eficácia
Apoiar o controle externo
• Visando assegurar a legalidade, a eficiência e a 
eficácia da gestão.
Servir como órgão de 
assessoramento da 
autoridade administrativa
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Uma das missões do controle interno é apoiar o controle externo. Como veremos adiante, a expressão 
“controle externo”, na Constituição Federal, se refere ao controle financeiro exercido sobre a Administração 
Pública pelo Congresso Nacional com o auxílio do Tribunal de Contas da União (TCU). O trabalho do controle 
interno é fundamental para dar suporte ao controle externo, sobretudo o desenvolvido pelo TCU. 
Na prática, o controle interno apoia o controle externo por meio da realização de auditorias nas contas dos 
responsáveis do órgão ou entidade a que esteja vinculado, emitindo relatório, certificado de auditoria e parecer 
para subsidiar o exame e julgamento a cargo do Tribunal de Contas. Além disso, os órgãos integrantes do sistema 
de controle interno deverão alertar formalmente a autoridade administrativa competente para que instaure 
tomada de contas especial, sempre que tiverem conhecimento de qualquer das ocorrências que demandem esse 
procedimento. 
Os responsáveis pelo controle interno também têm o dever de comunicar ao Tribunal de Contas qualquer 
irregularidade ou ilegalidade de que tenham conhecimento, sob pena de responsabilidade solidária5 (CF, art. 74, 
§1º). Todavia, deve ficar claro que, embora o controle interno tenha o dever estabelecido constitucionalmente de 
apoiar o controle externo, não há relação de hierarquia entre eles, há complementaridade. 
Questões para fixar 
8) Nos termos previstos na Constituição Federal, os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem 
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas, sob pena de 
a) demissão a bem do serviço público. 
b) responsabilidade subsidiária. 
c) responsabilidade solidária. 
d) exoneração. 
e) suspensão. 
Comentários: Nos termos do art. 74, §1º da CF, os responsáveis pelo controle interno que não derem ciência ao 
Tribunal de Contas acerca de qualquer irregularidade ou ilegalidade de que tenham conhecimento, estarão 
sujeitos a responsabilidade solidária: 
§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou 
ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária. 
Quer dizer que os servidores do controle interno responderão pela irregularidade ou ilegalidade em igualdade 
de condições com a pessoa que a cometeu. Vale ressaltar que a responsabilidade solidária não livra o servidor 
de outras punições administrativas, inclusive as citadas no quesito (demissão, suspensão ou exoneração), 
conforme venha a ser apurado em processo administrativo, se for o caso. Todavia, o que interessa para a 
questão é o que está previsto no mencionado dispositivo constitucional. 
Gabarito: alternativa “c” 
 
5 As bancas gostam de tentar confundir o candidato dizendo que a responsabilidade é subsidiária. NÃO É! A responsabilidade é SOLIDÁRIA. 
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Controle Legislativo 
O controle legislativo pode ser entendido como o controle exercido pelas casas legislativas (Câmaras 
Municipais, Assembleias Legislativas e Congresso Nacional) diretamente ou por meio dos Tribunais de Contas. 
A Constituição Federal, ao tratar em seu art. 70 da fiscalização contábil, financeira, orçamentária,operacional e patrimonial da Administração Pública Federal, consagra o controle legislativo da seguinte maneira: 
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das 
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, 
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante 
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. 
Note, inicialmente, que o controle financeiro da União, vale dizer, da Administração Pública Federal, será 
exercido mediante os seguintes sistemas de controle: 
▪ Sistema de controle externo 
▪ Sistema de controle interno 
Ressalte-se que, por força do chamado princípio de simetria presente no art. 75 da CF6, os sistemas de 
controle nos Estados, Distrito Federal e Municípios, previstos nas respectivas Constituições e Leis Orgânicas, 
devem seguir, no que couber, as disposições relativas à União previstas na Carta da República7. 
Já abordamos o sistema de controle interno ao estudarmos o art. 74 da CF. Vimos que se trata de um controle 
administrativo, exercido por órgãos especializados dentro de cada Poder. Nos interessa agora o sistema de 
controle externo, a cargo do Poder Legislativo. 
Como vimos, controle externo, em sentido amplo, é toda fiscalização exercida por um ente que não integra 
a estrutura na qual o fiscalizado está inserido. Todavia, na Constituição Federal, a expressão “controle externo” se 
refere apenas à fiscalização contábil, orçamentária e financeira exercida sobre a Administração Pública pelo 
Poder Legislativo, muitas vezes chamada apenas de controle financeiro. 
A Carta Magna deixa isso assente em seu art. 70, caput (“A fiscalização... será exercida pelo Congresso 
Nacional, mediante controle externo...”), transcrito anteriormente, e também no art. 71: 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de 
Contas da União, ao qual compete: 
 
6 Art. 75. As normas estabelecidas nesta Seção [art. 70 a 75] aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais 
de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. 
7 Veja bem: “no que couber”, ou seja, podem ocorrer alterações nas normas locais, levando-se em consideração as especificidades de cada 
região, desde que não sejam incompatíveis com o modelo estabelecido para a esfera federal. 
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De fato, a expressão “controle externo” demonstra a principal característica do controle legislativo, realizado 
por órgão exógeno aos que administram os recursos públicos e que representa os interesses dos verdadeiros donos 
desses recursos, a sociedade. 
Portanto, na Constituição Federal, somente o controle exercido pelo Poder Legislativo sobre a 
Administração Pública recebe a denominação de controle externo. Na esfera federal, o titular do controle externo 
é o Congresso Nacional; no âmbito dos Estados, o titular é a Assembleia Legislativa, enquanto nos Municípios, o 
controle externo cabe às respectivas Câmaras Municipais. 
A fim de possibilitar o exercício do controle externo, 
a Carta Magna conferiu ao Tribunal de Contas da União 
(TCU) a missão de auxiliar o Congresso Nacional, 
mediante a definição de competências próprias e 
privativas para a Corte de Contas (CF, art. 71). 
Cuidado com o termo “auxiliar”, que pode levar a 
interpretações errôneas. O TCU não é subordinado 
hierarquicamente ao Congresso Nacional! No exercício do controle externo, a Constituição reservou ao TCU 
atividades de cunho técnico, como a realização de auditorias e o exame e julgamento da gestão dos 
administradores públicos. O Congresso Nacional, embora titular do controle externo, não pode exercer nenhuma 
das atribuições conferidas exclusivamente à Corte de Contas. No campo do controle externo, cabe ao Parlamento 
atividades de cunho político, também previstas na Constituição, sem qualquer relação administrativa, hierárquica 
ou mesmo de coordenação com o Tribunal de Contas. Como se vê, ambos atuam em vertentes diferentes do 
controle externo. 
Assim, por exemplo, o Congresso Nacional não tem competência para realizar diretamente uma auditoria 
contábil em um Ministério do Governo Federal. Deve solicitá-la ao TCU. Este, por sua vez, não realizará a referida 
fiscalização por causa de uma eventual subordinação ao Congresso, e sim porque tal atividade é da sua 
competência privativa, conferida diretamente pela Constituição (CF, art. 71, IV), conforme veremos adiante. 
 Pelo que foi dito, pode-se perceber que, no âmbito federal, os sujeitos ativos do controle externo, isto é, 
os órgãos que exercem as ações de fiscalização, são: o Congresso Nacional, na qualidade de titular do controle; e 
o TCU, com competências próprias e privativas para auxiliar o Congresso, mas sem lhe ser subordinado. 
Por sua vez, os sujeitos passivos do controle externo, isto é, os agentes que sofrem as ações de controle, são 
todos que, de alguma maneira, administrem recursos públicos, não importa se pessoa física ou jurídica, pública ou 
privada, da administração direta ou da indireta, do Poder Legislativo, Executivo ou Judiciário. A condição para que 
se assuma o dever de prestar contas ao controle externo é a gestão de recursos públicos, conforme disposto no 
art. 70, parágrafo único da CF: 
Art. 70 (...) 
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, 
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União 
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. 
Segundo a CF, o titular do controle externo é o 
Poder Legislativo. Na esfera federal, portanto, o 
titular é o Congresso Nacional; nos Estados, as 
respectivas Assembleias Legislativas; nos 
Municípios, as suas Câmaras Municipais; e, no 
Distrito Federal, a Câmara Legislativa. 
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O objeto do controle legislativo de caráter financeiro são os atos administrativos que envolvam receitas e 
despesas públicas. Ao controle externo compete examinar se tais atos foram praticados em conformidade com a 
lei e com os princípios administrativos, ou, ainda, se atenderam aos objetivos dos planos e programas de governo. 
Sujeitos do 
controle externo 
Ativo: Congresso Nacional (titular) e TCU (órgão técnico, sem subordinação). 
Passivos: Administradores das unidades de todos os Poderes constituídos, 
incluindo: administração direta, autarquias, fundações, empresas estatais, 
sociedades de economia mista, agências reguladoras, organizações sociais, 
concessionárias de serviço público etc. 
Entidades privadas e pessoas físicas que, de alguma forma, administrem recursos 
públicos federais. 
 
Objetos do 
controle externo 
Licitações, contratos, pessoal, obras, patrimônio, sistemas, concessões de 
aposentadoria, pensões, reforma, admissões de pessoal, arrecadação e renúncia 
de receita, dívida, convênios, privatizações, concessões de serviço, programas, 
políticas de governo. 
Segundo o art. 70, caput da CF, as áreas alcançadas pelo controle externo são: contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial. 
Assim, suponha que o Ministério da Educação, no âmbito do programa fictício “Livro para Todos” tenha 
realizado uma licitação para adquirir livros didáticos destinados a escolas públicas e uma denúncia é encaminhada 
ao TCU com elementos indicando possíveis irregularidades na compra. Para apurá-la, o Tribunal de Contas poderá 
realizaruma fiscalização que, dependendo do objeto da denúncia, será de natureza: 
Natureza da 
fiscalização 
O que será fiscalizado Exemplo 
Contábil 
Lançamentos e 
escrituração contábil 
Auditoria para verificar se os eventos contábeis relacionados à 
aquisição dos livros foram corretamente registrados. 
Financeira 
Arrecadação de receitas e 
execução de despesas 
Inspeção para verificar se os pagamentos efetuados ao 
fornecedor dos livros estão de acordo com o contrato. 
Orçamentária 
Elaboração e execução dos 
orçamentos 
Inspeção para verificar a existência de previsão orçamentária 
para a aquisição. 
Operacional 
Processos administrativos 
e programas de governo 
Auditoria no Programa “Livro para Todos”, a fim de verificar se 
a distribuição dos livros está beneficiando os destinatários da 
forma e na medida desejada pelo Programa. 
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Patrimonial 
Guarda e administração de 
bens móveis e imóveis 
Auditoria para verificar se os livros adquiridos foram entregues 
pelo fornecedor e se foram distribuídos para as escolas 
cadastradas no Programa. 
Segundo o mesmo dispositivo da Constituição (art. 70, caput), os aspectos a serem verificados nas 
fiscalizações, ou seja, os possíveis focos do controle são: legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação 
das subvenções e renúncia de receitas. Vejamos como os três primeiros (legalidade, legitimidade e 
economicidade) podem ser aplicados ao nosso exemplo: 
Foco da 
fiscalização 
Característica Exemplo 
Legalidade 
Verifica se a conduta do gestor 
guarda consonância com as normas 
aplicáveis, de qualquer espécie - leis, 
regimentos, resoluções, portarias 
etc. Geralmente, é o aspecto 
predominante nas fiscalizações de 
natureza contábil, financeira, 
orçamentária e patrimonial. 
Verificar: se o processo licitatório seguiu a Lei de 
Licitações; se os pagamentos foram realizados de 
acordo com a previsão contratual; se as regras da 
contabilidade pública foram obedecidas na 
realização dos lançamentos contábeis. 
Legitimidade 
Verifica se o ato atende ao interesse 
público, à impessoalidade e à 
moralidade. 
Verificar se as escolas mais necessitadas foram 
atendidas em vez de, ao contrário, serem 
privilegiadas aquelas cujos responsáveis teriam 
relações políticas com o Secretário. Nesse último 
caso, a aquisição seria ilegítima, mesmo se 
realizada em conformidade com a Lei de Licitações. 
Economicidade 
Analisa a relação custo/benefício da 
despesa pública, isto é, se o gasto foi 
realizado com minimização dos 
custos e sem comprometimento dos 
padrões de qualidade. 
Verificar se o preço dos livros está de acordo com 
os referenciais de mercado ou, na falta, se o valor 
pago é razoável, compatível com a natureza e a 
qualidade da publicação. 
Além desses aspectos, a Constituição determina expressamente a fiscalização da aplicação das subvenções 
e da renúncia de receitas, cujo exame envolve avaliações de legalidade, legitimidade e economicidade. 
Subvenções, de acordo com a Lei 4.320/1964, são transferências de recursos orçamentários destinadas a 
cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas. Classificam-se em subvenções sociais quando destinadas 
a órgãos ou entidades de caráter assistencial, cultural ou de educação; e em subvenções econômicas, quando se 
destinam a cobrir déficits de empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril. 
Assim, os beneficiários deverão prestar contas da aplicação das subvenções recebidas, sujeitando-se à devida 
fiscalização dos órgãos de controle. 
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Renúncia de receita, nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal, envolve benefícios que impliquem 
redução discriminada de tributos, tais como anistia, remissão, concessão de isenção em caráter não geral, 
alteração de alíquota ou alteração de base de cálculo. Assim, o Poder Legislativo, com o auxílio do Tribunal de 
Contas, deve fiscalizar os órgãos e entidades que tenham atribuição de conceder, gerenciar ou utilizar recursos 
provenientes de renúncia de receita. 
Questões para fixar 
9) Em relação ao controle externo exercido pelo Congresso Nacional, a fiscalização financeira diz respeito ao 
acompanhamento da execução do orçamento e da verificação dos registros adequados nas rubricas 
orçamentárias. 
Comentário: 
O acompanhamento da execução do orçamento e a verificação dos registros adequados nas rubricas 
orçamentárias é objeto da fiscalização orçamentária. Já a fiscalização financeira diz respeito ao controle da 
arrecadação de receitas e da execução de despesas, por meio do acompanhamento dos depósitos bancários, 
dos pagamentos efetuados, dos ingressos dos valores etc. 
Gabarito: Errado 
10) O controle da administração realizado pelo Poder Legislativo com o auxílio do TCU abrange o denominado 
controle de economicidade, pelo qual se verifica se o órgão público procedeu da maneira mais econômica na 
aplicação da despesa, atendendo à adequada relação de custo-benefício. 
Comentário: 
O controle de economicidade relaciona-se à noção de racionalidade e eficiência na realização da despesa 
pública. Deve-se buscar não apenas gastar menos, mas gastar bem, adquirindo bens e serviços de qualidade, na 
quantidade necessária (nem mais, nem menos) e a preços compatíveis com o mercado. 
Gabarito: Certo 
O controle legislativo só pode ocorrer nas hipóteses, nas situações e nos limites diretamente previstos na 
Constituição Federal. Nesse sentido, a CF prevê, no âmbito do controle externo, atribuições que são de caráter 
político e, por isso, exclusivas das casas legislativas (controle parlamentar direto); e atribuições de 
caráter técnico, exclusivas do Tribunal de Contas (controle técnico). Vamos estudá-las, então! 
Controle parlamentar direto 
Existem algumas atribuições relacionadas ao controle externo que são exercidas diretamente pelo Poder 
Legislativo, o conhecido controle parlamentar direto ou controle político. 
O controle parlamentar direto ou político, a exemplo do controle judicial, decorre da estrutura de divisão de 
poderes, ou sistema de freios e contrapesos, para restringir e limitar o poder dos governantes. Assim, o 
Legislativo é o responsável por aprovar as políticas públicas, bem como as regras para a arrecadação de receitas e 
a programação orçamentária da execução das despesas, as quais devem ser seguidas e executadas 
majoritariamente pelo Poder Executivo, mas também pelos responsáveis pelas unidades administrativas dos 
demais Poderes, obedecendo aos princípios da legalidade, legitimidade e economicidade. Buscando o equilíbrio 
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entre os Poderes, a Constituição definiu que a prestação de contas deve ser feita ao mesmo Poder que definiu as 
regras, o Legislativo, que é o titular de controle externo. 
Como veremos, nem todas as atribuições do controle parlamentar direto estão relacionadas ao controle 
externo financeiro. Muitas são atribuições essencialmente políticas, e não necessariamente envolvem o exame 
das receitas e despesas públicas, a exemplo da aprovação da nomeação de autoridades. 
Dentre as atribuições do controle parlamentar, o art. 49 da CF enumera que é da competência exclusiva do 
Congresso Nacional: 
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites 
de delegação legislativa; 
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre 
a execução dos planos de governo; 
X – fiscalizar e controlar, diretamente,ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, 
incluídos os da administração indireta; 
Quanto ao inciso V, cumpre salientar que a competência para a sustação do ato normativo produzido pelo 
Executivo que exceda dos limites de sua competência é do Congresso Nacional (não do Senado ou da Câmara). 
Além disso, há alguns pontos que merecem atenção: 
▪ o Congresso Nacional pode sustar os atos normativos advindos do Poder Executivo que exorbitem do 
poder regulamentar. Não há que se falar em anulação, que só poderia ser feita pela própria 
Administração (autotutela) ou pelo Judiciário (controle judicial); 
▪ os atos normativos que podem ser sustados são os do Poder Executivo (não do Judiciário). Lembrando 
que a CF atribui ao Poder Executivo, por intermédio do Presidente da República, a competência privativa 
para editar decretos e regulamentos visando assegurar a fiel execução das leis (art. 84, IV), assim como 
para editar decretos autônomos sobre a organização e funcionamento da administração federal, quando 
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos e sobre a extinção de cargos 
ou funções públicas, quando vagos. Ademais, o art. 68 da CF prevê a possibilidade de o Presidente da 
República editar as chamadas leis delegadas, mediante delegação do Congresso Nacional. Toda vez que, 
nessas situações, o Executivo for além de seus limites quando da elaboração dos atos normativos, estará 
exorbitando do poder regulamentar, cabendo a sustação pelo Congresso Nacional. 
Prosseguindo no art. 49 da CF, o inciso IX se refere à competência do Congresso Nacional para julgar as 
contas do Presidente da República. Mais adiante, veremos que o Tribunal de Contas não julga as contas do Chefe 
do Executivo, mas tão só as aprecia, mediante a emissão de parecer prévio. A competência para julgamento das 
contas do Chefe do Executivo, no caso federal, é do Congresso Nacional, e constitui ato político. 
Na hipótese de não apresentação das contas ao Congresso Nacional, no prazo de 60 dias após a abertura da 
sessão legislativa, é competência privativa da Câmara dos Deputados (não do Congresso ou do Senado) proceder 
à tomada de contas do Presidente da República (CF, art. 51, II), sendo esse mais um exemplo de controle 
parlamentar. 
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Quanto ao inciso X do art. 49, a doutrina aponta que a principal finalidade do dispositivo é explicitar que o 
controle da Administração Pública também é uma função típica do Poder Legislativo, tão importante quanto a 
função de editar leis primárias. 
Uma das formas de efetivar esse controle de forma direta consiste na prerrogativa que as Casas do 
Congresso Nacional e suas comissões possuem de convocar autoridades para prestarem, pessoalmente, 
informações sobre assunto previamente determinado ou na competência das Mesas da Câmara e do Senado para 
encaminhar pedidos escritos de informações a essas autoridades. É o que diz o art. 50 da CF: 
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão 
convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à 
Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente 
determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada. 
(...) 
§ 2º - As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos 
de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, 
importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de trinta dias, 
bem como a prestação de informações falsas. 
Outra atribuição de controle parlamentar direto refere-se à competência do Senado Federal para processar 
e julgar as seguintes autoridades nos crimes de responsabilidade: o Presidente e o Vice-Presidente da República, 
bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, nos crimes da 
mesma natureza conexos com aqueles; os Ministros do STF; os membros do Conselho Nacional de Justiça e do 
Conselho Nacional do Ministério Público; o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União (CF, art. 
52). 
Ademais, é competência do Senado Federal aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, 
a escolha de determinados magistrados e ministros do TCU, de Governador de Território, do presidente e diretores 
do Banco Central, do Procurador-Geral da República e de outras autoridades que a lei estabeleça (CF, art. 52, III). 
Uma conhecida e importante ferramenta utilizada pelo Poder Legislativo no controle da Administração 
Pública é a instauração das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI). As CPI possuem poderes de 
investigação próprios de autoridades judiciais para apuração de fato determinado e por prazo certo. Suas 
conclusões, se for o caso, serão encaminhadas ao Ministério Público para que promova a responsabilização civil 
ou criminal dos infratores (CF, art. 58, §3º). 
§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das 
autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela 
Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante 
requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo 
suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade 
civil ou criminal dos infratores. 
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Por fim, cabe destacar as atribuições da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização 
(CMO), que examina e emite parecer sobre as contas do Presidente da República e sobre os planos e programas 
nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituição, assim como exerce o acompanhamento e a fiscalização 
orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas (CF, art. 166, 
§1º). 
Questões para fixar 
11) Compete exclusivamente à Câmara dos Deputados suspender os atos dos Poderes Executivos federal, 
estadual e municipal caso estes tenham exorbitado os limites do poder regulamentar das leis expedidas pelos 
respectivos órgãos legislativos. 
Comentário: 
A questão trata do controle parlamentar/político exercido sobre a Administração Pública diretamente pelos 
órgãos do Poder Legislativo. A competência para sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem 
do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa é do Congresso Nacional e não da Câmara dos 
Deputados isoladamente, nos termos do art. 49, V da CF. Ademais, o Congresso Nacional, quando for o caso, 
somente pode sustar os atos do Poder Executivo federal, jamais do estadual, municipal ou distrital. Nessas 
esferas, a competência é das Assembleias Legislativas, das Câmaras Municipais ou da Câmara Legislativa no 
caso do DF. Portanto, o quesito está incorreto. 
Gabarito: Errado 
12) Considerando as normas constitucionais relativas a controle externo, julgue o item a seguir: o Supremo 
Tribunal Federal não se sujeita a controle externo exercido pelo Congresso Nacional. 
Comentário: 
Os órgãos administrativos de todos os poderes constituídos – incluindo, portanto, o Judiciário no qual está 
inserido o STF – são sujeitos passivos do controle externo, cujo sujeito ativo, no âmbito federal, é o Congresso 
Nacional, auxiliado pelo TCU (CF, art. 70 e 71). Mas lembre-se: somente as funções administrativas, ou seja, as 
que envolvem receitas e despesas de recursos públicos, tais como aquisição de bens, contratação de serviços, 
admissãode pessoal etc., estão sujeitas ao controle externo. Assim, uma decisão do STF tomada no exercício 
de suas atribuições típicas, como no julgamento de uma ADIN, não se sujeita ao controle externo do Congresso 
ou do TCU. 
Gabarito: Errado 
13) O controle legislativo é tanto político quanto financeiro. O controle financeiro, no âmbito parlamentar, é 
exercido por meio de suas casas e respectivas comissões. Há comissões permanentes e temporárias, entre as 
quais as CPIs. No caso do DF, cabe precipuamente à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças da Câmara 
Legislativa (CLDF) fiscalizar a execução orçamentária e financeira. 
Comentário: 
Afirmativa correta. Trata-se da comissão permanente constituída na CLDF equivalente à Comissão Mista de 
Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) do Congresso Nacional, responsável pelo acompanhamento 
e a fiscalização do orçamento público. 
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Importante ressaltar que o controle legislativo é precipuamente de caráter político, mas também contempla 
atividades de controle financeiro, como quando susta despesas não autorizadas e quando exerce o 
acompanhamento e a fiscalização da execução orçamentária e financeira por intermédio da comissão 
permanente. 
Gabarito: Certo 
14) No exercício do controle legislativo, compete ao Senado Federal, em caráter privativo, sustar os atos 
normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar, bem como os contratos que padeçam 
de ilegalidade, neste último caso mediante solicitação da Comissão Mista de Orçamento do Congresso 
Nacional. 
Comentário: 
A competência para sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (CF, 
art. 49, V), bem como os contratos administrativos que padeçam de ilegalidade (CF, art. 71, §1º) é do Congresso 
Nacional, e não do Senado Federal. Ademais, a sustação de contratos pelo Congresso ocorre após a 
comunicação do Tribunal de Contas, e não da Comissão Mista de Orçamento (CF, art. 71, IX, X e §1º). 
Gabarito: Errado 
 
 
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Controle exercido pelo Tribunal de Contas 
Vimos que, segundo o modelo estabelecido pela Constituição Federal, o Congresso Nacional é o titular do 
controle externo praticado sobre a Administração Pública Federal. Mas, para que esse controle seja efetivo, a 
Constituição estabelece que o Parlamento deve contar com o auxílio técnico indispensável do Tribunal de Contas 
da União, que, mediante sua ação fiscalizadora, o chamado controle técnico, de caráter contábil-financeiro, 
busca garantir que a Administração arrecade, gaste e administre os recursos públicos dentro dos limites da lei e do 
interesse geral. 
 
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Tome nota!! 
Atualmente, no Brasil, além do Tribunal de Contas União – competente para realizar o controle 
externo na esfera federal -, existem os seguintes tribunais de contas: 
➢ 26 tribunais de contas dos estados; 
➢ 01 Tribunal de Contas do Distrito Federal; 
➢ 03 tribunais de contas dos municípios (BA, GO e PA); 
➢ 02 tribunais de contas municipais (Rio de Janeiro de São Paulo). 
Como se percebe, todos os Estados brasileiros, assim como o Distrito Federal, possuem um Tribunal 
de Contas responsável pelo controle externo dos recursos de origem estadual (TCEs) e distrital (TCDF). 
Quanto ao controle dos recursos de origem municipal, cabe diferenciar tribunais de contas dos 
municípios (TC dos Municípios) de tribunais de contas municipais (TCM). 
Os primeiros são órgãos técnicos estaduais, responsáveis pelo controle externo de todos os municípios 
do respectivo Estado. Atualmente, existem apenas 03, nos Estados da BA, GO e PA. 
Os segundos são órgãos municipais que exercem o controle externo somente no âmbito do Município 
no qual foram constituídos. No Brasil, existem apenas 02, nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. 
Nos municípios que não são abarcados pela jurisdição de um TC dos Municípios ou de um TCM, o 
órgão técnico que auxilia as Câmaras Municipais no controle externo é o respectivo Tribunal de Contas 
Estadual (TCE). 
Embora previsto no art. 75 da CF, atualmente não existem órgãos de controle externo denominados 
Conselhos de Contas dos Municípios, mas apenas Tribunais de Contas. 
A CF vedou a criação de novos TCM (CF, art. 31, §4º). Portanto, os únicos TCM que podem existir no 
Brasil são os do Rio de Janeiro e de São Paulo, que já existiam antes da promulgação da atual Constituição. 
Nenhum outro Município pode prever, em sua lei orgânica, a existência de um Tribunal para controlar as 
contas municipais. Todavia, nada impede a criação de TC dos Municípios (órgãos estaduais) pelos Estados que 
ainda não os possuem. Nesse sentido já deliberou o STF8. 
O Tribunal de Contas da União (assim como os demais tribunais de contas do País) é órgão administrativo 
que auxilia tecnicamente o Poder Legislativo no controle externo da gestão pública, sem, porém lhe ser 
subordinado ou pertencer à sua estrutura. A Carta Magna assegura ao TCU, inclusive, autonomia funcional, 
administrativa, financeira e orçamentária, garantindo-lhe quadro próprio de pessoal (CF, art. 73), e estendendo-
lhe, no que couber, as atribuições relativas à auto-organização do Poder Judiciário, previstas no art. 96 da CF, como 
elaborar seu Regimento Interno, organizar sua Secretaria e propor, privativamente, projetos de lei relativos à sua 
organização interna. 
 
8 ADIn 687 
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=1531922
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O Tribunal de Contas da União é um órgão colegiado, composto por nove Ministros9, os quais se equiparam, 
em termos de garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens, aos Ministros do Superior 
Tribunal de Justiça (CF, art. 73, §3º). 
É importante salientar que o TCU, apesar de ser um “Tribunal” e de seus Ministros se equipararem aos 
Ministros do STJ, não pertence ao Poder Judiciário e, por conseguinte, não exerce jurisdição, isto é, não decide 
com definitividade o direito aplicável a um caso concreto litigioso. Suas decisões possuem natureza 
administrativa e, como tal, podem ser objeto de impugnação perante o Poder Judiciário em caso de 
irregularidade formal grave ou manifesta ilegalidade. 
O TCU tampouco, como já destacado, pertence ao Poder Legislativo, apesar de auxiliar o Congresso 
Nacional no controle externo da Administração Pública. De fato, o TCU não está subordinado hierarquicamente 
a nenhum dos três Poderes: o Presidente do TCU não deve obediência ao Presidente do Congresso Nacional, 
titular do controle externo, e muito menos ao Presidente do STF ou ao Presidente da República. Similarmente, o 
Presidente de um Tribunal de Contas Estadual também não responde ao Presidente da Assembleia Legislativa ou 
ao Governador do Estado, tampouco ao Presidente do TCU. 
Por outro lado, da mesma forma que o Ministério Público, o TCU também não constitui, por si só, um Poder. 
Diz-se que a tripartição clássica dos Poderes do Estado – Executivo, Legislativo e Judiciário – não é suficiente para 
abarcar o perfil de instituições como o TCU e o Ministério Público, órgãos de estatura constitucional que possuem 
competências próprias e privativas, sem estarem ligados hierarquicamente a nenhum dos três poderes clássicos. 
As principais competências do TCU relacionadas ao controle externoestão expressas nos incisos do art. 71 
da Constituição Federal. Ressalte-se que tais competências são próprias e privativas do TCU, o que denota sua 
independência em relação ao Congresso. Vamos, de forma sucinta, estudar as competências da Corte de Contas 
mais relevantes para o nosso objetivo. Lembrando que, em vista do princípio da simetria, tais competências 
também são exercidas pelos demais tribunais de contas do País. 
Emitir parecer prévio sobre as contas do Presidente da República 
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que 
deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; 
O TCU aprecia – não julga! - as contas anuais do Presidente da República e emite parecer prévio. O prazo 
para emissão do parecer prévio é de até 60 dias a contar do recebimento das contas pelo Tribunal. 
Por força do art. 49, IX da CF, compete privativamente 
ao Congresso Nacional o julgamento das contas do 
Presidente da República. O TCU, saliente-se, somente as 
aprecia e emite parecer prévio. 
 
9 Diversamente, os demais Tribunais de Contas do País são compostos por sete Conselheiros (CF, art. 75, parágrafo único). 
Quem julga as contas do Presidente da 
República é o Congresso Nacional. 
O TCU apenas emite parecer prévio. 
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As contas prestadas pelo Presidente da República constituem as chamadas contas de governo, de natureza 
política, que propicia uma visão macro do desempenho da economia e das políticas sociais, em confronto com as 
normas constitucionais, legais e regulamentares. 
O parecer prévio emitido pelo TCU pode ser pela aprovação, com ou sem ressalvas e recomendações, ou pela 
rejeição das contas. Todavia, embora o parecer prévio seja conclusivo, é meramente opinativo, não vinculando o 
julgamento a cargo do Congresso Nacional. 
Detalhando um pouco mais... 
O caput do art. 56 da LRF dispõe que as contas prestadas pelo Chefe do Poder Executivo incluirão, 
além das suas, as dos presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do chefe do Ministério 
Público, as quais receberão parecer prévio, separadamente, do Tribunal de Contas. Assim, a Lei prevê vários 
pareceres prévios a serem emitidos pelo TCU, um para o presidente de cada órgão. 
Entretanto, o referido dispositivo da LRF encontra-se suspenso, em caráter liminar, pelo STF (ADIn 
2.238/DF). Por esse motivo, o TCU, no momento, emite parecer prévio exclusivamente em relação às contas 
do Presidente da República, que são julgadas pelo Congresso Nacional, como previsto na Constituição. 
As contas dos presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério 
Público, ao contrário, em vez de serem objeto de pareceres prévios individuais, são efetivamente julgadas 
pelo TCU, por força do art. 71, II da CF e em consonância com a decisão do Supremo. 
Não obstante, o relatório elaborado pelo TCU sobre as contas de governo, que acompanha o parecer 
prévio, contempla informações sobre os demais Poderes e o Ministério Público, compondo assim um 
panorama de toda a Administração Pública Federal. 
Vale lembrar que, caso o Presidente da República não preste as contas, compete à Câmara dos Deputados 
tomá-las (art. 51, II, da CF). 
Questões para fixar 
15) De acordo com a Lei Orgânica do TCDF, é de competência desse tribunal julgar as contas do governador 
do DF e elaborar relatório sintético a esse respeito, emitindo parecer definitivo, no qual o conselheiro relator — 
antes de se pronunciar sobre o mérito das contas — ordena a citação dos responsáveis. 
Comentário: 
Por simetria com o disposto na Constituição Federal, o julgamento das contas dos Chefes do Poder Executivo 
nas demais esferas de governo compete ao Poder Legislativo local, após parecer prévio emitido pelo Tribunal 
de Contas competente. No caso do Distrito Federal, de que trata o comando da questão, o julgamento das 
contas do governador compete à Câmara Legislativa do DF e não ao TCDF, daí o erro. O TCDF, a exemplo do 
TCU, apenas emite parecer prévio. 
Gabarito: Errado 
16) Cabe ao TCE/RS julgar as contas a serem prestadas anualmente pelo governador do estado e pelos 
prefeitos municipais, nos termos da Lei Orgânica do TCE/RS. 
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Comentário: 
O Tribunal de Contas não julga as contas do Chefe do Poder Executivo. Apenas emite parecer prévio. Quem 
julga é o Poder Legislativo, nas respectivas esferas de governo, ou seja, Congresso Nacional (Presidente da 
República), Câmara Legislativa (Governador de DF), Assembleias Legislativas (Governadores dos Estados) e 
Câmaras Municipais (Prefeitos dos Municípios). 
Gabarito: Errado 
17) Cabe exclusivamente ao Congresso Nacional apreciar e julgar anualmente as contas de governo, 
consideradas em seu sentido mais amplo. 
Comentário: 
A exclusividade conferida pela Constituição ao Congresso Nacional refere-se apenas ao julgamento das contas 
do Presidente da República (CF, art. 49, IX). Também as apreciam o TCU, que emite parecer prévio (CF, art. 71, 
I), e a Comissão mista de Senadores e Deputados (CMO), que emite parecer, na forma de projeto de Decreto 
Legislativo (CF, art. 166, §1º, I). Portanto, a palavra “apreciar” torna o quesito incorreto. 
Gabarito: Errado 
18) Uma das incumbências do tribunal de contas do estado é a emissão de parecer prévio sobre as contas de 
prefeito municipal, que deverá ser aprovado ou rejeitado pela câmara municipal, sempre por maioria absoluta. 
Sendo divergente a posição dos vereadores, o parecer do tribunal deixará de prevalecer por decisão de três 
quartos dos membros da câmara municipal. 
Comentário: 
Primeiramente, cabe enfatizar que a competência para emitir o parecer prévio sobre as contas de prefeito 
municipal é do Tribunal de Contas responsável pelo controle externo do Município, o qual, na maior parte dos 
casos, é o Tribunal de Contas do Estado. Nos Estados da Bahia, Goiás e Pará, todavia, esse parecer compete 
ao respectivo Tribunal de Contas dos Municípios (órgão de controle externo estadual responsável pelo controle 
externo de todos os Municípios do Estado), enquanto que nos Municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo, o 
parecer prévio sobre as contas do Prefeito compete ao respectivo Tribunal de Contas Municipal. Em todos os 
casos, o julgamento das contas compete à respectiva Câmara de Vereadores. 
 Quanto à assertiva, o erro está na expressão “aprovado ou rejeitado pela câmara municipal, sempre por 
maioria absoluta”, eis que o parecer prévio só poderá ser rejeitado por decisão de dois terços dos membros da 
Câmara Municipal, nos termos do art. 31, §2º da CF: 
§2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente 
prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal. 
Detalhe é que, diferentemente da esfera municipal, nas esferas federal e estadual não existe previsão de 
quórum qualificado para derrubar o parecer prévio do Tribunal de Contas 
Gabarito: Errado 
 
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Julgar as contas dos responsáveis por recursos públicos e dos causadores de prejuízo ao erário 
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da 
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder 
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que 
resulte

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