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Aula 4 - Sistema Unico da Assistência Social SUAS - UDF

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Psicologia, Saúde Coletiva e Projeto Social
Sistema único de Assistência Social - SUAS
Marcelo Pedra M. Machado
Psicólogo Sanitarista
Brasília – 2023
 Política Pública inserida no campo dos direitos, da universalização do acesso e da responsabilidade estatal.
Constituição Federal de 1988
Seguridade Social
Saúde
Previdência
Assistência Social
MUDANÇA DE PARADIGMA DAS POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
ASSISTENCIALISMO
Ligada à filantropia;
Concepção culpabilizadora;
Eventual, incerta, fragmentada;
Com fim em si mesma;
	Sem capacidade para	provocar mudanças na vida dos cidadãos.
DIREITO
Ligada ao Direito Social;
De responsabilidade do Estado;
	Concepção contextualizada das situações;
Voltada ao desenvolvimento individual, familiar e coletivo;
Contínua e transformadora.
Reconhecimento do papel da família e de suas potencialidades;
Necessidades individuais e coletivas como direitos;
Família como espaço de cuidado e proteção, conflito e violações.
ESPECIFICIDADE DAS ATRIBUIÇÕES
Assistência Social: política pública de Seguridade Social, não- contributiva, estruturada no Sistema Único de Assistência Social - SUAS.
Proteção Social de Assistência Social:
proteção social;
vigilância socioassistencial;
defesa de direitos.
Seguranças socioassistenciais:
acolhida;
renda;
convívio ou vivência familiar, comunitária e social;
desenvolvimento de autonomia;
apoio e auxílio.
Diretrizes Estruturantes da Política Pública de Assistência Social :
Primazia da responsabilidade do Estado;
Descentralização político-administrativa;
Financiamento partilhado entre União, Estados, DF e Municípios;
Matricialidade sociofamiliar;
Territorialização;
Fortalecimento da relação democrática entre Estado e sociedade civil
Controle social e participação popular.
Política de Assistência Social e SUAS
O que é o SUAS?
Instâncias de Gestão
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Secretarias Estaduais
Secretarias Municipais
Instâncias de Negociação e Pactuação
Comissão Intergestores Tripartite
Comissão Intergestores Bipartite
Instâncias de Deliberação e Controle Social
Conselho Nacional
Conselhos Estaduais
Conselhos Municipais
Instâncias de Financiamento
Fundo Nacional
Fundos Estaduais
Fundos Municipais
Rede de Serviços Governamentais e não Governamentais de Assistência Social
Destinatários / Usuários
Organização do SUAS
ocial
Financiamento
Benefícios e Transferências Assistenciais
Serviços
Programas e Apoio à Gestão
Diretamente aos destinatários
Transferência Fundo a Fundo, regular e automática, com repasse continuado
Transferência Fundo a Fundo, regular e automática
Projetos
Transferência
Voluntária
(Convênios)
Participação e Controle Social (NOB SUAS 2012)
Conselhos de Assistência Social
Caráter deliberativo;
Avaliação, Controle e fiscalização da política;
Planejamento e aprovação da proposta orçamentária;
Acompanhamento da execução orçamentária e financeira;
Análise e deliberação da prestação de contas.
Os conselhos estão vinculados ao órgão gestor de Assistência Social
Responsabilidades conjuntas dos conselhos
O CNAS presta assessoramento aos Conselhos de Assistência Social
Os CEAS prestam assessoramento aos CMAS
SUAS: Território, Vulnerabilidade Social, Violação de Direitos
 Categorias fundamentais para abordagem multidimensional para análise das relações entre as demandas da proteção social em um determinado território e as possibilidades de resposta da política de assistência social em termos de oferta de serviços.
 Vulnerabilidade Social materializa-se nas situações que desencadeiam processos de exclusão social de famílias e indivíduos que vivenciem contexto de pobreza ou privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso a serviços públicos), ou fragilização de vínculos afetivos, relacionais e de pertencimento social, discriminações etárias, étnicas, de gênero, por deficiência e religiosas. (PNAS, 2004)
 As situações de vulnerabilidade social → Risco Social - tem a ver com a possibilidade de um evento ocorrer no percurso da vida de um indivíduo. (Sposati, 2001)
PRESSUPOSTOS DO ACOMPANHAMENTO FAMILIAR 
Espaço de acolhida, escuta e reflexão;
Atendimento regular e continuado;
Construção participativa no PIA;
Estímulo à reflexão sobre o contexto familiar e comunitário e a implicação de cada um na situação de violação de direitos;
Emancipação e fortalecimento da capacidade protetiva das famílias;
Fortalecimento de vínculos / participação social. 
 (Art. 20 – Protocolo de Gestão Integrada, 
Serviços e Benefícios)
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OBJETIVOS DO ACOMPANHAMENTO FAMILIAR
Processar a inclusão das famílias no sistema de proteção social e nos serviços públicos, conforme as necessidades; 
Contribuir para o fortalecimento da família no desempenho de sua função protetiva; 
Contribuir para restaurar e preservar a integridade e as condições de autonomia dos usuários; 
Problematizar os padrões violadores de direitos no interior da família; 
Prevenir a reincidência de violações de direitos;
Promover o protagonismo dos usuários do serviço. 
( Fonte: Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais –MDS, 2009) 
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Proteção Social Básica
Proteção Social Especial
Vulnerabilidade e risco social:
 
Privação ou precariedade de renda; 
Falta ou dificuldade de acesso a serviços públicos;
Fragilização de vínculos relacionais e de pertencimento; 
Discriminação por raça, etnia, gênero, deficiência, etc.
Risco pessoal e social / direitos violados:
Violência intrafamiliar (física e/ou psicológica);
Violência sexual (abuso e exploração);
Situação de rua; 
Afastamento/rompimento do convívio familiar;
Trabalho Infantil.
Situações Atendidas no SUAS
Proteção Social Especial 
de Alta 
Complexidade
Proteção Social Especial 
de Média 
Complexidade
Proteção Social Básica
Apoio, Empoderamento e Inclusão Social
Famílias em situação de pobreza e vulnerabilidade social (Bolsa Família e BPC) 
Superação das situações de risco e violação de direitos
Famílias e Indivíduos
Violência intrafamiliar, abuso e exploração sexual, trabalho infantil, situação de rua, etc.
Acolhimento 
Mulheres; Crianças; Adolescentes; Jovens; Idosos; Adultos; Famílias
Violência intrafamiliar, abandono, situação de rua, calamidade pública. 
Serviços e Programas
Serviços, Programas e Benefícios
Serviços
ESCALA DE VUNERABILIDADE E RISCO
Níveis de Proteção do SUAS
Organização do SUAS por Tipo de Proteção
	Escala de risco e vulnerabilidade	
	Proteção Social Básica - CRAS	Ações preventivas; Fortalecimento de vínculos
Público: famílias, em situação de vulnerabilidade social e/ou fragilização de vínculos familiares e de pertencimento social.
	Proteção Social de Média Complexidade – CREAS e Centro Pop	Acompanhamento Especializado; Prevenção da institucionalização
Público: famílias e indivíduos em situação de risco
pessoal e social, com violação de direitos, decorrentes de abandono, maus tratos físicos e/ou psíquicos, abuso e exploração sexual, adolescentes em conflito com a lei, situação de rua, etc.
	Proteção Social de Alta Complexidade
Abrigo/Acolhimento Institucional	Acolhimento Personalizado; Resgate do convívio
Público: famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social, com violação de direitos e rompimento dos laços familiares.
Proteção Social Básica: CRAS
Acompanhamento familiar e ações preventivas;
Busca Ativa de famílias em situação de pobreza e vulnerabilidade social;
Oferta de PAIF – Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família;
Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos;
Serviços volantes.
Busca Ativa no território
Demanda espontânea e encaminhamento da rede socioassistencial ou das demais políticas públicas. 
PAIF
Acolhida
Estudo diagnóstico da família
Acompanhamento
Atendimento
Oficinas com família
Ações Particularizadas
Ações Comunitárias
Encaminhamentos Dentro e Fora da unidade
Acompanhamento Particularizado
Acompanhamentoem Grupo
Avaliação
Plano de Acompanhamento Familiar ou Plano Individual de Atendimento
Proteção Social de Média Complexidade: CREAS
PAEFI – Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos;
Serviço de Medida Socioeducativa;
Serviço Especializado em Abordagem Social;
Acompanhamento especializado a famílias em situação de risco pessoal, social e com violação de direitos.
Busca Ativa no território
Demanda espontânea e encaminhamento da rede socioassistencial ou das demais políticas públicas. 
Acolhida
Escuta Qualificada
Estudo diagnóstico da família
Acompanhamento
Atendimento
Alta Complexidade
Proteção Básica
Órgãos de Defesa
Encaminhamentos para rede local
Acompanhamento Particularizado
Acompanhamento em Grupo
Avaliação
Plano de Acompanhamento Familiar ou Plano Individual de Atendimento
Desligamento
Proteção Social Básica ou não
A situação deverá ser reportada às autoridades competentes quando o caso assim o exigir.
Encaminhamento REDE de atendimento Intersetorial
 Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua adulta;
 Centro de Convivência
 Serviço Especializado em Abordagem Social;
 Atendimentos individuais, coletivos, oficinas, atividades internas e externas, incentivo ao protagonismo e participação social;
 Espaços para atividades individuais, coletivas, para guarda de pertences, alimentação, higiene pessoal, lavangem de roupas.
SUAS - Proteção Social de Média Complexidade: Centro Pop
Diretrizes operacionais:
Reconhecimento do território;
Mapeamento das áreas;
Construção de vínculo com a população e apresentação do serviço;
Elaboração do diagnóstico situacional;
Sistematização do atendimento na sede e na rua; 
Estabelecimento de fluxos internos e externos. 
Estratégias de Trabalho Adotadas
Acolher e acompanhar o usuário antes de oferecer qualquer atendimento, articulação, encaminhamento ou benefício, para fortalecer a construção de um pedido/demanda mais consistente e comprometido tanto para o usuário, quanto para o técnico e equipamento.
Estratégias de Trabalho Adotadas
 Serviços de Convivência (no equipamento e na rua)
 Fomentado principalmente pelo trabalho dos Espaços de Convivência e Oficinas, juntamente com os espaços coletivos de alimentação e higiene pessoal. Além disso, há as Oficinas Itinerantes que acontecem no território.
 Serviço Especializado de Abordagem Social
 A presença do técnico junto ao educador social no território produz um impacto positivo com o usuário, sua adesão ao serviço e propostas de encaminhamentos. Além de proporcionar maior resolutividade as demandas apresentadas.
Espaços de Convivência
Função: construção de vínculo/referência, reconstrução de laços sociais, acompanhamento e construção do projeto individual de atendimento. 
Dispositivos que se organizam a partir do desejo e da livre expressão do usuário, utilizando como vetor de enunciação fundamentalmente materiais e formas artísticas. 
Qualquer um dos Espaços de Convivência (Sala de Convivência, Biblioteca, ou Sala de Áudio Visual) é uma ferramenta de aproximação do usuário com o equipamento, da equipe com o usuário e do usuário com suas questões. 
Oficinas
Função: Reconstrução de vínculos e referência, construção e acompanhamento do projeto individual de atendimento. 
Organizadas a partir de uma proposta de atividade e uma linguagem específica (música, teatro, empregabilidade, yoga, dança, entre outros). 
O percurso da atividade se dá na seguinte sequência:
 As regras de convivência;
 Apresentação da proposta de trabalho;
 A realização da proposta de trabalho;
 A reflexão coletiva sobre o dispositivo; 
 Organização coletiva do espaço físico.
Aproximação & Serviço Especializado no Território
Função: construção de vínculo e referência, acompanhamento e construção do projeto individual de atendimento. 
A aproximação na rua é iniciada pelo Educador Social, Técnico, ou no trabalho das Oficinas Itinerantes. A partir do contato no território, sinalizações dos Educ. Sociais e do constante mapeamento, a equipe em reuniões de planejamento/supervisão de área planeja intervenções pautadas pela especificidade de cada território. 
Fluxo de Atendimento
Demanda Espontânea, Abordagem Social Encaminhamento ou Retorno
Alimentação
Espaços de Convivência
Oficinas
Atendimento Técnico
Higiene Pessoal
1ª Vez , Retorno, ou Encaminhamentos
ENCAMINHAMENTOS
ESTUDO DE CASO
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PIA
Acolhida
	Serviço	Público	Unidade
	Serviço de Acolhimento Institucional	Crianças e adolescentes	Casa-Lar 
Abrigo institucional
		População em situação de rua	Casa de Passagem 
Abrigo institucional
		Jovens e adultos com deficiência	Residência Inclusiva
		Idosos	Casa-Lar 
Abrigo institucional (ILPI)
		Mulheres em situação de violência	Abrigo institucional
	Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora	Crianças e adolescentes	Residência da Família Acolhedora Cadastrada
	 Serviço de 
Acolhimento em Repúblicas	Jovens entre 18 e 21 anos	República
		Adultos em processo de saída das ruas	República
		Idosos	República
	Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências	Famílias e indivíduos	Unidades referenciadas ao órgão gestor da Assistência Social
SUAS - Proteção Social Especial – Alta Complexidade
Acolhimento Institucional - Abrigos
Atendimento integral a crianças e adolescentes, adultos e famílias, mulheres em situação de violência ou jovens e adultos com deficiência, afastados do núcleo familiar e/ou comunitário de origem por abandono, maus tratos, violência ou decisão judicial.
Acolhimento Institucional: 
Casa Lar
Abrigo institucional 
Casa de passagem 
Residência Inclusiva
Serviço de Acolhimento em República
Família Acolhedora
Proteção Social de Alta Complexidade: Serviços de Acolhimento
Benefício de Prestação Continuada - BPC
Garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 anos ou mais, que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção, nem de tê-la provida por sua família.
Direito presente na constituição.
SUAS: SISTEMA COM SERVIÇOS, PROGRAMAS, PROJETOS E BENEFÍCIOS
Acessuas Trabalho
Público: Pessoas em situação de vulnerabilidade e/ou risco social
Articulação, mobilização e encaminhamentos, visando a preparação e inclusão no mundo do trabalho.
Desafio: Fortalecer as estratégias intersetoriais para a inclusão no mundo do trabalho (inclusão produtiva, intermediação de mão de obra, etc).
BPC Trabalho
Público: Beneficiários do BPC com deficiência, de 16 a 45 anos.
Objetivo:	Identificar	público	potencial,	áreas	de	interesse	e	barreiras existentes para alcançarem a qualificação/ingresso no mundo do trabalho.
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI)
Inclusão da criança e adolescente no Serviço de Convivência;
Acompanhamento Familiar;
Transferência de renda;
Redesenho do PETI em 2013:
Municípios com maior incidência de trabalho infantil (Censo 2010);
Mobilização intersetorial;
Confinanciamento a municípios e Estados:
Metas – identificar 78% do trabalho infantil até 2016 e assegurar atendimento
Busca Ativa Inclusão no Cadastro Único
Acesso a serviços e programas do SUAS e das demais políticas públicas
Acompanhamento
Ampliação do acesso aos serviços do SUAS e rede das demais políticas
Ampliação do
acesso à segurança
de renda.
Acesso a benefícios e Programa Bolsa Família, quando contemplado perfil
CRAS/CREAS CENTRO POP
Integração entre Transferência de Renda, Benefícios e Serviços
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