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FACULDADE ESAMC CAMPINAS GABRIELLY SOUZA - RA: 102210149 GUILHERME GASPARDI - RA: 101180310 IGOR DIAS - RA: 101180348 IZABELLY BARBOSA - RA: 101180387 SUELLEN DE JESUS - RA: 101180216 HIDROLOGIA CAMPINAS 2021 2 FACULDADE ESAMC CAMPINAS GABRIELLY SOUZA - RA: 102210149 GUILHERME GASPARDI - RA: 101180310 IGOR DIAS - RA: 101180348 IZABELLY BARBOSA - RA: 101180387 SUELLEN DE JESUS - RA: 101180216 HIDROLOGIA Este trabalho tem como princípio a avaliação da disciplina de Hidrologia do curso Bacharel em Engenharia Ambiental na Faculdade ESAMC Campinas. CAMPINAS 2021 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5 2. DESENVOLVIMENTO ........................................................................................... 6 2.1 Hidrologia ............................................................................................................... 6 2.2 Climatologia ............................................................................................................ 7 2.3 Ciclo Hidrológico ................................................................................................. 10 2.4 Balanço Hidrológico ............................................................................................. 12 2.5 Recursos Hídricos ................................................................................................. 15 2.5.1. Plano Nacional dos Recursos Hídrico ........................................................... 16 2.5.2. Recurso Hídrico no Brasil ............................................................................. 16 2.6 Bacia Hidrográfica ................................................................................................ 17 2.6.1. Elementos de uma bacia hidrográfica ........................................................... 17 2.6.2. Tipos de Bacias Hidrográficas ...................................................................... 18 2.6.3. Exemplos de Bacias Hidrográficas no Brasil ................................................ 19 2.7. Demanda de água ................................................................................................. 20 3. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 22 4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 22 4 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Tabela de Bacias Hidrográficas .................................................................... 17 Figura 2 – Estrutura de uma bacia hidrográfica ............................................................ 18 5 1 INTRODUÇÃO A água é um recurso insubstituível não só para nós seres humanos como para todos que habitam nesta Terra, além de ter sua importância nas atividades econômicas e estratégicas para o desenvolvimento regional. A disponibilidade deste recurso hídrico vem sofrendo alterações ao longo dos anos, problemas de escassez e excesso de água são monitorados, e estudo de casos são essenciais para o gerenciamento deste recurso, ainda assim ele mostra uma preocupação constante ao longo da história. A intensa urbanização a partir do século XIX foi um gatilho para o atual cenário de uma forte explosão demográfica de muitas regiões e consequentemente a disponibilidade hídrica insuficiente para atender a todos. A concentração desta demanda obriga a se fazer o transporte de água a partir de locais distantes e gerando alterações no regime natural destes efluentes superficiais causando um dos desequilíbrios ambientais, uma vez que a causa principal do esgotamento das disponibilidades hídricas é pela contaminação e diluição de efluentes. Não somente a falta de água com qualidade seja um fator, seu excesso pode causar enchentes, avalanches devido à falta de planejamento, torna-se assim, fundamental o levantamento de dados que possibilitem a realização de estudos para prever a ocorrência destes eventos. As bacias hidrológicas estão sujeitas a alterações da vegetação, interferindo em propriedades químicas, e físicas, refletindo na qualidade e quantidade da água dos rios, o que acaba sendo fundamental para a preservação do meio ambiente. Boa parte das bacias hidrológicas estão localizadas em áreas rurais, onde se faz sua captação, porém a maioria destas bacias não possuem monitoramento, dificultando um trabalho confiável e de qualidade. Preservar estes mananciais, influenciam nas atividades florestais, é de conhecimento que empresas se dediquem a recuperar áreas rurais, afetando diretamente desta forma, o ciclo hidrológico, alterando as propriedades das águas dos rios. Segundo dados da ONU, cerca de 1,2 bilhão de pessoas continuam sem acesso mínimo de água de qualidade em pelo século 21. Estima-se que em 2025, as necessidades hídricas devem dobrar e que metade da população mundial enfrentará a grave escassez deste recurso tão importante para nossa sobrevivência. A necessidade de preservar e utilizar este recurso de forma racional é um grande importante fator para a sobrevivência da espécie humana, somente essa consideração trará a compreensão da importância da utilização adequada deste recurso. 6 1. DESENVOLVIMENTO 2.1 Hidrologia A hidrologia é a ciência que estuda a ocorrência de água em determinados locais, sua circulação, propriedades químicas e físicas, leis e fenômenos interativos que ocorrem entre a água e o meio ambiente. A hidrologia é uma ciência de grande importância para a humanidade, principalmente nos tempos contemporâneos, onde se observa a escassez de água doce cada vez maior, é através dela que se estuda as formações dos rios, lagos e oceanos de todo o globo terrestre. Segundo os estudos da hidrologia, o planeta Terra é coberto por 70% de água, sendo que boa parte dessa água é salgada e se encontra nos oceanos, sendo que apenas 2,5% dessa água é doce e sua maior parte se encontra nas geleiras (1,8%), e apenas 0,7% de água doce são para suprir as necessidades da humanidade e dos ecossistemas terrestres. Segundo os estudos realizados pela Organização das Nações Unidas (ONU), no mundo a agricultura é o setor que mais demanda água, cerca de 70%, em seguida são as indústrias e energia com 22%, e no uso doméstico cerca de 8%, e no caso do Brasil, na área de agricultura essa demanda passa a ser de 72%, já que o Brasil é um país de forte produção nesse setor. Assim sendo a agricultura uma das responsáveis que mais demanda água no Brasil, temos alguns exemplos de como um produtor agrícola pode conseguir economizar água de maneira sustentável e ganhar lucro: Implementação de cisternas: a captação da água da chuva pelas cisternas, tem como objetivo armazenar a água da chuva quando elas ocorrerem e nos períodos de estiagem para suprir as necessidades do produtor. Irrigação por gotejamento: gera uma economia de até 50% em comparação com a irrigação constante. Irrigação com tecnologia econômica: é mais viável para plantações de grande escala, e a economia pode chegar a 40%. 7 Cuidado correto do solo: um solo bem cuidado, favorece uma maior drenagem da água e consequentemente uma umidade maior no solo. Implementação de telas (sombrite): ideal para plantações pequenas e de médio porte nas épocas de maior insolação, para combater a radiação ultravioleta e assim conseguir equilibrar a temperatura e o consumo de água que podem chegar a uma economia de 20% nessas plantações. 2.2 Climatologia A climatologia é a ciência que estuda o clima, sendo uma integração das condições de tempo num determinado lugar e por um período. A climatologia tradicional está relacionada às descrições dos padrõesde distribuição temporal e espacial dos elementos do tempo, como, temperatura, precipitação, ventos, nebulosidade, latitude, altitude, relevo, maritimidade, continentalidade, correntes marítimas quentes e frias, massas de ar, entre outros. Para se ter uma melhor compreensão sobre climatologia é importante saber a diferença entre clima e tempo, no caso do clima, é a observação do comportamento da atmosfera de uma determinada região durante um período longo (30-35 anos), e o tempo é o estado em que se encontra a atmosfera de um local em um determinado momento. A atmosfera terrestre é a camada de gases que envolve o planeta Terra, ela possui cerca de 1000 quilômetros de altura acima da superfície terrestre, sendo dividido por cinco camadas, a troposfera, estratosfera, mesosfera, ionosfera e a exosfera. Cada uma dessas camadas da atmosfera apresenta uma diferente concentração de gases e de pressão, sendo que, quanto mais próximo da exosfera, mais rarefeito será o ar. Além de contribuir com gases essenciais para a vida na Terra, a atmosfera também é responsável por proteger a superfície do planeta dos raios ultravioleta provenientes do sol, ou seja, a existência de vida na Terra depende intimamente da saúde de sua atmosfera. Elementos do tempo são as condições momentâneas da atmosfera, como: • Temperatura - Influenciada por praticamente todos os outros elementos atmosféricos (e fatores climáticos), a temperatura pode ser diferente de região para região por diversas causas; • Umidade - É a quantidade de água presente na atmosfera em forma de vapor, como a água possui uma propriedade muito forte de manutenção do calor adquirido, áreas 8 mais úmidas tendem a apresentar menor variação de temperatura e áreas mais quentes tendem a ser mais úmidas; • Pressão - Ela acontece devido à gravidade exercida sobre as moléculas de ar e tem grande interferência no clima e nas condições gerais de meteorologia; • Radiação solar - é a representação do efeito causado pelos raios solares sobre a Terra, devido à inclinação da Terra, algumas áreas tendem a receber mais radiação do que outras. Além dos próprios raios solares em si, a radiação infravermelha que é absorvida e refletida pela superfície da Terra também exerce grande influência na temperatura, no caso da reflexão, é possível ainda perceber o fenômeno do efeito estufa, no qual a própria atmosfera reflete essa radiação de volta para a superfície; • Ventos - correspondem ao ar em movimento, acontece principalmente pelos gradientes de temperatura, uma vez que o ar tende a se mover das áreas de maior pressão (frias) para as de menor pressão (quentes). Fatores do clima: Os fatores climáticos são características e elementos naturais, que exercem forte influência no clima de determinada região da Terra, como a: • Latitude - é a inclinação do globo em relação à sua órbita em torno do sol, diferentes áreas da Terra recebem quantidades distintas de radiação solar; • Altitude - quanto maior a altitude, menor é a radiação recebida e, consequentemente, menor é a temperatura do ar; • Relevo – o relevo de uma determinada região pode alterar a circulação dos ventos, regiões com relevo elevado, como cordilheiras de montanhas, podem impedir a passagem do ar, criando até mesmo zonas desérticas; • Massas de ar - são fenômenos de grande escala, e estão diretamente ligadas a circulação atmosférica. Possuem as características específicas do local onde foram formadas e se movimentam constantemente, gerando consequências para seu destino, é o caso das massas de ar polar, que são responsáveis pelas frentes frias e as baixas de temperatura, quando interagem com massas de ar quente, causam precipitação; • Correntes marítimas - Onde o mar é mais aquecido, a evaporação é maior, elevando a umidade, que é carregada pelas massas de ar para outras regiões. Já as correntes frias são responsáveis pela diminuição da pressão atmosférica, reduzindo a umidade 9 e esfriando o ar. As correntes marítimas se movem tanto pela ação dos ventos quanto pela rotação da Terra. Ao mesmo tempo que são influenciadas pelos ventos, também influenciam os mesmos; • Vegetação - grandes massas vegetacionais tendem a conter e absorver a radiação com mais eficiência, minimizando seus efeitos diretos. Além disso, a evapotranspiração das plantas faz com que essas regiões sejam consideravelmente mais úmidas, o que acarreta maior pluviosidade. Tipos de clima: • Devido às influências dos fatores climáticos e elementos meteorológicos, é possível encontrar diferentes tipos de clima em todo o globo. Cada um possui uma característica distinta e é influenciado pela sua localização; • Para melhor compreensão dos tipos de climas existentes no globo terrestre, podemos consultar a escala koppen. A escala Koppen é um sistema de classificação global dos tipos climáticos, a sua importância se deve devido a caracterização do clima de uma determinada região do globo terrestre, que pode ser definida através das movimentações das massas de ar, pela influência do mar, relevo, entre outros, e assim a escala Koppen também pode facilitar a descobrir o tipo de vegetação que pode existir em um determinado lugar em relação ao clima. Clima e hidrologia: O estudo do clima é de real importância para a hidrologia, um exemplo claro disso é quando os rios e lagos surgem a partir do derretimento de neve e das geleiras, além de sofrer alterações na vazão pela chuva. As oscilações ocorridas nos mananciais são provenientes das estações do ano, dessa forma, na medida em que as estações mudam, rios e lagos são influenciados, derivando os períodos de cheias e vazantes. As cheias correspondem aos períodos do ano nos quais a estação é chuvosa e há derretimento de gelo e neve, elevando de modo significativo os níveis das águas, já os períodos de vazantes acontecem nas estações secas, momento em que há uma grande diminuição das águas dos rios. 10 As características do relevo também promovem uma interferência direta nos cursos fluviais, em superfície repleta de aclives e declives na qual apresenta planaltos, depressões e áreas montanhosas. As águas dos rios deslocam de forma mais rápida, promovendo um grande desgaste do relevo, esse processo forma vales fluviais, além de promover o transporte de sedimentos para as áreas mais baixas do relevo. Nos lugares mais aplainados, como as áreas de planícies, os rios geralmente possuem trajetória em curva e a velocidade das águas é bastante lenta, além de promover a sedimentação nas margens, formando as planícies fluviais. O relevo interfere em alguns casos no clima de uma região, quando o relevo impede a passagem de massas de ar que poderiam determinar as configurações climáticas de um lugar. 2.3 Ciclo Hidrológico A água é a substância mais abundante da crosta terrestre. Estima-se que 70% estão cobrindo a terra, podendo ser encontrada principalmente nos oceanos e no subterrâneo. O ciclo hidrológico é um fenômeno global de circulação de água em 3 frases; • Gasosa: É um dos estados da matéria, não tem forma e volume definidos, e consiste em uma coleção de partículas (moléculas, átomos, íons, elétrons etc.) cujos movimentos são aproximadamente aleatórios. • Líquido: Não possui forma própria, ela assume o formato do recipiente na qual estiver contida, mas há volume definido, o que nos impede de comprimir o material de forma significativa. • Sólido: É um estado da matéria, cujas características são ter volume e forma definidos, isto é, a matéria resiste à deformação. Dentro de um sólido, os átomos ou as moléculas estão relativamente próximos, ou "rígidos". Mas isto não evita que o sólido se deforme 11 ou comprima. O ciclo da água ocorre por meio das mudanças dos estados físicos, influenciado pelos seres vivos, meio ambiente, energia solar, rotação da terra e gravidade.O ciclo Hidrológico envolve, 5 etapas: 1ª Evaporação Processo provocado pela luz do Sol, onde fornece energia para o movimento do ciclo, podendo existir ainda alguns fenômenos isolados onde a neve e gelo, pulam a fase de fusão. Evaporação é a passagem do estado líquido para o estado gasoso. Ela ocorre na superfície livre dos líquidos, de forma lenta e gradual. Sua perda é por unidade de área horizontal, geralmente expressa por MM, já sua intensidade geralmente expressa por MM/Dia ou MM/Mês. Visto que, evaporação é o conjunto de fenômenos de natureza física que transformam em vapor a água da superfície do solo, a dos cursos de água, lagos, reservatórios de acumulação e mares. Transpiração é a evaporação devida à ação fisiológica dos vegetais. O conjunto das duas ações dá-se o nome de evapotranspiração. 2ª Evapotranspiração É o total de água perdida para a atmosfera em áreas onde significativas perdas de água ocorrem através da transpiração das superfícies das plantas e evaporação do solo. 3ª Condensação Processo provocado pela água em estado gasoso, onde alcança camadas da atmosfera, lugar de temperaturas mais baixas, acarretando depósitos em nuvens, passando do estado de vapor para líquido, resultando em chuvas ou dependendo da estação do ano, neve ou granizo. 4ª Precipitação Chamamos de precipitação quando qualquer líquido ou água congelada se forma na atmosfera e cai de volta na Terra. A precipitação ocorre de várias formas, como chuva, 12 granizo, neve, neblina e orvalho. Em conjunto com a evaporação e condensação, a precipitação é uma das três partes principais do ciclo da água no planeta. Responsável por retornar a maior parte da água doce ao planeta, sendo assim principal fonte de abastecimento dos sistemas hídricos, representando uma variável climática importante para todos os ecossistemas e principalmente para nós, seres humanos. 5ª Infiltração (Escoamento superficial e subterrâneo) A infiltração é o nome dado ao processo pelo qual a água atravessa a superfície do solo. É um processo de grande importância prática, pois afeta diretamente o escoamento superficial, que é o componente do ciclo hidrológico responsável pelos processos de erosão e inundações. Escoamento superficial: representa o fluxo das águas sobre a superfície do solo da bacia hidrográfica e pelos seus múltiplos canais. Escoamento subsuperficial: é o fluxo que se dá logo abaixo da superfície, na altura das raízes abaixo da superfície, na altura das raízes da vegetação. Escoamento subterrâneo: o responsável pela alimentação do curso d'água. Denomina-se hidrógrafa ou hidrograma a representação gráfica da vazão que passa por uma seção, ou ponto de controle, em função do tempo. Sendo assim, é vital que haja o ciclo hidrológico, para garantir que circule água constantemente pelo ambiente, suprindo as necessidades dos seres vivos, que dependem deste para o funcionamento do organismo e sobrevivência. 2.4 Balanço Hidrológico Balanço Hidrológico é a ferramenta de auxílio para se entender os processos envolvidos no ciclo hidrológico em uma determinação região, o balanço tem a função de determinar cálculos para um trecho do rio, uma camada do solo, uma bacia hidrográfica ou sistemas de abastecimento de água. Representando a quantificação das entradas e 13 saídas de água num intervalo de tempo, resultando na quantidade de água que permanece no meio ou sistema. O entendimento do balanço hídrico depende de vários fatores como conhecimento do ciclo hidrológico (precipitação, escoamento superficial, evapotranspiração, infiltração), variáveis climáticas, condições do solo e sua utilização, hidrogeologia da bacia, usos da água existentes, entre outros. O balanço entre entradas e saídas de água em uma bacia hidrográfica é denominado balanço hídrico, para condições naturais, ele apresenta os componentes: • A principal entrada de água de uma bacia é a precipitação; P = Chuva O = Orvalho Ri = Escorrimento superficial DLi = Escoamento subsuperficial AC = Ascensão capilar • A saída de água da bacia pode ocorrer por evapotranspiração e por escoamento. Estas variáveis podem ser medidas com diferentes graus de precisão. O balanço hídrico de uma bacia permite avaliar a variação no tempo da quantidade de água armazenada (superficial e subterrânea) e dos respectivos fluxos (precipitação, escoamento e evapotranspiração), o que permite tirar conclusões importantes sobre o regime hidrológico e das possibilidades de utilização dos recursos hídricos. ET = Evapotranspiração Ro = Escorrimento superficial DLo = Escorrimento subsuperficial 14 DP = Drenagem profunda • Equacionando as entradas e saídas de água do sistema, temos a variação de armazenamento dele no solo. ARM = P + O + Ri + DLi + AC – ET – Ro – DLo – DP Simplificando, temos: V \ t = P – E - Q ou ARM = P – ET - DP (equação geral) • Também, com a consolidação do balanço hídrico, conseguimos a possibilidade da modelagem dos vários processos hidrológicos presentes na transformação chuva-vazão. • MACRO Na escala macro, o “balanço hídrico” é o próprio “ciclo hidrológico”, cuja resultado nos fornecerá a água disponível no sistema (no solo, rios, lagos, vegetação úmida e oceanos), ou seja, na biosfera. • INTERMEDIÁRIA Em uma escala intermediária, representada por uma microbacia hidrográfica, o balanço hídrico resulta na vazão de água desse sistema. Para períodos em que a chuva é menor do que a demanda atmosférica por vapor d´água, a vazão (Q) diminui, ao passo em que nos períodos em que a chuva supera a demanda, Q aumenta. • MICRO Na escala micro ou local, no caso de uma cultura, Prec. ET o balanço hídrico tem por objetivo estabelecer a variação de armazenamento e, consequentemente, a disponibilidade de água no solo. Conhecendo-se qual a umidade do solo ou quanto de água este armazena é possível se determinar se a cultura está sofrendo deficiência hídrica, a qual está intimamente ligada aos níveis de rendimento. A chuva representa a principal entrada de água em um sistema, ao passo que a contribuição do orvalho só assume papel importante em regiões muito áridas, sendo assim desprezível. As entradas de água pela ascensão capilar também são muito pequenas e 15 somente ocorrem em locais com lençol freático superficial e em períodos muito secos. Mesmo assim, a contribuição dessa variável é pequena, sendo também desprezível. Já os fluxos horizontais de água (Ri, Ro, DLi e DLo), para áreas homogêneas, se compensam, portanto, anulando-se. 2.5 Recursos Hídricos Recurso hídrico é o nome do recurso natural da água. Entre os recursos naturais de que o homem dispõe, a água é o mais importante porque é insubstituível para a vida na terra. Por muito tempo, as pessoas pensaram que se tratava de um recurso inesgotável, pois cerca de 75% da superfície terrestre era água. No entanto, não levou em consideração que, nesse total, a parcela adequada para consumo humano é bem menor. Do total de água do planeta, 97,5% são salgadas, localizada em mares, oceanos, lagos e aquíferos salinos. Nesse enorme volume, o uso humano é relativamente pequeno, especialmente na pesca e no transporte marítimo. Dos 2,5% da água doce, 68,9% são geleiras, neve de montanha, lagos e aquíferos congelados, e 29,9% estão em aquíferos, que são depósitos de água com dezenas ou centenas de metros de profundidade em rochas sedimentares. Portanto apenas 1,2% são os recursos hídricos utilizados pela população, proveniente de rios, lagos e outros reservatórios. Mesmo sendo uma pequena quantidade do montante é o suficiente para suprir as necessidades da grande parte da população mundial. De acordo com a Lei n. 9.433 de 08 de janeiro de 1997, conhecida como ``Lei das Águas``, deu instituto a Política Nacional dos recursos Hídricopara a criação do sistema nacional de gerenciamento dos recursos hídrico, baseando-se nos princípios: • A água é um bem de domínio público; • A gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas; • A bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; • A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades; 16 • A água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico. Em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais. Por causa dessa lei o recurso d`água não poderá ser privatizado, tendo que sua gestão ser descentralizada e baseada no uso mútuo. 2.5.1. Plano Nacional dos Recursos Hídrico É utilizado como instrumento de orientação para a gestão das águas no Brasil, tendo um objetivo geral de estabelecer um pacto nacional para definir diretrizes e política públicas voltada a melhoria da oferta de água, tendo seus objetivos específicos como: • A melhoria da disponibilidade hídrica; • A redução de conflitos de uso da água; • A percepção da conservação da água como valor socioambiental relevante. Esse plano deve ser atualizado periodicamente em relação a situação ao recurso hídrico no momento, tendo como base análises técnicas e consulta públicas, visando os resultados atual em relação a outros momentos históricos desse recurso. 2.5.2. Recurso Hídrico no Brasil Por sua grande dimensão e localização privilegiada, o Brasil é o país que mais possui disponível recursos hídricos gerados por precipitação atmosférica sobre seu território. O país cerca de 12% dos recursos hídricos mundial, tendo seu volume distribuído por habitante 19 vezes maior do que o mínimo estabelecido pela ONU. Sendo suas maiores bacias hidrográficas o rio Amazonas, São Francisco e Paraná. Mesmo tendo uma alta disponibilidade desse recurso em todo seu territorial, as características de cada região irão determinas os usos desses recursos ao longo de seu percurso. 17 Imagem 1 – Tabela de Bacias Hidrográficas De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, 1/3 do total da água utilizada no Brasil destina-se ao consumo humano. A irrigação é a maior consumidora (46%), enquanto as atividades industriais utilizam 18% dos recursos disponíveis. 2.6 Bacia Hidrográfica A bacia hidrográfica tem como termo para dar característica a uma porção do território delimitada por um rio principal e seus afluentes. As águas provenientes do escoamento em mesmo sentido a direção mais baixas da área topográfica referente a seus relevos. As áreas onde se encontram essas bacias hidrográfica são de fundamental importância para a manutenção do ecossistema do mundo, além de ser de extrema necessidade para a atividade econômicas do setor primário. A separação de uma bacia para outra são estruturas em relevos, como serras, chapadas, morros ou picos, que são responsáveis pela drenagem da água da chuva e nascentes. 2.6.1. Elementos de uma bacia hidrográfica As bacias hidrográficas são formadas por nascentes, rio principal, divisor de água, afluente e foz, esses elementos são chamados de estruturas da bacia com cada um tendo uma função muito importante para a formação dos ecossistemas. 18 Imagem 2 – estrutura de uma bacia hidrográfica • Nascentes são os locais onde se dá origem a bacia, geralmente é o ponto mais elevados do relevo, e normal a bacia leva o nome do local aonde sua nascente se encontra; • O rio principal é onde se desaguam todos os rios menores que têm como função de abastecer, tornando assim um rio com maior volume da bacia. • Os divisores de água são estruturas em relevo que possuem o papel de dividir as áreas das bacias; • Os afluentes consistem em rios com volume de água menor que abastecem o rio principal da bacia; • A foz é onde está todo o volume de água proveniente do encontro dos afluentes e o rio principal se desagua, normalmente isso ocorre nos oceanos ou em bacias ainda maiores. 2.6.2. Tipos de Bacias Hidrográficas Cada bacia hidrográfica possui sua peculiaridade tornando-as únicas, tendo diferenças em relevos, na estrutura territorial e até mesmo na sua função. Esses tipos são definidos pelo destino do desague de suas águas, existindo vários padrões de drenagem das águas dos rios, como por exemplo: • Exorreicas que são aquelas bacias aonde a direção de escoamento das águas é para o mar, e são mais comuns no Brasil; 19 • Endorreicas são as que se desaguam em lagos lagoas ou em mar fechado. • Arreicas são as que não possuem um desague específico e se perdem no meio do caminho podendo se evaporar ou se infiltrar no solo; • Criptorreicas são as que tem como destinos o interior da superfície terrestre, alimentando assim lagos, cavernas, grutas e rios subterrâneos. 2.6.3. Exemplos de Bacias Hidrográficas no Brasil O Brasil é considerado com berço hídrico do mundo possuindo a maior porção de água potável. Abaixo estarão dois exemplos das duas maiores bacias hidrográficas do Brasil e respectivos estados que percorre: • Bacia Hidrográfica Amazônica: A maior bacia hidrológica do país e até do mundo, com uma área de bacia de 5,8 milhões de quilômetros quadrados, fornece água para uso doméstico para uma população que vive em uma área 7 milhões de quilômetros quadrados. No Brasil, a bacia amazônica inclui os seguintes estados: Acre; Amapá; Amazonas; Roraima; Rondônia; Mato Grosso; Pará. Mas também, ela não se limita apenas ao território brasileiro, alimentando alguns países vizinhos, como: Peru; Bolívia; Colômbia; Equador; Guiana; Venezuela. • Bacia Hidrográfica do Tocantins-Araguaia: A Bacia do Tocantins-Araguaia é considerada a maior bacia do Brasil, com uma área de mais de 800 mil quilômetros quadrados, com destaque para dois rios principais. O Rio Araguaia nasce no estado de Mato Grosso e é a divisa natural entre o estado e o estado de Goiás. No inverno, reduz o tráfego e forma uma bela praia, frequentemente visitada durante o período acima. A nascente do rio Tocantins fica no extremo norte do estado de Goiás, e se funde com as águas do rio Araguaia, na divisa com o Tocantins (estado). Esses 20 rios, juntamente com seus afluentes e afluentes, fornecem água para 7,5% das terras nos seguintes estados: Distrito Federal; Goiás; Maranhão; Mato Grosso; Tocantins; Pará. 2.7. Demanda de água São quatro as modalidades de consumo de água, a agricultura, a produção energética, a atividade industrial e abastecimento humano. O crescimento constante da população mundial exige mais alimentos e energia elétrica. As Nações Unidas, preveem que, em 2030, a sociedade vai necessitar de 35% a mais de alimento, 40% a mais de água e 50% a mais de energia e até 2050, a demanda por alimentos e por energia crescerá 70% e 60%, respectivamente. Ao mesmo tempo, a grande concentração de pessoas em cidades de todo o mundo ameaça mananciais como lagos, rios e lençóis freáticos. Além de colocar em risco possíveis fontes hídricas, grandes quantidades de água doce são utilizadas para o saneamento urbano. Saúde Hídrica: O Conselho Mundial da Água classificou o Brasil em 50º lugar em um ranking de saúde hídrica, que analisou 147 países. Os critérios foram quantidade de água doce por habitante, parcela da população com água limpa e esgoto tratado, desperdício de água doméstica, industrial e agrícola, poluição da água e preservação ambiental. A média nacional de perda de água é de 38,8%, índice superior à média mundial, de 35%, o que faz com que o Brasil caia na classificação. Abaixo podemos verificar a demanda de água no Brasil segundo a Agência Nacional de Águas (ANA): • Irrigação:67,2%; • Abastecimento animal: 11,1%; • Indústria 9,5%; • Abastecimento urbano: 8,7%; • Abastecimento rural: 2,4%; • Mineração: 0,8%; 21 • Termelétricas: 0,3%. Segundo a Agência Nacional de Águas, o consumo total chega a ser de 1.109 metros cúbicos por segundo. O Brasil é o país que mais possui água doce no mundo. A disponibilidade hídrica brasileira é de 91,2 milhões de litros por segundo. No que diz respeito a água para consumo humano, de acordo com o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos, o Brasil possui cerca de 48 milhões de litros disponíveis por habitante por ano. A Agência Nacional de Águas considera que o Brasil está numa posição confortável em comparação com outros países. A Bacia do Rio Amazonas é a mais extensa rede hidrográfica do planeta. Por ela, correm 20% das águas doces superficiais do mundo. Quase um terço da água doce do mundo está em aquíferos. O Brasil possui dois dos maiores do mundo, o Guarani, no Sul, e o Alter do Chão, no Norte. Entretanto, apesar de a situação ser aparentemente tranquila, existe uma distribuição desigual dos recursos hídricos pelo território brasileiro, isso devido à grande parte das águas disponíveis, 80%, está na Amazônia, região que possui a menor densidade demográfica e baixa demanda de atividade produtiva. Em compensação, o Nordeste dispõe de apenas 5% das águas brasileiras. A região é a que mais sofre com secas periódicas no Brasil. A maior parte da população se concentra perto do litoral, longe dos principais mananciais, com altas densidades demográficas nas Regiões Sul e Sudeste. Para aumentar a dificuldade, a topografia do território brasileiro, as cadeias montanhosas que separam o litoral do interior do país é um obstáculo ao acesso à água. Atualmente o Brasil enfrenta umas das suas piores crises hídricas dos últimos 91 anos no monitoramento de suas bacias hidrográficas. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico, os reservatórios do sistema Sudeste/Centro-Oeste, que geram 70% da energia do país, operam com 19,59%. Por isso é importante que se haja uma boa política sobre os usos corretos no consumo de água e energia e uma gestão de ótima qualidade e a conscientização da população para a economia de água e energia. 22 2. CONCLUSÃO Portanto entendemos que a hidrologia é uma ciência de extrema importância para o entendimento da formação de rios, lagos e oceanos existentes na superfície terrestre. E os seus profissionais veem atuar na prospecção de poços de águas e aquíferos. Em um tempo que os recursos hídricos, principalmente a água potável, está ficando cada vez mais rara, a hidrologia vem como forma de ferramenta para auxiliar o ser humano a tentar e a reduzir o extremo consumo de água. 3. 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