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#5716163 Mon Oct 4 11:57:24 2021 AO JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE CARATINGA, Marcelo de Oliveira Silva, solteiro, professor, inscrito no CPF sob n°01123145676, marcelo@hotmail.com, residente e domiciliado na rua Olegário Maciel, 154 A, centro, Caratinga/MG,35300-194, vem à presença de Vossa Excelência, por meio do seu Advogado, infra assinado, ajuizar AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTENCIA DE DÉBITOS COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, C/ PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA em face de SKY LIVRE, inscrita no CNPJ sob o nº05.423.963/0001-11, sky@hotmail.com, estabelecida na rua Catarine cimini,73 A, Centro, na cidade de Caratinga/MG, 35300-123 pelos fatos e fundamentos que passa a expor. mailto:marcelo@hotmail.com mailto:sky@hotmail.com #5716163 Mon Oct 4 11:57:24 2021 1. DOS FATOS Em 21/08/2020, o Autor foi surpreendido com a cobrança de dois débitos nos valores de R$64,00 (sessenta e quatro reais) e R$129,00 (cento e vinte e nove reais) pela empresa Ré . Ao tentar obter informações sobre a origem de tais valores, o Autor verificou que tratava-se que o apontamento decorreu de seu exercício regular de direito, considerando que o autor possuía sob sua titularidade linha fixa e de televisão, canceladas. Ocorre que os valores cobrados referem-se a serviço não prestado , uma vez que foram cancelados. Ou seja, trata-se de cobrança abusiva pela empresa conforme provas em anexo, sem qualquer contratação. O autor foi inscrito indevidamente em cadastro de inadimplentes, no ano de 2017, por dois débitos, nos respectivos valores de R$64,00 (sessenta e quatro reais) e R$129,00 (cento e vinte e nove reais). DO DIREITO Conforme narrado, trata-se de cobrança indevida, realizada pela empresa Sky livre que não tomou qualquer precaução no controle de seus registros, permitindo a cobrança de dívidas inexistentes em nome Marcelo de Oliveira Silva Portanto, configurada a falha no serviço, nasce o dever de indenizar, que no presente caso é consubstanciado nos valores indevidamente pagos, cumulando com as despesas com advogados, conforme preconiza o art. 186 e 187 do Código Civil. Afinal, trata-se de proteção expressamente prevista no Código de defesa do consumidor, que dentre as normas previstas, dispõe: #5716163 Mon Oct 4 11:57:24 2021 Art. 6º São direitos básicos do consumidor: (...) IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços; V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados; VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; IX - (Vetado); X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral. Tratando-se, portanto de ato ilícito, tem-se por necessária a defesa estatal do consumidor hipossuficiente, com reconhecimento da abusividade, ilicitude e o dever de indenizar. #5716163 Mon Oct 4 11:57:24 2021 DA COBRANÇA ABUSIVA Conforme narrado, o débito cobrado trata-se de relação jurídica inexistente, uma vez que se refere a serviço não prestado contratado unilateralmente. Tratando-se de cobrança abusiva, a responsabilidade do réu é objetiva, ou seja, independentemente da existência de culpa, motivo pelo qual deverá responder pelos danos causados ao autor. Qualquer cobrança, seja decorrente de serviços prestados ou meras tarifas, devem obrigatoriamente possuir uma contraprestação. Como narrado, os valores cobrados não possuem qualquer amparo contratual, devendo ser considerados abusivos, conforme precedente sob o tema. DO ENQUADRAMENTO NO CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR A norma que rege a proteção dos direitos do consumidor, define, de forma cristalina, o consumidor de produtos e serviços deve ser abrigados das condutas abusivas de todo e qualquer fornecedor, nos termos do art. 3° do referido código. No presente caso, tem-se de forma nítida relação consumerista caracterizada, conforme redação do Código de defesa do consumidor; LEI Nº 8.078, Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. LEI Nº 8.078, Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. Assim, uma vez reconhecido o autor como destinatário final dos serviços contratados, e demonstrar a sua hipossuficiência técnica, tem se configurado uma relação de consumo. http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.078-1990?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.078-1990?OpenDocument #5716163 Mon Oct 4 11:57:24 2021 DA COBRANÇA VEXATÓRIA Conforme o evento danoso, no caso em tela, a inscrição indevida do nome do autor nos cadastros de inadimplência, em razão de dívida inexistente; a gravidade do fato em si, o abalo comercial e financeiro indevidamente suportados pelo requerente, assim como a condição econômica do ofensor, sendo a ofensora, na presente demanda, pessoa jurídica que dispõe de recursos consideráveis , que junta ao presente processo, a empresa ré ao realizar cobranças abusivas, deixou de cumprir com sua obrigação primário de zelo e cuidado ao manejo de suas cobranças, expondo o autor algum constrangimento e ilegítimo gerando o dever de indenizar, conforme preconiza o Código direito consumidor: Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. Portanto, considerando se tratar de uma atitude ilícita, que viola o direito do autor, tem-se o dever de indenizar, conforme Clara disposição legal clara nos Art. 186 e 187 do código civil: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê- lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. No presente caso, o dano inequívoco, uma vez que feta diretamente a honra e a dignidade da pessoa. Trata-se de um dano que independente de provas, conforme entendimento jurisprudencial. E nesse sentido, a indenização por dano moral deve representar para a vítima uma satisfação capaz de amenizar de alguma forma o abalo sofrido e de infringir ao causador sanção e alerta para que não volte a repetir o ato, uma vez que fica evidenciado completo descaso ou transtornos causados. #5716163 Mon Oct 4 11:57:24 2021 DANOS MORAIS Conforme demonstrado pelos fatos narrados e prova quei junta no presente processo, a empresa ré deixou de cumprir com sua obrigação primária de cautela e prudência na atividade, causando constrangimentos indevidas ao autor. Não obstante ao constrangimento e ilegítimo,as reiteradas tentativas de resolver a necessidade do autor ultrapassa a esfera dos aborrecimentos aceitáveis do cotidiano, uma vez que foi obrigada a buscar informações e ferramentas para resolver um problema causado pela empresa contratada para ele dar uma solução. Assim, no presente caso não se pode analisar isoladamente o constrangimento sofrido, mas a conjuntura de fatores que obrigaram o consumidor a buscar a via judicial. Ou seja, deve se considerar um grande desgaste do autor nas reiteradas tentativas de solucionar o ocorrido sem êxito, gerando o dever de indenizar, conforme precedente sobre o tema: Trata-se necessária consideração dos danos causados pela perda do tempo útil (desvio produtivo) do consumidor. DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA Pelo prejuízo que passa nesse momento, se faz necessário uma medida de urgência, afim de sanar o abuso perpetrado pela parte Ré, desta forma, requer a inversão do ônus da prova nos seguintes termos: Para a concessão de medida de urgência, se faz necessário a comprovação de dois requisitos: Fumus Boni Iuris e o Periculum in Mora. O que ficará devidamente comprovado, veja: Tais requisitos retratam a aparência de um bom direito e de perigo de demora, ou seja, ocorre quando resta comprovado que o ora requerido possui plausibilidade, observa-se: sobre o perigo da demora, mister lembrar que, quanto mais tempo perdurar as negativações mais será o CONSTRANGIMENTO da parte autora quem continuará com seu crédito cerceado, podendo parar até de comprar alimentos para sua família, #5716163 Mon Oct 4 11:57:24 2021 restando-se ofendido, já a fumaça do bom direito se percebe no comprovante de negativação anexo. Verifica-se, que a situação da parte do autor atende perfeitamente a todos os requisitos esperados para a concessão da medida antecipatória, pelo que se busca, antes da decisão do mérito em si, a ordem judicial para cessar os descontos mensais indevidos pela autora; PARA TANTO, REQUER DE VOSSA EXCELÊNCIA A DETERMINAÇÃO DE EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO A PARTE REQUERIDA NESSE SENTIDO. Pelos fatos narrada, e pela prova documental anexa, tais como, inclusão do nome no SPC/SERASA e demais documentos; não há como negar que a parte Ré vem agindo de forma ilícita, pois além de negativar o nome do Requerente indevidamente, ainda o mantém possivelmente até esta data. Assim caso não seja deferida a tutela, os prejuízos sofridos pela parte do autor poderão ser ainda mais agravados. Há que ressaltar, ainda, que não existe nenhum perigo de irreversibilidade do provimento antecipado. O Superior Tribunal de Justiça, assim tem decidido: “CIVIL. DÉBITO SUB JUDICE. INSCRIÇÃO DO DEVEDOR EM CADASTROS DE INADIMPLENTES. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça consolidou-se no sentido de que a discussão judicial do débito impede a inscrição do devedor em cadastros de inadimplentes. Ressalva de entendimento pessoal.“(Resp n.º 466819/GO, Terceira Turma, Rel. Min. Ari Pergendler, julgado em 05/12/2002, publicado no DJUde 19/05/2003. Fulcro no art. 273 do CPC requer-se a antecipação dos efeitos da tutela, para retirada do nome do autor , A SER REALIZADO PELA PARTE RÉ, dos Órgãos de Proteção ao Crédito. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10712246/artigo-273-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73 #5716163 Mon Oct 4 11:57:24 2021 DOS PEDIDOS Isto posto, a parte do autor requer providências de Vossa Excelência no sentido de: 1. Citar o RÉ via CORREIO (art. 221, I, c/c 222 do CPC), com aviso de recebimento – AR, no endereço fornecido para oferecer resposta no prazo legal, caso inerte, suporte os efeitos da confissão e revelia; CONCEDER a antecipação dos efeitos da tutela, por estar presente no pleito as condicionais do Fumus Boni Iuris e o Periculum in Mora, de forma initio littis einaudita altera pars, para determinar a exclusão do nome da parte autora dos órgãos de proteção/restrição ao crédito feito pela parte RÈ, bem como para impedir nova inclusão, ilidindo qualquer negativação correspondente ao débito impugnado nesta peça de ingresso e ainda, cominando multa diária de R$ em caso de descumprimento. E, no mérito, requer-se a confirmação da medida liminar porventura deferida; A procedência total dos pedidos para: - Declarar a inexistência dos débitos pelos quais a parte autora se encontra negativada indevidamente pela parte Ré, eis que trata-se de objeto de produto/serviço defeituoso, comutado com ato ilegal (negativação indevida); - Condenar a parte Ré ao pagamento da indenização a ser arbitrado por este Douto Juízo, com base nos julgados delineados pelo STJ, supracitados, levando-se em consideração a extensão do dano causado a parte autora (vexame em público; perda de tempo; impossibilidade de compra; fama de mal pagador;), bem como o grau de culpa da parte ré (promoveu a inclusão indevida do nome da parte autora junto aos Órgãos de Proteção ao Crédito, mesmo havendo desconhecimento do débito objeto da negativação pela parte autora – ERRO COMPROVADO) e sua imensurável possibilidade financeira; Pugna-se para que a correção monetária e aplicação dos juros no quantumindenizatório arbitrado desde a data da ocorrência do evento danoso, conforme prescrição das Súmulas 43 e 54 do C. STJ; http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10719503/artigo-221-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10719452/inciso-i-do-artigo-221-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10719285/artigo-222-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73 #5716163 Mon Oct 4 11:57:24 2021 Esgotadas as oportunidades de conciliação, requer o julgamento antecipado da lide por tratar unicamente de matéria de Direito, com todas as provas necessárias já acostadas aos autos. Por fim, o autor protesta pela produção de todos os meios de prova em direito admitidos, nos termos do art. 332 e 397 do CPC; Dá-se à causa o valor de R$ R$9.896,04 (Nove mil reais, oitocentos e noventa e seis reais e quatro centavos), relativo à soma dos danos morais e materiais. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10704342/artigo-332-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10698527/artigo-397-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73 DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA DOS PEDIDOS
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