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5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Radiologia UCXIV Aparelho digestório Intestino delgado: Principal local de absorção de nutrientes dos alimentos ingeridos; Estende-se do piloro até a junção ileocecal, onde o íleo une-se ao ceco (a primeira parte do intestino grosso). Intestino grosso: É o local de absorção da água dos resíduos indigeríveis do quimo líquido, convertendo-o em fezes semissólidas, que são temporariamente armazenadas e acumuladas até que haja defecação; Formado pelo ceco; apêndice vermiforme; partes ascendente, transversa, descendente e sigmoide do colo; reto e canal anal. Seriografia do esôfago, estômago e duodeno (SEED) Exame complementar à Endoscopia Digestiva Alta; Indicado especialmente para investigação de: suspeita de distúrbios da motilidade esofágica, disfagia, estenose esofágica, neoplasia de esôfago, suspeita de fístula esofágica, neoplasias gástricas, fístula gastroduodenal.. Imediatamente após a deglutição o contraste é acompanhado em seu trajeto no interior do esôfago até alcançar a cavidade gástrica; Permite avaliar a motilidade esofágica e o esvaziamento gástrico; Radiografias em sequência são obtidas durante a progressão do contraste pelo trato digestivo e o exame termina quando ocorre opacificação do arco duodenal. Seriografia em fase inicial demonstrando a progressão da coluna de bários no interior do esôfago em três radiografias obtidas em sequência: Trânsito intestinal É o estudo contrastado do intestino delgado e pode ser útil no diagnóstico de doenças inflamatórias intestinais, suboclusão intestinal, síndrome da má 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 absorção, neoplasias e avaliação pós-operatória abdominal; É realizado como continuidade da SEED, demonstrando a progressão do meio de contraste pelas alças de intestino delgado até o cólon; Principais limitações: grande sobreposição de estruturas e importante limitação na avaliação de alterações extra-intestinais como massas e coleções; Ultimamente substituído por métodos mais precisos como a enterografia por tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Trânsito de intestino delgado demonstrando progressão normal do bário nas alças de intestino delgado e aspecto normal da superfície da mucosa intestinal: Enema opaco É um exame contrastado útil para o diagnóstico de doenças do cólon Consiste na injeção de contraste através de sonda retal até que o ceco seja opacificado; A técnica de duplo contraste (distensão do cólon também com ar) auxilia no diagnóstico da doença diverticular, doenças inflamatórias e no rastreamento do câncer de cólon; É necessário preparo intestinal; Este exame tem sido em parte substituído pela colonoscopia e, mais recentemente, pela colonoscopia virtual por tomografia computadorizada. Parte terminal do íleo e intestino grosso (incluindo apêndice vermiforme). As tênis, as Saculações e os apêndices omentais gordurosos, característicos do colo, não estão associados ao reto. APENAS CONTRASTE Para examinar o colo: contraste + insuflação de ar (DUPLO CONTRASTE) – vista anteroposterior Existe também o triplo contraste: enema opaco + insuflação de ar + contraste venoso (casos de sangramento) 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Neoplasia colorretal Enema opaco apresenta sensibilidade menor que a colonoscopia, principalmente no que diz respeito à identificação de pólipos e neoplasia colorretal. Enema opaco de duplo contraste com imagem de “maçã mordida” compatível com neoplasia Doença diverticular do cólon São herniações ou formações saculares da parede do intestino grosso que se originam na luz intestinal; Afeta principalmente pessoas de meia-idade e idosas; A doença diverticular é comum no colo sigmoide; Tomografia Computadorizada: Enema opaco: NÃO FAZER DUPLO CONTRASTE pelo risco de perfuração e pneumoperitônio Doença inflamatória intestinal Doença de Crohn: Processo inflamatório crônico; Transmural; Comprometimento da mucosa e também da parede intestinal, mesentério e os gânglios linfáticos; Pode ocorrer de forma descontínua; Acometendo qualquer região do trato gastrointestinal; Imagem: espessamento da mucosa, estreitamento da luz intestinal, “sinal da corda” Evitar enema opaco na fase aguda Sinal da corda: estreitamento das alças intestinais. O local mais comum de acometimento da doença de Crohn é o íleo – ileíte de Crohn 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Fibrose: Retocolite ulcerativa: Acomete preferencialmente mucosa do intestino grosso; Reto e cólon esquerdo, podendo ocorrer em todo cólon, até na região da transição ileocecal; Imagem: perda de haustrações com aspecto em “cano de chumbo” Perda de haustrações pelo processo inflamatório, deixando com um aspecto de liso “cano de chumbo” Megacólon congênito ou doença de Hirschsprung Doença congênita; Caracteriza-se pela ausência de células ganglionares nos plexos submucosos e intramurais do intestino grosso, especialmente no reto e sigmóide; Acomete cerca de 1/5000 a 1/8000 dos nascidos vivos. Sintomas relacionados a um quadro intestinal obstrutivo no recém-nascido; Imagem em Enema opaco: inversão da relação retossigmóidea, que representa o calibre do reto menor do que o calibre do sigmóide. Anatomia do sistema biliar 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Vesícula Biliar Colelitíase Prevalência de 11-36% da população; Apresentam-se como cálculos amarelos (colesterol) ou pigmentares, estes últimos podem ser marrons ou castanhos e pretos (hemólise); A ultrassonografia é o método diagnóstico de escolha na colelitíase, com sensibilidade e especificidade > 95%. USG: sombras acústicas (setas), móveis Peça anatômica: pedras de colesterol Colecistite Ao USG: parede da vesícula biliar maior que 4mm; líquido perivesicular; cálculo impactado Pode ser aguda ou crônica USG: setas indicam espessamento da parede e diversas pedras com sombras acústicas Coledocolitíase Trata-se da presença de cálculos no interior do colédoco; Incidência em 8-20% dos pacientes com colecistite; Tal condição predispões pacientes à complicações, tais como pancreatite aguda, colangite; cirrose hepática Alguns dos exames complementares bem indicados para a avaliação de coledocolitíase são: Colangeografia intra-operatória; CPR e Colangiorressonância Colangiorressonância: ducto biliar comum dilatado Colangiografia intra-operatória (RX): coledocolitíase; usada também para avaliar se o colédoco foi seccionado Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica: diagnóstica e terapêutica 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Vesícula em porcelana É uma rara forma de colecistopatia crônica, em que as paredes da VB estão calcificadas parcial ou completamente; Forte sombra acústica compacta Sombra acústica inicia-se no plano da parede vesicular traduzindo a calcificação parietal; USG: foco ecogênico (seta) combinado com sombra acústica posterior Colecistite enfisematosa É uma forma rara de inflamação aguda da vesícula biliar Identifica-se necrose da parede vesicular e consequente acúmulo de gás na sua parede ou lúmen Trata-se de uma emergência cirúrgica pela alta mortalidade Na tomografia computadorizada identifica-se uma vesícula biliar hiperdistendida, com paredes espessadas e conteúdo gasoso endoluminal Pólipo de vesícula biliar Presença de pólipos no interior da vesícula biliar à ultrassonografia Diferenciam-se de cálculos por serem imóveis; Em associação com cálculos, mesmo assintomático o tratamento é colecistectomia; Colecistectomia em caso de pólipos maiores que 1 cm, mesmo tratando-sede pólipos não associados aos cálculos. USG: pólipo intraluminal como uma massa na parede da vesícula (seta) Colecistectomia Padrão-ouro: videolaparoscopia Em alguns casos: cirurgia aberta (incisão de Kocher) o Síndrome de Mirizzi: obstrução seja do ducto hepático comum ou do colédoco, secundária à compressão extrínseca devido à impactação de cálculos no ducto cístico ou no infundíbulo da vesícula 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Radiografia simples de abdome Possui menos sensibilidade e especificidade do que os métodos multiplanares; Trata-se de um estudo de baixo custo e elevada disponibilidade nos serviços de saúde; Não apresenta contraindicações absolutas, apenas relativas e restritas as gestantes. Algumas indicações: distensão abdominal; pneumoperitônio, posicionamento de dispositivos médicos; Incidências: a mais comum é decúbito dorsal horizontal anteroposterior, porém na suspeita de abdome agudo: posição ortostática e radiografia de tórax posteroanterior. Análise de partes moles; Procura de calcificações patológicas; Conferência da integridade das estruturas ósseas; Presença de gás extraluminal; A: calcificações em abdome superior no RX; B: calcificações pancreáticas na TC compatíveis com pancreatite crônica Pneumoperitônio É a presença de ar na cavidade abdominal; Geralmente relacionado à perfuração de vísceras ocas; Abdome agudo isquêmico, inflamatório, perfurações por armas de fogo ou brancas O achado mais frequente é a presença de ar intraperitoneal no quadrante superior direito do abdômen, o que desloca o diafragma para cima. Pneumoperitônio + derrame pleural: Sinal de Chilaiditi: interposição temporária do cólon 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Acalásia SEED Distúrbio da motilidade que ocorre após inflamação crônica dos plexos de Auerbach do esôfago; Sua progressão resulta em dilatação do corpo esofagiano, estase de bolo alimentar e irritação da mucosa; A acalasia pode ser primária ou idiopática e, em alguns casos, podem ser decorrentes da Doença de Chagas; Esôfago Estenose esofágica Imagem de exame do esôfago, estômago e duodeno (EED) evidenciando longa estenose no esôfago torácico, associada à retenção do meio de contraste no segmento proximal, em paciente com sequela de tentativa de suicídio por ingestão de querosene Trata-se de afilamento de porções do esôfago, com diversas causas: o Doença do Refluxo gastroesofágico; o Esofagite cáustica; o Esofagite infecciosa; Atenção: ao identificar estenoses em estudo contrastado – avaliar biópsia (altas taxas de neoplasia) o Acompanhamento pelo resto da vida Esofagite cáustica – autoextermínio ou crianças por soda cáustica Divertículos de esôfago: verdadeiros e falsos Podem ser verdadeiros, formados por herniação de todas as camadas de sua parede; Falsos com parede formada apenas por mucosa e submucosa; Intramurais – não atravessam a superfície externa do esôfago; Não são tão comuns quanto o divertículo de Zenker Divertículo esofágico, paciente assintomático: 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Divertículo de Zenker (esôfago proximal) Falso divertículo formado pela herniação da mucosa hipofaríngea através de uma área frágil da parede posterior da faringe distal; A combinação de altas pressões intraluminais com uma região muscular enfraquecida resulta na formação do Divertículo de Zenker; Assintomático; Quando sintomáticos, o tratamento é cirúrgico (reforçar a musculatura para que não ocorra mais uma vez) Triângulo de Killian: Doença ulcerosa péptica Solução de continuidade na mucosa do estômago ou duodeno com diâmetro maior ou igual a 0,5 cm (lesões menores que 0,5 cm são chamadas de erosões); A incidência da doença ulcerosa péptica, vem diminuindo devido às terapias de erradicação do Helicobacter Pylori e grande disponibilidade de inibidores da bomba de prótons; 2/3 das úlceras acontecem em homens; Fatores de risco: infecção pelo H. Pylori, uso de anti- inflamatórios não esteroidais e tabagismo; Úlcera de pequena curvatura: Complicações: A complicação mais comum é a hemorragia digestiva alta (40% dos casos); A segunda complicação mais comum e a que apresenta maior mortalidade (15%) é a perfuração, ocorrendo em 6 a 7% dos casos Pneumoperitônio: radiografia em ortostase de tórax Espasmo esofágico difuso Distúrbio da hipermotilidadade do esôfago de etiologia neurogênica; O peristaltismo normal é substituído por intensas contrações não propulsivas; 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Sintomas: dor retroesternal (cólica esofagiana) que pode irradiar para membros, para mandíbula... o Diagnostico diferencial com IAM A duração dos sintomas pode variar de alguns segundos a vários minutos; Em geral, ocorre no repouso, mas pode se associar à deglutição, à tensão emocional ou a exercícios físicos; A maioria dos pacientes com Espasmo esofágico difuso é do sexo feminino e apresenta distúrbios psicossomáticos associados; Diagnóstico: Esofagomanometria; Revela contrações características, prolongadas (> 2,5 s), de grande amplitude (> 120 mmHg) e repetitivas, que se iniciam de forma simultânea nos 2/3 inferiores do esôfago. Esôfago em saca-rolha: Esôfago em quebra-nozes Variante do espasmo esofágico difuso; Caracterizada por uma grande contração generalizada do esôfago; É visto em pacientes de todas as idades com igual predileção por sexo; Pacientes apresentam-se semelhantes ao espasmo esofágico difuso com dor torácica e disfagia; Um esofagograma pode ou não revelar uma anormalidade; Manometria com amplitudes maiores que 400 mmHg são comuns. Tratamento: antidepressivos tricíclicos
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