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História da Loucura

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Laura Costa Santos - Medicina – 6° Semestre 
 
HISTÓRIA DA LOUCURA E A EVOLUÇÃO DE SEU 
CONCEITO. 
CONCEITO ATUAL 
A loucura ou insanidade é segundo 
a psicologia uma condição 
da mente humana caracterizada por pensamentos 
considerados anormais pela sociedade ou a 
realização de coisas sem sentido. É resultado de 
algum transtorno mental. A verdadeira constatação 
da insanidade mental de um indivíduo só pode ser 
feita por especialistas em psicopatologia. 
Algumas visões sobre loucura defendem que o 
sujeito não está doente da mente, mas pode 
simplesmente ser uma maneira diferente de ser 
julgado pela sociedade. Na visão da lei civil, 
a insanidade revoga obrigações legais e até atos 
cometidos contra a sociedade civil com diagnóstico 
prévio de psicólogos, julgados então 
como insanidade mental. 
Na profissão médica, o termo é agora evitado em 
favor de diagnósticos específicos de perturbações 
mentais, a presença de delírios ou alucinações é 
amplamente referida como a psicose. Quando se 
discute a doença mental, em termos 
gerais, psicopatologia é considerada uma 
designação preferida. 
HISTORIA DA LOUCURA 
A sociedade ocidental contemporânea produz e 
naturaliza uma visão do sofrimento psíquico como 
objeto de intervenção da ciência, seja ela médica 
ou de outras práticas “psi”. Nesse paradigma, o 
sofrimento psíquico recebe o rótulo de “doença 
mental”, com quadros nosológicos claramente 
delimitados. O objetivo final, ou seja, a cura, pode 
até ser conceituado de maneiras diferentes, mas, 
raramente, escapa à noção de (re)adaptação a 
um mundo do qual ele não faz parte ou ao qual se 
mostra estranho. 
Sabe-se que essa visão de mundo arvora-se em ser 
“A Verdadeira” e que já foi assimilada a tal ponto 
que se corre até mesmo o risco do ridículo se tentar 
apresentar os fatos sob outra ótica. Entretanto, a 
história mostra que nem sempre foi assim: loucura, 
alienação, doença mental, transtorno mental, 
sofrimento psíquico não foram pensados de maneira 
uniforme nem ao longo da história, nem no mesmo 
espaço temporal. Vale destacar ainda que a forma 
como a experiência com a loucura vai sendo 
conceituada influencia diretamente os espaços e as 
práticas destinadas a ela. Sendo assim, essa reflexão 
visa reconstruir a trajetória da percepção da loucura 
desde a Grécia Antiga até os dias atuais, 
enfocando, principalmente, os períodos onde 
ocorreram mudanças significativas na forma de se 
perceber e atuar perante essa experiência. 
LOUCURA NA GRÉCIA ANTIGA: A DESRAZÃO 
VALORIZADA 
A desrazão é entendida como tudo aquilo que uma 
sociedade enxerga como sendo seu “outro”: a 
estranheza, a ameaça, a alteridade radical. Essa 
dimensão pode ser identificada em diversas épocas 
e, inclusive, pode ser percebida como essencial nas 
mais variadas formações histórico-sociais. 
Entretanto, apesar desse lugar de exclusão sempre 
ter existido, nem sempre coube ao louco a tarefa de 
representar a desrazão. 
Inicialmente, por mais que pareça estranho aos 
olhos de hoje, pode-se afirmar que a experiência 
com a loucura nem sempre foi considerada algo 
negativo, muito menos uma doença. Pelo contrário, 
na Grécia antiga ela já foi considerada até mesmo 
um privilégio. Filósofos como Sócrates e 
Platãoressaltaram a existência de uma forma de 
loucura tida como divina e, inclusive, utilizavam a 
mesma palavra (manikê) para designar tanto o 
“divinatório” como o “delirante”. Era através do 
delírio que alguns privilegiados podiam ter acesso a 
verdades divinas. Isso não quer dizer que essas 
pessoas fossem consideradas normais ou iguais, mas 
que eram portadoras de uma desrazão, a qual, 
apesar de habitar a vizinhança do homem e do seu 
discurso, precisava ser mantida numa distância, 
separando o sagrado das experiências terrenas: “A 
loucura não é o Outro do homem (do qual ele possa 
se assenhorar), mas simplesmente o Outro”. Este 
“Outro” ocupa o lugar de uma alteridade radical e 
exterior ao sujeito e alheia a qualquer tentativa de 
apropriação. Não pode ser considerado como uma 
outra faceta do mesmo, mas encarna uma 
diferença impossível de ser apreendida. Essa relação 
entre experiência mística e consciência crítica vai 
prevalecer por muito tempo e, somente no período 
conhecido como Antigüidade Clássica, vai se 
dissolver. 
ANTIGÜIDADE CLÁSSICA: O ROMPIMENTO ENTRE O 
MÍSTICO E O RACIONAL 
Paulatinamente, a loucura vai se afastando do seu 
papel de portadora da verdade e vai se 
encaminhando em uma direção completamente 
oposta. Na fascinante obra intitulada História da 
Loucura, pode-se perceber como esse corte entre 
misticismo e razão pode ser percebido em vários 
âmbitos da experiência humana. Um dos exemplos 
abordados na obra é a descrição de como se deu 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mente
https://pt.wikipedia.org/wiki/Homem
https://pt.wikipedia.org/wiki/Normalidade_(comportamento)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_mental
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicopatologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Civil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Insanidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Del%C3%ADrio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alucina%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicose
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicopatologia
esse rompimento no espaço das artes, através da 
crescente dissociação entre imagem e escrita, 
observada nesse período. Com o fim do simbolismo 
gótico, a imagem é liberada da sabedoria e da lição 
que a ordenavam e começa a gravitar ao redor de 
sua própria loucura, através de abundância de 
significações, de multiplicação do sentido por ele 
mesmo: “o sentido não é mais lido numa percepção 
imediata, a figura deixa de falar por si mesma. Entre 
o saber que a anima e a forma para qual se 
transpõe, estabelece-se um vazio. Ele está livre para 
o onirismo”. 
Na pintura, pode-se destacar obras como a Nau dos 
Loucos, a Tentação de Lisboa e o Jardim das 
Delícias, as quais mostram animais, caras grotescas, 
pássaros de pescoço alongado. Esses elementos 
fascinam o espectador, encarnando a loucura em 
forma de tentação, expondo o mundo com tudo 
que nele existe de impossível, de fantástico, de 
inumano. As imagens, ainda que carregadas de 
fantasmas, exercem sobre o homem do século XV 
mais poderes de atração do que a realidade. Por 
outro lado, na produção escrita do mesmo período, 
a loucura atrai, mas não fascina: “enquanto Bosh, 
Brughel e Dürer eram espectadores terrivelmente 
terrestres, e implicados nessa loucura que viam 
brotar à sua volta, 
Erasmo observa-a a uma distância suficiente para 
estar fora de perigo; observa-a do alto do seu 
Olimpo, e se canta seus louvores é porque pode rir 
dela com o riso inextingüível dos deuses”. Assim, essa 
brecha entre experiência mística 
e consciência crítica foi aberta durante a 
Renascença e nunca mais deixou de se abrir, 
acentuando um vazio entre o trágico e o crítico que 
nunca mais será preenchido. A loucura já não é mais 
porta-voz da verdade divina e em pouco tempo 
passará a ocupar o lugar de representante simbólico 
do mal. 
IDADE MÉDIA: SAI O LEPROSO, ENTRE O LOUCO 
Até o final da Idade Média, aquele espaço da 
alteridade radical, referido anteriormente no início 
do texto, era representada pelo leproso. 
Encarnando o mal e representando o castigo divino, 
a lepra se espalha rapidamente causando pavor e 
sentenciando seus portadores à exclusão. 
Entretanto, com o fim das Cruzadas e a ruptura com 
os focos orientais de infecção, a lepra retira-se, 
deixando aberto um espaço que vai reivindicar um 
novo representante. 
Alguns séculos depois, essas estruturas de exclusão 
social passam a ser ocupadas pela figura do louco. 
Apesar de se perceber que desde a Idade Média já 
existiam mecanismos de exclusão do louco, ainda 
não é aí que a loucura vai ser percebida como um 
fenômeno que requeiraum saber específico, pois os 
primeiros estabelecimentos criados para 
circunscrever a loucura destinavam se simplesmente 
a retirar do convívio social as pessoas que não se 
adaptavam a ele. Somente no próximo período 
histórico é que se transformará essa relação. 
SÉCULO XVII I : A LOUCURA COMO OBJETO DO SABER 
MÉDICO 
É o século XVIII que vem, definitivamente, marcar a 
apreensão do fenômeno da loucura como objeto 
do saber médico, caracterizando-o como doença 
mental e, portanto, passível de cura. É o Século das 
Luzes, onde a razão ocupa um lugar de destaque, 
pois é através dela que o homem pode conquistar a 
liberdade e a felicidade. Ocorre valorização do 
pensamento científico e é em meio a esse contexto 
que ocorre o surgimento do hospital como espaço 
terapêutico. Entretanto, deve-se ter cuidado ao 
imprimir a esse acontecimento uma ótica 
humanitária e altruísta, pois essa medicalização do 
hospital não se deu visando “uma ação positiva 
sobre o doente ou a doença, mas simplesmente 
uma anulação dos efeitos negativos do hospital”(3). 
Para garantir seu funcionamento, o modelo 
hospitalar necessitava da instauração de medidas 
disciplinares que viessem garantir a nova ordem. 
Assim, surge uma arte de delimitação desse espaço 
físico, onde são fundamentais os princípios de 
vigilância constante e registro contínuo, de forma a 
garantir que nenhum detalhe escape a esse saber. 
Dentro desse espaço esquadrinhado, percebe-se 
uma institucionalização das relações lá exercidas, 
tornando-se um mundo à parte, afastando cada vez 
mais o indivíduo de suas relações exteriores. O 
discurso que alimenta esse sistema percebe os 
loucos como seres perigosos e inconvenientes que, 
em função de sua “doença”, não conseguem 
conviver de acordo com as normas sociais. Retira-se, 
então, desse sujeito todo o saber acerca de si 
próprio e daquilo que seria sua doença, ao mesmo 
tempo em que se delega esse saber ao especialista. 
PÓS-GUERRA: MOMENTO PROPÍCIO PARA REFORMAS 
Somente no período pós-guerra desponta um 
cenário propício para o surgimento dos movimentos 
reformistas da psiquiatria na contemporaneidade. 
Começam a surgir, em vários países, 
questionamentos quanto ao modelo 
hospitalocêntrico, apontando para a necessidade 
de reformulação. Alguns desses movimentos 
colocavam em questão o próprio dispositivo médico 
psiquiátrico e as instituições a ele relacionadas, 
como exemplo, a experiência de Franco Basaglia 
nas cidades italianas de Gorizia e Trieste, as quais 
tinham como principal referência a defesa da 
desinstitucionalização. Uma importante questão 
nessa concepção dereforma diz respeito ao 
conceito de “doença mental”, o qual passa a ser 
desconstruído para dar lugar a nova forma de 
perceber a loucura enquanto “existência-
sofrimento” do sujeito em relação com o corpo 
social. 
A reforma psiquiátrica brasileira encontra seus 
principais fundamentos teóricos nessa concepção, 
propondo-se a seguir a visão teórica adotada na 
reforma italiana. Entretanto, vale ressaltar que o 
processo histórico do lidar com a loucura no Brasil 
teve peculiaridades que o distinguem bastante 
daquele observado na Europa. A atenção 
específica ao doente mental no Brasil teve início 
com a chegada da Família Real. Em virtude das 
várias mudanças sociais e econômicas ocorridas e 
para que se pudesse ordenar o crescimento das 
cidades e das populações, fez-se necessário o uso 
de medidas de controle, entre essas, a criação de 
um espaço que recolhesse das ruas aqueles que 
ameaçavam a paz e a ordem sociais. 
Posteriormente, em 1852, é criado o primeiro hospício 
brasileiro. 
Tendo o hospital psiquiátrico como cenário e o 
isolamento como principal técnica, o psiquiatra 
passou a necessitar de um profissional que servisse 
de vigilante e, ao mesmo tempo, seguisse suas 
instruções quanto ao tratamento: “o ‘enfermeiro’ é 
um agente situado entre o guarda e o médico do 
hospício, devendo estabelecer entre aquele e o 
doente a corrente do olhar vigilante”(6). Assim, no 
ano de 1890, foi criada a Escola Profissional de 
Enfermeiros e Enfermeiras visando sistematizar a 
formação de enfermeiros para atuarem no espaço 
asilar. 
Num país subdesenvolvido, com um modelo de 
assistência à saúde centrado na prática curativa e 
assistencialista, foi fácil transformar a doença mental 
em mercadoria rentável. Ao se associar a lógica do 
capital (lucro) à lógica do modelo manicomial 
(poder disciplinar), não fica difícil perceber que a 
“assistência” limitava-se ao mínimo que fosse preciso 
para manter os loucos sob dominação, sem precisar 
gastar muito. Na década de 70, não suportando a 
busca desenfreada pelo lucro dos empresários da 
saúde, a previdência social entra em crise, 
mostrando a ineficiência desse modelo e 
apontando para a necessidade de reformulação. 
Vale ressaltar que esses questionamentos vieram à 
tona em meio a um quadro político e econômico 
específico, caracterizado pelo fim do “milagre 
econômico”. Ocorre abertura gradual após anos de 
ditadura, permitindo a entrada em cenade novos 
atores, dando vez à manifestação das críticas e 
denúncias dos trabalhadores de saúde mental e 
outros setores da sociedade civil contra a precária 
assistência prestada aos doentes mentais. 
Em continuidade a esse processo, foram realizadas 
em 1987, 1992 e 2001, as Conferências Nacionais de 
Saúde Mental, que possibilitaram a delimitação dos 
objetivos da reforma psiquiátrica brasileira atual e a 
proposição de serviços substitutivos ao modelo 
hospitalar. Dentre os marcos conceituais desse 
processo destacam-se o respeito à cidadania e a 
ênfase na atenção integral, onde o processo saúde/ 
doença mental é entendido dentro de uma relação 
com a qualidade de vida. 
Atualmente, observa-se significativo avanço na 
implantação das propostas da reforma psiquiátrica 
brasileira. Entretanto, essas conquistas não têm se 
dado de forma homogênea por todo país. Em vários 
espaços ainda se enfrentam fortes obstáculos como, 
por exemplo, a falta de decisão política de alguns 
gestores públicos e as resistências por parte dos 
donos de hospitais que não querem perder um 
negócio lucrativo. 
FONTE: Cerca Do Conceito De Loucura E Seus 
Reflexos 
Na Assistência De Saúde Mental - Lia Carneiro 
Silveira 
EVOLUÇÃO DA ABORDAGEM DA SAÚDE MENTAL 
(BRASIL/MUNDO). 
Até a entrada de medicamentos específicos para 
problemas psiquiátricos no mercado, o que se via 
em termos de tratamento eram cenas de horror. De 
acordo com a revista Scientific American Brasil, os 
primeiros registros de transtornos mentais surgiram 
por volta do ano 1000 a.C., nos livros do Antigo 
Testamento. 
 O termo genérico empregado nesses casos era 
loucura, sempre com conotação de fúria e raiva. 
Até o século XVIII, esses problemas eram vistos como 
consequência de lesão craniana, possessões 
demoníacas e até abuso de vinho, e eram tidos 
como incuráveis. O pioneiro nos tratamentos 
psiquiátricos foi o médico francês Philippe Pinel 
(1745-1826). Ele acreditava que as doenças mentais 
eram resultados ou de tensões sociais e psicológicas 
excessivas, de causa hereditária, ou ainda 
originadas de acidentes físicos. Pinel foi também o 
primeiro a distinguir vários tipos de psicose. Buscou 
ainda tratamento humanizado aos pacientes. 
No entanto, mesmo com todos os esforços de Pinel, 
os doentes mentais continuaram a enfrentar terapias 
cruéis nos séculos seguintes. No eletrochoque 
(século XIX), a eletricidade era usada para produzir 
contração muscular e – acreditava-se – ajudava a 
curar doenças emocionais e nervosas. Também se 
recorria à hidroterapia, na qual o paciente era 
afundado na água. 
No século XX foi criado um dos tratamentos mais 
controversos da história da psiquiatria: a lobotomia. 
Introduzida em 1935 pelo médico português Egas 
Moniz, consistia em uma intervenção cirúrgica no 
cérebro (psicocirurgia),na qual eram seccionadas 
as vias que ligam as regiões pré-frontais e o tálamo 
(um importante centro coordenador das funções 
cerebrais). 
O eletrochoque ainda é utilizado em alguns casos 
restrtiros, como depressão muito grave extrema 
agitação e tendências suicidas. O procedimento é 
feito em centro cirúrgico e com anestesia. 
Atualmente, esse tratamento é chamado de 
eletroconvulsoterapia (ECT) sendo indicada apenas 
para transtornos obsessivos-compulsivos graves e 
consiste na interrupção de vias nervosas 
responsáveis pelo comportamento obsessivo. 
Foi com o surgimento do primeiro antipsicótico, a 
clorpromazina, em 1952, que o controle de 
transtornos psiquiátricos se tornou possível e o 
emprego da psicocirurgia e do eletrochoque caiu 
em desuso. Este medicamento revolucionou o 
tratamento das psicoses, especialmente da 
esquizofrenia, reduzindo vários sintomas como 
alucinações e delírios. 
Em 1959 surgiram os antidepressivos, drogas que 
melhoram o humor ao atuar sobre os 
neurotransmissores, 'mensageiros' químicos que 
favorecem a comunicação entre as células do 
sistema nervoso. Desde então não houve mais 
revolução na área, mas uma evolução dos 
medicamentos usados para transtornos psiquiátricos. 
Uma amostra dessa evolução apareceu no fim dos 
anos 80, com a fluoxetina, um antidepressivo capaz 
de provocar menos efeitos colaterais que os demais. 
REFORMA PSIQUIÁTRICA NO BRASIL E SEUS 
MARCOS. 
HISTÓRICO DA REFORMA: (I) CRÍTICA DO MODELO 
HOSPITALOCÊNTRICO (1978-1991) 
O ano de 1978 costuma ser identificado como o de 
início efetivo do movimento social pelos direitos dos 
pacientes psiquiátricos em nosso país. O Movimento 
dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), 
movimento plural formado por trabalhadores 
integrantes do movimento sanitário, associações de 
familiares, sindicalistas, membros de associações de 
profissionais e pessoas com longo histórico de 
internações psiquiátricas, surge neste ano. É 
sobretudo este Movimento, através de variados 
campos de luta, que passa a protagonizar e a 
construir a partir deste período a denúncia da 
violência dos manicômios, da mercantilização da 
loucura, da hegemonia de uma rede privada de 
assistência e a construir coletivamente uma crítica 
ao chamado saber psiquiátrico e ao modelo 
hospitalocêntrico na assistência às pessoas com 
transtornos mentais. 
A experiência italiana de desinstitucionalização em 
psiquiatria e sua crítica radical ao manicômio é 
inspiradora, e revela a possibilidade de ruptura com 
os antigos paradigmas, como, por exemplo, na 
Colônia Juliano Moreira, enorme asilo com mais de 
2.000 internos no início dos anos 80, no Rio de Janeiro. 
Passam a surgir as primeiras propostas e ações para 
a reorientação da assistência. O II Congresso 
Nacional do MTSM (Bauru, SP), em 1987, adota o 
lema “Por uma sociedade sem manicômios”. Neste 
mesmo ano, é realizada a I Conferência Nacional de 
Saúde Mental (Rio de Janeiro). 
Neste período, são de especial importância o 
surgimento do primeiro CAPS no Brasil, na cidade de 
São Paulo, em 1987, e o início de um processo de 
intervenção, em 1989, da Secretaria Municipal de 
Saúde de Santos (SP) em um hospital psiquiátrico, a 
Casa de Saúde Anchieta, local de maus-tratos e 
mortes de pacientes. É esta intervenção, com 
repercussão nacional, que demonstrou de forma 
inequívoca a possibilidade de construção de uma 
rede de cuidados efetivamente substitutiva ao 
hospital psiquiátrico. Neste período, são implantados 
no município de Santos Núcleos de Atenção 
Psicossocial (NAPS) que funcionam 24 horas, são 
criadas cooperativas, residências para os egressos 
do hospital e associações. A experiência do 
município de Santos passa a ser um marco no 
processo de Reforma Psiquiátrica brasileira. Trata-se 
da primeira demonstração, com grande 
repercussão, de que a Reforma Psiquiátrica, não 
sendo apenas uma retórica, era possível e exeqüível. 
Também no ano de 1989, dá entrada no Congresso 
Nacional o Projeto de Lei do deputado Paulo 
Delgado (PT/MG), que propõe a regulamentação 
dos direitos da pessoa com transtornos mentais e a 
extinção progressiva dos manicômios no país. É o 
início das lutas do movimento da Reforma 
Psiquiátrica nos campos legislativo e normativo. 
Com a Constituição de 1988, é criado o SUS – Sistema 
Único de Saúde, formado pela articulação entre as 
gestões federal, estadual e municipal, sob o poder 
de controle social, exercido através dos “Conselhos 
Comunitários de Saúde”. 
HISTÓRICO DA REFORMA: (II ) COMEÇA A 
IMPLANTAÇÃO DA REDE EXTRA-HOSPITALAR (1992-
2000) 
A partir do ano de 1992, os movimentos sociais, 
inspirados pelo Projeto de Lei Paulo Delgado, 
conseguem aprovar em vários estados brasileiros as 
primeiras leis que determinam a substituição 
progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede 
integrada de atenção à saúde mental. É a partir 
deste período que a política do Ministério da Saúde 
para a saúde mental, acompanhando as diretrizes 
em construção da Reforma Psiquiátrica, começa a 
ganhar contornos mais definidos. 
É na década de 90, marcada pelo compromisso 
firmado pelo Brasil na assinatura da Declaração de 
Caracas e pela realização da II Conferência 
Nacional de Saúde Mental, que passam a entrar em 
vigor no país as primeiras normas federais 
regulamentando a implantação de serviços de 
atenção diária, fundadas nas experiências dos 
primeiros CAPS, NAPS e Hospitais-dia, e as primeiras 
normas para fiscalização e classificação dos 
hospitais psiquiátricos. 
 Neste período, o processo de expansão dos CAPS e 
NAPS é descontínuo. As novas normatizações do 
Ministério da Saúde de 1992, embora 
regulamentassem os novos serviços de atenção 
diária, não instituíam uma linha específica de 
financiamento para os CAPS e NAPS. Do mesmo 
modo, as normas para fiscalização e classificação 
dos hospitais psiquiátricos não previam mecanismos 
sistemáticos para a redução de leitos. Ao final deste 
período, o país tem em funcionamento 208 CAPS, 
mas cerca de 93% dos recursos do Ministério da 
Saúde para a Saúde Mental ainda são destinados 
aos hospitais psiquiátricos. 
A REFORMA PSIQUIÁTRICA DEPOIS DA LEI NACIONAL 
(2001 -2005) 
É somente no ano de 2001, após 12 anos de 
tramitação no Congresso Nacional, que a Lei Paulo 
Delgado é sancionada no país. A aprovação, no 
entanto, é de um substitutivo do Projeto de Lei 
original, que traz modificações importantes no texto 
normativo. Assim, a Lei Federal 10.216 redireciona a 
assistência em saúde mental, privilegiando o 
oferecimento de tratamento em serviços de base 
comunitária, dispõe sobre a proteção e os direitos 
das pessoas com transtornos mentais, mas não institui 
mecanismos claros para a progressiva extinção dos 
manicômios. Ainda assim, a promulgação da lei 
10.216 impõe novo impulso e novo ritmo para o 
processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil. É no 
contexto da promulgação da lei 10.216 e da 
realização da IIIConferência Nacional de Saúde 
Mental, que a política de saúde mental do governo 
federal, alinhada com as diretrizes da Reforma 
Psiquiátrica, passa a consolidar-se, ganhando maior 
sustentação e visibilidade. 
Linhas específicas de financiamento são criadas 
pelo Ministério da Saúde para os serviços abertos e 
substitutivos ao hospital psiquiátrico e novos 
mecanismos são criados para a fiscalização, gestão 
e redução programada de leitos psiquiátricos no 
país. A partir deste ponto, a rede de atenção diária 
à saúde mental experimenta uma importante 
expansão, passando a alcançar regiões de grande 
tradição hospitalar, onde a assistência comunitária 
em saúde mental era praticamente inexistente. 
Neste mesmo período, o processo de 
desinstitucionalização de pessoas longamente 
internadas é impulsionado, com a criação do 
Programa “De Volta para Casa”. Uma política de 
recursos humanos para a Reforma Psiquiátrica é 
construída,e é traçada a política para a questão do 
álcool e de outras drogas, incorporando a estratégia 
de redução de danos. Realiza-se, em 2004, o 
primeiro Congresso Brasileiro de Centros de Atenção 
Psicossocial, em São Paulo, reunindo dois mil 
trabalhadores e usuários de CAPS. 
Este processo caracteriza-se por ações dos governos 
federal, estadual, municipal e dos movimentos 
sociais, para efetivar a construção da transição de 
um modelo de assistência centrado no hospital 
psiquiátrico, para um modelo de atenção 
comunitário. O período atual caracteriza-se assim 
por dois movimentos simultâneos : a construção de 
uma rede de atenção à saúde mental substitutiva 
ao modelo centrado na internação hospitalar, por 
um lado, e a fiscalização e redução progressiva e 
programada dos leitos psiquiátricos existentes, por 
outro. É neste período que a Reforma Psiquiátrica se 
consolida como política oficial do governo federal. 
Existem em funcionamento hoje no país 689 Centros 
de Atenção Psicossocial e, ao final de 2004, os 
recursos gastos com os hospitais psiquiátricos passam 
a representar cerca de 64% do total dos recursos do 
Ministério da Saúde para a saúde mental. 
FONTE: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Rel
atorio15_anos_Caracas.pdf 
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA PSIQUIÁTRICA NO 
BRASIL. 
Transtornos mentais, em geral, causam um 
considerável impacto em termos de morbidade, 
prejuízos na funcionalidade e diminuição da 
qualidade de vida de seus portadores, pois 
aproximadamente 90% dos problemas de saúde 
mental apresentam manifestações de depressão, 
ansiedade, insônia, fadiga, irritabilida de, disfunção 
de memória e de concentração. 
Esses transtornos correspondem a 12% das doenças 
no mundo e a 1% da mortalidade. No entanto, 
cerca de 40% dos países ainda não apresentam 
políticas em saúde mental que sejam eficientes e 
30% não têm programas voltados para essa 
situação. 
No Brasil, 3% da população sofre com transtornos 
mentais graves e persistentes e 6% tem transtorno 
psiquiátrico grave provocado por uso de álcool ou 
de outras drogas. Dessa forma, são fundamentais 
os investimentos para prevenção e promoção da 
saúde mental a fim de reduzir a quantidade de 
incapacidades e de comprometimentos 
decorrentes desses transtornos, pois a maioria dos 
transtornos mentais é tratável ou evitável. 
Em relação a um inquérito epidemiológico, realizado 
em amostra representativa, a taxa de prevalência 
total foi de 20%, da qual 3,0%, 14,6%, 0,7%, 1,7% e 
0,5% foram de alcoolismo, neuroses, psicoses, 
oligofrenia e síndrome orgânica do cérebro, 
respectivamente. A distribuição por sexo mostrou 
uma clara e esperada predominância de alcoolismo 
nos homens e de neuroses nas mulheres. 
Em um estudo voltado para a família de origem (pais 
e irmãos) de 150 grandes consumidores de drogas, a 
taxa de prevalência total entre 796 familiares foi de 
23,2% As taxas específicas de problemas associados 
ao álcool, dependência de drogas, psicoses, 
neuroses, epilepsia, transtorno anti-social da 
personalidade e outros diagnósticos foram, 
respectivamente, de 8,4%; 5,3%; 3,1%; 4,0%; 0,8%; 
0,9% e 0,8%. Os problemas associados ao álcool 
predominaram nos pais e neuroses nas mães, 
enquanto dependência de drogas predominou nos 
irmãos dos 150 consumidores-índice. 
FONTE: 
https://www.scielo.br/j/csp/a/nnKTZBxD6nym
TKNxgwRSk6C/?lang=pt 
Os Transtornos Mentais Comuns (TMC) são 
caracterizados por sintomas de depressão não 
psicótica, ansiedade e sintomas somatoformes 
(sintomas físicos relacionados a fatores psicológicos), 
em intensidade suficiente para interferir em 
atividades diárias, mas que não necessariamente 
preenchem os critérios formais da Classificação 
internacional de doenças (CID-10) ou do Manual 
diagnóstico e estatístico dos transtornos mentais 
(DSM-V). Seus principais sintomas são insônia, fadiga, 
esquecimento, irritabilidade, dificuldade de 
concentração, queixas somáticas e sentimento de 
inutilidade1. Diante do impacto dos TMC à saúde 
pública, foram criados diversos instrumentos para 
sua triagem. Entre os mais utilizados estão o Clinical 
Interview Schedule – Revised (CIS-R), o General 
Health Questionnaire (GHQ-12) e o Self Reporting 
Questionnare (SRQ-20), sendo este último o mais 
utilizado nos estudos brasileiros. 
A elevada prevalência de TMC na população se 
mostrou uma característica mundial, variando de 
14,7% a 21,8%, sendo sua ocorrência maior nas 
mulheres, em comparação aos homens2,3. No Brasil, 
estudos de base populacional realizados em áreas 
urbanas evidenciaram prevalência de TMC em 
mulheres variando de 22,1% a 34,2%4-8. Em áreas 
rurais, apesar da relativa escassez de estudos 
nacionais, a prevalência de TMC em mulheres variou 
de 23,3% a 66,9%9-12. 
A literatura aponta que, tanto no contexto rural 
quanto no urbano, a maior prevalência de TMC nas 
mulheres estaria relacionada a baixa 
escolaridade4,13,14, baixa renda4,14 e viver sem 
companheiro4,14. Além disso, são relatados outros 
fatores de risco, como cor da pele negra ou parda, 
ter filhos, não realizar atividades regulares de lazer, 
menopausa, já ter tido aborto e ter sofrido alguma 
agressão física13. 
Além dos fatores sociais, as mulheres apresentariam 
uma vulnerabilidade biológica aos sintomas dos 
TMCs, especialmente os associados ao período 
reprodutivo. O papel do estrógeno na modulação 
do humor explicaria, parcialmente, a maior 
prevalência dos transtornos do humor e de 
ansiedade na mulher, da menarca à menopausa. 
Também têm sido associadas ao humor depressivo 
as situações de variação hormonal, como o período 
pré-menstrual, o puerpério, a menopausa, além de 
uso de contraceptivos orais e a terapia de reposição 
hormonal. 
FONTE: 
https://www.scielosp.org/article/csc/2020.v2
5n8/3087-3095/ 
POLITICA DE SAÚDE MENTAL NO BRASIL (NÍVEIS 
DE ATENÇÃO, PROGRAMAS E SERVIÇOS 
OFERECIDOS). 
A Área Técnica de Saúde Mental da 
SESAB desenvolve ações voltadas para a 
implementação das políticas de saúde mental no 
estado, em consonância com as diretrizes federais. 
A assistência em saúde mental passou por 
significativas transformações nos últimos anos, tendo 
evoluído progressivamente de um modelo asilar 
para um modelo de atenção de base territorial e 
comunitária. 
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) foi instituída 
para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e 
com necessidades decorrentes do uso indevido de 
álcool e outras drogas, no âmbito do SUS. De acordo 
com essa norma, as ações em saúde mental devem 
estar articuladas em rede e contemplar pontos de 
atenção nos seguintes componentes: a) atenção 
básica em saúde; b) atenção psicossocial 
especializada; c) atenção de urgência e 
emergência; d) atenção hospitalar; e) estratégias de 
desinstitucionalização. A implantação da RAPS é um 
processo progressivo, que se produz no coletivo e 
com a participação de profissionais, usuários, 
familiares, gestores dos municípios. 
AÇÕES DESENVOLVIDAS 
O trabalho na área técnica se constitui por núcleos: 
Monitoramento, Planejamento e Avaliação; Álcool e 
outras drogas; Infância e Adolescência; Educação 
Permanente e Desinstitucionalização. Além disso, os 
técnicos se dividem no apoio e assessoria às 
demandas das regiões de saúde do estado. As 
principais ações desenvolvidas são: 
Articulação intra e inter setorial com instâncias de 
gestão, serviços de saúde e de diferentes setores 
(Educação, Assistência Social, Justiça, Trabalho, 
Cultura, entre outros), com objetivo de ampliar o 
acesso à população em geral. 
Promoção de ações de Educação Permanente, 
com discussão ampliada para produção do 
cuidado, treinamentos e oficinas de qualificação. 
Avaliação e monitoramento dos pontos da rede de 
atenção psicossocial, a partir de visitas técnicas e 
vistorias aos serviçosmunicipais da Bahia. 
https://www.scielo.br/j/csp/a/nnKTZBxD6nymTKNxgwRSk6C/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/csp/a/nnKTZBxD6nymTKNxgwRSk6C/?lang=pt
https://www.scielosp.org/article/csc/2020.v25n8/3087-3095/
https://www.scielosp.org/article/csc/2020.v25n8/3087-3095/
Estímulo e regulamentação da implantação da 
RAPS no estado, com participação em reuniões dos 
Colegiados Intergestores Regionais (CIR), 
Apoio técnico aos gestores e serviços de saúde na 
elaboração de documentos norteadores e fluxos de 
implantação/habilitação. 
Incentivo à redução de leitos psiquiátricos, por meio 
do descredenciamento destes em hospitais 
especializados, com implantação de leito de saúde 
mental em hospitais gerais e Serviços Residenciais 
Terapêuticos. 
Articulação com o Controle Social, a exemplo da 
parceria realizada junto à Associação Metamorfose 
Ambulante (AMEA), apoiando iniciativas de defesa 
dos direitos humanos e sociais dos usuários e 
familiares do SUS. 
Projeto multipaíses “Saúde Mental Comunitária”, em 
parceria com a Organização não Governamental 
Italiana Associazione Italiana Amici di Raoul 
Follereau (AIFO) e com a Organização Mundial de 
Saúde (OMS), viabilizou o projeto multipaíses “Saúde 
Mental Comunitária”, criado para avaliar e 
monitorar serviços de Saúde Mental, inclusive no 
Brasil. 
REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL 
De acordo com os princípios da Reforma Psiquiátrica 
Brasileira, consolidados na Lei n° 10.216 de 
06/04/2001, a atenção a pessoas com transtornos 
mentais e com problemas decorrentes do uso/abuso 
e/ou dependência álcool e outras drogas deve se 
dar, preferencialmente, em serviços comunitários de 
saúde mental, portanto, busca consolidar um 
modelo de atenção aberto, garantindo a livre 
circulação das pessoas com problemas mentais 
pelos serviços, pela comunidade e pela cidade. 
A Portaria GM/MS, nº 3.088, de 23/12/2011, que 
institui a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) tem 
como finalidade a “criação, ampliação e 
articulação de pontos de atenção à saúde para 
pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com 
necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e 
outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde 
(SUS)” (BRASIL, 2011b) 
Amplia a concepção de cuidado, não centrando 
em apenas uma unidade, mas expandindo as 
ofertas de atenção ao apontar novos serviços, 
distribuídos em (07) sete componentes: Atenção 
Básica, Atenção Psicossocial Especializada, Atenção 
de Urgência e Emergência, Atenção Hospitalar, 
Atenção Residencial de Caráter Transitório, 
Estratégias de Desinstitucionalização e Reabilitação 
Psicossocial. Estes componentes são constituídos por 
um elenco de pontos de atenção, dentre os quais se 
destacam os Centros de Atenção Psicossociais 
(CAPS) em todas as suas modalidades: CAPS I, CAPS 
II, CAPS III, CAPS i, CAPS ad e CAPS ad III. 
Os CAPS nas suas diferentes modalidades são pontos 
de atenção estratégicos da RAPS: serviços de saúde 
de caráter aberto e comunitário, o que significa que 
pode ser acessado por demanda espontânea, não 
sendo necessário encaminhamento, e que aqueles 
que são ali acompanhados são livres para ir e vir. 
São constituídos por equipe multiprofissional que 
atua sob a ótica interdisciplinar e realiza 
prioritariamente atendimento às pessoas com 
transtornos mentais graves e persistentes e às 
pessoas com sofrimento ou transtorno mental em 
geral, incluindo aquelas com necessidades 
decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, 
em sua área territorial, sejam em situações de crise 
ou nos processos de reabilitação psicossocial (Brasil, 
2011) e são substitutivos ao modelo asilar. 
Nem toda situação de transtorno ou sofrimento 
mental necessita impreterivelmente de 
acompanhamento continuado por parte de um 
CAPS; transtornos mentais comuns, por exemplo, 
podem ser manejados no âmbito da Atenção 
Básica. Os demais pontos de atenção podem, no 
entanto, solicitar o apoio matricial do CAPS de seu 
território, sempre que identificada a necessidade 
Os CAPS têm papel estratégico na articulação da 
RAPS, tanto no que se refere à atenção direta 
visando à promoção da vida comunitária e da 
autonomia dos usuários, quanto na ordenação do 
cuidado, trabalhando em conjunto com as Equipes 
de Saúde da Família e Agentes Comunitários de 
Saúde, articulando e ativando os recursos existentes 
em outras redes, assim como nos territórios. 
A SESAB vem apoiando tecnicamente os municípios 
na implantação e implementação da Rede de 
Atenção Psicossocial, sobretudo no que se refere ao 
processo de credenciamento, habilitação dos 
serviços junto ao Ministério da Saúde e na 
qualificação profissional. 
Atualmente, a Bahia dispõe de 263 CAPS no 
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde 
(CNES), sendo que destes 226 se encontram 
habilitados e financiados pelo MS e 19 em 
funcionamento sem habilitação, com processo em 
análise, no MS. Quanto aos demais (dezoito 
municípios), permanecem sendo custeados apenas 
pelo município, enquanto aguarda-se que os 
Gestores Municipais sanem as suas pendências 
processuais para inclusão em pauta, na Comissão 
Intergestores Bipartite, e posterior solicitação de 
habilitação ao MS. Até a presente data, o estado da 
Bahia tem co-finaciado dois CAPS III, localizados nos 
municípios de Feira de Santana e Salvador 
resultando em um investimento estadual de R$ 
550.000,00. Salientamos, ainda, que o estado tem 
uma parceria firmada com a Universidade Federal 
da Bahia, através de um contrato, na manutenção 
e funcionamento do CAPS Ad docente assistencial 
Gregório de Matos cujo montante é de R$ 
2.349.215,28. O referido CAPS integra ações do 
Pacto pela Vida e oferta qualificação para mais de 
80% dos profissionais da rede SUS Bahia, no que se 
refere a álcool e drogas. 
CAPS – CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL 
CAPS I 
Atende pessoas de todas as faixas etárias que 
apresentam prioritariamente intenso sofrimento 
psíquico decorrente de transtornos mentais graves e 
persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso 
de substâncias psicoativas, e outras situações 
clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais 
e realizar projetos de vida. Indicado para municípios 
ou regiões de saúde com população acima de 
15.000 (quinze mil) habitantes. 
CAPS II 
Atende prioritariamente pessoas em intenso 
sofrimento psíquico decorrente de transtornos 
mentais graves e persistentes, incluindo aqueles 
relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e 
outras situações clínicas que impossibilitem 
estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. 
Indicado para municípios ou regiões de saúde com 
população acima de 70.000 (setenta mil) habitantes. 
CAPS III 
Atende prioritariamente pessoas em intenso 
sofrimento psíquico decorrente de transtornos 
mentais graves e persistentes, incluindo aqueles 
relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e 
outras situações clínicas que impossibilitem 
estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. 
Proporciona serviços de atenção contínua, com 
funcionamento vinte e quatro horas, incluindo 
feriados e finais de semana, ofertando retaguarda 
clínica e acolhimento noturno a outros serviços de 
saúde mental, inclusive CAPS AD. Indicado para 
municípios ou regiões de saúde com população 
acima de 150.000 (cento e cinquenta mil) 
habitantes. 
CAPSI 
Atende crianças e adolescentes que apresentam 
prioritariamente intenso sofrimento psíquico 
decorrente de transtornos mentais graves e 
persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso 
de substâncias psicoativas, e outras situações 
clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais 
e realizar projetos de vida. Indicado para municípios 
ou regiões com população acima de 70.000 
(setenta mil) habitantes. 
CAPS AD II 
Serviço de atenção psicossocial para atendimento 
de pacientes com transtornos decorrentes do uso e 
dependência de substâncias psicoativas,com 
capacidade operacional para atendimento em 
municípios ou regiões com população superior a 
70.000 (setenta mil) habitantes. 
CAPS AD III 
Atende pessoas de todas as faixas etárias que 
apresentam intenso sofrimento psíquico decorrente 
do uso de crack, álcool e outras drogas. Proporciona 
serviços de atenção contínua, com funcionamento 
vinte e quatro horas, incluindo feriados e finais de 
semana, ofertando retaguarda clínica e 
acolhimento noturno. Indicado para municípios ou 
regiões com população acima de 150.000 (cento e 
cinquenta mil) habitantes. 
Os CAPS devem contar com espaço próprio e 
adequadamente preparado para atender à sua 
demanda específica, sendo capazes de oferecer 
um ambiente continente e estruturado. 
Deverão contar, no mínimo, com os seguintes 
recursos físicos: 
• Consultórios para atividades individuais 
(consultas, entrevistas, terapias); 
• Salas para atividades grupais; 
• Espaço de convivência; 
• Oficinas; 
• Refeitório (o CAPS deve ter capacidade para 
oferecer refeições de acordo com o tempo 
de permanência de cada paciente na 
unidade); 
• Sanitários; 
• Área externa para oficinas, recreação e 
esportes. 
De acordo com a Portaria MS/SAS nº 854, de 22 de 
agosto de 2012 (BRASIL, 2012) as seguintes ações 
consistem em procedimentos de CAPS e poderão 
compor o PTS dos usuários e famílias acompanhados: 
 Acolhimento inicial: Consiste no primeiro 
atendimento ofertado pelo CAPS para novos 
usuários por demanda espontânea ou referenciada, 
incluindo as situações de crise no território. O 
acolhimento consiste na escuta qualificada, que 
reafirma a legitimidade da pessoa e/ou familiares 
que buscam o serviço e visa reinterpretar as 
demandas, construir o vínculo terapêutico inicial 
e/ou corresponsabilizar-se pelo acesso a outros 
serviços, caso necessário (BRASIL, 2012). A escuta é 
uma ação terapêutica e, como primeiro contato, o 
acolhimento inicial é um momento estratégico para 
o estabelecimento de vínculo com o usuário. 
 Ações de Articulação em Rede Intra e Intersetoriais: 
Estratégias que promovam a articulação com outros 
pontos de atenção da rede de saúde, educação, 
justiça, assistência social, direitos humanos e outros, 
assim como com os recursos comunitários presentes 
no território. (BRASIL, 2012) 
 Fortalecimento do protagonismo de usuários e seus 
familiares: Atividades que fomentem a participação 
de usuários e familiares nos processos de gestão dos 
serviços e da rede, como assembleias de serviços, 
participação em conselhos, conferências e 
congressos, a apropriação e a defesa de direitos, e 
a criação de formas associativas de organização. 
(BRASIL, 2012) 
 Matriciamento de equipes da Atenção Básica: 
Apoio presencial sistemático às equipes de atenção 
básica que oferte suporte técnico à condução do 
cuidado em saúde mental através de discussões de 
casos e do processo de trabalho, atendimento 
compartilhado, ações intersetoriais no território, e 
contribua no processo de cogestão e 
corresponsabilização no agenciamento do projeto 
terapêutico singular (BRASIL, 2012). (ver item 4.6) 
 Matriciamento de equipes dos pontos de atenção 
da urgência e emergência e dos serviços 
hospitalares de referência para atenção a pessoas 
com sofrimento ou transtorno mental e com 
necessidades de saúde decorrentes do uso de 
crack, álcool e outras drogas: Apoio presencial 
sistemático às equipes dos pontos de atenção da 
urgência e emergência, incluindo Unidade de 
Pronto Atendimento (UPA), Serviço de Atendimento 
Móvel de Urgência (SAMU), salas de estabilização, e 
os serviços hospitalares de referência para atenção 
a pessoas com sofrimento ou transtorno mental e 
com necessidades de saúde decorrentes do uso de 
álcool, crack e outras drogas que oferte suporte 
técnico à condução do cuidado em saúde mental 
através de discussões de casos e do processo de 
trabalho, atendimento compartilhado, ações 
intersetoriais no território, e contribua no processo de 
cogestão e corresponsabilização no agenciamento 
do PTS (BRASIL, 2012). 
 Ações de redução de danos: Conjunto de práticas 
e ações do campo da saúde e dos direitos humanos 
realizadas de maneira articulada intrae 
intersetorialmente, que buscam minimizar danos de 
natureza biopsicossocial decorrentes do uso de SPA, 
ampliam cuidados e acesso aos diversos pontos de 
atenção, incluídos aqueles que não têm relação 
com o sistema de saúde (ver item 4.8). Voltadas 
sobretudo à busca ativa e ao cuidado de pessoas 
com dificuldade para acessar serviços, em situação 
de alta vulnerabilidade ou risco, mesmo que não se 
proponham a reduzir ou deixar o uso de substâncias 
psicoativas (BRASIL, 2012). 
 Acompanhamento de Serviço Residencial 
Terapêutico: Suporte às equipes dos serviços 
residenciais terapêuticos, com a 
corresponsabilização nos projetos terapêuticos dos 
usuários, que promova a articulação entre as redes 
e os pontos de atenção com o foco no cuidado e 
desenvolvimento de ações intersetoriais, e vise à 
produção de autonomia e reinserção social (BRASIL, 
2012). É fundamental que a equipe do CAPS 
conheça as Residências Terapêuticas de seu 
território, cuidadores e toda a equipe 
multiprofissional que ali trabalha, bem como a 
comunidade em que estão inseridas. 
 Apoio à Serviço Residencial de Caráter Transitório: 
Apoio presencial sistemático aos Serviços 
Residenciais de Caráter Transitório, que busque a 
manutenção do vínculo, a responsabilidade 
compartilhada, o suporte técnico-institucional aos 
trabalhadores daqueles serviços, o monitoramento 
dos projetos terapêuticos, a promoção de 
articulação entre os pontos de atenção com foco 
no cuidado e ações intersetoriais e que favoreça a 
integralidade das ações (BRASIL, 2012). (ver item 5.6). 
 Acolhimento diurno: Ação de hospitalidade diurna 
realizada nos CAPS como recurso do Projeto 
Terapêutico Singular, que recorre ao afastamento 
do usuário das situações conflituosas, que vise ao 
manejo de situações de crise motivadas por 
sofrimentos decorrentes de transtornos mentais - 
incluídos aqueles por uso de álcool e outras drogas 
e que envolvem conflitos relacionais caracterizados 
por rupturas familiares, comunitárias, limites de 
comunicação e/ou impossibilidades de convivência 
- e que objetive a retomada, o resgate e o 
redimensionamento das relações interpessoais, o 
convívio familiar e/ou comunitário (BRASIL, 2012). (ver 
item 4.2). 
 Acolhimento noturno: Ação de hospitalidade 
noturna realizada nos CAPS como recurso do Projeto 
Terapêutico Singular de usuários já em 
acompanhamento no serviço, que recorre ao seu 
afastamento de situações conflituosas e vise ao 
manejo de situações de crise motivadas por 
sofrimento decorrente de transtornos mentais - 
incluídos aqueles por uso de álcool e outras drogas 
e que envolvem conflitos relacionais caracterizados 
por rupturas familiares, comunitárias, limites de 
comunicação e/ou impossibilidades de convivência 
e que objetive a retomada, o resgate e o 
redimensionamento das relações interpessoais, o 
convívio familiar e/ou comunitário. Não deve 
exceder o máximo de 14 dias (BRASIL, 2012). 
 Acolhimento em terceiro turno: Consiste no 
conjunto de atendimentos desenvolvidos no período 
compreendido entre 18 e 21 horas (BRASIL, 2012). 
Assim como o fazem algumas Unidades de Saúde, 
garantir atendimento fora do horário comercial 
pode fazer toda a diferença na adesão do usuário 
ao tratamento. 
 Atendimento individual: Atendimento direcionado 
à pessoa, que comporte diferentes modalidades, 
responda às necessidades de cada um - incluindo os 
cuidados de clínica geral - que visam à elaboração 
do PTS ou dele derivam, promovam as capacidades 
dos sujeitos, de modo a tornar possível que eles se 
articulem com os recursos existentes na unidade e 
fora dela (BRASIL, 2012). 
 Atendimento em grupo: Ações desenvolvidascoletivamente que explorem as potencialidades das 
situações grupais com variadas finalidades, como 
recurso para promover sociabilidade, intermediar 
relações, manejar dificuldades relacionais, 
possibilitem experiência de construção 
compartilhada, vivência de pertencimento, troca 
de afetos, autoestima, autonomia e exercício de 
cidadania (BRASIL, 2012). 
 Atendimento familiar: Ações voltadas para o 
acolhimento individual ou coletivo dos familiares e 
suas demandas, sejam elas decorrentes ou não da 
relação direta com os usuários, que garanta a 
corresponsabilização no contexto do cuidado, 
propicie o compartilhamento de experiências e 
informações com vistas a sensibilizar, mobilizar e 
envolvê-los no acompanhamento das mais variadas 
situações de vida (BRASIL, 2012). 
 Atendimento domiciliar: Atenção prestada no local 
de moradia da pessoa e/ou de seus familiares, para 
compreensão de seu contexto e suas relações, 
acompanhamento do caso e/ou em situações que 
impossibilitem outra modalidade de atendimento, 
que vise à elaboração do projeto terapêutico 
singular ou dele derive, que garanta a continuidade 
do cuidado. Envolve ações de promoção, 
prevenção e assistência (BRASIL, 2012). A visita 
domiciliar é muito importante para que se possa 
conhecer e compreender melhor o contexto social 
e familiar daquele usuário do serviço e de sua 
família. Amplia e facilita a compreensão de algumas 
questões que geram sofrimento psíquico, e permite 
visualizar potencialidades pertinentes àquela família 
e local. Vale salientar também a importância da 
busca ativa, realizada quando o usuário está a um 
tempo sem ir ao serviço. Busca retomar o vínculo 
com o usuário, garantindo seu acompanhamento, 
ainda que não seja no espaço formal do CAPS. 
Realiza-se busca ativa também quando a equipe 
não tem conhecimento do caso, que pode ter sido 
apresentado numa reunião de matriciamento, por 
exemplo, ou numa reunião da rede. 
 Práticas corporais: Estratégias ou atividades que 
favoreçam a percepção corporal, a autoimagem, a 
coordenação psicomotora e os aspectos somáticos 
e posturais da pessoa, compreendidos como 
fundamentais ao processo de construção de 
autonomia, promoção e prevenção em saúde 
(BRASIL, 2012). 
 Práticas expressivas e comunicativas: Estratégias 
ou atividades dentro ou fora do serviço que 
possibilitem ampliação do repertório comunicativo e 
expressivo dos usuários e favoreçam a construção e 
utilização de processos promotores de novos lugares 
sociais e inserção no campo da cultura (BRASIL, 
2012). 
 Atenção às situações de crise: Ações 
desenvolvidas para manejo das situações de crise, 
entendidas como momentos do processo de 
acompanhamento dos usuários, nos quais conflitos 
relacionais com familiares, contextos, ambiência e 
vivências, geram intenso sofrimento e 
desorganização. Esta ação exige disponibilidade de 
escuta atenta para compreender e mediar os 
possíveis conflitos e pode ser realizada no ambiente 
do próprio serviço, no domicílio ou em outros 
espaços do território que façam sentido ao usuário e 
sua família e favoreçam a construção e a 
preservação de vínculos (BRASIL, 2012). 
 Ações de Reabilitação Psicossocial: Ações de 
fortalecimento de usuários e familiares, mediante a 
criação e desenvolvimento de iniciativas articuladas 
com os recursos do território nos campos do 
trabalho/economia solidária, habitação, educação, 
cultura, direitos humanos, que garantam o exercício 
de direitos de cidadania, visando à produção de 
novas possibilidades para projetos de vida (BRASIL, 
2012). 
 Promoção de contratualidade: Acompanhamento 
de usuários em cenários da vida cotidiana - casa, 
trabalho, iniciativas de geração de renda, 
empreendimentos solidários, contextos familiares, 
sociais e no território, com a mediação de relações 
para a criação de novos campos de negociação e 
de diálogo que garantam e propiciem a 
participação dos usuários em igualdade de 
oportunidades, ampliação de redes sociais e sua 
autonomia (BRASIL, 2012). 
FONTE: 
https://saude.es.gov.br/Media/sesa/Protocol
o/Diretrizes%20Clinicas%20em%20saude%20
mental.pdf 
http://www.saude.ba.gov.br/atencao-a-
saude/comofuncionaosus/rede-de-
atencao-psicossocial/ 
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images
/pdf/2016/junho/27/Relat--rio-Gest--o-2011-
2015---.pdf 
http://www.ccs.saude.gov.br/saude_mental
/pdf/sm_sus.pdf

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