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cultura e imperialismo- introdução do livro de Edward W. Said

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Autor: Said, Edward W. 
Obra: Cultura e Imperialismo
Resumo da Introdução
Alguns aspectos destacados ao longo do texto, seria pensar as relações do Imperialismo através de aspectos presentes na cultura. E pensar os discursos literários como narrativas que apresentam aspectos da dominação imperialista.
O autor vai pensar a relação geral entre cultura e império, e como isso são elementos importantes para a cultura imperialista. Nesse livro ele vai destacar os processos de resistência que aconteceram durante esse processo de conquista, e que não havia sido destacado na obra do Orientalismo, pois “em quase todos os lugares do mundo não europeu, a chegada do homem branco gerou algum tipo de resistência” (p.10) é destacado a importância de dois fatores: seria o modelo geral de cultura imperial em âmbito geral e uma experiência histórica de resistência contra o imperialismo, ou seja, como através desse modelo os países europeus buscavam impor uma conquista de novos territórios. Destacando o aspecto da Cultura como algo importante, pois são as práticas, as artes de descrição que possui autonomia frente aos campos econômico, social e político.
Para o autor “o principal objeto de disputa no imperialismo é a terra” (p.11) por isso se encontram mecanismos de dominação, tendo em vista a conquista e manutenção de novos espaços. A cultura também pode ser entendida como “um conceito que inclui um elemento de elevação e refinamento, o reservatório do melhor de cada sociedade” (p.11) assim a partir dessa concepção acontece uma separação, que diferencia o “Nós” do “deles”, quase sempre vendo o outro negativamente, portanto a cultura também atua como um fator de identidade, de ligação do indivíduo com o seu lugar. Nesse sentido a cultura teria um espaço de disputas, onde cada um quer se sobrepor à outra, a partir dessa ideia se observa uma crítica do autor, pois “o indivíduo venera apenas a sua cultura, enxergando-a separada do mundo cotidiano” (p.12) existem autores que não conseguem estabelecer ligação entre as práticas da escravidão, o domínio imperial com a poesia, a ficção que adota tais práticas (p.12). Poucos autores questionam essa noção de raça “submissa” ou “inferior”, tão dominante que era reproduzida. (O autor cita Dickens, Carlyle).
Said chama atenção para o fato de que muitos críticos, filhos da descolonização, tem visto nesses textos da literatura ocidental, um solido interesse pelo que era considerado um mundo inferior (povoado com gente inferior) (p.17) como se só estivessem esperando pela colonização, de certa forma uma visão negativa desses povos.
É destacado a obra “nova ordem mundial” de Conrad, que traz uma visão do governo americano pós-guerra fria como justificativa de sua dominação frente aos novos territórios, assim ele é o “precursor dessas concepções ocidentais do terceiro mundo” (p.18) mas Said critica Conrad, pois nos seus escritos ele ”escreve como homem cuja visão ocidental do mundo não ocidental está tão arraigada a ponto de cegá-lo para outras histórias, outras culturas e outras aspirações” (p.18) ou seja, ele não consegue enxergar as características e cultura desses novos grupos, pois só concebe a visão ocidental de dominação frente ao Oriente, acreditando que esse ocidente tem por natureza o poder de dominar a todos. Para Conrad Índia, África e América do Sul não possuíam vidas e culturas como identidades próprias, reforçando o discurso colonizador de que os sujeitos desses lugares imploravam para serem colonizados, ou seja, pela descoberta do novo. 
Como se tudo só existisse a partir do contato com o colonizador, por isso reafirmou-se a ideia de que tudo só existia a partir desse contato, de que seriam os “criadores” de tudo e de todos. Dentro de uma visão geral para Said “Conrad permite que o leitor veja que o imperialismo é um sistema. A vida num campo subordinado da experiência é marcada pelas loucuras e ficções do campo dominante” (p.20)
Para Said a questão central dessas obras se encontra no fato de que o Ocidente se considera como o centro de tudo, o eixo principal a partir do qual tudo vai existir, ou seja, “a fonte da ação e da vida significativa do mundo se encontra no Ocidente, cujos representantes parecem estar à vontade para impor suas fantasias e filantropias num terceiro mundo retardado mental ” (p.21) assim “as regiões distantes do mundo não possuem vida, história ou cultura dignas de representação sem o Ocidente” (p.21).
No entanto para Said o processo imperialista sempre caminhou com os processos de resistências desses grupos, ou seja, “essas populações e vozes já estão aqui faz algum tempo” (p.22) e que é preciso compreender a corrida imperialista considerando esse aspecto de resistência. O autor destaca como em todo o processo colonizador, existe “sempre o apelo ao poder e ao interesse nacional quando se conduzem os assuntos de povos inferiores; há o mesmo zelo destrutivo ” (p.26) da imposição pelas potencias imperialistas em cima dos territórios conquistados. Destacando sempre o aspecto da resistência existente nesse processo, o que o autor chama de “duas forças em conjunto ” (p.27). Ele vai mostrar como a questão da identidade é um fator que reflete os aspectos de dominação na corrida imperialista, e de certa forma devido ao imperialismo, “todas as culturas estão mutuamente imbricadas, nenhuma é pura e única, todas são hibridas, heterogêneas” (p.30) ou seja, a partir do contato tanto uma quanto a outra sofrem influencias.
Said também destaca o seu papel enquanto autor do livro, mostrando que ele é “um exilado” pois sempre “sentia que pertencia aos dois mundos (Estados unidos e Mundo Árabe (p.31) pois os aspectos de ambas as culturas estiveram presente no seu processo formativo.
1.1 Territórios sobrepostos, historias entrelaçadas.
O autor vai demonstrar como o passado e o presente estão interligados, segundo ele ”não há nenhuma maneira de isolar o passado do presente, ambos se modelam mutuamente, um inclui o outro ” (p.35) assim a maneira que utilizamos para representar o passado acaba “moldando nossas concepções acerca do presente”.
Para o autor as abordagens sobre o imperialismo sempre buscavam privilegiar os aspectos econômicos e políticos, segundo ele é dado “pouquíssima atenção ao papel da cultura na experiência imperial moderna” (p.37) para ele o contato entre diferentes culturas está presente até os dias atuais, nos mais variados grupos norte-americano, europeu, indiano entre outros, que sofreram influencias decorrentes do período do imperialismo, no que ele denomina de “um mundo inteiramente global” (p.37) segundo Said “o imperialismo significa pensar, colonizar, controlar terras que são não nossas, que estão distantes, que são possuídas e habitadas por outros.” (p.39) ou seja, a base de todo esse processo é a terra que precisa ser conquistada, e as disputas advindas desse contato, que ele vai descrever ao longo do livro, e principalmente vai tentar demonstrar que “a terra é de fato, um único e mesmo mundo, ou seja, não existem espaços vazios e inabitados” (p.39) mostrando que em todos esses lugares a chegada do colonizador gerou algum tipo de resistência.
Said chama a atenção que na Europa, no final do século XIX, todas as potências ocidentais, estavam envolvidas na corrida imperialista, no que ele denomina de imitação, pois “todos estavam se esforçando para colonizar, fazer levantamentos, estudar e, governar os territórios conquistados” (p.41) assim havia um sentimento de dominação envolvendo essas potências.
Assim o imperialismo se configura como uma prática partindo “de um centro metropolitano dominante governando um território distante” (p.42) ou seja, o centro vai ditando as novas configurações sociais dessas colônias, transformando a dinâmica social a partir do contato entre esses grupos. Said demonstra como o discurso sempre foi que “certos territórios e povos precisam e imploram pela dominação” (p.43) usando esse argumento como justificativa para a dominação dessas regiões. O autor encerra reafirmando que pretende “examinar a maneira pela qualos processos imperialistas ocorreram para além do plano das leis econômicas e políticas” (p.47) trazendo também a importância dos aspectos culturais como importante elemento de conquista durante o processo imperialista.

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