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crimes contra liberdade sexual a crimes contra familia

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(
 
Página | 
11
 
)Thaina G. Araújo
DIREITO PENAL IV – BARBUTO – 8º SEMESTRE
CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
Considerações iniciais:
1. Todos os crimes do capítulo I e II (artigos 213 á 218-C) são processados mediante Ação Penal Pública Incondicionada após a mudança de 2018, antes disso era condicionada 
2. As causas de aumento (quando) aplicáveis estão previstas nos artigos 226 e 234-A, sendo necessária cautela para ver se a causa de aumento não está prevista no próprio tipo penal, caso no qual sua aplicação ocasionaria bis in idem, o que não é permitido. 
	Ação penal 
Art. 225.  Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública incondicionada. 
	 Art. 226. A pena é aumentada  
        I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas;           
        II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela;   
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado:   
 Estupro coletivo    
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes;   
 Estupro corretivo   
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima.
	Aumento de pena                (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 234-A.  Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada:    
III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez;     
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência.  
	Estupro 
Art. 213.  Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:          (Redação dada pela Lei nº 12.015/2009)
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos
§ 1o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.        
§ 2o  Se da conduta resulta morte:       
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos    
A conduta é de “constranger alguém”, condicionada a existência de “violência ou grave ameaça” a ter a) conjunção carnal ou b) praticar ato libidinoso ou c) permitir que com ele (vítima) se pratique qualquer um destes. 
1. Coagir, forçar, obrigar, etc.
2. Condição necessária para caracterização do tipo, sem violência ou grave ameaça geralmente se enquadra no crime de importunação sexual (215-A).
Dessa maneira, engloba todo e qualquer ato libidinoso, de conotação sexual, conjunção carnal e conjunção alternativa, qualquer tipo de ato que desrespeite a liberdade sexual da vítima e a force a prática de alguma conduta que ela não deseja ter, desde que praticado mediante violência ou grave ameaça. 
Portanto, havendo violência ou grave ameaça, será considerado crime de estupro até mesmo se o agente não tocar na vítima, mas obriga-la a praticar ato libidinoso consigo mesma ameaçada por uma arma de fogo. Da mesma maneira, pratica crime de estupro na modalidade concursiva o colega que assiste o amigo estuprar a vítima desacordada, mesmo que não encoste nela. Isso porque no concurso de agentes é permitida modalidade de participação, na qual o sujeito está presente mas não pratica nem conjunção nem violência contra a vítima, mas instiga a pratica do crime por exemplo; e a modalidade de coautoria, quando há prática de uma ou mais das condutas previstas no tipo.
Divergência doutrinária: há quem defenda que para caracterizar conjunção carnal deve haver cópula vagínica (penetração penis – vagina), excluindo da prática o estupro praticado entre homossexuais ou com auxílio de objetos, os enquadrando como ato libidinoso. Uma vez que o artigo não cita, expressamente, que para caracterizar a conjunção carnal seja necessária cópula vagínica, cumulado ao fato de que foi excluída a necessidade de que o sujeito passivo seja mulher, entendo que essa posição é ultrapassada, mas se trata de mera divergência doutrinaria, os dois caracterizam crime de estupro independente da definição adotada. 
A questão é muito bem abordada nesse artigo: (https://mcdovanci.jusbrasil.com.br/artigos/380774321/re-definicao-da-figura-tipica-de-estupro-e-inconstitucionalidade-das-expressoes-conjuncao-carnal-e-ato-libidinoso)
CRIME DOLOSO. NÃO EXISTE ESTUPRO CULPOSO.
Causas de aumento de pena: art. 226 
1. No concurso de 2 ou mais pessoas, aumento de ¼; 
2. Se o agente está em posição de autoridade sobre a vítima, seja familiar, profissional ou qualquer outro tipo, aumento de ½. 
3. Se o crime resulta de gravidez: aumento de ¼ - art. 234-A
4. Se o agente transmite DST a vítima: aumento de 1/6 a ½. 
Não existe mais violência presumida. Entretanto cuidado: Se a vítima for menor de 14 anos ou não gozar de discernimento para consentir com o ato ou oferecer resistência, seja por enfermidade ou deficiência, caracteriza estupro de vulnerável previsto no 217-A.
	Estupro de vulnerável        
Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:      
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1o  Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.           
§ 2o  VETADO
§ 3o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4o  Se da conduta resulta mortePena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.       
§ 5º  As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime.  
Também será processado por APP incondicionada e aplicam-se os mesmos aumentos de pena do 226 e 234-A, no que não caracterizar bis in idem.
Importante lembrar que menor de 14 anos não consente, ainda que não exista mais a questão da presunção de violência. Se for entre 14 e 18, havendo crime de estupro será enquadrado no artigo 213, não nesse. 
	Violação sexual mediante fraude            
Art. 215.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.            
Parágrafo único.  Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
Também chamado de “estelionato sexual”. Leitura para aprofundamento: (https://ambitojuridico.com.br/edicoes/180/o-influxo-da-lei-13-718-de-2018-no-crime-de-violacao-sexual-mediante-fraude/)
Trata-se da prática sexual com alguém mediante extorsão, estelionato, ameaça, etc. Aqui existe o “consentimento” da vítima, mas totalmente viciado/influenciado, de tal sorte que sem essa influencia sua manifestação de vontade seria no sentido oposto. 
Alguns exemplos para facilitar a visualização: gêmeo se passando pelo irmão para ter relações com a cunhada; ameaça de publicar fotos íntimas se não satisfeito o desejo sexual do agente, pastor que diz a pessoa crédula que para receber a benção deve ter relações com ele, quando um chefe condiciona um empregado a ter relações sexuais para receber promoção de cargo, etc. 
Também se aplicam as causas de aumento do 226 e do 234-A.
	Importunação sexual   (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro:  
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.  
Conforme comentado anteriormente, aqui não existe violência, por isso não caracteriza estupro. Geralmente é aplicado nos casos onde houve um ato libidinoso mas quenão se enquadra nos tipo do 213.
	Assédio sexual        
        Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.                
        Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.              
        § 2o  A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.
Para caracterizar o tipo penal, é necessário que o agente esteja em posição hierarquicamente superior a vítima, seja profissionalmente (chefe, supervisor, etc). Aqui também não existe violência nem ameaça, tão somente uma manifestação de vontade completamente viciada por parte da vítima.
	Registro não autorizado da intimidade sexual
Art. 216-B.  Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes:  (Incluído pela Lei nº 13.772, de 2018)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único.  Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo. 
Importante: o sujeito passivo deve ser maior de idade, caso menor, o crime será tratado pelo ECA, artigo 241 e seguintes:
	Art. 241.  Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.  
 Art. 241-A.  Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
§ 1 o Nas mesmas penas incorre quem: 
 I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo; 
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo. 
§ 2 o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo são puníveis quando o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo. 
 Art. 241-B.  Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
§ 1 o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a que se refere o caput deste artigo. 
§ 2 o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por:  
I – agente público no exercício de suas funções; 
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo; 
 III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.  
§ 3 o As pessoas referidas no § 2 o deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito referido.  
 Art. 241-C.  Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.  
Parágrafo único.  Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma do caput deste artigo.  
	Corrupção de menores 
Art. 218.  Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:           (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Importante observar que aqui tem a previsão de dois crimes: o do tipo penal, que é induzir o menor a praticar ato libidinoso com terceiro, e em relação a esse terceiro, estará incorrendo no artigo 217-A, qual seja estupro de vulnerável. Situação exemplo: a criança vai acompanhada de um adulto de sua confiança, digamos seu tio, até a residência de um terceiro adulto, amigo desse tio. O tio induz a criança a praticar ato libidinoso com o amigo. Nesse caso, o tio pratica o crime do 218 e o amigo o crime do 217-A.
CUIDADO pra não confundir com a corrupção de menores prevista no ECA, art. 244-B. Lá, induz a prática criminosa, aqui, induz a prática sexual. O nome é o mesmo mas são tipos completamente diversos.
	Art. 244-B (ECA)  Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
	Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente              (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 218-A.  Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem:           
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
 
Aqui é basicamente a mesma coisa do anterior com uma diferença crucial: no 218 o menor é induzido a participar do ato, tendo sua moral corrompida. No 218-A, ele está presente, vê o ato, mas não participa. Então utilizando o exemplo anterior, seria o caso do tio levar a criança para que ela presencie ele praticando ato sexual com o colega.
	Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável.         (Redação dada pela Lei nº 12.978, de 2014)
IMPORTANTE: CONFLITO NORMATIVO COM O PREVISTO NO ECA, ART. 244-A. Para resolver o conflito, entende-se que por se tratar de legislação específica, quando a vítima for menor de 18 anos aplica-se o disposto no ECA, quando for maior de 18, mas vulnerável por enfermidade ou deficiência, aplica-se o disposto nesse artigo.
Art. 218-B.  Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:         
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.            
§ 1o  Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.                
§ 2o  Incorre nas mesmas penas:            	
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;         
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo.               
§ 3o  Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.
Também conhecido como “lenocínio” ou “exploração sexual econômica”, o tipo prevê o crime cometido por aquele que induz, submete ou atraí um menor de 18 anos ou pessoa com capacidade mental comprometida por deficiência ou enfermidade a se prostituir; incorrendo no mesmo artigo o cliente e o dono do local onde os fatos ocorrem (prostíbulo). Portanto, podem existir 3 tipos de agentes: o indutor da prática,o cliente da vítima e o proprietário do local.
É óbvio, porque está expresso no caput, que a vítima deve ser menor de idade ou vulnerável equiparado, sendo a vítima maior ainda é crime mas previsto em outro dispositivo.
Importante diferenciar: para caracterizar prostituição deve haver habitualidade na conduta da vítima. Entretanto, se o fato ocorre somente uma vez, ainda se caracteriza, mas não como prostituição e sim como abuso sexual.
LEMBRANDO QUE O DISPOSTO NO ARTIGO SÓ VAI SER APLICÁVEL NO CASO CONCRETO AO ENFERMO OU INCAPACITADO POR DEFICIENCIA, SENDO MENOR DE 18 ANOS, APLICA O 244-A DO ECA:
	Art. 244-A.(ECA) Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 2 o desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens e valores utilizados na prática criminosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé.  
§ 1 o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo.  § 2 o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento
	Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia  (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Art. 218-C.  Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia:  
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Aumento de pena   § 1º  A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação.
Exclusão de ilicitude   
§ 2º  Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito) anos.   
Leitura complementar: (https://matheusfalivene.jusbrasil.com.br/artigos/630364992/comentario-ao-art-218-c-do-codigo-penal)
Mesma coisa do anterior, será aplicado ao vulnerável em razão de deficiência ou incapacidade, para o vulnerável em razão da idade aplica-se o disposto no ECA 241 e seguintes, ora supracitados.
Note que: na divulgação de imagem contendo cena de estupro, quem divulga pratica o 218-C e quem está no vídeo praticando o ato incorre no 213. Na divulgação de cena de estupro de vulnerável a mesma coisa, modificando o 213 pelo 217-A. Agora, se tratando de casos que configurem importunação a liberdade sexual, mas, não caracterizarem estupro, como o assédio ou a violação mediante fraude, não podem ser caracterizados nesse artigo. Claro que é necessário observar se não houve a divulgação de cena de sexo ou nudez derivada da prática de assédio sexual por exemplo (imagine que o chefe obriga a secretária a ter relações com ele e um terceiro funcionário filma o ato e divulga), nesse caso claro que entraria aqui, mas se não houve nudez, pornografia ou cena de sexo explícita, não configura. 
No caso da indução ou apologia a prática, pode ser aplicável ao caso de quem divulgue vídeo defendendo o estupro por exemplo e a doutrina se divide na questão do “estupro encenado”.
	Mediação para servir a lascívia de outrem
        Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:
        Pena - reclusão, de um a três anos.
        § 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda:                 
        Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
        § 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
        Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à violência.
        § 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Semelhante ao crime de corrupção de menores (218), mas aqui é o lenocínio praticado com maior de idade não vulnerável. Importante!!! Atenção na verificação da existência de violência ou grave ameaça, porque, existindo, caracteriza estupro.
Cuidado também com as qualificadoras do 226, porque aqui já está previsto no tipo.
Atenção ao parágrafo único, que prevê o aumento de pena pra vítima entre 14 – 18 anos ou se o agente indutor do ato é alguém confiado para fins de educação, tratamento ou guarda
O restante é igual ao 218.
	Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual               (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 228.  Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone:             
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa
§ 1o  Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:               
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.                
        § 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
        Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à violência.
        § 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Mesma coisa do anterior, são as mesmas disposições do artigo 218-B, com a diferença de que aqui a vítima induzida é maior de idade não vulnerável. A diferença é que aqui o cliente não pode ser agente, pois ele não comete crime fazendo sexo com maior de idade. 
Importante lembrar que prostituição, por si só, não é crime. O que se criminaliza é a indução ao ato. Tudo em volta é punível, mas o ato em si, não. 
Recai no verbo “facilitar” o dono de comércio próximo que não tem ligação direta com uma pessoa que comercialize o próprio corpo na rua, mas auxilia de alguma forma, indiretamente, mediante ganho de clientes no seu bar, adega, etc.
ATENÇÃO! HAVENDO HABITUALIDADE NO PROVEITO OBTIDO PELA PRATICA DO CAPUT, CARACTERIZA O PREVISTO NO ART. 230!!
	Casa de prostituição
        Art. 229.  Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:
        Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa
Aqui deve haver habitualidade para caracterização do crime.
	 Rufianismo
        Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1o  Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:              
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.               
§ 2o  Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima:           
 Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena correspondenteà violência.                
Crime cometido pelo “cafetão”. Para caracterização, necessária habitualidade.
	 Promoção de migração ilegal
Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem econômica, a entrada ilegal de estrangeiro em território nacional ou de brasileiro em país estrangeiro:        
 Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
§ 1º  Na mesma pena incorre quem promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem econômica, a saída de estrangeiro do território nacional para ingressar ilegalmente em país estrangeiro 
§ 2º  A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se:        
 I - o crime é cometido com violência; ou         
II - a vítima é submetida a condição desumana ou degradante
§ 3º  A pena prevista para o crime será aplicada sem prejuízo das correspondentes às infrações conexas.
Esse artigo foi o que restou de uma reforma que revogou seus anteriores. Trata-se do crime e entrada e saída ilegal de estrangeiros, não tem pertinência nenhuma no capítulo que trata de dignidade sexual, ainda que dê pra entender a conexão advinda do tráfico de pessoas para prostituição.
ULTRAJE AO PUDOR
	Ato obsceno
        Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Ato obsceno é todo aquele com conotação sexual que fere a moralidade média ou o pudor público. 
Por essa escrita “aberta”, é necessário manter sempre uma interpretação progressiva do artigo, porque a concepção social de ato obsceno hoje, não é a mesma de 1940. Cuidado pra não confundir com a importunação sexual, já que o ato obsceno também ocorre em público – para diferenciar, a importunação, para que seja caracterizada, deve ser um comportamento nojento dirigido à vítima.
	Escrito ou objeto obsceno (praticamente caiu em desuso já, hoje existem lugares que se encaixam perfeitamente nessa descrição e não é mais crime)
        Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
        Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:
        I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos referidos neste artigo;
        II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação teatral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter;
        III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audição ou recitação de caráter obsceno

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