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Maria Luisa Peixoto de Oliveira Diagnóstico por imagem Radiologia abdominal Introdução ● Tumores ósseos: melhor exame é o raio X ● Ultrassom é utilizado para avaliar tireóide, testículos, lesão de partes moles... ● Na grande maioria das situações clínicas os achados radiológicos são inespecíficos, retardando o diagnóstico ou até impossibilitando, como na pancreatite aguda e isquemia mesentérica. Por isso, a USG e a TC tem demonstrado mais acurácia e aceitação. Radiografia simples do abdome ● Abdome agudo: radiografia em AP do abdome (decúbito dorsal e ortostatismo) e radiografia de tórax em PA (ortostática), devido a chance do pneumoperitônio. ● Raio X simples de abdome: rápido, disponível amplamente, não utiliza meio de contraste, sua interpretação requer uma avaliação sistemática. ● Radiografia em AP em decúbito dorsal é a que fornece maior detalhes das anatomias radiológicas e patológicas ● Radiografia em AP com o paciente em ortostatismo tem a finalidade de demonstrar níveis hidroaéreos, presença de ar livre acumulado abaixo do diafragma (pneumoperitônio) e avaliar a mobilidade ou fixação das estruturas após a mudança de decúbito. ● Radiografias em decúbito lateral direito ou esquerdo visam a completar a pesquisa de pneumoperitônio e de ascite. ● Partes ósseas do raio x: região proximal do fêmur, acetábulo, ilíaco, bacia, articulação sacoilíaca, coluna lombar e as últimas costelas. MÚSCULO PSOAS pode ter sua borda apagada quando tiver inflamação retroperitonial, hemorragias retroperitoneais, tumores, ascite, etc. ● Tecidos moles ↳ As estruturas com densidade de tecidos moles só se individualizam quando estão adjacentes a outras densidades. Como por exemplo, o músculo psoas só é visto porque ao lado dele está a gordura retroperitoneal. ↳ Geralmente é possível avaliar a topografia, as dimensões e os contornos dos órgãos abdominais, bem como as alterações. Porque a maioria dos órgãos sólidos ficam na parte retroperitoneal. ↳ Partes moles vistas no raio x: músculo íleo-psoas (lembrar do apagamento desse músculo), região do fígado. Na maioria das vezes dá pra ver a sombra renal. Há também a disposição gasosa com a bolha gástrica no estômago e o ar dentro do intestino grosso. ↳ Os rins são avaliados quanto à forma, tamanho, contornos (mais nítido quando a quantidade de gordura perirrenal é maior, estando situados entre os corpos vertebrais de T12 a L2), posição e presença de calcificação. ↳ Lembrar que mesmo que não observe os contornos do rim é importante saber sua topografia (região paraespinhal na altura de T2 a L2), porque ao visualizar um cálculo nessa região já sabe que se trata de um cálculo renal. ↳ A sombra hepática é homogênea, localizada no hipocôndrio direito, com seu contorno superior, externo e borda inferior do lobo direito geralmente distinguíveis. ↳ Baço: Hipocôndrio esquerdo e seu contorno pode ou não ser observado. A esplenomegalia abaixa o ângulo esplênico do cólon e eleva a cúpula diafragmática esquerda. ↳ Pâncreas: não é visto no raio X simples ↳ Calcificações na região epigástrica e no hipocôndrio esquerdo podem indicar pancreatite crônica. ↳ As linhas de gordura pré-peritoneal são vistas nos flancos e correspondem à camada de gordura junto ao peritônio, indicando o limite lateral da cavidade peritoneal. Essas linhas desaparecem em processos inflamatórios, hematomas, acúmulos líquidos, abscessos etc. ↳ A sombra da bexiga pode ser vista mais facilmente quando estiver cheia ● Cúpulas diafragmáticas: nelas pode identificar processos supradiafragmáticos, como pneumonia e derrame pleural, mas também processos do pneumoperitônio e até hérnia hiatal, caracterizada por bolha aérea retrocardíaca e eventrações diafragmáticas. ● Distribuição dos gases intestinais: ↳ Consegue observar as pregas gástricas e as haustrações cólicas (geralmente observadas no intestino grosso). ↳ Em ortostatismo é possível notar a presença de gás no fundo gástrico, denominado “bolha gástrica”. ↳ Rotineiramente não se observa uma quantidade signficiativa de gás nas alças do intestino delgado. Porém em pacientes acamados ou que deglutem grande quantidade de ar ele pode estar presente. ↳ No adulto, o cólon contém gases e fezes, conferindo um aspecto “mosqueado” (miolo de pão) da moldura cólica. ↳ A presença de gás na ampola retal é um achado frequente em indivíduos normais. ↳ Em crianças com doença de Hirschprung: não possui ar na ampola retal ↳ Pensou em causas obstrutivas e fecaloma: deve-se investigar a ampola retal ↳ Nos casos de obstrução intestinal ocorre dilatação das alças intestinais e formação de níveis hidroaéreos. Quando há a formação desses níveis é possível observar o intestino delgado. ↳ A distribuição, o calibre e o tipo de pregas são importantes para determinar em qual intestino é a obstrução, se é delgado ou grosso. OBS: as alças do intestino delgado nunca vão passar de 3 cm de dilatação. ↳ No volvo do sigmoide (torção), o aspecto radiográfico é de alças cólicas paralelas, distendidas por gás, configurando o sinal do “grão de café” ou sinal do “U invertido”. ↳ Observar se há gás extraluminal como no pneumoperitônio, pneumatose intestinal (que significa gás na parede intestinal, significando que a alça está em sofrimento) e se há gás na veia porta e nas vias biliares (aerobilia). Foto: radiografia simples do abdome, demonstrando pneumatose intestinal. Imagens radiolucentes, lineares e bolhosas em todos os segmentos do intestino grosso. Também se observa ar no sistema porta (observado imagens radiolucentes e lineares na projeção hepática, estendendo-se até a sua periferia sinalizada com as setas), além disso o estômago se encontra distendido. Nessa foto também observa-se bem o aspecto mosqueado. O diagnóstico é de enterocolite necrosante. É uma alteração mais comum em RN que por algum motivo o intestino começa a sofrer, sai gás do lúmen e vai para a parede intestinal. O sistema porta drena esse gás e ele vai para o fígado. ↳ O megaesôfago chagásico é bem prevalente e caracteriza-se por uma descoordenação motora e acentuada dilatação do esôgado, decorrente da destruição dos seus plexos. O contrate passa bem rápido em um esôfago normal e observa-se que o esôfago normal é mais fino que o chagásico. Além disso, no esôfago com Chagas observa-se um acometimento do esfíncter cardia (esfíncter esofágico inferior). FOTO: A: calibre mantido, discreta retenção de contraste. Normal B: Apresenta dilatação moderada do esôfago e perda da coordenação motora. C: ocorre dilatação mais acentuada do que a figura B, tempo de trânsito mais prolongado e atividade motora diminuída. O esôfago se comporta como um tubo inerte. D: consiste em formas avançadas com grande dilatação e alongamento do esôfago ↳ Existe a classificação/graduação de Rezende que classifica o esôfago de acordo com o diâmetro. O “aspecto em bico de pássaro” é típico da acalasia/típico do megaesôfago chagásico. É importante diferenciar de lesão tumoral, porque lesão tumoral é em degrau. ● Calcificações abdominais: ↳ As vasculares (aorta, artérias ilíacas, flebólitos, aneurismas da aorta e artéria esplênica) são as mais frequentes. ↳ Os flebólitos pélvicos (calcificações de trombos venosos) são achados frequentes na pelve. São considerados um achado normal e são um diagnóstico diferencial com cálculo urinário. Problema: pode ser confundido com cálculos renais, então deve-se fazer uma tumografia para ver se a calcificação está dentro do ureter. São calcificações com o aspecto trilho de trem. ↳ Raio X não é um bom método para ver pedra na vesícula (cálculo biliar). Então pedir sempre USG. Foto: presença de um cálculo na localização da sombra renal. ↳ As calcificações ovaladas na fossa ilíaca direita podem representarlinfonodos mesentéricos calcificados ou apendicolito (a sua presença não indica necessariamente que o apêndice cecal está inflamado). ↳ As calcificações suprarrenais podem estar relacionadas com sequelas de tuberculose ou hemorragias. ↳ Cistos e tumores hepáticos e esplênicos também podem se calcificar. ↳ Teratomas ovarianos podem conter calcificações que simulam dentes e ossos. ↳ Leiomiomas podem apresentar calcificações principalmente em pacientes idosas. ● Ossos ↳ Necessário analisar as costelas inferiores, as vértebras, os ossos da bacia, o fêmur proximal e identificar doenças osteoarticulares, como tumores primários, metástases ósseas, fraturas, doença de Paget, alterações degenerativas e outras. ● Outras condições: ↳ Corpo estranho: deglutidos ou introduzidos no reto, uretra ou vagina. Importância das informações clínicas ao solicitar exames de imagem ● O radiologista precisa escolher a técnica de estudo e o protocolo mais adequado ● O radiologista poderá dar enfoque aos aspectos essenciais da doença ● Poderá realizar a interpretação correta dos achados radiológicos ● Terá como recomendar a continuação da propedêutica com outros métodos de imagem ou mesmo recomendar o acompanhamento. Exames radiológicos contrastados ● Esofagograma ou esofagografia ↳ Basicamente um raio X que se dá um contraste para o paciente beber ↳ Pode ser útil na avaliação da disfagia ou alterações morfológicas esofágicas, como estenose, doença de chagas, divertículos, pós operatório, etc. ↳ Com o advento da endoscopia tem diminuído seu uso, mas ainda é importante nos problemas de motilidade do esôfago e é muito utilizado na doença de Chagas. ↳ Cuidado com o contrate, pois pode ser iodo ou bário, mas o bário só pode ser engolido e se o paciente tiver uma fístula traqueo-esofágica pode causar pneumonia química. Foto: lesão estenosante em esôfago com ângulos abruptos formando degrau no terço distal. Sempre que formar degrau pensar em câncer. Por isso, pedir endoscopia com biópsia. Foto: divertículo esofágico. ● Esôfago-estômago-duodenografia (EED) ↳ Perdeu espaço para endoscopia, mas é utilizado atualmente para avaliar eventuais complicações pós- operatórias, como na cirurgia bariátrica. ● Trânsito intestinal ↳ O intestino delgado é o mais difícil de se avaliar, mas esse exame tem sido utilizado na caracterização de lesões no delgado, sendo indicado principalmente na diarreia, doença de Crohn e outras alterações morfológicas. ↳ Novas técnicas de TC e RM vem sido introduzidas ↳ Videocoscopia tem sido útil no diagnóstico das doenças do intestino delgado, principalmente na doença de Crohn e nos sangramentos obscuros. ↳ Enterotomografia é mais utilizada atualmente junto com a enterorresonância. Ambas são especiais para ver a alça em que o paciente bebe um preparo especial de quase 2 litros de água + medicação que retém o líquido no intestino. Assim a água passa pelo trânsito intestinal e não vai ser absorvida, causando grande dilatação, permitindo ver o lúmen, a parede e o que está fora da parece. ● Enema opaco com duplo contraste ↳ Por muito tempo foi a única forma não invasiva de detectar lesões nos cólons, mas é útil hoje em dia para detecção de pólipos ou neoplasias e para diagnóstico da doença diverticular. ↳ Está sendo substituído pela colonoscopia. ↳ Na intuscepção utiliza esse exame para tratar já que utiliza a pressão. Foto: vários divertículos. ● Urografia excretora ↳ Perdeu espaço para a TC e RM na avaliação de tumores parenquimatosos renais e de lesões do sistema coletor ↳ Para diagnóstico de urolitíase utilizar TC multislice ↳ O contraste dado para o paciente é absorvido e vai para o rim. Dá pra ver a captação, filtração e também há uma ase excretora. Também observa-se os cálices, ureteres e bexiga. É bom exame, mas a urotomografia já faz isso, então não pedir. ↳ Há fase de observação, sem contraste, fase córtico-medular ou fase arterial, fase parenquimatosa ou excretora. ● Histerossalpingografia ↳ Pode ser utilizada para demonstrar anormalidades da cavidade uterina, mas o USG é melhor, e para observar anormalidades das tubas uterinas, sendo a sua principal utilização como propedêutica da infertilidade. ↳ Prova de COTTE: quando o contraste cai na cavidade uterina ● Uretrocistografia miccional (UCG) ↳ Utilizada principalmente em crianças, na avaliação da infecção urinária ou hidronefrose diagnosticada no pré-natal, na pesquisa de refluxo vesicoureteral. ↳ É bastante usado. Muito pedido para esvaziamento de bexiga, estenose de uretra também. ↳ Injeta-se contraste retrogradamente na uretra feminina ou masculina, esse contraste volta pela uretra e enche a bexiga. Depois, o médico pede para o indivíduo urinar e, enquanto isso, o exame continua sendo feito. Foto: exame normal Foto: Refluxo dos dois ureteres. Refluxovesicoureteral bilateral. ● Uretrografia retrógrada ↳ Processo utilizado mais frequentemente em homens na suspeita de estenose uretraç de origem traumática ou inflamatória. Ultrassonografia ● Pode ser útil para várias doenças abdominais, especialmente da vesícula, vias biliares, pesquisa de líquido livre na cavidade abdominal e em ginecologia e obstetrícia. ● Muito boa para ver órgãos sólidos, mas ruim para ver tecidos. ● Considerado um exame de escolha na investigação da doença pélvica, podendo ser por via abdominal ou transvaginal (preferencialmente quando não hover contra-indicações, como paciente virgem, estenose vaginal ou recusa do paciente). ● Apresenta limitações em pacientes obesos o com distensão gasosa abdominal ● Bom pra todo, menos pra avaliar gases. Portanto, intestino não consegue enxergar bem na USG Tomografia compuradorizada ● Melhor exame para ver abdome de forma geral. ● Utilizada para avaliação das doenças do fígado, vesícula, vias biliares, pâncreas, baço, superarrenais, peritônio, mesentério, vasos abdominais e da pelve. ● Uro-TC: fase de observação, fase de contraste, fase córtico-medular ou arterial, parenquimatosa ou fase venosa ou fase portal e excretora. No caso do rim utiliza- se os termos córtico-medular e parenquimatosa. Ressonância magnética ● Praticamente mesmas indicações da TC, com algumas exceções. ● Não é boa para avaliação do TGI, porque não é tão boa para ver gases. ● O paciente deve ser colaborativo, se não o exame não dá certo. ● Utilizado para diagnóstico de calcificações em geral. ● Método ótimo para avaliar lesões hepáticas focais e difusas, vias biliares (colangiorressonância) e avaliação das patologias das pelves femininas e masculinas. ● Melhor que a TC quando as lesões são pequenas. Fígado ● Cisto hepático ↳ Pode ser simples, ou seja, não possui septo, não possui carne e nem calcificação, ou pode ser complexo, quando ele possui qualquer coisa dentro. ↳ Pode ser único ou múltiplo ↳ Quando são observados mais de 10 cistos hepáticos considerar que pode ser a doença policística autossômica dominante. ↳ Geralmente assintomáticos e por isso são achados acidentais e eventualmente podem causar sintomas pelo efeito de massa, como dor abdominal e icterícia. ↳ Realizar USG e observará o aspecto de cisto na ultrassonografia: lesões arredondadas com contornos regulares e bem definidos e anecóico. Há o reforço acústico posterior. Essas são as característas de um cisto em qualquer lugar do corpo. O cisto simples não realça com contraste, então se observar algo não realçando com contraste é um cisto. OBS: lembrar que a sombra é encontrada apenas em cálculos, pois o som não passa e fica preto. ↳ Na ressonância o cisto além de não apresentar realce ele exibe hipossinal em T1 e hipersinal em T2 Foto: observar que com o uso de contraste a lesão cística não teve realce, mas a lesão sólida teve. Como essa lesão sólida se encheu de contraste,se trata de um hemangioma. OBS: outras lesões císticas também ocorrem no fígado e devem ser incluídas no diagnóstico diferencial, tais como cistos hidáticos (multiloculados com calcificações parietais, hamartomas biliares que são múltiplos pequenos cistos com menos de 0,5 cm, metástases císticas geralmente com paredes espessas e realce pós-contraste, abscessos, bilomas, doença de Caroli e cistoadenoma/cistodenocarcinoma. Foto: cisto hidático cheio de septação e com calcificação ● Abscesso hepático ↳ Podem ser causadas por infecções bacterianas, amebianas ou fúngicas podendo ser por várias vias de infecção como atrás dos ductos biliares, veia porta, artéria hepática, trauma, ou extensão de processo adjacente ao fígado. ↳ O abscesso piogênico é o mais comum no fígado ↳ Em adultos principal agente é E. coli e em crianças S. aureus. ↳ Usualmente são múltiplos e envolvem os dois lobos hepáticos. OBS: como diferenciar o cisto do abscesso. O abscesso tem realce periférico e com muitos septos. Pode ser classificado como um cisto complexo, mas com um paciente com história de febre, etc é considerado um abscesso. ↳ O quadro clínico do abscesso geralmente cursa com febre, calafrio, mal-estar, dor no hipocôndrio direito, náuseas e vômitos. ↳ Os exames laboratoriais podem revelar leucocitose e elevação da fosfatase alcalina. ↳ A TC e a RM mostram lesões liquefeitas arredondadas com realce anelar e edema perilesional, podendo também apresentar septos. Gases no interior da lesão é raro. ↳ Os principais diagnósticos diferenciais são cistos, metástases císticas ou necróticas, etc. ● Hemangioma hepático ↳ Tumor primário mais comum do fígado. Obs: primário significa que nasceu lá ↳ Tumor mais comum do fígado é a metástase. ↳ Geralmente assintomáticos e os testes de função hepática são normais ↳ Hemangiomas maiores que 10 cm são considerados hemangiomas “gigantes” ↳ Na TC e na RM apresenta-se como lesão arredondada com realce globular periférico e descontínuo na fase arterial, progressivo e centrípeto, tendendo à homogeinização nas fases mais tardias dos exames. AO OBSERVAR ESSE PADRÃO É CERTEZA QUE É HEMANGIOMA! – professor mandou anotar essa parte. Obs: lembrar das 5 fases. Fase de observação, fase sem contraste, fase córtico-medlar, fase parênquimatosa e fase tardia ou excretora. ↳ Ao USG o hemangioma é tipicamente hiperecogênico, homogêneo, com limites bem definidos e pode exibir reforço acústico. O estudo doppler pode demonstrar fluxo periférico ou central, mas não é específico. ● Metástases hepáticas ↳ São lesões focais malignas mais comuns no fígado não cirrótico. No fígado cirrótico o carcinoma hepatocelular é o mais frequente. ↳ O fígado é o sítio mais comum de metástases após os linfonodos regionais ↳ Os tumores primários que mais frequentemente ocasionam acometimento secundário hepático são o colorretal, o de estômago, o de pâncreas, o de mama, pulmão e próstata. ↳ Lesão expansiva, infiltrativa, cística ou miliar, dependendo da origem do tumor Foto: múltiplas lesões nodulares, sólidas, com realce periférico pelo contraste difusamente distribuídas pelo parênquima hepático. OBS: A fase acima é da fase arterial, já que a aorta esta cheia de contraste e também consegue observar a parte cortical do rim diferente da medular. ↳ Na TC e na RM pode observar lesões hipovasculares (melhor demonstradas na fase portal) ou hipervasculares (mais bem visualizadas na fase arterial). A apresentação mais comum é hipodensa na TC ou hipointensa em T1 na ressonância com realce periférico ou heterogêneo. ↳ Algumas lesões podem apresentar calcificações, hemorragia ou necrose. ● Carcinoma hepatocelular (CHC) ↳ Neoplasia primária maligna mais comum do fígado ↳ Geralmente ocorre no cenário de cirrose com causa desconhecida ↳ Macroscopicamente: lesão focal, multifocal ou infiltrativa ↳ Há elevação de alfafetoproteína. Por isso é necessário realizar o USG e a observação da alfafetoproteína a cada 6 meses. ↳ Sua carcinogênese especialmente na doença hepática crônica segue as etapas de nódulo de regeneração, nódulo displásico de baixo grau, nódlo displásico de alto grau, nódulo displásico com focos de CHC, CHC pequeno e CHC grande (maior que 2 cm). ↳ Todo paciente com cirrose deve fazer triagem a cada 6 meses com alfafetoproteína + USG ↳ A USG é a mais comumente utilizada para rastreio em pacientes com fatores de risco ou hepatopatias crônicas ↳ A apresentação mais comum é o nódulo hipoecogênico ↳ O Doppler revela padrão em “cesta”, indicando hipervascularização e shunt ↳ Na TC e na RM apresenta-se como nódulo com rápido realce intenso na fase arterial devido a sua hipervascularização, com lavagem rápida do meio de contraste na fase portal (denominado wash-out) e formação da pseudo-capsua na fase tardia. Esse padrão acontece devido a muita estrutura vascularizada e a presença de muito shunt (comnicação de arteríola e vênula) ↳ Deve-se verificar a presença de invasão da veia porta e lesões satélites peritumorais, associadas a sinais de hepatopatia crônica. Foto: lesão isodensa, na fase de contraste, com rápido realce arterial pelo contraste. Lavou-se pelo contraste. É sugestivo de CHC. --- A, B, C e D cada foto representa uma das fases (sem contraste, arterial, portal e tardia) Obs: “Hemangioma é o tumor primário mais comum do fígado. Entretanto são relativamente incomuns no fígado cirrótico, onde o carcinoma hepatocelular é mais frequente.” “Metástases são as lesões focais malignas mais comuns no fígado não cirrótico” “O carcinoma hepatocelular é a neoplasia primária maligna mais comum do fígado” ● Cirrose hepática: ↳ Tríade composta de fibrose, transformação nodular e distorção arquitetural ↳ O diagnóstico é histológico, então é necessário fazer biópsia ↳ Causas principais: hepatite e alcoolismo ↳ Pode ser micronodular (mais comum quando a causa é alcoolismo) ou macronodular ↳ Clinicamente: perda de peso, fraqueza, mal estar, icterícia e manifestações de coagulopatias ↳ Utilizam TC, RM e USG ↳ Tipicamente o fígado está reduzido de volume de contornos nodulares, irregulares, heterogeneidade difusa do parênquima, com áreas de fibrose, hipertrofia do lobo caudado e do segmento lateral do lobo esquerdo e da atrofia do lobo direito, acentuação das fissuras hepáticas, alargamento hilar periportal e expansão da fossa da vesícula biliar ↳ Se for observado líquido lembrar ascite ↳ O principal diagnóstico diferencial é com a pseudocirrose, que consiste em áreas de retração e cicatrização, decorrentes do tratamento quimioterápico de neoplasia metastática, frequentemente relacionado com o câncer de mama. Fases tardias da esquistossomose também podem dar esse aspecto, mas é difícil. ↳ Complicações mais recentes: desenvolvimento do CHC e hipertensão portal com formação de varizes colaterais portossistêmicas, ascite e esplenomegalia. ● Esteatose hepática ↳ Acumulo de gordura nos hepatócitos ↳ Frequentemente associada à obesidade, abuso de álcool, diabetes, uso de corticoesteroides, quimioterapia, nutrição parenteral e desnutrição. ↳ Sua distribuição mais comum é a difusa, podendo ser focal e raramente multifocal. A focal geralmente ocorre em áreas específicas, como adjacente ao ligamento falciforme, anteriormente à veia porta e na fossa da vesícula biliar. A maioria dos indivíduos é assintomática, podendo haver hepatomegalia e aumento das enzimas hepáticas. ↳ A USG é geralmente o exame inicial podendo demonstrar hiperecogenicidade difusa do fígado em relação ao córtex real ou baço, perda da definição das veias hepáticas e do diafragma. Foto: Esteatose leve: hipercogenicidade; esteatose moderada: perda dos contornos posteriores do fígado. Esteatose acentuada: não conseguimos ver os vasos no fígado. ↳ A TC mostrahipoatenuação difusa ou focal do parênquima hepático na fase sem contraste ↳ Tanto a infiltração gordurosa focal como as áreas de parênquima preservado em meio à esteatose podem simular nódulos hepáticos, sendo a RM útil para o diagnóstico diferencial. Foto: Gordura na TC é mais hipodensa, então há uma esteatose difusa na imagem. ● Trauma hepático ↳ Pode resultar em lacerações, hematomas intraparenquimatosos e subcapsulares, lesões vasculares ou das vias biliares. ↳ Pode ser utilizada inicialmente no trauma abdominal, sendo muito útil na pesquisa de líquido livre intraperitoneal ↳ TC utilizada na identificação e quantificação da lesão ↳ Laceração: faixa hipodensa irregular, linear ou ramificada, acompanhando os vasos portais o na periferia da região. Não precisa decorar essa tabela, mas saber que existe. ↳ Trauma abdominal aberto: laparotomia exploratória ↳ Trauma abdominal fechado instável hemodinamicamente: laparotomia exploratória ↳ Trauma abdominal fechado estável hemodinamicamente: TC de abdome com contraste ↳ O hematoma intraparenquimatoso se mostra como uma área hipoatenuante mal definida parenquimatosa, algo arredondada, por vezes com área central hiperdensa (sangue coagulado) Foto: na primeira imagem observa-se a laceração hepática. ↳ O hematoma subcasular é espontaneamente hiperdenso na fase aguda, com forma biconvexa Foto: hematoma subscapular na direita e no baço Vesícula biliar e vias biliares ● Colelitíase: ↳ A grande maioria é assintomática, contudo pode ocorrer sintomas devido a complicações, como colecistite aguda, coledocolitíase, pancreatite, colangite, duodenite, íleo biliar, etc. ↳ O raio X convencional não é um bom método. ↳ Cálculos na vesícula: USG ↳ Achados: imagens hiperecogênicas com sombra acústica posterior, móveis com a mudança de posição do paciente. ↳ Existe a possibilidade de complicações futras e por isso é indicado a colecistectomia profilática. ↳ Lembrar que os cálculos menores são os de pior prognóstico, pois eles conseguem passar pelo colédoco. ↳ Para o diagnóstico de coledocolitíase (ele já migrou para o colédoco) a USG é variavelmente sensível, então a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) e a colangiorressonância magnética (conlangio-RM) são os métodos geralmente utilizados nesses casos. Foto: normal Foto: colangiorressonância magnética: coledocolitíase LEMBRAR DOS DUCTOS: ↳ A RM é a utilizada no diagnóstico de litíase intra- hepática. Foto: Imagem arredondada, hiperecoica, com sombra acústica posterior. Se você mobilizar, ela movimenta. Colelitíase. ● Colecistite aguda: ↳ Causa mais comum de dor no hipocôndrio direito ↳ A maioria é causada pela presença de cálculo obstrutivo no infundíblo ou no ducto cístico, acarretando na distensão da vesícula, inflamando-a. ↳ Clínica: dor no hipocôndrio direito, náuseas, vômitos, febre baixa e leucocitose ↳ Principal: USG ↳ Sinal de Murphy ultrassonográfico é um dos sinais mais específicos de colecistite aguda e consiste na compressão dolorosa sobre a vesícula biliar pelo aparelho. ↳ Outros achados: aumento das dimensões da vesícula, espessamento parietal difuso, líquido perivesicular e presença de cálculos. ↳ TC pode ser útil, geralmente na complicação, como um abscesso Foto: sempre que mostrar borramento de gordura na TC indica processo inflamatório. Portanto TC com contraste, fase arterial (indícios disso: aorta realçada e rim realçado mais na parte cortical do que na medular). O borramento é ficar um pouco mais branca que o normal. ● Colangiocarcinoma ↳ Neoplasia maligna das vias biliares ↳ Mais frequentemente: adenocarciona que se originam dos ductos intra ou extra-hepáticos ↳ Os intra-hepáticos podem ser periféricos ou hilares ↳ Podem ser exofíticos, infiltrativos, polipoides ou uma combinação desses ↳ Quando localizados na junção dos ductos hepáticos direito e esquerdo, recebe o nome de Tumor de Klatskin. Seu diagnóstico pode ser difícil e sua apresentação clínica está relacionada com icterícia obstrutiva ↳ O diagnóstico pelo USG pode ser difícil dependendo do tipo de tumor e da localização. ↳ Utilização da RM e da TC no diagnóstico e estadiamento. ↳ Achados: interrupção abrupta e dilatação das vias biliares, espessamento parietal do ducto biliar acometido, presença de lesão expansiva, geralmente infiltrativa ou polipoide e com realce tardio pós contraste. ↳ Atrofia focal do parênquima hepático também pode ser observada. ↳ O Colangiocarcinoma pode dar em qualquer lugar que tenha vias biliares, mas quando surge na confluência dos ductos hepáticos (região intra- hepática) é o mais frequente Tumor de Klatskin. é uma lesão completamente infiltrativa e é observada quando há uma interrupção abrupta da comunicação entre os ductos hepáticos direito e esquerdo. Pâncreas ● Pancreatite aguda ↳ TEM QUE SABER, pois é diagnóstico de urgência ↳ Suas principais causas são colelitíase e alcoolismo ↳ Clínica: dor abdominal intensa, inicialmente epigástrica e irradiada para o dorso, em faixa ou para todo o abdome, além de náuseas e vômitos. ↳ Dentre os exames laboratoriais: amilase (aumento mais precoce) e lipase (aumento mais tardio) ↳ USG: detecção de cálculos biliares e no segmento evolutivo de coleções e de pseudocistos. O pâncreas pode estar normal ou levemente aumentado e difusamente hipoecogênico ↳ Se o quadro estiver leve é muito difícil ver o pâncreas ↳ A TC é o principal exame para o estadiamento, embora seja muito ruim para detectar cálculos é bom para avaliar o pâncreas e as complicações associadas como isquemia, necrose, trombose da veia mesentérica superior ou esplênica, pseudoaneurisma ↳ A TC revela pâncreas com dimensões aumentadas, hipoecóico, densidade (borramento) da gordura peripancreática, podendo haver coleções líquidas peripancreáticas, área focal ou difusa hipodensa e eventais complicações vasculares. A ↘ Normal B ↘ Aumento focal ou difuso do pâncreas C ↘ Borramento da gordura D ↘ Coleção líquida E Duas ou mais coleções ● Pancreatite crônica ↳ As causas mais comuns são etilismo crônico e colelitíase. ↳ Clínica: dor epigástrica, perda de peso e sinais de deficiência pancreática endócrina ou exócrina. ↳ Com destruição progressiva da glândula, a dor pode desaparecer após alguns anos ↳ Podem ocorrer exacerbações agudas ↳ Achados mais comuns: dilatação irregular do ducto pancreático principal e dos ductos secundários, com pequenas alterações císticas, calcificações parenquimatosas e ductais difusas e falhas de enchimento ductais ↳ Com o passar do tempo pode ocorrer atrofia da glândula Foto: Pâncreas atrófico com muita calcificação: pancreatite crônica Imagem: Fase Arterial ● Adenocarcinoma do pâncreas ↳ Neoplasia de cabeça de pâncreas ↳ Prognóstico ruim ↳ Quando o tumor acomete a cabeça pancreática, a sintomatologia é mais precoce do que quando envolve a calda. Isso ocorre devido a obstrução sintomática dos ductos biliopancreáticos ↳ A apresentação clínica é variável, podendo cursar com icterícia obstrutiva, emagrecimento, dor e anorexia ↳ Os exames podem revelar elevação das bilirrubinas e do CA ↳ O TC é o melhor método, pois fornece informações sobre invasão vascular, presença de metástases em linfonodos e distâncias (estadiamento). Porém possui baixa sensibilidade para tumores menores que 2 cm ↳ A TC com contraste mostra lesão focal hipodensa, hipovascular, de limites pouco definidos, associada à dilatação do ducto pancreático principal e das vias biliares ↳ Frequentemente a obstrução do ducto pancreático principal causa atrofia do restante do parênquima. Ocasionalmente nenhuma lesão é identificada, mas a dilatação ductal pancreática é observada. ↳ A Rm também é muito útil para diagnóstico e estadiamento. ● Lesões císticas do pâncreas ↳ Temque ter cuidado com cisto no pâncreas, porque várias manifestações de tumores no pâncreas são cistos, por isso utiliza-se o termo “lesão unilocular” para “cisto simples”, porque no pâncreas pode não ser simples, pode ser um tumor. ↳ Compreendem principalmente os pseudocistos inflamatórios que ocorrem quando ele teve pancreatite aguda ou crônica e as neoplasias císticas, como cistoadenoma seroso, etc. ↳ Utilizar TC multislice ↳ A diferenciação entre pseudocistos e outras lesões é importante para o tratamento. ↳ O diagnóstico pré-operatório é difícil, embora seja possível quando a lesão apresenta características radiológicas típicas ↳ A caracterização das lesões pela TC e RM pode ser difícil ↳ Utilizar USG endoscópica (ecoendoscopia) para determinar a terapêutica das lesões císticas pancreáticas, fornecendo dados sobre morfologia destas lesões e possibilitanto, por meio da punção guiada em tempo real, a coleta dos materiais para avaliação citológica e dos marcadores tumorais. ↳ Geralmente as lesões císticas no pâncreas são benignas. Mas como as lesões císticas no pâncreas podem estar relacionadas com neoplasias, considerar neoplasia até que se prove ao contrário. Portanto, qualquer lesão complexa no pâncreas é necessário fazer biópsia. Caso seja uma lesão simples/uniloculada no pâncreas também suspeita-se de neoplasia. Baço ● Infarto esplênico ↳ As manifestações clínicas geralmente são de dor abdominal no hipocôndrio esquerdo, dor torácica pleurítica, dor nas costas, febre, calafrios e sintomas gerais. ↳ Uso de TC ↳ Aspecto: área hipodensa cuneiforme (defeito de perfusão), geralmente periférica e com preservação do realce da cápsula esplênica. Tardiamente a área que está infartada pode calcificar ou retrair (retração capsular). É uma lesão em cunha. OBS: A irrigação do baço é sempre do hilo para a periferia. Infarto: forma uma área cuneiforme que não se enche pelo contraste. ● Trauma esplênico ↳ O baço é o órgão abdominal mais frequentemente acometido no trauma abdominal fechado. ↳ USG é bastante útil na pesquisa de líquido livre no peritônio ↳ TC em pacientes hemodinamicamente estáveis para avaliação do baço ↳ Achados: hematomas subcapsulares, hematomas intraparenquimatosos, lacerações, fraturas, lesões do pedículo vascular e “explosão” esplênica ↳ A presença de hemoperitônio, fluido periesplênica e coágulos apresenta elevada associação à lesão esplênica Foto: Laceração esplênica; área hipoperfundida cuneiforme Trato gastrointestinal ● Apendicite aguta: ↳ Causa mais comum de cirurgia abdominal ↳ Geralmente associada à obstrução intraluminal por fecalito ou outro fator obstrutivo, seguida de distensão do apêndice e de inflamação ↳ Apresentação clínica variável, classicamente cursando com dor periumbilical mal localizada segida de náuseas, vômitos e com subsequente migração da dor para a fossa ilíaca direita. ↳ Achados laboratoriais: proteína C reativa e leucocitose ↳ Tanto USG quanto TC ajudam no diagnóstico ↳ USG: crianças, gestantes e mulheres jovens para não utilizar a radiação. ↳ TC pode ser utilizada como exame inicial em casos duvidosos ou para avaliação mais detalhada de eventuais complicações ↳ Quando o apêndice estiver por trás do ceco pedir TC. Em paciente obeso pedir TC também. ↳ Achados de imagem: Distensão líquida do apêndice cecal (calibre>0,6cm); Espessamento parietal (e realce pós-contraste no caso da TC); Presença de apendicolito; Borramento da gordura periapendicular; Coleções líquidas intraperitoneais; sinais de perfuração. ● Diverticulite aguda ↳ Resulta da obstrução do colo do divertículo e consequentemente inflamação. O segmento mais acometido é o sigmódie. ↳ Os sintomas geralmente são inespecíficos e incluem dor abdominal frequentemente na fossa ilíaca esquerda, febre, massa abdominal, náuseas, diarreia e constipação ↳ Lembrar: borramento da gordura: inflamação ↳ A TC é melhor para diverculite aguda. É útil no estadiamento e pode identificar complicações, como perfurações, formação de abscessos, fístulas e obstrução intestinal. ↳ A TC revela presença de divertículos, espessamento parietal segmentar, borramento da gordura pericólica, podendo haver gás extraluminal, fístulas e coleções líquidas pericólicas. ● Obstrução intestinal ↳ Condição comum, com base na clínica e achados radiológicos ↳ Pode ser mecânica ou funcional ↳ Deve determinar a localização e a causa e a presença ou ausência de estrangulamento intestinal para assegurar o tratamento adequado ↳ Principais causas: aderências, hérnias de parede abdominal, doença de Crohn e tumores ↳ Intussuscepção é uma casa comum de obstrução intestinal em crianças ↳ Na obstrução do intestino grosso as causas mais frequentes são carcinoma, diverticulite e volvo ↳ Raio X: releva alças intestinais dilatadas, com formação de níveis hidroaéreos, localizados centralmente e com o aspecto de “empilhamento de moedas” ↳ Pode ser útil na detecção do volvo do ceco ou sigmoide ↳ A TC mostrou ser o método mais eficaz para identificar a causa da obstrução ↳ Principais achados na TC: dilatação de alças intestinais com níveis hidroaéreos no seu interior e demonstração de zona de transição entre o segmento intestinal dilatado e o normal ou presença de torção dos vasos mesentérios. Os sinais de malignidade são presença de lesão expansiva, linfonodomegalias e transição abrupta com espessamento parietal irregular. Foto: todas as alças estão dilatadas ● Doenças inflamatórias intestinais ↳ Doença de Crohn e retocolite ulcerativa idiopática são as formas mais comuns ↳ Doença de Crohn: pode haver envolvimento de qualquer segmento do TGI, embora a localização predileta seja o íleo terminal. O envolvimento intestinal é segmentar e descontínuo (lesões salteadas) ↳ A colite ulcerativa envolve exclusivamente o cólon, geralmente com progressão contínua de distal para proximal ↳ Os diagnósticos baseiam-se na clínica, radiologia, endoscopia e anatomopatologias características. ↳ Doença de Crohn é avaliada inicialmente por meio do trânsito intestinal e as alterações mais frequentemente encontradas são o espessamento e distorção das pregas intestinais, modularidade da mucosa conferindo o aspecto clássico de “calçamento de pedras” pouco visto na clínica. Nas fases mais avançadas da doença o intestino apresenta-se como um tubo rígido, estreitado, dando origem ao sinal da corda (filete de bário passando pela estenose) ↳ A TC e a RM também são úteis ao diagnóstico, principalmente na avaliação da parede intestinal, da extensão transmural e extraintestinal da doença, incluindo alterações na gordura visceral, linfonodos e na vascularização mesentérica ● Adenocarcinoma de cólon ↳ Câncer de cólon retal é uma das neoplasias malignas mais frequentes no ocidente. ↳ Principais sintomas: alteração do hábito intestinal, diarreia ou constipação, enterorragia, dor abdominal e eventualmente massa retal tocável ↳ Mensuração do antígeno carcino-embrionário (CEA) possui importância apenas prognóstica ↳ Diagnóstico geralmente é feito por biópsia ↳ Enema opaco com duplo contraste pode demonstrar a clássifca imagem de maçã mordida ou anel de guardanapo resultante da falha de enchimento irregular, concêntrica e estenosante causada pelo tumor. ↳ TC é útil no planejamento cirúrgico, pois é capaz de demonstrar a extensão regional do tumor, linfonodomegalias e metástases à distância ↳ Tipicamente apresenta-se como lesão expansiva com atenuação de partes moles, determinando estreitamento luminal. ↳ Pode manifestar-se como espessamento parietal, segmentar ou com estenose luminal ↳ As complicações são obstrução, perfuração e formação de fístulas ↳ O sítio mais comum de metástase é o fígado, seguido de pulmões, das suprarrenais e dos ossos.
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