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G eo gr af ia 1 GeoGrafia 1º ano ensino médio Organizadora: edições sm Obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida por Edições SM. editor responsável: Flávio Manzatto de Souza Bianca Carvalho Vieira Carla Bilheiro Santi Carlos Henrique Jardim Fernando dos Santos Sampaio Ivone Silveira Sucena SER_PROTAGONISTA_GEO_1_PNLD2018_CAPA_INSCRICAO.indd 1 5/20/16 9:50 AM 3a edição São Paulo 2016 Organizadora: Edições SM Obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida por Edições SM. Editor responsável: Flávio Manzatto de Souza • Bacharel em Geografia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). • Licenciado em Geografia pela Faculdade de Educação da USP. • Editor de livros didáticos. Bianca Carvalho Vieira • Bacharela em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). • Mestra e Doutora em Ciências – Geografia pela UFRJ. • Professora no Ensino Superior. Carla Bilheiro Santi • Bacharela e Licenciada plena em Geografia pela UFRJ. • Mestra em Ciências – Geografia pela UFRJ. • Especializada em Políticas Territoriais do Estado do Rio de Janeiro pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). • Professora no Ensino Médio e Superior. Carlos Henrique Jardim • Bacharel em Geografia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. • Licenciado em Geografia pela Faculdade de Educação da USP. • Mestre em Ciências – Geografia Física pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. • Doutor em Ciências – Análise Ambiental e Dinâmica Territorial pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp-SP). • Professor no Ensino Superior. Fernando dos Santos Sampaio • Doutor em Ciências – Geografia Humana pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. • Professor no Ensino Superior. Ivone Silveira Sucena • Licenciada em Geografia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. • Professora no Ensino Fundamental e Médio. Geografia 1 GEoGrafia1º anoEnSino Médio SP_GEO_1_PNLD2018_FRONTIS.indd 1 5/20/16 4:01 PM Edições SM Ltda. Rua Tenente Lycurgo Lopes da Cruz, 55 Água Branca 05036-120 São Paulo SP Brasil Tel. 11 2111-7400 edicoessm@grupo-sm.com www.edicoessm.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Vieira, Bianca Carvalho Ser protagonista : geografia, 1° ano : ensino médio / Bianca Carvalho Vieira ... [et al.] ; organizadora Edições SM ; obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida por Edições SM ; editor responsável Flávio Manzatto de Souza. – 3. ed. – São Paulo : Edições SM, 2016. – (Coleção ser protagonista) Outros autores: Carla Bilheiro Santi, Carlos Henrique Jardim, Fernando dos Santos Sampaio, Ivone Silveira Sucena Suplementado pelo manual do professor. Bibliografia. ISBN 978-85-418-1363-1 (aluno) ISBN 978-85-418-1364-8 (professor) 1. Geografia (Ensino médio) I. Vieira, Bianca Carvalho. II. Santi, Carla Bilheiro. III. Jardim, Carlos Henrique. IV. Sampaio, Fernando dos Santos. V. Sucena, Ivone Silveira. VI. Souza, Flávio Manzatto de. VII. Série. 16-02550 CDD-910.712 Índices para catálogo sistemático: 1. Geografia : Ensino médio 910.712 3ª edição, 2016 Ser protagonista – Geografia – 1 © Edições SM Ltda. Todos os direitos reservados Direção editorial Juliane Matsubara Barroso Gerência editorial Roberta Lombardi Martins Gerência de design e produção Marisa Iniesta Martin Edição executiva Flávio Manzatto de Souza Edição: Ana Carolina F. Muniz, Andrea de Marco Leite de Barros, Daniella Almeida Barroso, Felipe Khouri Barrionuevo, Gisele Manoel, Stela Kuperman Pesso Colaboração técnico-pedagógica: Beatriz Simões Gonçalves, Felipe Azevedo de Souza Mattos, Maíra Fernandes, Maria Izabel Simões Gonçalves, Michelle Maria Biajante, Simone Affonso da Silva Coordenação de controle editorial Flavia Casellato Suporte editorial: Alzira Bertholim, Camila Cunha, Fernanda D’Angelo, Giselle Marangon, Mônica Rocha, Silvana Siqueira, Talita Vieira Coordenação de revisão Cláudia Rodrigues do Espírito Santo Preparação e revisão: Ana Paula Ribeiro Migiyama, Berenice Baeder, Eliana Vila Nova de Souza, Eliane Santoro, Fátima Carvalho, Lu Peixoto, Mariana Masotti, Sâmia Rios, Vera Lúcia Rocha Marco Aurélio Feltran (apoio de equipe) Coordenação de design Rafael Vianna Leal Apoio: Didier Dias de Moraes Design: Leika Yatsunami, Tiago Stéfano Coordenação de arte Ulisses Pires Edição executiva de arte: Melissa Steiner Edição de arte: Pablo Braz Coordenação de iconografia Josiane Laurentino Pesquisa iconográfica: Bianca Fanelli, Susan Eiko, Caio Mazzilli Tratamento de imagem: Marcelo Casaro Capa Didier Dias de Moraes, Rafael Vianna Leal Imagem de capa Marcos André/Opção Brasil Imagens Projeto gráfico cldt Editoração eletrônica Setup Bureau Editoração Eletrônica Ilustrações Adilson Secco, Estúdio Pingado, Setup Bureau, Thiago Lyra Fabricação Alexander Maeda Impressão SP_GEOGRAFIA_1_PNLD2018_CREDITOS.indd 1 5/22/16 6:52 PM Apresentação 3 É no espaço geográfico que caminha a vida, ensinou o geógrafo brasi- leiro Milton Santos. Nesse espaço existem rios e montanhas, ruas, edifícios e plantações; há também técnicas e práticas de trabalho, laços familiares, manifestações religiosas, relações de igualdade ou de desigualdade entre pessoas, grupos e nações. Nos múltiplos espaços da superfície terrestre estão representa- dos, em íntima associação, elementos naturais e sociais, que se constroem e reconstroem o tempo todo. Nesta coleção, o espaço geográfico é estudado em seus múltiplos aspectos, sem separar a natureza da dinâmica social. Assim, a população, os aspectos econômicos, os problemas ambientais ou as questões geopolí- ticas são analisados, em seus respectivos contextos históricos e naturais, de forma integrada. Desse modo, o estudo de Geografia feito nesta obra oferece ferramen- tas para entender a realidade em que estamos mergulhados e, dessa forma, apreender o lugar de cada um. Mais ainda, possibilita refletir e atuar sobre essa realidade. É este o principal objetivo da coleção: contribuir para a formação crí- tica de indivíduos capazes de entender o lugar em que vivem e agir nele de forma responsável. Cidadãos que possam atuar verdadeiramente no espaço em que caminha a vida. Equipe editorial SP_GEO1_LA_PNLD18_INICIAIS_003A005_APRES_ORGANICACAO.indd 3 02/05/16 16:12 A organização do livro 4 Páginas de abertura Apresentação dos conteúdos capítulo Não escreva no livro. 4 A inserção do Brasil na economia mundial Franz Post, Vista da cidade Maurícia e do Recife ,1653. Óleo sobre madeira, 48,2 cm � 83,6 cm. O artista holandês fez parte da comitiva de Maurício de Nassau ao Brasil (1637-1644). o que você vAi estudAr Formação do território brasileiro. Industrialização do Brasil. Características regionais do Brasil e a divisão oficial proposta pelo IBGE. Desigualdades regionais. Outras regionalizações do Brasil. Desmundo. Direção de Alain Fresnot, Brasil, 2003, 100 min. O filme mostra aspectos da sociedade colonial brasileira e a submissão das mulheres no século XVI. Assista Para muitos autores, a conquista e a colonização territorial, a partir do século XVI, podem ser consideradas empreendimentos capitalistas, pois os colonizadores objetivavam o lucro no comércio dos bens produzidos nas colônias. Nesse período, as atividades eco- nômicas desenvolvidas no Brasil estiveram estreitamente associadas às potencialidades naturais do território e, dependentes do capital da Metrópole, visavam atender apenas aos interesses dos europeus. Esse cenário começou a ser estruturado no início no século XVI, quando os colonizado- res, sobretudo os portugueses, organizaram feitorias no litoral brasileiro para a exploração do pau-brasil. A partir de meados desse século, empreenderam o cultivo de cana-de-açú- car por meio do sistema de plantation,caracterizado pela monocultura voltada para a ex- portação, produção em grandes propriedades e exploração de mão de obra escrava. Além de instituir a escravidão, que fez milhões de vítimas por mais de três séculos, dizimando numerosos povos indígenas e subjugando os africanos trazidos à força, a formação desses espaços de produção foi realizada a partir do desmatamento e de outras alterações que hoje identificamos como problemas ambientais. Em diferentes momentos ao longo da história, os espaços foram organizados no Brasil para atender ao mercado mundial, que demandava produtos agrícolas ou minerais. A im- plantação de várias atividades exportadoras explica a forma de ocupação do Brasil e a construção de suas diferenças regionais. 1. Identifique na representação de Franz Post elementos citados no texto como caracterís- ticos do início da formação do território brasileiro e da inserção do Brasil na economia mundial. C ol eç ão p ar tic ul ar , S ão P au lo . F ot og ra fia : I D /B R 44 SP_GEO1_LA_PNLD18_U1_C04_044A051.indd 44 4/28/16 10:57 AM Essa coleção organiza-se a partir de quatro pilares, cada qual com objetivo(s) próprio(s): contextuAlizAção e interdisciPlinAridAde comPromisso visão críticA iniciAtivA Relacionar o estudo dos conteúdos de Geografia ao de outras disciplinas, áreas do conhecimento e temas atuais, construindo, assim, uma visão ampla e integrada dos fenômenos estudados. Despertar a consciência da responsabilidade e incentivar a reflexão e o entendimento do mundo, para que você se torne um cidadão responsável. Contribuir para que você seja capaz de entender a realidade que o cerca e refletir sobre seu papel nessa realidade, desenvolvendo, dessa maneira, sua visão crítica. Incentivar a atitude proativa diante de situações-problema, contribuindo para que você tome decisões e participe de forma ativa em diversos contextos sociais. As seções e os boxes que se propõem a trabalhar esses eixos estão indicados pelos ícones que os representam. Abertura da unidade Elaborada em página dupla, apresenta um texto introdutório da temática da unidade articulado a uma imagem para levantar seus conhecimentos prévios. Em Questões para refletir você é convidado a pensar e a se manifestar sobre o tema. Abertura do capítulo Texto, imagens e questões se relacionam e introduzem o assunto específico do capítulo. Pilares da coleção C ap ít ul o 3 – O p ap el d o co m ér ci o m un di al Não escreva no livro. Protecionismo agrícola e abertura comercial Um dos entraves ao comércio mundial tem sido a ques- tão do protecionismo agrícola. Esse protecionismo tem nos subsídios agrícolas seu principal ponto de sustentação. Os subsídios são um volume de capital ou de bens mate- riais fornecidos pelo Estado aos produtores rurais com o objetivo de auxiliá-los a manter baixos os preços dos pro- dutos agrícolas (tornando-os mais competitivos no mer- cado). Consequentemente, isso permite que a agricultura continue a ser um ramo rentável. A interferência do Estado tem sido observada prin- cipalmente nos países desenvolvidos, sendo, portanto, os produtores desses países os maiores beneficiários dos subsídios. Em geral, a defesa dos subsídios baseia-se em vários argumentos. O primeiro está relacionado à rela- tiva fragilidade do setor agrícola: mesmo dispondo de técnicas modernas, a agricultura depende de fatores na- turais que podem comprometer a produção, gerando crises de abastecimento e colocando em risco a segu- rança alimentar. O subsídio seria uma proteção ao pro- dutor. Outro argumento relaciona-se à manutenção da atividade rural. Na União Europeia, por exemplo, os subsídios che- gam aos agricultores por meio da Política Agrícola Comum (PAC), e países como a França e a Alemanha estão entre os que mais defendem os respectivos setores agrícolas. A Rodada de Doha Em 2001, em Doha, capital do Catar (país do Orien- te Médio), ocorreu uma reunião que envolveu mais de uma centena de países-membros da OMC. Entre os obje- tivos dessa reunião, que ficou conhecida como Rodada de Doha, estava o de obter maior liberalização do comércio mundial, ou seja, conseguir que os fluxos de mercadorias pudessem ocorrer entre vendedores e compradores sem barreiras alfandegárias ou protecionismos. Ao longo dos anos, após a Rodada de Doha, foram rea- lizadas outras reuniões em várias partes do mundo. No entanto, o impasse continua, pois os países desenvolvidos não aceitam remover suas barreiras a produtos agrícolas exportados pelos países em desenvolvimento. Estes, por sua vez, fazem restrições à abertura de seus mercados pa- ra os produtos manufaturados e os serviços exportados pelos paí ses desenvolvidos. A União Europeia destina quase metade de seu orçamento para subsidiar a agricultura. Silo localizado em Lorrez le Bocage, França. Foto de 2013. Agricultores contam com a PAC A Política Agrícola Comum foi idea lizada depois do término da Segunda Guerra Mundial, período marcado por uma grande escassez de alimentos. Em 1962, ela foi formalizada, dando aos produto- res rurais uma renda estável e, aos consumidores, preços baixos. Mesmo após a recuperação no pós-guerra, a PAC manteve-se e, atualmente, representa quase metade da despesa anual da União Europeia. sAibA MAis R og er R oz en cw aj g/ P ho to no ns to p/ C or bi s/ Fo to ar en a O Brasil no comércio internacional Na atualidade, de acordo com dados da Associação de Comércio Exterior do Brasil, a participação do país na economia mundial é de apenas 3%. Ao mesmo tem- po, o Brasil faz parte do G-20, um fórum de discus- são criado para promover a discussão e a negociação sobre temas relevantes para a economia mundial. Em 2015, além do Brasil, integravam o G-20: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China, Estados Unidos, França, Índia, Indoné- sia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Coreia do Sul, Rússia, Turquia e União Europeia. Juntos, esses inte- grantes concentram cerca de 90% do PIB e dois terços da população mundial. Nas últimas décadas, o Brasil se destacou como um dos países em desenvolvimento que exigem maior e mais justa participação no comér- cio mundial. 1. Reúna-se com os colegas para discutir a seguinte questão: O Brasil tem condições de liderar as propostas co- merciais do G-20? Justifiquem suas respostas. CONeXÃO 38 SP_GEO1_LA_PNLD18_U1_C03_036A043.indd 38 4/28/16 10:57 AM informe Não escreva no livro. As nações e o nacionalismo no novo século A dialética das relações entre a globalização, a identidade nacional e a xenofobia é enfatica- mente demonstrada pela atividade pública que combina esses três elementos: o futebol. Graças à televisão global, esse esporte universalmente popular transformou-se em um complexo indus- trial capitalista de categoria mundial (embora de tamanho modesto, em comparação com outras atividades de negócios globais). […] Praticamente desde que adquiriu um público de massa, esse esporte tem sido o catalisador de duas formas de identificação grupal: a local (com o clube) e a nacional (com a seleção nacional, composta com os jogadores dos clubes). No passado, elas eram complementares, mas a transfor- mação do futebol em um negócio mundial e sobretudo o surgimento extraordinariamente rápi- do de um mercado global de jogadores nas décadas de 1980 e 1990 […] criaram uma crescente incompatibilidade entre os interesses empresariais, políticos e econômicos, nacionais e globali- zados, e o sentimento popular. Essencialmente, o negócio global do futebol é dominado pelo im- perialismo de umas poucas empresas capitalistas com nomes de marcas também globais – um pequeno número de superclubes baseados em alguns países da Europa. […]. Seus jogadores são recrutados em todo o mundo. Com frequência apenas uma minoria […] dos jogadores tem a na- cionalidade do país onde se situa o clube. A partir da década de 1980, eles provêm cada vezmais de países não europeus, especialmente da África […]. Esses desenvolvimentos tiveram um efeito triplo. Do ponto de vista dos clubes, provocaram um considerável enfraquecimento da posição de todos aqueles que não estão no circuito das su- perligas internacionais e dos supertorneios e em especial nos clubes dos países exportadores de jogadores, notadamente nas Américas e na África. […] Na Europa, os clubes menores mantêm-se em competição com os gigantes em grande medida comprando jogadores baratos […] na esperan- ça de revendê-los como estrelas já descobertas aos superclubes. O segundo efeito está em que a lógica transnacional da empresa de negócios entrou em con- flito com o futebol como expressão de identidade nacional, tanto pela tendência a favorecer torneios internacionais entre superclubes, em detrimento dos torneios tradicionais das copas e dos campeonatos nacionais, quanto porque os interesses dos superclubes competem com os das seleções nacionais, que são as portadoras de toda a carga política e emocional da iden- tidade nacional e que têm de ser formadas por jogadores que tenham o passaporte do país. Ao contrário dos superclubes, […] [as seleções] não são permanentes. Hoje elas tendem a ser conjuntos de jogadores, muitos dos quais – a maioria, em casos extremos como o do Brasil – jogam em clubes estrangeiros, que perdem dinheiro a cada dia que eles se ausentam, […] para que treinem e joguem com suas seleções. Do ponto de vista dos superclubes e dos superjoga- dores, o clube tende a ser mais importante do que o país. No entanto, os imperativos não eco- nômicos da identidade nacional têm tido força suficiente para afirmar-se […] e mesmo para impor […] a Copa do Mundo, como o elemento principal e mais poderoso da presença econô- mica global do futebol. O terceiro efeito pode ser visto na crescente proeminência do comportamento xenofóbico e racista entre os torcedores […]. Eles ficam divididos entre o orgulho que sentem pelos superclu- bes e pelas seleções nacionais (o que inclui seus jogadores estrangeiros ou negros) e a crescente importância que competidores provenientes de povos há tanto tempo considerados inferiores alcançam nos seus cenários nacionais. [...] Hobsbawm, Eric. Globalização, democracia e terrorismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 92-95. Dialética: debate em que um argumento é defendido e criticado, visando ao aprimoramento do conhecimento, tomado como sempre transitório. Xenofobia: sentimento e atitude de aversão aos estrangeiros. 1. O que significa a transnacionalização do futebol? 2. Como o autor relaciona globalização e identidade nacional no futebol? 3. Atualmente, quando é feita a escalação da Seleção Brasileira de Futebol, muitos dos jogadores convocados jogam no exterior. Quais são as consequências desse fato? PARA DisCuTiR 39 SP_GEO1_LA_PNLD18_U1_C03_036A043.indd 39 4/28/16 10:57 AM O texto didático é complementado por imagens (ilustrações, fotos, mapas) e boxes variados, a fim de estimular a sua participação e facilitar a compreensão. Cada volume da coleção traz infográficos, em páginas duplas, com riqueza de imagens (fotografias, mapas, gráficos) e pequenos textos que auxiliam na compreensão do fenômeno representado. A rede mundial de transportes 3130 De acordo com a ONU, cerca de 10 bilhões de toneladas em mercadorias são transportadas por via marítima todos os anos. As principais são produtos primários exportados em navios-tanque ou a granel (nos porões dos navios, sem embalagem especial), como minério de ferro, carvão, grãos, bauxita, fosfato, petróleo e gás natural. As mercadorias transportadas por via aérea correspondem a menos de 1% do volume global transportado, no entanto, são muito mais caras e pagam fretes bem maiores. Enquanto o frete dos minérios e grãos transportados por navio, calculado por peso, atinge um valor expresso em centavos, bens enviados por avião – de flores a equipamentos eletrônicos – tendiam a valer ao menos US$ 16 por quilo em 2013, segundo estudos da indústria aérea Boeing. As cargas comerciais aéreas respondem por 35% do valor movimentado pelo comércio internacional. A maior parte do fluxo internacional de mercadorias se dá por navios. No entanto, é comum que as cargas de maior valor agregado sejam transportadas por aviões. Este mapa mostra que nas décadas recentes o movimento de navios cresceu em todos os mares. Na costa da Somália, porém, a mancha azul escura indica redução no tráfego marítimo – resultado do temor causado pelo ataque de piratas na área. Fonte de pesquisa: Tornandre/Laboratoire d’Océanographie Spatiale. Fontes de pesquisa: BOEING COMPANY. World Air Cargo Forecast 2014-2015. Seattle: Boeing Co., 2015; UNCTAD. Review of Maritime Transport 2014. Genebra: ONU, 2014; TOURNADE, J. Anthropogenic pressure on the open ocean. Geophys. Res. Lett./41, p.7924-7932, 2014. 180oO 150oO 120oO 90oO 60oO 30oO 0o 30oL 60oL 90oL 120oL 150oL 180oL 70o N 50o N 30o N 10o N 10o S 30o S 50o S Evolução do tráfego marítimo (1992-2012) As rotas marítimas pelo oceano Índico e Extremo Oriente apresentam a maior evolução, estimulada pelo desenvolvimento econômico da região. Nota-se também um aumento do tráfego marítimo na costa do Brasil. Variação na ocorrência de navios (em %) -200 0 200 400 O espaço aéreo europeu é um dos mais congestionados do mundo. No entanto, se considerarmos o total dos fluxos no continente, os voos transportam mais passageiros do que mercadorias. Pouco mais da metade do comércio internacional da União Europeia ocorre entre países do bloco e serve-se principalmente de modais terrestres, como rodovias e ferrovias. Maior exportador de bens industrializados, a China foi responsável por 40% das importações mundiais de grãos e por 2/3 das de minério de ferro e bauxita em 2013 . Neste ano, a maior parte das exportações minerais do Brasil e Austrália foi direcionada à China. Os Estados Unidos e a União Europeia são os principais destinos dos navios que carregam contêineres com produtos industrializados da Ásia – como celulares, computadores, roupas, veículos e bens de capital. Tráfegos globais Esta imagem representa as milhares de viagens anuais de aviões e navios no início deste século. A National Oceanic & Atmospheric Administration (NOAA), órgão do governo dos Estados Unidos que pesquisa assuntos relacionados aos oceanos e atmosfera, reuniu dados de GPS de milhares de veículos comerciais para criar essa representação de suas rotas, usando imagens noturnas da Terra feitas por satélite. Transporte internacional de mercadorias (2013) O fluxo de mercadorias por via aérea é reservado para o transporte de bens leves ou perecíveis de alto valor. Via marítima: 9,5bilhõesde toneladas Via aérea: 42 milhõesde toneladas Tráfego marítimo Tráfego aéreo Vias terrestres Fo to gr af ia : N O AA /S PL /L at in st oc k Je an T ou rn ad re /I FR EM ER NENO SESO 0 4 164 8 328 km Não escreva no livro. SP_GEO1_LA_PNLD18_U1_C03_028A035.indd 30 4/28/16 10:56 AM A rede mundial de transportes 3130 De acordo com a ONU, cerca de 10 bilhões de toneladas em mercadorias são transportadas por via marítima todos os anos. As principais são produtos primários exportados em navios-tanque ou a granel (nos porões dos navios, sem embalagem especial), como minério de ferro, carvão, grãos, bauxita, fosfato, petróleo e gás natural. As mercadorias transportadas por via aérea correspondem a menos de 1% do volume global transportado, no entanto, são muito mais caras e pagam fretes bem maiores. Enquanto o frete dos minérios e grãos transportados por navio, calculado por peso, atinge um valor expresso em centavos, bens enviados por avião – de flores a equipamentos eletrônicos – tendiam a valer ao menos US$ 16 por quilo em 2013, segundo estudos da indústria aérea Boeing. As cargas comerciais aéreas respondem por 35% do valor movimentado pelocomércio internacional. A maior parte do fluxo internacional de mercadorias se dá por navios. No entanto, é comum que as cargas de maior valor agregado sejam transportadas por aviões. Este mapa mostra que nas décadas recentes o movimento de navios cresceu em todos os mares. Na costa da Somália, porém, a mancha azul escura indica redução no tráfego marítimo – resultado do temor causado pelo ataque de piratas na área. Fonte de pesquisa: Tornandre/Laboratoire d’Océanographie Spatiale. Fontes de pesquisa: BOEING COMPANY. World Air Cargo Forecast 2014-2015. Seattle: Boeing Co., 2015; UNCTAD. Review of Maritime Transport 2014. Genebra: ONU, 2014; TOURNADE, J. Anthropogenic pressure on the open ocean. Geophys. Res. Lett./41, p.7924-7932, 2014. 180oO 150oO 120oO 90oO 60oO 30oO 0o 30oL 60oL 90oL 120oL 150oL 180oL 70o N 50o N 30o N 10o N 10o S 30o S 50o S Evolução do tráfego marítimo (1992-2012) As rotas marítimas pelo oceano Índico e Extremo Oriente apresentam a maior evolução, estimulada pelo desenvolvimento econômico da região. Nota-se também um aumento do tráfego marítimo na costa do Brasil. Variação na ocorrência de navios (em %) -200 0 200 400 O espaço aéreo europeu é um dos mais congestionados do mundo. No entanto, se considerarmos o total dos fluxos no continente, os voos transportam mais passageiros do que mercadorias. Pouco mais da metade do comércio internacional da União Europeia ocorre entre países do bloco e serve-se principalmente de modais terrestres, como rodovias e ferrovias. Maior exportador de bens industrializados, a China foi responsável por 40% das importações mundiais de grãos e por 2/3 das de minério de ferro e bauxita em 2013 . Neste ano, a maior parte das exportações minerais do Brasil e Austrália foi direcionada à China. Os Estados Unidos e a União Europeia são os principais destinos dos navios que carregam contêineres com produtos industrializados da Ásia – como celulares, computadores, roupas, veículos e bens de capital. Tráfegos globais Esta imagem representa as milhares de viagens anuais de aviões e navios no início deste século. A National Oceanic & Atmospheric Administration (NOAA), órgão do governo dos Estados Unidos que pesquisa assuntos relacionados aos oceanos e atmosfera, reuniu dados de GPS de milhares de veículos comerciais para criar essa representação de suas rotas, usando imagens noturnas da Terra feitas por satélite. Transporte internacional de mercadorias (2013) O fluxo de mercadorias por via aérea é reservado para o transporte de bens leves ou perecíveis de alto valor. Via marítima: 9,5bilhõesde toneladas Via aérea: 42 milhõesde toneladas Tráfego marítimo Tráfego aéreo Vias terrestres Fo to gr af ia : N O AA /S PL /L at in st oc k Je an T ou rn ad re /I FR EM ER NENO SESO 0 4 164 8 328 km Não escreva no livro. SP_GEO1_LA_PNLD18_U1_C03_028A035.indd 31 4/28/16 10:56 AM SP_GEO1_LA_PNLD18_INICIAIS_003A005_APRES_ORGANICACAO.indd 4 04/05/16 18:13 5 Não escreva no livro. 1. Explique quais são os fatores naturais e os de origem antrópica citados no texto que ameaçam a preservação dos sítios arqueológicos do Parque Nacional da Serra da Capivara. 2. Identifique o período geológico em que a América Central se formou e explique como sua formação interferiu na fauna do continente americano. atividades Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham) Fundação criada para a preservação do patrimônio histórico e natural do Parque Nacional da Serra da Capivara. No site, há importantes informações sobre a história geológica, humana, da fauna e da flora da região. Disponível em: <http://linkte.me/ fumdham>. Acesso em: 16 mar. 2016. Navegue A ilustração mostra o Eremotherium rusconii, um mamífero herbívoro que pesava mais de cinco toneladas e que foi extinto há cerca de 10 mil anos. Fundação Museu do Homem Americano. Disponível em: <http://www.fumdham.org.br/fauna_extinta.html>. Acesso em: 25 nov. 2015. Paleontologia As pesquisas paleontológicas na serra da Capivara iniciaram-se em 1991 com os paleontólogos france- ses dr. Claude Guérin, da Universidade Claude Ber- nard – Lyon I, e a dra. Martine Faure, da Univer- sidade Lumière – Lyon 2. Em suas pesquisas, eles identificaram uma rica fauna composta por animais viventes e extintos, propondo que alguns destes últi- mos ocorriam exclusivamente na serra da Capivara. Segundo as datações disponíveis até o momento, os mamíferos de grande porte, chamados de megafauna, habitaram a região desde o final do Pleistoceno até o início do Holoceno. [...] a megafauna pleistocênica da região do Parque Nacional da serra da Capivara Há cerca de 60 milhões de anos, a América do Sul era uma ilha, assim como é hoje a Austrália. Mudan- ças geológicas geraram alterações dramáticas no rele- vo terrestre, como a elevação da cordilheira dos Andes, iniciada há cerca de 35 milhões de anos, e a formação de uma ponte intercontinental, a América Central, que comunicou as Américas do Norte e do Sul por volta de 1,8 [...] [milhão] de anos. Essa ligação entre as terras do norte e do sul possibi- litou idas e vindas das faunas dos diferentes territórios, evento que ficou conhecido como Grande Intercâmbio Biótico Americano. Foi por esse caminho que chegaram até o nosso território animais como porcos-do-mato, lhamas, raposas, veados, onças, antas, entre outros. E, no caminho contrário, foram para o norte animais como preguiças, tamanduás, tatus e gambás. Na região do Parque Nacional da Serra da Capivara, estão representados vertebrados da chamada megafauna sul-americana, caracterizada principalmente pelo gigan- tismo de algumas formas, como preguiças, gliptodontes, toxodontes, mastodontes, entre outros. Esses grandes animais foram extintos na transição Pleistoceno/Holo- ceno, há cerca de 10 000 anos. A causa dessa grande ex- tinção é um tema bastante discutido pelos cientistas que ainda não possuem um consenso sobre o tema. Sabe-se que nesse período houve drásticas alterações climáticas em todo o continente e o crescimento das populações humanas, fatores que podem ter contribuído para o de- clínio dessa fauna. C at m an do /S hu tt er st oc k. co m /ID /B R 133 SP_GEO1_LA_PNLD18_U2_C09_128a133.indd 133 03/05/16 15:00 Atividades Não escreva no livro. OCEANO ATLÂNTICOOCEANO PACÍFICO 40ºO60ºO 20ºS Trópico de Capricórnio 0ºEquador ARCO SUL DO DESMATAMENTO FRENTE NORTE DO DESMATAMENTO VENEZUELA COLÔMBIA PERU Guiana Francesa (FRA)SURINAME GUIANA PARAGUAI URUGUAI ARGENTINA BOLÍVIA CHILE EQUADOR 0 625 1 250 km NENO SESO Área do polígono da seca Área com risco de deserti�cação e arenização Arco do desmatamento Faixa de maior intensidade de desmatamento Intensi�cação de processos erosivos OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO 40ºO60ºO 20ºS Trópico de Capricórnio 0ºEquador AM AC RO RR AP PA MT MA PI CE RN PB PE AL SE BA GO DF MS MG SP PR ES RJ SC RS TO VENEZUELA COLÔMBIA PERU Guiana Francesa (FRA) SURINAME GUIANA PARAGUAI URUGUAI ARGENTINA BOLÍVIA CHILE 0 550 1 100 km NENO SESO 40 20 10 5 1 Parte da produção do estado no total do país (%) Revendo conceitos 1. Qual é a principal característica do Brasil no que se refere a sua estrutura fundiária? Como essa caracte- rística se consolidou? 2. O que foi a Lei de Terras de 1850 e qual sua im- portância para a manutenção da estrutura agrária brasileira? 3. O que é latifúndio? Podemos dizer que toda grande propriedade é um latifúndio? Explique. 4. Qual foi o principal marco na estrutura agrária bra- sileira nas últimas décadas? 5. Qual foi a característica da expansão da fronteira agrícola no período colonial e no período atual? Lendo mapas e gráficos 6. Reúna-se com um colega e observem o mapa abai- xo, que mostra, entre outras informações, alguns riscos ambientais decorrentes de atividades antró- picas no território brasileiro. Compare-o com o mapa de intensidadede ocupa- ção pela agropecuária da página 149 e respondam às questões a seguir. Área de soja por ano do desflorestamento Fonte de pesquisa: Moratória da soja: 7o ano do mapeamento e monitoramento do plantio de soja no bioma Amazônia. Abiove. Disponível em: <http://www.abiove.org.br/site/_FILES/ Portugues/12122014-105447-19.11.2014._relatorio_da_moratoria_da_ soja_-_7º_ano.pdf> Acesso em: 10 nov. 2015. Os números das barras referem-se à área desmatada da Amazônia, em hectare, ocupada pelo cultivo da soja. Fonte de pesquisa: Ferreira, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. p. 144. Fonte de pesquisa: Simielli, Maria Elena. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2013. p. 123. a) Quais anos registram a maior taxa de área plan- tada com soja em desflorestamento? b) A soja é amplamente cultivada no país. Quais bio- mas sofrem os impactos desse intenso cultivo? 8. O mapa a seguir traz informações sobre a produção de feijão em unidades federativas do Brasil. Analise- -o identificando a distribuição dessa produção no Brasil. Escreva uma síntese com suas conclusões. Brasil – Produção de feijão (2012) Brasil – Riscos ambientais (2012) 7. Analise o gráfico abaixo e responda às questões. 8 876 (19%) 10 861 (23%) 3 547 (8%) 5 800 (12%) 6 308 (11%) 6 508 (14%) 6 128 (13%)2013 2012 2011 2010 A no d o de sfl or es ta m en to Área de soja (ha) 2009 2 000 4 000 6 000 8 000 10 000 12 000 14 0000 2008 2007 Jo ão M ig ue l A . M or ei ra /ID /B R Jo ão M ig ue l A . M or ei ra /ID /B R A di ls on S ec co /ID /B R a) Em que regiões brasileiras há mais áreas onde ocorre a intensificação dos processos erosivos? b) Que relação é possível estabelecer entre a ativi- dade agropecuária e a intensificação dos proces- sos erosivos? Justifique sua resposta. c) Pesquisem em livros e em sites da internet as causas do processo de desertificação e areniza- ção. Escrevam suas conclusões no caderno. 154 Para incluir esta página no sumário, clicar + shift + command na caixa com texto transparente abaixo SP_GEO1_LA_PNLD18_U3_C11_152a155.indd 154 03/05/16 15:06 Vestibular e Enem 0 20 40 60 80 100 % de 100 a 1000 ha mais de 1000 ha até 10 ha de 10 a 100 ha A leitura do gráfico e os conhecimentos sobre a ques- tão agrária brasileira permitem afirmar que uma das causas que explicam a atual concentração fundiária no país é: a) o modelo de uso do solo, predominantemente des- tinado à pecuária bovina. b) o avanço das fronteiras agrícolas na Amazônia durante a ditadura militar. c) a rápida expansão do processo de modernização agrícola em todo o país. d) o significativo êxodo rural que tem esvaziado sis- tematicamente o campo. e) a terra ser considerada reserva de valor, isto é, uma mercadoria. 8. (Enem) Na charge há uma crítica ao processo pro- dutivo agrícola brasileiro relacionada ao: 5. (Enem) Mas plantar pra dividir Não faço mais isso, não. Eu sou um pobre caboclo, Ganho a vida na enxada. O que eu colho é dividido Com quem não planta nada. Se assim continuar vou deixar o meu sertão, mesmo os olhos cheios d’água e com dor no coração. Vou pro Rio carregar massas pros pedreiros em construção. Deus até está ajudando: está chovendo no sertão! Mas plantar pra dividir, Não faço mais isso, não. Vale, J.; aquino, J. B. Sina de caboclo. São Paulo: Polygram, 1994. (Fragmento.) No trecho da canção, composta na década de 1960, retrata-se a insatisfação do trabalhador rural com: a) a distribuição desigual da produção. b) os financiamentos feitos ao produtor rural c) a ausência de escolas técnicas no campo. d) os empecilhos advindos das secas prolongadas. e) a precariedade de insumos no trabalho do campo. 6. (PUC-RJ) A partir da década de 1970, o Governo Federal passou a intervir, de forma mais decisiva, na Região Centro-Oeste. Programas e planos con- templaram a região, concedendo incentivos e atraindo investidores para numerosos setores da sua economia. Assinale a alternativa que não apresente um objetivo desses programas e planos regionais. a) O acirramento de conflitos pela posse da terra entre grandes proprietários e empresários agrícolas. b) A execução de grandes projetos agropecuários com base em incentivos fiscais. c) A ampliação da fronteira agrícola com a incorpo- ração de novos espaços produtivos. d) O aumento do rendimento agrícola graças à introdução de técnicas mais eficientes. e) A ampliação da infraestrutura viária e a constru- ção de hidrelétricas. IBGE. Brasil: Total da área ocupada pelos estabelecimentos agrícolas (%) a) elevado preço das mercadorias no comércio. b) aumento da demanda por produtos naturais. c) crescimento da produção de alimentos. d) hábito de adquirir derivados industriais. e) uso de agrotóxicos nas plantações. E ne m /2 01 5. D is po ní ve l e m : < w w w .a m ar ild o. co m .b r> . A ce ss o: 3 m ar . 2 01 3. 7. (Unifor-CE) Observe o gráfico. U ni fo r-C E . F ac -s ím ile : I D /B R 186 SP_GEO1_LA_PNLD18_U3_C14_182a187.indd 186 4/28/16 11:31 AM Atenção: todas as questões foram reproduzidas das provas originais de que fazem parte. Responda a todas as questões no caderno. e) ao aumento do interesse internacional por fontes renováveis de energia, em função do Protocolo de Kyoto. 12. (Unifesp) Observe o mapa. 9. (UFV-MG) No final dos anos [19]60 do século XX, o Brasil passou a vivenciar os impactos da Revolução Verde no desenvolvimento de uma agricultura mo- derna e de grande eficiência econômica. No entan- to, a Revolução Verde trouxe também efeitos per- versos de ordem social, econômica e ambiental. Das alternativas abaixo, assinale a que não expressa um desses efeitos do processo de modernização da agricultura brasileira. a) Ampliação do processo de concentração fundiá- ria pela incorporação da chamada fronteira agrí- cola à produção capitalista. b) Formação de um amplo contingente de trabalha- dores volantes, dependentes de um mercado de trabalho com grande sazonalidade. c) Degradação das áreas remanescentes de Mata Atlântica do Rio de Janeiro e São Paulo para a im- plantação da lavoura cafeeira. d) Ampliação da dependência dos produtores ao mercado de sementes pela intensa utilização de híbridos. e) Comprometimento dos recursos hídricos pelo assoreamento de cursos de água e contaminação por produtos químicos. 10. (UFPE) Existe, em diversos países do mundo, um sistema de criação que é feito em amplas áreas cercadas, onde o gado é solto para se alimentar da pastagem natural ou de restos de cultura, após a colheita das mesmas. Qual a denominação que é dada, em Geo grafia agrária, a esse sistema de criação? a) Pecuária intensiva. b) Pecuária ultraextensiva. c) Pecuária ultraintensiva. d) Pecuária nômade. e) Pecuária extensiva. 11. (Fuvest-SP) No Brasil, o setor agroindustrial prevê aumento significativo da produção de cana-de-açú- car para os próximos anos. Isso pode ser atribuído: a) à maior flexibilidade da nova regulamentação ambiental, que implicará uma importante dimi- nuição de custos. b) ao atual acréscimo de subsídios governamen- tais para a produção de álcool, chegando a valo- res semelhantes aos do Proálcool na década de setenta. c) à diminuição gradativa de áreas de produção da soja transgênica, aparecendo a cana como alter- nativa econômica e ambientalmente viável. d) à recente ampliação da demanda externa por to- dos os subprodutos da cana devido à desvalori- zação do real nos últimos dois anos. 200 400 km (IBGE, 2002) 0 Fonte de pesquisa: IBGE, 2002. O produto I é beneficiado no país e exportado. O produto II atende ao mercado interno. Identifique corretamente os produtos cultivados nas regiões I e II do mapa. a) I – algodão; II – feijão. b) I – laranja; II – arroz. c) I – cana-de-açúcar; II – milho. d) I – soja; II – mandioca. e) I – café; II – uva. 13. (UFRN) Nos anos [19]90 do século passado, inten- sificou-se no Brasil o crescimento da atividadeagroindustrial articulado aos vários setores indus- triais, favorecendo a emergência do agronegócio, que tem como característica a: a) constituição de cadeias produtivas atreladas à produção agrícola de caráter familiar, com uma gestão voltada para os mercados internacionais e regionais. b) constituição de cadeias produtivas formadas por agentes econômicos integrados por diversos me- canismos, como cooperativismo, associativismo e integração vertical. c) forma de produção na qual predomina a intera- ção entre gestão e execução do processo produti- vo pelos agricultores familiares, com ênfase no trabalho assalariado. d) forma de produção que privilegia o associativis- mo e a formação de cadeias produtivas que ocor- rem nas áreas de assentamentos rurais, onde predomina o trabalho da família. U ni fe sp /2 00 5. F ac -s ím ile : I D /B R 187 SP_GEO1_LA_PNLD18_U3_C14_182a187.indd 187 4/28/16 11:31 AM Projeto exposição: “As multinacionais brasileiras” O que vocês vão fazer Neste projeto, vocês vão reunir-se em grupos e desenvolver uma pesquisa sobre as multinacionais brasileiras. Com base nessa pesquisa, a classe vai organizar uma exposição que mostre, por meio de fotografias, mapas, recortes de jornais e outros documentos, a atuação de empresas brasileiras em outros países do mundo. O objetivo é mostrar a participação do Brasil na economia mundial, identificando as principais empresas brasileiras que atuam internacionalmente e seus impactos na economia brasileira e nos países de destino. Conhecer a atuação das multinacionais brasileiras é uma forma de compreender melhor as relações que o país estabelece com o restante do mundo e o perfil de nossa economia, seus avanços, limites e desafios. 1. Levantamento de dados Para isso, a classe deve organizar-se em grupos de pelo menos quatro pessoas. Cada grupo obedecerá às etapas descritas a seguir. • Com ajuda do professor, pesquisem e façam uma lista das 10 maiores multinacionais brasileiras. Classifiquem as empresas de acordo com os segmentos de atuação: energético, alimentício, têxtil, tecnologia da informação, indústria cosmética, automobilística, aeronáutica, entre outros. O gráfico ao lado mostra a área de atuação das multinacionais brasileiras pesquisadas no documento “Ranking” FDC das multinacionais brasileiras 2015, elaborado pela Fundação Don Cabral. Observe que, de acordo com esse documento, em 2014, o setor industrial era predominante. • Cada grupo deve selecionar uma das multinacionais brasileiras listadas na etapa anterior, de forma que não haja repetições. Em seguida, vocês devem pesquisar: o contexto histórico da fundação da empresa, os países onde atua, quais são as principais atividades desenvolvidas nesses países, os investimentos aplicados no Brasil e no exterior, a quantidade de funcionários e de unidades no Brasil e no exterior. Para obter essas e outras informações, vocês podem acessar o site da empresa e consultar pesquisas jornalísticas. • Busquem saber dos impactos econômicos, sociais e ambientais gerados pela empresa, tanto no Brasil como nos demais países onde ela atua, especialmente aqueles relativos à degradação ou à conservação ambiental, aos direitos trabalhistas, à contribuição ao desenvolvimento socioeconômico. • Comparem a multinacional brasileira escolhida pelo grupo com outras empresas nacionais e internacionais do mesmo ramo para saber se ela está bem posicionada em rankings mundiais. Segmentos de atuação de algumas multinacionais brasileiras (2014) Fonte de pesquisa: “Ranking” FDC das multinacionais brasileiras 2015. Fundação Dom Cabral. Disponível em: <https://www.fdc.org.br/blogespacodialogo/Documents/2015/ranking_fdc_ multinacionais_brasileiras2015.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2016. Siderurgia e Metalurgia Fabricação de veículos e aeronaves Fabricação de máquinas e equipamentos Consultoria Construção Indústria química Indústria de não tecidos Indústria extrativa Tecnologia da comunicação e Comunicação Cosméticos Eletricidade e gás Materiais de construção Papel e celulose Calçados e têxteis Alimentos e bebidas Bancos e Seguradoras Autopeças Fabricação de eletroeletrônicos 10% 13% 6% 6% 6% 10% 10% 2% 2% 2% 2% 2% 8% 8% 2% 6% 2% 2% A di ls on S ec co /ID /B R 76 SP_GEO1_LA_PNLD18_U1_C05_074A077.indd 76 4/28/16 11:00 AM 2. Seleção e organização das informações e elaboração do cartaz Agora, o grupo deve discutir as informações levantadas e selecionar quais são significativas para demonstrar a participação da empresa pesquisada no cenário internacional. Em seguida, vocês deverão elaborar um cartaz com essas informações. Para isso, considerem as etapas a seguir. • Identifiquem a empresa por meio de fotos de sua sede e unidades e da identidade visual (logotipo, marca). • Incluam informações sobre a localização da sede da empresa, a data de sua criação no Brasil e a data do início de sua internacionalização. • Elaborem mapas, gráficos e tabelas com as informações levantadas na pesquisa para representar a distribuição espacial da empresa pelo mundo e suas sedes no Brasil. Como exemplo, observem o gráfico abaixo, que mostra a distribuição das principais multinacionais brasileiras em várias regiões do mundo. • Utilizem trechos de matérias jornalísticas e fotos sobre os impactos positivos e negativos da atuação da empresa no Brasil e no mundo, destacando suas dimensões econômica, social e ambiental. • Usem dados comparativos com outras empresas multinacionais brasileiras e internacionais do setor. • Incluam no cartaz uma pequena síntese com as conclusões do grupo sobre a atuação da empresa no Brasil e no mundo e sua importância no respectivo setor econômico. Distribuição geográfica das multinacionais brasileiras no mundo* Fonte de pesquisa: “Ranking” FDC das multinacionais brasileiras 2015. Fundação Dom Cabral. Disponível em: <https://www. fdc.org.br/blogespacodialogo/Documents/2015/ranking_fdc_multinacionais_brasileiras2015.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2016. *Porcentagem das empresas pesquisadas no “Ranking” FDC das multinacionais brasileiras 2015 que possuem subsidiárias ou franquias nessas regiões. 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 16,0% 21,0% 26,0%29,0% 33,0%36,0% 70,0% 81,0% América do Sul América do Norte Europa África América Central e Caribe Ásia Oriente Médio Oceania A di ls on S ec co /ID /B R 3. Apresentação da pesquisa e montagem da exposição Ao final da elaboração dos cartazes, cada grupo deverá fazer uma apresentação para os colegas na sala de aula, mostrando os resultados da pesquisa. Poderão ser utilizados também outros materiais obtidos durante a coleta de informações, tais como anúncios e filmes institucionais da empresa. Na apresentação, é importante destacar a importância da empresa para o desenvolvimento econômico do país, se a empresa faz parte de algum setor tradicional da economia brasileira ou se está inserida em um setor de desenvolvimento mais recente no país. Os impactos ambientais da empresa no Brasil e nos países em que atuam também devem ser destacados. Após a elaboração dos cartazes, os grupos devem montar uma exposição em local acessível à comunidade escolar com todos os painéis confeccionados pela classe. 77 SP_GEO1_LA_PNLD18_U1_C05_074A077.indd 77 4/28/16 11:00 AM 160 Não escreva no livro. quilombolas: direito à terra e respeito ao modo de vida Um quilombo representa a base para a sobrevivência física e cultural, o enraizamento social das pessoas que dele fazem parte em um território, e deve ser reconheci- do pela sociedade como um patrimônio da cultura na- cional. A presença de vários quilombos em todo o país ilustra algumas conquistas. A própria Constituição de 1988 estabelece que: Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a pro- priedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos. Brasil. Constituição,1988. Disponível em: <http://www.incra.gov.br/ constituicao-federal>. Acesso em: 13 dez. 2015. São atribuições do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) o reconhecimento, a demar- cação e a titulação das terras quilombolas. Esse é o pri- meiro passo para a estabilização dessas comunidades. No entanto, muitas terras quilombolas são alvo de empresas extrativistas ou do agronegócio que justificam a expropriação dessas áreas em nome do progresso, da modernidade e do crescimento da economia nacional. É bastante difundida a visão de que apenas formas “moder- nas” de propriedade e de exploração do solo seriam capa- zes de produzir comercialmente, estas representariam o progresso; as comunidades quilombolas, o atraso. O modelo familiar de produção é vitimado pelo pre- conceito, sendo em geral associado a baixos rendimen- tos, baixa produtividade e agricultura de subsistência. Esse tipo de reflexão tende a conduzir a opinião pú- blica a apoiar o favorecimento da grande propriedade, na ilusão de que assim seriam ampliados a produção, o uso de técnicas avançadas, os rendimentos, os empre- gos rurais, ao mesmo tempo barateando os alimentos. Propriedade coletiva e identidade cultural A lei assegura a propriedade da terra às comunida- des e não a indivíduos isolados. O direito à terra é com- preendido como a conclusão do processo inacabado de abolição da escravidão, como reparação de uma dívida histórica existente. É conferido por ser a comunidade remanescente, isto é, por ter-se originado de um qui- lombo e ter mantido traços culturais ainda identificáveis dessa origem. Por isso, o título da propriedade somen- te pode ser coletivo e indivisível, o que diferencia da ideia de propriedade individual. A preservação das formas de organização social das comunidades remanescentes de quilombos, assim como das terras indígenas, é importante para toda a socieda- de brasileira. Essas formas de organização são concep- ções, interpretações e maneiras de lidar com a natureza diferentes do padrão “moderno”. Podem mostrar outras maneiras de ser e apontar caminhos possíveis de mu- dança, quando for necessário. O respeito à diferença de costumes, à pluralidade de culturas, à diversidade de valores é um aspecto conside- rado essencial em nossos dias para a prática democráti- ca, sendo reafirmado pela Constituição brasileira. Não só a ideia de uso comum da terra caracteriza os membros das comunidades quilombolas atuais. Eles partilham muitos outros conhecimentos e práticas que os tornam portadores de uma cultura própria, que ain- da guarda muitas influências de usos e costumes afri- canos. Conforme comenta dona Luzia, da comunidade quilombola de Santa Luzia do Norte (Alagoas), na qual não raramente os idosos alcançam um século de vida: Minha mãe, Maria Rosa, ganhou uma medalha da mulher mais velha de Santa Luzia, ela morreu com 104 anos. Meu pai, Manuel Livino, e por isso me cha- mam Luzia do Livino, morreu com 118 anos. […] Hoje em dia tem muito remédio, esses médicos não sabem de nada, dão remédio e a doença volta, antigamente gripe era hortelã batida e alho, e sempre comer direito. Veja só, antes, menino que ficava doente a gente fazia o seguinte: queimava a roupa que ele estava vestido e defumava o menino, depois dava um pouco das cinzas com água morna pra ele beber e pronto, estava curado. CaBral, Marcelo. O Quilombo do Norte e a fonte da juventude. Disponível em: <http://www.overmundo.com.br/overblog/o-quilombo-do-norte-e-a-fonte- da-juventude>. Acesso em: 4 nov. 2015. Ainda que reconheçam aspectos positivos na forma como vivem os não quilombolas, dona Luzia e a gran- de maioria dos integrantes das comunidades ainda hoje Presença da África O modelo produtivo encontrado em muitas comunidades quilombolas é o da agricultura familiar de subsistência. Na foto, uma mulher quilombola prepara o beiju, feito a partir da mandioca, no Quilombo Maria Romana, Cabo Frio (RJ). Foto de 2015. C es ar D in iz /P ul sa r Im ag en s 160 SP_GEO1_LA_PNLD18_U3_C12_156a161.indd 160 4/28/16 11:28 AM Informe Não escreva no livro. ÁSIA EUROPA EGITO LÍBIA ERITREIA SUDÃO ANGLO-EGÍPCIO ETIÓPIA SOMÁLIA BRITÂNICA SOMÁLIA FRANCESA SOMÁLIA ITALIANAUGANDA ÁFRICA ORIENTAL BRITÂNICA CONGO BELGA ÁFRICA ORIENTAL ALEMÃ MADAGASCAR RODÉSIA DO NORTE RODÉSIA DO SUL ÁFRICA ORIENTAL PORTUGUESA (MOÇAMBIQUE) SUAZILÂNDIA BASUTOLÂNDIA UNIÃO SUL-AFRICANA BECHUANA- LÂNDIA BAÍA DE WALVIS ÁFRICA DO SUDOESTE ANGOLA RIO MUNI CAMARÕES NIGÉRIA TO G O COSTA DO OURO COSTA DO MARFIM LIBÉRIA SERRA LEOA GUINÉ PORTUGUESA GÂMBIA RIO DE OURO SAARA ESPANHOL MARROCOS MARROCOS ESPANHOL TUNÍSIA ARGÉLIA ÁFRICA OCIDENTAL FRANCESA ÁF RI CA E Q U AT O R IA L FR A N C E S A NIASSALÂNDIA OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO 20°L20°O 40°L0° Trópico de Câncer Trópico de Capricórnio Equador M er id ia n o d e G re en w ic h 20°S 20°N Mar Mediterrâneo M ar Verm elho 0° França Bélgica Grã-Bretanha Portugal Alemanha Itália Estados independentes Espanha Domínio britânico 0 1090 2 180 km NENO SESO A ocupação colonial na África […] A África só começou a ser ocupada pelas potências europeias exatamente quando a América se tornou inde- pendente, quando o antigo sistema colonial ruiu, dando lugar a outras formas de enriquecimento e desenvolvi- mento das economias mais dinâmicas, que se industriali- zavam e ampliavam seus mercados consumidores. Nesse momento foi criado um novo tipo de colonialismo, im- plantado na África a partir do final do século XIX, depois da Conferência de Berlim, que em 1885 dividiu o conti- nente africano entre Portugal, Espanha, Inglaterra, Fran- ça, Alemanha, Itália e Bélgica [ver mapa ao lado]. A divisão, contudo, não foi feita de uma só vez. Se pen- sarmos em termos amplos, em tempos longos, em pro- cessos que passaram por muitas etapas, a ocupação da África por alguns países europeus teve as sementes lança- das desde o início do comércio atlântico. Os acordos diplo- máticos entre os países que participaram da Conferência e decidiram nas mesas de negociação europeias quem fica- ria com que áreas estabeleceram que estas seriam defini- das pelos pontos de ocupação já existentes na vasta costa africana. Assim, foi a partir desses pontos, nos quais atua- vam há séculos, que os países europeus começaram a to- mar conta do continente. Além das relações diplomáticas e comerciais que exis- tiam entre chefes e comerciantes africanos e os euro- peus desde o século XVI, outros fatores foram decisivos na ocupação colonial do continente africano. O primei- ro deles foi a exploração do seu interior pelos europeus, que conheciam bem a costa, mas quase nada além dela. Os mapas anteriores ao século XIX mostram a geografia imaginária que eles construíram, feita de relatos fragmen- tados e de induções a partir do que conheciam na costa. O aumento de interesse pelas matérias-primas que o conti- nente poderia oferecer para alimentar as novas necessida- des das indústrias levou os empresários da época de olho nos recursos naturais a investir em expedições de explo- ração que uniam seus interesses à curiosidade de alguns cientistas e aventureiros. Os percursos dos principais rios da África, como o Ni- lo, o Senegal, o Níger e o Congo, só foram revelados aos europeus no século XIX, depois de várias expedições de exploração. Na maior parte das vezes elas eram bancadas por sociedades de geografia sediadas em Londres, Lisboa e Paris e a partir das quais se buscava ampliar o conheci- mento sobre as regiões até então desconhecidas dos ho- mens do Ocidente. Nessa época o exotismo, ou seja, a maneira de viver e as expressões de outras culturas, era valorizado na Europa, onde os estudiosos criavam mu- seus para abrigar objetos que exploradores e conquistado- res coletavam em terras longínquas. Além do interesse por matérias-primas e mercados, do maior conhecimento do interior do continente e suas rotas de penetração,da descoberta de que o quinino aju- dava na cura da malária, um fator decisivo para a ocupa- ção da África foi a invenção do rifle. [...] Esse conjunto de fatores pouco a pouco venceu a resistência africana, e os exércitos europeus abriram caminho à força para a pene- tração dos comerciantes e dos administradores coloniais, agentes de poderes distantes que iam subjugando as so- ciedades locais e impondo a sua dominação. [...] 1. Quais fatores levaram à partilha da África? 2. Além da conquista pelas armas, os colonizadores utilizaram-se da estratégia de ensinar a sua língua e a religião cristã aos africanos. O que se pretendia com isso? Explique. pArA DISCUTIr Mello e Souza, Marina de. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2007. p. 153-155. Fonte de pesquisa: Philip’ s atlas of world history – concise edition. 2. ed. London: Philip’ s, 2007. p. 206. A partilha da África (1885) Jo ão M ig ue l A . M or ei ra /ID /B R 17 SP_GEO1_LA_PNLD18_U1_C01_016A019.indd 17 29/04/16 18:57 Vestibular e Enem A seção apresenta questões de vestibulares do país e de vários Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) realizados até hoje, de acordo com o que foi estudado em cada unidade. Atividades Ao final dos capítulos, um conjunto de atividades possibilita a consolidação, a retomada, a análise, a síntese e a pesquisa dos assuntos abordados. Há três subseções nesse conjunto: Revendo conceitos, Lendo mapas, gráficos e tabelas e Interpretando textos e imagens. Seções especiais Atividades Informe e Mundo Hoje Seções destinadas ao desenvolvimento do senso crítico a partir, respectivamente, de textos científicos e textos jornalísticos, geralmente no final dos capítulos. Geografia e... Relaciona a Geografia com outras disciplinas do Ensino Médio, por meio de textos, imagens e propostas de atividades em comum. Projeto Propõe a resolução de uma situação-problema, que promove a iniciativa e o compartilhamento de seus estudos. São apresentados dois projetos por ano, estruturados em páginas duplas. Em análise Não escreva no livro. 180°135°L90°L45°L0°45°O90°O135°O180° 45°N 0° 45°S OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO Círculo Polar Ártico Círculo Polar Antártico Trópico de Câncer Trópico de Capricórnio Equador M er id ia n o d e G re en w ic h 1 1 0 2 460 4 920 km NENO SESO 0 1 195 km 560 058 334 200 000 000 100 000 000 50 000 000 20 000 000 menos de 1 000 000 Valores em milhares de dólares Construir e interpretar mapas com círculos proporcionais Um mapa pode oferecer grande número de informa ções que permitem conhecer melhor as características de determinado espaço. Alguns mapas podem apresentar o caráter quanti tativo de um fenômeno e sua localização no espaço. É esse o objetivo do mapa com figuras geométricas proporcionais (círculos, quadrados, etc.). Esse mapa é mais indicado para representar quantidades absolu tas, como o número de habitantes de um país. Cada figura no mapa tem um tamanho, que é determinado pela quantidade do que está sendo representado. A figura mais comum para simbolizar quantidades é o círculo, que deixa bem clara a diferença entre os tama nhos. Para mostrar aspectos de um fenômeno, um círculo, representando determinado valor, é colocado no local on de esse fenômeno ocorre. Um círculo representando um valor é obrigatoria mente colocado no local onde ocorre o valor do fe nômeno representado. Novos círculos com valores diferentes são aplicados em outros locais do mapa, con forme a proporcionalidade do que se quer representar. Os círculos podem chegar a cobrir uns aos outros. Para possibilitar a leitura, os menores sempre aparecem por cima dos maiores. Abaixo, damos um exemplo de tabela cujos dados es tão representados no mapa por meio de círculos propor cionais. Observe estes dados aplicados no mapa a seguir. Maiores exportadores de alta tecnologia (2013) País Valor (em milhares de dólares) China 560 058 334 Alemanha 193 087 961 Estados Unidos 147 833 169 Cingapura 135 601 531 Fonte de pesquisa: Banco Mundial. Disponível em: <http://data.worldbank. org/indicator/TX.VAL.TECH.CD/countries?display=default>. Acesso em: 11 nov. 2015. A leitura do mapa permite concluir que os países que têm maior volume de valores em exportações de alta tecnologia estão concentrados na América do Norte, Europa e Ásia. Fonte de pesquisa: Banco Mundial. Disponível em: <http://data.worldbank.org/indicator/TX.VAL.TECH.CD/countries?display=default>. Acesso em: 11 nov. 2015. Mundo – Exportação de alta tecnologia (2013) Jo ão M ig ue l A . M or ei ra /ID /B R 6868 SP_GEO1_LA_PNLD18_U1_C05_066A073.indd 68 4/28/16 10:59 AM Mundo Hoje Não escreva no livro. 1. Você conhece outros exemplos de participação das mulheres em lutas sociais no campo? Discuta com os colegas e escrevam um texto coletivo sobre a importância do aumento da participação das mulheres nessas lutas sociais. para elaborar Na foto, passeata da Marcha das Margaridas realizada em 12 de agosto de 2015, em Brasília (DF). O evento reúne trabalhadoras rurais do Brasil e de outros países latino-americanos. Na ocasião, as participantes apresentaram reivindicações em favor da reforma agrária, da igualdade de direitos entre homens e mulheres, além de defender práticas agroecológicas e sustentáveis no campo. Trabalhadoras rurais protestam por políticas públicas e mais educação Milhares de trabalhadoras rurais participaram da Mar- cha das Margaridas em Brasília [agosto de 2015]. As mu- lheres se reuniram nas ruas da capital federal para protestar por mais educação e políticas públicas para o campo. Trabalhadoras rurais e pequenas agricultoras se con- centraram no Estádio Nacional. […] Elas cercaram o gramado da Câmara e do Senado para protestar contra a falta de incentivos à agricultura familiar. “As mulheres do campo são mais discriminadas do que as da cidade. Temos que ter agricultura familiar, temos que dar condições pra que elas também tenham condições de viver bem no campo”, diz Susineide de Medeiros, presiden- te do Sindicato dos Bancários de Pernambuco. Essa é a quinta edição da marcha, que acontece a ca- da dois anos em Brasília, sempre no dia 12 de agosto. A data marca o assassinato, em 1983, de Margarida Ma- ria Alves, presidente de um sindicato de trabalhadores na Paraíba. O tiro foi disparado por um dono de terras naquele estado. Neste ano [2015], a marcha pediu o combate à violência contra a mulher e incentivos à pro- dução da agroecologia. “Quem garante a diversidade na mesa das pessoas é a agricultura familiar, é a produção das mulheres e nós vie- mos às ruas exigindo mais fortalecimento com mais sus- tentabilidade para o campo”, diz Alessandra Luna, [da] Secretaria de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag. No começo da tarde da terça-feira (12) o Congresso fez uma sessão especial em homenagem às margaridas. “Nós queremos um país que avance nos direitos, que garanta a democracia e que garanta o direito nosso de virmos aqui nesse espaço e fazermos as denúncias necessárias para ga- rantir vida digna para todas e todos os trabalhadores do nosso país”, diz Carmen Foro, vice-presidente da CUT. De volta ao Estádio Nacional as margaridas se encon- traram com a presidente Dilma Rousseff. No encontro, as trabalhadoras rurais entregaram um documento com to- das as reivindicações da marcha que serão analisadas uma a uma pelo governo. […] C ha rle s S ho ll/ Fu tu ra P re ss Marsola, Flávia. G1, 13 ago. 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/hora1/noticia/2015/08/trabalhadoras-rurais-protestam-por-politicas-publicas-e-mais- educacao.html>. Acesso em: 3 nov. 2015. 162 SP_GEO1_LA_PNLD18_U3_C12_162a165.indd 162 4/28/16 11:29 AM Não escreva no livro. Geografia e Arte 1. Identifique no mapa: a) o tipo de harmonia pelas cores. Justifique sua resposta. b) se as cores utilizadassão primárias ou secundárias. c) se as cores utilizadas são frias ou quentes. AtividAdeS Fontes de pesquisa: Anatel. Disponível em: <http://www.anatel.gov.br/dados/index.php?option=com_ content&view=article&id=269>; IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/estadosat/ index.php>. Acessos em: 30 nov. 2015. As cores e seu uso em mapas […] Todas as cores que impressionam nossas vistas são obtidas pela combinação do vermelho, amarelo e azul, que são chamadas de cores primárias. Elas não podem ser obtidas por mistura e por isso diz-se que são encon- tradas puras na natureza. Quando elas são misturadas em quantidades iguais, duas a duas, dão origem às cores secundárias (laranja, verde e violeta). Da mistura das cores primárias com as secundárias, também em partes iguais e duas a duas, surgem as cores terciárias (abóbora, púrpura, anil, turquesa, limão e ouro). [...] Cores frias e quentes Cores frias são aquelas que vão do violeta ao verde na Rosa cromática. [Entre elas, estão o verde, o azul e o vio- leta.] […] Cores quentes são aquelas que vão do amarelo ao ver- melho na Rosa cromática. [Entre elas, estão o amarelo, o laranja e o vermelho.] […] A harmonia das cores Quando da confecção dos mapas, devemos levar em consideração que as cores possuem um significativo efei- to estético, prestando-se atenção no que podemos chamar de harmonia das cores. • Harmonia monocromática: quando usamos uma só cor, variando apenas sua tonalidade. Em geral, esta va- riação serve para mostrar a intensidade de um fenôme- no, em que cores fracas indicam valores fracos e cores mais escuras significam valores fortes, como acontece em mapas que representam temperatura do ar, pressão e precipitação. • Harmonia pelas cores vizinhas: é outra forma de se harmonizar as cores (vizinhas) da Rosa cromática, de- vendo-se seguir um sentido anti-horário. […] Tanto a harmonia monocromática como pelas cores vizinhas servem para mostrar fenômenos que indicam hierar- quia ou sequência. • Harmonia pelas cores opostas: é usada quando a in- tenção é […] mostrar claramente que um fenômeno é diferente de outro. […] cor oposta é aquela que fica dia- metralmente contrária a uma outra na Rosa cromática, como o verde, por exemplo, que se encontra no vértice contrário ao do vermelho e vice-versa. [...] Jo ão M ig ue l A . M or ei ra /ID /B R Fonte de pesquisa: Duarte, Paulo A. Fundamentos de cartografia. 3. ed. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2006. p. 181. Duarte, Paulo A. Fundamentos de cartografia. 3. ed. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2006. p. 180-184. Rosa cromática amarelo azul Cores secundárias laranja violeta verde Cores primárias amarelo limão verde turquesa azul anil violeta púrpura vermelho abóbora laranja ouro magenta OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO 40ºO60ºO 20ºS Trópico de Capricórnio 0ºEquador AM AC RO RR AP PA MT MA PI CE RN PB PE AL SE BA GO DF MS MG SP PR ES RJ SC RS TO VENEZUELA COLÔMBIA PERU Guiana Francesa (FRA) SURINAME GUIANA PARAGUAI URUGUAI ARGENTINA BOLÍVIA CHILE EQUADOR 0 665 1 330 km NENO SESO de 10,1 a 15 de 5 a 10 mais de 20,1 de 15,1 a 20 até 5 Percentual de acessos em relação ao total da população Brasil – Acesso à internet de banda larga fixa (2015) S et up B ur ea u/ ID /B R 238 SP_GEO1_LA_PNLD18_U4_C17_234a238.indd 238 29/04/16 10:32 Síntese da Unidade OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO Equador Trópico de Capricórnio 20°S 0° 60°O 40°O50°O 10°S 60°O70°O DF RR AM RO AC PA AP PI CEMA TO GO BA MG ES RJ RN PB PE SE AL SP PR SC RS MS MT Planalto Depressão Planície 0 925 1850 km NENO SESOA llm ap s/ ID /B R Movimentos da Terra Orientação Coordenadas geográficas Fusos horários Mapa, carta e plantaComputadorSatélite, radar, fotografia aérea, GPS Região do município de Barbacena (MG), 2013. Relevo do Brasil. Fonte de pesquisa: Ross, Jurandyr L. Sanches (Org.). Geografia geral e do Brasil. São Paulo: Edusp, 2008. p. 53. Monte Tabor na Chapada Diamantina, Palmeiras (BA), 2015. Representação de cadeia de montanhas. 4 2 5 3 6 Belém (PA), 2016. Área planejada no Plano Piloto de Brasília (DF) e seu entorno, 2014. 1 • Escreva frases com cada palavra-chave ou expressão abaixo, sintetizando as informações do capítulo. • Há diversos tipos de representação cartográfica. Nomeie cada uma das representações apresentadas a seguir, resuma suas principais características e identifique sua finalidade. • Explique, com base nas informações do capítulo e na sequência abaixo, a utilização de tecnologias modernas pela Geografia. 20 14 , G oo gl e E ar th /D ig ita lG lo be A nd re D ib /P ul sa r Im ag en s D is po ní ve l e m : < ht tp :// m ap as .g ui am ai s. co m .b r/ be le m -p a> . A ce ss o: 2 8 ja n. d e 20 16 . IB G E /S ec re ta ria d o P la ne ja m en to e C oo rd en aç ão G er al /In st itu to de G eo ci ên ci as A pl ic ad as d e M in as G er ai s Th ia go L yr a/ ID /B R Capítulo 15 Localização e orientação geográfica Capítulo 16 Diferentes formas de representação do espaço Capítulo 17 Novas tecnologias e suas aplicações 234 SP_GEO1_LA_PNLD18_U4_C17_234a238.indd 234 4/28/16 11:37 AM Em análise Traz atividades sobre a construção de procedimentos e conhecimentos geográficos, como a elaboração e interpretação cartográfica, no final de cada unidade. Presença da África e Presença Indígena Textos e atividades que valorizam a diversidade e combatem o preconceito e a discriminação ao longo dos capítulos. Síntese da Unidade Atividades esquemáticas que retomam conceitos básicos de cada capítulo. A coleção conta com boxes para apresentar assuntos complementares aos temas (Saiba mais); sugerir filmes, livros e sites para ampliação dos estudos (Assista, Leia e Navegue); e destacar no texto didático glossários sobre termos que você talvez não conheça. Os boxes vinculados aos pilares contribuem para articular o tema estudado ao cotidiano (Conexão); refletir sobre a construção da cidadania e o convívio social (Ação e cidadania); e associar os estudos a outras áreas do conhecimento (Geografia e...). Não escreva no livro. Planície aluvial A planície aluvial (ou de inunda- ção) consiste em uma área com bai- xa altitude, plana e próxima a um curso de água que a inunda de acor- do com seu regime fluvial. O mate- rial sedimentar (argila, silte e areia) que se deposita na planície inunda- da chama-se aluvião. As planícies aluviais, por apresen- tarem terrenos férteis (devido à depo- sição dos sedimentos aluvionares), ti- veram grande importância na história da humanidade. Muitas civilizações, entre elas a da antiga Mesopotâmia, se desenvolveram com o aproveita- mento agrícola dessas planícies. saiba mais curso superior curso médio curso inferior cânion vale profundo de paredes abruptas. Tem um forte poder de desgaste. É um vale em garganta ou V fechado rápido catarata queda-d’água devida a um desnível brusco do terreno grande queda- -d’água vale em V aberto vale menos profundo onde o desgaste incide sobre as margens afluente rio que deságua noutro meandros curvas do rio praia �uvial acumulação de aluviões delta terreno triangular formado na desembocadura do rio pela acumulação de aluviões planície aluvial acumulação de aluviões com a aproximação da foz vale em caleira aluvial vale pouco profundo, em regiões planas, onde o rio diminui a velocidade e acumula aluviões Esquema do curso de um rio rios Os rios são de grande importância para a natureza e para a sociedade. Na natureza, eles são responsáveis por transportar sedimentos de um ponto para outro na paisagem e, dessa forma, são capazes de modificar o relevo. Para a sociedade, os rios, assim como os reservatórios subter- râneos, representam fonte de água parao consumo. O rio é uma corrente de água que deságua no mar, em um lago ou em outro rio. Nesse caso, o rio que deságua em outro é chamado afluente. O ponto de encontro entre cursos de água é denominado confluência. Os rios podem se originar de diferentes formas: pela água das chuvas que escoa superficialmente, acumulando-se em áreas mais baixas do terre- no, ou pela água das chuvas que, após se infiltrar no solo e na rocha, forma o lençol freático, atingindo depois a superfície e dando origem à nascente do rio. Os rios também podem ter origem na água de degelo das monta- nhas, durante o período em que as temperaturas estão mais elevadas. Tipos de rios Os rios podem ser efêmeros, intermitentes ou perenes. • Efêmeros: secos na maior parte do ano, comportam fluxo de água durante e imediata mente após uma chuva. • Intermitentes: possuem água durante uma parte do ano e secam no período de estiagem. • Perenes: apresentam água no decorrer de todo o ano. Regime fluvial é o termo que designa a média anual da variação da descarga de água em uma bacia hidrográfica. A quantidade de água que atinge os rios depende do tamanho da área ocupada pela bacia, das va- riações pluviométricas e das perdas de água devido à evaporação e à in- filtração no solo e na rocha. Dessa forma, a descarga final dos rios depen- derá das variações sazonais de períodos úmidos (maiores descargas) e de períodos secos (menores descargas). Geralmente, quanto maior o núme- ro de afluentes, maior a quantidade de água de um rio. Em regiões ári- das, a perda por evaporação pode levar a um decréscimo desse volume. Nas planícies aluviais, é possível identificar as áreas alagáveis durante os períodos de cheia. Na imagem, o rio Waimakariri e sua planície aluvial, Nova Zelândia. Foto de 2007. Fonte de pesquisa: Secretaria da Educação do Paraná. Disponível em: <http://www.geografia.seed.pr.gov.br/ modules/galeria/detalhe.php?foto=1514&evento=7>. Acesso em: 19 nov. 2015. Representação esquemática fora de proporção de tamanho e distância e em cores-fantasia. Th ia go L yr a/ ID /B R Agência Nacional de Águas (ANA) Nesta página é possível ter acesso a informações sobre a gestão dos recursos hídricos brasileiros. Disponível em: <http:// linkte.me/ana>. Acesso em: 18 abr. 2016. Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Site da agência vinculada ao Ministério de Minas e Energia, apresenta dados sobre geração, distribuição e consumo de energia elétrica no Brasil. Disponível em: <http:// linkte.me/aneel>. Acesso em: 18 abr. 2016. navegue G re g O ’B ei rn e/ A ce rv o do fo tó gr af o 115 SP_GEO1_LA_PNLD18_U2_C09_112a119.indd 115 4/28/16 11:07 AM C ap ít ul o 1 – A fo rm aç ão d o m un do c ap it al is ta Não escreva no livro. As Grandes Navegações O extremo oriente do Mediterrâneo e parte do mar Negro, em mapa do Atlas-portulano veneziano, do cartógrafo francês Jean-François Roussin, 1673. Em um cenário de efervescência comer- cial e urbana, os capitais se acumulavam nas mãos dos burgueses. Outros acontecimen- tos contribuíram, por sua vez, para a expan- são do comércio na Europa e em outros lu- gares do mundo. Em termos geográficos, o reconhecimento da esfericidade da Terra significou uma gran- de mudança pois, a partir de então, podia-se supor que, saindo da Europa e viajando sem- pre na mesma direção, os navegadores dariam uma volta na Terra e retornariam ao lugar de origem, o que estimulou a expansão marítima. As inovações tecnológicas e a cartografia Em fins do século XIII, os europeus aper- feiçoaram suas cartas náuticas, produzindo os portulanos (ver abaixo), mapas que re- presentavam sobretudo a costa dos conti- nentes e que traziam as rotas de viagem tra- çadas com linhas no próprio mapa. No século XIV, os árabes levaram para a Europa vários instrumentos que utilizavam na navegação, como a bússola, o astrolábio e o quadrante. Invenção chinesa, a bússola, por exemplo, permitia a definição de rumos em alto-mar. No século XV, os portugueses desenvol- veram a caravela, embarcação leve e ágil, com velas triangulares, que possibilitava a navegação sem vento a favor, uma grande conquista para a época. Em 1453, quando os turcos ocuparam Constantinopla (atual Istambul, na Tur- quia), passaram a dificultar a circulação de navios pelo mar Mediterrâneo, prejudican- do o comércio entre a Europa e o Oriente. Para garantir o suprimento de mercadorias para o continente, os europeus procuraram descobrir novas rotas comerciais. Os portugueses, com grande domínio das técnicas de navegação, chegaram então às ilhas dos Açores, da Madeira e de Cabo Verde e alcançaram o sul da África. Nave- gando próximo à costa africana, foram es- tabelecendo várias feitorias no continente. No final do século XV, Cristóvão Colom- bo, a serviço da Coroa espanhola, atingiu as Antilhas, na América Central e, em 1500, uma esquadra portuguesa chegou à costa do atual território brasileiro. A posse e a ocu- pação das novas terras representaram uma importante medida para a consolidação da política mercantilista. Era o início da colonização das terras que viriam a ser chamadas de Novo Mundo, processo feito à base da exploração dos re- cursos naturais das colônias e do extermínio ou escravização dos povos nativos. A colonização organizou espaços de pro- dução e definiu o papel das novas colônias na economia mundial. Feitoria: construção fortificada, em geral localizada na costa, para armazenamento dos bens da colônia que seriam embarcados em navios para serem comercializados na Europa. Política mercantilista: política econômica desenvolvida pelos estados nacionais europeus entre os séculos XVI e XVIII, segundo a qual a riqueza de um Estado deveria ser medida pela quantidade de metais preciosos que este possuía. 1492: a conquista do paraíso. Direção de Ridley Scott, EUA, 1992, 154 min. O filme narra a viagem de Cristóvão Colombo à América. Assista África: terra, sociedades e conflitos, de Nelson Bacic Olic e Beatriz Canepa. São Paulo: Moderna, 2004. A obra traz informações sobre povos, etnias e tradições antigas do continente, além de descrever seu processo de colonização. leia In st itu to C ul tu ra l B an co S an to s. F ot og ra fia : I D /B R 14 SP_GEO1_LA_PNLD18_U1_C01_010A015.indd 14 4/28/16 10:54 AM Não escreva no livro. desenvolvimento industrial e financeiro A London Stock Exchange foi fundada em 1801 e, na atualidade, é a quarta maior bolsa de valores do mundo. À sua frente, estão a bolsa de Nova York, a Nasdaq (ambas nos Estados Unidos) e a bolsa de valores de Tóquio, no Japão. Foto de 2014. A partir do século XVIII, o sistema de produção europeu passou por significati- vas transformações. A Revolução Industrial, processo de profundas inovações tecnológi- cas e de intensas mudanças econômicas e sociais, teve início na Inglaterra, país euro- peu que obteve os melhores resultados com as políticas mercantilistas. A Revolução Industrial deu novo impulso ao sistema capitalista, inaugurando a fase do capitalismo industrial. A começar pela In- glaterra, esse sistema foi adotado pela maio- ria dos países da Europa Ocidental e pelos Estados Unidos, estendendo-se para grande parte do mundo nos séculos XIX e XX. A expansão do capitalismo foi realizada por meio da expansão imperialista, carac- terizada pelo domínio territorial das nações economicamente mais fortes sobre outras. Nesse período, os países europeus formaram ou ampliaram seus domínios na África e na Ásia com o objetivo de conseguir mais maté- rias-primas e novos mercados consumidores para as indústrias europeias. No final do século XIX, nos países mais industrializados, teve início a formação de monopólios: grandes empresas passaram por um processo de fusão com o objetivo de controlar o mercado. Era o nascimento das multinacionais (ou transnacionais). Novamente o sistema capitalista
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