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H pylori - completo

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Prévia do material em texto

ALINNE CLAUDIA RODRIGUES PINTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Helicobacter pylori: uma revisão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2007 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS 
ALINNE CLAUDIA RODRIGUES PINTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Helicobacter pylori: uma revisão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2007 
Trabalho apresentado à disciplina 
Trabalho de Conclusão de Curso, 
do Curso de Farmácia/FMU, sob 
a orientação da Profa. Dra. Maria 
de Fátima Borges Pavan. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos meus pais, os 
senhores José Aleluia e Júlia, que com 
grande carinho e amor, doaram um pouco 
de suas vidas para a construção de um 
Novo Ser: EU. Amo muito vocês, são o 
que mais tenho de importante nesta Vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Deus e Mãe Maria; a Mãe de Jesus, o que seria de mim sem a fé que 
eu tenho em Vocês. Sou muito grata pelas obras que o Senhor faz na 
minha vida e pela intercessão da Virgem Santíssima. 
 
 
Aos meus pais e minha irmãzinha Julianna que com muito carinho e 
apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa 
de minha vida. 
 
 
Ao meu namorado Carnywelliton pela amizade e principalmente a 
compreensão. 
 
 
À Professora Fátima pela paciência na orientação e a atenção 
prestada durante este período, o que tornaram possível a conclusão 
desta monografia. 
A todos os professores da FMU, que foram tão importantes na minha 
vida acadêmica e, em especial quero agradecer aos Professores 
Gentilda e Alexandre que aceitaram fazer parte da minha banca 
examinadora. 
 
 
Aos meus amigos e colegas da igreja, faculdade e trabalho, que 
estiveram ao meu lado nos momentos alegres e tristes. Agradeço 
com grande carinho as amigas Rita, Ivânia, Joana e Cíntia. 
 
 
A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a 
realização deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Ter fé é assinar uma folha em 
branco e deixar que Deus 
escreva o que ele quer.” 
(Santo Agostinho) 
RESUMO 
 
 
 
O escopo desta monografia tem por finalidade revisar os diversos aspectos 
relacionados a H. pylori. Foram realizadas pesquisas, nas bases de dados Bireme e 
PubMed, além de livros e fontes de informações em saúde disponíveis na internet, 
atualizados e recentes. Concluiu-se, após análise da literatura, que a infecção por H. 
pylori tornou-se um problema de saúde pública, fazendo-se necessário o 
conhecimento da epidemiologia e do genoma da bactéria, bem como a adoção de 
medidas que previnam e/ou controlem a infecção. 
 
 
 
 
Palavras-chave: Helicobacter pylori, gastrite, úlcera, epidemiologia, tratamento, 
 erradicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - H. pylori invadindo as células epiteliais do estômago e duodeno..............12 
Figura 2 - Biópsia gástrica de Marshall e numerosas células de H. pylori.................16 
Figura 3 - Campylobacter jejuni em coloração de Gram............................................19 
Figura 4 - H. pylori em coloração de Gram................................................................19 
Figura 5 – Lâmina de H. pylori proveniente de cultivo em placa com ágar................20 
Figura 6 - Estrutura do H. pylori.................................................................................21 
Figura 7 - Microscopia eletrônica de varredura de H. pylori em uma cultura de 
 sete dias, indicando a presença de formas bacilares e cocóides..............22 
Figura 8 - Processos envolvidos no mecanismo de injúria do tecido gástrico 
 por ação do H. pylori..................................................................................24 
Figura 9 - Descrição anatômica do estômago humano..............................................29 
Figura 10- Microvilosidades do epitélio gástrico e a localização 
 de H. pylori no estômago humano............................................................30 
Figura 11- Visualização das microvilosidades do estômago em maior resolução.....31 
Figura 12 - Imagens endoscópicas de úlcera duodenal e úlcera gástrica.................33 
Figura 13 - Eletroforese de H. pylori em gel de agarose............................................41 
Figura 14 - Detecção de H. pylori de uma biópsia gástrica após coloração 
 utilizando corante imunológico anti-Helicobacter....................................42 
Figura 15 - Cultivo de H. pylori em placa de ágar sangue.........................................43 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 - Número de artigos publicados sobre H. pylori por ano.............................11 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 – Cronologia dos estudos das patologias 
 gastroentéricas........................................................................................14 
Quadro 2 - Fatores de virulência associados ao H. pylori..........................................25 
Quadro 3 - Afecções associadas ao H. pylori ...........................................................32 
Quadro 4 - Distribuição geográfica da infecção por H. pylori.....................................36 
Quadro 5 - Testes diagnósticos utilizáveis para a detecção da infecção 
 por H. pylori.............................................................................................39 
Quadro 6 – Métodos sorológicos para diagnóstico da infecção 
 por H. pylori..............................................................................................45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
AINES Antinflamatórios Não Esteroidais 
CagA Citotoxina Vacuolizante Associada 
CLO Campylobacter-Like Organism 
ELISA Método imunoenzimático 
H. pylori Helicobacter pylori 
HP-NAP Proteína ativadora de neutrófilos 
HspB Proteína de Choque Térmico 
IARC Agência Internacional para Pesquisa de Câncer 
IBP Inibidor da Bomba de Prótons 
IL-8 Interleucina-8 
LPS Lipopolissacarídeos 
MALT Tecido Linfóide Associado à Mucosa 
PAF Fator de Ativação Plaquetária 
PCR Reação em Cadeia da Polimerase 
VacA Citotoxina Vacuolizante 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMARIO 
 
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................11 
1. HISTÓRICO ..........................................................................................................14 
2. CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA.........................................................................17 
 2.1. De Campylobacter A Helicobacter pylori .......................................................18 
3. CARACTERÍSTICAS MICROBIOLÓGICAS..........................................................20 
 3.1. MORFOLOGIA ..............................................................................................20 
 3.1.1. CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS .............................................21 
 3.1.2.CARACTERÍSTICAS DAS COLÔNIAS .................................................22 
 3.2. REQUERIMENTOS NUTRICIONAIS E ATMOSFÉRICOS ...........................22 
 3.3. CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS............................................................23 
4. PATOGENIA E IMUNIDADE.................................................................................23 
 4.1. MECANISMOS DE INJÚRIA NO TECIDO ....................................................24 
 4.2. FATORES DE VIRULÊNCIA .........................................................................25 
 4.3. INDUÇÃO DE INFLAMAÇÃO GÁSTRICA ....................................................26 
 4.4. ALTERAÇÃO DA BARREIRA DA MUCOSA GÁSTRICA..............................27 
 4.5. ALTERAÇÃO DA FISIOLOGIA GÁSTRICA ..................................................27 
 4.6. EVASÃO IMUNE ...........................................................................................28 
5. Helicobacter pylori E AFECÇÕES ASSOCIADAS.................................................29 
 5.1. ÚLCERA PÉPTICA........................................................................................33 
 5.2. GASTRITES ..................................................................................................34 
 5.3. CARCINOMA E LINFOMA GÁSTRICO.........................................................34 
 5.4. DISPEPSIA FUNCIONAL..............................................................................35 
 5.5. AFECÇÕES EXTRADIGESTIVAS ................................................................35 
6. EPIDEMIOLOGIA..................................................................................................35 
 6.1. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA ....................................................................36 
 6.2. FONTES DE INFECÇÃO E VIAS DE TRANSMISSÃO.................................37 
 6.2.1. TRANSMISSÃO POR VIA ORAL-ORAL ...............................................38 
 6.2.2. TRANSMISSÃO POR VIA FECAL-ORAL .............................................38 
 6.2.3. TRANSMISSÃO IATROGÊNICA OU GASTRO-GÁSTRICA.................38 
7. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL.........................................................................39 
 7.1.MÉTODOS INVASIVOS.................................................................................39 
 7.1.1 TESTES COM USO DE BIÓPSIA ..........................................................40 
 7.1.2. TESTES COM ESCOVADO GÁSTRICO ..............................................44 
 7.2 MÉTODOS NÃO INVASIVOS ........................................................................44 
 7.2.1. TESTE RESPIRATÓRIO COM URÉIA MARCADA...............................44 
 7.2.2. TESTES SOROLÓGICOS.....................................................................45 
 7.2.3. PCR EM ANTÍGENO FECAL ................................................................46 
 8. ESTUDO GENÔMICO......................................................................................46 
 9. TRATAMENTO.................................................................................................47 
 9.1. REGIMES ATUAIS PARA TRATAMENTO...............................................48 
 10. PREVENÇÃO E CONTROLE.........................................................................48 
CONCLUSÃO............................................................................................................50 
REFERÊNCIAS.........................................................................................................51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11
INTRODUÇÃO 
 
Embora bactérias espirais, provavelmente H. pylori, tenham sido visualizadas 
na mucosa gástrica já no ano de 1875, estes achados, bem como outros posteriores, 
não foram considerados pela comunidade científica como relevantes para as 
patologias gastroentéricas (1,2,3). 
A partir da década de 80, no entanto, a bactéria H. pylori tornou-se alvo de 
incontáveis e extensos estudos (4,5) e segundo Mincis (6), a sua redescoberta pelos 
cientistas australianos Barry J. Marshall e J. Robin Warren foi um dos mais 
importantes avanços na área da gastroenterologia. Gúzman (3) completa que não é 
um exagero afirmar que H. pylori no campo da bacteriologia médica é o 
microrganismo mais estudado, comparando-se ao vírus HIV no campo da virologia. 
Para mensurar o interesse da comunidade médica e científica mundial na 
infecção pelo H. pylori, Brea et al.(7), ilustrou no site Helicobacterspain.com, um 
gráfico (Gráfico 1), o qual registra mais de 15.300 trabalhos publicados entre os anos 
de 1983 a 2001 e Gúzman (3) em 2006 citou que até aquela data cerca de trinta mil 
artigos tinham sido publicados sobre o agente em revistas científicas reconhecidas. 
 
Gráfico 1 – Número de artigos publicados sobre H. pylori por ano (8) 
 12
Antes do cultivo, isolamento e identificação de H. pylori por Marshall e 
Warren, o pensamento convencional e cético era que nenhuma bactéria poderia 
viver no estômago humano, devido à extensa quantidade de ácido produzida neste 
órgão (9), sendo considerados os fatores como o estilo de vida, tabagismo e 
estresse os causadores de úlceras (10,11 e 12). 
Kodaira et al. (13) em 2002 atribuíram a patogênese da gastrite, úlcera 
gástrica e duodenal ao desequilíbrio entre mecanismos de defesa do hospedeiro e 
secreção ácida. 
Marshall e Warren (14,15) desafiaram dogmas preestabelecidos na 
comunidade médica e, com a persistência unida ao recurso técnico do endoscópio 
de fibra ótica, isolaram o microrganismo da mucosa de estômagos humanos e 
cultivaram esta bactéria com sucesso, podendo afirmar que os casos de gastrites e 
úlceras estomacais eram causados por colonização da mucosa gástrica pelo agente 
H. pylori e não por estresse, como proposto anteriormente por outros pesquisadores. 
Em reconhecimento ao trabalho de Marshall e Warren, foi atribuído no ano de 
2005, o prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia (3,10,11,12). O site Designpoint (16), 
produziu uma ilustração para um cartaz publicado pela Academia australiana de 
Ciência sobre esse Prêmio Nobel, esquematizando a invasão das células epiteliais 
do estômago e do duodeno pelo H. pylori (Figura 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – H. pylori invadindo as células epiteliais do estômago e duodeno (17) 
 13
A infecção por H. pylori é de distribuição cosmopolita e sua prevalência é uma 
questão de saúde pública na população mundial, especialmente em países sob 
desenvolvimento e em pessoas de baixa classe socioeconômica (18,19), onde se 
estima que a incidência de colonização é de 70% a 90% da população, dos quais a 
maior parte dos indivíduos adquire a infecção ainda na infância (20,21,22). 
A presente monografia foi elaborada através de pesquisa bibliográfica, com o 
uso de bases de dados como o Lilacs e Medline, bem como outros meios de 
pesquisa, tendo por objetivo fazer uma revisão sobre a bactéria H. pylori, abordando 
os mais diversos aspectos, tais como características morfológicas, formas de 
diagnóstico, modo de transmissão, medidas de prevenção e controle, esquema 
terapêutico e principalmente os aspectos epidemiológicos relacionados a esse 
agente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14
1. HISTÓRICO 
 
O quadro 1, abaixo, apresenta a cronologia dos estudos das patologias 
gastroentéricas, onde pode-se observar o ano em que o H. pylori foi cultivado com 
sucesso. 
 
 
1875Bottchet/Letulle 
 
Encontro de bactéria na margem da úlcera 
1881 Klebs Colonização bacteriana e inflamação 
1888 Letulle Gastrite aguda induzida por Staphylococcus sp. em cobaia 
1889 Jaworski Vibrio rugula no estômago 
1893 Bizzozero Espiroquetas no estômago de cão 
1896 Salomon Transmissão de espiroquetas gástricas 
1906 Krienitz Espiroquetas em estômago com câncer gástrico 
1908 Turck Escherichia coli induz úlcera gástrica em cão 
1916 Rosenow Streptococcus sp. induz úlcera gástrica 
1917 Dragstedt Bactéria não induz úlcera gástrica 
1919 Kasai, Kobayashi Transmissão de espiroquetas gástricas 
1921 Edkins Experimento com Spirilla regaudi (H. felis) 
1924 Luck Atividade da urease no estômago 
1925 Hofman Bacilo de Hofman induz ulceração 
1930 Berg Vagotomia parcial inibe infecção secundária da úlcera 
1938 Doenges Espiroqueta induz gastrite em macacos e humanos 
1940 Freedberg/Barron Espiroquetas gástricas não são patogênicos 
1940 Gorham Bactéria acidófila induz úlcera gástrica 
1954 Palmer 
Não detecção de espiroquetas usando hematoxilina e eosina em amostras de 
biópsias. 
1966 Aoyagi A mais alta atividade de urease no estômago 
1975 Steer Pseudomonas aeruginosa induz inflamação gástrica na margem da úlcera 
1979 Warren Bactéria espiral em estômago humano 
1983 Warren Bactéria espiral gástrica associada com gastrite em humanos 
1983 Marshall H. pylori isolado e cultivado 
1984 Inoue Primeiro sucesso no cultivo de H. pylori no Japão 
1985-1987 Marshall/Morris Inoculação com H. pylori atende ao 3º postulado 
1989 Goodwin Nova bactéria espiral é nomeada H. pylori 
 
Quadro 1 – Cronologia dos estudos das patologias gastroentéricas (23) 
 15
Um dos primeiros registros sobre o encontro de bactérias espirais na mucosa 
gástrica é datado de 1875, porém, esses achados foram esquecidos, porque essas 
bactérias não cresceram em culturas (apud BLASER (2)). 
Em 1899, Jaworski (24) encontrou uma bactéria com forma espiral, em 
lavagem gástrica sedimentada obtida de um humano, e a este achado deu o nome 
de Vibrio rugula. O referido trabalho foi incluso no “Handbook of Gastric Disease”, 
mas, por ter sido escrito em polonês não teve impacto na comunidade científica. 
Nas décadas seguintes, vários pesquisadores confirmaram a presença de 
bactérias espiraladas no estômago humano, tais como Bizzozero e Salomon (apud 
MARSHALL (1)) que observaram bactérias espirais presentes no estômago de gatos 
e cachorros; Doenges (apud MARSHALL (25)) em 1938 que observou formas 
espiroquetas em estômago humano e, em 1940, Freedberg e Barrom (apud 
GOODWIN (26)) que utilizando a técnica de coloração com prata detectaram na 
mucosa gástrica a presença de formas espiroquetas. 
Quatorze anos após, Palmer (apud MARSHALL (26)) negou a existência de 
bactérias espirais, promovendo uma estagnação nas pesquisas e posterior retomada 
apenas nos anos 60. 
Este retrocesso na linha de pesquisa, sobre a participação de bactérias na 
patogênese das doenças do trato gastrintestinal, durou mais de duas décadas (25), 
até que Sterr e Colin-Jones (27) no ano de 1975 foram os primeiros pesquisadores 
que, fazendo uso de microscopia eletrônica, demonstraram a presença de bactérias 
sob a camada de mucosa do estômago em pacientes com doença ulcerosa. Neste 
trabalho, foi cultivada Pseudomonas aeruginosa, provavelmente por contaminação 
endoscópica. 
A comunidade médica da época não reconhecia a bactéria H. pylori como um 
agente responsável por potencializar e/ou contribuir para o aparecimento de úlceras 
estomacais e gastrites (3). A terapia medicamentosa e procedimentos cirúrgicos 
serviam para inibir a liberação de ácido, pois, os médicos tinham a convicção de que 
a mucosa gástrica fosse corroída por ação do ácido (10,28). 
A partir da década de 80, iniciou-se um processo de modificação com relação 
aos pensamentos de pesquisadores, principalmente pelos bons resultados 
apresentados nos estudos concluídos por Warren e Marshall (14,15). 
O patologista Warren deu início às pesquisas no ano de 1979 (apud 
WEYDEN (10), apud DUNN (22)) e através do exame histológico observou que os 
 16
microrganismos presentes na camada de muco do tecido gástrico eram muito 
parecidos aos descritos em trabalhos de outros patologistas ao final do século IX. 
Marshall era um médico jovem e se interessou pelas observações de Warren. 
A união dos médicos teve por objetivo encontrar respostas para a literatura revisada, 
onde constava o registro de pelo menos 100 anos de achados de microrganismos na 
mucosa gástrica, porém, sem um padrão clínico consistente. Exploraram o 
significado das bactérias espirais reunindo material clínico e cultivando o 
microrganismo de mucosa gástrica obtido através de exames endoscópicos (10,22). 
Em 1981, Warren e Marshall iniciaram um estudo com 100 pacientes (15, 
apud MARSHALL (25)), com o qual puderam demonstrar a presença de bactérias 
espiraladas ou curvas, com papel importante na patogenia da gastrite e da úlcera 
péptica. Consta o registro de dados preliminares da pesquisa publicados na revista 
Lancet (14). 
Um dos estudos de grande repercussão, que pela revista Medical Journal of 
Australia (29) é o segundo artigo mais citado ao longo de 60 anos, foi a experiência 
de Marshall (30) ingerindo uma cultura de H. pylori (109 microrganismos), então 
conhecido por Campylobacter pylori, o qual promoveu o aparecimento de sintomas 
da gastrite e que puderam ser visualizados por cultura e exame histológico no 10º 
dia após a ingestão (Figura 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Biópsia gástrica de Marshall e numerosas células de H. pylori (31) 
 17
Com o papel do H. pylori no antro-gástrico estruturado na sociedade, muitos 
fatores sofreram e ainda sofrem mudanças, como a estratégia de tratamento e o 
procedimento cirúrgico para os casos mais graves (3). 
 
2. CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA 
 
Até o momento foram descritas 30 espécies do gênero Helicobacter, 
conforme consta no site “List of Prokaryotic names with Standing in Nomenclature” e 
que apresentamos abaixo, porém, esta classificação muda constantemente e de 
forma rápida (32). 
 
1. Helicobacter acinonychis 
2. Helicobacter anseris 
3. Helicobacter aurati 
4. Helicobacter bilis 
5. Helicobacter bizzozeronii 
6. Helicobacter brantae 
7. Helicobacter canadensis 
8. Helicobacter canis. 
9. Helicobacter cetorum 
10. Helicobacter cholecystus 
11. Helicobacter cinaedi 
12. Helicobacter cynogastricus. 
13. Helicobacter equorum. 
14. Helicobacter felis 
15. Helicobacter fennelliae 
16. Helicobacter ganmani. 
17. Helicobacter hepaticus 
18. Helicobacter marmotae 
19. Helicobacter mastomyrinus. 
20. Helicobacter mesocricetorum. 
21. Helicobacter muridarum 
22. Helicobacter mustelae 
23. Helicobacter nemestrinae 
24. Helicobacter pametensis 
25. Helicobacter pullorum 
26. Helicobacter pylori 
27. Helicobacter rodentium 
28. Helicobacter salomonis. 
29. Helicobacter trogontum 
30. Helicobacter typhlonius 
 
As espécies de Helicobacter são caracterizadas de acordo com a análise da 
seqüência de seus genes de rRNA 16S, seus ácidos graxos celulares e pela 
presença de flagelos polares (21). 
 18
É possível localizar o gênero Helicobacter no Bergey’s Manual of 
Determinative Bacteriology, porém, o mesmo não foi incluso no Bergey’s Manual of 
Systematic Bacteriology (apud PINHEIRO JÚNIOR (33)). 
Estas espécies pertencem à subdivisão epsilon do filo Proteobacteria e são 
classificadas como espirilos, portanto, proteobactérias gram-negativas, móveis e 
espiraladas (34). Dentre as espécies mais estudadas do gênero, a espécie H. pylori 
exibe maior destaque. 
 
2.1. DE CampylobacterA Helicobacter pylori 
 
H. pylori é um bastonete gram-negativo espiralado e sua classificação 
científica sofreu alterações desde o período de sua redescoberta, recebendo 
diferentes denominações (7). 
Uma das primeiras culturas de H. pylori obtidas de biópsia gástrica foi 
inicialmente denominada como Campylobacter-Like Organism (CLO). A partir de 
observações microscópicas, os pesquisadores Marshall e Warren (15) designaram à 
bactéria isolada o nome Campylobacter pyloridis e por motivos gramaticais foi 
denominada mais tarde de Campylobacter pylori (35). 
A partir do sequenciamento do RNA de Campylobacter pylori realizado em 
1989 (36), associado às técnicas de biologia molecular, à caracterização de 
proteínas e lipídios da parede celular e à caracterização sorológica e análise das 
propriedades bioquímicas (21), foi possível demonstrar que esta espécie não 
pertencia ao gênero Campylobacter, sendo necessário reclassificá-la para um novo 
gênero, o Helicobacter, adequando a classificação taxonômica do microrganismo 
para Helicobacter pylori. 
Apesar de classificado em um novo gênero, H. pylori exibe diversas 
características em comum com as espécies de Campylobacter, como podemos 
observar pela comparação das figuras 3 e 4. 
 
 19
 
Figura 3 - Campylobacter jejuni em coloração de Gram (37) 
 
 
Figura 4 – H. pylori em coloração de Gram (38) 
 
 20
Vandamme (39) definiu que os gêneros Helicobacter, Campylobacter, 
Arcobacter e Wolinella são constituintes da superfamília VI de bactérias gram-
negativas. 
 
3. CARACTERÍSTICAS MICROBIOLÓGICAS 
 
3.1. MORFOLOGIA 
 
Etimologicamente, o nome Helicobacter pylori deriva das raízes (21): 
helix = espiral 
bacter = bastonete 
pylorus = parte inferior do estômago 
A bactéria possui formato bacilar com uma discreta curvatura, ou em forma de 
“S”, lembrando um Campylobacter sp., como é possível visualizar na figura 5. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Lâmina de H. pylori proveniente de cultivo em placa com ágar (40) 
 
O microrganismo exibe múltiplos flagelos polares, que lembra um “saca-rolha” 
ou hélice, permitindo alta mobilidade, por isto denominada de helicoidal (7,15,18,21). 
 21
3.1.1. CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS 
 
Através da coloração de Gram, o H. pylori é classificado como uma bactéria 
gram-negativa, apresentando comprimento de 2,5 a 5,0 µm e largura de 0,5 a 1,0 
µm. (Figura 6) (18,22,33,34,41). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 - Estrutura do H. pylori (42) 
 
Quando o esfregaço é feito a partir de colônias provenientes de culturas 
jovens, observam-se bacilos na forma espiral, enquanto as provenientes de cultura 
velha exibem a forma esférica, também conhecida como forma cocóide (21,22,41). 
A conversão morfológica da forma espiral para cocóide pode se dar em uma 
diversidade de condições ambientais, como incubação prolongada, temperatura 
elevada, pH alcalino, aerobiose, entre outros fatores adversos (7). Culturas com 
formas cocóides são metabolicamente ativas, porém não podem ser repicadas, pois 
o microrganismo já não seria capaz de produzir colônias no novo meio. (22). 
 
 
 
 22
3.1.2. CARACTERÍSTICAS DAS COLÔNIAS 
 
A morfologia das colônias de Helicobacter para a espécie H. pylori pode variar 
conforme o meio de cultura utilizado ou mesmo com a idade da cultura (Figura 7). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7 – Microscopia eletrônica de varredura de H. pylori em uma cultura de sete 
dias, indicando a presença de formas bacilares e cocóides (43) 
 
H. pylori é identificado através da formação de colônias puntiformes 
translúcidas e não pigmentadas, com o diâmetro de 1-2mm (33) 
 
3.2. REQUERIMENTOS NUTRICIONAIS E ATMOSFÉRICOS 
 
Para o crescimento do microrganismo H. pylori é necessário meio complexo 
suplementado com sangue, plasma, carvão, amido ou gema de ovo, incubado em 
condições microaerófilas, na presença de ar enriquecido com 10% de CO2, numa 
temperatura entre 30º e 37º C, com crescimento ideal a 35-37ºC (33). 
 23
Por ser microaerófila, requer oxigênio em baixas quantidades e contem 
hidrogenase, que pode ser usada para obter energia através de oxidação do 
hidrogênio molecular (44). 
 
3.3. CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS 
 
Características bioquímicas marcantes observadas em H. pylori são as provas 
de oxidase e catalase positivas, a não produção de H2S e a presença abundante da 
enzima urease, sendo esta última a responsável por hidrolisar a uréia em 
bicarbonato e amônia (9,33). 
 
4. PATOGENIA E IMUNIDADE 
 
Muitos mecanismos foram propostos para explicar o processo de colonização 
pelo H. pylori no estômago humano (18). 
Estudos apontam que fatores ambientais, da bactéria e do hospedeiro 
contribuem no aparecimento de patologias como úlceras e gastrites (45), porém, 
dentre os citados, os mais estudados são os relacionados à bactéria. Os fatores 
patogênicos relacionados ao hospedeiro ainda não estão totalmente elucidados (46). 
A forma espiralada e os flagelos do H. pylori refletem na predileção pelo muco 
gástrico, além de possibilitar melhor locomoção pelo muco de uma forma impossível 
para outros tipos de bactérias que possuem flagelos normais e ficam aprisionadas 
no muco, porque são incapazes de se mover para adiante (18,47,48). 
Além da resposta inflamatória, uma resposta imune ocorre em decorrência 
das lesões no tecido invadido pelo H. pylori (18). 
 
 
 
 
 
 
 24
4.1. MECANISMOS DE INJÚRIA NO TECIDO 
 
A invasão do H. pylori na porção inferior do estômago, com conseqüente 
inflamação da mucosa gástrica tem potencial para ser causa da úlcera ou gastrite e, 
nos casos mais graves da úlcera, provocar hemorragias. O processo de injúria que 
ocorre no epitélio gástrico é apresentado de forma sucinta no esquema abaixo 
(Figura 8). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8 – Processos envolvidos no mecanismo de injúria do tecido gástrico por ação do H. 
pylori (49) 
 
 25
4.2. FATORES DE VIRULÊNCIA 
 
Estão envolvidos múltiplos fatores de virulência nas patologias associadas ao 
H. pylori, conforme descrito abaixo, no quadro 2 (18,21, 22). 
 
 
Fatores de Virulência 
 
 
Função 
 
 
Urease 
 
Neutraliza ácidos gástricos; estimula a quimiotaxia de monócitos 
e neutrófilos; estimula a produção de citocinas inflamatórias. 
 
Proteína de choque térmico 
(HspB) 
 
Amplifica a produção de urease 
 
Proteína inibidora de ácidos 
 
Induz hipocloridria durante a infecção aguda por bloquear a 
secreção ácida das células parietais 
 
Flagelos 
 
Permite a penetração para o interior da camada de muco gástrico 
e a proteção contra o ambiente ácido 
 
Adesinas 
 
Medeia a ligação a células do hospedeiro; exemplos de adesinas 
são hemaglutininas, adesina de ligação ao ácido siálico, adesina 
do grupo sanguíneo de Lewis 
 
Mucinase 
 
Degrada o muco gástrico 
 
Fosfolipases 
 
Degrada o muco gástrico 
 
Superóxido dismutase 
 
Impede a destruição fagocítica por neutralizar metabólitos do 
oxigênio 
 
Catalase 
 
Impede a destruição fagocítica pode neutralizar peróxidos 
 
Citotoxina vacuolizante 
 
Induz a vacuolização em células epiteliais; estimula a migração 
de neutrófilos para a mucosa 
 
Fatores mal definidos 
 
H. pylori: 
Estimula a secreção de interleucina-8 pelas células epiteliais 
gástricas, que recruta e ativa neutrófilos 
Estimula as células da mucosa gástricaa produzir fator ativador 
de plaquetas, que estimula a secreção de ácidos gástricos 
Induz o óxido nítrico sintase em células epiteliais gástricas, que 
medeia a lesão tecidual 
 
Quadro 2 – Fatores de virulência associados ao H. pylori (50) 
 
Os fatores apresentados acima compõem os mecanismos patogênicos ao 
tecido epitelial gástrico e contribuem com três principais efeitos do H. pylori: a 
inflamação gástrica, o rompimento da barreira da mucosa gástrica e a alteração da 
fisiologia gástrica (22). 
 26
4.3. INDUÇÃO DE INFLAMAÇÃO GÁSTRICA 
 
Os fatores de aderência do microrganismo H. pylori ao epitélio gástrico 
favorecem a colonização e contribuem para a patogenicidade desta bactéria (47). 
A degeneração na superfície do epitélio ocasionada pela infecção pelo H. 
pylori provoca a indução de infiltração inflamatória constituído por leucócitos, 
neutrófilos, linfócitos e plasmócitos (18,33). Um indutor da quimiotaxia de neutrófilos 
às células endoteliais é o gene “neutrophils-activating protein” (HP-NAP) (47). 
Neste processo, os produtos tóxicos produzidos pela bactéria são liberados e 
há estimulação da produção e secreção de citocinas pró-inflamatórias pela célula 
epitelial, como a interleucina-8 (IL-8). (18, 21). A IL-8 funciona como um mediador 
inflamatório potente (18,22) e está relacionada ao predomínio de neutrófilos na 
mucosa gástrica (47). 
Um mediador de fosfolipídios é o fator de ativação plaquetária (PAF). A lyso-
PAF estimula a secreção gástrica por receptores de células parietais específicos, 
portanto, este provoca a hipersecreção de ácido gástrico. Os lipopolissacarídeos 
(LPS) bacterianos respondem interferindo com o receptor da mucosa gástrica, 
estimulando a resposta inflamatória e contribuindo para a destruição e lesão tecidual 
(21,22,48,51). 
A produção de urease bacteriana também atua nesta fase. A enzima urease é 
uma proteína responsável pela conversão da uréia em amônia e bicarbonato (47). 
Responsável por fornecer estímulo de ativação de fagócito mononuclear e produção 
de citocina inflamatória, a urease também possui efeitos tóxicos sobre as células 
epiteliais gástricas, funcionando, portanto, como fator de virulência da bactéria 
(22,47). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 27
4.4. ALTERAÇÃO DA BARREIRA DA MUCOSA GÁSTRICA 
 
H. pylori pode inibir a resposta secretora de células do muco in vitro, e é 
propício causador de efeito danoso neste mecanismo de defesa primário da mucosa 
gástrica (22). 
A lesão do tecido gástrico é mediada não somente por subprodutos da 
urease, mas também pela mucinase, fosfolipases e atividade da citotoxina 
vacuolizante. (20). As fosfolipases contribuem afetando a integridade da célula e a 
barreira gástrica em sua camada hidrofóbica (18) e as mucinases tem a capacidade 
de degradar a mucosa gástrica, ou seja, atividade endopeptidásica (33). 
O gene que codifica a citotoxina vacuolizante (VacA) e o gene que codifica 
uma proteína denominada citotoxina vacuolizante associada (CagA) estão presentes 
em todas as cepas de H. pylori e são considerados fatores importantes de virulência 
para induzir danos ao DNA (21,47,52). 
Neutrófilos geram espécies reativas de oxigênio e/ou de nitrogênio quando 
são ativados e podem induzir danos oxidativos no DNA relacionado às células 
epiteliais na fase precoce de infecção pelo H. pylori (47). 
A indução de apoptose, ou seja, a produção de fatores que estimulam a morte 
celular programada de células epiteliais gástricas (21), dependerá da resposta 
inflamatória associada dos produtos bacterianos e bactérias em geral. Mecanismos 
importantes para a indução de apoptose referem-se à aderência associada a 
extratos de H. pylori ou altas doses de LPS (7). 
 
4.5. ALTERAÇÃO DA FISIOLOGIA GÁSTRICA 
 
A motilidade permite ao H. pylori atravessar o muco estomacal, atingindo o 
epitélio e evitando o efeito destrutivo do suco gástrico. Tem-se demonstrado in vitro 
a predileção do agente pela mucosa do estômago, por ser capaz de aderir às células 
epiteliais de origem gástrica (33). 
A proteção contra a fagocitose e destruição intracelular é realizada pela 
produção de superóxido dismutase e catalase (21), enzimas extracelulares 
fundamentais para sobrevivência da bactéria na mucosa inflamada (33). Além disso, 
 28
são considerados fatores de resistência do H. pylori aos mecanismos líticos 
oxidativos dos polimorfonucleares (33). 
É proporcionado um aumento da atividade da urease bacteriana por ação da 
proteína de choque térmico (HspB), co-expressada pela urease na superfície da 
bactéria (21). 
 
4.6. EVASÃO IMUNE 
 
Anticorpos contra H. pylori geralmente estão presentes em pacientes 
infectados; no entanto, estes não têm atividade protetora, assim como não impedem 
a colonização. A infecção por este microrganismo estabelece uma resposta 
imunológica sistêmica humoral específica, elevando os títulos de IgG e IgA, não 
sendo comum elevação de IgM, caracterizando a cronicidade da infecção (33). 
H. pylori exibe mecanismo potencial de evasão imune em relação à sua 
morfologia, sendo que a forma bacilar adquire forma cocóide em culturas velhas, 
mas ainda não são conhecidos relatos com características da forma cocóide na 
infecção. Pesquisadores descreveram que a forma cocóide não infecta cobaias em 
laboratório, mas é resistente ao ambiente e pode permanecer em fase latente, 
podendo também ser induzida a se modificar para forma bacilar virulenta in vivo (22). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 29
5. Helicobacter pylori E AFECÇÕES ASSOCIADAS 
 
Anatomicamente, o estômago humano (Figura 9) é constituído pelo fundo, 
região da curvatura superior do estômago; cárdia, região do estômago que fica 
entre o esôfago e o estômago; corpo, porção central do estômago; antro, localizado 
entre o corpo do estômago e o piloro, este último, uma porção que se comunica 
com a parte inicial do duodeno (53, 54). 
 
 
 
 
Figura 9 – Descrição anatômica do estômago humano (55) 
 
 
 
 
 30
O microrganismo H. pylori coloniza a mucosa gástrica, especificamente nas 
microvilosidades gástricas, localizadas acima da camada de células epiteliais do 
estômago (Figura 10). Esta bactéria tem preferência pela região do antro gástrico, 
onde reconhece antígenos fucosilados da membrana do grupo sanguíneo 
(45,46,48,56). 
 
 
 
 
Figura 10 – Microvilosidades do epitélio gástrico e a localização de H. pylori 
no estômago humano (57) 
 31
Há predominância de células parietais no corpo do estômago, as quais são 
responsáveis pela secreção ácida; além da presença de células principais, 
produtores de pepsinógeno e outros produtores de muco (Figura 11). O antro tem 
pequena quantidade de células parietais, mas possui células G, que são seus 
precursores (56). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11 – Visualização das microvilosidades do estômago em maior resolução (58,59) 
 32
Várias patologias têm sido continuamente associadas à infecção pelo H. pylori 
nestes últimos anos, como ilustra o quadro 3, porém, algumas doenças clínicas 
permanecem ainda com sua etiologia desconhecida e/ou duvidosa ou ainda 
possuem apenas estudos preliminares (6,60). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 3 – Afecções associadas ao H. pylori (61) 
 
De acordo com o I e II Consensos realizados no Brasil, nos casos como 
úlcera péptica, a indicação de tratamento contra H. pylori é aceita mundialmente, 
mas ainda há casos em que o papel da terapêutica passapor estudos 
experimentais, como no linfoma do tecido linfóide associado à mucosa (MALT) 
(4,60). 
 
 
 
 33
5.1. ÚLCERA PÉPTICA 
 
Uma úlcera péptica é uma patologia na qual se observa macroscopicamente 
uma lesão na membrana mucosa intestinal (duodeno) ou gástrica (Figura 13). Esta 
lesão é resultante da produção excessiva de gastrina, a qual estimula produção de 
suco gástrico com a diminuição da capacidade da barreira mucosa duodenal de 
proteção, em paralelo com fatores ambientais, como o tabagismo, o uso 
indiscriminado e/ou prolongado de antiinflamatórios não esteroidais (AINES) e outros 
agentes (6,48,62,63). 
 
 
 
 
 
Figura 12 – Imagens endoscópicas de úlcera duodenal (A) e úlcera gástrica (B) (64) 
 
A úlcera gástrica tem maior complexidade quando comparada à úlcera 
duodenal (9). 
 
A B 
 34
5.2. GASTRITES 
 
Considerado um dos processos inflamatórios mais freqüentes no ser humano, 
a gastrite pode ser encontrada nas formas aguda e crônica (6,7). A gastrite tanto 
pode ser assintomática quanto poderá ocorrer dores e até indigestão (48). 
Estudos sugerem que a infecção bacteriana da mucosa gástrica é a 
causadora da maioria das gastrites (62) e outras pesquisas apontam que 95% dos 
casos de gastrites crônicas tem como agente etiológico o H. pylori (6) 
Com relação à gastrite aguda, esta possui um infiltrado com predomínio de 
neutrófilos, que pode ocasionar uma inflamação apenas superficial ou escoriações 
da mucosa gástrica pela própria secreção do estômago (62). 
Alguns indivíduos com gastrite crônica têm o predomínio de células 
mononucleares e o desenvolvimento de uma atrofia da mucosa que pode levar a 
acloridria, ou seja, o estômago deixa de secretar o ácido clorídrico (6,62). 
 
5.3. CARCINOMA E LINFOMA GÁSTRICO 
 
Considerado como a segunda causa mundial mais freqüente de morte por 
câncer, com incidência de 800 mil casos por ano (6,19,13), o carcinoma gástrico 
possui uma relação causal parcialmente esclarecida com a infecção pelo H. pylori 
(65). Estudos apresentam diversos casos de indivíduos com inflamação crônica que 
ao estágio de atrofia do estômago, desenvolvem câncer no estômago, o que leva, o 
H. pylori a ser considerado um fator de risco para tal enfermidade (7,48,63). 
O estômago não possui tecido linfóide e pode apresentar o MALT em 
condições patológicas. Esta patologia ocorre pela presença de infiltrado MALT 
adquirido, dando origem ao linfoma do tecido linfóide não associado à mucosa (62). 
A Internacional Agency for Research on Cancer (IARC), no ano de 1994, 
classificou o microrganismo H. pylori como um carcinógeno tipo I, após relacionar 
alguns dados e evidências sobre o papel do H. pylori na patogênese do câncer de 
estômago (13,48,66). 
Muitos pesquisadores relutam sobre a questão do H. pylori ser uma das 
causas definitivas do câncer de estômago, e acreditam que ele se enquadre como 
 35
um co-fator. Contudo, dentre as formas de câncer de estômago, o tipo mais comum 
tem 89% de correlação com a infecção pelo H. pylori (48). 
 
5.4. DISPEPSIA FUNCIONAL 
 
Dispepsia funcional ou idiopática foi definida como uma alteração no sistema 
digestório que ocasiona dor e desconforto na parte superior do abdome, os quais 
não têm fundamento orgânico ou morfológico (4,67). 
A associação com H. pylori ainda é controversa, pois apesar de alguns 
estudos relatarem que esta bactéria desempenha papel na fisiopatologia da 
dispepsia funcional, estes dados ainda não foram totalmente elucidados (6,67). 
 
5.5. AFECÇÕES EXTRADIGESTIVAS 
 
A ligação entre H. pylori e doenças extradigestivas ou formas especiais de 
gastrite precisa ser melhor estudada, através de casos e controles bem desenhados, 
com acompanhamento a longo prazo para reduzir ao máximo os fatores de confusão 
(68). 
 
6. EPIDEMIOLOGIA 
 
Quando se trata da epidemiologia relacionada ao H. pylori, é possível afirmar 
que ainda permanecem desconhecidos os dados relacionados à via de transmissão, 
ocasionando grande dificuldade na elaboração de normas para prevenir as doenças 
associadas a esta bactéria (13). 
Com relação aos dados de prevalência, o H. pylori é uma bactéria de 
distribuição universal e em razão da impossibilidade de se detectar o início da 
infecção, sua incidência é determinada de forma indireta, com base nos dados de 
prevalência (13). 
Idade, etnia e condição socioeconômicas são alguns dos fatores que 
influenciam a incidência e prevalência da infecção pelo H. pylori (20). 
 36
Com relação à idade, é na infância que há o predomínio da infecção pelo H. 
pylori e, quando se trata do sexo, esta prevalência é igual tanto para o homem 
quanto para a mulher (13). 
A infecção pelo H. pylori provoca grande desconforto em milhares de pessoas 
e leva à morte pelo menos 1 milhão de indivíduos ao ano. Mesmo com estes dados, 
especialistas em doenças infecciosas e autoridades da saúde pública denotam 
pouco caso a estes fatos (13). 
 
6.1. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 
 
Globalmente estima-se que cerca de um pouco mais da metade da população 
esteja acometida por H. pylori (Quadro 4). Um terço das pessoas dos Estados 
Unidos e da Europa ocidental abrigam o H. pylori, ocorrendo uma proporção ainda 
mais elevada na Ásia e nos países subdesenvolvidos (13,18,48). 
 
Quadro 4 - Distribuição geográfica da infecção por H. pylori (69) 
 
A alta prevalência da bactéria em determinadas áreas isoladas de alguns 
países é atribuída à imigração. Em países ocidentais, H. pylori afeta 
aproximadamente 20% de pessoas com idade inferior a 40 anos e 50% daquelas 
 37
com idade acima de 60 anos, sendo que nesta faixa etária a curva de prevalência 
atinge um patamar ou entra em leve declínio (9). 
Nos países em desenvolvimento, a maior parte dos adultos são infectados. 
Os grupos com úlcera são menores e o grupo com câncer gástrico pode ser maior, 
como no norte do Brasil, havendo relato de predominância dessa patologia em 
homens (9). 
Aproximadamente 50% dos adultos assintomáticos, em países desenvolvidos, 
têm infecções crônicas e 80% dos pacientes com úlcera gástrica apresentam 
afecções associadas ao H. pylori (51). 
As úlceras pépticas são responsáveis por cerca de 46.000 cirurgias e 14.000 
mortes por ano, com prevalência superior a 90% a nível mundial, das quais 95% são 
úlceras duodenais e 70% úlceras gástricas (48). 
O perfil da curva de prevalência relacionado a idade se mantém constante, 
independentemente do nível de desenvolvimento no país, porém, nos países em 
desenvolvimento, a prevalência da infecção é mais alta em todas as faixas etárias, 
com acentuada diferença na infância (13). 
 
6.2. FONTES DE INFECÇÃO E VIAS DE TRANSMISSÃO 
 
De um modo geral, considera-se o ser humano o único reservatório natural do 
H. pylori; entretanto, estudos apontam para achados de colônias em gatos 
domésticos, indicando que esta bactéria pode também ter transmissão cruzada com 
animais que mantenham contato próximo com o homem (13,18,33,51). 
A via de transmissão do H. pylori tem sido um dos assuntos mais estudados e 
controvertidos desde a redescoberta desta bactéria (18) e, embora até o momento 
não tenha sido totalmente estabelecida, dados sugerem que a transmissão de H. 
pylori ocorre por meio do contato inter-hospedeiros e pela ingestão de alimentos ou 
água contaminados (51). 
Dentre as causas gerais da sua atual taxa de prevalência estão a falta de 
saneamento básico, de água potável, de higiene básica e a superpopulação, sendo 
aceitas como formas de transmissão as vias oral-oral; fecal-oral e iatrogênica 
(18,20). 
 38
6.2.1. TRANSMISSÃO POR VIA ORAL-ORAL 
 
A presença da bactériano suco gástrico indica a possibilidade de transmissão 
oral-oral. O vômito e o refluxo esofágico são considerados meios de propagação do 
microrganismo, além de indícios em estudos da permanência do H. pylori em placa 
dentária ou saliva (18). 
 
6.2.2. TRANSMISSÃO POR VIA FECAL-ORAL 
 
Um trabalho de 1992 é considerado o primeiro relato do isolamento do H. 
pylori a partir de fezes humanas. Outros estudos evidenciaram que a sobrevivência 
da bactéria neste material clínico é incomum e consideraram a água um provável 
meio de propagação desse agente (apud SIQUEIRA (18)), porém, outro estudo 
relata que a bactéria não sobrevive na água clorada, mantendo-se como indefinido o 
papel desta como disseminadora do patógeno (33). 
 
6.2.3. TRANSMISSÃO IATROGÊNICA OU GASTRO-GÁSTRICA 
 
O material clínico que contém o H. pylori utilizado para procedimentos 
diagnósticos realizados por via endoscópica pode servir como uma fonte de 
infecção. Mesmo com procedimentos de desinfecção, instrumentos utilizados 
durante biópsia por via endoscópica também são a causa de infecções (13). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 39
7. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 
Para a detecção da infecção pelo H. pylori são disponibilizados diferentes 
testes diagnósticos, embora nenhum deles seja eficaz o suficiente a ponto de ser 
aceito como o padrão ouro (Quadro 5) (70,71,72). 
 
 
Testes não invasivos 
 
 
Testes invasivos 
 
 
Biópsia 
 
 
Escovado gástrico 
 
 
Teste respiratório 
 
Histologia 
 
Citologia 
 
Testes sorológicos 
 
Teste da urease 
 
Cultura 
 
PCR em antígeno fecal 
 
PCR 
 
 
Imunohistoquímica 
 
 
Cultura 
 
Modificado de: Libera e cols15, Hung e cols9, Leodolter e cols14, Suerbauem & MIchetti28. Drum e 
cols5, Howden e cols8; 
 
Quadro 5 – Testes diagnósticos utilizáveis para a detecção da infecção por H. pylori. (73) 
 
São classificados em invasivos, quando dependem da realização de 
endoscopia para detectar a infecção no material clínico, e não-invasivos, quando o 
teste tem como princípio os métodos sorológicos, teste respiratório e PCR em 
antígeno fecal, não requerendo a endoscopia (7,18,74). 
Atualmente utiliza-se uma combinação de métodos diagnósticos e o uso 
adequado dos mesmos promove um tratamento correto e conseqüente erradicação 
do H. pylori (70). 
 
7.1.MÉTODOS INVASIVOS 
 
Abrangem dois grupos: técnicas com uso de biópsia como a histologia, o teste 
da urease, PCR, a imunohistoquímica, cultura e a técnica do escovado gástrico com 
os métodos de citologia e cultura (70,71). 
 40
Estas técnicas já foram tidas como padrão, entretanto, a biópsia pode causar 
erro de amostragem, assim como o cultivo pode ser um método de baixa 
sensibilidade (72). 
Alguns autores consideram que o método só deve ser aplicado nas suspeitas 
de maior gravidade (7). 
 
7.1.1 TESTES COM USO DE BIÓPSIA 
 
> Histologia 
 
Este teste é realizado após a endoscopia, obtendo-se dois ou mais 
fragmentos da região do corpo e antro gástrico, que serão corados para identificação 
da bactéria (6,18,74); entretanto, não tem sido realizado como diagnóstico de rotina 
por ser demorado, oneroso e invasivo. 
O método de histologia fornece dados importantes sobre o estado da mucosa 
gástrica (7,18,74), sendo que a análise histológica possui sensibilidade e 
especificidade altas (18,74). 
 
> Teste da urease 
 
O teste de urease tem como princípio a coleta de material da mucosa do antro 
gástrico e a colocação deste em meio contendo uréia e indicador de pH. É detectada 
presença do H. pylori, quando ocorre alteração de cor no indicador por aumento do 
pH (6,75). 
A sensibilidade do exame direto em amostras de biópsia varia de 75% a 95%; 
entretanto, a especificidade é próxima a 100%, sendo que este método permite 
detectar a presença de urease de H. pylori em curto tempo (7,21). 
Um estudo concluiu que a melhor associação para a acurácia da infecção por 
H. pylori é a do teste rápido da urease com a histologia (70). 
 
 
 
 
 41
> PCR 
 
A Polymerase Chain Reaction, ou Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) é 
uma técnica que permite descobrir a informação genética do H. pylori, além de servir 
para a busca de possíveis fatores de patogenicidade (7). 
Possui extrema especificidade e sensibilidade, permitindo identificar uma 
única cópia de DNA do microrganismo no material examinado (5,18). 
Sua maior aplicação é em estudos epidemiológicos, como por exemplo, na 
determinação da transmissão desta bactéria (7,18). 
A eletroforese em gel é uma das técnicas para detecção do DNA da bactéria 
e na Figura 13 é possível visualizar a separação do DNA em função do peso 
molecular. 
 
Figura 13 - Eletroforese de H. pylori em gel de agarose (76) 
 
 42
> Imunohistoquímica 
 
O método de imunohistoquímica é baseado na detecção de antígeno por um 
anticorpo (monoclonal ou policlonal) em conjunto com outros processos de 
visualização, com métodos de coloração (65). 
Esta técnica é aplicada principalmente em estudos de doenças neoplásicas e 
infecciosas, permitindo a identificação da expressão dos oncogenes visualizados em 
cortes histológicos, para verificar a evolução de linfomas gástricos, que têm estreita 
relação com a infecção por H. pylori (Figura 14) (65). 
 
 
Figura 14 – Detecção de H. pylori de uma biópsia gástrica após coloração utilizando corante 
imunológico anti-Helicobacter (77) 
 
 
 
 
 43
> Cultura 
 
A cultura é um teste diagnóstico mais específico e importante para a 
determinação da sensibilidade aos antimicrobianos e também pode caracterizar o 
tipo de bactéria (7). 
Os melhores resultados têm sido com inoculação do fragmento em meio não 
seletivo, como o ágar sangue (Figura 15). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 15 - Cultivo de H. pylori em placa de ágar sangue (78) 
 
Este tipo de método necessita de atmosfera com 5-6% de oxigênio, 8 -10% de 
hidrogênio, 7-10% de dióxido de carbono, 80 % de nitrogênio, além de umidade (5). 
Sua limitação é o custo oneroso em relação ao teste da urease, tendo sido 
comumente usado para fins de pesquisa (18). 
 
 
 
 
 44
7.1.2. TESTES COM ESCOVADO GÁSTRICO 
 
Caracterizado pelo modo como é coletado o material, a obtenção dos 
fragmentos é a partir de um escovado da mucosa gástrica para realizar o preparo de 
um esfregaço em lâmina (70). 
 
> Citologia 
 
A citologia do esfregaço gástrico é um teste que possui embasamento 
científico, porém é uma técnica pouco divulgada (74). 
Estudos sugerem que a citologia gástrica possui maior e/ou igual 
sensibilidade quando comparado aos métodos que fazem uso de biópsia para 
identificar H. pylori, sendo de fácil execução e com resultados em um menor tempo 
em comparação as técnicas histológicas (74). 
Com o intuito de aumentar a acurácia do diagnóstico, este método é 
associado a outras técnicas existentes (18). 
 
7.2 MÉTODOS NÃO INVASIVOS 
 
Mesmo com a facilidade de uso, os testes não-invasivos necessitam de 
validação de método e equipamento específico para determinado grupo de uma 
população (70). 
 
7.2.1. TESTE RESPIRATÓRIO COM URÉIA MARCADA 
 
Este exame diagnóstico se baseia na capacidade que o H. pylori tem para 
hidrolisar uréia em amônia e carbonato. O indivíduo ingere uréia marcada com 
carbono 13 (não-radioativo) ou 14 (radioativo). Em seguida, é possível medir a 
quantidade de dióxido de carbono marcado que foi liberado, após o paciente expirar 
em um recipiente para detectar a presença dos marcadores isotópicos por 
espectrografiaou cintilação (5,7). 
 45
Por não ser invasivo, considera-se como o método de escolha para controle 
da erradicação da infecção (18). 
 
7.2.2. TESTES SOROLÓGICOS 
 
Os testes sorológicos, além de econômicos, não se restringem a um ou mais 
fragmentos do órgão para realizar a pesquisa da infecção e tem como princípio 
identificar anticorpos específicos (Quadro 6). 
 
 
Testes sorológicos 
 
 
ELISA 
 
Fixação do complemento 
 
Aglutinação 
 
Hemaglutinação 
 
Imunoblot 
 
 
Quadro 6– Métodos sorológicos para diagnóstico da infecção por H. pylori (79) 
 
Apesar de haver registros desses exames logo depois da redescoberta do H. 
pylori, os exames sorológicos ainda estão em desenvolvimento. Além disso, um 
método sorológico requer validação e padronização local antes do uso (80). 
Atualmente, pesquisadores e laboratórios clínicos podem ter à disposição 
métodos como fixação do complemento, aglutinação, hemaglutinação, Imunoblot; no 
entanto, o método imunoenzimático (ELISA) tem sido o mais utilizado por seus 
resultados satisfatórios quanto à sensibilidade e especificidade da técnica, embora 
não se descarte a probabilidade da ocorrência de resultados falso-negativos 
(5,18,80). 
 
 
 46
7.2.3. PCR EM ANTÍGENO FECAL 
 
H. pylori é raramente cultivado das fezes, mas a pesquisa de antígenos em 
material fecal é um método que diagnostica a infecção e pode monitorar a resposta 
pós-tratamento em adultos, sendo sua detecção eficiente e promissora também para 
crianças (5,71). 
É um teste qualitativo que precisa de equipamento adequado para a 
interpretação da reação e é efetivo tanto para fins de diagnóstico como para controle 
da erradicação (5). 
 
8. ESTUDO GENÔMICO 
 
Têm sido feitas várias tentativas para compreender a patogênese do H. pylori 
e os trabalhos mais recentes são sobre o estudo genômico. Atualmente, 
pesquisadores tentam desenvolver o mapa do genoma desta bactéria para produzir 
vacinas seletivas e de amplo espectro (18). 
Até o ano de 2003, a análise do genoma permitiu a identificação de cerca de 
quarenta cepas da bactéria não-relacionadas epidemiologicamente. As variações 
genômicas das cepas podem ser responsáveis pela codificação de diferentes fatores 
de virulência, capazes de determinar diversos tipos de lesão no hospedeiro (apud 
BLASER (47)). 
A ilha de patogenicidade (cag-PAI) é um componente do genoma H. pylori 
que contém genes homólogos aos de outras bactérias que codificam componentes 
do sistema de secreção do tipo IV, que atua como agulha e serve para injetar 
moléculas efetoras da bactéria na célula hospedeira, permitindo que a bactéria 
module vias do metabolismo celular da célula hospedeira, incluindo a expressão de 
proto-oncogenes (47,81). 
Com relação ao progresso da descoberta das cepas de H. pylori através do 
estudo genômico, há registros de duas cepas com sequenciamento completo; o 
genoma das cepas 26695 e J99, tendo sido o genoma da cepa 26695 obtido de um 
paciente com gastrite superficial e o genoma da cepa J99, obtido de um paciente 
com úlcera duodenal (81,82). 
 47
Foram publicados estudos recentes sobre o uso de microarranjos (microarray) 
para medir os níveis de expressão das cepas de H. pylori. Através desta técnica e de 
outros métodos realizados, foi possível revelar extensa diversidade genética. Um 
total de 1.282 genes foi achado em todas as 25 cepas e presumivelmente 
representou o núcleo funcional comum do genoma de H. pylori (82). 
 
9. TRATAMENTO 
 
Hoje é universalmente aceita a recomendação de se tratar todos os pacientes 
portadores de úlcera gástrica, péptica ou duodenal, infectados pelo microrganismo 
H. pylori (60). 
De acordo com o II Consenso Brasileiro (4), para a eliminação completa do H. 
pylori deve-se considerar o custo-benefício e a opinião do paciente na decisão do 
tratamento. Um tratamento adequado reflete na redução de reinfecções e o 
benefício em longo prazo após o uso da medicação (6). 
O conhecimento sobre a sensibilidade ou resistência aos antimicrobianos se 
faz necessário, uma vez que a resposta terapêutica é variável de acordo com a 
localidade, etnia e uso prévio do medicamento (7). 
Ainda, estudo sugere que os fatores de virulência poderiam influenciar na 
terapêutica, ocasionando falha na mesma e, um outro estudo (83) considera que a 
resistência antibiótica, a complacência e a duração da terapia são fatores de risco 
que também levam ao insucesso um tratamento contra o microrganismo H. pylori 
(apud SIQUEIRA (20)). 
Para a maioria dos pacientes de países em desenvolvimento, o tratamento 
com medicamentos é de custo oneroso, o que preocupa muitos pesquisadores, que 
buscam opções terapêuticas adicionais, como por exemplo o consumo de brotos de 
brócolis constatado como uso potencial para erradicar o H. pylori, uma vez que este 
legume contêm a sulforaphane, um agente de ação bactericida e bacteriostática. 
Porém, ainda não foi determinada a dose ideal para a ingestão deste tipo de legume 
(84). 
 
 
 
 48
9.1. REGIMES ATUAIS PARA TRATAMENTO 
 
Apesar dos mais de 20 anos de experiência clínica em tratamento de H. pylori 
com uma grande variedade de associações de antimicrobianos e tempos diversos de 
tratamento escolhidos a partir de consensos mundiais, diretrizes e revisões médicas, 
ainda hoje não existe um esquema terapêutico ideal para este tipo de infecção 
(4,60,83). 
De um modo geral, vem sendo utilizada a associação de um inibidor da 
bomba de prótons (IBP), o qual pode ser omeprazol 20mg, lanzoprazol 30mg, 
pantoprazol 40mg ou rabeprazol 20, com amoxicilina 1000 mg e claritromicina 500 
mg (18). 
Os esquemas terapêuticos utilizados são classificados como sendo de 
primeira ou de segunda linha, sendo os de primeira opção tratamentos que 
compreendem a ingestão de medicamentos duas vezes ao dia, durante um período 
mínimo de sete dias, de um IBP ou citrato de ranitidina bismuto em dose padrão, 
claritromicina 500 mg e amoxicilina 1.000 mg ou metronidazol 500 mg (6). 
Quando não há sucesso com o esquema de primeira linha, a opção é o 
esquema terapêutico de segunda linha, sendo então administrado IBP em dose 
padrão duas vezes ao dia com subsalicilato ou subcitrato de bismuto 120 mg quatro 
vezes ao dia, metronidazol 500 mg três vezes ao dia e tetraciclina 500 mg quatro 
vezes ao dia, durante período mínimo de sete dias (6). 
Um estudo no Brasil abordou uma terapêutica eficaz para países em 
desenvolvimento, demonstrando que a terapia tríplice com lanzoprazol, amoxicilina e 
claritromicina é bem tolerável e possui altos índices de erradicação (85). 
 
10. PREVENÇÃO E CONTROLE 
 
A prevenção e o controle da infecção por H. pylori tornou-se um assunto de 
saúde pública (13) e há grande interesse na elaboração de estratégias para que esta 
bactéria seja erradicada. Medidas educativas na área de saneamento e higiene 
objetivando prevenir a transmissão do microrganismo são algumas das intervenções 
necessárias e disponíveis (19). 
 49
O custo da medicação, a aderência ao tratamento, a seleção de cepas 
resistentes, os possíveis efeitos adversos e a probabilidade de reinfecção após 
tratamento ainda são limitantes para se adotar programas de erradicação de modo 
universal, principalmente nos países em desenvolvimento (19). 
Atualmente, é possível encontrar muitos estudos demonstrando o esforço e 
empenho para o desenvolvimento de vacina contra o H. pylori, entretanto, é prevista 
sua disponibilidade com eficácia e segurança apenas dentro de aproximadamente 
10 a 15 anos (13,19). 
Enquanto estudos sobre vacinas não são concluídos, dois fatores merecem 
especial atenção: o controle da disseminaçãodo agente na infância e o melhor 
conhecimento da epidemiologia da bactéria (13). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 50
CONCLUSÃO 
 
Após leitura e revisão da literatura que foi utilizada para elaborar esta 
monografia, é possível concluir que: 
O H. pylori é uma bactéria fortemente relacionada aos casos de gastrites e 
úlceras, sendo apontado ainda como co-fator do câncer gástrico. 
É o único microrganismo capaz de sobreviver ao ambiente ácido do estômago 
e isso graças a grande quantidade de urease que possui. 
Após incontáveis estudos, aspectos como a via de transmissão permanecem 
desconhecidos. Ainda não há teste disponível que possa ser aceito como o padrão 
ouro para um diagnóstico e prognóstico assertivo e um esquema terapêutico ideal 
para este tipo de infecção. 
Recentes estudos buscam a codificação do genoma desse microrganismo, 
com o objetivo de desenvolver vacinas para efetiva prevenção e erradicação do 
agente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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