Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fechamento – Problema 4 Módulo Dor Abdominal, Diarreia, Vômito e Icterícia Hyana M. 1 UNIME 2021 Sobre o abdome agudo: A causa mais comum de abdome agudo é a apendicite aguda. A principal etiologia do abdome agudo inflamatório é apendicite aguda. E ela se torna a causa mais comum de abdome agudo cirúrgico no mundo, podendo ocorrer em qualquer faixa etária, embora seja mais comum em adolescentes e adultos jovens. é a cirurgia mais feita . Mais comum entra a 2 e a 3 década de vida. Mais comum em homens. Nas mulheres além de ser menos comum, a lista de diagnósticos diferenciais aumenta muito, porque tem que pensar nas causas ginecológicas e obstétricas. por isso que no nosso caso de Jade (por ser mulher, ser jovem, vida sexual ativa) devemos pensar tbm em investigação ginecológica e obstétrica, como ex pedir um Beta HCG. Baixa mortalidade – é um paciente que de tarde ta operando e no outro dia foi pra casa. fisiopatologia: As variações da apresentação da apendicite acontece muito por causa da variação anatômica que o apêndice pode ter. A localização anatômica do apêndice segue a seguinte distribuição: retrocecal (20,1 a 65,3%), pélvica (3,7 a 78,5%), paracecal (0 a 12,3%) e pré-ileal ou pós-ileal (1,2 a 50,9%). O apêndice sempre vai estar no mesmo local em relação ao ceco, se localiza na parte inferior do ceco. Mas o ceco pode mudar de localização e ai muda a sintomatologia do paciente, ai vai determinar o local da dor do paciente. OBSTRUÇÃO: Ele tem mais tecido linfoide que o ceco, e isso faz dele um potencial de inflamação, porque os tecidos linfoides podem acabar aumentando de tamanho e obstruindo o apêndice. E ai começa toda a fisiopatologia, que é através da obstrução, essa obstrução pode ser secundaria a esse edema de tecido linfoide, secundário a obstrução por um fecalito ou fecaloma – um pedaço das fezes um pouco mais endurecido entrou ali e obstruiu ou então através de um tumor (mais raro). DISTENSÃO: Essa obstrução acaba levando a uma distensão, o apêndice aumenta de tamanho. Esse aumento de tamanho acaba favorecendo a proliferação de bactérias e de muco, e isso aumenta a pressão dentro do apêndice e acaba gerando um processo de isquemia. ISQUEMIA: Uma isquemia local, só mesmo no apêndice, E essa isquemia de ultimo caso vai levar a PERFURAÇÃO do apêndice. PERFURAÇÃO: Pode levar a dois caminhos: 1. Abscesso Local: perfurou, mais foi bloqueado. 2. Peritonite: outra parcela dos pacientes não conseguem conter a inflamação, e esse abscesso se rompe e se distribui por toda a cavidade e vira uma peritonite. Essa peritonite espalha e ai pode ser um quadro muito grave. então o dignostico precoce é importante pra evitar essas complicações. quadro clinico: SINAIS MAIS COMUNS: dor abdominal, anorexia e náuseas e vômitos. jade relata dor abdominal e perda do apetite há 3 dias. A dor abdominal tem uma característica importante: é migratória, ela inicia na região peri umbilical e acaba migrando cerca de 12h após o início dos sintomas para região da fossa ilíaca direita. essa característica é presente em jade. Tudo começa com uma dor visceral, sem localização especifica, apenas na região umbilical. Depois a dor migra, começa a inflamar e toca no peritônio, ela começa a inflamar as estruturas adjacentes, e causa uma peritonite (inflamação local do peritônio) e ai conseguimos observar uma dor a descompressão da fossa ilíaca direita, caracterizando sinal de Blumberg positivo, que é no ponto de McBurney típico da apendicite aguda. Essa dor geralmente apresenta como fatores de piora: o ato de deambular e tossir. Anorexia: o paciente vai chegar relatando que não tem fome, não consegue comer, recusa alimentação. Podem apresentar também: febre, diarreia, tenesmo e disúria e podem acontecer pela localização do Fechamento – Problema 4 Módulo Dor Abdominal, Diarreia, Vômito e Icterícia Hyana M. 2 UNIME 2021 apêndice, ex naquele que esta mais pélvico. jade apresentou febre diária (38ºC). Sensação de constipação é característica. E a dor continua pode ser agravada por deambulação ou tosse. Tenesmo: espasmo doloroso do esfíncter anal ou vesical com desejo urgente de defecar ou urinar, e com eliminação de quantidade mínima de fezes ou urina. - a apendicite aguda pode da alteração no sumario de urina!! exame físico: você deve se atentar a alguns destes sinais ❶ Sinal de Blumberg: dor à descompressão brusca no ponto de Mcburney na fossa ilíaca direita – sinal típico) caso ele seja positivo, é válido pensar que há alguma peritonite localizada e a partir disso, pensar sobre algumas hipóteses diagnósticas, tanto como apendicite, quanto em diagnósticos diferenciais. ❸ Sinal de Rovsing: rovising é uma dor na fossa ilíaca direita, quando comprime a fossa ilíaca esquerda. ❸ Sinal do obturador: designado por a presença de dor após a realização do movimento rotação interna da coxa flexionada. ❹ Sinal de Psoas: é caracterizado por dor após extensão de articulação do quadril direito, já que isso acaba esticando o músculo iliopsoas e acaba pressionando o apêndice retrocecal inflamado. O sinal do psoas é indicativo de irritação do músculo psoas. ❺ E o quinto sinal, que costuma ser comum, é a presença de uma Febre Baixa, sendo que a mesma fica em torno de 37,7° a 38,3°C em temperatura retal. PALPAÇÃO: pode palpar uma massa na região da fossa ilíaca direita. Essa massa pode ser um abcesso ou fleimão. o tratamento é diferente quando se encontra uma massa na palpação. diagnostico: É CLINICO. Quando o paciente tem um quadro clinico típico de apendicite, o diagnóstico deve ser realizado apenas a partir da avaliação clínica. OBS: a solicitação de exames poderia aumentar a chance de haver algum agravamento do quadro do paciente, como ex a perfuração. O índice baseia-se nas características clínicas dos pacientes. Quanto mais alto o índice, com um máximo de 10, maior a chance de ter apendicite aguda. Vai de 0 a 10 --- de 8, 9 ou 10 é muito provável para apendicite. 5,6,7 --- provável que seja apendicite menor que 5 --- pouco provável Também pode usar outros escores, como: Fechamento – Problema 4 Módulo Dor Abdominal, Diarreia, Vômito e Icterícia Hyana M. 3 UNIME 2021 1. Escore AIR – Escore da Resposta Inflamatória da Apendicite: (Máximo de 12 pontos.) Soma 0 a 4 = probabilidade baixa. Acompanhamento ambulatorial, se a condição geral não for alterada. Soma 5 a 8 = grupo indeterminado. Observação ativa de pacientes internados com nova classificação/exame de imagem ou laparoscopia diagnóstica, de acordo com as tradições locais. Soma 9 a 12 = alta probabilidade. A exploração cirúrgica é proposta. 2. Escore RIPASA para apendicite aguda: Quanto mais alto o índice, com um máximo de 16, maior a chance de ter apendicite aguda. O escore foi desenvolvido para populações asiáticas. Mulher = 0.5 ponto. Homem = 1 ponto. Idade <39.9 anos = 1 ponto. >40 anos de idade = 0.5 ponto. Dor na fossa ilíaca direita = 0.5 ponto. Migração da dor para a fossa ilíaca direita = 0.5 ponto. Anorexia = 1 ponto. Náuseas e vômitos = 1 ponto. Duração dos sintomas <48 horas = 1 ponto. Duração dos sintomas >48 horas = 0.5 ponto. Sensibilidade na fossa ilíaca direita = 1 ponto. Rigidez = 2 pontos. Dor à descompressão brusca = 1 ponto. Sinal de Rovsing = 2 pontos. Febre = 1 ponto. Leucócitos elevados = 1 ponto. Análise da urina negativa = 1 ponto. (Máximo de 16 pontos) e quando você esta com duvida, você pode complementar com o exame de imagem. – USG ou TC (com contraste). USG: é melhor em pacientes mais magros e homem E TC: melhor em mulheres e obesosQuando o quadro sintomatológico é atípico, deve-se solicitar exames de imagem por urgência. Os exames são: TC (Tomografia Computadorizada) já que ela apresenta elevada sensibilidade e especificidade ou até mesmo uma USG (Ultrassonografia) principalmente quando a paciente é pediátrica ou gestante, pois assim você pode evitar expor as mesmas a um alto nível de radiação ionizante. Os exames laboratoriais vão demonstrar: Leucocitose moderada – 10.000 a 15.000 celulas/mm³, com neutrofilia e desvio a esquerda. Quando a contagem é superior a 20.000 celulas, vai se relacionar a gangrena e perfuração. Caso a ponta do apêndice estiver próxima a bexiga e ureter, ocorre hematúria e/ou piúria. SINAIS DE DIAGNOSTICO NOS EXAMES DE IMAGEM: 1. Aumento do diâmetro do apêndice de 6 – 7 mm 2. Apêndice incompreensível 3. Com parede espessada (> 2/3 mm) – tanto na USG como na TC. 4. Densificação da gordura periapendicular 5. Presença de liquido livre 6. Visualização do apendicolito dentro do apêndice – que esta obstruindo o apêndice Então podemos pedir uma TC ou USG e um hemograma para jade. Hemograma para avaliar desvio a esquerda (desvio à esquerda no hemograma é um sinal de produção aumentada de neutrófilos, o que, na maioria dos casos, indica um processo infeccioso agudo em curso) e leucocitose discreta (aumento de glóbulos brancos). Ultrassonografia: Fechamento – Problema 4 Módulo Dor Abdominal, Diarreia, Vômito e Icterícia Hyana M. 4 UNIME 2021 tratamento: Apendicectomia – tirar o apêndice. Antigamente ela era feita de forma aberta e agora é feita por videolaparoscopica Com a videolap. tem tempo de internamento menor, o paciente tem menos dor, vai pra casa mais cedo. E na aberta doi muito mais e pode ter mais dor Antes de começar a cirurgia: Inicia um antibiótico pra esse paciente, fazendo uma cobertura adequada para as bactérias intestinais – gram negativas e anaeróbicas nos casos de apendicite complicada, essa antibiótica tem que permanecer e continuar depois da cirurgia de 3 a 5 dias. libera dieta oral após a cirurgia alta no primeiro dia pós-operatorio. --- se o paciente tem uma massa ou fleimão palpável e esta estável: 1. Faz uma conduta não operatória, você não vai abrir esse paciente se ele estiver estável 2. Antibiótico – esse paciente vai ficar internado usando antibiótico de 3 – 5 dias 3. Vai drenar a massa, vai fazer drenagem percutânea 4. Então vai estabilizar esse paciente para evitar complicações na cirurgia. Em casos de Apendicite Não Operatório, faz uso de antibioticoterapia exclusiva quando a intervenção cirúrgica é contraindicada para um paciente específico. OBS: deve ser feito sempre com ressalva, pois não é porque o paciente foi tratado com essa conduta conservadora, que a apendicite não pode se reincidir, o que pode realmente se tornar um probelma, caso esse problema retorne. Já na Apendicite Aguda não Complicada, é realizada a apendicectomia imediata. Além disso, o paciente necessita de passar por uma reanimação hídrica e também fazer uso de antibioticoterapia de amplo espectro para então ser realizada a cirurgia tanto por Apendicectomia Aberta quanto por Apendicectomia Laparoscópica, que são duas formas de execução do procedimento cirúrgico. Já no caso de Apendicite Perfurada, logo após o paciente ser diagnosticado, é necessário iniciar a terapia com antibiótico, podendo haver a necessidade de uma reanimação hídrica mais intensa momento antes da cirurgia. Embora esta tenha abordagem semelhante à Apendicite simples, que pode ser também realizada tanto por Apendicectomia Laparoscópica quanto aberta, no caso de apendicite perfurada, dota- se de um maior grau de dificuldade na execução da cirurgia devido a necessidade de mais meticulosidade para executar as manobras cirúrgicas sem que haja lesão do tecido. apendicite em situações especiais: ❶ CRIANÇAS: Em crianças há um quadro atípico. A criança vai apresentar letargia (um estado de cansaço que envolve diminuição da energia, da capacidade mental e da motivação), febre alta, vômitos intensos e diarreia frequente. O diagnóstico geralmente é tardio e a progressão do processo inflamatório é mais rápida que o comum, com taxa de perfuração entre 15% e 65%, maior que no adulto. ❷ IDOSOS: a apresentação é atípica. Sua temperatura é menos elevada e a dor no abdome é mais insidiosa. Tem maior chance de perfuração, maior ate que em crianças e acaba tendo maior mortalidade. ❸ GRAVIDAS: é a emergência mais comum extra uterina nas gravidas, principalmente nos dois primeiros trimestres. O diagnóstico pode ser dificultado porque o útero gravídico descola o apêndice superior e lateralmente. E também os próprios sintomas da gestação podem dificultar, como ex: náuseas, vômitos e dor abdominal. OBS: a avaliação do leucograma também não tem grande valor porque é comum leucocitose em grávidas, ou seja, o diagnóstico acaba sendo tardio e aumenta a chance de complicações.
Compartilhar