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Tarefa de TIC Nome: Arthur Benfeita Tema da Semana: Grandes obras na Amazônia Data: 04/03/2023 RESPOSTA: As ações foram desenvolvidas conforme o Plano Básico Ambiental, baseado nos estudos dos impactos ambientais que consideraram cinco municípios da Área de Influência Direta (AID) de Belo Monte: Altamira, Anapú, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu. Pacajá mesmo não sendo da área de influência direta foi contemplado com o programa de ação de malária por ser um dos municípios porta de entrada da transamazônica. O Programa de Ação para Controle da Malária (PACM), financiado pela Norte Energia, resultou na redução de 98% nos casos de malária, a partir do início de sua implantação nos municípios da área de influência direta da construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Essa redução foi registrada no período de 2011 a 2015. As atividades são realizadas em conjunto com o Ministério da Saúde,Secretaria de Estado de Saúde do Pará (SESPA), Distrito Sanitário Indígena de Altamira (DSEI) e as prefeituras de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio, Vitória do Xingu e Pacajá. Embora a integração das ações entre os serviços básicos de saúde e as ações de controle da malária estivessem previstas no convênio 14 , observou-se que, apesar dos esforços, a integração dessas atividades não foi satisfatória, pois nas localidades de alta transmissão da malária não havia profissionais do serviços de atenção primária. A diminuição do tempo de acesso ao diagnóstico e tratamento e a realização de exames de hematoscopia nos poucos municípios com transmissão persistente da doença possibilitaram a rápida interrupção do foco de infecção, principalmente pela detecção e tratamento de pacientes assintomáticos. Conforme relatado em outro lugar, microscopistas bem treinados são fundamentais para obter um diagnóstico preciso e rápido, o que desempenha um papel importante na interrupção da transmissão. A instalação de redes mosquiteiras impregnadas com LLINs e a monitorização anual da durabilidade e eficácia das mesmas, parece ter sido uma ferramenta importante no controlo da doença nas zonas de médio e alto risco de transmissão, o que nos leva a perceber a importância do isolamento transmissão da malária na região. https://scielo-iec-gov-br.translate.goog/scielo.php?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt-BR&_x_tr_sch=http#B14 O monitoramento do vetor da malária também é uma ferramenta adicional que ajuda a entender a dinâmica da transmissão e a eficácia das estratégias de controle do vetor. Durante o EIA, 2007 e 2008, o levantamento entomológico (coleta de mosquitos Anopheles adultos e imaturos - vetores da malária humana) avaliou o risco de transmissão da malária. Neste estudo, observou-se uma diminuição da densidade do vetor do mosquito da malária e da taxa de infecção, o que não foi observado em outros empreendimentos similares como a usina de Tucuruí. A monitorização sistemática através de informação de qualidade e atualizada regularmente, aliada ao processo de avaliação trimestral, têm permitido avaliar os impactos das medidas implementadas, ajustar adequadamente as medidas de controlo e manter o corpo técnico atualizado sobre o problema da malária na região. Quanto ao impacto das estratégias de controle adotadas, a implementação do MCP em cinco municípios avaliados permitiu a integração das estratégias de controle, ajustadas às condições locais de transmissão, resultando em uma redução de 93,6% na incidência da doença. Ressalta-se que, a partir de 2008, o total de atendimentos nesses cinco municípios, cuja média foi superior a 6.000 atendimentos, apresentou tendência de crescimento, mas se inverteu em 2011 com a implantação do MCP. Atualmente, é viável a interrupção da transmissão da malária, principalmente da malária falciparum, não sendo relatados casos desde abril de 2014 produzidos por esta espécie. A queda dos casos de malária no estado do Pará, no mesmo período, também foi de cerca de 90%. A não notificação de casos de malária falciparum na área da UHE Belo Monte se refletiu nos indicadores de gravidade da doença, com queda acentuada no número de internações e ausência de óbitos por malária desde a implantação do plano. Os resultados alcançados com o Programa de Ações de Controle da Malária, podem ser visualizados nesse gráfico, que demonstra forte tendência decrescente de registro de casos de malária nos municípios da região de Belo Monte, saindo em janeiro de 2011 de 1.556 casos, para apenas 13 casos em junho de 2015. No ano de 2011, quando foi implantado o Plano, foram registrados 10.838 casos da doença. Já em 2014 registrou-se 906 casos, correspondendo à redução de 92%. Se compararmos o primeiro semestre de 2011 com o de 2015 a redução aumenta para 98%. Portanto, com a ocorrência de apenas 6 casos em junho de 2015, podemos considerar que a região de Belo Monte está em fase de eliminação da transmissão da malária. Gráfico 1. Registro casos de malária na Região Belo Monte. Fonte: SIVEP Malária. REFERÊNCIAS: 1º LADISLAU, José Lázaro de Brito et al. O controle da malária, em área de construção de hidrelétricas no ecossistema amazônico, pode ter êxito. Revista Pan-Amazônica de Saúde, v. 7, n. ESP, p. 115-122, 2016. 2ºDE ARAÚJO, Vanessa Mascarenhas. A CONCRETIZAÇÃO DO PLANO DE SAÚDE PÚBLICA CONCERNENTE AO PROJETO BELO MONTE MEDIANTE DECISÃO ESTRUTURAL: EM BUSCA DA EFETIVIDADE DO PLENO ACESSO À JUSTIÇA. Revista Cidadania e Acesso à Justiça, v. 4, n. 1, p. 1-19, 2018. 3º ACOES BELO MONTE.pdf (mppa.mp.br) https://www2.mppa.mp.br/sistemas/gcsubsites/upload/41/ACOES%20BELO%20MONTE.pdf