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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO 65 UNIMES VIRTUAL Aula: 14 Temática: Teorias X e Y de McGregor Douglas MacGregor, que ampliou os conceitos sobre a influ- ência do administrador sobre os indivíduos que trabalham nas organizações, considerando que toda administração bem sucedida depende da capacidade de se controlar o comportamento humano, desenvolveu as Teorias X e Y. Vamos conhecê-las? Douglas McGregor ficou conhecido pela sua obra “O lado humano da or- ganização”. Afirma que toda decisão administrativa tem conseqüências sobre o comportamento do indivíduo e que a administração bem sucedida depende bastante da capacidade de se predizer e controlar o comporta- mento humano. McGregor estabelece uma hipótese significativa ao fazer uma abordagem analítica das teorias clássicas e humanistas, ao passo de poder sintetizar aspectos comparativos destas teorias e comprovar sua idéia de boa ad- ministração. McGregor pressupõe que o bom administrador dever conduzir sua organi- zação entre os dois pólos teóricos, que denominou X para o conjunto de aspectos e princípios da teoria clássica e Y para o conjunto de aspectos e princípios da teoria humanista. Assim, enumera os seguintes aspectos relevantes das duas teorias: X e Y Teoria X Teoria Y São preguiçosos e não gostam de trabalhar. Indivíduos comuns Gostam de trabalhar em condições favoráveis. Não assumem, prefe- rem ser orientados. responsabilidade Aceitam para realizar os objetivos da organização. Não tem. Não resol- vem problemas da or- ganização. Capacidade criativa Tem bem distribuída para a resolução de problemas. Ocorrem apenas nos níveis fisiológico e de segurança. Níveis hierárquicos de motivação Ocorrem nos níveis sociais, estima e auto-realização. Na tarefa, no controle para a produção. Foco Participação, criatividade e desenvolvimento de idéias. TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO66 UNIMES VIRTUAL McGregor define que a Teoria X está relacionada com atividades mecani- cistas, de alta produtividade e de interesse essencialmente aos proprie- tários e acionistas da organização, ao passo que a Teoria Y está associa- da aos benefícios e expectativas que os trabalhadores esperam pela sua contribuição com a formação do capital e a lucratividade obtida pelo seu esforço. Teoria X Foco nos acionistas Teoria Y Foco nos funcionários Retorno do Investimento objetivo Recompensa salarial Maximização da produção estratégia Maximização dos benefícios Coerção, autoritarismo Poder de negociação Sindicatos e grupos informais Capital Base de renda Trabalho Desta forma, McGregor conclui que o administrador inteligente deve con- duzir a organização entre os aspectos da Teoria X (foco nos acionistas) e na Teoria Y (foco nos funcionários), de modo que quando há a necessidade de geração de maior lucratividade para contentar os acionistas, o adminis- trador deve influenciar o comportamento dos funcionários, que satisfeitos os acionistas, os funcionários poderiam ser premiados com alguns benefí- cios, os quais seriam previamente negociados pelo administrador com os acionistas. Teoria dos dois fatores de Frederick Herzberg Herzberg propõe que o ambiente organizacional é composto por fatores intrínsecos, que se relacionam ao conteúdo do trabalho, e fatores extrínse- cos, que se relacionam ao aspecto das condições do trabalho. Como já foi observado, o ambiente de trabalho provoca influência no com- portamento das pessoas e estas respondem positivamente, de forma neu- tra ou negativamente, de acordo com a sua percepção. Em pesquisa efetuada com pessoas que ocupavam cargos mais elevados, como gerentes, contadores, assistentes, etc., Herzberg pôde identificar níveis de satisfação e de insatisfação no ambiente de trabalho, os quais foram classificados em dois fatores: 1) Fatores motivacionais ou intrínsecos; e 2) Fatores higiênicos ou extrínsecos. TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO 67 UNIMES VIRTUAL Para Herzberg, as condições de trabalho e o conteúdo do trabalho diferen- ciam a percepção das pessoas no que diz respeito à sensação de satisfa- ção e não satisfação; de insatisfação e não insatisfação. Fatores Motivacionais ou intrínsecos: correspondem ao conteúdo do trabalho em si, isto é, as principais atuações do funcionário no seu coti- diano profissional, a sua atividade técnica, a sua produção e sua ocupação que mantém sua capacidade de pensar, agir e criar em constante movi- mentação. Referem-se ainda, ao sentido de realização de algo importante ou a contribuição para que isto se realize; o sentimento de orgulho decor- rente de sua profissão, a possibilidade de crescimento e o exercício da responsabilidade. Desafios e novas proposituras de ações tornam o indivíduo essencialmen- te motivado para sua consecução e quebram a monotonia de rotinas re- petitivas. Portanto, os fatores motivacionais provocam satisfação nas pessoas e servem como motor para que estas continuem suas trajetórias de cres- cimento. Por outro lado, o indivíduo está envolto por vários aspectos que criam as condições de trabalho, como estrutura, tecnologia, meios de comu- nicação, pessoas, orçamento, salário, incentivos financeiros e prêmios, além do próprio ambiente de trabalho que se refere à parte de iluminação, temperatura, ruídos, limpeza, dentre outros. A este conjunto de aspectos Herzberg indica como sendo fatores higiênicos ou extrínsecos. Estes fatores estão relacionados com o ambiente de trabalho e sua prin- cipal influência é com o próprio ambiente de trabalho, por exemplo: uma sala clara, bem iluminada e perfeitamente arrumada é o que o trabalhador espera ao iniciar sua jornada de trabalho. Encontradas estas condições, o trabalhador provavelmente nem notará que sua sala está impecável, ou seja, não modificou seu nível de satisfação, porém, se ao entrar na sala e ao acender a luz verificar que a mesma se encontra queimada, ficará insa- tisfeito e procurará sanar o problema para modificar seu comportamento. Continuando, ao ser reparado o problema e a iluminação estar novamente adequada, provavelmente isto não causará uma satisfação no funcionário, apenas uma não insatisfação. Desta forma, Herzberg propõe que os fatores higiênicos não motivam as pessoas e apenas as tornam não insatisfeitas. Você deve estar questionando agora que então o salário percebido pelo empregado não o motiva para o trabalho? TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO68 UNIMES VIRTUAL Exatamente. Conforme podemos concluir, o salário que uma pessoa re- cebe faz parte das condições contratuais para o trabalho e durante o mês o trabalhador utiliza o salário para seus compromissos pessoais, o que determina para a maior parte dos assalariados chegar ao final do mês sem renda. Vamos supor que sua empresa lhe dê um aumento de 10% que é muito significativo em situações econômicas de baixa inflação. Num pri- meiro momento, este trabalhador vai ficar muito feliz pelo reconhecimento, porém, irá perceber depois de dois ou três meses que continua na mesma situação anterior ao aumento, isto é, chegar ao final do mês sem renda. Agora, pense na situação oposta. Uma pessoa faz diversas horas extras para complementar sua renda mensal para adequá-la aos seus gastos e, em um determinado momento, recebe a informação que a sua empresa não irá mais permitir o trabalho extraordinário, ou este será incorporado em um banco de horas que serão compensadas em meses de baixa pro- dutividade. Esta informação trará uma insatisfação muito grande para o empregado, pois sabe que diminuindo 10% de sua renda, os seus gastos terão que ser reduzidos e seu padrão de vida também será diminuído. Portanto, o salário como fator higiênico se encontra no intervalo entre a não insatisfação, quando está adequado às expectativas e de insatisfação, quando não está adequado às expectativas. Concluindo, segundo Herzberg os fatores motivacionais proporcionam o intervalo de satisfação e não satisfação e os fatores higiênicos o intervalo de não insatisfação e de insatisfação. Além das teorias deMcGregor, você viu nesta aula a Te- oria dos dois Fatores de Frederick Herzberg: Fatores Moti- vacionais e Higiênicos. Para ele, o ambiente organizacional é composto por fatores intrínsecos, que se relacionam com o conteúdo do trabalho, e fatores extrínsecos que se relacionam com o aspecto das condições do trabalho. Com isso, encerramos mais uma Unidade. 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