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Bases morfofuncionais 2 Débito cardíaco Conceitos importantes: Retorno venoso (RV): fluxo de sangue proveniente dos tecidos periféricos que chega ao átrio direito; Diástole: relaxamento atrial ou ventricular; Volume diastólico final (VDf = 140 ml): volume de sangue dentro dos ventrículos ao final da diástole. Sístole: contração atrial ou ventricular; Volume sistólico final (VSf = 70 ml): quantidade de sangue que permanece no coração após a sístole; Volume sistólico (VS = 70ml): quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada sístole ventricular. VS = VDF – VSF Débito cardíaco: Volume de sangue bombeado pelo ventrículo em um minuto. DC = FC x VS DC normal em repouso de um homem adulto: 5l / min. Todo o volume de sangue flui pelas circulações pulmonar e sistêmica a cada minuto. Aumento do VS ou da FC elevam o DC. Exercício leve: o VS pode aumentar para 100ml/batimento, e a FC para 100 bpm. DC= 10l/min. Exercício intenso (mas ainda não máximo): FC pode acelerar para 150 bpm e o VS pode aubir para 130ml/batimento. DC = 19,5l/min OBS: Coração de atleta: FC=50bpm e VS=80ml/batimento, é um coração muito eficaz, precisando de uma menor FC para ejetar o volume ideal e manter o DC correto. OBS: Coração ineficiente: FC muito alta e VS baixo, ou seja, o coração tem que trabalhar muito para tentar manter o DC próximo do ideal. Devido a isso, cardiopatas não conseguem fazer exercícios simples do dia a dia, pois tem o débito muito aumentado nessa situação, que leva a uma fadiga com pouco esforço. Reserva cardíaca: Diferença entre o débito máximo de uma pessoa e o débito cardíaco em repouso. A pessoa média tem uma reserva cardíaca de quatro ou cinco vezes o valor de repouso; Os atletas de endurance de elite têm uma reserva cardíaca sete ou vezes o seu DC de repouso; As pessoas com cardiopatia grave podem ter pouca ou nenhuma reserva cardíaca, o que limita a sua capacidade de realizar até mesmo as tarefas simples da vida diária. Determinantes do DC: Os fatores que interferem diretamente são o volume sistólico e a frequência cardíaca, porém, tem vários fatores que interferem indiretamente, mudando primeiramente algum desses dois fatores. Fatores que regulam o VS: OBS: Esses três fatores existem para garantirem que o VE e o VD bombeiem o mesmo volume de sangue. 1. Pré-carga: grau de estiramento no coração antes de ele se contrair (final da diástole). Está relacionado com o volume diastólico final (VDF)=140ml, o sangue (VDF) gera uma pressão na parede ventricular, que gera uma grau de estiramento e uma tensão nas fibras musculares cardíacas. Dentro de certos limites, quanto mais o coração se enche de sangue durante a diástole, maior será sua contração durante a sístole, lei de Frank-Starling do coração. A pré-carga é proporcional ao volume diastólico final (VDF). A pré-carga é proporcional ao retorno venoso, pois quanto mais sangue chega, mais vai ter que sair. Quando ocorre uma vasoconstrição, aumenta retorno venoso, aumenta o VDF, aumenta o DC. Já a vasodilatação, causa o oposto, diminuindo o RV, o VDF e o DC. Hemorragia: perder volume vai interferir no DC, já que diminui o retorno venoso, diminui o VDF, diminui a pré-carga, diminui o VS e diminui o DC. Para tentar reverter o problema, o organismo aumenta a FC, na falha tentativa de compensar, mas acaba piorando a situação, já que a pessoa vai perder ainda mais sangue. Exercício físico: aumenta tudo. 2. Contratilidade: vigor da contração das fibras musculares ventriculares individuais, ou seja, é a força de contração em uma dada pré-carga. Ela é proporcional ao DC. Quando o sistema nervoso simpático está ativado ocorre o aumento da contratilidade (o miocárdio só tem inervação simpática, parassimpática não). Aumentando a contratilidade aumenta também o VS, o DC e a PA. Lei de Frank-Starling: quanto maior o volume de sangue durante a diástole, maior será sua contração durante a sístole, ou seja, se aumenta a pré-carga, aumenta também a contratilidade (o contrário também é verdadeiro, diminui pré-carga, diminui contratilidade, diminui DC, diminui a PA). 3. Pós-carga: pressão que tem de ser sobrepujada antes que possa ocorrer ejeção do sangue a partir dos ventrículos, ou seja, é a pressão ou força que o ventrículo tem que vencer para ejetar o sangue na artéria. Quando o ventrículo começa a fazer a sístole (para ejetar o sangue), ele tem que vencer a pressão diastólica no vaso. EX: no VE, a pressão diastólica na aorta é de 80mmHg, ele precisa fazer uma força maior do que essa para conseguir ejetar o sangue. Se essa pressão aumenta, ele ejeta menos sangue. A ejeção do sangue começa a ocorrer quando: A pressão no VD excede a pressão no troco pulmonar (+/- 20mmHg). A pressão no VE excede a pressão na aorta (+/- 80mmHg). Sistema nervoso simpático: aumenta a FC, o DC, a PA, a vasoconstrição, a pós-carga e diminui o volume sistólico. A PA aumenta para que ela consiga vencer a pós-carga que está elevada, isso tudo para garantir a homeostase (a doença se instala quando não se consegue mais voltar à homeostase). A pressão arterial média (PAM) é um indicador clínico da pós-carga. Resumindo: Gabriela Domingues Werner