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1 1. Introdução No escoamento de fluidos, devido à resistência que as moléculas do mesmo oferecem ao seu movimento relativo, há a ação de forças dissipativas. A viscosidade é a propriedade do fluido que caracteriza esse atrito interno. A viscosidade é um parâmetro importante no desenho de processos industriais. É uma característica de cada fluido e é quantificada pelo coeficiente de viscosidade. Quando um corpo se move num fluido, uma película do fluido adere à sua superfície e as forças viscosas entre as moléculas dessa película e as moléculas do fluido ao seu redor oferecem resistência ao movimento do corpo, isso ocorre graças à ação da viscosidade. A viscosidade ocorre graças à interação intermolecular, portanto ela aumenta de acordo com o tipo de interação que o fluido sofre com a superfície em que ele escorre, ou seja, interações de fluido-superfície do tipo “dipolo induzido – dipolo induzido” são mais fracas do que do tipo “ligações de hidrogênio – ligações de hidrogênio”, portanto o líquido é menos viscoso. A viscosidade também depende da temperatura e do volume que a molécula ocupa, geralmente, a viscosidade diminui com o aumento da temperatura e moléculas volumosas são mais viscosas. O efeito da temperatura sobre o coeficiente de viscosidade de um fluido difere notadamente segundo o fluido é um líquido ou gás. Nos gases, o coeficiente aumenta com a temperatura, mas nos líquidos diminui marcadamente com a elevação da temperatura O coeficiente de viscosidade de líquidos pode ser determinado por vários métodos experimentais. Por exemplo, determinando a velocidade de vazão do fluido através de um capilar (o coeficiente de viscosidade é dado pela lei de Poiseuille), a velocidade com que a esfera cai no fluido (neste caso é a lei de Stokes que se aplica), etc. No caso da vazão de um fluido através de um capilar o coeficiente de viscosidade, segundo Poiseuille, é: Onde P é a pressão hidrostática sobre o líquido, em N.m-2, V é o volume, em m3, do líquido que flui em t segundos através do capilar de raio r e de comprimento L, em metros. 2 Figura 01: Viscosímetro de Ostwald. O viscosímetro de Ostwald (Figura 1) permite uma determinação simples do coeficiente de viscosidade a partir de um padrão. Neste caso as medidas de viscosidade são feitas por comparação entre o tempo na vazão de um fluido de viscosidade conhecida, geralmente água, e o de um fluido de viscosidade desconhecida, uma vez que uma medida absoluta do coeficiente de viscosidade é difícil. A partir da equação, pode-se chegar a: Onde d1 e d2 são as densidades dos fluidos conhecido e desconhecido, respectivamente, e t1 e t2 são os tempos gastos para que se escoem volumes iguais. A precisão na operação com este viscosímetro depende do controle e da medida das seguintes variáveis: temperatura, tempo, alinhamento vertical do capilar e volume da substância estudada. 3 A relação dos coeficientes de viscosidade dos líquidos com a temperatura é dada pela equação de Carrancio: Equação 01 TR B A .exp. ou Equação 02 TR B A . ln ln Onde A e B são constantes próprias dos líquidos dados, sendo B uma medida de energia necessária para fazer o líquido fluir. A partir da equação 02 pode-se obter uma reta, lançando ln de em função de 1/T. 2. Objetivo Determinar o coeficiente de viscosidade de alguns líquidos a varias temperatura, utilizando o viscosímetro de Oswald. 3. Materiais e Reagentes Viscosímetro de Oswald Cronometro Pipetas de 10 mL Béquer Termômetro 0 – 100° Banho termostático Agitador magnético Água destilada Acetona Etanol 4 4. Procedimento Experimental Parte 1: Colocou-se 10 mL de água destilada em um viscosímetro imerso em banho com água, esperando por 10 minutos para que se atingisse o equilíbrio térmico, medindo-se a temperatura do banho. Por sucção, através do tubo de borracha, elevou-se o líquido no interior do tubo até preencher a dilatação pequena e passar um pouco acima da marca superior. Em seguida deixou o líquido escoar para verificar se o escoamento estava se processando convenientemente e sem que gotas ficassem aderidas às paredes do tubo. Se isto acontecer, o viscosímetro deve ser esvaziado e novamente limpo com cuidado. Tornou-se a aspirar o líquido até uns 2 cm acima da marca superior (reproduzir sempre esta mesma posição em todas as medidas, não devendo elevar-se acima do nível da água do banho termostático) mantendo a posição pinçando o tubo de borracha. Feito isso, abriu-se a pinça e, quando o menisco do líquido passou pelo traço superior, deu partida ao cronômetro. Quando o menisco alcançou a marca inferior, travou-se o cronômetro. Repetiu-se o procedimento por mais duas vezes com o mesmo liquido e na mesma temperatura. Em seguida colocou-se novamente o viscosímetro no banho termostático e repetiu-se todo o procedimento nas temperaturas de 10, 20, 30 e 40 °C. Parte 2: Repetiu-se o processo acima nas temperaturas de 10, 20, 30 e 40 ºC, com o etanol e com a acetona. Tiraram-se as médias dos resultados e calcularam-se as viscosidades dos líquidos ensaiados. 5. Resultados e discussão Pode-se observar que a viscosidade diminuía conforme aumentava-se a temperatura, comprovando a resistência que um determinado liquido sofre quando esta se escoando. Abaixo seguem as tabelas que expressam os valores obtidos nos ensaios: 5 5.1 Tabela expressando os dados obtidos da água Amostra Temperatura Tempo (s) Viscosidade (mpoise) Densidade (g/mL) Água 10 122,81 13,070 0,9997 20 99,07 10,020 0,9982 30 72,18 7,9750 0,9957 40 68,77 6,5290 0,9922 5.2 Tabela expressando os dados obtidos do etanol Amostra Temperatura Tempo (s) Viscosidade (mpoise) Densidade (g/mL) Etanol 10 184,78 15,520 0,789 20 154,38 12,342 0,789 30 127,72 11,181 0,789 40 98,59 7,443 0,789 5.3 Tabela expressando os dados obtidos da acetona Amostra Temperatura Tempo (s) Viscosidade (mpoise) Densidade (g/mL) Acetona 10 46,50 3,910 0,790 20 44,76 3,583 0,790 30 41,17 3,609 0,790 40 39,18 2,961 0,790 Observou-se que o etanol apresentou maior viscosidade que a água e acetona, devido possuir maior interação molecular que os outros líquidos analisados. 6 Através dos dados obtidos foi possível obter a equação da reta, dividindo um pelo o valor da temperatura do experimento em kelvin e a função matemática Ln da viscosidade do liquido. Observe nos gráficos abaixo. 5.4 Gráfico 1 5.5 Gráfico 2 y = 2049,x - 4,679 R² = 0,998 0,0000 0,5000 1,0000 1,5000 2,0000 2,5000 3,0000 0,00310 0,00320 0,00330 0,00340 0,00350 0,00360 Ln visc. Água 1/T Gráfico da Viscosidade da Água Série1 Linear (Série1) Linear (Série1) y = 2028,x - 4,397 R² = 0,927 0,0000 0,5000 1,0000 1,5000 2,0000 2,5000 3,0000 0,00310 0,00320 0,00330 0,00340 0,00350 0,00360 Ln visc Etanol 1/T Gráfico da Viscosidade do Etanol Série1 Linear (Série1) 7 5.6 Gráfico 3 Utilizando os valores obtidos na equação da reta pode-se determinar a energia de ativação de cada substância, calculado pela equação m=Ea/R. Como o valor de A obtido na equação Y é o mesmo que o de M, pode-se calcular o Ea multiplicando-o pela constante dos gases R(8,315): Energia de ativação da Água: 2049 X 8,315 = 17,037 KJ Energia de ativação do Etanol: 2028 X 8,315 = 16,862 KJ Energia de ativação da Acetona: 725,4 X 8,315 = 6,031KJ 6. Conclusão Através do viscosímetro de Ostwald pode-se determinar a viscosidade de todos os líquidos analisados e construir gráficos para obtenção da equação da reta para determinar-se a energia de ativação dos mesmos. Pode-se concluir também que a viscosidade variou de acordo com o aumento da temperatura. Quanto maior a temperatura,menor a viscosidade. y = 725,4x - 1,185 R² = 0,804 0,0000 0,2000 0,4000 0,6000 0,8000 1,0000 1,2000 1,4000 1,6000 0,00310 0,00320 0,00330 0,00340 0,00350 0,00360 ln visc acetona 1/T Gráfico da Viscosidade da Acetona Série1 Linear (Série1) 8 7. Bibliografia UNISALESIANO. Manual de orientações metodológico para redação de trabalhos. Disponível em:< http://www.salesiano-ata.br/faculdades/> Acesso em: 28 out 2013. EBAH.–Viscosidade De Líquidos EXP 4 OSTWALD: Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABqpEAF/exp-4-ostwald/> Acesso em 28 out2013.
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