Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA TICS SEMANA 3 MARLA BRUNIELE SILVA BEZERRA TERESINA-PI 2021 QUAL FOI O IMPACTO DAS AÇÕES ESTRATÉGICAS NO CONTROLE DA MALÁRIA NOS MUNICÍPIOS IMPACTADOS PELA CONSTRUÇÃO DA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE? A Usina de Belo Monte, foi alvo de foi de diversas críticas de ambientalistas, ribeirinhos e povos indígenas, desde o fim da década de 1980, que denunciavam os possíveis impactos que a obra ocasionaria sobre o meio socioambiental na região. Conforme FELIPE (2020, pág. 54) a malária é uma das enfermidades comumente associadas à exploração de recursos hídricos. Realizar um diagnóstico e tratamento antecipados da doença são fundamentais para frear a cadeia de transmissão da enfermidade. Segundo LADISLAU (2016) De 2011 a 2015, a incidência de malária no Pará diminuiu de 116.105 casos em 2011 para 9.583 em 2015 (redução de 91,7%). A incidência da malária nos cinco municípios avaliados diminuíram de 6.275 casos em 2011 a 79 casos em 2015, variando entre 97.1% em Altamira para 100% no Brasil Novo. O número de internações hospitalares devido à malária diminuiu 80% no mesmo período. Não houve relatos de morte por malária em esses cinco municípios nos quatro anos. A porcentagem média de tratamento da malária em 48 h do início dos primeiros sintomas aumentaram de 47,2% em 2011 para 89,3% em 2015. Todos os municípios tinham melhorado o acesso ao tratamento, e as porcentagens médias de esfregaços positivos foram 18,7% em 2011 e 0,1% em 2015. A análise por município indicou que esse percentual variou de 0,1% em Vitória do Xingu para 0.8% em Anapu, no ano de 2015. Quanto ao impacto das estratégias adotadas e o controle, a implantação do Programa de Controle da Malária (MCP), cinco municípios avaliados, permitiram a integração do controle, e estratégias, ajustadas às condições locais de transmissão, em última análise, resultando em uma redução de 93,6% na incidência da doença. Ressalta-se que, a partir de 2008, o total número de casos nestes cinco municípios, cujo a média foi superior a 6.000 casos, mostrou um tendência de crescimento, mas foi revertida em 2011 com o implementação do MCP. O MCP foi realizado com participação de diversos níveis de governo para estabelecer uma coordenação regional. Eram emitidos relatórios com avaliações e recomendações para implementação do MCP e acompanhamento rigoroso, importante para o sucesso do controle da malária. Foram disponibilizados também insumos como combustível, materiais para diagnóstico laboratorial, medicamentos, mosquiteiros e inseticidas para o sucesso das atividades. LADISLAU (2016) também ressalta a diminuição do tempo de acesso ao diagnóstico e tratamento possibilitaram rápida interrupção da fonte de infecção, principalmente pela detecção de pacientes assintomáticos. Também houve a distribuição de mosquiteiros impregnados com REMILD e monitoramento da eficácia do mesmo. A análise da durabilidade e eficácia dos inseticidas de longa duração (LLINS) foi realizado em 30 unidades por localidade, e os resultados mostraram, em geral após um ano de uso, que a integridade foi mantida e o inseticida ainda estava eficaz. Além da implantação de saneamento e construção de hospitais e escolas, também se estimulou o empreendedorismo e o fortalecimento das cadeias produtivas locais e do turismo. Além disso, foram feitas capacitações para formar novas categorias profissionais, desenvolvidas ações de cidadania que tratam de saúde, capacitação e renda. São cursos de corte e costura, informática e mecânico de moto, ações de saúde preventiva e emissão de documentos, implementações que foram essenciais à vida desses moradores, que contaram na capacitação eles viram oportunidades de novos caminhos profissionais e de vida. REFERENCIAS FELIPE, Marina Reche et al. Aceitabilidade social e responsabilização pelos impactos à saúde: o caso do Plano de desenvolvimento regional sustentável do Xingu no contexto da UHE Belo Monte. 2020. LADISLAU, José Lázaro de Brito et al. Malaria control in area of hydroelectric construction on the Amazonian ecosystem can succeed?. 2016. LAPOUBLE, Oscar Martin Mesones et al. Situação epidemiológica da malária na região amazônica brasileira, 2003 a 2012. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 38, p. 300-306, 2015.
Compartilhar