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Centro Cirúrgico (1)

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10
 
 
​CURSO PROGRESSÃO (SEF)
 
Prof. Alessandra Januário
​
O CENTRO CIRÚRGICO (CC).
É o conjunto de elementos destinados a atividade cirúrgica, desde a recepção operatória até a fase pós-operatória. Deve ser independente da circulação
geral, porém de fácil acesso a clientes vindos das unidades de emergência, CTI e clínicas cirúrgicas.
 
Planta física.
Sua planta física é composta basicamente das seguintes estruturas:
• Área Limpa: onde são armazenados os materiais esterilizados / desinfetados da Central de Materiais esterilizados da unidade. Estes materiais são
embalados e acondicionados nesta sala para uso posterior.
• Arsenal: neste setor são armazenados os equipamentos de alto valor do Centro Cirúrgico, como próteses. É de acesso restrito.
• Expurgo: também conhecido por área suja. Neste setor são armazenados os equipamentos contaminados para posterior desinfecção / esterilização,
bem como são desprezados materiais biológicos.
• Guarda de mobiliário: nesta sala é armazenado o mobiliário do centro cirúrgico. Estes equipamentos serão posicionados na sala de operação conforme
sua necessidade.
• Lavabo: área onde ocorre o preparo da equipe cirúrgica atuante na cirurgia. É neste local em que o cirurgião procede a sua escovação.
• Posto de enfermagem: neste é setor em que a equipe de enfermagem permanece, oferecendo suporte as cirurgias. Os prontuários vindos das clínicas
também permanecem nesta área. Todo o gerenciamento do CC é feito pelo enfermeiro.
• Sala(s) de operação: nesta área ocorre a cirurgia propriamente dita.
• Secretaria: área em que são efetuadas a admissão / alta do setor, devendo ser de fácil acesso a clientela.
• URPA: denominada Unidade de Recuperação Pós-Anestésica. Após a cirurgia o cliente é encaminhado para este setor onde poderá permanecer até 4 a
6 horas. O seu objetivo é a monitoração do cliente até a recuperação da anestesia, a fim de identificar / tratar possíveis complicações pós-cirúrgicas.
• Vestiários: onde ocorre o preparo do profissional antes da entrada no CC. Todos devem se paramentar antes de entrar no Centro Cirúrgico, a fim de
reduzir as IH’s.
 
Divisão do Centro Cirúrgico
Restrita – áreas que apresentam limites definidos para circulação de pessoal, equipamentos e materiais. São usadas roupas cirúrgicas, sapatilhas, gorros
e mascaras.
Ex: sala de cirurgia, lavabo, corredor interno
 
Semi-restrita – áreas que possibilitam a circulação tanto do pessoal como de equipamentos, de maneira a não interferir nas rotinas de controle e
manutenção da assepsia medico-cirurgica. Somente se permite o uso de roupas cirúrgicas e gorros.
Ex: sala de guarda de material, expurgo, administrativa.
 
Não restrita – área de circulação livre na unidade, como os vestiários, corredor de entrada de pessoal e paciente. Onde se permite o uso de roupas
comuns.
 
Devem apresentar dispositivos de filtração especial do ar para depurar partículas contaminantes, poeiras e poluentes, devendo ser controlados
temperatura, umidade e padrões de fluxo de ar.
 
Roupas: Devem ser de uso único para o ambiente cirúrgico e quando molhadas e sujas devem ser trocadas. Incluem vestidos de algodão bem adaptados,
pijamas, macacões e aventais. Os punhos elásticos nas mangas e nas pernas das calças impedem que os microorganismos desprendidos do períneo,
pernas e braços sejam liberados no ambiente imediato.
 
Máscaras: devem ser usadas em todo momento em áreas restritas. Devem cobrir todo o nariz e a boca e não devem interferir com a visão, fala e
respiração, devendo ser ajustadas para evitar ventilação nas laterais. A máscara deve ficar na face ou fora dela, nunca amarrada no pescoço.
 
Gorro: Deve cobrir por completo os cabelos, inclusive a barba.
 
Sapatilhas: São usadas uma só vez e retiradas ao sair da área restrita. Deverão ser trocadas sempre que fiquem molhadas, rasgadas ou sujas.
 
Unhas artificiais: proibidas o uso por alojarem microorganismos
 
Princípios de Assepsia Cirúrgica
 
Todo suprimento cirúrgico, como instrumentos, suturas, agulhas, luvas, campos e soluções que entram em contato com a ferida cirúrgica devem ser
esterilizados. A assepsia cirúrgica previne contra infecção dos sítios cirúrgicos.
 
Medidas de assepsia cirúrgica e controle ambientais:
 
- ​Escovação das mãos e antebraços com sabão anti-séptico (medida sendo avaliada); tem por objetivo promover a eliminação da flora transitória
residente e, ainda, o retardamento da recolonização da flora residente pelo efeito residual. Estas substâncias, como degermantes e anti-sépticas, devem
agir rapidamente, ter efeito residual e não ser irritantes para a pele. No Brasil, as soluções degermantes anti-sépticas usadas para degermação das mãos
são: solução detergente de polivinil-pirrolidona – iodo a 10% (PVPI) com 1% de iodo ativo (possui 4 horas de ação residual); solução de detergente de
clorexidina a 4%, contendo 4% de álcool etílico (possui ação residual de 6-8 horas), no caso de alergia ao iodo.
 
- ​Cabelos e cabeça cobertos com gorro;
- ​Máscara sobre nariz e boca;
- ​Utilizar capotes e luvas esterilizadas. Os capotes da equipe cirúrgica são considerados estéreis na frente do tórax até o nível do campo
esterilizado. As mangas são consideradas esterilizadas a partir de 5 cm do cotovelo até a borda elástica;
- ​Depois de uma embalagem aberta as bordas são consideradas não estéreis;
- ​Pele do paciente deve ser limpa, recebendo a aplicação de um agente antimicrobiano;
- ​Remoção do pêlo imediatamente antes do procedimento para minimizar os riscos de infecção;
- ​Cobrir o corpo do paciente com campos esterilizados, que devem colocados o mais próximo possível da sua utilização;
- ​Todo material em contato com a ferida cirúrgica deve se manter esterilizado.
- ​Fluxo de ar laminar é desejado para cirurgias com mais possibilidade de infecção como a de transplante de órgãos
- ​Restringir movimentos e pessoas na sala de cirurgia.
 
Limpeza da SO
Com a recente questão sobre os riscos de transmissão ocupacional de infecção (principalmente por HIV e HBV) pelo sangue e outros fluídos orgânicos e as
subseqüentes precauções universais e padrão, a concepção de limpeza de SO precisou ser revista. Nas atuais condições, a priori todos os clientes podem
ser considerados contaminados e em decorrência toas as cirurgias podem ser consideradas contaminadas e não só aquelas realizadas em tecidos
contaminados ou em clientes portadores de infecções por vários tipos. Sabidamente estas possíveis contaminações/infecções são predominantemente
transmitidas por contato. Neste sentido, a programação das cirurgias iniciando-se das mais limpas a mais sujas não representa uma condição
extremamente necessária, desde que as medidas de precaução por contato sejam tomadas.
 
A limpeza criteriosa ou terminal da SO ocorre somente ao término da cirurgia, portanto ela se mostra inócua no que se refere ao controle de infecção por
liberação de microorganismos no ar pelo pessoal e outras fontes, assim como o respingamento de secreções e sangue dos clientes. A maioria das
contaminações do sítio cirúrgico ocorre na SO durante a cirurgia ou nas 1ªs 24 horas após, quando o cliente se torna mais exposto pela própria abertura da
incisão e pelos outros procedimentos invasivos e imunossupressivos. É durante a cirurgia que deve ocorrer o controle da infecção, o qual se volta
principalmente para o controle do ar ambiente e dos procedimentos.
A ênfase deve ser dada na limpeza criteriosa através da remoção mecânica e no momento principalmente que a sujidade ocorre, como por exemplo em
caso de respingamento de sangue e fluídos orgânicos durante a cirurgia.
 
Limpeza do Centro Cirúrgico é dividida em 4 fases:
 
1 – Limpeza Preparatória: Limpeza realizada quase antes do início das cirurgias programadas do dia. Tem por objetivo a remoção de poeiras que se
depositam nas superfícies horizontais dos móveis e equipamentos durante o período noturno e após a limpeza terminal do dia anterior. Usa-se um pano
seco e limpo com solução antisséptica, de preferência o álcool.
 
2 – Limpeza Operatória:Limpeza realizada durante o procedimento cirúrgico, com intuito de controlar a transmissão de microorganismos pelo ar ambiente
e por contato direto ou indireto. Deve se remover a matéria orgânica que por ventura espalhou-se além do campo operatório, seja diretamente nas
superfícies, seja por compressas ou outros artigos sujos.
 
3 – Limpeza Concorrente: Limpeza que é realizada ao término de cada cirurgia. Envolve a limpeza de superfícies, móveis e equipamentos, piso e
remontagem da SO para o próximo evento. Lembrar que todo procedimento cirúrgico hoje é considerado contaminado. Limpeza do chão com água e
sabão, podendo ser usado desinfetante após.
 
4 – Limpeza Terminal: Limpeza realizada após a última cirurgia programada do dia, sendo mais completa que a limpeza concorrente. Inclui limpeza dos
lavabos, paredes, portas, maçanetas, grades de ar condicionado, etc.
 
Equipamentos da sala de operações.
A sala deve ser composta pelo mínimo de mobiliário possível, a fim de evitar contaminações no local. Desta forma, divide-se os mobiliários quanto:
• Fixos – Não podem ser retirados da sala cirúrgica por estarem presos ao chão ou parede ou teto. Ex: foco central, sistema de canalização de ar e gases,
prateleiras.
• Móveis – Materiais que podem sair da sala e, ao serem retirados, facilitam a limpeza do ambiente. Ex: mesa cirúrgica, mesa de mayo, material de
aspiração, bisturi elétrico, foco auxiliares, etc.
 
Composição da equipe.
Define-se por equipe cirúrgica o conjunto de profissionais que prestam assistências integradas e dinâmicas, sistemáticas e globalizadas ao cliente durante
sua permanência no centro cirúrgico.
 
- Paciente: Devido aos temores e ao estresse a respeito da cirurgia, a ansiedade aumenta, o que pode levar ao aumento da quantidade de anestésicos,
nível de dor pós-operatória e tempo de recuperação.
- Considerações gerontológicas: Pacientes idosos tem mais riscos anestésicos-cirúrgicos, devido principalmente as alterações cardiovasculares (débito
cardíaco diminuído) e pulmonares relacionados com a idade. Necessita de menor quantidade de anestésico devido à diminuição da capacidade de
excreção, menor capacidade de metabolização pelo fígado e maior capacidade de absorção que o anestésico possui pelo tecido adiposo, aumentado com
a idade. Além disso, a desnutrição observada em muitos clientes idosa pode levar aos anestésicos a permanecerem livres ou não-ligados, devido a
ausência de proteína plasmática, o que potencializa o efeito dos anestésicos. Observa-se ainda a suscetibilidade a hipotermia (mecanismos
termorreguladores prejudicados), perda óssea (cuidado na manipulação e posicionamento).
• Cirurgião + Cirurgião Auxiliar: Lidera a equipe de cirurgia, fazem a própria assepsia e a do paciente e realiza o procedimento cirúrgico.
• Anestesista – adm o agente anestésico e monitora o estado físico do pct durante toda a cirurgia
• Enfermeiro: Tem como responsabilidade o fornecimento da segurança e o bem-estar do cliente, coordenação da sala de cirurgia e realização de atividade
de circulante e instrumentador. Monitoram os fatores que podem provocar lesão, como posição do paciente, funcionamento errôneo do equipamento e
perigos ambientais, reduzindo os riscos operatórios
• Circulante de Sala: (aux. Enf.) - monitora práticas assépticas, coordena movimento do pessoal de sala de cirurgia e o funcionamento seguro dos
equipamentos e instrumentos, documenta atividades específicas durante toda a cirurgia, previne complicações durante todo o procedimento. Auxilia no
posicionamento do pct, na preparação da pele, no gerenciamento das amostras cirúrgicas.
• Instrumentador cirúrgico: Preparação de mesas cirúrgicas e equipamentos, instrumentação, auxilia o cirurgião e seus assistentes. É responsável pela
contagem de compressas, instrumentais e agulhas para que não permaneçam como corpo estranho no cliente. 
 
Mapa Cirúrgico.
​É um mapa confeccionado com um dia de antecedência que contém todas as cirurgias marcadas, o nome completo dos pacientes, o
nome do cirurgião, o tipo de cirurgia, a sala que será utilizada e algumas observações. Este mapa é feito pelo enfermeiro do centro cirúrgico, devendo,
obrigatoriamente, ser seguido, a não ser em casos de emergência, urgência e cancelamentos.
 
 
Classificação das cirurgias.
Quanto ao momento operatório
Classificação Definição Indicações Exemplos
Emergência
Onde o cliente
requer atenção
imediata (RISCO
DE VIDA)
Não pode adiar Hemorragias,PAF/PAB, etc.
Urgência Cliente requerpronta atenção Até 24 - 30 horas Litíase, apendicite
Necessário Cliente precisaser operado
Planejar dentro de
algumas semanas
ou meses
Hiperplasia de
próstata s/
obstrução, catarata
Eletiva Cliente deve seroperado
A falha em fazer a
cirurgia não é
catastrófica
Reparo de
cicatrizes,
herniações simples,
cirurgia de varizes,
etc.
Opcional Cabe ao cliente adecisão
Preferência
pessoal Cirurgia estética.
 
Quanto à finalidade cirúrgica
Classificação Definição Exemplos
Paliativa Visa melhorar as condições devida do paciente. CA terminal
Radical Retirada parcial ou total de umórgão lesado.
Histerectomia,
apendicectomia
Plástica /
Reconstrutora: Finalidade estética ou corretiva.
Mamoplastia,
blefaroplastia
Diagnóstica Visa determinar a doençasuspeitada. Biópsia
Curativa: Qd objetiva debelar a doença e devolver a saúde ao cliente. Acaba se confundindo com a radical.
Reparadora: reparação de múltiplas feridas.
 
Quanto à finalidade cirúrgica
Classificação Definição Exemplos
Limpa Tecido estéril ou de fácildescontaminação.
Neurocirurgias,
cardíacas
Potencialmente
Contaminada
Realizadas em tecido com flora
bacteriana pouco numerosa ou de
difícil descontaminação, porém
livre de processo infeccioso.
Cirurgias gástricas e
histerectomia.
Contaminada Presença de flora bacterianaabundante
Desbridamento,
cirurgias de colon
Infectada Processo infeccioso e corposestranhos.
Apendicectomia
supurada, tecidos
necróticos, cirurgias
de reto e anus com
pus.
 
Potencial de contaminação da incisão cirúrgica de acordo com portaria 2616 (MS)
 
​As infecções pós-operatórias devem ser analisadas conforme o potencial de contaminação da ferida cirúrgica, entendido como o número de
microorganismos presentes no tecido a ser operado. A classificação das cirurgias deverá ser feita no final do ato cirúrgico.
 
a) Operações Limpas
São aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório local ou falhas técnicas
grosseiras, cirurgias eletivas atraumáticas com cicatrização de primeira intenção e sem drenagem. Cirurgias em que não ocorrem penetrações nos tratos
digestivo, respiratório ou urinário.
 
b) Operações Potencialmente Contaminadas
São aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana pouco numerosa ou em tecido de difícil descontaminação, na ausência do processo
infeccioso e inflamatório e com falhas técnicas discretas no trans-operatório. Cirurgias limpas com drenagem, se enquadram nesta categoria. Ocorre
penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação significativa.
 
c) Operações Contaminadas
São aquelas realizadas em tecidos traumatizados recentemente e abertos, colonizados por flora bacteriana abundante cuja descontaminação seja difícil ou
impossível, bem como todas aquelas em que tenham ocorrido falhas técnicas grosseiras, na ausência de supuração local. Presença de inflamação aguda
na incisão e cicatrização de segunda intenção, grande contaminação a partir do tubo digestivo, obstrução biliar ou urinária.
 
d) Operações Infectadas
São todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão, em presença de processo infeccioso (supuração local), tecido necrótico,
corpos estranhos e ferida de origem suja.
 
Medicação Pré-anestésica
 
A medicação pré-anestésica (MPA) consiste na administração de uma série de medicamentos, antes da anestesia com finalidade de tornar o ato cirúrgico
mais agradável para o paciente pela indução de sedação física e psíquica,e de assegurar condições mais favoráveis para o trabalho do anestesiologista.
 
As finalidades da MPA são as seguintes:
 
1. redução da ansiedade
2. sedação
3. amnésia
4. analgesia
5. redução das secreções das vias aéreas
6. prevenção de respostas a reflexos autonômicos, redução do volume do conteúdo gástrico e aumento pH.
7. efeito antiemético
8. redução das necessidades de anestésicos
9. facilitação de indução suave da anestesia
10. profilaxia de reações alérgicas
 
 
Métodos de administração de anestesia:
 
​Inalação: anestésicos voláteis e gases anestésicos; podem ser inalados por máscara laríngea ou tubo oro/nasotraqueal. Todos são administrados
com oxigênio. O mais comum é o oxido nitroso.
 
​Intravenosa: pode ser produzida por injeção intravenosa de substâncias como barbitúricos, benzodiazepínicos, hipnóticos não-barbitúricos,
agentes dissociativos e agentes opióides.
Podem ser administrados em combinação a agentes inalatórios ou utilizados isoladamente.
Uma vantagem da anestesia IV é que o início da anestesia é agradável; não existe a sensação de zumbido, rugido, tonteira .
Uma desvantagem de um anestésico IV, como o tiopental, é o seu poderoso efeito depressor respiratório.
 
Infiltração (local, regional)
​A anestesia por infiltração consiste na injeção de uma solução que contém anestésico local nos tecidos através dos quais deve passar a incisão.
Os anestésicos locais, em contato com a fibra nervosa, interrompem transitoriamente o influxo nervoso, seja neurovegetativo, sensitivo ou motor.
 
Epidural
​Injeta-se um anestésico local no espaço epidural que circunda a dura mater da medula espinhal.
​As doses epidurais são muito mais altas que a espinhal, porque o anestésico epidural não entra em contato direto com a medula e as raízes
nervosas.
 
Espinhal ou Raquianestesia: Injeção intratecal, diretamente no líquor do espaço lombar. Esta anestesia envolve a injeção através da duramater dentro do
espaço subaracnóide que circunda a medula, no nível lombar, usualmente entre L4 e L5. Produz anestesia dos membros inferiores, períneo e parte inferior
do abdome.
Pct geralmente deita em decúbito lateral na posição genupeitoral.
​A técnica estéril e logo que a agulha é efetuada, o pct e posicionado em decúbito dorsal.
​O anestésico introduzido no espaço subaracnóideo irá sofrer, inicialmente, uma diluição pelo líquor durante os primeiros minutos. Logo após
difunde-se devido ao movimento molecular do anestésico; ao mesmo tempo em que ocorre a difusão do anestésico no líquor, passa a se fixar aos nervos,
onde irá exercer sua ação, bloqueando a condução elétrica dos mesmos.
​Pode provocar também depressão respiratória, cefaléia pós-punção (dor com localização bifrontal e occipital), distúrbios dos nervos cranianos
(dificuldades auditivas e oculares) paralisia da bexiga e do reto, neuropatia periférica. Náuseas, vômito e dor podem ocorrer durante a cirurgia quando se
utiliza anestesia espinhal.
​A cefaléia pode ser um efeito pós-administração. Vários fatores estão relacionados com a incidência de cefaléia: o tamanho da agulha utilizada, o
extravasamento de líquido do espaço subaracnóide pelo sítio da punção e o estado de hidratação do cliente. As medidas que aumentam a pressão
cefalorraquidiana são valiosas no alívio da cefaléia. Estas incluem manter um ambiente tranqüilo, manter o paciente deitado na horizontal e bem hidratado.
​O tratamento da cefaléia, após a punção subaracnóide, é feito inicialmente através de medidas não intervencionistas, como: apoio psicológico,
decúbito baixo, hidratação adequada, faixas de contenção abdominal, e analgésicos sistêmicos. Nos pacientes em que a cefaléia é muito intensa, ou
naqueles cujas medidas não-intervencionistas não obtiveram sucesso, indica-se o blood patch, que consiste retirar 20 a 30 ml de sangue do paciente e
injetá-lo no espaço peridural, sob rigorosa condição asséptica. O alívio da cefaléia, geralmente, é imediato.
​A complicação precoce mais importante é a hipotensão arterial que o bloqueio subaracnóide pode promover. O tratamento desta ocorrência é,
inicialmente, promover uma hidratação rigorosa no paciente, pois, como foi visto, é uma inadequação do conteúdo vascular em relação a seu continente;
em seguida, colocá-lo em posição de trendelemburg para melhorar o retorno venoso, e administrar oxigênio. A utilização de medicamentos vasopressores
está indicada somente se as medidas anteriores não obtiverem êxito.
 
Tópica
​Os anestésicos são administrados nas superfícies mucosas do nariz, boca, árvore traquebrônquica, esôfago e trata geniturinário para produzir
anestesia. Exemplo: A lidocaína pode ser administrada, na forma spray, 15 minutos antes de uma intubação orotraqueal. Uma vantagem é a ausência de
cefaleia que ocasionalmente, resulta da anestesia espinhal.
​Uma desvantagem é o desafio em não adm o anestésico no espaço correto. O paciente pode permanecer acordado, se for conveniente. Após a
administração da droga (procaína, tetracaína, bupicaína, lidocaína, etc.) pode haver marcante queda da pressão sanguínea, provocada pela paralisia dos
nervos vasomotores.
​Com alguma frequência podem ocorrer náuseas, vômitos e dor durante a cirurgia. As principais complicações são: hematoma epidural, reações
tóxicas, dor lombar pós-punção e disfunção vesical.
 
Drogas anestésicas locais mais comuns:
Lidocaína: Anestesia rápida, intensa e duradoura. Altas doses podem causar tonteiras, zumbidos, coma e parada cardiorrespiratória.
Bupivacaína: Semelhante à lidocaína, longa duração, exerce bloqueio mais sensorial do que motor. Mais cardiotóxica em relação à lidocaína – bloqueio
maior dos canais de sódio. 
Procaína: Uso restrito às infiltrações, baixa potência, curta duração e início lento.
Tetracaína: Longa duração, usada em raquianestesias.
 
Posições Cirúrgicas
É aquela em que o paciente é colocado, depois de anestesiado, para ser submetido à intervenção cirúrgica, de modo a propiciar acesso fácil ao campo
operatório.
As principais posições cirúrgicas são:
 
Posição supina (Decúbito dorsal) – nesta posição, o paciente deve ser mentido em decúbito dorsal ou supino, tendo as pernas esticadas e os braços
estendidos ao longo do corpo. É a posição mais comumente usada para as cirurgias abdominais supra e infra-umbilical, cirurgias de face, dentária, parte
anterior do pescoço, toracotomia anterior, laparotomia, parte anterior dos membros superiores e inferiores, vasculares, etc. De todas as posições
cirúrgicas, é a mais utilizada e melhor tolerada e a que menos complicações traz ao paciente.
 
Posição prona (Decúbito ventral) – é a posição em que o paciente é colocado deitado com o abdome para baixo, tendo a cabeça voltada para um dos
lados e apoiada num travesseiro, as pernas estiradas, os braços ligeiramente flexionados e apoiados em suportes. Esta posição exige, ainda a colocação,
de coxins sob os ombros, para facilitar a expansão pulmonar, sob a região infra-umbilical e sob a face anterior dos pés, para evitar a distensão muscular. É
indicada para cirurgias para a região dorsal, lombar, sacrococcígea e occipital, sendo que, nesta última, a cabeça precisa estar apoiada, pela região frontal,
num suporte acolchoado. Usada nas cirurgias de parte posterior do corpo, como crânio, coluna vertebral, região lombo-sacrococcígea, parte posterior dos
membros inferiores.
 
Decúbito lateral - paciente deitado sobre um doas lados, sendo o equilíbrio obtido pela flexão da perna inferior e extensão da superior, colocando entre
elas uma almofada. Fixar a posição utilizando um esparadrapo largo, passando transversalmente ao quadril e prendendo na mesa.
Utilizada para cirurgias renais, lombotomias, toracotomia e toracolapatomomias (lateral intermediária)
 
 
Posição de sims – nesta posição, o paciente é colocado sobre um dos lados, tendo a perna inferior estendida e a superior flexionada, separadas por um
coxim ou travesseiro. Coloca-se também, um coxim sob a linha da cintura e, a seguir, fixa-se o paciente transversalmente à mesa cirúrgica comuma faixa
larga de esparadrapo, passada sobre o quadril. Esta posição é utilizada para as intervenções cirúrgicas de acesso aos rins.
 
Posição de trendelemburg – pct esta em decúbito dorsal, com elevação da pelve e membros inferiores, de forma que a cabeça fique mais baixa que os
membros inferiores. É usualmente empregada para a cirurgia da parte inferior do abdome e da pelve, visando obter a boa exposição ao deslocar os
intestinos para dentro da parte superir do abdome; em caso de vomito durante a cirurgia evitando a broncoaspiração; em caso de hipotensão aumentando a
irrigação cerebral. Conduz a compressão pulmonar e de vísceras, devendo ser usada o menor tempo possível.
 
Trendelemburg reverso ou invertido ou proclive – cabeça fica mais alta que os pés. Reduz irrigação cerebral e é utilizada nas cirurgias de crânio e
abdome superior.
 
 
Posição ginecológica – Nesta posição, o paciente é colocado em decúbito dorsal, tendo os membros inferiores elevados e colocados em suportes
especiais, também chamados perneiras, e fixados com correias. Deve-se ter o cuidado de envolver-lhe as pernas com campos ou perneiras de tecido para
lhe proporcionar conforto e segurança. Esta posição está indicada para as cirurgias ginecológicas, proctológicas, algumas urológicas e exames
endoscópicos.
 
 
 
Posição de litotomia – nesta posição o paciente é colocado em decúbito dorsal com as pernas e as coxas flexionadas. A posição é mantida ao se colocar
os pés nos estribos; é empregada em quase todos os procedimentos cirúrgicos perineais, retais e abdominais, cirurgias ginecológicas por via baixa,
transperineais e exames urinários endoscópicos.
 
 
 
Posição de fowller modificada– dorso da m esa em 90º, flexiona a parte dos membros inferiores para evitar quedas. Indicada para cirurgias de crânio,
mamoplastia e abdominoplastia
 
Posição de Kraske, jacknife ou canivete ou navalha ou Depage ou V invertido – pct em decúbito ventral, com a cabeça e membros inferiores mais
baixo que o resto do tronco. Utilizada em cirurgias retais.
Genopeitoral - Posição em que o paciente se apóia nos joelhos e no tórax. Indicada para realizar exames do reto e vagina, sigmoidoscopia, etc.
 
​
 
 
Atenção
 
Ao se colocar o paciente na posição cirúrgica, alguns aspectos fundamentais devem ser lembrados:
• ​Evitar contato de partes do corpo do paciente com as superfícies metálicas da mesa cirúrgica;
• ​Posicioná-lo de modo funcional e seguro, a fim de prevenir distensões musculares, evitar compressão de vasos, nervos e saliências ósseas, e
facilitar a dinâmica respiratória;
• ​Possibilitar livre fluxo das infusões venosas e a adaptação dos eletrodos para a perfeita avaliação intra-operatória.
 
Da mesma maneira, ao se retirar o paciente da posição cirúrgica, alguns pontos precisam observados:
• ​Manusear o paciente anestesiado com movimentos firmes e lentos, pois a mudança repentina de posição pode levar à queda de pressão arterial;
• ​Ao se retirar o paciente da posição ginecológica, deve-se ter o cuidado de descer, alternadamente, as pernas, a fim de prevenir o afluxo rápido de
sangue para os membros inferiores, podendo causar a mesma situação acima referida;
• ​Manter a cabeça voltada para um dos lados, quando o paciente permanecer em decúbito dorsal;
• ​Observar o posicionamento correto das infusões e drenagens.
 
Prevenindo lesão por posicionamento do paciente: 
 
As articulações em hiperextensão, as artérias comprimidas ou a pressão sobre nervos e proeminências ósseas geralmente resultam em desconforto
apenas porque a posição deve ser sustentada por um longo período. Os fatores a considerar incluem os seguintes:
- ​O paciente deve ficar na posição mais confortável possível, quer dormindo, quer acordado.
- ​O campo operatório deve estar adequadamente exposto.
- ​Uma posição incômoda, pressão indevida sobre uma região do corpo ou uso de estribos ou tração não devem obstruir o aporte vascular.
- ​A respiração não deve ser prejudicada por pressão dos braços sobre o tórax ou por uma camisola que comprime o pescoço ou o tórax.
- ​Os nervos devem ser protegidos contra a pressão indevida. O posicionamento inadequado de braços, mãos, pernas ou pés podem provocar lesão
grave ou paralisia. Os suportes de braço devem ser bem acolchoados para evitar a lesão nervosa irreparável, principalmente quando é necessária a
posição de Trendelenburg.
- ​As precauções para a segurança do paciente devem ser observadas, em particular no caso de pacientes magros, idosos ou obesos, ou naqueles
com deformidade física.
O paciente precisa da contenção suave antes da indução no caso de agitação.
 
PERIOPERATÓRIO – refere-se aos eventos ocorridos durante todo o período cirúrgico, desde o preparo para a cirurgia até a recuperação dos efeitos
temporários da cirurgia e anestesia.
Pré-operatório
Intra-operatório /Trans-operatório
Pós-operatório
 
Pré-operatório
Tem início no momento em que se identifica a necessidade de uma intervenção cirúrgica e termina com a transferência do cliente a mesa cirúrgica.
Pode ser dividido em
Mediato – até 24 horas antes da cirurgia
Imediato – 24 horas antes da cirurgia
Fatores de risco para complicações cirúrgicas
- hipovolemia
- desidratação ou distúrbio hidroeletrolítico
- déficits nutricionais
- extremos etários
- extremos de peso
- infecção e sepse
- condições tóxicas
- anormalidades imunológicas
- doença pulmonar (DPOC, distúrbio restritivo, infecções)
- doença renal ou do trato urinário (função renal diminuída, infecções, obstruções)
- gravidez (reserva fisiológica materna diminuída)
- doença cardiovascular (arritmias, hipertensão, próteses valvares, tromboembolia, insuficiência cardíaca)
- disfunção endócrina (diabetes, distúrbios de supra renal, distúrbios tireoideanos)
- doença hepática (cirrose, hepatite)
- insuficiência física ou mental
 
Avaliação dos fatores de saúde que afetam os pacientes no período pré-operatório
 
- Estado Nutricional e Hídrico
​A nutrição ótima é um fator essencial na promoção de recuperação e resistência à infecção e a outras complicações cirúrgicas.
 
​Qualquer deficiência nutricional, como a desnutrição deverá corrigida antes da cirurgia para proporcionar proteína suficiente para a reparação
tissular.
 
- Uso de Álcool e Drogas
​Como as pessoas com intoxicação aguda são suscetíveis a lesões a cirurgia é adiada sempre que possível.
​Alcoolismo crônico – frequentemente sofrem de desnutrição e outros problemas sistêmicos que aumentam o risco cirúrgico
​Abstinência do álcool – Delirium tremens – previsto entre 48 a 72 h após a abstinência do álcool.
 
- Estado Respiratório
​A meta para pacientes cirúrgicos potenciais é a função respiratória ótima.
- ​Ensino sobre exercícios respiratórios e Incentivo a fisioterapia respiratória (pq a ventilação esta potencialmente comprometida durante todas as
fases cirúrgicas)
- ​Doenças obstrutivas crônicas – avaliação criteriosa da condição pulmonar
- ​Fumantes: parar de fumar 2 meses antes ou no máximo 24 horas antes (para diminuir significativamente as complicações pulmonares e de
cicatrização da ferida).
 
- Estado Cardiovascular
​Garantir um sistema cardiovascular bem funcionante para satisfazer as necessidades de de oxigênio, líquidos e nutrientes do período Peri
operatório.
​Hipertensão arterial descontrolada: contra-indicado cirurgia
 
- Funções: Hepática e Renal
​A meta para pacientes cirúrgicos potenciais é a função hepática e renal ótima, de modo que os medicamentos, agentes anestésicos, resíduos
orgânicos e toxinas sejam adequadamente processados e removidos do corpo.
 
- Função Endócrina
Diabetes: risco de Hipoglicemia (ingestão insuficiente e administração excessiva de insulina) ou hiperglicemia (devido ao estresse cirúrgico que aumenta o
risco de infecção); meta: glicemia em menos 200mg/dl.
 
- Função Imune
É particularmente importante identificar e registrar qualquer sensibilidade aos medicamentos e as reações adversas pregressas a substancias que tenham
precipitado reações alérgicas prévias.
 
Avaliar imunossupressão:- Terapia com corticosteróide/antiinflamatório
- Transplante renal
- Radioterapia
- Quimioterapia
- Distúrbios que afetam o sistema imune: AIDS, leucemia, etc.
 
- Uso prévio de medicamentos
​Importante destacar qualquer uso de medicamentos pelo paciente e também uso de substâncias fitoterápicas.
 
OBS: Medicamentos a base de ervas(fitoterápicos): efeitos sobre a coagulação e interação com outros medicamentos: equinácea, éfedra, alho, ginkgo,
ginseng, kava kava, erva-são-joão, alcaçuz, valeriana. Atualmente recomenda – se suspender o fitoterápico de 02 – 03 semanas antes da cirurgia. Aspirina
– suspensão 7 a 10 dias antes da cirurgia
 
Considerações aos pacientes em situações especiais
 
Pacientes idosos
​Podem estar associados doenças crônicas concomitantes, aquelas em que o motivo leva ao procedimento cirúrgico. O risco está no número e à
gravidade dos problemas de saúde coexistente e á natureza e duração de procedimento operatório.
​O paciente idoso apresenta menor reserva fisiológica que um pct mais jovem; as reservas cardíacas são menores, as funções renal e hepática
estão deprimidas e é provável que a atividade gastrointestinal esteja reduzida.
​Podem apresentar limitações sensoriais, como visão e audição diminuídas e sensibilidade táctil reduzida.
​ A artrite pode afetar a imobilidade e condutas devem ser realizadas para a redução de pressão em protuberâncias ósseas. Com a diminuição do
tecido adiposo, o cliente idoso torna-se mais susceptível a alterações da temperatura.
 
Pacientes obesos
A obesidade aumenta o risco e a gravidade das complicações associadas à cirurgia, como por exemplo, as deiscências e infecções de ferida cirúrgica.
O peso avantajado é um fator complicante devido a dificuldade de cuidar.
Em decúbito dorsal o cliente obeso respira mal, o que aumenta o risco de hipoventilação e complicações pulmonares pós-operatórias.
 
Ensino pré-operatório
Cada pct é ensinado como um individuo, como consideração para quaisquer preocupações ou necessidades de aprendizado próprias. O ensino pre
operatório e iniciado logo que possível. Ele devera começar no consultório do medico e continuar4 ate que o pct chegue à SO.
 
- Respiração Profunda, Tosse e Espirômetros de Incentivo
​Uma das metas do cuidado de enfermagem no pré-operatório é ensinar ao paciente como promover a expansão pulmonar e a oxigenação
sangüínea após a anestesia geral. Isto é conseguido pela demonstração para o paciente sobre como fazer uma respiração profunda e lenta respiração e
sobre como expirar lentamente e ainda o ensino da utilização do espirômetro.
Deve ser ensinado colocar as mãos entrelaçadas no abdome ou torax nos casos de cirurgias abdominais e torácicas, para alívio da dor em casos de tosse,
pois as mãos sobre o sito age como uma tala efetiva ao tossir.
​A meta quanto a promoção da tosse é mobilizar as secreções de forma que elas possam ser removidas. Quando uma respiração profunda é feita
antes da tosse, o reflexo da tosse é estimulado. Se o paciente não tosse efetivamente, atelectasia, pneumonia e outras complicações pulmonares.
 
- Mudança de Decúbito e Movimentação corporal ativo.
​As metas quanto à promoção de movimentos corporais deliberados no pós-operatório são para melhorar a circulação, prevenir a estase venosa e
contribuir para uma ótima função respiratória.
​Quando o paciente é colocado em qualquer posição, o seu corpo é mantido em alinhamento apropriado.
 
- Controle da Dor
​Incluir a diferenciação de dor aguda e crônica.
​No período pos operatório, os medicamentos são administrados para aliviar a dor e manter o conforto sem aumentar o risco de troca gasosa
inadequada.
​Os métodos de administração antecipada de agentes analgésicos (tais como analgesia controlada pelo paciente, analgesia epidural) são
discutidos com o paciente antes da cirurgia.
 
- Controle Cognitivo
​As estratégias de conhecimento podem ser úteis para o alívio da tensão, para a superação da ansiedade e para obtenção do relaxamentoe
diminuir o medo. Exemplos de tais estratégias incluem os seguintes.
 
Imaginação – O paciente é encorajado a concentrar-se em uma experiência agradável ou em uma cena repousante.
Distração – O paciente é encorajado a pensar em uma estória agradável ou recitar o seu poema o musica favorito.
Auto-sugestão otimista – Recitação de pensamento otimista (“Eu sei que tudo sairá bem”) é sugerida.
 
 
Prescrições de Enfermagem no Pré-operatórias gerais
- Nutrição e Hidratação
 
​O principal propósito da suspensão dos alimentos antes da cirurgia é evitar a aspiração.
​A aspiração acontece quando o alimento ou líquido é regurgitado do estômago e entra no sistema pulmonar.
​A restrição prolongada de líquidos e alimentos e desnecessária nos pcts que não apresentam uma via aérea comprometida, doença coexistente
ou distúrbios que afetam o esvaziamento gástrico ou volume de líquidos (ex: gravidez, diabetes, obesidade)
​
JEJUM: As restrições dependem da idade e do tipo de alimento ingerido
• ​12 h – cirurgias do trato gastrointestinal
• ​jejum de 08 h – após a ingestão de alimentos gordurosos;
• ​jejum de 04 h – após a ingestão Láctea;
• ​jejum de 02 h – líquidos leves
 
- Preparação Intestinal
​Os enemas não são comumente prescritos, a menos que o paciente vá se submeter a uma cirurgia abdominal pélvica.
​Os objetivos desta preparação são permitir a visualização satisfatória do sítio cirúrgico e evitar o trauma do intestino e a contaminação do
peritônio por fezes.
​Qd necessário o enema é prescrito na noite anterior a cirurgia e pode ser repetido na manha da cirurgia.
 
- Preparação da Pele no Pré-operatório
​A meta da preparação da pele no pré-operatório é diminuir as fontes bacterianas sem lesar a pele.
​Quando há tempo, como em uma cirurgia eletiva, o paciente pode ser instruído a utilizar um sabão contendo um detergente germicida para limpar
a região da pele vários dias antes da cirurgia para reduzir o número de organismos da pele. Este procedimento pode ser realizado no domicílio.
​O horário do banho deve ser o mais próximo possível do horário da cirurgia e a finalidade é reduzir o risco de contaminação da pele da ferida
cirúrgica. A lavagem dos cabelos no dia anterior à operação é aconselhável a menos que a condição do paciente não o permita.
​Em geral, os pelos não são removidos no período pre operatório a menos que haja pêlos no sitio de incisão ou ao seu redor prováveis de interferir
com a operação. Se o pêlo deve ser removido, os cortadores elétricos são usados para a remoção segura de pêlo imediatamente antes da cirurgia.
 
Prescrições de Enfermagem no Pré-operatórias Imediatas
 
- Vestir camisola hospitalar apropriada (aberta nas costas);
- Cobrir a cabeça com um gorro;
- Remover próteses dentárias (podem gerar obstrução respiratória);
- Remover jóias, bijuterias, piercings, maquiagem e cabelos de náilon;
- Roupas íntimas devem ser retiradas;
- Orientar para urinar imediatamente antes da cirurgia, a fim de promover a continência durante a cirurgia abdominal baixa e tornar mais acessíveis os
órgãos abdominais; a sondagem deverá ser feita somente em sala cirúrgica, qd necessário.
- Administrar medicação pré-anestésica “perante a chamada da sala de cirurgia”. Por provocar sonolência e tonteira, as grades do leito ou da maca deverão
estar elevadas;
 
Trans-Operatório
Tem início no momento em que o paciente é transferido para o leito da sala de cirurgia e termina quando o paciente é admitido na Unidade de Recuperação
Pós Anestésica (URPA).
 
Pós-Operatório
Tem início com a admissão no setor de URPA e termina com uma avaliação de acompanhamento no ambiente clínico ou em casa.
Imediato – da admissão do paciente na sala da RA até a primeiras 24 horas pós-operatórias.
Mediato – Período que vai de 24 a 48 horas de pós-operatório.
Tardio – a partir de 48 horas de pós-operatório e persiste enquanto o indivíduo necessitar de atenção especial.
 
Complicações cirúrgicas por condições genéticas:
 
Hipertermia maligna;
Doença do núcleo central (doença hereditária neuromuscular);Distrofia muscular de Duchenne (podem surgir problemas cardíacos e respiratórios);
Paralisia periódica hipercalêmica;
 
Complicações cirúrgicas por agentes medicamentosos:
 
Corticosteroides;
Diuréticos;
Fenotiazinas;
Tranquilizantes;
Insulina;
Antibióticos;
Anticoagulantes;
Anticonvulsivantes;
Inibidores da Monoamina Oxidase (IMAO) (aumenta ação hipotensora dos anestésicos)
 
Terminologias Cirúrgica
Os termos que compõem a terminologia cirúrgica são formados por uma raiz e um sufixo. A raiz permite identificar a estrutura corpórea que esta
relacionada com a intervenção cirúrgica.
Exemplos de raiz e seus significados:
Oto – ouvido
Bléfaro – pálpebra
Cárdia – esfíncter esofágico
Colon – intestino grosso
Procto – reto e ânus
Nefro – rim
Hístero – útero
Ooforo – ovário
Neuro – nervo
Queilo – lábios
Angio – vasos
Oftalmo – olho
Adeno – glândula
Gastro – estomago
Hepato – fígado
Espleno – baço
Pielo – pelve renal
Salpingo – tuba utrina
Orquio – tstículo
Laringo – laringe
Flebo – veias
Ritido – rugas
Rino – nariz
Traqueo – traqueia
Entero – intestino
Cole – veias biliares
Laparo – parede abdominal
Cisto – bexiga
Colpo – vagina
Osteo – osso
Pneumo – pulmão
Artro – articulação
Bronco – brônquios
Queilo – lábios
Angio – vasos
 
 
Na terminologia cirúrgica, o sufixo indica a intervenção cirúrgica a ser realizada. Os principais sufixos utilizados e seus significados são:
 
Tomia – incisão, corte, abertura de parede ou órgão.
Stomia – comunicar um órgão tubular ou oco com o exterior
Ectomia – extirpar parcial ou totalmente um órgão
Plastia – reparação plástica da forma ou função do segmento afetado.
Rafia – sutura
Pexia – fixação de uma estrutura corpórea. Mastopexia =
Scopia – visualizar o interior de um órgão cavitário ou cavidade com auxílio de aparelhos especiais.
 
Existem termos cirúrgicos que não seguem os mesmos padrões aqui descritos. Exemplos:
 
Amputação – retirada parcial ou total de um membro ou órgão,
Enxerto – inserção de material autógeno; homologo, heterogeno ou sintético para corrigir defeito ou falha em tecidos ou órgãos.
Exerese – extirpação parcial ou total de um segmento corpóreo.
Anastomose – comunicação cirúrgica realizada entre dois vasos sang ou entre duas vísceras ocas.
Artrodese – imobilização cirúrgica de articulação.
Circuncisão ou postectomia – excisão do prepúcio para facilitar a exposição da glande.
Paracentese – punção de um espaço cheio de liquidos, utilizando agulha ou trocarte, com a finalidade de aspirar o liquido ali contido.
Toracocentese: punção/aspiração do espaço intrapleural para remover líquidos anômalos, como é o caso dos hideotórax, hemotórax ou empiema.
 
Algumas cirurgias recebem o nome do cirurgião que aperfeiçoou a técnica cirúrgica.
 
Operação de Manchester – para correção de prolapso uterino e cistocele.
Operação de Werthein – histerectomia abdominal com linfadenectomia pélvica seletiva.
Gastrectomia a Billroth I – reconstrução do transito alimentar com anastomose do estomago ou duodeno.
Operação de Heller-Lind – para tratamento de megaesôfago chagásico, constando de cardiomiotomia extramucosa associada a gastrofundopexia.
 
 
 
 
 
 
Termos Importantes para prova!!!!!!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERMO SIGNIFICADO MATERIAL UTILIZADO
DIÉRESE Corte Bisturi, tesoura
PREENÇÃO Apanhar estruturas Pinça anatômica e dentes
de rato
HEMOSTASIA Pinçamento de
vasos
Pinças hemostáticas
(Halsted, Kelly )
EXPOSIÇÃO Afastamento de
tecidos. 
 
Ex. Afastadores
SÍNTESE União de tecidos Porta-agulha, agulhas, fio
EXÉRESE Retirada de parte ou totalidade de um órgão com
finalidade terapêutica.
 
Questões:
 
1. De acordo com a Portaria 2.616/MS/98, a lavagem das mãos é a ação mais importante para a prevenção e controle das infecções hospitalares. A
decisão pelo uso do antisséptico, antes do procedimento cirúrgico, deverá considerar entre outros aspectos:
A) o grau de contaminação e o procedimento a ser realizado.
B) as condições do paciente e a sensibilidade do profissional que irá proceder o ato cirúrgico.
C) o histórico de infecção do paciente e o grau de contaminação,
D) as condições do ambiente de internação e o tipo de contato.
E) o coeficiente de sensibilidade do profissional e o histórico de infecção do paciente.
 
2. No pré-operatório de toracotomia, não é recomendado o seguinte procedimento com o cliente:
A) fazer nebulização.
B) manter repouso no leito.
C) interromper o fumo.
D) fazer tricotomia.
E) estimular a tosse.
 
3. A drenagem torácica consiste na colocação de um dreno tubular no espaço intrapleural para remoção de gás, líquidos e/ou sólidos. A presença de pus no
espaço intrapleural é denominado de:
A) hemotórax.
B) pneumotórax.
C) enfisema.
D) empiema.
E) quilotorax.
 
4. Dentre as complicações operatórias, a que está caracterizada pela diminuição do fluxo sanguíneo adequado à manutenção da perfusão tecidual
denomina-se:
A) deiscência.
B) choque.
C) tromboflebite.
D) evisceração.
E) embolia pulmonar
 
5. Sobre o cuidado perioperatório, é CORRETO afirmar que:
A. ( ) para prevenir a infecção hospitalar, basta que a equipe de enfermagem use aventais esterilizados.
B. ( ) tricotomia consiste na introdução de um líquido no intestino para promover o seu esvaziamento.
C. ( ) todas as condutas de enfermagem devem proporcionar conforto, segurança e o menor risco de infecção ao paciente, bem como esclarecer ao mesmo
sobre os procedimentos que serão realizados.
D. ( ) o momento transoperatório compreende o momento de recepção do paciente na unidade de internação até a sua saída do centro cirúrgico.
E. ( ) a sequência do tempo cirúrgico consiste da diérese e da sutura.
 
6. Assinale a causa para a diminuição do débito cardíaco no pós-operatório de cirurgia cardíaca.
(A) Hipervolemia.
(B) Hipertermia.
(C) Tamponamento cardíaco.
(D) Derrame pleural.
(E) Necrose tubular aguda.
 
7. São indicações cirúrgicas do quadro de Colite Ulcerativa todas as opções abaixo, EXCETO:
(A) Intratabilidade Clínica.
(B) Displasia - Carcinoma.
(C) Sangramento colônico maciço.
(D) Doença Anal.
(E) Megacólon tóxico.
 
8. Com relação ao tempo cirúrgico, o termo diérese compreende o procedimento realizado dentro de qual período operatório?
A) Pós-operatório imediato
B) Transoperatório
C) Pré-operatório
D) Pós-operatório tardio
 
9. A nomenclatura ou terminologia cirúrgica é o conjunto de termos usados para indicar o procedimento cirúrgico. Correlacione o sufixo usado na
composição da terminologia cirúrgica com o seu significado. Assinale a alternativa que apresenta a correlação correta.
Sufixo Significados
1: Tomia a) Reparação plástica
2: Plastia b) Visualização da cavidade através
de aparelhos especiais
3: Ráfia c) Sutura
4: Péxia d) Fixação
5: Scopia e) Incisão / corte
 
A) 1e – 2b – 3d – 4c – 5a
B) 1e – 2a – 3c – 4d – 5b
C) 1c – 2a – 3e – 4b – 5d
D) 1c – 2a – 3b – 4e – 5d
 
10. Assinale a alternativa CORRETA.
O perioperatório corresponde:
A( ) ao pré-operatório imediato, ou seja, doze dias antes de a cirurgia ser marcada.
B( ) ao pós-operatório tardio, quando o paciente fica internado na unidade cirúrgica esperando o início da cirurgia.
C( ) ao pré-operatório, ao transoperatório e ao pós-operatório.
D( ) ao intraoperatório, que é o período em que o paciente fica na sala de recuperação pós-anestésica.
E( ) ao pré-operatório intermediário, ou seja, às duas horas após o efeito anestésico cirúrgico.
 
11. Dentre os cuidados de enfermagem executados pelo técnico de enfermagem destaca-se o posicionamento do paciente no leito. O adequado
posicionamento do paciente no leito pode prevenir complicações ou mesmo minimizar problemas respiratórios, circulatórios e lesões de pele. Acerca desse
cuidado de enfermagem, considere as afirmativas a seguir.
I. A posição Fowler consiste em manter o paciente em decúbito dorsal, com a cabeceira elevada em ângulo de aproximadamente 45 graus. É indicada para
pessoas com dificuldades respiratórias.
II. A posição Trendelemburg é indicada para pacientes com tromboflebites ou pós-operatório de cirurgia ginecológica,de modo que a cabeça permaneça
mais elevada em relação ao restante do corpo.
III. A posição de Sims é a mais indicada para pacientes durante o procedimento de lavagem intestinal.
IV. A posição prona requer que o paciente seja acomodado com o abdome voltado para cima.
Assinale a alternativa CORRETA.
A( ) Somente as afirmativas I e IV estão corretas.
B( ) Somente as afirmativas II e IV estão corretas.
C( ) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
D( ) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
E( ) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
 
12. Uma intervenção fundamental para melhoramento da troca gasosa e da respiração no período pós-operatório é o tratamento adequado da drenagem de
tórax. Um dos principais cuidados a serem observados, quanto ao uso de dreno do tórax de um paciente que necessite ser transportado, é manter:
a) O paciente em decúbito dorsal.
b) Fechado o dreno de tórax durante o transporte.
c) O frasco abaixo do nível do tórax.
d) O frasco vazio.
 
13. Para garantir a continuidade dos cuidados após uma cirurgia, o técnico de Enfermagem que atua na sala de recuperação pós-anestésica, ao receber o
paciente, deve estar atento a vários aspectos prioritários para a realização das suas atividades, tais como: em seguida assinale a alternativa correta.
 
O tipo de cirurgia realizada.
O tipo de anestesia utilizada na cirurgia (ex. geral, local, etc).
Os tipos de drenos e locais de curativos do paciente.
Os tipos de acesso venoso, cateteres ou sondas.
O horário determinado para encaminhar o paciente para a enfermaria.
 
Somente as alternativas I, II e IV
Somente as alternativas II, III e IV
Somente as alternativas III, IV e V
Somente as alternativas I, II, III e IV
Somente as Alternativas I, III, IV e V

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