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Eletrocardiograma: Infarto Agudo do Miocárdio ————————————————————————————————————————————————— ➔ o diagnóstico de infarto agudo do miocárdio é baseado em ● quadro clínico de dor torácica prolongada em paciente portador de fatores de risco para doença arterial coronariana ● eletrocardiograma com alterações indicativas de lesão e de necrose do miocárdio ● elevação dos níveis sanguíneos de marcadores de necrose miocárdica, como troponina e a enzima CK-MB ➔ tipos de infarto ● infarto com supradesnível do segmento ST (infarto com ondas Q) ○ lesão do miocárdio seguido do aparecimento da onda Q anormal que indica necrose do tecido ● infarto sem supradesnivelamento de ST (infarto não Q) ➔ características ● os achados do ECG dependem da duração do processo isquêmico, extensao da lesao, topografia da parede ventricular acometida e associação de outros distúrbios, como bloqueio de ramo esquerdo ● oclusão arterial ○ alguns minutos depois o ECG pode permanecer normal ou exibir onda T com amplitude aumentada (isquemia) ○ mais encontrado o supradesnivelamento de ST ○ quando o paciente não é submetido a um tratamento de reperfusão, surgem as ondas Q de necrose e depois a onda T se torna negativa ➔ principais alterações ● supradesnivelamento do segmento ST ● aparecimento de ondas Q anormais ● alterações da onda T ——————————————————————-- Supradesnível do segmento ST ➔ características ● detectado por um mecanismo denominado corrente de lesão ● o segmento ST normalmente é isoelétrico (nivelado com a linha de base do eletro) ● devido a isquemia, há redução do potencial de repouso das células (-70 mV) gerando um gradiente elétrico que lesiona o tecido, manifestando-se como o desnivelamento do segmento ST para cima da linda da base ○ supradesnivelamento do segmento ST ○ supradesnivelamento do ponto J (último ponto do QRS) ○ ocorrência do supradesnivelamento em mais do que 2 derivações ● supradesnivelamento > 0,1 mV (1 mm) do ponto situado a 0,04 s (1 mm) após o ponto J ● o supra de ST ainda pode aparecer ○ fisiologicamente em jovens do sexo masculino ○ pericardite ○ secundário a sobrecarga ventricular esquerda e bloqueio do ramo esquerdo ● depois de 1 semana do infarto o supra de ST regride, a sua persistência indica área discinética na parede ventricular (aneurisma de ventrículo) ● o supradesnível em derivações contíguas é acompanhado de infradesnível das derivações contralaterais ➔ diagnósticos diferenciais ——————————————————————-- Isquemia transmural e subendocárdica ➔ características ● parede ventricular ○ camada interna subendocárdica ○ camada externa subepicárdica ● endocardio ○ mais suscetível a isquemia devido a distância do suprimento sanguíneo ○ mais próxima a pressões intracavitárias ○ isquemia subendocárdica pode ser predominante em isquemia transitória no ECG de esforço, angina instável e infarto sem supra de ST ● miocárdio ○ alterações isquêmicas são diversas do segmento ST ● subendocárdica: ○ infradesnivelamento do ST nas derivações correspondentes a região lesada, não surgem ondas Q patológicas ● transmural ou subepicárdica: ○ supradesnivelamento de ST, evoluiu para necrose transmural e desenvolve ondas Q ○ a pericardite é um tipo de lesão subepicárdica —————————————————————— Ondas Q de necrose ➔ "necrose é o processo de destruição das células com perda da integridade da membrana celular e liberação de substâncias intracelulares na corrente sanguínea" ● troponina ● enzimas CK e CK-MB ➔ presença da área eletricamente inativa ● aparecimento de ondas Q anormais ○ grande magnitude >> teoria da janela: a parede com infarto não produz potencial elétrico, mas conduz estímulos, os eletrodos colocados em frente a área inativa vão registrar os potenciais elétricos da parede contralateral como ondas negativas ○ pequena amplitude >> ativação do septo interventricular ● diminuição das ondas R nas derivações precordiais ○ infarto da parede anterior ● aumento das ondas R nas precordiais direitas ○ imagem em espelho de infarto da parede posterior ➔ critérios para ondas Q patológicas ● duração = ou > 00,04 s ● amplitude igual ou maior que ¼ do complexo QRS ● ondas Q anormais presentes em 2 ou + derivações vizinhas ➔ diagnóstico diferencial ● miocardiopatias: ○ áreas inativas surgem devido a fibrose do miocárdio ● cardiopatia da doença de chagas: ○ ondas Q na fase avançada e indicam comprometimento grave do tecido, disfunção ventricular e insuficiência cardíaca ● cardiomiopatia hipertrófica ○ ondas Q em derivações inferiores e/ou laterais e ondas R em V1 (hipertrofia septal) —————————————————————— Alterações da onda T ➔ características ● pode estar muito ampla nos primeiros minutos, tende a simetria e pontiaguda (onda T hiperaguda) ● supradesnivelamento de ST ○ ainda pode ter amplitude aumentada ○ depois de poucas horas com ondas Q de necrose, a onda T se achata e depois se torna negativa ○ na primeira semana se torna mais profunda ○ quando a extensão do infarto é pequena, onda T pode ficar positiva ➔ diagnóstico diferencial ● processos inflamatórios ○ pericardite e miocardite ● secundária à hipertrofia ventricular e bloqueio de ramo esquerdo ● corações normais ➔ infarto ● na parede ventricular, com ausência de despolarização e repolarização, as ondas T são negativas ○ imagem em espelho da repolarização normal da parede oposta, nas derivações correspondentes —————————————————————— Evolução das alterações —————————————————————— Correlação anatômica —————————————————————— Localização do IAM —————————————————————— Circulação coronária —————————————————————— Infarto da parede anterior ● a obstrução distal da artéria coronária descendente anterior (DA) produz infarto anterosseptal ○ altera derivações V1 a V4 ○ pode não haver supra de ST em V1 devido a irrigação dupla do septo interventricular pela DA e coronária direita ● oclusão proximal da DA causa infarto anterior extenso (anterolateral) ○ alterações nas precordiais V1 a V6, D1 e aVL ● oclusão distal de uma DA longa pode causar infarto apical (anteroapical) —————————————————————— Infarto da parede inferior ● artéria coronária direita dominante ○ comprometimento causa infarto da parede inferior ○ 20% causado pela lesão da artéria circunflexa ● obstrução distal ○ derivações D2, D3 e aVF, D3 tem maior supra de ST ● obstrução proximal ○ extensão do infarto para parede posterior ou para ventrículo direito —————————————————————— Infarto da parede posterior ● diagnóstica como extensão da parede inferior ○ obstrução próximas da CD ● alterações ○ alterações em imagem espelhada ○ derivações precordiais direitas V1 a V3 >> correspondente às derivações especiais posterior V7 e V8 ○ infra de ST em V2 e V3 = supra de ST de V7 e V8 ○ aumento da onda R de V1 a V3 = ondas Q em V7 e V8 >> necrose —————————————————————— Infarto do ventrículo direito ● obstrução da coronária direita ○ supra de ST nas derivações especiais direitas V2R a V5R ○ supra de ST isolado em V1 na presença de infarto inferior ● fase aguda ○ supra de ST = ou > 1 mm —————————————————————— Infarto da parede lateral ● oclusão proximal da DA ○ infarto anterolateral ○ é raro ● oclusão da artéria circunflexa ○ infarto laterodorsal ○ inferolaterodorsal ○ pode causar infarto da parede inferior: supra de ST é maior em D2 do que D3, ocorre também em D1 e aVL —————————————————————— Infarto com bloqueio de ramo ● bloqueio de ramo existente ○ BRD: na parede anterior indica oclusão proximal da DA, antes da artéria septal, nao mascara diagnóstico de infarto ○ BRE: altera a despolarização septal, supra de ST, mascara o diagnóstico de infarto agudo >> isolado, altera o QRS e produz desnível discordante do ST sem sentido inverso do QRS >> IAM + BRE: desnível concordante de ST = ou > que 5 mm ● bloqueio decorrido do infarto agudo —————————————————————— Infarto atrial ● associado a infarto ventricular ● arritmia atrial surgem em paciente com IAM e segmento PR tem infra, além de ondas P inespecíficas ● alterações○ infra ou supra de PR ○ infra de PR associado a arritmia supraventricular ○ infra de PR associado a ondas P anormalmente entalhada, semelhante a bloqueio intra-atrial —————————————————————— Arritmias no IAM ● o IAM pode ocasionar qualquer tipo de arritmia ○ taquicardia >> maior risco de fibrilação ventricular e PCR ● artéria coronária direita ○ irriga o nó AV ○ infarto da parede inferior pode complicar com bloqueio AV e bradicardia
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